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OS USOS ECONÔMICOS DAS ESPÉCIES VEGETAIS A exploração econômica das florestas pode atender a diversas finalidades. No entanto, nem sempre essa exploração é realizada de forma sustentável, o que provoca alterações nas dinâmicas climáticas, no solo e no hábitat de diversas espécies, comprometendo sua sobrevivência. Nas Florestas Temperadas, por exemplo, a madeira é explorada para abas- tecer, sobretudo, as indústrias de papel e de móveis. Empresas que atuam nesses setores costumam plantar espécies como o pínus e o eucalipto, que crescem em um curto período. No entanto, essas espécies não são nativas do Brasil e, por isso, podem prejudicar a biodiversidade local. Outro exemplo é a atuação de diversas empresas nacionais e estrangeiras na Floresta Amazônica, muitas vezes feita de forma ilegal, em terras devolutas e indígenas. As espécies vegetais são utilizadas para a fabricação de produtos farmacêuticos e cosméti- cos. Nesse processo, é comum as empresas utilizarem patentes, que interditam os usos econômicos e culturais que os povos tradi- cionais fazem das plantas medicinais. Em contrapartida, é possível obter usos econômicos das espécies vegetais, conci- liando as características naturais das florestas com as demandas da população local. Um exemplo são os cultivos agroflorestais, que integram plantas de uso econômico à floresta, de modo a promover a recuperação do solo; e os cultivos agroecológicos, que não utilizam agrotóxicos, transgênicos e fertilizantes industriais. As reservas extrativistas também são essenciais para a retirada sustentável de produtos da floresta. Nelas as populações tradi- cionais conseguem manter seus modos de vida e auxiliam na proteção da biodiversidade ao retirar borracha, açaí, castanha e outros produtos da floresta de maneira sustentável. Terras devolutas: terras públicas, que não podem ser destinadas para uso particular. Patentes: direitos exclusivos para produzir, usar, vender ou importar determinado produto. Torrefação de amêndoas de babaçu por quebradeiras do coco da comunidade de Taquaritiua, em Viana (MA), 2019. R IC A R D O A ZO U RY /P U LS A R IM A G EN S 170 ENCAMINHAMENTO Nesta página, o objetivo é mostrar como as espécies das diferentes regiões são uti- lizadas e seus impactos na economia. Converse com os estudantes sobre a importância da conservação da biodiver- sidade associando-a aos usos econômicos. As habilidades trabalhadas são EF06GE06 e EF06GE11; elas tratam do uso dos elementos físico-naturais na indústria e das transformações da biodiversidade, respec- tivamente. Ainda que não integralmente, nesta unidade, há possibilidade de aprofundar o conhecimento sobre as for- mações vegetais, de maneira a não se limitar às descrições dos ecossistemas, avançando para o entendimento de seus usos para finalidades econômicas. Nesse caso, sugerimos que peça aos estudantes que pesqui- sem sobre tipos de sorvetes com sabores incomuns. Esses doces são feitos com espécies vege- tais nativas de algumas regiões do Brasil, como os biomas da Amazônia e do Cerrado. Organize-os em duplas ou trios e peça-lhes que escolham os sabores cujas origens serão pesquisadas. A depender da localização da espécie vegetal, a atividade variará bastante. Alguns exemplos são sorvetes de frutos como umbu-cajá, cas- tanha, cupuaçu, guavira, buriti, gabiroba, pequi, mangaba, cajá-manga, graviola, taperebá, tuturubá, fruta do pelo, entre outros, típicos do Brasil. Após a etapa de escolha dos sabores, peça-lhes que respon- dam às perguntas a seguir. 1. Em que tipo de formação vegetal o fruto é encontrado? 2. Esses frutos são típicos de quais áreas do Brasil? 3. Como é o processo de preparo do sorvete, desde a extração do fruto? 4. Onde podemos encontrar esses sabores de sorvete? O objetivo dessa atividade é estudar os usos econômicos da atividade de extrati- vismo vegetal e, ao mesmo tempo, valorizar a biodiversidade de espécies no Brasil. Ao apre- sentar-lhes essa diversidade, explique-lhes que esse pode ser um indicador de riqueza dife- rente dos econômicos comumente utilizados. 170
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