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G
overnança Corporativa
A
ntonio Pescum
a Junior
Código Logístico
59307
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6613-1
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 1 3 1
O objetivo fundamental das organizações transnacionais é o lu-
cro e a remuneração dos seus acionistas, com base no desen-
volvimento de novas tecnologias, processos e estratégias para 
ampliação de seus mercados em escala global. A governança cor-
porativa colabora para a intensificação desse cenário, regulamen-
tando práticas e gestão, a fim de ampliar horizontes para a acu-
mulação do capital por essas companhias internacionalizadas. O 
entendimento da governança corporativa colabora também para 
o aperfeiçoamento de novas formas de gestão, que podem, inclu-
sive, ser aplicadas em diversas empresas não internacionalizadas. 
 
A governança corporativa é um importante campo de estudo práti-
co para os futuros profissionais que pretendem ter sucesso em suas 
carreiras em um mundo sem barreiras e limites. Portanto, este livro 
colabora para o entendimento dessa lógica de operacionalização 
em um mercado globalizado e amplamente apoiado em transações 
digitais. Procura-se, neste livro, delinear o novo cenário do capi-
talismo, imerso em um processo de intensificação da participação 
dessas companhias, inclusive por meio de profundas consequências 
para a economia, como a geração de emprego e renda para todos 
os países ao redor do mundo.
Governança 
corporativa 
Antonio Pescuma Junior
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Vlad_Chorniy/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
P563g
Pescuma Junior, Antonio
Governança corporativa / Antonio Pescuma Junior. - 1. ed. - Curitiba 
[PR] : IESDE, 2020. 
96 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6613-1
1. Governança corporativa. 2. Programas de compliance. 3. Adminis-
tração de empresas. I. Título.
20-63209 CDD: 658.4
CDU: 005.94
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Antonio Pescuma 
Junior
Doutor em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da 
Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Economia 
Política pela Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo (PUC-SP). Bacharel em Economia. Professor nos 
cursos de MBA e consultor. Participante do Grupo 
de Avaliação de Tecnologias em Saúde – REPATS. 
Integrante do Comitê de Diálise junto à Sociedade 
Brasileira de Nefrologia (SBN). 
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SUMÁRIO
1 A Governança corporativa no mundo contemporâneo 9
1.1 Governança corporativa: conceitos e contribuições 9
1.2 O objetivo da governança corporativa 14
1.3 A configuração das empresas no mundo contemporâneo 17
1.4 A transferência da propriedade nas empresas de capital 
 aberto 21
2 A estrutura da governança corporativa 25
2.1 Elementos constitutivos da governança corporativa 26
2.2 Os oito pilares da governança corporativa: uma análise crítica 30
2.3 A importância da OCDE na governança corporativa 34
3 A transparência na governança corporativa 41
3.1 A governança corporativa como instrumento regulador no 
 mercado 42
3.2 Os relatórios financeiros e sua lógica na governança 
 corporativa 47
3.3 O compliance 53
4 Os modelos de governança 60
4.1 Os modelos de governança no mundo 60
4.2 A diversificação nos modelos de governança 65
4.3 Determinantes dos modelos de governança 73
5 A governança corporativa nas organizações 78
5.1 As empresas transnacionais e seu impacto na governança 78
5.2 A governança corporativa no Brasil 85
5.3 As empresas transnacionais na saúde 90
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A governança corporativa é um tema de extrema importância atualmente, 
principalmente devido ao cenário de incertezas presentes no mundo 
moderno, em que as mudanças ocorrem em grande velocidade, nos âmbitos 
econômico e social. Nesse contexto, temos a presença de grandes grupos de 
companhias internacionalizadas que possuem total controle sobre a oferta de 
produtos e serviços para as diversas economias no mundo. Essas empresas, 
denominadas transnacionais, operam tanto no mercado produtivo como no 
especulativo, gerando consequências diretas para as pessoas e para todo o 
ambiente econômico.
O objetivo fundamental dessas organizações é o lucro e a remuneração dos 
seus acionistas, com base no desenvolvimento de novas tecnologias, processos 
e estratégias para ampliação de seus mercados em escala global. A governança 
corporativa colabora para a intensificação desse cenário, regulamentando 
práticas e gestão, a fim de ampliar horizontes para a acumulação do capital 
por essas companhias internacionalizadas. O entendimento da governança 
corporativa colabora também para o aperfeiçoamento de novas formas 
de gestão, que podem, inclusive, ser aplicadas em diversas empresas não 
internacionalizadas. 
Logo, a governança corporativa é um importante campo de estudo prático 
para os futuros profissionais que pretendem ter sucesso em suas carreiras 
em um mundo sem barreiras e limites. Portanto, este livro colabora para o 
entendimento dessa lógica de operacionalização em um mercado globalizado 
e amplamente apoiado em transações digitais.
Nesta obra, trazemos a definição de governança corporativa baseada em 
sua estrutura e em seu impacto no volume dos negócios. Procuramos delinear 
o novo cenário do capitalismo, imerso em um processo de intensificação 
da participação dessas companhias, inclusive por meio de profundas 
consequências para a economia, como a geração de emprego e renda para 
todos os países ao redor do mundo. 
No Capítulo 1, abordaremos a evolução da governança corporativa 
e o entendimento a respeito da dispersão do capital nas empresas. No 
Capítulo 2, trataremos da estrutura da governança corporativa, de seus 
pilares fundamentais e do papel da Organização para a Cooperação e 
APRESENTAÇÃO
Desenvolvimento Econômico (OCDE). No Capítulo 3, estudaremos o papel da 
transparência nos processos de governança, inclusive como um elemento 
de crucial importância para a credibilidade das companhias e para o retorno 
dos acionistas. No Capítulo 4, comentaremos a respeito dos modelos 
de governança e sua aplicabilidade no mundo real. Por fim, no Capítulo 5, 
iremos discorrer sobre as empresas transnacionais e o seu impacto no 
desenvolvimento da governança. 
Tenha uma ótima leitura!
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 9
1
A Governança corporativa 
no mundo contemporâneo
A governança corporativa é um assunto de grande importân-
cia na atualidade, uma vez que fornece elementos para o enten-
dimento das grandes corporações presentes no mercado, em 
um mundo globalizado.
Neste capítulo, iremos desenvolver pontos em relação aos es-
copos teórico e prático da governança corporativa. Primeiramente, 
serão apresentados os conceitos da governança corporativa e a 
sua contribuição para a gestão das empresas. Em seguida, o objeti-
vo da governança corporativaserá discutido, principalmente sobre 
o retorno financeiro aos acionistas e gestores. 
Além disso, será comentada a configuração das empresas 
no mundo contemporâneo, com considerações sobre a elevada 
concentração da oferta de produtos no mercado, que reflete nos 
preços e na dinâmica da economia. Por fim, será abordada a trans-
ferência da propriedade nas empresas de capital aberto, a qual é 
um movimento de legitimação dos acionistas no processo decisó-
rio das grande companhias transnacionais.
1.1 Governança corporativa: 
conceitos e contribuições Vídeo
Estruturar um negócio e viabilizar sua implementação não é um ca-
minho completamente tranquilo, especialmente a respeito das incerte-
zas sobre a demanda dos consumidores e a aceitabilidade do produto 
no mercado.
Para tentar suprir essa fragilidade, sobretudo em relação ao acesso 
aos produtos com preços mais atrativos, muitos empreendimentos con-
10 Governança corporativa
vencionais optaram pela implementação de estratégias de e-commerce, 
que ampliam as margens de vendas e a lucratividade. De fato, é uma 
tendência natural que os empreendimentos migrem para os negócios 
virtuais, mantendo a estrutura física e o ambiente digital. Isso porque, 
na internet, os custos de comercialização se tornam mais atrativos; logo, 
a aceitabilidade, por parte dos consumidores, é ampliada e, por conse-
quência, o retorno financeiro para os empreendedores é maior.
Comparado ao período em que não havia internet e que os bens e 
serviços eram adquiridos somente em estruturas no mercado real, no 
mundo contemporâneo os consumidores adotam um comportamento 
muito diferente no que diz respeito aos seus desejos de consumo. Isso 
ocorre devido a um novo padrão, o qual assume uma forma interativa, 
virtual e imediata, proporcionando, de maneira geral, uma maior pra-
ticidade para todos os agentes econômicos. Para as empresas, é opor-
tunizada maior agilidade acerca do marketing aplicado, dos custos, dos 
aspectos logísticos, dentre outros benefícios. Para os consumidores, 
isso propicia maior liberdade de escolha, em função de uma maior 
oferta de empresas, de preços e de uma acentuada concorrência, favo-
recendo uma ampla gama de oportunidades de negócios.
No Brasil, houve um crescimento de e-commerces de 37,59%, em 
2019 (PESQUISA..., 2019). Inclusive, esse movimento não é isolado, visto 
que tanto pequenas e médias empresas quanto grandes corporações 
apresentam esse novo movimento, em todas as economias no mundo, 
com diversos arranjos e formatos (ESPECIAL..., 2018). 
Para se ter uma ideia dessa evolução, vemos, na Ta-
bela 1, o total de dinheiro, em dólares, que diferen-
tes países em todo o globo movimentaram em 2016.
Essa “metamorfose” entre o cenário real e o virtual 
é um fenômeno irreversível, que tem forte impacto 
sobre a operacionalidade dos negócios. Para tanto, é 
exigido um tipo de planejamento para as empresas 
que possa suprir, com efetividade e aprimoramento 
constante, esse novo formato e essa nova tendência. 
Nessa perspectiva, os conceitos administrativos tra-
dicionais não conseguem atender essa nova neces-
sidade, principalmente por terem, na sua evolução, 
um modelo de empresa física, pautada em nego-
ciações no mundo real, sem toda a interatividade 
e-commerce: operações 
comerciais na internet.
Glossário
Tabela 1
Os dez maiores mercados 
de e-commerce no mundo
China 562.66
Estados Unidos 349.06
Reino Unido 93.89
Japão 79.33
Alemanha 74.46
França 42.62
Coreia Do Sul 36.76
Canadá 28.77
Rússia 20.30
Brasil 18.80
Fonte: Adaptada de Especial..., 2018.
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 11
que a internet proporciona. Até mesmo a ciência econômica teve que 
compreender aspectos que antes não eram investigados, tais como o 
crescimento do dinheiro virtual, a concentração da propriedade e dos 
negócios na mão de poucos acionistas, as questões sobre o risco, as 
incertezas e a atual volatilidade que o mercado apresenta.
Com base nesse novo formato que as empresas assumem, uma 
nova concepção de planejamento foi elaborada, envolvendo uma eleva-
da concentração dos negócios no mundo virtual e enorme quantidade 
de dinheiro em circulação no mundo globalizado. Essa nova forma de 
compreender a realidade das organizações é denominada governança 
corporativa, que, com seus preceitos, formas de planejamento, regras e 
toda gama de avaliações, possui o objetivo de maximizar os lucros para 
os acionistas das grandes corporações. Assim, é uma expressão da ne-
cessidade das empresas, das pessoas e do próprio governo.
A compreensão do modus operandi das companhias é primor-
dial para o crescimento do mundo virtual. Sendo assim, conside-
rando o entendimento do funcionamento de uma empresa e da 
nova realidade que o mundo moderno proporciona, vejamos algu-
mas observações a respeito do conceito de governança corporativa 
e sua evolução ao longo do tempo.
A governança corporativa se desenvolve para aprimorar a gestão 
das empresas emergentes, apresentando um novo modelo de plane-
jamento e demonstrando maior flexibilidade perante os movimentos 
produtivos nos ambientes real e virtual. Com seus fundamentos, ela 
procura colaborar na otimização dos retornos dos gestores, dos cola-
boradores e dos consumidores. Além disso, prioriza o desenvolvimento 
de condutas que possam minimizar as incertezas de um mercado re-
pleto de empreendimentos digitais e, ainda, desenvolve novas formas 
de financiamento para empresas emergentes.
Tornar viável um empreendimento, principalmente em relação aos 
retornos financeiros auferidos ao longo do tempo, é o principal pres-
suposto da governança corporativa. Assim, o foco é proporcionar às 
empresas maior rentabilidade por meio do delineamento de sinergias 
positivas entre as pessoas envolvidas na organização e, ao mesmo tem-
po, otimizar a capacidade de planejamento financeiro da companhia, 
tendo como opção, mediante agências de financiamento 2 , um maior 
aporte de recursos.
Qual é a função da governança 
corporativa?
Atividade 1
Modus operandi refere-se ao 
modo de agir, de operar, seguin-
do certos códigos e normas de 
conduta.
Glossário
Dentre as agências de financia-
mento está o Banco Nacional do 
Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES).
2
12 Governança corporativa
A governança corporativa é representada por um conjunto de pro-
cessos relacionados à gestão de pessoas, às tecnologias e aos recursos 
que colaboram para a otimização dos resultados nos empreendimen-
tos e nos negócios. Ela é efetivada por meio de avaliações periódicas e 
do delineamento de estratégias, as quais possibilitam ampliar o relacio-
namento com: os investidores, o corpo diretivo da empresa, o conselho 
administrativo, as instituições que regulam e verificam se a companhia 
atua de acordo com as normas e com outras entidades envolvidas (AN-
DRADE; ROSSETTI, 2009).
Os empreendimentos de menor poder econômico também são be-
neficiados com essa governança. Uma vez que seus princípios podem 
ser aplicados a esses empreendimentos devido ao novo cenário, que 
conta com inúmeras empresas no mercado virtual. A governança cor-
porativa pode ser entendida como um novo modelo de gestão, que se 
desenvolve de acordo com as diferentes características de cada mer-
cado, priorizando aspectos na produção e aperfeiçoando mecanismos 
que tornem a rentabilidade palpável pelas companhias.
Para que a governança corporativa seja aplicada com um resultado 
satisfatório, é necessário que as empresas disponibilizem sua proprie-
dade aos acionistas. O crescimento dos negócios virtuais favorece esse 
movimento. Dessa forma, as empresas, tanto reais quanto virtuais, po-
dem abrir seu capital, ou seja, compartilhar o seu “valor” no mercado, 
por meio da comercialização de papéis na bolsa de valores. Por isso, 
são classificadas como companhias de capital aberto.
A aplicação dessa governança nas grandes companhias de capital 
aberto representa um novo “formato” de planejamento para as empre-
sas, principalmente para aquelasque pretendem entrar no mercado 
de capitais.
Portanto, o processo de evolução da governança corporativa tem 
relação direta com uma maior concentração de empresas no cenário 
virtual. No entanto, apesar desse elevado número de empresas, há um 
menor valor de grandes corporações no controle das operações rela-
cionadas à oferta, à distribuição e à produção de produtos e serviços 
no mundo. O controle financeiro das operações é realizado pelo sis-
tema financeiro, representado pelos grandes bancos e empresas do 
segmento que sejam pertencentes ao mercado de capitais.
Nessa nova fase do capitalismo contemporâneo, a circulação do di-
nheiro é realizada com maior velocidade e maior rentabilidade para as 
O mercado de capitais é um 
ambiente onde há a negociação 
de ações das empresas no 
mercado acionário. 
Para mais informações sobre o 
mercado de capitais, visite o site: 
https://www.tororadar.com.br/
blog/mercado-de-capitais-o-
-que-e-e-como-ele-funciona
Acesso em: 02 mar. 2020. 
Saiba mais
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 13
operações de compra e venda de produtos e serviços. Para os bancos e 
para as corretoras de valores 3 é mais prático e viável a criação de um 
ambiente virtual, proporcionado pela prática do e-commerce. Isso ocor-
re graças à agilidade na captação financeira dos retornos realizados 
pelas empresas para ofertar uma maior quantidade de empréstimos e 
para dinamizar o mercado na internet.
Desse modo, os bancos dominam as finanças globais por meio do oli-
gopólio bancário. Um oligopólio é representado pela existência de poucas 
empresas que controlam o mercado, os preços e a quantidade de produ-
tos. Para ilustrar esse fenômeno, vamos analisar o ranking dos maiores 
bancos no mundo. Observe a Tabela 2, que apresenta os dez maiores 
bancos e seus respectivos valores, expressos em bilhões de dólares:
Tabela 2
Capital dos 10 maiores bancos no mundo (em bilhões de dólares)
ICBC (China) 338 
Banco de Construção da China 287
Banco de Agricultura da China 243
Bank da China 230
JP Morgan Chase, E.U.A 209
Banco da América, E.U.A 189
Wells Fargo, E.U.A 168
Citigroup, E.U.A 158
HSBC Holdings, Reino Unido 147
Mitsubishi, UFJ, Japão 146
Fonte: Adaptada de Lucro..., 2019.
A presença do oligopólio bancário é um fenômeno que colabora para 
esse domínio financeiro, até mesmo no que diz respeito ao comporta-
mento das empresas no mercado, tanto as reais quanto as virtuais. Ba-
sicamente, o oligopólio bancário é uma configuração de mercado com 
poucas empresas, as quais controlam a produção e a distribuição de 
produtos e serviços, tendo maior poderio sobre os preços praticados.
A principal consequência desse arranjo é o aumento dos preços dos 
produtos oferecidos ao mercado e a utilização de tecnologias exclusi-
As corretoras intermedeiam 
títulos no mercado de ações, com 
a compra e venda desses produtos.
3
No livro A Hidra Mundial: o 
Oligopólio Bancário, François 
Morin, professor emérito da 
Universidade de Toulouse e 
conselheiro do Banco Central 
Francês, comenta sobre o 
poder dos bancos e as decisões 
governamentais. De acordo com 
o autor, os bancos possuem o 
poder decisório nas políticas 
implementadas pelos governos 
no mundo, principalmente em 
relação às estratégias adotadas 
pelos estados, como aquelas 
relacionadas aos gastos gover-
namentais. O objetivo primordial 
do sistema bancário é otimizar 
os lucros nos endividamentos 
das famílias e priorizar retornos 
financeiros mínimos para aque-
les que aplicam seu dinheiro.
Saiba mais
14 Governança corporativa
vas, produzidas pelas empresas nos países de origem. O mercado oli-
gopolístico prioriza a utilização de uma baixa quantidade de mão de 
obra e uma maior utilização de artefatos tecnológicos. Podemos afir-
mar, portanto, que é uma estrutura que não possui uma característica 
concorrencial, pois não existem muitas empresas ofertantes.
Para que a governança corporativa possa se desenvolver e aprimorar 
os seus conceitos, é preciso que o mercado esteja pautado nessa nova 
configuração, constituída de oligopólios e de um número elevado de 
empresas no mundo virtual, com amplas possibilidades de captação de 
acionistas no mercado financeiro. Para ser implementada, a governança 
corporativa necessita desse ambiente, onde há diversas negociações em 
andamento e um acentuado volume financeiro para a sua valorização. 
Quando a governança corporativa é devidamente aplicada, os oligopó-
lios legitimam esse cenário e, com a ampliação dos investimentos no 
contexto produtivo e especulativo, fortalecem as instituições financeiras.
1.2 O objetivo da governança corporativa 
Vídeo A governança corporativa colabora para um planejamento mais 
efetivo de uma companhia, visto que proporciona maior transparência 
nas transações e, acima de tudo, aumenta a credibilidade da empresa 
perante o mercado. Vamos entender como isso funciona?
Primeiramente, é necessário compreender que uma companhia, de 
capital aberto ou não, sempre teve um relacionamento comercial com o 
Governo no decorrer da história, tanto em relação ao pagamento de tribu-
tos fiscais quanto em relação às regras de operacionalização no mercado.
Na atual fase do capitalismo contemporâneo, o Governo assume 
um papel de regulador do mercado, mas sem participar intensamen-
te no controle das operações comerciais entre as empresas no âmbi-
to real e virtual. Devido à enorme pulverização 4 das companhias, ao 
poderio bancário e à maior liberdade das companhias estrangeiras na 
aquisição de serviços públicos e, sobretudo, no comprometimento fi-
nanceiro para o pagamento dos juros da dívida pública, o Estado perde 
sua legitimidade, ocasionando uma nova configuração para a realidade 
dos negócios por meio do livre mercado.
A liberalização das transações comerciais é uma tendência para 
a economia brasileira. Além disso, parte dos recursos financeiros do 
Estado é destinado ao pagamento de juros da dívida pública, com o 
O termo pulverização refere-se 
à quantidade de empresas com 
propriedade ou capital diluídos 
em ações representativas no 
mercado de capitais.
4
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 15
menor comprometimento para a realização de políticas públicas. Com 
o pagamento desses juros, o Governo compromete o orçamento da 
seguridade social 5 , porque o destina à remuneração de investidores, 
que compraram seus títulos do tesouro, mediante um mecanismo de-
nominado Desvinculação de Receitas da União (DRU).
O pagamento dos juros da dívida pública é feito a partir do desconto 
de 20% das verbas que devem ser destinadas à seguridade social. Essa 
apropriação foi, inicialmente, conduzida em 1995, no momento do sur-
gimento do Fundo Social de Emergência (FSE), que posteriormente foi 
substituído pelo Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). No ano de 2000, o 
FEF foi intitulado de Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Os dados da ANFIP (2012) mostram que os valores destinados ao 
pagamento de juros aumentaram de R$32.496 milhões, em 2005, para 
R$45.860 milhões, em 2010, em valores correntes. Se esses recursos 
fossem aplicados na seguridade social, certamente as políticas públicas 
teriam maior efetividade (PESCUMA JR, 2013).
Os montantes financeiros do fundo público devem proporcionar 
aumentos na renda e no emprego da sociedade, com efeitos 
multiplicadores. Dessa forma, haverá a concretização dos benefícios 
para a saúde, educação e assistência social destinados à população 
como um todo (PESCUMA JR, 2013).
Diante desse cenário, o Estado perde sua legitimidade. O fortaleci-
mento do mercado é preponderante nesse novo contexto, com a go-
vernança corporativa demonstrando sua capacidade de predomínio 
perante todas as situações que se relacionam com as transações co-
merciais e financeiras no mundo globalizado.
À vista disso, o livre mercado é uma condição para o fortalecimen-
to da governança. Com maior liberdade para realizar as operações, o 
mercado – representado pelas empresas de capital aberto e por aque-las que iniciam suas atividades no mercado virtual – intensifica o seu 
poderio, uma vez que dispõe de um ambiente favorável para as ações 
especulativas no mercado de ações.
A elevada dispersão das empresas na internet proporciona uma di-
ficuldade imensa para as instituições governamentais por causa dos 
aspectos regulatórios. É praticamente impossível controlar as opera-
ções em um mundo globalizado e sem fronteiras. Dessa maneira, os 
A seguridade social é responsá-
vel pelo orçamento destinado 
para a educação, saúde e assis-
tência social no Brasil. 
5
16 Governança corporativa
instrumentos de regulação do Estado, como a política fiscal e a mone-
tária, perdem sua efetividade.
A política fiscal, representada pelos gastos governamentais e pela 
distribuição dos impostos, perdeu o seu predomínio no mundo con-
temporâneo. Os estados modernos desempenham um “comporta-
mento restritivo” em face desse novo horizonte no futuro. A política 
monetária, representada pelo aumento ou diminuição das taxas de ju-
ros, perdeu sua efetividade. Os bancos são quem determinam o valor 
dessas taxas, com cobranças para os seus serviços e endividamento de 
famílias e pequenos empreendedores.
A pauta principal em todos os governos está centralizada na refor-
ma da previdência, diminuição da participação do Estado na economia, 
cortes de verbas, dentre outras medidas de caráter restritivo. Para 
complementar, é interessante observar o debate de um case bastante 
representativo sobre a França, pois, em tempos recentes, seus repre-
sentantes pretendiam realizar uma reforma do sistema previdenciário, 
com diminuição do direito das pessoas à aposentadoria. Essa discus-
são causou uma repercussão negativa na população e uma forte rea-
ção dos sindicatos franceses.
É primordial que as reformas sejam realizadas, desde que haja ade-
quação dos recursos públicos para as áreas sociais. Dessa forma, o Es-
tado seria mais flexível com suas políticas.
Assim, considerando a perda da legitimidade dos estados nacionais 
em conduzir as diretrizes relacionadas à regulação do mercado, a go-
vernança corporativa assume papel fundamental para organizar as ins-
tituições, inclusive com repercussões na bolsa de valores. A governança 
também colabora para a proteção dos investidores, minimizando impac-
tos negativos que possam surgir dos interesses financeiros dos gestores 
da empresa. Sendo assim, a governança corporativa evolui nesse proces-
so marcado pela maior participação do mercado na economia em detri-
mento do Estado, com a diminuição das políticas sociais.
Para elucidar sua função, vejamos os principais objetivos da gover-
nança corporativa:
 • Tornar as informações sobre as empresas e o mercado transpa-
rentes para todos os colaboradores e acionistas.
No vídeo Manifestantes 
voltam às ruas contra reforma da 
Previdência na França, publicado 
pelo canal Afpbr, você poderá 
encontrar mais detalhes sobre o 
movimento sindical na França.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=_
j84D64hOG4. Acesso em: 12 
fev. 2020.
Vídeo
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 17
 • Efetivar os processos produtivos reais e virtuais, isto é, propor-
cionar o maior lucro por unidade de serviço ou menor custo por 
produto.
 • Desenvolver políticas para expansão da empresa, via conselhos 
diretivos, proporcionando um ambiente próspero para o aprimo-
ramento de novos negócios.
 • Prezar pela ética em todas as negociações, principalmente no tra-
tamento dado aos fornecedores e clientes.
 • Garantir que as empresas mantenham uma postura, diante do 
mercado competitivo, com o menor número de externalidades 
negativas. Por exemplo, menores impactos ao meio ambiente; 
em outras palavras, as companhias devem ser sustentáveis, isto 
é, devem adotar medidas que não afetem o meio ambiente.
Tendo esses objetivos em sua configuração, a governança corpo-
rativa deve ainda priorizar os aspectos de maior rentabilidade e lucro. 
1.3 A configuração das empresas no 
mundo contemporâneoVídeo
Para tornar o mercado virtual mais rápido, o dinheiro precisa circu-
lar com maior velocidade. Desse modo, a criação do mercado virtual, 
com o e-commerce, configura-se como uma nova estratégia para o seg-
mento bancário, com maiores possibilidades de expansão.
Sabendo que a governança prioriza o planejamento das empresas 
nesse novo ambiente, marcado pelo mundo virtual e pela comercia-
lização de ações no mercado de capitais, é indispensável compreen-
der como o mercado mundial está configurado. O Quadro 1 mostra 
as empresas, sua configuração no mercado e o grau de concentração 
expresso pelo poderio financeiro, pela participação no mercado e pelo 
controle sobre as operações financeiras globais.
18 Governança corporativa
Empresas Grau de 
concentração
Configuração no 
mercado
Instituições bancárias Alto Oligopólio
Grandes corporações 
(empresas transnacionais 6 )
Alto Oligopólio
Empresas virtuais Baixo Concorrência 7
Empresas reais e virtuais 
de grande porte
Alto Oligopólio
Empresas reais e virtuais 
de pequeno porte
Baixo Concorrência
Pequenos empreendedores, 
pessoas jurídicas (MEI)
Baixo Concorrência
Quadro 1
Configuração das empresas no mundo
Fonte: Elaborado pelo autor.
Conforme mencionado, as instituições bancárias possuem elevada 
concentração nas suas atividades, com a oferta de produtos e serviços 
para as grandes corporações (transnacionais) e para todas as empre-
sas (de pequeno ou grande porte), sendo elas virtuais ou não. A lingua-
gem bancária se intensifica, se transforma e se fortalece com o apoio 
da governança corporativa, que conta com seus preceitos de controle, 
transparência e ética nas operações reais e virtuais.
Cabe salientar que o movimento de transformação das empresas 
reais em virtuais favorece um ambiente propício para o surgimento 
de empresas que pretendem abrir seu capital ao mercado financeiro. 
Além disso, as grandes corporações abastecem o mercado com seus 
produtos e com o controle sobre os preços, estabelecendo um ambien-
te de maior segurança para os investidores, uma vez que os lucros as-
sumem proporções de elevado vulto.
Há uma preocupação constante a respeito dos efeitos que podem 
ser ocasionados por um planejamento empresarial de pouca efetivi-
dade. Esses efeitos, muitas vezes indesejáveis, podem ser minimzados 
pela governança corporativa com a aplicação de normas e condutas 
que priorizem a ética na gestão das companhias.
A Nestlé, uma grande corporação internacional, possui um faturamen-
to de 90 bilhões de dólares, sendo bastante representativa no segmento 
São empresas internacionais 
com várias operações no mundo 
e elevada participação no 
mercado de ações.
6
Concorrência é quando há 
grande número de empresas, 
diversificação das atividades e 
tendência para diminuição dos 
preços.
7
vulto: proporções de maior 
valor.
Glossário
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 19
da alimentação. Por outro lado, devido a escassez de água, muitos ma-
nifestantes realizaram protestos no dia do Fórum Mundial da Água, ale-
gando que a empresa se apropriou do Aquífero Guarani – maior reserva 
subterrânea de água no mundo, presente no Brasil, na Argentina, no Pa-
raguai e no Uruguai. Apesar de a notícia não ter sido verdadeira, essa fake 
news poderia ter atrapalhado o planejamento da companhia e a sua ren-
tabilidade. Caso a Nestlé não tivesse uma governança corporativa bem im-
plementada, certamente teria sido afetada por esse acontecimento, com 
perdas financeiras e diminuição de sua credibilidade no mercado. 
Visto que a governança corporativa prioriza o alinhamento das 
ações e práticas da companhia, a fim de torná-la sólida quando há os 
riscos, as falsas notícias não ocasionaram a diminuição da credibili-
dade da Nestlé. Desse modo, a empresa manteve sua viabilidade na 
comercialização de seus produtos e na valorização de suas ações no 
mercado acionário. Além disso, a companhia investe em produtos sau-
dáveis, com o objetivo de otimizar as necessidadesdos seus clientes 
– nos Estados Unidos da América (EUA) esse segmento da companhia 
movimenta 50 bilhões de dólares anualmente (CAETANO, 2018).
Vale ressaltar que a governança corporativa, no seu processo evolu-
tivo, apresenta uma maior intensidade em relação a seus fundamentos 
nas empresas de grande porte, particularmente bancos e grandes cor-
porações (transnacionais). Por outro lado, as empresas virtuais passam 
por um processo de pulverização de sua propriedade no mercado de 
capitais, com a venda do seu capital pela emissão de ações no mercado 
acionário. Para que a governança corporativa possa ampliar seu campo 
de atuação, além de atuar nas companhias de grande porte e interna-
cionalizadas, o processo de transformação das empresas reais em vir-
tuais precisa ser concretizado com sucesso, com o objetivo de ampliar 
as possibilidades de expansão para o mercado de ações.
Esse processo já vem ocorrendo com intensidade com o surgimento 
das small caps – empresas menores e virtuais, que abriram seu capi-
tal ao mercado acionário. Essa inovação financeira faz parte de toda 
a estratégia bancária de comercialização de produtos e serviços, e as 
empresas acabam se consolidando como um novo produto, represen-
tado pelas suas ações comercializadas no mercado do meio virtual e 
de capitais. As inovações fazem parte de todo o processo de valoriza-
ção do capital bancário em sua expansão ao longo do tempo e, assim, 
a governança colabora para intensificar esse processo, se adaptando, 
evoluindo e se fortificando como um instrumento de gestão.
Para mais informações sobre as 
small caps, visite o site disponível 
em: https://exame.abril.com.
br/mercados/entenda-o-que-
-sao-small-caps/. Acesso em: 02 
mar. 2020. 
Saiba mais
20 Governança corporativa
Sobre a circulação do capital ou do dinheiro e os incentivos para 
acelerar tal processo, principalmente por intermédio das “inovações”, 
Harvey (2010, p. 42, grifo nosso) afirma que:
a continuidade do fluxo na circulação do capital é muito impor-
tante. O processo não pode ser interrompido sem incorrer em 
perdas. Há também fortes incentivos para acelerar a velocidade 
da circulação. Aqueles que podem se mover mais rapidamente 
pelas diversas fases da circulação do capital acumulam lucros 
superiores aos de seus concorrentes. A aceleração quase sem-
pre leva a maiores lucros. As inovações que ajudam a acelerar as 
coisas são muito procuradas.
A existência de muitas empresas virtuais é um reflexo do poderio do 
segmento bancário, com todas as suas formas e alternativas de opera-
ção. Nesse novo contexto, a governança corporativa colabora para a in-
tensificação dos retornos financeiros dos acionistas, pertencentes aos 
grandes grupos financeiros, tendo como objetivo central aumentar a 
rentabilidade de suas carteiras. As pequenas empresas, agora represen-
tadas pelas small caps, iniciam seu processo de governança priorizando 
seguir o modelo de gestão adotado pelos grandes grupos internacionais.
Vamos entender um pouco mais a respeito desse novo cenário? Por 
causa da existência de muitas empresas no mercado, tanto real como 
virtual, aquelas de menor porte decidem abrir seu capital ao mercado 
de ações, sendo comercializadas e denominadas small caps, que são 
ações de companhias com um valor de mercado menor em relação às 
empresas de maior porte. Apesar dessas ações serem de terceira linha, 
a governança corporativa colabora para garantir uma maior credibili-
dade das ações no mercado acionário. Além disso, as small caps são 
extremamente dependentes dos grandes grupos internacionalizados e 
dos bancos para suas operações, logo a governança corporativa cola-
bora para a intensificação desse movimento, pautado na pulverização 
ou dispersão de papéis no mercado de capitais.
De modo geral, as small caps possuem baixa liquidez na bolsa de 
valores, com fortes oscilações nos seus preços e elevado poder de va-
lorização ou desvalorização, isto é, são extremamente voláteis. Essa 
volatilidade demonstra um elevado grau de incerteza, que pode ser 
minimizado com os preceitos de governança corporativa, visto que ela 
garante maior credibilidade nas operações de comercialização dessas 
ações. Para o segmento bancário, as small caps se tornaram produtos 
No momento atual, a gover-
nança corporativa praticada 
pelas companhias é um critério 
de medida de qualidade. Para 
mais informações, visite o site: 
https://www.sunoresearch.com.
br/artigos/governanca-corpora-
tiva/. Acesso em: 02 mar. 2020. 
Saiba mais
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 21
comercializáveis, sendo mais um item em suas “prateleiras”. Assim, 
as empresas, virtuais, de pequeno ou grande porte, se tornaram uma 
extensão do segmento bancário. É claro que a emissão de ações, re-
presentadas pelas small caps, possibilita angariar uma nova fonte de 
recursos financeiros por meio da compra dessas ações pelos investi-
dores. Assim, as empresas se capitalizam, aumentam o dinheiro dispo-
nível para as suas transações comerciais e para novos investimentos, 
tanto no ambiente real como no virtual.
Como as empresas, nessa fase 
do capitalismo contemporâneo, 
procuram minimizar as incerte-
zas do mercado?
Atividade 2
1.4 A transferência da propriedade nas 
empresas de capital aberto Vídeo
Tendo o conhecimento do funcionamento de uma empresa e do 
seu ciclo produtivo, é possível compreender como o dinheiro é adquiri-
do em suas operações. Uma organização empresarial possui algumas 
estratégias para obtenção de capital ou dinheiro. Vamos entender a 
respeito de cada uma delas.
As operações realizadas por uma empresa são feitas, na maioria das 
vezes, com um volume de passivo contraído, com o aumento do seu 
volume ou, ainda, com a diminuição dele, dependendo do movimento 
do capital da empresa ao longo do tempo. O grau de endividamento 
não pode ultrapassar a receita da companhia, pois, dessa forma, o lu-
cro seria comprometido. Sendo assim, geralmente, os bancos operam 
com a oferta de empréstimos para sanar as dívidas contraídas pelas 
empresas. É uma prática comum cobrarem juros abusivos, que resul-
tam no aumento do endividamento das empresas, proporcionando um 
desequilíbrio estrutural expresso pela crise financeira da companhia.
Por outro lado, quando a empresa pretende ampliar as suas ins-
talações ou diversificar as atividades, os financiamentos representam 
uma estratégia interessante, com projetos de expansão produtivos. É 
importante, sob a perspectiva do gestor da companhia, que os juros 
cobrados pela obtenção do financiamento sejam inferiores àqueles 
praticados no mercado, principalmente se forem subsidiados, abrindo 
a possibilidade de, ao longo do tempo, serem sanados pelas receitas 
da empresa. A taxa de juros pode ser definida como a remuneração 
que deve ser paga ou recebida por alguma instituição que obteve uma 
quantia de dinheiro ou que aplicou uma certa quantidade no mercado 
22 Governança corporativa
de capitais. Dito de outra forma, os juros podem ter um impacto posi-
tivo ou negativo para uma companhia, dependendo da estratégia ado-
tada para a captação do dinheiro. Se os empréstimos puderem sanar 
as dívidas, com ampliação das atividades da empresa, consequente-
mente, a dívida será diminuída. Caso os financiamentos proporcionem 
a expansão de novos projetos, com aumento da rentabilidade, as re-
ceitas resultantes das operações poderão amortizar o financiamento 
contraído e proporcionar lucros.
Para minimizar essa incerteza sobre a capacidade de ampliação fi-
nanceira das empresas, muitas recorrem a algumas alternativas ofere-
cidas pelo mercado financeiro. Já que uma empresa sempre terá como 
objetivo obter lucro nas suas operações, com o mínimo de custos as-
sociados a produção de bens e serviços. Assim, a busca de alternativas 
no mercado de ações é uma opção atrativa, principalmente pelo cresci-
mento das empresas virtuais.
Quando uma empresa disponibiliza seu capital para outros inves-
tidores, por meio da venda das suas ações ao mercado,o aumento 
do dinheiro disponível é uma consequência direta dessa estratégia. 
No entanto, para que os investidores possam ter segurança nas ope-
rações de compra das ações da empresa, as atividades da companhia 
têm de ser feitas com total transparência, sem desvios e com ética. 
Ou seja, é imprescindível que a empresa tenha essa condição em seu 
ambiente produtivo. A governança corporativa colabora para a con-
cretização desse objetivo.
A implementação de um planejamento de acordo com a governança 
corporativa possibilita que uma empresa possua:
 • Relatórios contábeis bem estruturados, com os valores gastos, as 
entradas de dinheiro e todo o fluxo das operações perfeitamente 
detalhados por equipes de auditoria.
 • Informações transparentes para gestores da companhia e difun-
didas aos colaboradores da empresa.
 • Projetos de expansão bem delineados, com perspectivas para o 
aumento de empregos e de salários.
 • Políticas de qualidade, em especial aquelas relacionadas aos pro-
dutos e serviços oferecidos ao mercado.
Com base no delineamento desses resultados e com relatórios bem 
construídos e difundidos a todos os agentes que participam da compa-
auditoria: processo de 
averiguação dos dados contábeis 
da empresa.
Glossário
A Governança corporativa no mundo contemporâneo 23
nhia, na produção de distribuição dos produtos e serviços, é possível 
que a companhia possa transferir sua propriedade ou abrir seu capital 
ao mercado de ações. O instrumento para a efetivação desse objetivo 
chama-se oferta pública inicial de ações, do inglês Initial Public Offering 
(IPO), representando um momento significativo para a empresa, com a 
abertura do seu capital ao mercado. Com o IPO, é possível obter recursos 
financeiros, uma vez que o processo de alavancagem financeira é con-
cretizado. Por outro lado, as operações no mercado financeiro possuem 
um risco considerável, podendo ocorrer os seguintes efeitos indesejados:
 • Os investidores preferem não comprar as ações oferecidas pela 
empresa no IPO.
 • O custo para a abertura do capital da empresa é superior à entra-
da de dinheiro por meio do IPO.
 • A empresa não consegue remunerar os investidores, devido à fal-
ta de capacidade financeira.
Portanto, é fundamental que a transparência das operações da empre-
sa no mercado seja pautada no fornecimento de relatórios, com descri-
ção da movimentação financeira da empresa ao longo do tempo. Assim, 
o objetivo de minimizar efeitos indesejados pode ser efetivado. A gover-
nança corporativa pode colaborar nesse processo, fornecendo subsídios 
teóricos e práticos e proporcionando um ambiente próspero e eficaz tanto 
para a companhia como para os colaboradores, clientes e investidores.
alavancagem financeira: 
processo de captação de dinheiro 
e de sua circulação para a 
produção de bens e serviços pela 
empresa.
Glossário
No vídeo O que é IPO? Tudo 
sobre IPO, publicado pelo canal 
Universidade Financeira, você 
poderá encontrar mais detalhes 
sobre essa forma de captação de 
dinheiro. A estratégia fundamen-
tal consiste em disponibilizar 
o capital da empresa para os 
investidores. Desse modo, a 
empresa pode se capitalizar, isto 
é, obter recursos financeiros para 
suas transações produtivas e 
especulativas. 
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=W-
T10iWosbSI. Acesso em: 12 
fev. 2020.
Vídeo
Como podemos definir um IPO?
Atividade 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A governança corporativa é um instrumento utilizado por grandes grupos 
financeiros e produtivos, representados por grupos internacionalizados. No en-
tanto, por conta do crescimento das empresas virtuais, a governança corpora-
tiva assume um novo formato, passando a dar apoio às empresas emergentes. 
Além disso, a governança contribui para a ampliação das atividades das com-
panhias, com desenvolvimento de estratégias que possam minimizar impactos 
negativos para as empresas que atuam em qualquer tipo de mercado. É de ex-
trema importância a compreensão da relação da governança corporativa com 
os investidores das companhias, principalmente a respeito do volume destina-
do para novos investimentos, os quais são proporcionados pela abertura das 
empresas, no mercado acionário, por meio do IPO.
24 Governança corporativa
REFERÊNCIAS
ANDRADE, A.; ROSSETTI, J. P. Governança Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e 
tendências. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ANFIP. Análise da seguridade social em 2011. Brasília: Associação Nacional dos Fiscais 
da Previdência, 2012. Disponível em: http://fundacaoanfip.org.br/site/wp-content/
uploads/2012/06/Analise-Seguridade-2011l.pdf. Acesso em: 26 fev. 2020.
CAETANO, Rodrigo. A Nestlé muda o cardápio. Istoé Dinheiro, 6 abr. 2018. Disponível em: 
https://www.istoedinheiro.com.br/a-nestle-muda-o-cardapio/. Acesso em: 15 fev. 2020.
ESPECIAL varejo: o crescimento do e-Commerce no mundo. Transformação 
Digital, 12 mar. 2018. Disponível em: https://transformacaodigital.
com/?s=CRESCIMENTO+ECOMMERCE&t=post. Acesso em: 11 fev. 2020.
HARVEY, D. O enigma do capital e as crises do capitalismo. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010.
LUCRO dos maiores bancos do mundo cresceu 10 vezes na última década. Época Negócios, 
19 set. 2019. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Mercado/noticia/2019/09/
lucro-dos-maiores-bancos-do-mundo-cresceu-10-vezes-na-ultima-decada.html. Acesso 
em: 26 fev. 2020.
PESCUMA JR., A. O financiamento da média e alta complexidade do SUS: uma análise dos 
recursos financeiros da terapia renal substitutiva. São Paulo, 2013. 107f. Dissertação 
(Mestrado em Economia) – Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e 
Atuária, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
PESQUISA mostra que e-commerce cresceu quase 40% no Brasil em um ano. Terra, 15 
jul. 2019. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/pesquisa-mostra-que-e-
commerce-cresceu-quase-40-no-brasil-em-um-ano,86620018836048185f689ea3bb91d2c
7d7q6snyz.html. Acesso em: 11 fev. 2020.
GABARITO
1. A governança corporativa é permeada por um aglomerado de processos que se rela-
ciona com a gestão de pessoas, as tecnologias e os recursos financeiros aplicados na 
instituição. Além disso, prioriza a ampliação dos retornos para os investidores, o corpo 
diretivo e o conselho administrativo, inclusive com o aumento da credibilidade da or-
ganização empresarial perante o mercado. Por fim, desenvolve e aplica normas para o 
aumento da rentabilidade da empresa ao longo do tempo. Os principais instrumentos 
para esse objetivo são: os relatórios contábeis e financeiros, as normas de conduta e 
os padrões éticos para o funcionamento da empresa.
2. Por meio de estratégias de e-commerce no meio virtual, as quais possibilitam ampliar 
os negócios e aumentar os lucros. A internet proporciona uma redução dos custos 
operacionais, uma vez que amplia a rentabilidade na venda dos produtos e serviços 
comercializados. Além disso, propicia a abertura do capital das empresas no mercado 
acionário ou na bolsa de valores.
3. Um IPO é definido como uma estratégia que a empresa adota para captar recursos fi-
nanceiros no mercado de ações. É representado pela venda do capital da empresa ao 
mercado acionário, por meio de ações que serão comercializadas pelos investidores. 
Com a venda das ações, a empresa consegue obter dinheiro para as suas atividades 
no mercado.
A estrutura da governança corporativa 25
2
A estrutura da governança 
corporativa
Para que a governança corporativa possa ser implementada 
com efetividade, é primordial a presença de atores que legitimem 
um ambiente organizacional conforme os princípios difundidos 
na organização para o mercado. Operacionalmente, a governança 
necessita de pessoas que estejam engajadas com o objetivo de 
tornar as informações financeiras transparentes e que agreguem 
valor à companhia.
Nesse sentido, a configuração de conselhos para o planeja-
mento, a administração e a auditoria são fundamentais para que 
não ocorra nenhum conflito de interesse entre as partes,ou seja, 
entre colaboradores e acionistas, em todos os níveis de negocia-
ção na companhia. Além do alinhamento das pessoas ou atores na 
governança com a organização, é de extrema importância o forta-
lecimento de pilares que legitimem o processo de controle, parti-
cularmente em relação ao que reflete nos acionistas e em todas 
as partes interessadas na longevidade da empresa. A organização 
deve demonstrar que possui uma estrutura sólida e que trabalha 
para não desenvolver riscos que possam comprometer a evolução 
dos negócios e a sua credibilidade perante o mercado em que atua.
Neste capítulo, portanto, abordaremos os elementos es-
truturais da governança corporativa, com especial atenção aos 
seus principais atores e à forma como esses atuam no proces-
so de gestão. Em seguida, traremos considerações a respeito 
dos pilares da governança, com a descrição de seus elementos 
explicativos, os quais são fundamentais para um planejamento 
adequado a longo prazo. Por fim, discorreremos sobre o papel da 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), principalmente no que diz respeito à importância da re-
gulamentação realizada por essa instituição, cujo objetivo é mini-
mizar os riscos próprios do mercado.
26 Governança corporativa
2.1 Elementos constitutivos da 
governança corporativa Vídeo
A governança corporativa está presente no ambiente corporativo 
com atores representativos e todo um conjunto de funções, tanto aque-
las relacionadas ao ambiente de planejamento como outras pertencen-
tes ao âmbito administrativo. A governança é implementada com base 
em um conjunto de relações entre seus atores representativos, colabo-
radores, corpo diretivo e acionistas, por meio de um dimensionamento 
de poder e decisão, e seu principal objetivo é assegurar a rentabilida-
de dos acionistas da organização no mercado acionário. O ambiente 
organizacional, pautado na governança corporativa, proporciona bons 
retornos para todo o mercado à medida que os atores representativos 
executam e implementam suas funções com total plenitude.
A rentabilidade da companhia está estritamente relacionada ao 
conjunto de medidas adotadas por todos os integrantes que participam 
do processo de governança. Portanto, quanto maior a transparência 
nas atitudes dos atores, maior será a possibilidade de obter ganhos 
financeiros, tanto no ambiente produtivo quanto no especulativo 
(ANDRADE et al., 2009).
A estrutura do ambiente da governança é organizada nos seguintes 
blocos: da propriedade, do controle, da administração e da audito-
ria e fiscalização. O processo de governança contempla o conjunto 
das decisões tomadas pelos atores representativos, com relações de 
poder de decisão e de medidas para a manutenção do planejamento 
da companhia.
Para assegurar a legitimidade e credibilidade da governança cor-
porativa, é fundamental que o ambiente seja configurado mediante 
as atribuições específicas a cada um dos atores envolvidos na condu-
ção dos negócios. Particularmente, podemos pensar em níveis hie-
rárquicos, com atribuições que possam interferir no delineamento 
de toda a cadeia produtiva da empresa e nos reflexos causados no 
mercado de capitais.
Vejamos, então, as atribuições de alguns desses atores. No âmbito 
da propriedade, temos a Assembleia Geral, o órgão de maior impor-
A estrutura da governança corporativa 27
tância em uma empresa de capital aberto, que tem uma responsabili-
dade de maior vulto e que envolve os seguintes aspectos:
 • Verificar quais são os resultados emitidos pelos administradores 
da companhia.
 • Definir quais serão as estratégias relacionadas aos novos investi-
mentos da organização.
 • Realizar uma análise sobre a parte estrutural da empresa, princi-
palmente com considerações sobre o orçamento.
 • Definir qual é o melhor momento para emitir papéis no mercado 
e aumentar o capital disponibilizado pela empresa.
 • Analisar as possibilidades relacionadas a novas aquisições e 
fusões realizadas pela companhia 1 .
 • Aprimorar os estatutos da empresa 2 .
 • Verificar o desempenho dos administradores e definir novas 
contratações.
 • Eleger os membros do Conselho Fiscal, o qual realiza a averigua-
ção dos crimes e fraudes financeiras.
Ainda no âmbito da propriedade temos o Conselho Fiscal, que 
é responsável por definir importantes aspectos de conduta a serem 
adotados na companhia, principalmente aqueles relacionados ao fi-
nanceiro. Para que o ambiente da empresa esteja pautado na ética e 
transparência, é fundamental que o Conselho Fiscal realize algumas 
funções, com critérios bem definidos, e que, sobretudo, esteja pauta-
do em atitudes idôneas e corretas. A princípio, o Conselho Fiscal deve:
 • Verificar as condutas dos administradores, especialmente em 
relação aos fluxos financeiros que migram para outros seto-
res e às empresas pertencentes ao mercado em que a com-
panhia atua. 
A verificação de desvios de dinheiro é fundamental, especialmente 
para assegurar aos acionistas que a empresa caminha pautada no prin-
cípio de honestidade e transparência.
Sobre isso, Saadi e Machado (2017, p. 503), ressaltam que:
a corrupção é crime com capacidade de movimentar grandes vo-
lumes de riqueza. Esse fenômeno guarda um caráter quase em-
presarial, no sentido de que tem por escopo principal o lucro. A 
Vale a pena verificar o 
Manual para participação 
dos acionistas, publicado 
pela Petrobras. Esse 
manual traz informações 
práticas a respeito do 
papel que a Assembleia 
Geral desempenha no 
andamento e na con-
dução dos negócios da 
companhia. Note que as 
funções dos integrantes 
da Assembleia Geral es-
tão detalhadas no índice 
do relatório.
Disponível em: https://www.
investidorpetrobras.com.br/
ptb/1334/680708.pdf
Acesso em: 05 mar. 2020.
Saiba mais
Uma aquisição representa a 
compra de novas empresas pela 
companhia, com a consequente 
ampliação de sua atuação no 
mercado. Uma fusão corres-
ponde à união de duas ou mais 
empresas, com a configuração 
de uma nova estratégia e de 
um novo capital (CAMARGOS; 
BARBOSA, 2005).
1
Conjunto de regulamentos e 
regras estabelecidas destinadas 
ao funcionamento de qualquer 
tipo de instituição, tanto pública 
como privada.
2
https://www.investidorpetrobras.com.br/ptb/1334/680708.pdf
https://www.investidorpetrobras.com.br/ptb/1334/680708.pdf
https://www.investidorpetrobras.com.br/ptb/1334/680708.pdf
28 Governança corporativa
vocação própria da criminalidade econômica desafia, portan-
to, a aposta que o sistema de justiça historicamente faz para 
enfrentar o crime: a privação de liberdade. Ora, se o crime 
é cometido para alcançar ativos de grande valor econômi-
co, a resposta estatal será razoável à medida que considerar 
iniciativas dirigidas a recuperá-los de mãos criminosas em 
prol dos legítimos destinatários; frequentemente, a própria 
sociedade. O confisco de bens, direitos e valores é, portanto, 
medida consoante a estratégia de priorizar a recuperação de 
ativos auferidos mediante práticas corruptas.
Dando continuidade às atribuições do Conselho Fiscal, ele deve:
 • Realizar uma análise crítica perante o relatório anual financeiro.
 • Emitir um parecer sobre as demonstrações financeiras geradas 
pela empresa.
 • Averiguar se os auditores independentes, contratados pela em-
presa, estão realizando um bom trabalho, principalmente com 
relação à verificação dos resultados financeiros.
Segundo Baioco e Almeida (2017, p. 246), a averiguação dos resul-
tados contábeis e financeiros representa um passo essencial para a 
efetividade da governança corporativa nas instituições, “na perspectiva 
de esses órgãos funcionarem como mecanismo de governança corpo-
rativa, sobretudo nas funções de supervisão e fiscalização do processo 
de elaboração das demonstrações financeiras”.
Voltando-se para a atuação da governança corporativa, no que 
se refere ao ambiente organizacional, temos o Conselho da Ad-
ministração, que é o responsável por definir as estratégias para 
o desenvolvimento das expectativasgeradas aos negócios. Essas 
expectativas são muito importantes, pois determinam um objetivo 
a se atingir. Nesse sentido, torna-se essencial promover um am-
biente motivacional, que propicia novos empreendimentos a se-
rem realizados pela companhia.
Ainda com relação ao Conselho de Administração, é fundamental 
que as suas diretrizes estejam pautadas nos seguintes itens:
 • Zelar pelos interesses dos proprietários.
 • Definir qual a performance da diretoria.
Como a propriedade deve estar 
configurada em uma empresa 
de capital aberto?
Atividade 1
As demonstrações 
financeiras são muito 
importantes para verificar 
se a Governança Corpo-
rativa é realizada com 
efetividade. Elas detalham 
o desempenho da em-
presa, principalmente em 
relação à disponibilidade 
de dinheiro e à capacida-
de para arcar com as dívi-
das contraídas. Também 
é um relevante relatório 
para ser oferecido aos 
investidores, a fim de 
assegurar maior grau de 
segurança à companhia e 
ao futuro dos negócios.
Saiba mais
No vídeo As Teorias Eco-
nômicas de Keynes, publi-
cado pelo canal de André 
Azevedo, observa-se que 
o desenvolvimento de 
sinergias ou expectativas 
positivas nos negócios foi 
muito bem delineado pelo 
economista John Maynard 
Keynes, com o estudo do 
espírito empreendedor 
ou animal spirits, que 
desempenha um papel 
fundamental no desenvol-
vimento de novas ideias 
e empreendimentos. 
Para saber mais, assista 
ao vídeo realizado pelo 
Professor Luiz Belluzo, da 
Unicamp.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=1pJduyhZgRU.
Acesso em: 05 mar. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=1pJduyhZgRU
https://www.youtube.com/watch?v=1pJduyhZgRU
https://www.youtube.com/watch?v=1pJduyhZgRU
A estrutura da governança corporativa 29
 • Constatar a concretização das estratégias implementadas e sua 
viabilidade, em termos de retornos financeiros.
 • Formalizar a condução de comitês representativos que possam 
trazer, para a mesa de negociação, aspectos relevantes para o 
momento econômico da companhia.
 • Pesquisar e contratar as equipes de auditores independentes.
Dando sequência, outro ator de relevância, que permeia as relações 
de poder em uma companhia de capital aberto, é o Comitê de Audi-
toria. Esse comitê é representado por profissionais responsáveis pela 
verificação de todo o aparato operacional da empresa, com o objetivo 
de diminuir os riscos relacionados aos negócios. Eles devem supervisio-
nar os relatórios financeiros para que os acionistas possam ter todas as 
informações necessárias para a construção de uma meta que resulte 
no acúmulo de dinheiro.
A averiguação dos relatórios financeiros é papel do Comitê de Au-
ditoria e da Auditoria Independente, principalmente para averiguar 
se a realidade da empresa condiz com o que está expresso nos rela-
tórios publicados pela companhia. Os auditores independentes são 
responsáveis em auditar as demonstrações financeiras, fornecendo 
uma maior credibilidade ao mercado e aos acionistas. Qualquer tipo de 
relatório financeiro deve ser auditado para que se ateste sua veracida-
de, comprovando, assim, que a companhia registra nos seus controles 
financeiros a realidade e, desse modo, mantém os princípio éticos.
Ainda, com relação aos administradores, temos a Diretoria 
Executiva, que é subordinada ao Conselho de Administração. Esse 
conjunto de diretores deve fornecer os relatórios econômicos e 
financeiros com total competência técnica, sobretudo para não gerar 
divergências de informação após a auditoria realizada pelos auditores 
independentes, inclusive em relação à remuneração dos diretores 
(BEUREN; SILVA; MAZZIONI, 2014).
Todos os procedimentos realizados pela companhia, como pro-
cessos, rotinas e práticas, devem ser organizados por uma Auditoria 
Interna, responsável por atuar no controle de todos os elementos cons-
titutivos da companhia, principalmente no que diz respeito ao cumpri-
mento das normas estabelecidas para o funcionamento da empresa, 
como normas de vigilância sanitária, por exemplo.
Qual o principal papel do Comitê 
de Auditoria e da Auditoria 
Independente?
Atividade 2
30 Governança corporativa
Por fim, é importante mencionar que existem outros atores no am-
biente de uma organização com uma governança corporativa. Seriam 
os atores relacionados ao âmbito produtivo da companhia, como os 
credores, governos, fornecedores, consumidores e as comunidades.
2.2 Os oito pilares da governança 
corporativa: uma análise crítica Vídeo
A governança corporativa deve priorizar oito pilares fundamentais 
para sua manutenção a longo prazo. Podemos afirmar que esses pila-
res são aspectos aos quais a governança corporativa deve se atentar, a 
fim de minimizar os riscos e maximizar os retornos que serão obtidos 
pelos acionistas. No capitalismo, marcado pelo oligopólio e por empre-
sas com ações comercializadas no mercado de capitais, é fundamental 
que as companhias tenham uma diretriz para a realização de uma boa 
governança, pautada em uma produção que ofereça margens de lucra-
tividade e que proporcione um ambiente próspero para os negócios. 
Afinal de contas, os proprietários mudam com o decorrer do tempo, 
em especial pela comercialização das ações das empresas no mercado, 
resultando em uma elevada rotatividade da propriedade.
A estrutura de propriedade das companhias é expressa por um 
elevado número de papéis comercializados na bolsa de valores, com 
divergências e conflitos; portanto, a propriedade dispersa no merca-
do é uma condição necessária para a implementação da governança 
corporativa, sendo essa um pilar fundamental. No entanto, as decisões 
acerca das perspectivas da companhia não podem ter como único cri-
tério a quantidade de dinheiro captado no mercado de capitais, devido 
à alta volatilidade (oscilação) e à possibilidade de perdas. Por mais que 
a governança seja aplicada em uma companhia, se a propriedade está 
dissipada em ações no mercado, a incerteza permeará suas estratégias 
e perspectivas em relação ao futuro.
Dami et al. (2006, p. 1) relatam sobre a incerteza do papel que a 
governança desempenha nas companhias de capital aberto, principal-
mente devido à imprevisibilidade.
A literatura indica que, principalmente em países com alta 
concentração acionária, a estrutura de propriedade e contro-
le é um importante mecanismo interno de controle da gover-
nança corporativa, com efeitos na valorização e desempenho 
das empresas. No Brasil, a relação existente entre governança 
A estrutura da governança corporativa 31
corporativa-estrutura de propriedade-desempenho mostra-se 
ainda inconclusiva.
Além do pilar propriedade, é fundamental observar que o segun-
do pilar, os princípios, permeia qualquer iniciativa relacionada à 
prática da governança corporativa, com especial atenção aos seus as-
pectos universais, que são: justiça, divulgação e prestação de contas e 
conformidade. 
A justiça está relacionada a todas as atitudes e diretrizes dos ges-
tores da companhia, priorizando a concretização de práticas pautadas 
num senso de justiça, tanto em relação ao mercado quanto ao impacto 
nos consumidores e colaboradores, principalmente no que diz respeito 
às políticas de preços praticadas, que devem ser sem abusos e com 
total coerência. O outro aspecto universal da governança, que pertence 
aos seus princípios, é a divulgação e prestação das contas financeiras, 
a qual deve ser feita com total transparência, inclusive com as informa-
ções auditadas e organizadas por auditorias independentes. Por fim, 
a conformidade tem profunda relação com as boas práticas e com o 
modo como a empresa atua no mercado, prestando contas e seguindo 
normas e condutas com base nas leis.
Outro pilar de extrema importância são os propósitos da empre-
sa, relacionados à maximização do retorno aos acionistas e às partes 
interessadas na companhia. O grande problema é a conciliação dos in-
teresses em jogo, sobretudo pelas características fundamentais do ser 
humano: a ganância e o desejo de obter mais. Harvey(2011) menciona 
que o desejo pelo lucro, tanto no mercado especulativo quanto no pro-
dutivo, permeia a história dos agentes econômicos ao longo do tempo, 
sendo um motivo de grande relevância.
Ainda, outro pilar fundamental para que a governança seja imple-
mentada com um resultado satisfatório está relacionado à definição 
clara das atribuições de cada um dos atores, os quais pertencem ao 
âmbito de planejamento e execução de uma companhia de capital 
aberto. Turnbull (1997) informa que os papéis dos atores, perten-
centes à governança corporativa, baseiam-se em quatro modelos. O 
primeiro é relacionado aos stakeholders, que considera o conjunto 
de ambições de todos os interessados no funcionamento da com-
panhia; dentre eles acionistas, empregados, fornecedores, colabo-
radores, comunidade, clientes, meio ambiente e instituições que 
Eventos climáticos e de 
saúde pública podem 
causar danos que 
repercutem no retorno 
das ações das empre-
sas no mercado de 
capitais. Um exemplo foi 
o efeito do Coronavírus 
na China, que causou 
impactos desastrosos 
para a economia mundial. 
Nesse sentido, os mer-
cados financeiros estão 
desenvolvendo novas 
estruturas para lidar com 
efeitos causados seja por 
fatores climáticos seja 
de saúde pública, tendo 
como pilar a diminuição 
dos riscos. Veja o case da 
empresa Warburg Pingus, 
que desenvolveu um mo-
delo de governança para 
amenizar os impactos 
ambientais ocasiona-
dos pelas atividades da 
empresa e diminuir os 
riscos dos efeitos climá-
ticos em suas operações 
produtivas.
Disponível em: https://www.
warburgpincus.com/pt-br/
governanca-ambiental-e-social/
Acesso em: 05 mar. 2020.
Saiba mais
O vídeo Crises do Capi-
talismo (David Harvey), 
publicado pelo canal 
TheLeportal, traz uma 
explicação detalhada dos 
“ganhos financeiros” pe-
los agentes pertencentes 
ao setor bancário e pelas 
grandes empresas no 
mundo globalizado.
Disponível: https://www.youtu-
be.com/watch?v=OJ6xlbfApAM
Acesso em: 13 mar. 2020.
Vídeo
https://www.warburgpincus.com/pt-br/governanca-ambiental-e-social/
https://www.warburgpincus.com/pt-br/governanca-ambiental-e-social/
https://www.warburgpincus.com/pt-br/governanca-ambiental-e-social/
https://www.youtube.com/watch?v=OJ6xlbfApAM
https://www.youtube.com/watch?v=OJ6xlbfApAM
32 Governança corporativa
permeiam a empresa no seu funcionamento. O segundo modelo, 
pertencente ao pilar atribuições, é aquele que prioriza o retorno 
dado aos acionistas, denominado stewardship, presente nas empre-
sas japonesas. O terceiro modelo tem como objetivo priorizar o fun-
cionamento da empresa, tendo como base as leis estabelecidas pelo 
governo; esse modelo tem forte presença na França. Por último, o 
quarto modelo prioriza as finanças, tendo como objetivo alinhar a 
atribuição do gestor com contratos e regras para viabilizar os fluxos 
financeiros da empresa; essa configuração é muito presente nos Es-
tados Unidos da América (EUA) e Inglaterra.
Vale mencionar que o modelo japonês, apesar de dar atenção aos 
acionistas, não tem como prioridade o desenvolvimento de uma es-
trutura financeira para esse objetivo, uma vez que, na verdade, priori-
za maximizar o retorno produtivo e os reflexos ao mercado acionário. 
Os modelos de comportamento, tendo como fundamento o pilar atri-
buições, determinam a governança corporativa no mundo. Enquanto 
esse pilar tem forte ligação com os papéis desempenhados pelos ato-
res na governança, os modelos representativos demonstram o tipo de 
comportamento que é vinculado a cada um desses papéis, em dife-
rentes circunstâncias e em diferentes países.
Outro pilar para a concretização da governança corporativa está 
associado ao poder exercido pelor proprietários, conselheiros e ad-
ministradores. Nesse âmbito, há elevada probabilidade de conflitos. 
Assim, é natural a existência de divergências em relação aos grupos 
pertencentes ao planejamento da companhia e aos outros atores e, 
por isso, é fundamental o estabelecimento de regras de conduta di-
recionadas aos sócios da empresa. Essas regras devem ser pensadas 
para minimizar o abuso de poder entre as partes interessadas na con-
dução dos negócios da empresa. A adequada distribuição do poder é 
essencial para que a transparência seja praticada na confecção dos 
relatórios financeiros, os quais serão fornecidos aos que possuem in-
teresse nos negócios da organização.
É importante que a governança corporativa esteja pautada em 
ações e práticas bem definidas, dando uma maior atenção ao papel 
do conselho de administração, da diretoria da companhia e das equi-
pes de auditorias internas e externas. A governança corporativa não 
Os conflitos de agência 
representam um grave 
problema para as em-
presas que têm como 
objetivo implementar uma 
boa prática de governan-
ça corporativa. Os atores 
possuem interesses 
distintos: os conselhos 
priorizam estratégias que 
possam beneficiar proje-
tos vinculados aos seus 
propósitos; os acionistas 
vislumbram maiores 
retornos; e os administra-
dores tentam maximizar 
sua remuneração com 
resultados a curto prazo. 
Para saber mais sobre os 
conflitos de agência, visite 
o site do Portal Gestão.
Disponível em: https://www.
portal-gestao.com/artigos/6541-o-
-que-%C3%A9-o-conflito-de-a-
g%C3%AAncia.html
Acesso em: 05 mar. 2020.
Saiba mais
https://www.portal-gestao.com/artigos/6541-o-que-%C3%A9-o-conflito-de-ag%C3%AAncia.html
https://www.portal-gestao.com/artigos/6541-o-que-%C3%A9-o-conflito-de-ag%C3%AAncia.html
https://www.portal-gestao.com/artigos/6541-o-que-%C3%A9-o-conflito-de-ag%C3%AAncia.html
https://www.portal-gestao.com/artigos/6541-o-que-%C3%A9-o-conflito-de-ag%C3%AAncia.html
A estrutura da governança corporativa 33
deve ser traçada em considerações que não possuam uma aplicabi-
lidade prática; desse modo, a implementação de sistemas para o de-
senvolvimento de estruturas, que possam monitorar as estratégias 
adotadas, é uma pauta de elevado impacto para o aumento da credi-
bilidade da companhia. 
As boas práticas representam mais um pilar fundamental, por-
tanto é necessário fluidez nos canais internos de comunicação da em-
presa, bem como no relacionamento com os fornecedores. Com base 
nessas boas práticas, verifica-se o desenvolvimento de alternativas 
para minimizar os conflitos de agências 4 , decorrentes das negocia-
ções e das estratégias empresariais em andamento.
Um pilar que serve como alicerce para o desenvolvimento da 
governança é o processo de Gestão de Pessoas. O departamento 
de recursos humanos (RH) deve ter como objetivo verificar 
as potencialidades dos colaboradores e a implementação de 
políticas vinculadas à meritocracia, premiando os funcionários 
de acordo com os resultados atingidos. A produtividade deve ser 
alcançada considerando uma maior qualidade de vida, que deve 
ser proporcionada pela empresa aos colaboradores para que o 
ambiente da companhia seja repleto de perspectivas positivas e, com 
isso, o desenvolvimento de novas ideias vinculadas ao negócio seja 
facilitado. O funcionário deve, então, ser contemplado na estrutura 
da governança, principalmente mediante a concessão de alternativas 
promissoras, como um plano de carreira adequado e suporte para o 
desenvolvimento de novos projetos.
Para que o processo da governança corporativa possa ter uma 
boa reputação e para que essa seja mantida a longo prazo, deve-se 
atentar à longevidade da companhia. Esse pilar está relacionado à 
durabilidade de uma organização, a qual tem uma relação direta com 
a condução dos negócios, com a maior integração entre os objetivos 
internos da companhia, com a perspectiva positiva relacionada aos 
resultados auferidos, com os atributos e a reputação dos adminis-
tradores e, por fim, com as sustentabilidades econômico-financeira, 
social e ambiental.
Esses oito pilares apresentam um dimensionamento vinculado ao 
ambiente da governança, porém com um cunho determinístico, pois, 
sem a condução adequada desses pilares é impossível ter uma go-
Os conflitos de agências são 
divergências,em relação ao 
planejamento de uma empresa, 
entre os gestores e acionistas.
4
34 Governança corporativa
vernança corporativa bem implementada. Assim, é essencial salien-
tar que os pilares se reformulam no decorrer do tempo, podendo ter 
suas características específicas alteradas de acordo com as necessi-
dades de cada ramo de atuação e com o contexto histórico das com-
panhias no mercado.
2.3 A importância da OCDE na 
governança corporativa Vídeo
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE) abrange 30 países industrializados com maior grau de de-
senvolvimento e mantém um conjunto de relações com Organiza-
ções não Governamentais (ONGs) e diversas outras sociedades civis 
e de amplitude internacional. A OCDE colabora para a ampliação da 
difusão dos princípios da boa governança e para a definição de boas 
práticas relacionadas ao escopo das organizações, em vários países 
do mundo.
As boas práticas de governança corporativa são priorizadas pela 
OCDE com o objetivo de desenvolver os mercados para a criação de 
melhores condições sociais e para o aprimoramento dos mecanis-
mos de gestão das grandes corporações no mundo. É claro que os 
princípios da governança devem estar atrelados à melhoria dos indi-
cadores sociais, particularmente àqueles relacionados ao aumento 
do bem-estar das economias no mundo. Não basta somente priori-
zar os ganhos dos acionistas, conselhos, administradores e direto-
rias; é preciso proporcionar para o ambiente, repleto de pessoas, as 
condições para a ampliação de melhorias para assegurar um futuro 
tranquilo às sociedades.
 A OCDE procura estipular normas e padrões para que as em-
presas possam desenvolver os seus negócios com base em critérios 
sustentáveis. No capitalismo contemporâneo, é extremamente neces-
sário verificar os impactos sociais das atividades das organizações, 
com o objetivo de dar continuidade a toda a cadeia de produção ou 
de valor, relacionada às atividades das companhias internacionaliza-
das. A cadeia de valor é um aspecto de relevância, acima de tudo por 
As empresas estatais pos-
suem um elevado grau de 
representatividade nas 
relações comerciais entre 
os países, sobretudo no 
cenário atual, em que as 
fronteiras geográficas 
estão ampliadas, em 
sua maioria devido à 
globalização. A OCDE 
criou diretrizes de gover-
nança para as empresas 
estatais, principalmente 
relacionadas ao combate 
à corrupção. Para saber 
mais, acesse o link do site 
OECD. 
Disponível em: http://www.oecd.
org/daf/ca/soemarket.htm
Acesso em: 06 mar. 2020.
Saiba mais
http://www.oecd.org/daf/ca/soemarket.htm
http://www.oecd.org/daf/ca/soemarket.htm
A estrutura da governança corporativa 35
proporcionar a geração de emprego e renda nas economias. É neces-
sário afirmar que a criação de empregos e renda está diretamente 
ligada à geração de novas empresas no segmento produtivo. Portan-
to, a OCDE prioriza medidas de governança pautadas no desenvolvi-
mento econômico, visando a diminuição das desigualdades sociais no 
mundo. A Figura 1 ilustra o papel da governança no desenvolvimento 
econômico:
Figura 1
Impactos macroeconômicos da governança corporativa: efeitos sobre o desenvolvimento econômico
Boas práticas de 
governança
Mercado de 
capitais
M
ai
or
 
de
se
nv
ol
vi
m
en
to
Pe
ça
s-
ch
av
e 
co
m
pl
em
en
ta
re
s
Forte proteção 
legal aos 
investidores
Mercados 
financeiros mais 
desenvolvidos
Maior 
desenvolvimento 
econômico
Sistema 
bancário
Fonte: Adaptada de Silveira, 2010, p. 9.
A condição fundamental para a concretização do desenvolvimento 
econômico está atrelada ao aumento dos investimentos produtivos, 
os quais foram realizados por meio dos recursos financeiros captados 
no mercado financeiro. Assim, quanto maior for o desenvolvimento do 
mercado de capitais, maior é a possibilidade de investimentos produ-
tivos. No entanto, esse movimento não é verificado desde a crise de 
2008, em que houve uma quantidade de dinheiro sem aplicabilidade 
prática, isto é, sem a geração de empregos na economia.
A colaboração da OCDE baseia-se na argumentação a respeito da 
maior liberdade das economias em transacionar as mercadorias entre 
os diversos países. Outro ponto de importância está relacionado aos 
investimentos produtivos e especulativos – que terão os seus retor-
nos maximizados nos países e nas corporações que implementarem 
os princípios de governança –, principalmente os que têm relação com 
a transparência das informações financeiras e dos mecanismos que 
possam legitimar os retornos dos acionistas. É importante mencionar 
No site da OCDE você vai 
encontrar estatísticas, es-
tudos e pareceres sobre 
a economia, a qualidade 
de vida e os indicadores. 
Os princípios da gover-
nança corporativa OCDE 
colaboram para melhorar 
a eficiência econômica 
dos mercados. Em 2015, 
os princípios foram refor-
mulados pelo Conselho 
da OCDE e pela cúpula 
do G20.
Disponível em: http://www.
oecd.org/corporate/principles-
-corporate-governance/
Acesso em: 06 mar. 2020.
Site
http://www.oecd.org/corporate/principles-corporate-governance/
http://www.oecd.org/corporate/principles-corporate-governance/
http://www.oecd.org/corporate/principles-corporate-governance/
36 Governança corporativa
que a OCDE prioriza condutas éticas, que estejam dentro dos padrões 
de sustentabilidade global para a diminuição de impactos negativos ao 
meio ambiente. Dito de outra forma, A OCDE prioriza a economia, com 
uma dinâmica que foca em investimentos que proporcionem retornos 
para as instituições e para a sociedade como um todo.
A OCDE tem profundo interesse na melhoria das práticas de go-
vernança corporativa nas empresas, sobretudo para proporcionar 
maior mobilidade do mercado de capitais e contribuir com o processo 
de desenvolvimento dos diversos países no mundo. Essas contribui-
ções podem ser exemplificadas por formas efetivas de investimentos 
produtivos e menores riscos, com maiores retornos a curto, médio e 
longo prazo. Como exemplo dessa aplicabilidade, na Itália, inicia-se o 
processo de reformulação do seu mercado de capitais com a OCDE, 
justamente na tentativa de acumular uma maior quantidade de recur-
sos provenientes das famílias e empresas para promover o desenvol-
vimento econômico. Além disso, a OCDE publicou um relatório, em 31 
de janeiro de 2020, a respeito da reforma da estrutura de captação de 
recursos financeiros e da emissão de financiamentos de longo prazo 
para empresas e famílias italianas, como uma tentativa de dinamizar 
a economia local por meio da criação de um maior número de oportu-
nidades de negócios no âmbito da produção de bens e serviços 5 . De 
acordo com o relatório OCDE (2020, p.1):
a Itália nos últimos anos empreendeu importantes reformas es-
truturais para melhorar a saúde financeira das empresas e for-
talecer os mercados de capitais como fonte complementar de 
financiamento corporativo. Estes incluem os planos de poupan-
ça individual (PIR), os mini-bonds de estrutura de mercado e o 
programa ELITE do Borsa Italiana que visa ajudar as empresas a 
acessar capital e as redes necessárias para expandir. No entanto, 
mercado italiano de capitais ainda é menos desenvolvido do que 
muitos outros nas economias avançadas. Consequentemente, 
permanece um potencial importante para melhorar ainda mais 
a utilidade de mercado de capitais para empresas e cidadãos 
italianos. Isso vai exigir a promoção um resultado bem-sucedi-
do nas recentes iniciativas, bem como diminuir qualquer tipo de 
impedimento.
Portanto, a OCDE colabora fomentando o desenvolvimento dos 
mercados especulativo e produtivo, principalmente com a intenção 
de promover o desenvolvimento econômico e proporcionar a am-
Para mais informações, visite o 
site disponível em: http://www.
oecd.org/corporate/OECD-Ca-
pital-Market-Review-Italy.htm. 
Acesso em: 18 mar. 2020. 
5
http://www.oecd.org/corporate/OECD-Capital-Market-Review-Italy.htm
http://www.oecd.org/corporate/OECD-Capital-Market-Review-Italy.htm
http://www.oecd.org/corporate/OECD-Capital-Market-Review-Italy.htm

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