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GEOGRAFIA 3ª. série DE OLHO NO CONTEÚDO • Antiga URSS – dividiu-se em 15 países: 10 na Europa (Rússia, Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão) e os outros 5 na Ásia (Cazaquistão, Turcomenistão, Tadjiquistão, Quirguistão e Uzbequistão). • Antiga Iugoslávia – dividiu-se em 7 países: Sérvia, Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Macedônia e Kosovo (que ainda não é reconhecido por toda a comunidade internacional como indepen- dente). • Antiga Checoslováquia – dividiu-se em 2 países: República Tcheca e Eslováquia. • Alemanha – reunificou-se em 1990, marcando o desaparecimento das antigas Alemanha Ocidental e Ale- manha Oriental. GEOPOLÍTICA Na virada da década de 1980 para a de 1990, o período da Guerra Fria chegou ao fim, dando origem à chamada Nova Ordem Mundial. Foi um período de grandes transformações, já que as características desses dois contextos geopolíticos são bastante distintas. Mesmo após o fim da Guerra Fria, a economia planificada com forte participação estatal, típica do modelo socialista, ainda é aplicada em alguns países, como a China (que adota um modelo híbrido entre a economia de mercado e a centrali- zação política), Cuba (que desde o governo de Raul Castro vive um processo de abertura econômica parcial) e, sobretudo, a Coreia do Norte, que, por não permitir qualquer tipo de transição e enfrentar um severo embargo econômico, se tornou um dos países mais isolados do mundo. Alterações territoriais ocorridas na Europa com o fim da Guerra Fria: GUERRA FRIA NOVA ORDEM MUNDIAL Bipolarização, com 2 superpotências: EUA e URSS. Multipolarização econômica e supremacia militar dos EUA. 2 blocos com projetos econômicos e ideológicos antagônicos: capitalista e socialista – alianças militares: OTAN × Pacto de Varsóvia. Com o desmantelamento do bloco soviético, quase todos os países do mun- do passaram a adotar o Capitalismo. Principais destaques: • corrida espacial; • corrida armamentista; • disputa acirrada por áreas de influência no mundo periférico; • divisões territoriais explícitas, simbolizadas no Muro de Berlim. Principais destaques: • consolidação da globalização; • fortalecimento das instituições multilaterais; • blocos econômicos; • ascensão dos países emergentes. 172 3ª. série A identificação e interpretação dos principais conflitos verificados internacionalmente é um tema de grande relevância nos concursos vestibulares. Quanto à sua natureza, podemos classificar os conflitos em alguns grupos importantes. Confira os principais exemplos: • Conflitos separatistas de cunho étnico-nacionalista • Irlanda do Norte: comunidade católica, minoritária e mais empobrecida do que a protestante, deseja separar-se do Reino Unido e reunificar-se com a República da Irlanda, que está independente desde 1921. • Quebec: muitos franco-canadenses não se identificam culturalmente com a porção anglo-canadense das demais províncias do Canadá e ainda sonham com a independência. • Espanha: regiões separatistas como a Catalunha e o País Basco, cujas nacionalidades são distintas, embora gozem de relativa autonomia, pleiteiam a independência total. • Kosovo: região de maioria albanesa e muçulmana cuja independência ainda não é reconhecida pela Sérvia e alguns outros aliados (como a Rússia), pois os sérvios, que são cristãos ortodoxos, consideram-na o berço de sua civilização. • Curdistão: região que abrange territórios como Turquia, Síria, Iraque e Irã, habitados pela maior nação sem estado do planeta (os curdos: uma população de mais de 30 milhões de pessoas), que tenta se aproveitar do cenário caótico da guerra da Síria para fortalecer sua luta por independência. • ex-URSS: há diversas regiões separatistas, como a Chechênia (situada no Cáucaso), que busca a independência da Rússia, ou localidades em outros países hoje independentes, mas habitadas majoritariamente por cidadãos de origem russa, como o leste da Ucrânia. Foi desse país que a península da Crimeia, habitada majoritariamente por russos, desmembrou-se e anexou-se à Rússia em 2014, em um processo que não obteve pleno reconhecimento internacional. • Conflitos históricos de cunho religioso, nacionalista e territorial • Palestina: o Estado Árabe Palestino, de população islâmica, que abrange os territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza e não é reconhecido pela totalidade da comunidade internacional, ainda permanece em boa parte ocupado por Israel, de população majoritariamente judaica. Entre as temáticas mais controversas da questão estão o controle sobre a ci- dade de Jerusalém, a colonização de terras palestinas promovida por Israel, a repatriação dos milhões de refugiados palestinos e a construção do Muro da Cisjordânia. • Tibete: região habitada por uma nação distinta da chinesa – os tibetanos –, que foi incorporada ao território chinês em 1950. Sendo eles budistas muito espiritualizados e liderados pelo Dalai Lama, que vive no exílio e é considerado um inimigo pelo governo chinês, os tibetanos reivindicam autonomia cultural e religiosa. A China também tem que lidar com outras situações de tensão geopolítica interna, como o separatismo da província de Sinkiang, situada no no- roeste do país, que possui maioria muçulmana, e também em sua campanha para recuperar o controle sobre Taiwan, a antiga China Nacionalista, que abrigou os dissidentes da revolução chinesa de 1949, e que até hoje é considerada pelo governo chinês uma “província rebelde”. • Cachemira: região muito rica em recursos naturais disputada desde o período da Guerra Fria por China (país ateu) e, sobretudo, Índia (maioria hinduísta) e Paquistão (maioria muçulmana), cuja posse de armamentos nucleares não regulamentados pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear agrega muita insegurança em uma fronteira marcada por grande tensão. Uma das principais sequelas geopolíticas ainda remanescentes do período da Guerra Fria é a divisão das Coreias. O crescente antagonismo de interesses entre EUA e URSS após o fim da Segunda Guerra Mundial con- duziu à divisão da Península Coreana, que não foi aceita pelo norte socialista, levando à Guerra da Coreia (1950 a 1953). Oficialmente, essa guerra nunca terminou (houve um armistício que perdura até hoje) e a fronteira entre os países, estabelecida com base no paralelo 38°N e que conta com a Zona Desmilitarizada da Coreia (uma faixa de 238 km de extensão por 4 km de largura), é um dos locais de maior tensão geopolítica do planeta. Nos últimos anos, a questão da Coreia do Norte representou um grande desafio para a política externa do governo estadunidense, sobretudo por conta dos riscos representados pelo programa nuclear norte-coreano – tema que tende a aparecer de forma recorrente nos vestibulares em geral e no Enem. 173 Geografia Livro de atividades • Conflitos com forte atuação de grupos fundamentalistas e/ou terroristas • Guerra da Síria: desenvolvida pelo confronto de três forças principais – tropas do governo de Bashar al-Assad, que, embora seja alauita (uma facção islâmica mais próxima da dos xiitas, o que explica Assad contar com o apoio de lide- ranças xiitas regionais importantes, como o governo do Irã), comanda um estado laico com fortes vínculos históricos com a Rússia; tropas sunitas rebeldes, que tentam derrubá-lo com o apoio de Estados Unidos e Israel, entre outros aliados regionais; tropas fundamentalistas do Estado Islâmico, uma organização sunita dissidente da rede Al Qaeda, que tentou formar um califado no Oriente Médio, sobretudo em territórios do norte do Iraque e da Síria (região tradi- cionalmente habitada pelos curdos, que lutaram contra o Estado Islâmico). Em meados de 2020, a guerra caminhava para a vitória das tropas governistas e os territórios do Estado Islâmico já haviam sido quase totalmente recuperados. Guerra da Síria em novembro de 2019 Fonte: KARADAG, Bulend. Para entender a geopolítica da guerra na Síria. Disponível em: https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/para-en-tender-a-geopolitica-da-guerra-na-siria/. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptação. • Guerra do Afeganistão: travada entre a milícia fundamentalista dos Talibãs contra a coalizão que as retirou do poder em 2001, quando os Estados Unidos os retaliaram por darem abrigo a integrantes da rede Al Qaeda, que promoveu os ataques de 11 de setembro daquele ano. • Guerra no Iêmen: com forte presença da rede Al Qaeda e enfrentamentos entre facções islâmicas xiitas e sunitas. • Norte da África: além do conflito na Líbia, que envolve diversas facções – algumas de cunho fundamentalista – que lutam pelo poder desde a deposição do ditador Muamar Kadafi, cujo governo era laico, durante a Primavera Árabe, há grupos extremistas islâmicos em atuação em diversos países, sobretudo na Nigéria (grupo Boko Haram, associa- do ao Estado Islâmico), Mali, Somália e Sudão do Sul. • Mianmar: conflito envolvendo fundamentalistas budistas que contam com amparo governamental e reprimem a mi- noria da etnia Rohingya, que é muçulmana. O conflito produziu um dos maiores deslocamentos de refugiados da atualidade, com milhares de rohingyas fugindo, sobretudo para Bangladesh. Jo ão M ig ue l A lv es M or ei ra 174 3ª. série Além dos conflitos já mencionados, outra questão que produz grande tensão em algumas regiões do planeta é o avanço da xenofobia, sobretudo nos principais espaços de atração para as migrações internacionais. Nos Estados Unidos, esse tema foi um dos mais controvertidos na gestão de Donald Trump, que se elegeu prometendo combater a imigração de lati- nos e construir um muro na fronteira com o México. Na Europa, a questão migratória foi decisiva para o Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia) e é central na argumentação do crescente número de militantes e partidos políticos de extrema-direita, muitos de caráter neofascista, que ameaçam a União Europeia e exigem o fechamento das rotas migra- tórias. As principais penetram pelo Mediterrâneo, no sul da Itália (com destaque para a ilha de Lampedusa) e no Mar Egeu, vindo da Turquia, ou ainda envolvem os deslocamentos intracontinentais de migrantes oriundos dos países do leste europeu em direção às principais potências da Europa Ocidental. Sobretudo no caso europeu, os nacionalistas contrários à imigração utilizam como argumento a vulnerabilidade ao ter- rorismo. Essa associação, realizada sem maior reflexão sobre o conjunto de fatores envolvidos, é bastante incongruente e controversa. No entanto, é fato que o território europeu vem sendo alvo de sucessivos ataques terroristas no século XXI. Vários deles foram realizados por redes islâmicas fundamentalistas, como a Al Qaeda e o Estado Islâmico. Entre outros ataques, a Al Qaeda assumiu os atentados ocorridos em trens de Madri (2004), ônibus e metrôs de Londres (2005) e contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo, em Paris (2015). O atentado ocorrido em Nice, em 2016, quando um caminhão foi lançado sobre a multidão matando 86 pessoas e ferindo outras centenas, foi reivindicado pelo Estado Islâmico. No entanto, o terrorismo de extrema-direita, desencadeado por neofascistas, também está presente na Europa, como nos atentados ocorridos em Oslo, na Noruega, em 2011, realizados por um xenófobo supremacista branco. Nos EUA, as ações de supremacistas de extrema-direita também já produziram muitas vítimas em atentados, sendo re- correntes os casos de atiradores atacando pessoas em eventos, escolas e outros locais. O terrorismo pode ser manifestado por extremistas ideológicos e religiosos de orientações diversas. Na América Latina, o principal destaque no que se refere às tensões geopolíticas do período mais recente foi a pa- cificação da Colômbia, que esteve por mais de 4 décadas em guerra civil, obtida após o acordo de paz fechado entre o governo colombiano e a principal organização militar guerrilheira, as Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Em contraponto, a vizinha Venezuela vive um período de grande instabilidade econômica e política – que também se reflete em situações de violência e fez com que milhares de pessoas se tornassem refugiadas, que buscaram abrigo em países vizinhos, inclusive no Brasil – desencadeado após a morte do presidente Hugo Chávez em 2013. O atual governo represen- tante, do mesmo grupo político de Chávez, enfrenta grandes pressões de opositores internos, apoiados por boa parte da classe empresarial do país e pelos EUA. Mesmo assim, com apoio em alguns setores populares e utilizando mão de ferro para concentrar o poder por meio de manobras políticas controversas, ele ainda vem se mantendo no governo, mesmo com a grande deterioração econômica e social do país nos últimos anos. A ONU e outras instituições multilaterais Na tentativa de mediar as relações internacionais e promover a cooperação entre os povos, as Nações Unidas foram criadas ao fim da Segunda Guerra Mundial para substituir a antiga Liga das Nações. As principais instâncias de debate da ONU são: • Assembleia Geral: todos os países podem se manifestar e votar. No entanto, as decisões aprovadas têm caráter apenas recomendatório e não compulsório. • Conselho de Segurança: formado por 15 membros, dos quais 5 são permanentes e possuem o direito de vetar as deci- sões – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China. Os demais são rotativos, assumindo mandatos de 2 anos. É o Conse- lho de Segurança que pode aprovar medidas de caráter intervencionista, como a imposição de embargos e a autorização para ações militares. Além da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, a ONU apresenta uma série de instituições conectadas às suas estruturas, que atuam nos mais diversos ramos em caráter internacional. Entre os principais exemplos estão: a OMS (Orga- nização Mundial da Saúde), que comandou a luta internacional contra a pandemia da Covid-19; a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância); a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados); a Corte Internacional de Justiça; a OMC (Organização Mundial do Comércio); e instituições financeiras, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. A estruturação de organizações multilaterais de parceria entre países é uma das marcas do tempo atual. No mundo globalizado, a busca por objetivos comuns leva à formação de diversos tipos de blocos e acordos. No início do século XXI, um dos que mais ganhou destaque foi o BRICS (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), grupo que envolve os principais países emergentes do mundo. As articulações do BRICS, além de fortalecerem as relações entre esses países em âmbito político e comercial, permitiram uma melhor atuação de todos eles como bloco no cenário geopolítico internacional, fazendo frente aos tradicionais polos de poder centralizados nos Estados Unidos, União Europeia e Japão. Entre outras iniciativas, por exemplo, o BRICS lançou o banco BRICS, ou NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), que desde 2014 se 175 Geografia Livro de atividades Países que, juntamente à União Europeia, integram o G-20: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Ar- gentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. O G-20 ampliou debates que antes ficavam restritos ao G-7 (o grupo que originalmente reunia as sete maiores economias do planeta – situação atualmente defasada, já que, por exemplo, a China não o integra). Durante um determinado período após o final da Guerra Fria, o G-7 passou a ser G-8, com a incorporação da Rússia, em uma tentativa de aproximar os russos geopoliticamente dos interesses ocidentais. No entanto, após a anexação unilateral do território ucraniano da Crimeia pela Rússia em 2014, os russos foram expulsos do G-8 em retaliação. A ECONOMIA NO MUNDO GLOBALIZADO Entre as principais características do mundo globalizado estão: • intensa expansãomundial das atividades comerciais e financeiras; • intercâmbios econômicos entre os países e as populações; • profundas inovações tecnológicas e conexão em rede a partir do aperfeiçoamento da internet; • circulação de informações e capitais em tempo real por todo o planeta; • virtualidade das relações. Para compreender melhor o funcionamento do mundo globalizado, é preciso estar familiarizado com a geografia das redes. Elas são sistemas integrados caracterizados pelas conexões e pelos fluxos entre os elementos que as compõem. As redes podem ser virtuais, como as conexões de telefonia, ou físicas, como os traçados das vias de transporte. As novas tecnologias desenvolvidas a partir da 3.ª e da 4.ª Revolução Industrial, sobretudo a informática e o fortaleci- mento das redes, proporcionaram a consolidação do que é chamado hoje de MTCI (Meio Técnico-Científico-Informacional), marcado pela profunda integração entre a ciência e a técnica. O conhecimento, na atualidade mais do que em qualquer outro período da história da humanidade, é um dos elementos mais valorizados pelo mercado. Por isso, tornou-se tão importante o fenômeno geográfico do surgimento dos tecnopolos, ou seja, centros de produção de alta tecnologia, onde empresas usufruem de espaços de formação de mão de obra altamente qualificada. Entre os mais conhecidos tecnopolos mundiais estão o Vale do Silício, situado nas imediações da cidade de São Francisco, na Califórnia, que reúne muitas das principais empresas de informática do mundo. No Brasil, um dos principais tecnopolos se situa no eixo entre as cidades de Campinas e São José dos Campos, com destaque no desenvolvimento de indústrias sofisticadas, como biogenética e aeroespacial, aproveitando a mão de obra especializada formada nos importantes centros universitários ali existentes. Outra importante marca do mundo globalizado é o distanciamento cada vez maior entre a economia real e a virtual. O ca- pital produtivo, aquele vinculado diretamente à produção e gerador da maioria dos empregos no mercado de trabalho, mo- vimenta um volume financeiro cada vez menor em relação ao capital especulativo, vinculado à comercialização de títulos e papéis nas bolsas de valores, e que encontra espaços privilegiados para se proliferar nos chamados paraísos fiscais – locais onde a fiscalização sobre a origem dos recursos financeiros é mais branda, facilitando inúmeras possibilidades, inclusive de lavagem de dinheiro obtido por fontes ilícitas, como a corrupção ou o narcotráfico. Desde o fim da Guerra Fria, os países já vinham percebendo as dificuldades de atuar isoladamente no cenário complexo do mundo globalizado. A principal tendência que se verificou desde então foi a consolidação dos blocos econômicos já existentes e a formação de novos blocos. apresenta como uma alternativa de financiamento ao mundo periférico e emergente em relação ao FMI e ao Banco Mundial, cujos interesses estão profundamente vinculados aos dos países desenvolvidos. No mundo rico, uma das principais instituições multilaterais é a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvi- mento Econômico), fundada em 1961 e que conta atualmente com 37 países, a maioria deles desenvolvidos. O Brasil vem se candidatando a ingressar na OCDE nos últimos anos. Do ponto de vista econômico, a presença do Brasil no G-20 pode facilitar sua entrada na OCDE. O G-20 foi criado em 1999 e é integrado pelos principais países desenvolvidos e emergentes do planeta e pela União Europeia. 176 3ª. série Tipos de blocos econômicos: A União Europeia foi o bloco econômico que mais avançou entre os existentes no mundo. No entanto, apenas 19 dos atuais 27 países signatários (depois do Brexit) se incluem na chamada Zona do Euro. O bloco enfrenta um de seus momen- tos mais desafiadores desde que foi formado, com o avanço, como já foi dito, do discurso nacionalista antibloco em diversos países europeus. O antigo Nafta foi recentemente reformulado e rebatizado, passando a chamar USMCA (iniciais de Estados Unidos, México e Canadá). As reformas, no entanto, não proporcionaram a superação das disparidades evidentes nos benefícios que o bloco ofe- rece aos Estados Unidos (principalmente) e ao Canadá, em comparação com o que o México realmente ganha nessa associação. O Mercosul é integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai (estados fundadores) e a Venezuela (que ingressou em 2012, mas está suspensa por divergências políticas no bloco), tendo na Bolívia um provável futuro integrante, já que ela está em estado de adesão. Os demais países sul-americanos são considerados associados. Um dos desafios recentes do Mer- cosul é consolidar o acordo firmado com a União Europeia, que enfrenta dificuldades sobretudo pelas críticas de diversos países europeus à política ambiental brasileira. Outros dos principais blocos em atividade no mundo são: • Apec (Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico): integrada por 20 países da América, Ásia e Oceania. • Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático): integrada por 10 países. • Comunidade Andina: integrada por 5 países sul-americanos. • UA (União Africana): integrada por 53 países africanos. • SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral): integrada por 14 países do centro e sul africanos. Comércio mundial – o papel do Brasil e os desafios da OMC O expressivo desenvolvimento tecnológico das vias de comunicação e o barateamento dos sistemas de transporte internacional no mundo globalizado impulsionaram substancialmente o comércio mundial. Assim, no atual contexto, faz mais sentido tratar das polarizações desencadeadas por disputas comerciais do que das meramente geopolíticas de cunho ideológico, como ocorria no período da Guerra Fria. Nesse sentido, o papel desempenhado atualmente pela OMC, instituição criada em 1995 para regulamentar os acordos que regem o comércio mundial, é extremamente estratégico, na tentativa de mediar os conflitos de interesse. O principal deles, que atualmente afeta toda a economia mundial, é entre os EUA e a China. Depois que se tornou o maior país-fábrica do planeta e passou a incorporar tecnologias cada vez mais sofisticadas na produção científica e industrial, a China vem abocanhando fatias cada vez mais expressivas do mercado mundial, inclusive dentro dos EUA, que, como a maioria dos demais países do mundo, tem muitas dificuldades para competir com os produtos chineses. Um dos desafios da OMC é reduzir o protecionismo, estratégia comumente adotada por muitos países para reduzirem sua vulnerabilidade no mercado mundial. As políticas protecionistas envolvem a imposição de barreiras e impostos aos pro- dutos importados e o fornecimento de expressivos subsídios aos produtores locais, visando dar-lhes melhores condições de competição no mercado. Atualmente, a OMC enfrenta o desafio de desemperrar a chamada Rodada de Doha, que teve início no Catar em 2001 e ainda ocupa boa parte dos debates entre os países signatários sem que haja a superação dos impasses, e que, entre outros temas, trata exatamente da questão do protecionismo. Em geral, o mundo periférico reivindica que os países ricos reduzam suas políticas protecionistas, que prejudicam sobretudo aqueles cujas economias dependem expres- sivamente da exportação de commodities (produtos primários cuja cotação é estabelecida pelo mercado internacional). Mesmo que o Brasil possua a economia mais diversificada do que a de outros exportadores de commodities, como a maioria dos países africanos, elas representam uma importante parcela das exportações brasileiras. Essa condição revela a manutenção da incorporação histórica do país na Divisão Internacional do Trabalho como grande fornecedor de matérias-primas e importador de produtos de maior tecnologia, que persiste desde o período colonial. Em 2018, 50% das ZONA DE LIVRE COMÉRCIO Tarifas alfandegárias reduzidas ou eliminadas. Ex.: USMCA (antigo Nafta). UNIÃO ADUANEIRA Além da redução de tarifas, negocia-se em bloco com outrospaíses ou blocos. Ex.: Mercosul (em seu atual estágio). MERCADO COMUM Vai além da união aduaneira ao facilitar a circula- ção de pessoas, capitais e serviços no bloco. Ex.: projeto futuro do Mercosul. UNIÃO MONETÁRIA Integração econômica, política e nas estratégias de defesa, com criação de uma moeda única. Ex.: União Europeia. 177 Geografia Livro de atividades Exemplos de produtos para cada categoria de classificação: • Produtos primários: soja, milho, algodão, frutas, carne crua e congelada, minério de ferro, alumínio, etc. • Semimanufaturados: açúcar de cana, óleo de soja, celulose, borracha (sintética e artificial), couro, sucos, ferro fundido e ligas de ferro, etc. • Manufaturados: automóveis e peças, plásticos, calçados, óleos combustíveis, papel, máquinas, equipa- mentos elétricos e eletrônicos, etanol, móveis, instrumentos de medida, medicamentos, etc. A China é, atualmente, o maior parceiro comercial brasileiro, tanto em exportações como nas importações. Como o Brasil exporta mais para os chineses, sobretudo commodities agropecuárias, do que importa os seus produtos, a balança comercial entre os dois países é favorável ao Brasil. Depois da China, os principais destinos das exportações brasileiras em 2019 foram a União Europeia, os Estados Unidos e a Argentina. O crescimento do comércio no mundo global, como já foi dito, está diretamente atrelado à eficiência das redes multi- modais de transporte. A maior parte do transporte de cargas na atualidade é feita por via marítima. O fluxo de mercadorias transportadas nas rotas oceânicas envolve um volume que se aproxima dos 10 bilhões de toneladas por ano. O transporte marítimo e a operação dos portos foram facilitados por meio de uma invenção simples: a adoção do sistema de contêineres, cuja praticidade facilita o embarque, a acomodação nos navios e portos e o desembarque de mercadorias. As principais rotas marítimas de comércio concentram-se no Atlântico Norte e no Pacífico Norte. Observe, no mapa a seguir, a distribuição dos principais fluxos de comércio marítimo e de locais estratégicos dessa rede, como os canais do Panamá e de Suez. Pontos estratégicos e principais rotas marítimas Fonte: MEROLA, Vivian F. M. Os portos na nova economia global: uma proposta de gestão ambiental estratégica para promoção da sustentabili- dade e saúde em cidades portuárias. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6140/tde-09022018-171955/publico/VivianFer- nandaMendesMerolaORIGINAL.pdf. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptação. Lu ci an o D an ie l T ul io exportações brasileiras era de produtos básicos; 36% de produtos manufaturados; 13% de produtos semimanufaturados e 1% de outras modalidades. 178 3ª. série Os maiores portos do mundo na atualidade situam-se na Ásia, com destaque para os de Xangai, o de Ningbo-Zhoushan (China) e o de Cingapura. Fora da Ásia, o maior porto em operação continua sendo o de Roterdã, situado na foz do Rio Reno, na Holanda. No Brasil, o maior porto em volume total de cargas é o de Santos. O porto de Paranaguá também se destaca por ser o maior porto graneleiro não apenas do Brasil, mas de toda a América Latina. A navegação fluvial também é de grande importância para muitos países do mundo, sobretudo aqueles que possuem extensos trechos de rios de planície, como EUA, Canadá, China ou os países europeus. No Brasil, os sistemas de hidrovias ainda são limitados e subutilizados. Os principais são a hidrovia Tietê-Paraná, inserida na Bacia Platina e importante no es- coamento de grãos, e as vias de transporte fluvial instaladas na bacia amazônica, que representam a principal modalidade de transporte local. O transporte aéreo também teve grande impulso nas últimas décadas, tornando-se mais acessível a uma parcela da população que antes não sabia o que era viajar de avião e também adquirindo maior importância no transporte de cargas. De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, conforme a sigla em inglês), somente entre 2012 e 2017, o número de passageiros transportados aumentou de 2,98 bilhões para quase 4 bilhões. O contexto da pandemia de 2020, no entanto, impactou expressivamente esse segmento do mercado mundial, levando inclusive diversas empresas aéreas à falência. Quanto aos transportes terrestres, o modal ferroviário tem grande importância em muitas regiões do mundo desenvol- vido, como a Europa e a América Anglo Saxônica, e em alguns países do BRICS, sobretudo a Índia e a Rússia. No Brasil, lamentavelmente, a rede de transporte ferroviário é quase insignificante quando comparada às mais importantes do mundo. O Brasil, desde sua industrialização no século XX, fez a opção pelo modal rodoviário, que é o mais caro e um dos mais po- luentes dos sistemas de transporte de pessoas e cargas. GEOGRAFIA AMBIENTAL Poucas questões dependem tanto do avanço da diplomacia internacional e do fortalecimento das instituições multilate- rais na atualidade como a ambiental. O enfrentamento dos principais problemas ambientais mundiais exige a cooperação entre países e a troca de tecnologias, que comumente esbarram nos impasses sobre o custeio de programas que possam ser, de fato, efetivos, ou mesmo na dificuldade de superação de modelos de vida e desenvolvimento que se estruturaram sobre a depredação insustentável dos recursos naturais. Desde o advento do ambientalismo moderno, ocorrido a partir da década de 1960, as Nações Unidas se tornaram o principal espaço de debates sobre o tema. A ONU já promoveu diversas conferências mundiais sobre o meio ambiente – algumas delas ocorridas no Brasil. As principais foram: • Estocolmo (1972): marcada pela visão ecomalthusiana difundida pelo Clube de Roma. A principal contribuição dessa conferência foi a criação do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Clube de Roma: grupo de debates surgido na capital italiana em 1968, que reunia cientistas e políticos dispostos a discutir, de forma inédita até então, os problemas ambientais e os incipientes estudos em ecologia. Embora pioneiros no reconhecimento dos limites ambientais do planeta, eles estavam fortemente influenciados pela perspectiva neomalthusiana, que estava muito em voga na década de 1960 por conta do contexto de expressivo crescimento populacio- nal no período pós-Guerra. Por isso, acabaram cometendo o equívoco de não questionar o desenvolvimento predatório associado, sobretudo, aos países ricos e direcionaram suas críticas e propostas para a questão do elevado crescimento populacional, pois em sua visão era o excesso de pessoas que estaria pres- sionando os limites do planeta. Isso fez com que as maiores responsabilidades recaíssem sobre os países mais pobres, onde havia crescimento populacional descontrolado. • Convenção de Viena (1985) e Protocolo de Montreal (1987): trataram do acordo internacional realizado para impedir a emissão de gases que agridem a camada de ozônio. 179 Geografia Livro de atividades • Rio de Janeiro (1992): também conhecida como Eco-92, essa conferência é considerada a mais importante e a que trouxe mais avanços ao debate ecopolítico internacional. Nela foi consolidada uma nova visão sobre os problemas ambientais, baseada no conceito de desenvolvimento sustentável, que havia norteado o relatório Nosso Futuro Comum (também conhecido por Relatório Brundtland, que era o sobrenome da norueguesa que o coordenou em 1987). De acordo com o Relatório Brundtland, “O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilida- de de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. O conceito parte do princípio de que as nações que se desenvolveram economicamente no planeta, sobretudo após a Revolução Industrial, fizeram-no a partir de um modelo de desenvolvimento extremamente impactante e predatório – portanto, “insustentável” – para a natureza. Assim, seria catastrófico que os demais paí- ses que desejam se desenvolver copiassem o modeloadotado anteriormente. O que deveria nortear as perspectivas de desenvolvimento seria o conceito da sustentabilidade, extraído da Biologia. Até porque essa ciência demonstra que qualquer espécie que não viva de forma sustentável tende a desaparecer, já que os recursos do planeta são limitados. Se fosse aplicado corretamente, o conceito de desenvolvimento sustentável faria com que a economia tivesse que se adap- tar às perspectivas da Ecologia, e não o oposto, como ainda ocorre na maioria das situações e países. • Kyoto (1987): local onde foi lançado o primeiro acordo internacional, que vinha sendo debatido desde a Rio-92, sobre a limitação da emissão de gases do efeito estufa. Embora tenha fracassado, o Protocolo de Kyoto até hoje permanece sendo uma importante referência nas políticas de enfrentamento ao aquecimento global, como o Mecanismo de Desen- volvimento Limpo (MDL), que estabeleceu normas para o funcionamento de um mercado de créditos de emissões de carbono entre os países signatários. • Joanesburgo (2002): também conhecida como Rio+10, a conferência foi considerada um fracasso ecodiplomático, já que foram registrados poucos avanços em relação à conferência do Rio de Janeiro. • Rio de Janeiro (2012): também conhecida como Rio+20, a conferência teve resultados controversos, já que, embora te- nha registrado alguns avanços, como no tema da proteção dos oceanos, escancarou o fracasso do Protocolo de Kyoto. • Paris (2015): também conhecida como COP-21 (as COPs são reedições da Conferência das Partes da Convenção-Qua- dro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas), marcou o lançamento do Acordo de Paris, que substituiu o Protocolo de Kyoto como a grande aposta diplomática internacional para enfrentar a mudança climática. Ao contrário do Protocolo de Kyoto, que tinha metas compulsórias de redu- ção de emissões de GEE (gases do efeito estufa) para os países signatários e previa um sistema punitivo àqueles que não as cumprissem (baseado no MDL), o Acordo de Paris é considerado bem mais brando em suas normas, já que os próprios países apresentaram as metas que pretendem atingir nas próximas dé- cadas e não há clareza sobre o que acontece a cada um deles caso as metas não sejam atingidas. Em 2019, os EUA, que já não tinham ratificado o Protocolo de Kyoto, oficializaram a decisão de abandonar o Acordo de Paris até novembro de 2020. A saída dos EUA é um duro golpe na luta contra o aquecimento global, pois trata-se de um dos países que mais emitem GEE no planeta e sua decisão pode influenciar outros países a fazerem o mesmo, como ocorreu no Protocolo de Kyoto. 180 3ª. série A questão da mudança climática O planeta Terra, assim como alguns outros do Sistema Solar, possui um efeito estufa natural. D iv an zi r P ad ilh a. 2 00 9. D ig ita l. Fonte: FUCCI, Victor H. Estudo de caso sobre o registro público estadual de emissões de gases de efeito estufa no estado do Paraná. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/52343/R%20-%20E%20-%20VICTOR%20HUGO%20FUCCI.pdf?- sequence=1. Acesso em: 30 set. 2020. Embora o principal gás do efeito estufa seja o vapor-d’água, sua presença na atmosfera está condicionada pelo ciclo hidrológico, e os efeitos que ele produz tendem a ser mais imediatos e pontuais do que aqueles decorrentes do acúmulo de metano (CH4) e, principalmente, dióxido de carbono (CO2). O carbono existente no planeta também está vinculado a um ciclo, no entanto ele foi alterado pelas ações antrópicas. Desde o advento da era industrial, a humanidade está acessando depósitos carboníferos que estavam acondicionados no subsolo terrestre (portanto, fora do ciclo atmosférico, há milhões de anos) e os trazendo à superfície, sobretudo na forma de carvão mineral e petróleo, para serem queimados para a geração de energia. Dessa forma, a concentração de carbono na atmosfera vem aumentando de forma substancial, sobretudo nos últimos cem anos. Estudos paleoclimáticos revelam que essa concentração se manteve abaixo das 300 ppm (partes por milhão) nos últimos 650 mil anos. No entanto, desde meados do século XX, essa barreira foi ultrapassada e, em 2013, superou as 400 ppm e continua aumentando. Atualmente, já está comprovado que esse excesso de carbono não tem origem magmá- tica (o que descarta a hipótese de que ele seria decorrente de um suposto período com uma quantidade maior de erupções vulcânicas), mas sim fóssil. Também está comprovada a relação direta entre a concentração de carbono na atmosfera e a temperatura média do planeta – embora haja uma série de outros fatores que também interfiram nas dinâmicas do clima, em relações bastante complexas. O tema ainda não é plenamente consensual, mas a imensa maioria da comunidade científica atualmente está convencida de que a mudança climática que está em curso decorre da presença excessiva de GEE na at- mosfera, cuja elevação na concentração decorre das ações antrópicas. A Paleoclimatologia é uma ciência relativamente recente que permite que os pesquisadores, utilizando amos- tras de gelo obtidas em geleiras muito antigas, consigam estabelecer quais eram as condições químicas e cli- máticas da atmosfera em tempos remotos. Já foram obtidas amostras de gelo de 650 mil anos atrás em geleiras da Antártica. Efeito estufa A B C B – Alguma radiação solar é refletida pela Terra e atmosfera de volta ao espaço C – Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida pela superfície da Terra, mas não regressa ao espaço, pois é refletida de novo e absorvida pela camada de gases de estufa que envolve o planeta. O efeito é o aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera A – A radiação solar atravessa a atmosfera. A maior parte da radiação é absorvida pela superfície terrestre e aquece-a ATMOSFERA 181 Geografia Livro de atividades A temperatura média do planeta, que em seu ciclo natural leva aproximadamente 40 mil anos para subir ou descer em torno de 5 °C, elevou-se em 0,5 °C apenas no século XX e outros 0,7 °C desde o início do século XXI. Essa mudança pro- duz alterações distintas no planeta: nas latitudes mais altas, o aquecimento registrado foi mais elevado do que nas regiões situadas nas proximidades da Linha do Equador. As consequências associadas à mudança climática são múltiplas, uma vez que uma única delas desencadeia uma série de outras. Entre as principais que vêm sendo verificadas podem ser apontadas: • aumento de energia acumulada na atmosfera, tornando os climas mais extremos e a alternância entre períodos de inten- so calor, frio, chuvas e secas se torne mais marcante; • derretimento de geleiras mais acentuado do que no ciclo natural, sobretudo no Polo Norte; • elevação do nível médio dos oceanos, que pode subir 1 m (ou mais) até 2100, colocando países insulares, como as Maldivas, e determinadas áreas litorâneas em risco; • elevação da temperatura de águas oceânicas em determinadas regiões, favorecendo a formação de furacões mais for- tes, maiores e mais frequentes e prejudicando os corais; • descongelamento do permafrost – uma área extensa e profunda de solo congelado, muito rica em matéria orgânica, que ocupa as regiões próximas aos polos, sobretudo as circunvizinhas ao Círculo Polar Ártico, que são bem mais abundantes; • mais instabilidade nas regiões montanhosas pela incidência de chuvas orográficas mais extremas, aumentando os riscos de deslizamentos de encostas; • maior frequência de enchentes em vales, seja pelo transporte periódico de volumes mais intensos de água, seja pela maior dificuldade de descarga nos oceanos; • incontáveis prejuízos à biodiversidade, com milhares de espécies necessitando de adaptação para sobreviver e outras tantas ameaçadas de extinção. As Nações Unidas criaram o IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas) em 1988, com o objetivo que ele se transformasse no principal espaço para a compilação de estudos realizados por pesquisadores de todo o mundo sobre a mudança climática.Os relatórios periodicamente publicados pelo órgão se tornaram referência para acompanhar a evolução do problema e orientar a busca de soluções. Há um consenso entre os cientistas que um acréscimo de 2 °C na temperatura média do planeta em um período de tem- po tão curto seria catastrófico em muitos sentidos. Como o século XX já registrou a elevação de 0,5 °C, os debates que vêm sendo conduzidos desde a Rio-92 apontam para a necessidade de que no século XXI o aquecimento seja contido dentro do limite de mais 1,5 °C. Esse é o principal objetivo do Acordo de Paris. Previsões mais pessimistas, no entanto, alertam que, sobretudo pela falta de medidas mais efetivas e imediatas, esse aquecimento poderia se aproximar dos 5 °C até 2100. Outros temas ambientais recorrentes nos vestibulares de SP e MG A temática ambiental tem aparecido com frequência nos principais concursos vestibulares e no Enem. Uma tendência é associá-la a outros temas, como geografia agrária, urbana, econômica e da população. Nesse sentido, convém estar atento aos desdobramentos decorrentes de graves problemas ambientais, tal como a migração de refugiados climáticos ou os prejuízos socioeconômicos associados à poluição, sobretudo para as comunidades mais vulneráveis. Um dos problemas ambientais mais graves da atualidade cujos impactos se refletem em múltiplos setores é o compro- metimento dos recursos hídricos disponíveis. A água potável que está disponível para o consumo imediato dos seres vivos na Terra representa apenas 0,016% do total da água existente no planeta. O restante está nos oceanos (97,2%), geleiras (2,15%), depósitos subterrâneos (0,62%) e atmosfera. Mesmo assim, se considerarmos que nesse percentual proporcionalmente pequeno estão inseridos todos os volumes das águas fluviais e lagos do mundo, observaremos que ainda há muita água disponível para as necessidades humanas e da biodiversidade. O problema é que boa parte dela já está poluída e, já há muito tempo, o ritmo de consumo e poluição é superior ao da reciclagem, mesmo considerando o conjunto expressivo de técnicas de tratamento atualmente em operação. Dessa forma, gerenciar os recursos hídricos disponíveis torna-se, a cada dia, uma condição mais necessária para a susten- tabilidade e para nossa sobrevivência, já que não vivemos sem água. De acordo com a ONU, a quantidade mínima de água necessária por pessoa para atender a todas as suarefs demandas é de 1 700 m³/ano. Abaixo disso configuram-se situações de estresse hídrico (entre 1 000 e 1 700 m³/ano), escassez hídrica (entre 500 e 1 000 m³/ano) e escassez absoluta (abaixo de 500 m³/ano). 182 3ª. série Quanto ao consumo de água demandado por setores distintos, temos como médias mundiais aproximadas: • consumo agropecuário: 70% (tendendo a ser maior nos países periféricos); • consumo industrial: 20% (tendendo a ser maior nos paí- ses centrais); • consumo doméstico: 10% (tendendo a ser maior nos países centrais). O cenário de crescente escassez hídrica e o comparti- lhamento de recursos transfronteiriços (bacias fluviais, lagos e aquíferos) tem produzido o aumento substancial de con- flitos pelo controle das águas. A ONU registra a existência de dezenas de situações de tensão entre países por conta dessa questão e há alguns estudiosos que apontam para a possibilidade das guerras pela água se tornarem um dos de- safios geopolíticos mais marcantes do atual século, seguin- do o exemplo do que ocorreu com o petróleo no século XX. Alguns exemplos de conflitos pela água são: • há muita tensão entre Etiópia, Sudão e Egito por conta da instalação de barragens na bacia do Rio Nilo; • o mesmo ocorre entre Turquia, Síria e Iraque, por conta de projetos de irrigação na bacia do Rio Eufrates; • a população da Bolívia se rebelou em 2000 por conta de uma desastrosa política de privatização das águas, gerando o que ficou conhecido como a Guerra da Água; • o mesmo ocorreu na Índia em 2006, tendo como alvo a ação predatória e poluente de uma indústria estrangeira de refrigerantes. Como pano de fundo de muitos desses conflitos, está o conflito de interesses entre, de um lado, alguns governantes e as grandes corporações transnacionais que atuam nesse setor estratégico, para quem a água se torna cada vez mais uma fonte de lucros, e, de outro lado, ativistas por direitos humanos e a população mais vulnerável, que defendem que o acesso à água para suprir as necessidades básicas é um direito de todos os seres vivos, que não pode ser cerceado por questões econômicas. O antagonismo entre as duas vi- sões, no entanto, só se justifica pelo cenário de escassez crescente, que tende a consolidar a água como a principal commodity do século XXI. Outro tema que ganhou ainda mais relevância no cenário da mudança climática, sobretudo por envolver diretamente o Brasil, é o do desflorestamento. Entre as florestas tropicais e equatoriais do planeta, a Amazônia ainda é a mais preservada, contando com aproxi- madamente 80% de sua área original conservada. No Vale do Congo (África) e na região do sudeste asiático, sobretudo nas florestas da Indonésia, o desmatamento já atingiu pro- porções maiores. Mesmo no Brasil, há outros ecossistemas muito mais desmatados do que a Floresta Amazônica, como a Mata Atlântica (que atualmente possui menos de 10% de sua área original), o Cerrado (que foi diretamente impactado As ilhas de calor formadas sobre as grandes cidades podem produzir diferenças de até 10 °C entre a porção central e a periferia urbana. Isso ocorre porque: pela expansão do agronegócio, sobretudo o cultivo de soja) e a Mata das Araucárias, que praticamente foi extinta na se- gunda metade do século XX. No entanto, no que se refere à Floresta Amazônica, é importante observar que: • a área que já foi desmatada, mesmo parecendo propor- cionalmente pequena, é muito grande, já que a floresta é gigantesca; • esse desmatamento concentrou-se nas últimas décadas; • a recuperação de boa parte da área desmatada, ao con- trário do que ocorre em outros ecossistemas, é pratica- mente inviável. O ritmo do desmatamento amazônico, que vinha caindo desde o início do atual século, voltou a acelerar nos últimos anos, tornando-se um tema sensível não apenas de organi- zações ambientalistas brasileiras e mundiais, mas também da comunidade internacional. O controle das queimadas representa o principal problema brasileiro para cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. Um dos de- safios é equacionar o conflito de interesses entre, de um lado, os preservacionistas e as comunidades locais, sobre- tudo indígenas, e, de outro, os representantes do agrone- gócio nacional, que anseiam pela expansão das fronteiras agrícolas brasileiras para a Região Amazônica, mesmo que ela não seja ideal para a produção por conta dos solos frá- geis. Embora extremamente estratégico para a economia brasileira, o setor do agronegócio tende a estar envolvido também em outras controvérsias ambientais, como o uso excessivo de agrotóxicos e o manejo inadequado dos recur- sos hídricos. Há muitos problemas ambientais nos espaços urbanos. A ecologia das grandes metrópoles é outro tema da geogra- fia ambiental fartamente cobrado em concursos vestibula- res. Uma grande área urbana produz expressivas alterações nos sistemas naturais. Entre as principais destacam-se: • retificação, canalização, poluição e assoreamento de rios; • impermeabilização dos solos e excessiva perfuração para a instalação de poços artesianos, alterando subs- tancialmente o ciclo hidrológico; • deslocamentos de terra para a escavação de túneis e galerias e para a construção de aterros; • redução expressiva da cobertura vegetal; • alterações no microclima, na temperatura (ilha de calor), na umidade, na intensidade dos ventos e na formação de neblina, diretamente associados à concentração elevada de núcleos de condensação sobre a cidade. 183 Geografia Livro de atividades Outro grave problema ambiental registrado nascidades são as enchentes urbanas. Elas ocorrem por uma soma de fatores: • nas cidades, embora o ar seja mais seco do que no cam- po, a concentração das chuvas tende a ser maior; • a impermeabilização impede a infiltração natural da água, elevando o escoamento superficial; • o sistema de galerias, instalado para canalizar as águas para fora da malha urbana, muitas vezes é obsoleto ou está entupido por lixo; • a malha urbana tende a ocupar as áreas de várzea, que são a área de escape natural para os rios quando estes recebem acúmulo de volume de água. Você sabia? • que o ar nas cidades é mais seco do que no campo porque a transpiração é menor? • que, apesar disso, tende a chover mais e de forma mais concentrada nas cidades, por conta dos choques térmicos decorrentes da ilha de calor e pela maior presença de nú- cleos de condensação? • que a concentração de poluentes sobre a ci- dade reduz a quantidade de radiação solar que atinge o solo? Outros problemas socioambientais urbanos que pos- suem grande incidência nas grandes cidades brasileiras são os deslizamentos de encostas e a questão da destinação do lixo urbano. Os deslizamentos são fruto, em geral, da ocupação irre- gular das encostas urbanas e potencializados pelo fato de a urbanização brasileira ter se concentrado em áreas dobra- das próximas ao litoral, que é uma área extremamente úmi- da por conta da atuação de uma série de fatores climáticos. A elevada umidade do ar e o relevo dobrado produzem um elevado volume de chuvas orográficas, que incidem sobre áreas fortemente urbanizadas. Quanto ao lixo urbano, em 2010 foi sancionada a lei que extinguiria os lixões, dando prazo às prefeituras para que instalassem aterros sanitários nos municípios brasileiros que ainda não os possuíam. Tais prazos, no entanto, já foram prorrogados mais de uma vez e ainda há um percentual sig- nificativo de municípios brasileiros que não eliminaram seus antigos lixões. Finalizando esse resumo sobre a geografia ambiental, vale recordar alguns importantes acidentes ambientais que ocorreram recentemente no território brasileiro: • Em novembro de 2015, o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração no município de Mariana-MG produziu aquele que é considerado o maior desastre am- biental já ocorrido no Brasil, ocorrendo a contaminação de boa parte da bacia do Rio Doce, desde a região do acidente até a sua foz, no Espírito Santo. • Em janeiro de 2019, o rompimento de outra barragem em Minas Gerais, dessa vez no município de Brumadinho, embora tenha produzido impactos ambientais menores do que os de Mariana, foi o acidente que mais produziu mortes no país: 259 pessoas perderam a vida soterradas pela lama de rejeitos de mineração derramada. • Em setembro de 2019, uma extensa área do litoral nor- destino (e também alguns pontos do Sudeste) foi atingi- da por manchas de petróleo derramado em alto-mar. O desastre foi o maior derramamento de petróleo já regis- trado no país e, um ano depois, ainda não havia certeza sobre a origem do vazamento. • os poluentes formam um miniefeito estufa sobre a cidade; • há poucas áreas verdes e corpos hídricos para atenuar a amplitude térmica; • o albedo é potencializado em um labirinto de reflexões; • a própria cidade é uma emissora de calor, por conta da concentração de motores, gases aquecidos e até de pessoas. Os poluentes emitidos pela cidade formam uma abóbada de poluentes que pode atingir até 300 m de altitude. Quando a circulação vertical do ar é interrompida momentaneamente por fe- nômenos como o da inversão térmica (no qual uma camada de ar frio se instala abaixo do ar quente, impedindo a dispersão dos poluentes), o ar urbano se torna ainda mais nocivo aos seres vivos que ali habitam. • que, apesar disso, as cidades são mais quen- tes por conta da ilha de calor? • que muitas cidades apresentam o fenômeno da subsidência (afundamento lento) por con- ta da redução do volume de água subterrâ- nea? 184 3ª. série ATIVIDADES GEOPOLÍTICA b) a neutralidade do país diante da Guerra Fria, que caracterizou a segunda metade do século XX. c) a desmobilização de todos os contingentes mi- litares dentro e fora do país. d) a celebração das conquistas territoriais ocorri- das no século XIX e princípio do XX. e) a rejeição do militarismo, que marcara o país desde a segunda metade do século XIX. 3. (UFJF – MG) A disputa entre a Rússia e a Ucrânia pelo controle da Crimeia se agravou em fevereiro de 2014. No início de março, após a queda do en- tão presidente ucraniano Victor Ianukovici, Moscou enviou tropas para a República Autônoma da Cri- meia através do Mar Negro. Em 16 de março, a sua população aprovou por referendo a sua indepen- dência da Ucrânia, não reconhecida pelos EUA e pela União Europeia. No dia seguinte, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou decreto reconhecen- do a independência da península. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/03/ 1422015-entenda-porque-ucrania-e-russia-brigam-pelo-controle- -da-crimeia.shtml>. Acesso em 10/Out/2016. (Adaptado) (UNESP – SP) Leia o texto para responder às ques- tões 1 e 2. Enquanto os franceses e os britânicos tinham emer- gido da Primeira Guerra Mundial com um profundo trau- ma dos horrores da guerra e a convicção de que um novo conflito deveria, se possível, ser evitado, na Alema- nha só ocorreria algo parecido depois da Segunda Guer- ra Mundial. Os acontecimentos de 1945 levaram a uma profunda mudança na cultura popular e política da parte ocidental da Alemanha. Aos olhos desses alemães, a ex- trema violência de 1945 fez da Segunda Guerra Mundial “a guerra para acabar com todas as guerras”. (Richard Bessel. Alemanha, 1945, 2010. Adaptado.) 1. Entre os fatos que poderiam confirmar a interpreta- ção, oferecida pelo texto, sobre a atitude de fran- ceses e britânicos depois da Primeira Guerra Mun- dial, pode-se incluir a) a participação em um organismo internacional para a mediação de conflitos e o pacifismo que marcou a reação da França e da Grã-Bretanha à ascensão do nazismo. b) o fim da corrida armamentista entre as potên- cias do Ocidente e do Leste europeu e a elimi- nação dos arsenais alojados na Europa, na Ásia e no Norte da África. c) a repressão imediata e violenta, por França e Grã-Bretanha, a todos os projetos belicosos e autoritários que surgiram na Europa ao longo dos anos 1920 e 1930. d) o acordo para a constituição de uma polícia internacional, que vigiasse as movimentações militares das grandes potências e fosse coor- denada por um país não europeu, os Estados Unidos. e) a liberação, pela França e pela Grã-Bretanha, no decorrer das décadas de 1920 e 1930, de todas as suas colônias, para evitar o surgimento de guerras de emancipação nacional. 2. A mudança de mentalidade na Alemanha ociden- tal, ocorrida, segundo o texto, ao final da Segunda Guerra Mundial, envolveu, entre outros fatores, a) a decisão alemã de não voltar a se envolver em conflitos internacionais políticos ou diplomáticos. 185 Geografia Livro de atividades Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/06/ 1471046-russia-corta-provisao-de-gas-a-ucrania.shtml>. Acesso em 15/Out/2016. (Adaptado) Sobre a península da Crimeia, pode-se afirmar que: I. é uma região estratégica para a Rússia, pois lhe fornece acesso ao Mar Negro, facilitando o contro- le do canal que liga o Mar Negro ao Mar de Azov. II. cerca das 2 milhões de pessoas que residem na pe- nínsula da Crimeia, mais da metade se considera de origem russa e, inclusive, fala russo no dia a dia. III. cerca de 1/3 das exportações russas de gás à União Europeia passam pela Crimeia, e a Europa importa da Rússia cerca de um terço do gás que consome. Assinale a opção CORRETA: a) somente a alternativa I. b) somente a alternativa II. c) somente a alternativa III. d) somente as alternativas I e II. e) somente as alternativas II e III. 4. (UFU – MG) O conflito árabe-israelensee a questão da Palestina consistem num processo de caráter político, religioso, econômico e socioambiental. Considerando-se os recursos hídricos e a geopolí- tica local, é correto afirmar que, a) com a ocupação de territórios vizinhos, Israel teve acesso a novas fontes hídricas na Cisjor- dânia e no Rio Yarnuk, resolvendo o problema da falta de água. b) em todo o território original ocupado, a utiliza- ção da água subterrânea em Israel tem benefi- ciado os palestinos. c) para Israel, a água é um problema de segurança nacional e representa um dos maiores obstácu- los para um acordo de paz com os palestinos. d) para os judeus, primeiros sionistas que chega- ram à Palestina, a questão da água deixou de ter dimensão ideológica-religiosa. 5. (FEI – SP) A península foi dividida após a Segun- da Guerra Mundial, sendo que o Norte foi apoia- do pela URSS e o Sul pelos EUA. Posteriormente, as tropas da ONU lideradas pelos EUA entraram em confronto com o exército comunista chinês. A guerra continuou com confrontos na fronteira até 1953, quando o novo presidente dos Estados Uni- dos, Eisenhower, ofereceu a paz, mas ameaçou usar a bomba atômica se a China não aceitasse a oferta. Após o fim da guerra, o país acabou sen- do dividido tendo como base o paralelo 38°. O confronto deixou milhões de mortos civis e pode ser considerado como um dos mais importantes episódios da chamada Guerra Fria. Em termos da geografia política, a guerra propiciou: a) a divisão da Coreia em Coreia do Norte e Coreia do Sul. b) a criação de dois países na Península Industânica: a Índia e o Paquistão. c) a criação de dois novos países na península vietnamita: o Vietnã do Norte e o do Sul. d) a separação do Laos e do Camboja (Campuchea) na Península Indochinesa. e) o avanço do movimento separatista no Tibete na Caxemira. 6. (UEMG) A Espanha, assim como inúmeros outros Estados atual- mente constituídos, é um território multinacional, ou seja, é formada por várias nações ou por diversos grupos étnicos regionais com identidade nacional diferenciada àquela do país ao qual pertencem. Nesse sentido, esse território é um dos principais locais do mundo em que há movimentos se- paratistas, com um forte clamor pela independência local em busca da constituição de um novo país. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/movi- mentos-separatistas-na-catalunha.htm>. Acesso em: 23 nov. 2017. Referente às diversas nacionalidades que coexis- tem no território estatal da Espanha, assinale a al- ternativa correta. a) A segunda maior comunidade populacional da Espanha é a Catalã, a qual só é inferior à comu- nidade Andaluzia. b) As comunidades autônomas na Espanha come- çaram a existir logo após o fim da Guerra Civil espanhola em 1939. c) Dentre as comunidades autônomas que lutam oficialmente pelo separatismo na Espanha, es- tão grupos étnicos Bascos, Catalães, Madrile- nhos e Galegos. d) O quadro Guernica de Pablo Picasso buscou representar exatamente a diversidade étnica espanhola durante a 1ª. Guerra Mundial. 186 3ª. série 7. (FUVEST – SP) Dois eventos marcaram a diplomacia brasileira em relação ao Oriente Médio no início de 2019. Um deles foi o voto contra a resolução da ONU que pedia a desocupação militar das Colinas de Golã e sua devolução à Síria. Outro evento foi o anúncio de transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, mesmo não tendo sido levada adiante até setembro de 2019. Em relação a esses eventos, é correto afirmar que eles represen- tam a) I ‐ uma aproximação do Brasil em relação à po- sição dos EUA. II ‐ um potencial distanciamento do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU. b) I ‐ um distanciamento do Brasil em relação à posição da Palestina e uma aproximação em relação ao conjunto de países árabes. II ‐ uma potencial aproximação do Brasil em re- lação à posição da maioria dos países do Con- selho de Segurança da ONU. c) I ‐ um distanciamento do Brasil em relação à posição de Israel e uma aproximação em rela- ção aos palestinos. II ‐ um potencial distanciamento do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU. d) I ‐ um distanciamento do Brasil em relação à posição dos EUA. II ‐ uma potencial aproximação do Brasil em re- lação à posição da maioria dos países do Con- selho de Segurança da ONU. e) I ‐ uma aproximação do Brasil em relação à po- sição da Síria. II ‐ um potencial distanciamento do Brasil em relação à posição da maioria dos países do Conselho de Segurança da ONU. 8. (FGV – SP) Nos Jogos Olímpicos de 1980, disputa- dos em Moscou, os Estados Unidos lideraram um boicote que levou diversos países a cancelarem sua participação. Em 1984, foi a vez dos soviéticos liderarem um boicote aos jogos disputados em Los Angeles. A esse respeito, é correto afirmar: a) Apesar da implementação da Glasnost e da Perestroika por Gorbatchev, as tensões decor- rentes da bipolarização ainda se mantinham acirradas e explicam esses boicotes sucessivos. b) O boicote dos Estados Unidos teve como prin- cipal argumento a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas em 1979 e levou o governo americano a apoiar os rebeldes muçulmanos. c) O boicote da União Soviética aos jogos de Los Angeles teve como principal argumento a inva- são do Iraque pelas forças militares estaduni- denses. d) Os boicotes levaram ao maior estremecimento político entre Estados Unidos e União Soviética e quase precipitaram o conflito armado conhe- cido como a “crise dos mísseis”. e) Os países de terceiro mundo, liderados pela Índia, China e Brasil, lançaram um duro mani- festo contra União Soviética e Estados Unidos e também se negaram a participar dos Jogos de Moscou e Los Angeles. 9. (UNESP – SP) No dia 3 de junho de 2012, os jornais estamparam a notícia dos 60 anos de reinado da Rainha Elizabeth II. Ela foi coroada chefe de Estado da Grã-Bretanha e dos países da Comunidade Bri- tânica no dia 2 de junho de 1953. Assinale a alter- nativa que contém um acontecimento geopolítico ocorrido nos anos 1950, década em que a Rainha Elizabeth II assumiu o reinado. a) Ataque nuclear norte-americano ao Japão. b) Guerra da Coreia. c) Construção do Muro de Berlim. d) Criação da OPEP (Organização dos Países Ex- portadores de Petróleo). e) Dissolução da URSS. 10. (UNESP – SP) Coreia do Norte anuncia “estado de guerra” com a Coreia do Sul A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira [29.03.2013] o “estado de guerra” com a Coreia do Sul e que negociará qualquer questão entre os dois países sob esta base. “A partir de agora, as relações intercoreanas estão em estado de guerra e todas as questões entre as duas Coreias serão tratadas sob o protocolo de guerra”, declara um comunicado atribuído a todos os órgãos do governo norte-coreano. (http://noticias.uol.com.br. Adaptado.) A tensão observada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul está associada a: a) divergências políticas e comerciais, sendo que sua origem se deu após a emergência Nova Or- dem Mundial. b) divergências comerciais e econômicas, sendo que sua origem remete ao período da Guerra Fria. c) divergências políticas e ideológicas, sendo que sua origem se deu após a emergência da Nova Ordem Mundial. 187 Geografia Livro de atividades d) divergências políticas e ideológicas, sendo que sua origem remete ao período da Guerra Fria. e) um incidente diplomático ocasional, que não corresponde à grande tradição pacifista exis- tente entre as Coreias. 11. (UFSCAR – SP) Existem controvérsias a respeito da nova ordem mundial. Para uns, ela seria uni ou mo- nopolar; para outros, ela seria multipolar. Conside- re o exposto e assinale a alternativa que é indiscu- tivelmente correta. a) O poderio militar norte-americano, sem compe- tidores, é um argumento a favor de definição da nova ordem como multipolar. b) A unificação europeia, a recuperação econô-mica do Japão e a enorme expansão da China são fatores que pesam a favor do argumento da monopolaridade da nova ordem mundial. c) O avanço da globalização fortalece a ideia de um mundo unipolar. d) O sucesso da primeira guerra do Golfo, de 1991, sugeriu momentaneamente que os Estados Uni- dos poderiam desempenhar o papel de superpo- tência solitária e com uma estratégia unilateral. e) O fato de alguns países – Japão, Índia, Brasil e África do Sul – pleitearem uma vaga permanen- te no Conselho de Segurança da ONU é mais um indicador da monopolaridade no sistema internacional. 12. (FUVEST – SP) Folha de S.Paulo, 19/12/2014. Tendo em vista o que a charge pretende expres- sar e a data de sua publicação, dentre as legen- das propostas abaixo, a mais adequada para essa charge é: a) Suspensão do embargo econômico a Cuba por parte dos EUA. b) Devolução aos cubanos da área ocupada pelos EUA em Guantánamo. c) Fim do embargo das exportações petrolíferas cubanas. d) Retomada das relações diplomáticas entre os EUA e Cuba. e) Transferência de todos os presos políticos de Guantánamo, para prisões norte-americanas. 13. (PUC-SP) Sobre a origem da divisão “Norte/Sul” do mundo: É em 1980 que nasce o par Norte/Sul, numa publicação do Banco Mundial (presidido por Willy Brandt) da Comissão Independente sobre os problemas de desenvolvimento in- ternacional, intitulado Norte-Sul: um programa de sobrevi- vência. Em seguida o termo se torna corrente e é utilizado tanto no domínio público quanto nos materiais escolares. (Transcrição de palestra de Christian Grataloup. Vida e morte do par Norte/Sul, In: Les Cafés Géographiques, 30/09/2015, http://cafe-geo. net/, acesso 25/10/2015) A expressão Norte/Sul, de largo uso atualmente, tem uma história que revela um aspecto das rela- ções internacionais. A esse respeito, pode ser afir- mado que a) ela substitui a divisão do mundo entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, isso porque houve uma queda grande da desigualdade en- tre os países do mundo. b) essa divisão é apenas uma frase de efeito, pois ao pretender distinguir os países ricos dos po- bres, comete uma confusão, pois vários dos pa- íses ricos do mundo estão no Sul. c) como expressão da moda, tem o mesmo signi- ficado que a oposição entre Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo, e entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos. d) foram as desigualdades existentes na escala mundial, entre os países, que deram origem à distinção entre Norte/Sul. 14. (UEMG) Sobre a Questão da Geopolítica mundial, afirma-se: I. Atualmente, verificam-se práticas de terrorismo in- ternacional como formas de contestação do poder do mundo Ocidental. II. A criação do Sudão do Sul teve como origem a guer- ra entre os Estados Chade e Sudão no século XXI. III. As atividades ilícitas em rede, ampliadas pela globali- zação, ameaçam a soberania dos Estados-nação. IV. O Estado Palestino mantém sua autonomia sobre a totalidade das regiões da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. 188 3ª. série Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV. 15. (FUVEST – SP) Observe, na imagem noturna obtida por satélite, os limites territoriais do país A e países fronteiriços. www.exame.com.br 25/02/2014. Adaptado. a) Identifique o país A e cite uma razão para o fato de esse país, comparativamente a seus frontei- riços, aparecer na imagem como se estivesse às escuras. b) Explique, citando ao menos dois argumentos de ordem geopolítica, por que os EUA e alguns pa- íses da Europa Ocidental consideram esse país uma ameaça global e regional 16. (MACKENZIE – SP) A respeito da crescente onda ter- rorista verificada no mundo após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, julgue as afirma- ções que se seguem: I. A Al-Qaeda (“a base”, em árabe) foi criada por Osama bin Laden na década de 1980. É formada, principalmente, por fundamentalistas islâmicos e árabes. Ao grupo são atribuídos os atentados terroristas nas embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998. II. Hezbollah representa o movimento libanês que surgiu na década de 1980. Luta contra a influência ocidental no mundo islâmico e se baseia na dou- trina do aiatolá Khomeini, que liderou a revolução islâmica no Irã. O grupo se notabilizou por meio de atentados a bomba e combates a Israel. III. O grupo Hamas foi criado em 1987 depois da se- gunda intifada (resistência israelense à ocupação do território palestino). Contrário à existência do Estado Palestino, usa suicidas para promover ata- ques terroristas aos assentamentos de seus rivais. IV. Jihad Islâmica, organização formada no Egito, em 1980, por jovens palestinos. Atacar alvos israelen- ses é uma forma de estancar o processo de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O grupo assumiu a autoria de um atentado suicida em 12 de agosto de 2001 em um restaurante no norte de Israel. Estão corretas: a) I e II, apenas. b) I, II e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 17. (FUVEST – SP) Cada vez mais pessoas fogem da guerra, do terror e da miséria econômica que assolam algumas nações do Oriente Médio e da África. Elas arriscam suas vidas para chegar à Europa. Segundo estimativas da Agência da ONU para Refugiados, até novembro de 2015, mais de 850 mil refugiados e imigrantes haviam chegado por mar à Europa naquele ano. Garton Ash, Timothy. Europa e a volta dos muros. O Estado de S. Paulo, 29/11/2015. Adaptado. Sobre a questão dos refugiados, no final de 2015, considere as três afirmações seguintes: I. A criação de fronteiras políticas no continente africano, resultantes da partilha colonial, incrementou os confli- tos étnicos, corroborando o elevado número de refu- giados, como nos casos do Sudão e Sudão do Sul. II. Além das mortes em conflito armado, da intensi- ficação da pobreza e da insegurança alimentar, a guerra civil na Síria levou um contingente expressi- vo de refugiados para a Europa. 189 Geografia Livro de atividades III. A política do apartheid teve grande influência na Nigéria, país de origem do maior número de re- fugiados do continente africano, em decorrência desse movimento separatista. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 18. (MACKENZIE – SP) Observe os mapas: Mapa 1 Mapa 2 � Região da Caxemira � Colinas de Golan http://soinews2010.blogspot. com.br/2010/10/cdsi-discute- -questaodearmas menores.html http://www.midiaindependente. org/pt/blue/2012/03/504928. shtml Os mapas delimitam espaços geográficos em lití- gio na atualidade. Sob o ponto de vista geopolítico, podem-se destacar aspectos conflituosos seme- lhantes, dentre os quais: a) disputas por recursos minerais, especialmente imensas jazidas carboníferas, como também questões étnico-sociais. b) questões territoriais e disputas pelos recursos hídricos, já que as duas áreas possuem nascen- tes de importantes rios. c) disputas por áreas localizadas principalmente em pontos geográficos estratégicos favoráveis a determinados países, como também a saída para mares e oceanos. d) a divisão de suas fronteiras com importantes países emergentes, como também questões socioeconômicas milenares. e) disputas territoriais milenares devido à fertilida- de dos solos, como também as formações geo- lógicas estáveis que datam do Pré-cambriano. 19. (UNICAMP – SP) No período da Guerra Fria, os confli- tos geopolíticos implicavam riscos nucleares e ata- ques físicos a infraestruturas como estradas, redes elétricas ou gasodutos. Hoje, além dessas implica- ções, a Ciberguerra ou Guerra Fria Digital a) representa uma possibilidade real de interferên- cia em sistemas informacionais nacionais, mas seu uso efetivo mantém-se apenas como uma ameaça. b) baseia-se na capacidade integrada de sistemas computacionais espionaremgovernos antagô- nicos, com o objetivo de manipular informações de todo tipo. c) envolve o uso de softwares (malwares) e pro- gramas robôs para invadir redes sociais e com- putadores, mas nunca interferiu em processos eleitorais. d) visa ao controle da informação como uma for- ma de poder político, mas inexistem, no mundo, cibercomandos, ou seja, a quarta força armada. 20. (UNESP – SP) Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo dos Estados Unidos da Amé- rica aprovou uma série de medidas com o objetivo de proteger os cidadãos americanos da ameaça representada pelo terrorismo internacional. Entre as medidas adotadas pelo governo norte-america- no estão: a) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países aliados no combate ao terrorismo internacional; e a prisão imediata de árabes e muçulmanos que residissem nos Esta- dos Unidos. b) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a restrição da liberdade e dos direitos civis de suspeitos de associação com o terrorismo. c) a concessão de apoio logístico e financeiro a países que, autonomamente, pudessem com- bater grupos terroristas em seus territórios; e a preservação dos direitos civis de suspeitos de associação com o terrorismo, que residissem dentro ou fora dos Estados Unidos. d) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a fle- xibilização do ingresso nos Estados Unidos de pessoas oriundas de qualquer região do mundo. e) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países suspeitos de sediarem grupos terroristas; e a preservação dos princípios de liberdade individual e autonomia dos povos. 21. (FUVEST – SP) O grupo Boko Haram, autor do sequestro, em abril de 2014, de mais de duzentas estudantes, que, posterior- mente, segundo os líderes do grupo, seriam vendidas, nasceu de uma seita que atraiu seguidores com um dis- curso crítico em relação ao regime local. Pregando um 190 3ª. série islã radical e rigoroso, Mohammed Yusuf, um dos funda- dores, acusava os valores ocidentais, instaurados pelos colonizadores britânicos, de serem a fonte de todos os males sofridos pelo país. Boko Haram significa “a edu- cação ocidental é pecaminosa” em haussa, uma das lín- guas faladas no país. www.cartacapital.com.br. Acessado em 13/05/2014. Adaptado. O texto se refere: a) a uma dissidência da Al Qaeda no Iraque, que passou a atuar no país após a morte de Saddam Hussein. b) a um grupo terrorista atuante nos Emirados Ára- bes, país economicamente mais dinâmico da região. c) a uma seita religiosa sunita que atua no Sul da Líbia, em franca oposição aos xiitas. d) a um grupo muçulmano extremista, atuante no norte da Nigéria, região em que a maior parte da população vive na pobreza. e) ao principal grupo religioso da Etiópia, ligado ao regime político dos tuaregues, que atua em toda a região do Saara. 22. (UFLA – MG) EM 20 DE JULHO DE 1969, NEIL ARMSTRONG PISOU NA LUA A MISSÃO APOLLO 11 LEVOU UMA TRIPULAÇÃO DE TRÊS ASTRONAUTAS QUE ENTRARAM PARA A HISTÓRIA AO POUSAREM E EXPLORAREM A LUA PELA PRIMEIRA VEZ Disponível em https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/em-20-de- -julho-de-1969-neil-armstrong-pisou-na-lua-20072018, acesso em junho de 2019 A notícia veiculada na mídia no dia 20 de julho des- te ano comemorou os 50 anos da então chamada “Conquista da Lua”, evento que, por si só, signifi- cou um estrondoso feito tecnológico. No entanto, se aprofundarmos a análise sobre o fato em ques- tão, percebe-se que ele se situa em um contex- to histórico específico. Assinale a alternativa que situa CORRETAMENTE o fato ao contexto que lhe corresponde. a) A conquista da Lua no final dos anos 60 evi- denciou a corrida espacial durante o período da Guerra Fria. b) A conquista da Lua se incorporou ao processo de “militarização do espaço”, conhecido como “Guerra nas Estrelas”. c) A corrida espacial inaugurou uma nova etapa das “grandes navegações”, em uma alusão às “Grandes Navegações” dos séculos X e XI. d) A corrida espacial tem uma relação direta com a corrida armamentista na medida em que essa se remete à tecnologia bélica da Primeira Guer- ra Mundial. 23. (FGV – SP) O Sudão do Sul tornou um Estado inde- pendente em julho de 2011. Desde então, as rela- ções entre o Sudão e Sudão do Sul seguem mar- cadas por enfrentamentos armados e acusações mútuas. Sobre os fatores responsáveis pela tensão entre os dois países, leia as seguintes afirmações: I. Após a independência, o governo do Sudão do Sul optou por utilizar exclusivamente portos marítimos situados em seu próprio território para o escoa- mento de sua produção petrolífera. II. O governo do Sudão não reconheceu oficialmente a independência do Sudão do Sul, alegando fraude no plebiscito que a legitimou. III. Ambos os países reivindicam a posse de territórios ricos em petróleo situados na zona fronteiriça. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) II, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. 24. (FUVEST – SP) Considere as seguintes afirmações sobre a África Subsaariana. I. Um dos motivos que justificam os conflitos violen- tos, nessa parte do continente, é o da necessidade de controle dos recursos minerais aí abundantes. II. A violência e a impunidade aí presentes represen- tam desrespeito à Declaração dos Direitos Huma- nos e às Leis Internacionais sobre Refugiados. III. A assistência ao desenvolvimento dos países que a compõem foi incrementada em 40% pelos países ricos, entre os anos 1990-1999. IV. A África Subsaariana vem sofrendo limitações no desenvolvimento de sua produção local, devido ao fato de estar fora das prioridades dos mercados mundiais. Está correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I, II e IV. c) II e III. d) II, III e IV. e) III e IV. 191 Geografia Livro de atividades 25. (IFSULDEMINAS – MG) Refugiados ganham a vida vendendo comida síria em São Paulo. Alguns eram médicos, engenheiros e conta- dores na Síria. Outros já trabalhavam como chefs ou pa- deiros. Por profissão ou necessidade, alguns refugiados estão ganhando a vida em São Paulo vendendo pratos típicos de seu país. Fonte: Flávia Mantovani e Paula Paiva Paulo, do G1 São Paulo, de 21/09/2015. Refugiados são: a) imigrantes com alto nível de especialização em busca de empregos de alto escalão em multina- cionais encontradas nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. b) as pessoas que migram com suas famílias para os países do continente europeu e americano em busca de melhores condições de vida, de saúde e lazer a pedido do governo dos países de destino. c) as pessoas que migram, principalmente para países ricos, e sofrem aversão pela população nacional, que teme que os estrangeiros retirem seus empregos. d) as pessoas que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos so- ciais e que não possam (ou não queiram) voltar para seu país de origem. 26. (UEMG) O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados-ACNUR emitiu comunicado mundial que identifica algumas razões que moti- vam o êxodo de asiáticos e africanos para a Eu- ropa. Com base num trabalho contínuo de acom- panhamento e avaliação, e também a partir dos resultados de discussões em grupo e do contato diário com refugiados na Jordânia, Líbano, Egito, Iraque e Síria, o ACNUR identificou os principais fatores que motivam os emigrantes a buscar refú- gio fora da região, principalmente na Europa. Considerando o fluxo populacional apresentado no trecho acima, e as informações vinculadas pela mí- dia, é CORRETO afirmar que a) a maioria dos deslocados sírios que viajaram para o Iraque possuem um sentimento de segu- rança e confiança em relação ao seu país. b) as pessoas dos grupos minoritários veem