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Depressão e o uso do tabaco como automedicação A relação entre depressão e o hábito de fumar é um fenômeno complexo e bem documentado. Muitos fumantes relatam usar o tabaco como uma forma de "automedicação" para lidar com os sintomas da depressão, como tristeza, baixa autoestima e falta de motivação. O ato de fumar pode fornecer um alívio temporário, estimulando a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, que melhoram o humor. No entanto, essa estratégia acaba por se tornar um ciclo vicioso, pois o consumo de nicotina também pode piorar os sintomas depressivos a longo prazo. A dependência química e a síndrome de abstinência do tabaco podem exacerbar a sensação de mal-estar e desesperança. Além disso, a própria fumaça do cigarro pode ter efeitos negativos sobre o sistema nervoso central, afetando o humor e a cognição. Estudos mostram que os indivíduos com depressão têm maior probabilidade de se tornarem fumantes e têm mais dificuldade em parar de fumar. Isso se deve, em parte, a fatores biológicos, como alterações nos sistemas de recompensa e regulação do estresse, bem como a aspectos psicológicos, como a tendência a usar o tabaco como uma forma de enfrentar os estados emocionais negativos. Influência do ambiente social no comportamento de fumar O ambiente social exerce uma poderosa influência sobre o comportamento de fumar. O tabagismo é fortemente influenciado por fatores sociais, como a aceitação do grupo de amigos, a pressão de pares e as normas culturais. Adolescentes e jovens adultos, em particular, são altamente suscetíveis à influência do seu círculo social em relação ao hábito de fumar. Estar rodeado de pessoas que fumam, seja em casa, na escola ou no trabalho, aumenta significativamente as chances de um indivíduo começar a fumar ou manter o vício. A percepção de que "todo mundo fuma" e a sensação de pertencimento a um grupo criam uma normalização do ato de fumar, tornando-o mais aceitável e até esperado. Além disso, a oferta de cigarros ou a simples presença de fumantes pode servir de gatilho para reacender o desejo de fumar em ex-fumantes. Por outro lado, um ambiente social favorável à cessação do tabagismo, com amigos e familiares dando apoio e incentivando a parada, pode ser crucial para que o indivíduo tenha sucesso em seu processo de abandono do hábito. Programas de prevenção e tratamento do tabagismo que envolvem a comunidade e os grupos sociais têm se mostrado mais eficazes, pois conseguem alcançar o fumante de maneira integral, considerando seu contexto e suas relações.
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