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A Reconquista Cristã e a formação do Reino de Portugal A Reconquista Cristã foi um longo período de conflitos entre os reinos cristãos da Península Ibérica e os domínios muçulmanos estabelecidos após a invasão árabe no século VIII. Essa série de campanhas militares resultou na gradual recuperação de territórios sob o domínio islâmico, culminando na criação do Reino de Portugal. No norte da Península, o Condado da Galiza e o Condado de Castela começaram a se fortalecer, lançando ofensivas contra os reinos muçulmanos do sul. Uma dessas iniciativas, liderada por D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, resultou na conquista de Toledo em 1085, marco importante da Reconquista Cristã. Nesse contexto, o Condado Portucalense, vassalo do Reino de Leão, ganhou cada vez mais autonomia e importância estratégica. Sob o comando de D. Henrique, conde de Portucale, e posteriormente de seu filho, D. Afonso Henriques, o Condado Portucalense consolidou sua independência e se transformou no Reino de Portugal em 1139, após a vitória na Batalha de Ourique. O estabelecimento do Reino de Portugal marcou o fim da Reconquista Cristã nessa região, com os portugueses ampliando gradualmente seu domínio sobre o sul do país, conquistando regiões como o Alentejo e o Algarve. Essa fase da história portuguesa foi crucial para a definição das fronteiras e da identidade nacional, lançando as bases para o florescimento do Império Português nos séculos seguintes. O Condado Portucalense e a independência de Portugal O Condado Portucalense desempenhou um papel crucial na formação do Reino de Portugal e sua independência. Após a Reconquista Cristã, a região da Galécia Portucalense, situada a norte do Rio Douro, tornou-se um condado governado por condes nomeados pelos reis de Leão e Castela. Um dos marcos decisivos foi a nomeação do Conde D. Henrique, da Casa de Borgonha, como governante do Condado Portucalense em 1093. Seu casamento com a Princesa Dona Teresa, filha do Rei Afonso VI de Leão e Castela, estabeleceu uma forte ligação dinástica com a monarquia leonesa-castelhana. No entanto, o filho de D. Henrique e Dona Teresa, o Conde D. Afonso Henriques, tinha aspirações de criar um novo reino independente. Após uma série de conflitos com sua mãe e com os reinos vizinhos, D. Afonso Henriques conseguiu proclamar a independência de Portugal em 1143, dando início à dinastia de Borgonha e ao Reino de Portugal. A consolidação do Condado Portucalense e a ascensão de D. Afonso Henriques foram fundamentais para a formação da identidade nacional portuguesa e a construção de um Estado independente, que se projetaria posteriormente como uma grande potência marítima e colonial.
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