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PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

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PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 1
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA
Passei Direto  Concursos Públicos Felipe Lima)
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O princípio da dignidade humana reconhece o valor intrínseco de cada 
indivíduo e estabelece que todas as pessoas devem ser tratadas com respeito, 
igualdade e liberdade. Ele orienta a proteção dos direitos humanos e busca uma 
sociedade justa e inclusiva, independentemente de características pessoais.
O princípio da dignidade da pessoa humana pode ser entendido como 
a garantia das necessidades vitais de cada indivíduo. É um dos 
fundamentos do Estado Democrático de Direito e tem sua previsão no 
artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal. Assim, é fundamento basilar da 
República
Conceito por Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes, em sua obra “Direito Constitucional ,ˮ 
conceitua dignidade como:
Um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se 
manifesta singularmente na autodeterminação consciente 
e responsável da própria vida e que traz consigo a 
pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, 
constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto 
jurídico deve assegurar de modo que, somente 
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao 
exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem 
menosprezar a necessária estima que merecem todas as 
pessoas enquanto seres humanos e a busca ao Direito à 
Felicidadeˮ
Explicação segundo André Ramos Tavares
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André Ramos Tavares explica que não é uma tarefa fácil conceituar 
a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, aponta a explicação de 
tal princípio nas palavras de Werner Maihofer:
A dignidade humana consiste não apenas na garantia 
negativa de que a pessoa não será alvo de ofensas ou 
humilhações, mas também agrega a afirmação positiva do 
pleno desenvolvimento da personalidade de cada 
indivíduo. O pleno desenvolvimento da personalidade 
pressupõe, por sua vez, de um lado, o reconhecimento da 
total auto disponibilidade, sem interferências ou 
impedimentos externos, das possíveis atuações próprias 
de cada homem; de outro, a autodeterminação 
Selbstbestimmung des Menschen) que surge da livre 
projeção histórica da razão humana, antes que de uma 
predeterminação dada pela naturezaˮ
Já na concepção de Alexandre de Moraes, tal princípio “concede unidade 
aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às personalidades 
humanasˮ. Afastando dessa forma, as vertentes transpessoalistas de 
Estado e Nação.
Histórico do princípio da dignidade da pessoa humana
Segundo Ana Paula de Barcellos, quatro foram os momentos históricos 
fundamentais para a construção do que temos hoje como dignidade da 
pessoa humana. São eles:
Cristianismo;
Iluminismo humanista;
Immanuel Kant e;
Segunda Guerra Mundial.
O Cristianismo passou a mensagem de que a salvação, além de ser 
individual e depender de uma decisão pessoal, também leva em 
consideração o valor do outro. Assim, deixou um sentimento de 
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solidariedade que será refletido nas noções de direitos sociais e mínimo 
existencial.
Anos depois, o Iluminismo colocou fim a visão religiosa em detrimento da 
razão humana. Isso trouxe para a concepção de dignidade humana uma 
visão sobre direitos individuais e a democracia, além de buscar a 
igualdade entre os homens no âmbito político.
Em seguida, Kant apresenta o que até hoje se entende como a formulação 
mais consistente e complexa da natureza do homem e suas relações. O 
autor afirma que o homem é o fim em si mesmo, sendo assim, dispõe de 
uma dignidade ontológica e o Direito e o Estado devem se propor ao 
benefício dos indivíduos.
Desde o século XX, somou-se à concepção Kantiana a ideia de separação 
dos poderes e direitos individuais e, a partir do fim da Primeira Guerra 
Mundial, os direitos sociais.
Por fim, a Segunda Guerra Mundial é o último momento histórico que 
agregou a concepção de dignidade da pessoa humana, em razão das 
barbáries cometidas. Com isso, passou-se a ter a dignidade da pessoa 
humana como “valor máximo dos ordenamentos jurídicos e princípio 
orientador da atuação estatal e dos organismos internacionais .ˮ
Importância do princípio da dignidade humana 
Como um valor inalienável, a dignidade humana tem profundo impacto na 
organização das sociedades e na elaboração das leis e políticas. Abaixo 
estão alguns dos pontos mais relevantes:
Fundamento dos Direitos Humanos: Trata-se do princípio que sustenta 
a ideia de que todos têm direito a um tratamento justo e respeitoso, 
independentemente de raça, religião, gênero, idade, nacionalidade ou 
qualquer outra característica.
Garantia de Respeito e Igualdade: Assegura que todas as pessoas 
sejam tratadas com igualdade e respeito. Ele proíbe tratamentos 
desumanos e degradantes e promove a proteção da integridade física e 
moral do indivíduo.
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Regulação do Estado: Este princípio exerce uma função reguladora 
sobre as ações do Estado. Assim, o Estado deve garantir em sua 
legislação e em suas ações a observância da dignidade humana, sob 
pena de seus atos serem considerados inconstitucionais ou ilegais.
Diretriz para a Justiça Social: A dignidade humana serve como diretriz 
para a justiça social, estabelecendo que todos devem ter suas 
necessidades básicas atendidas e que ninguém deve ser submetido a 
condições de vida degradantes. Isto implica direitos fundamentais, 
como o direito à educação, à saúde, à moradia, ao trabalho, entre 
outros.
Guia para a Interpretação Jurídica: No contexto jurídico, a dignidade 
humana funciona como um princípio orientador para a interpretação 
das leis. Ou seja, as leis e normas devem ser interpretadas e aplicadas 
de maneira a respeitar e promover a dignidade humana.
Ou seja, a importância do princípio da dignidade humana está em seu papel 
de garantir a todos o respeito e a proteção contra qualquer forma de 
degradação ou desrespeito, promovendo a igualdade, a justiça e a 
humanidade.

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