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Livro Filosofia

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Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Filosofia
Disciplina na modalidade a distância
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Reitor Unisul
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitora Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Administração
Fabian Martins de Castro
Pró-Reitor de Ensino
Mauri Luiz Heerdt
Campus Universitário de 
Tubarão 
Diretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitário da 
Grande Florianópolis 
Diretor 
Hércules Nunes de Araújo
Campus Universitário 
UnisulVirtual
Diretora
Jucimara Roesler 
Equipe UnisulVirtual 
Diretora Adjunta
Patrícia Alberton 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais 
Murilo Matos Mendonça
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann
Luiz Fernando Meneghel
Renata Souza de A. Subtil
Assessoria de Inovação e 
Qualidade de EAD
Denia Falcão de Bittencourt (Coord)
Andrea Ouriques Balbinot
Carmen Maria Cipriani Pandini
Iris de Sousa Barros
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA
Diva Marília Flemming
Marciel Evangelista Catâneo
Roberto Iunskovski
Assistente e Auxiliar de 
Coordenação
Maria de Fátima Martins (Assistente)
Fabiana Lange Patricio
Tânia Regina Goularte Waltemann
Ana Denise Goularte de Souza
Coordenadores Graduação
Adriano Sérgio da Cunha
Aloísio José Rodrigues
Ana Luísa Mülbert
Ana Paula R. Pacheco
Arthur Beck Neto
Bernardino José da Silva
Catia Melissa S. Rodrigues
Charles Cesconetto
Diva Marília Flemming
Fabiano Ceretta
José Carlos da Silva Junior
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. Cardoso
José Carlos N. Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto D. Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi
Luiz G. Buchmann Figueiredo
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina S. Veit
Maria da Graça Poyer
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça
Nélio Herzmann
Onei Tadeu Dutra
Patrícia Fontanella
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz M. Pinheiro
Tatiana Lee Marques
Valnei Carlos Denardin
Roberto Iunskovski
Rose Clér Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Sergio Sell
Coordenadores Pós-Graduação
Aloisio Rodrigues
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Nunes
Leticia Cristina Barbosa
Luiz Otávio Botelho Lento
Rogério Santos da Costa 
Roberto Iunskovski
Thiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerência Administração
Acadêmica
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distância
Samara Josten Flores (Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira
Cristina Mara Schauffert
Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira
Evilym Melo Livramento
Fabiano Silva Michels
Fabricio Botelho Espíndola
Felipe Wronski Henrique
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Indyanara Ramos
Janaina Conceição
Jorge Luiz Vilhar Malaquias
Juliana Broering Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Luíza Koing  Zumblick
Maria José Rossetti
Marilene de Fátima Capeleto
Patricia A. Pereira de Carvalho
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Mauricio Silveira Bubalo
Rosângela Mara Siegel
Simone Torres de Oliveira
Vanessa Pereira Santos Metzker
Vanilda Liordina Heerdt
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Daniel Lucas de Medeiros
Eduardo Rodrigues
Guilherme Henrique Koerich
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Ana Luise Wehrle
Anderson Zandré Prudêncio
Daniel Contessa Lisboa
Naiara Jeremias da Rocha
Rafael Bourdot Back 
Thais Helena Bonetti
Valmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa 
e Extensão
Moacir Heerdt (Gerente)
Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto e 
Reconhecimento de Curso
Diane Dal Mago
Vanderlei Brasil
Francielle Arruda Rampelotte
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)
Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca
Salete Cecília e Souza (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Simone Zigunovas (Capacitação)
Alessandra de Oliveira (Assessoria)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Elaine Cristiane Surian
Juliana Cardoso Esmeraldino
Maria Lina Moratelli Prado
Fabiana Pereira
Tutoria e Suporte
Claudia Noemi Nascimento (Líder)
Anderson da Silveira (Líder)
Ednéia Araujo Alberto (Líder)
Maria Eugênia F. Celeghin (Líder)
Andreza Talles Cascais
Daniela Cassol Peres
Débora Cristina Silveira
Francine Cardoso da Silva
Joice de Castro Peres
Karla F. Wisniewski Desengrini
Maria Aparecida Teixeira
Mayara de Oliveira Bastos
Patrícia de Souza Amorim
Schenon Souza Preto
Gerência de Desenho 
e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)
Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.)
Aline Cassol Daga
Ana Cláudia Taú
Carmelita Schulze
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Eloísa Machado Seemann
Flavia Lumi Matuzawa
Gislaine Martins
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
Jaqueline de Souza Tartari
João Marcos de Souza Alves
Leandro Romanó Bamberg
Letícia Laurindo de Bonfim
Lygia Pereira
Lis Airê Fogolari
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marina Melhado Gomes da Silva
Marina Cabeda Egger Moellwald
Melina de La Barrera Ayres
Michele Antunes Corrêa
Nágila Hinckel
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael Araújo Saldanha
Roberta de Fátima Martins
Roseli Aparecida Rocha Moterle 
Sabrina Bleicher
Sabrina Paula Soares Scaranto
Viviane Bastos
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Mariella Gloria Rodrigues
Avaliação da aprendizagem 
Geovania Japiassu Martins (Coord.)
Gabriella Araújo Souza Esteves 
Jaqueline Cardozo Polla
Thayanny Aparecida B.da Conceição
Gerência de Logística
Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logísitca de Materiais
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraao do Nascimento Germano
Bruna Maciel
Fernando Sardão da Silva
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Marlon Eliseu Pereira
Pablo Varela da Silveira
Rubens Amorim
Yslann David Melo Cordeiro
Avaliações Presenciais
Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Ana Paula de Andrade
Angelica Cristina Gollo
Cristilaine Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Delano Pinheiro Gomes
Edson Martins Rosa Junior
Fernando Steimbach
Fernando Oliveira Santos
Lisdeise Nunes Felipe
Marcelo Ramos
Marcio Ventura
Osni Jose Seidler Junior
Thais Bortolotti
Gerência de Marketing
Fabiano Ceretta (Gerente)
Relacionamento com o Mercado 
Eliza Bianchini Dallanhol Locks
Relacionamento com Polos 
Presenciais
Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Karine Augusta Zanoni
Marcia Luz de Oliveira
Assuntos Jurídicos
Bruno Lucion Roso
Marketing Estratégico
Rafael Bavaresco Bongiolo
Portal e Comunicação
Catia Melissa Silveira Rodrigues 
Andreia Drewes
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Marcelo Barcelos
Rafael Pessi
Gerência de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Adriana Ferreira dos Santos
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva
Anne Cristyne Pereira
Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Daiana Ferreira Cassanego
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Frederico TrilhaHigor Ghisi Luciano
Jordana Paula Schulka
Marcelo Neri da Silva
Nelson Rosa
Oberdan Porto Leal Piantino
Patrícia Fragnani de Morais
Multimídia
Sérgio Giron (Coord.)
Dandara Lemos Reynaldo
Cleber Magri
Fernando Gustav Soares Lima
Conferência (e-OLA)
Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Bruno Augusto Zunino 
Produção Industrial
Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon (Gerente)
André Luiz Portes 
Carolina Dias Damasceno
Cleide Inácio Goulart Seeman
Francielle Fernandes
Holdrin Milet Brandão
Jenniffer Camargo
Juliana Cardoso da Silva
Jonatas Collaço de Souza
Juliana Elen Tizian
Kamilla Rosa
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Monique Napoli Ribeiro
Nidia de Jesus Moraes
Orivaldo Carli da Silva Junior
Priscilla Geovana Pagani
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Tatiane Crestani Trentin
Vanessa Trindade
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Revisão e atualização de conteúdo
Leandro Kingeski Pacheco
Design instrucional
Karla Leonora Dahse Nunes
Leandro Kingeski Pacheco
Roseli Rocha Moterle
4ª edição
Filosofia
Livro didático
Leandro Kingeski Pacheco
Maria Juliani Nesi
Edição – Livro Didático
Professores Conteudistas
Leandro Kingeski Pacheco
Maria Juliani Nesi
Revisão e atualização
 de conteúdo
Leandro Kingeski Pacheco
Design Instrucional
Karla Leonora Dahse Nunes
Leandro Kingeski Pacheco
Lívia da Cruz
Roseli Rocha Moterle (4ª edição)
ISBN
978-85-7817-193-3
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Rafael Pessi
Anne Cristyne Pereira (4ª edição)
Ilustrações
Alex Xavier
Revisão
Diane Dal Mago
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
100
P11 Pacheco, Leandro Kingeski
Filosofia : livro didático / Leandro Kingeski Pacheco, Maria Juliani Nesi; 
revisão e atualização de conteúdo Leandro Kingeski Pacheco ; design 
instrucional Karla LeonoraDahse Nunes, Leandro Kingeski Pacheco, [Lívia 
da Cruz], Roseli Rocha Moterle. – 4. ed. – Palhoça: UnisulVirtual, 2011.
234 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia. 
ISBN 978-85-7817-193-3 
1. Filosofia. 2. Teoria do conhecimento. I. Nesi, Maria Juliani. II. Nunes, 
Karla Leonora Dahse. III. Cruz, Lívia da. IV. Moterle, Roseli Rocha. V. Título.
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - O sentido primordial da Filosofia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Lógica? Para que te quero? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
UNIDADE 3 - Algumas ideias sobre a Teoria do Conhecimento . . . . . . . . . 65
UNIDADE 4 - As raízes da Teoria do Conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
UNIDADE 5 - Questões do conhecimento no pensamento 
moderno e contemporâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
UNIDADE 6 - Ética e moral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
UNIDADE 7 - A ética de Aristóteles, de Kant e de Mill . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
UNIDADE 8 - Questões da Ética contemporânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219
Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 225
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Filosofia.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica 
caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou 
para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores 
e instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, 
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. 
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
Palavras dos professores
Caro aluno (a),
Você está iniciando o estudo da disciplina Filosofia.
Com o apoio deste livro didático, você mergulhará no 
mundo fascinante da Filosofia. Você estudará, basicamente, 
duas grandes áreas de atuação da Filosofia: a Teoria do 
Conhecimento e a Ética. Antes de abordar tais saberes, você 
estudará uma breve caracterização do sentido primordial de 
Filosofia, assim como da Lógica.
Ao estudar o sentido primordial da Filosofia você iniciará os 
primeiros passos nesta área e conhecerá a autonomia, a reflexão, 
a crítica e a criatividade como competências que gostaríamos 
que você desenvolvesse durante o estudo deste livro. 
Com a Lógica, uma área específica e básica de estudo da 
Filosofia, você aprenderá a desenvolver algumas estratégias 
para ler um texto filosófico (ou mesmo textos do cotidiano) 
ao reconhecer, por exemplo, a estrutura básica do raciocínio. 
Assim, você poderá se apropriar de valiosos instrumentos 
para examinar os trechos dos próprios filósofos, utilizados em 
algumas unidades. 
Com o estudo da Teoria do Conhecimento você identificará 
inúmeras respostas acerca de como o conhecimento é 
constituído. Há mais de 2.500 anos o homem tenta decifrar 
como ocorre o conhecimento, e essa é uma pergunta básica 
para o filósofo. Veja que a pergunta é crucial para todas as 
pessoas, inclusive para você, pois se descobrirmos quais são as 
nossas limitações e os nossos facilitadores mais expressivos no 
ato de conhecer, mais fácil e rapidamente aprenderemos.
Estudando a ética, você percorrerá alguns caminhos, algumas 
reflexões que investigaram quais condutas morais devem ser 
escolhidas pelo homem. Que devemos fazer? Quais condutas 
10
Universidade do Sul de Santa Catarina
morais são corretas ou erradas? E, que critérios devemos utilizar 
para justificar uma ação moral? Várias respostas foram propostas 
para essas perguntas. Com o conhecimento delas, você terá 
melhores condições de avaliar que ações devem ser tomadas e 
de se posicionar diante do nosso cotidiano, do nosso mundo, tão 
repleto de conflitos.
Bom estudo!
Professor Leandro Kingeski Pacheco e 
Professora Maria Juliani Nesi 
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seutempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Tópicos do pensamento ocidental: Teoria do Conhecimento e 
Ética.
Objetivos
Geral
Ler e interpretar textos filosóficos e produzir textos escritos.
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Específicos
 � Compreender o sentido primordial de Filosofia e 
identificar alguns temas específicos de estudo da 
Filosofia.
 � Conhecer a Lógica, tipos de proposição, funções da 
proposição no raciocínio e tipos de raciocínio válidos e 
inválidos.
 � Compreender algumas questões fundamentais da Teoria 
do Conhecimento e distinguir formas de conhecimento.
 � Distinguir a concepção de conhecimento segundo 
Sócrates, Platão e Aristóteles.
 � Distinguir a concepção de conhecimento segundo 
Descartes, Hume e Kant.
 � Conhecer contribuições de Kuhn e Feyerabend para 
pensar o conhecimento científico.
 � Distinguir a Ética da moral.
 � Compreender o surgimento da Ética com a ética de 
Sócrates.
 � Distinguir a ética de Aristóteles, de Kant e de Mill.
 � Distinguir considerações éticas propostas por Nietzsche, 
Foucault, Rawls e Singer.
Carga horária
A carga horária total da disciplina é de 60 horas-aula.
13
Filosofia
Conteúdo programático/objetivos
Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá deter para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. Neste 
sentido, veja a seguir as oito unidades que compõem o livro 
didático desta Disciplina, bem como os seus respectivos objetivos
Unidades de estudo: 8 
Unidade 1 – O sentido primordial da Filosofia
Nesta unidade você conhecerá e compreenderá o sentido 
primordial da Filosofia ao estudar o seu significado etimológico e 
as atividades do primeiro filósofo. Verá, contudo, que a Filosofia 
pode apresentar vários sentidos, em função do que vários 
filósofos pensam. Também identificará algumas características 
fundamentais para o Filosofar: a autonomia, a reflexão, a crítica e 
a criatividade. Ainda, estudará que a Filosofia abrange uma vasta 
área de estudos, cada uma com um objeto específico de estudo.
Unidade 2 – Lógica? Para que te quero?
Você estudará o que é a Lógica. Nesse sentido, estudará 
o raciocínio e os elementos que o compõem. A partir do 
instrumental fornecido pela Lógica, você aprimorará sua 
capacidade de interpretar os raciocínios e de evitar algumas 
armadilhas lógicas. Assim, você poderá ler e interpretar textos 
filosóficos, ou mesmo textos simples do nosso cotidiano, 
apreendendo o seu sentido.
Unidade 3 – Algumas ideias sobre a Teoria do Conhecimento
Nesta unidade você identificará características básicas do 
conhecimento humano e tratará de questões fundamentais 
acerca da Teoria do Conhecimento, que atravessaram a 
história ocidental desde os primeiros filósofos gregos até a 
contemporaneidade.
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 4 – As raízes da Teoria do Conhecimento
Aqui você estudará o pensamento dos filósofos pré-socráticos, 
Sócrates, Platão e Aristóteles sobre como podemos conhecer. E 
verá, brevemente, o legado que eles deixaram para os pensadores 
de períodos posteriores. 
Unidade 5 – Questões do conhecimento no pensamento moderno e 
contemporâneo
Nesta unidade você estudará o pensamento dos seguintes 
filósofos modernos: Descartes, Hume e Kant. Também estudará, 
questões que foram propostas na contemporaneidade, e, nesse 
sentido, reflexões sobre as ciências e os limites da razão. Foram 
escolhidos para essa análise os filósofos: Kuhn e Feyerabend. 
Unidade 6 – Ética e moral
O propósito desta unidade é que você estude a distinção entre 
ética e moral, mesmo sendo elas indissociáveis. Você verá que a 
origem da Ética está ligada à de Sócrates. Também estudará que 
as teorias éticas podem ser classificadas como ética normativa, 
pragmática e metaética.
Unidade 7 – A ética de Aristóteles, de Kant e de Mill
Nesta unidade você estudará três singulares teorias éticas, 
de Aristóteles, Kant e de John Stuart Mill. Estudará, em 
Aristóteles, a importância do meio-termo para cultivarmos a 
virtude; em Kant, a importância do imperativo categórico, e em 
Mill, a utilidade como o critério para nortear a ação.
Unidade 8 – Questões da ética contemporânea
Você estudará considerações éticas de alguns filósofos 
contemporâneos, especificamente de Nietzsche, Foucault, Rawls 
e Singer. Tais considerações ampliam nosso entendimento sobre 
como deve ser a ação moral.
15
Filosofia
Agenda de atividades/Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
1UNIDADe 1O sentido primordial da Filosofia 
Leandro Kingeski Pacheco
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender o sentido primordial da Filosofia.
 � Refletir sobre as categorias de autonomia, de reflexão, de 
crítica e de criatividade.
 � Identificar alguns temas específicos de estudo da Filosofia.
 � Analisar e sintetizar trechos de textos filosóficos.
Seções de estudo
Seção 1 O sentido primordial da Filosofia
Seção 2 Autonomia, reflexão, crítica e criatividade 
Seção 3 Alguns temas específicos de estudo da Filosofia
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade, você começa a estudar o que é a Filosofia e 
verá que ela apresenta várias áreas de estudo. Ao investigar 
alguns temas específicos, compreenderá que a Filosofia não é 
um conhecimento definitivo, acabado, porém, encontra-se em 
constante movimento e revisão.
Você também identificará a autonomia, a reflexão, a crítica e 
a criatividade como procedimentos básicos e decisivos para 
a Filosofia e para o filósofo – assim como será estimulado a 
desenvolver essas capacidades durante o estudo deste livro didático.
Seção 1 – O sentido primordial da Filosofia
Afinal o que é Filosofia? Se perguntarmos para dez filósofos o 
que é Filosofia, cada um proporá uma resposta diferente para essa 
questão. Esta diversidade de perspectivas, por mais incrível que 
pareça, não é considerada no meio filosófico um problema, e sim, 
uma rica oportunidade de confrontar diferentes posições e de 
aprendermos com elas.
As várias concepções sobre o que é Filosofia são influenciadas 
tanto pela diversidade de inúmeros contextos, sócio-político-
histórico e cultural, quanto pela rica vivência e experiência de 
cada filósofo. 
Você, que faz um estudo introdutório como este em Filosofia, 
quer certamente saber do que se está falando. Porém, uma 
compreensão adequada desse termo requer tempo e dedicação. 
Antes de aprofundarmos o estudo sobre o que é a Filosofia, como 
exercício, procure expor o que é a Filosofia:
Além das obras referidas para 
aprofundamento de estudos nesta 
unidade, é pertinente indicar a 
leitura de algum livro específico 
sobre história da Filosofia. Entre 
elas, muito esclarecedora é o estudo 
da coleção de oito volumes dirigida 
por Châtelet. O próprio Châtelet 
(1974, v. 1-v. 8, p. 9) evidencia o 
aspecto cronológico da coleção 
e uma limitação óbvia: “O título 
desta obra coletiva é História 
da Filosofia – Ideias, Doutrinas. 
Cumpre torná-lo no rigor dos 
termos. Trata-secertamente de 
uma história: a ordem adotada 
é cronológica, à medida que a 
cronologia é intelectualmente mais 
eficaz que a classificação alfabética, 
por exemplo, e que permite 
frequentemente localizar filiações, 
onde essas existem [...] Entretanto, 
[...] essa história da filosofia não 
se coloca absolutamente como um 
ideal, uma restauração integral 
do pensamento filosófico, em que 
todos os autores, sua influência 
e suas relações estivessem 
assinalados [...].
19
Filosofia
Unidade 1
Agora que você empenhou-se em pensar no que é a Filosofia, 
vamos aproximar-nos do respectivo sentido primordial, referente 
à etimologia e ao seu surgimento. 
Acompanhe, assim, a etimologia da palavra ‘Filosofia’. A 
palavra ‘Filosofia’ tem origem grega e é composta por duas 
outras palavras: ‘philo’ e ‘sophia’. ‘Philo’ significa, basicamente, 
amizade, amor. ‘Sophia’ significa saber, sabedoria. Observe que a 
partir dessa simples análise etimológica, Filosofia significa amor 
ao saber e o filósofo é aquele que ama o saber.
Esse sentido primordial de Filosofia é justamente o proposto pelo 
filósofo da Grécia antiga Pitágoras (570-490 a.C.) ao cunhar, 
criar o termo. Pitágoras, em certa ocasião, foi chamado de sábio. 
Pitágoras replicou afirmando que não era sábio, mas um amante 
do saber, um filósofo. A Filosofia, então, seria uma procura pelo 
saber, um amor à sabedoria, assim como os saberes consequentes 
desta busca.
Pitágoras também dizia que o verdadeiro saber pertence aos 
deuses, e que os homens, embora ignorantes, por meio da 
Filosofia, do empenho em saber, podem aproximar-se dos 
deuses, do plano divino. 
Essa concepção etimológica de Filosofia não é aceita por todos 
os filósofos, uma vez que eles pensam a Filosofia a partir de suas 
respectivas concepções sobre o mundo. 
De fato, muitas definições atuais de Filosofia não coincidem com 
o sentido primordial proposto por Pitágoras. 
Visando a ampliar sua compreensão sobre a Filosofia, foram 
dispostas, no final desta unidade, 
atividades de autoavaliação que 
abordam algumas outras concepções 
sobre o que é a Filosofia, e, mesmo, 
sobre o filósofo e o filosofar.
Agora que você conheceu a origem 
etimológica da palavra Filosofia, 
acompanhe, brevemente, a atitude 
radical do primeiro filósofo com o 
consequente surgimento da Filosofia. 
fonte primeira, sentido 
que origina, principia.
Conforme Diôgenes 
Laêrtios (1988, p. 230) 
“[...] Pitágoras, quando 
Lêon, tirano de Fliús, 
perguntou-lhe quem 
era ele, respondeu: ‘Um 
filósofo.’. Comparava a vida 
aos Grandes Jogos, aos 
quais alguns compareciam 
para lutar, outros para 
fazer negócios, e outros 
ainda – os melhores – 
como espectadores; com 
efeito, alguns crescem 
escravos da fama, outros 
ambiciosos de ganhos, 
e os filósofos ávidos da 
verdade.”
Figura 1.1 – Pitágoras
Fonte: Mathematical Thought (2010).
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Quem foi o primeiro filósofo? 
Foi o grego Tales de Mileto (624-546 a.C.). Observe, assim, 
que a Filosofia apresenta uma data e um local de surgimento 
preciso. Tales foi o primeiro filósofo porque radicalizou a atitude 
do homem em relação ao mundo. O que ele fez? Começou a 
questionar racionalmente a natureza 1 com perguntas como essas:
Por que uma planta cresce? Por que ela se desenvolve 
e morre? Por que os seres vivos nascem, se 
desenvolvem e morrem? O que garante a vida dos 
seres vivos? Qual o princípio (arkhé)2 que origina 
todos os seres?
Hoje, esses questionamentos podem parecer ‘bobos’ para você. 
Mas, há 2.500 anos, as respostas existentes estavam impregnadas 
de misticismo, de religião e de mistério. Ademais, essas 
perguntas não são tão simples. A última, por exemplo, ainda não 
recebeu uma resposta que seja um consenso, aceita por todos.
A formulação dessas perguntas e o modo como Tales 3 as 
responde inauguram a Filosofia. Tales, para tanto, não apela para 
divindades ou para eventos inexplicáveis, pois ele não se satisfaz 
com as respostas já dadas. O radicalismo de Tales está presente 
ao procurar investigar, compreender o nosso mundo (com os 
escassos recursos que havia há 2.500 anos) de modo racional.
Tales acredita que há razões, motivos, em função dos quais 
uma planta, por exemplo, nasce, cresce e morre. Fundamenta 
a investigação de Tales a concepção de que o nascimento, o 
crescimento e a morte são efeitos que podemos perceber, mas 
que existe uma causa que originou essa mudança. Essa relação 
de causa e efeito, o princípio da causalidade, é uma prova 
indiscutível da racionalidade humana e do surgimento da 
Filosofia como tentativa de investigação racional da realidade.
Tales, ao procurar por respostas, buscou explicações que 
serviriam não para um único ser ou para uma única espécie, mas 
para toda a coletividade, para toda a totalidade dos seres. Nesse 
sentido, a Filosofia surge, primordialmente, com o propósito de 
1 Os gregos antigos tinham uma 
concepção de natureza diferente 
da nossa, de hoje. O conceito de 
natureza (physis) grego abrangia 
todas as coisas que existem, 
inclusive a subjetividade humana, 
o processo de nascimento, 
desenvolvimento e morte dos seres, 
o processo de geração e corrupção 
das coisas.
2 Arkhé é uma palavra grega que 
designa princípio. Os primeiros 
filósofos, os pré-socráticos, 
tinham em comum o fato de que 
investigavam qual seria o princípio 
(arkhé) constitutivo de todas as 
coisas, presentes na natureza 
(natureza essa entendida em seu 
sentido amplo como physis). 
Figura 1.2 – Tales de Mileto
Fonte: Peniche (2006).
3 Tales é considerado o primeiro 
filósofo assim como também um 
filósofo pré-socrático. Marcondes 
(2005, p. 11) explica que “Os 
pré-socráticos foram os primeiros 
pensadores que, nas cidades gregas 
da Ásia Menor por volta do séc. 
VI a. C., procuravam desenvolver 
formas de explicação da realidade 
natural, do mundo que os cercava, 
independentemente do apelo a 
divindades e a forças sobrenaturais.”
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Filosofia
Unidade 1
fornecer respostas amplas e válidas para todos os seres. Veja que 
a Filosofia investiga, fundamentalmente, como nosso mundo é, 
como nossa realidade é.
Em função do surgimento da Filosofia, a partir do primeiro 
filósofo, podemos propor essa definição:
A Filosofia é uma procura racional por respostas, ao 
se considerar a totalidade dos seres, considerando o 
princípio da causalidade como um guia fundamental 
para essa investigação. 
Observe, contudo, que esta é apenas uma definição de Filosofia, 
contextualizada em função da atividade primordial do primeiro 
filósofo. Muitas outras definições poderiam ser estudadas. 
Lembramos que, na seção de ‘atividades de autoavaliação’ desta 
unidade, propomos exercícios sobre a identificação de uma série 
de definições, com o objetivo de ampliar sua concepção sobre o 
que é Filosofia.
Antes de passarmos para o próximo tópico, saiba que Tales 
propôs a água como o princípio em função do qual se originam 
todos os seres - como resposta àquela última pergunta (Qual o 
princípio que origina todos os seres?).
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Saiba mais sobre a água como princípio
Conforme Aristóteles, Metafísica; A 3, 983 b6 (apud KIRK; RAVeN; 
SCHOFIeLD, 1994, p. 86-87) “Na sua maior parte, os primeiros 
filósofos pensaram que os princípios, sob a forma de matéria, 
foram os únicos princípios de todas as coisas: pois a fonte original 
de todas as coisas que existem, aquela a partir da qual uma coisa 
é primeiro originada e na qual por fim é destruída, a substância 
que persiste, mas se modifica nas suas qualidades, essa, afirmam 
eles, é o elemento e o primeiro princípio das coisas existentes, 
e por essa razão consideram que não há geração ou morte 
absolutas, com base no fato de uma tal natureza sempre ser 
preservada... pois deve haver alguma substância natural, uma ou 
mais do que uma, de que provêm as outras coisas, enquanto ela 
é preservada. Contudo, sobre o número e a forma desta espécie 
de princípio nem todos estão de acordo; mas Tales,o fundador 
desse tipo de filosofia, diz que é a água [...], tendo talvez 
formulado essa suposição por ver que o alimento de todas as 
coisas é úmido, e que o próprio calor dele provém e vive graças 
a ele (aquilo de que provém é o princípio de todas as coisas) – 
formulou a hipótese não só a partir disso, como ainda do fato dos 
embriões de todas as coisas terem uma natureza úmida, sendo a 
água o princípio natural das coisas úmidas.”
Sabe-se, hoje, que essa resposta está equivocada, pois a água não 
é o ‘princípio’, a única coisa, que origina ‘todos os seres’, vivos ou 
não. Contudo, se a resposta não está certa, o perguntar e o modo 
como Tales procurou compreender nosso mundo influenciou 
grandemente o surgimento da Filosofia e o amadurecimento da 
humanidade.
Acompanhe agora, brevemente, alguns procedimentos 
fundamentais para a Filosofia e para o filósofo, que foram e 
são importantes para o “amadurecimento da humanidade”: 
as categorias de autonomia, reflexão, crítica e criatividade. A 
compreensão dessas categorias e a prática constante delas também 
contribuem para o nosso amadurecimento.
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Filosofia
Unidade 1
Seção 2 - Autonomia, reflexão, crítica e criatividade
Sempre que alguém estuda Filosofia, algumas competências, 
habilidades ou atitudes afloram, iniciam um desenvolvimento 
ou um amadurecimento. Dentre essas competências, habilidades 
ou atitudes sobressaem a autonomia, a reflexão, a crítica e a 
criatividade.
Mas, como você, por meio da Filosofia, pode 
desenvolver essas competências, habilidades ou 
atitudes? 
Para começar, precisamos entender o que significa cada uma. 
Depois, precisamos exercitar.
Autonomia
Veja que a autonomia está ligada à capacidade de pensar por si 
próprio. A palavra autonomia é de origem grega e é composta por 
duas outras palavras, ‘autós’ e ‘nómos’. ‘Autós’ refere-se à condição 
de independência, de realizar algo por si mesmo, por si próprio. 
‘Nómos’ refere-se à lei, à norma, à regra. 
Assim, aquele que é autônomo é capaz de pensar por si só, é 
aquele que estabelece regras e procedimentos a partir de si mesmo. 
Todos os seres humanos devem desenvolver a autonomia, mas, 
infelizmente, vivemos em uma sociedade que não valoriza essa 
capacidade. 
Vamos a um exemplo.
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As mídias inundam nosso mundo com propagandas 
sobre como é bom consumir. Mas, lá pelas tantas, 
você cansa do consumo exagerado e começa a se 
perguntar se tudo aquilo que você tem consumido em 
demasia é realmente necessário. Começa a questionar 
se é preciso ter mais de um carro, se tal carro precisa 
mesmo atingir 300 Km por hora (quando o limite de 
velocidade é 100 Km por hora), se é preciso trocar de 
carro todo ano; se é preciso ter mais de uma TV em 
casa; se é preciso ter cinquenta pares de sapato; se é 
preciso ser milionário para ser feliz etc. 
Ao questionar o consumo exagerado e propor 
consumir apenas produtos e serviços necessários 
para você, já temos um exemplo de exercício de 
autonomia. 
Reflexão
A reflexão, por sua vez, refere-se à capacidade dos seres humanos 
pensarem sobre o próprio pensamento. Neste livro didático 
de Filosofia, queremos que você desenvolva a reflexão sobre a 
realidade. Os conteúdos deste livro não significam nada se você 
constantemente não procurar estabelecer uma reflexão sobre eles. 
Assim, reflita sobre como esses conteúdos podem ajudá-lo a ampliar 
sua visão de mundo e como, a partir dessa visão, você deve agir.
Veja um exemplo. 
Você é um ser humano. e, como tal, pode pensar em um 
modelo ideal de ser humano, um modelo de como todos 
devem pensar e agir. Ao pensar neste modelo ideal de 
ser humano, você está refletindo sobre a humanidade, 
assim como está refletindo sobre si mesmo.
A reflexão é como um reflexo em um espelho. 
Imagine-se em frente a um espelho. O que você 
vê? Vê a si mesmo. De modo análogo, a reflexão é o 
pensamento que vê a si mesmo; é o pensamento que 
vê, observa o próprio pensamento. 
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Unidade 1
Crítica
Já a crítica está ligada a nossa capacidade de questionar e julgar. 
Você também precisa desenvolver essa capacidade. Mas o que 
significa criticar? Significa questionar e julgar, não se conformar 
com as explicações já fornecidas sobre o nosso mundo. Observe, 
assim, que a crítica sempre está condicionada a um modo como o 
nosso mundo já foi explicado.
Enquanto crianças, nosso espírito inquiridor, questionador, é 
intenso. Ao crescermos, por inúmeras motivações, conscientes 
ou inconscientes, afastamo-nos desse questionar. O filósofo, por 
outro lado, não para de questionar.
Criticar abrange duas características básicas:
 � questionar os fundamentos, as ideias, as causas e os 
efeitos de um fenômeno;
 � julgar estes fundamentos ou ideias como aceitáveis ou não. 
Acompanhe um exemplo de crítica que se refere ao fenômeno da chuva.
Ora, como ocorre a chuva, qual a sua causa e os seus 
efeitos? Na antiguidade, esse fenômeno era explicado 
como um ato divino. Porém, em determinado 
momento, alguns pensadores discordaram desse 
modo de explicar a realidade. Começou-se, então, 
a ‘questionar’ e a ‘julgar’ as explicações anteriores, 
referentes à chuva.
Ao se questionar e julgar as explicações sobre nosso mundo, 
desenvolvemos uma crítica. Nossa sociedade não está preparada 
para críticas. Aliás, quem gosta de ser criticado? Para receber 
críticas, é preciso ser maduro, mas nem todos o são.
Crítica, no sentido filosófico, não deve ser confundida 
com pura e simples crítica destrutiva ou depreciativa. 
ela é um passo necessário para desenvolvermos a 
criatividade, nosso próximo tópico de estudo.
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Criatividade
A criatividade está relacionada a nossa capacidade de gerar, 
de criar o novo. A criatividade representa um passo posterior 
em relação à crítica. Se, ao criticar, questionamos e julgamos 
as explicações sobre o nosso mundo, então, agora estamos 
preparados para desenvolver a criatividade, ao propor uma ‘nova’ 
explicação sobre o mundo. 
O verdadeiro filósofo não se contenta em evidenciar os 
‘equívocos’, ele propõe evidenciar ‘acertos’, uma solução. 
Acompanhe o exemplo.
Todo mundo reclama da violência, da fome e da 
injustiça no Brasil - e com razão. 
Assim, fica evidente que as pessoas estão 
desenvolvendo uma crítica sobre nosso país, ao 
questionar nossos problemas e julgá-los. Mas, a crítica 
pela crítica desfaz-se na falta de resultados.
A partir do questionamento e do julgamento - da 
crítica - precisamos então criar uma solução, uma 
alternativa. O que fazer neste caso brasileiro? 
A verdade é que nós, brasileiros, também não 
fomos criados para sermos criativos e sim para 
reproduzirmos um modelo de pensar e de agir. Assim, 
tornamo-nos autômatos, simplórios, sem capacidade 
de fazer algo diferente daquilo para o qual fomos 
‘programados’. Como nunca fomos educados para 
sermos criativos, aguardamos ‘pacientemente’ por 
soluções importadas. 
Contudo, podemos pensar em soluções criativas, 
em soluções inovadoras, para os problemas que 
vivenciamos na sociedade brasileira, no trabalho e na 
família, enfim, no nosso mundo. 
Para tanto, devemos exercitar a criatividade. Pense! 
Permita-se, por meio da criatividade, criar o inédito.
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Filosofia
Unidade 1
Não queremos atribuir a você a necessidade de ser 
um filósofo profissional, mas queremos que se sinta 
seguro - em função de algum apoio conceitual, de 
categorias e teorias - para exercitar a compreensão da 
realidade e, assim, iniciar o estudo da Filosofia.
A princípio, as capacidades de autonomia, reflexão, crítica e 
criatividade estão intimamente associadas. Nessa perspectiva, 
à medida que o ser humano utiliza uma dessas capacidades, as 
outras também o são. Observe, contudo, que a utilização das 
capacidades varia conforme o problema que o ser humano se 
defronta, que quer resolver. 
Em alguns momentos, diante de alguns problemas que 
vivenciamos, talvez ora utilizemos mais a capacidade de reflexão, 
oraa autonomia, ora a criticidade ou a criatividade. Ou seja, 
podemos vivenciar situações, casos, em que a utilização de uma 
dessas capacidades é muito mais intensa do que as outras.
Acompanhe um exemplo. 
Quando uma criança desenha uma borboleta, ela 
provavelmente utiliza muito mais a criatividade 
do que a reflexão, do que a criticidade, do que 
a autonomia. Veja, não significa que a criança 
já não utiliza certa autonomia, certa criticidade, 
certa reflexão, mas que, na hora de tal desenho, a 
criatividade é a capacidade que mais vige.
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Seção 3 – Alguns temas específicos de estudo 
da Filosofia
A Filosofia é composta por inúmeras áreas específicas de 
estudo, por inúmeros temas que são investigados. Algumas 
dessas áreas são as seguintes: Teoria do Conhecimento, Ética, 
Lógica, Filosofia Política, Ontologia, Antropologia Filosófica, 
Estética etc. Cada uma destas áreas da Filosofia auxilia-nos na 
compreensão de nosso mundo. 
Dessas áreas, duas são fundamentais para o nosso estudo: Teoria 
do Conhecimento e Ética, temas principais que você estuda neste 
livro didático.
Teoria do Conhecimento
A Teoria do Conhecimento é uma área da Filosofia que investiga 
o conhecimento, quais as suas características, como ele ocorre, 
qual a sua origem, quais os limites do ser humano para conhecer 
etc. Uma das perguntas formuladas é: - Como conhecemos?
Ética
A Ética, outra área da Filosofia, estuda a moral, como o ser 
humano deve agir considerando valores e critérios etc. Uma das 
questões fundamentais, para a Ética, é: - Como devemos agir 
moralmente? O que significa agir errado ou corretamente? Como 
praticar o bem e evitar o mal?
Você também estudará neste livro didático uma introdução 
à Lógica, uma vez que ela pode auxiliá-lo no trabalho de 
compreensão da Teoria do Conhecimento e da Ética.
Lógica
A Lógica estuda o raciocínio, como correto ou incorreto. Todos 
os filósofos apresentam suas ideias por meio de raciocínios. Se 
conseguirmos identificar os elementos que compõem o raciocínio, 
mais facilmente entenderemos os raciocínios dos diferentes 
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Filosofia
Unidade 1
filósofos. Uma das perguntas fundamentais, formulada pela 
Lógica, é: - Como raciocinamos corretamente?
As seguintes áreas da Filosofia não serão aprofundadas em nosso 
livro didático, mas registramos um breve comentário sobre as 
suas atividades.
Filosofia Política
A Filosofia Política estuda como o Estado deve ser, quais leis 
devem ser propostas, para os cidadãos, pelos cidadãos etc. Entre 
os inúmeros modos de organizar-se politicamente, destacam-se, 
por exemplo, a proposta liberal e a social. 
Ontologia
Ontologia significa o estudo do ser. ‘Ser’ refere-se, aqui, a todas 
as coisas que existem, quais as suas características, propriedades, 
diferenças, fundamentos etc. Afinal: - O que existe? E, como 
existe? O que existe está sujeito à mudança? Ou, o que existe 
sempre permanece como já é? Se as coisas mudam, mudam 
sempre do mesmo modo?
Antropologia Filosófica
A antropologia filosófica tem o homem como principal objeto 
de estudo e propõe estudar questões como: - O que é o homem? 
Existe um modelo de homem que deve orientar a todos? Ou, tal 
modelo é uma ilusão uma vez que o homem se faz, realiza-se na 
sua própria existência, no existir, nas suas vivências?
Estética
A Estética é uma área da Filosofia que pesquisa as sensações, as 
impressões, que temos do mundo, ligadas à arte e ao belo. São 
investigadas questões como: - O que é belo? O que é ‘o’ belo? O 
que é a arte? Existem valores que determinam o que é belo?
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E, então, como é vasto o campo da Filosofia, não é mesmo?
Figura 1.3 – Guernica de Picasso
Fonte: Tagliavini (2004).
Síntese
Nesta unidade, você estudou muito brevemente o sentido 
primordial da Filosofia ao conhecer o significado etimológico 
da Filosofia; e ao conhecer uma definição do que é Filosofia, 
contextualizada em função da atividade do primeiro filósofo, Tales.
Você também estudou algumas características básicas da 
Filosofia, categorias fundamentais para o filosofar e o 
amadurecimento, como capacidades, habilidades e atitudes 
que queremos que você desenvolva: a autonomia, a reflexão, a 
criticidade e a criatividade.
Ainda viu que a Filosofia é composta por várias áreas de estudo, 
as quais você poderá se aprofundar nas bibliografias sugeridas.
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Filosofia
Unidade 1
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O 
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas, esforce-se para 
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará 
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1) Identifique, com um ‘X’, os trechos abaixo que apresentam um 
sentido próximo à etimologia da Filosofia ou à definição de Filosofia 
contextualizada em função das atividades do primeiro filósofo. essa 
atividade visa a exercitar sua capacidade de compreensão do que é 
Filosofia.
a) ( ) A Filosofia, nos seus primórdios, era entendida como amor ao 
saber.
b) ( ) O filósofo é aquele que detém o saber sobre todas as coisas, 
que se posiciona diante da realidade como alguém que já sabe 
de tudo. Por isso, sábio, não precisa investigar nada, não precisa 
questionar nada.
c) ( ) O filósofo, conforme a origem da Filosofia, é aquele que investiga 
racionalmente e que questiona o fundamento de todas as coisas, 
consideradas enquanto uma totalidade.
d) ( ) Qualquer um, de qualquer modo, pode filosofar. 
e) ( ) A tentativa de explicar a realidade considerando o princípio da 
causalidade, de que para todo efeito existe uma causa, é um 
procedimento racional que está associado à origem da Filosofia.
f) ( ) O estudo da realidade independe de uma explicação racional, 
pois o princípio da causalidade não é válido para todos os seres.
2) Todas as passagens abaixo apresentam uma concepção de 
Filosofia, de filósofo ou de filosofar. Como já observamos, é enorme 
a diversidade de concepções sobre o que é Filosofia. Mesmo assim, 
identifique se alguma das passagens abaixo coincide exatamente com 
o sentido etimológico da Filosofia. essa atividade visa a exercitar sua 
capacidade de compreensão do que é Filosofia.
a) ( ) “essa palavra designa o estudo da sabedoria, e por sabedoria não 
se entende somente a prudência nas coisas, mas um perfeito 
conhecimento de todas as coisas que o homem pode conhecer, 
tanto para a conduta de sua vida quanto para a conservação de 
sua saúde e a invenção de todas as artes.”. (DeSCARTeS apud 
ABBAGNANO, 2000, p. 442).
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b) ( ) “Todos os homens são filósofos, enquanto pensam [...] enquanto 
refletem sobre a cultura, a linguagem e o mundo que recebem 
ao nascer [...] assumindo-o não de maneira pronta e passiva, mas 
de maneira crítica e responsável.”. (GRAMSCI apud NUNeS, 1986, 
p. 14). 
c) ( ) “A filosofia, mais do que qualquer outra disciplina, necessita 
ser vivida. Necessitamos ter dela uma “vivência” [...] Vivência 
significa que temos realmente em nosso ser psíquico; o que 
real e verdadeiramente estamos sentindo, tendo, na plenitude 
da palavra ‘ter’ [...] Pelo contrário, uma definição de filosofia, 
que se dê antes de tê-la vivido, não pode ter sentido, resultará 
ininteligível. Parecerá talvez inteligível nos seus termos; será 
composta de palavras que oferecem sentido; mas esse sentido 
não estará cheio da vivência real.”. (MOReNTe, 1970, p. 23-24).
d) ( ) “A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”. (MeRLeAU-
PONTY, 1996, p. 19)
3) Descreva em, no máximo, cinco linhas um exemplo de autonomia, 
reflexão, crítica e criatividade - que você tenha presenciado ou exercido.
 a) Autonomia 
 b) Reflexão
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Filosofia
Unidade 1
 c) Crítica
 d) Criatividade
Saiba mais
Se você quiser aprofundar seus conhecimentos referentes ao 
sentido primordial da Filosofia; às atividades do primeiro 
filósofo; às categorias de autonomia,reflexão, crítica e 
criatividade; assim como seus conhecimentos referentes aos 
temas de estudo específicos da Filosofia, consulte as seguintes 
referências:
CHÂTELET, F. História da filosofia: ideias, doutrinas. (8 
vol.). Rio de Janeiro: Zahar, 1974.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 8. ed. São Paulo: Ática, 
1997.
MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de filosofia: lições 
preliminares. 4. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
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NUNES, César Aparecido. Aprendendo filosofia. Campinas: 
Papirus, 1986.
2UNIDADe 2Lógica? Para que te quero? Leandro Kingeski Pacheco 
Objetivos de aprendizagem
 � Conhecer a Lógica, tipos de proposição e funções da 
proposição no raciocínio.
 � Distinguir indicadores de premissa de indicadores de 
conclusão. 
 � Distinguir raciocínios válidos de raciocínios inválidos.
 � Construir raciocínios válidos e evitar raciocínios inválidos.
Seções de estudo
Seção 1 Qual é a origem e o que é a Lógica?
Seção 2 A proposição 
Seção 3 Premissas, conclusão e relação de consequência
Seção 4 Raciocínios válidos
Seção 5 Raciocínios inválidos
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Para início de estudo
Nesta unidade, você estudará a Lógica. Podemos viver uma 
vida inteira sem conhecê-la. A maior parte das pessoas nunca a 
estudou e, eventualmente, usam o termo “lógica” apenas como 
sinônimo de clareza ou certeza. Isso não desmerece essas pessoas, 
mas subtrai da Lógica seu caráter científico, rigoroso e educativo.
A Lógica dedica-se ao estudo rigoroso, sistemático, do raciocínio 
e, ao fazer isto, estabelece um instrumental útil a essa análise. 
Você pode perguntar: onde está o raciocínio? Eu não o vejo? 
O estudo da Lógica, tal qual o uso de óculos adequados a uma 
vista cansada, pode nos ajudar a enxergar os raciocínios que 
inundam nosso mundo, pessoal, social e profissional, seja em 
livros, conversas, filmes, revistas e, mesmo, em nossos próprios 
pensamentos.
Quem não é capaz de raciocinar logicamente por si só, corre 
o risco de que outras pessoas o façam. Raciocinar por si só 
envolve a capacidade de sistematizar nossos pensamentos, que, 
por sua vez, referem-se ao nosso mundo.
Você pode questionar: - E se eu raciocinar de forma errada? Ora, 
quem nunca errou que atire a primeira pedra! Viver de forma 
autônoma é constantemente expor-se à vida, é ser no sentido 
mais amplo possível. Nossos erros e acertos são inerentes à vida 
e acontecem em seu início, meio e fim. Agora, como vamos 
escolher percorrer todo este percurso? 
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Filosofia
Unidade 2
Seção 1 – Qual é a origem e o que é a Lógica?
Já falamos um pouco de Lógica, mas você sabe qual a origem e o 
que é, de fato, a Lógica?
A origem da Lógica está ligada à palavra grega logos e, nessa 
acepção, refere-se à palavra, à proposição, ao discurso, ao 
pensamento, à razão e à linguagem. Tal sentido fundamental 
refere-se a um modo específico de pensarmos, conforme regras 
específicas. 
Os primeiros estudos ‘rigorosos’ sobre a Lógica ocorreram na 
Grécia Antiga, com Aristóteles (384-322 a.C.). Diferentemente 
dos pré-socráticos, sofistas, Sócrates e Platão (filósofos anteriores 
a Aristóteles) - Aristóteles estabelece um tratamento consciente 
e independente da Lógica como uma disciplina, um tema 
que merece uma investigação sistemática. Por esses motivos, 
Aristóteles é considerado o fundador da Lógica. 
No conjunto de obras intitulado Organon, Aristóteles defende 
que a Lógica apresenta uma função especial: servir de 
instrumento para a Filosofia. Com tal instrumento, podemos, 
basicamente, estabelecer a distinção entre os raciocínios, como 
válidos (que seguem um padrão correto de pensamento) 
e inválidos (que não seguem um padrão correto de 
pensamento). Observe que a Lógica foi concebida como um 
instrumento, como um meio para a análise e a compreensão 
dos raciocínios.
Aristóteles considerava que o domínio da Lógica era 
essencial para o filósofo e para a Filosofia. Como 
poderíamos filosofar se não fôssemos capazes de pensar 
racionalmente com rigor, clareza e coerência?
Os filósofos que estudam a Lógica costumam defini-la de 
vários modos. A seguinte definição de Lógica decorre da 
procura por um elo comum e básico dessas definições:
Conforme Blanché e 
Dubucs (1996, p. 27) 
“Aristóteles via na Lógica 
mais do que uma parte da 
Filosofia, uma disciplina 
intelectual preparatória.”.
Palavra grega que significa 
instrumento.
Figura 2.1 - Aristóteles
Fonte: Aristoteles, der griechische 
Philosoph ([200-]).
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A Lógica, de modo bem genérico, é parte da Filosofia, 
a ciência que investiga os tipos de raciocínios como 
válidos ou inválidos. 
Para tal investigação, a Lógica considera uma série 
de elementos que abrangem o entendimento do 
que é raciocínio. Investiga, por exemplo, o que é 
proposição, o que é premissa, o que é conclusão, o 
que é uma relação de consequência e, mesmo, o que é 
raciocínio.
Observe que todas as pessoas podem raciocinar corretamente, 
mesmo sem conhecer a Lógica. Mas, ao conhecer a Lógica, 
você acessa, conscientemente, um conjunto de orientações que 
possibilitam raciocinar de modo preciso e coerente.
essa definição de Lógica é suficiente e pertinente 
aos nossos estudos introdutórios e, certamente, não 
atende a todos os filósofos e teóricos – pois existem 
vários tipos de Lógica, como, por exemplo, a Lógica 
Tradicional, Clássica, Não clássica, Difusa etc, com 
particularidades e focos de estudo específicos. 
Por outro lado, se você quiser aprofundar seu 
entendimento sobre essa discussão - sobre a definição 
de Lógica, e mesmo sobre os vários tipos de Lógica - 
então, estude as seguintes referências:
 � BLANCHÉ, R.; DUBUCS, J. História da lógica. 
Tradução António P. Ribeiro, Pedro e. Duarte. Lisboa: 
edições 70, 1996. 
 � KNeALe, W.; KNeALe, M. O desenvolvimento 
da lógica. Tradução de M. S. Lourenço. Lisboa: 
Fundação Calouste Gulbenkian, 1962.
Veja que o propósito da Lógica é o de estudar um padrão básico 
de como se deve pensar, de como devem ser apresentados os 
raciocínios. Logo, esperamos que o estudo desta unidade auxilie 
você a melhor identificar o raciocínio; a construir raciocínios 
encadeados e coerentes; assim como lhe possibilite identificar e 
evitar os raciocínios dúbios e enganosos.
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Filosofia
Unidade 2
Observe, porém, que a distinção entre raciocínios encadeados, 
coerentes, dúbios, enganosos é apenas uma das tantas 
preocupações da Lógica.
Seção 2 – A proposição
Nesta seção, você estudará o que é a proposição e qual a relação 
dela com o raciocínio. 
Mas o que é raciocínio? O que compõe um raciocínio? Antes de 
entendermos amplamente o raciocínio, precisamos galgar alguns 
degraus. Para tanto, precisamos entender o que é uma sentença, 
o que é uma sentença declarativa e o que é uma proposição.
Veja a resposta para essas questões.
A sentença é uma expressão linguística enunciadora de um 
pensamento completo. Existem vários tipos de sentenças. As 
sentenças podem ser declarativas, interrogativas, imperativas etc.
Confira os exemplos de sentenças:
Sentenças declarativas
Esta cadeira é macia.
O dia está ensolarado.
Este livro de Filosofia é gostoso.
Sentenças 
interrogativas
Todo amor é verdadeiro?
Meu cachorro vai morrer?
Você tem praticado esportes?
Sentenças imperativas
Viva. 
Faça.
Ajude-me.
Sentenças exclamativas
Amor!
Justiça!
Paz!
Quadro 2.1 - exemplos de sentenças 
Fonte: elaboração dos autores (2008).
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Observe as sentenças anteriores e perceba que as sentenças 
declarativas expressam um fato, um evento, uma situação ou 
episódio acerca do mundo e que nós podemos julgar. Veja que, se 
você afirmar “Esta cadeira é macia.”, também pode julgar tal fato, 
como verdadeiro ou como falso.
Por outro lado, veja que não tem sentido avaliar, como verdadeiro 
ou falso, as outras sentenças, interrogativas, imperativas 
ou exclamativas. Ninguém atribui um juízo sobre uma 
sentença quandose diz “Não!”. Ninguém avalia uma sentença 
interrogativa “Que horas são?” como verdadeira ou falsa.
Os raciocínios são formados por várias sentenças, mas as 
chamadas sentenças declarativas têm uma importância 
fundamental na Lógica, pois os raciocínios são formados 
essencialmente com sentenças declarativas. 
Afinal, o que é proposição?
A proposição é um componente básico do raciocínio. 
ela é uma sentença declarativa que compõe o 
raciocínio e que podemos julgar como verdadeira 
(V) ou como falsa (F). 
Temos, então, dois valores básicos e específicos para 
julgar a proposição, para julgarmos se o que foi dito 
na proposição corresponde ao que ocorre, ao que 
existe na realidade, no nosso mundo.
Observe que a avaliação da proposição, como 
verdadeira ou falsa, sempre depende do contexto em 
função do qual a avaliamos.
A compreensão do que é uma proposição é fundamental para a 
compreensão do raciocínio.
Alguns raciocínios apresentam apenas proposições. Outros 
raciocínios apresentam, além de proposições, outras sentenças 
meramente ilustrativas, que nos confundem e não são 
significativas para a conclusão do raciocínio. Ou seja, ao analisar 
um raciocínio, procure sempre identificar se as sentenças são 
pertinentes ao raciocínio (só as sentenças declarativas, é claro!). 
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Filosofia
Unidade 2
Classificação da proposição em função da quantidade, 
da qualidade e da modalidade
Existem vários tipos de proposição que, por sua vez, podem 
ser classificadas em função da quantidade, da qualidade e da 
modalidade. 
Observe a seguinte proposição: ‘Os homens são mortais’. Essa, 
assim como toda proposição, é formada por termos. Os termos 
da proposição são, basicamente: sujeito, verbo de ligação e 
predicado. Ness a proposição, tem-se ‘Os homens’ como sujeito, 
‘são’ como verbo de ligação e ‘mortais’ como predicado. 
Os termos (sujeito, verbo e predicado) da proposição podem 
exprimir relações diferentes, em função da relação de 
quantidade, de qualidade e de modalidade. Compreenda 
essa classificação da proposição, conforme as explicações e os 
exemplos a seguir.
Em função da qualidade, as proposições são:
Qualidade Relação dos termos da proposição Exemplo
Afirmativas O sujeito da proposição recebe, claramente, uma atribuição. Sócrates é filósofo.
Negativas O sujeito da proposição não recebe uma atribuição, ou seja, nega-se uma atribuição ao sujeito.
Sócrates não é 
maluco.
Quadro 2.2 - exemplos em função da qualidade
Fonte: elaboração dos autores (2008).
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Em função da quantidade, as proposições são:
Quantidade Relação dos termos da proposição Exemplo
Totais, gerais
ou universais
O sujeito da proposição é tomado em sua 
totalidade.
Observe que as proposições universais 
podem ser negativas.
Todos os catarinenses 
são brasileiros.
Nenhum homem é 
imortal.
Particulares
O sujeito da proposição é tomado de forma 
indeterminada.
As proposições particulares também podem 
ser negativas.
Alguns homens são 
carecas.
Alguns homens não 
são brasileiros.
Singulares O sujeito da proposição refere-se a um único indivíduo. Sócrates é mortal.
Quadro 2.3 - exemplos em função da quantidade
Fonte: elaboração dos autores (2008).
Em função da modalidade, as proposições são:
Modalidade Relação dos termos da proposição Exemplo
Necessárias O predicado é expresso como uma condição necessária do sujeito.
Sócrates é 
necessariamente 
mortal.
Impossíveis O predicado é expresso como uma condição impossível do sujeito.
É impossível que 
Sócrates seja 
imortal.
Possíveis ou 
contingentes
O predicado é expresso como uma condição 
possível do sujeito.
É possível que 
a cadeira esteja 
vazia.
Quadro 2.4 - exemplos em função da modalidade
Fonte: elaboração dos autores (2008).
Por que esta classificação das proposições é importante? Porque a 
identificação desses diferentes tipos de proposições nos permitirá 
compreender que relações um determinado raciocínio quer 
atingir. Assim, fique atento!
Conforme Kneale e Kneale (1962, 
p. 83-84) “Uma frase declarativa 
modal é uma frase que contém a 
palavra ‘necessário’ ou a palavra 
‘possível’ ou algum equivalente 
[...] Frases declarativas da forma ‘É 
necessário que [...]’ foram chamadas 
mais tarde apodíticas e as da forma 
‘É possível que [...]’ foram chamadas 
problemáticas e aquelas frases 
declarativas que não têm nenhuma 
dessas qualificações, assertóricas.”
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Filosofia
Unidade 2
Seção 3 – Premissas, conclusão e relação de consequência
Você estudará, nesta seção, que o raciocínio é formado por premissas 
e pelo menos uma conclusão; que existem indicadores que nos 
permitem identificar as premissas e as conclusões; e que todo 
raciocínio apresenta pelo menos uma relação de consequência lógica.
O raciocínio é uma construção do ser humano, é uma atividade 
que requer esforço de nossa mente. Contudo, nem todo raciocínio é 
exposto de modo rigoroso, correto e claro. 
Por outro lado, todo sujeito, estudante, cidadão ou cientista, pode 
raciocinar melhor se conhecer alguns elementos da Lógica. Por 
exemplo, a Lógica estuda as funções fundamentais que a proposição 
exerce em um raciocínio, como premissa ou conclusão. 
Ora, o raciocínio é uma coleção de proposições que 
se relacionam mutuamente, de tal modo que algumas 
proposições têm a função de premissa e pelo menos 
uma proposição tem a função de conclusão.
Mas o que é premissa ou conclusão? Você estudará, a seguir, essas 
duas funções da proposição no raciocínio.
Premissas
Você sabe o que é uma premissa?
Uma premissa é a proposição que tem a função, no 
raciocínio, de fornecer dados, provas, informações, 
razões, sobre algo ou alguém, e serve de subsídio, 
contribui para a conclusão de um raciocínio.
Veja o exemplo de premissas em um raciocínio:
Conforme Hegenberg 
(1995, p. 175) “[...] 
raciocinar corresponde a 
pensar discursivamente, 
pensar de maneira 
coerente, com um 
propósito em vista. 
Mais estritamente, 
corresponde a inferir, 
ou seja, ao processo 
de passar de certas 
proposições sabidamente 
ou presumidamente 
verdadeiras, para outra 
proposição que delas 
deflua.”. Mortari (2001, 
p. 16) explica que “[...] o 
raciocínio é um processo 
de construir argumentos 
para aceitar ou rejeitar 
uma certa proposição.”
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Todos os catarinenses são brasileiros. (proposição - premissa)
Todos os brasileiros são americanos. (proposição - premissa)
Logo, todos os catarinenses são americanos. (proposição - conclusão)
As premissas do exemplo anterior estão explícitas. As premissas 
explícitas estão sempre reveladas, ou seja, são claramente 
mostradas. Os raciocínios, além das premissas explícitas, podem 
conter implícitas. Essas estão escondidas, subtendidas no 
raciocínio. 
Observe o exemplo de raciocínio com premissa implícita:
Todos os atletas são trabalhadores. (proposição - premissa)
Todos os trabalhadores são esforçados. (proposição - premissa)
Logo, Pelé é trabalhador e esforçado. (proposição - conclusão)
(premissa implícita: Pelé é um atleta)
Conclusão
Você sabe o que é uma conclusão em um raciocínio?
A conclusão, no raciocínio, é uma proposição que 
fornece uma informação a partir dos subsídios, da 
contribuição, das premissas. Veja que a conclusão é 
uma consequência lógica das premissas.
Acompanhe o exemplo de conclusão no raciocínio:
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Filosofia
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Todos os catarinenses são brasileiros. (proposição - premissa)
Todos os brasileiros são americanos. (proposição - premissa)
Logo, todos os catarinenses são americanos. (proposição - conclusão)
Existe ainda um outro elemento fundamental do raciocínio que deve 
ser estudado para compreendermos o que é um raciocínio: a relação 
de consequência.
Relação de consequência
A relação de consequência é considerada o principal objeto de estudo 
dos lógicos. Tal estudo investiga como fazemos a passagem, no 
raciocínio, das premissas para a conclusão. Veja a seguinte definição.
A relação de consequência é o estabelecimentode 
uma coesão, de um elo entre as premissas e a conclusão. 
Nos raciocínios, a relação de consequência é geralmente 
representada por um indicador de conclusão, tal como “Logo”.
Acompanhe, no exemplo, o elo que explicita a relação de consequência 
no raciocínio:
Todos os catarinenses são brasileiros. (proposição - premissa)
Todos os brasileiros são americanos. (proposição - premissa)
Logo, todos os catarinenses são americanos. (proposição - conclusão)
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em nossa linguagem cotidiana, filosófica ou científica, podemos 
encontrar raciocínios de todos os tipos e tamanhos, com, por 
exemplo, uma premissa e uma conclusão; muitas premissas e dez 
conclusões; infinitas premissas e uma conclusão; a conclusão 
antes das premissas etc. 
Observe que não existe um número pré-definido de quantas 
premissas e quantas conclusões deve ter o raciocínio, e nem em 
que ordem devem aparecer. 
Para compreender os raciocínios você precisa identificar que 
sentenças são proposições (ou seja, que sentenças podem ser 
avaliadas como verdadeiras ou falsas); que proposições exercem 
a função de premissas no raciocínio; e que proposição(ões) 
exerce(m) a função de conclusão em um raciocínio. 
Lembre-se de que, nesse sentido, você já estudou a distinção 
das sentenças e a identificação das sentenças declarativas como 
proposições, quando presentes no raciocínio. embora você 
também já tenha estudado a identificação das premissas e das 
conclusões, fique atento aos indicadores lógicos, nosso próximo 
assunto.
Indicadores lógicos
Os indicadores lógicos podem facilitar a identificação das 
premissas e da conclusão de um raciocínio.
Os indicadores lógicos são termos que geralmente 
revelam a função da proposição no raciocínio, seja 
como premissa ou como conclusão.
Veja um exemplo:
Supondo que alunos estudiosos são vencedores.
Dado que nós somos estudiosos.
Então, nós somos vencedores.
O modo como este raciocínio é 
apresentado pode nos causar 
estranheza, mas, no dia a dia, é 
comum encontrarmos raciocínios 
assim. O ideal seria que todas 
as pessoas pensassem e se 
expressassem de forma sistemática: 
primeiro apresentando as premissas 
para depois propor a conclusão. 
Mas, nem sempre é o caso. Veja 
um exemplo de raciocínio com 
conclusão antes das premissas: 
‘Eu existo. Eu penso. Todo aquele 
que pensa, existe.’. Observe que a 
conclusão ‘Eu existo.’ foi disposta 
antes das premissas ‘Todo aquele 
que pensa, existe.’ e ‘Eu penso.’.
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Filosofia
Unidade 2
O indicador de premissa geralmente a antecede e é indicado 
por expressões como as seguintes: desde que, uma vez que, se, 
dado que, pois, porque, vamos supor que, admitindo a hipótese, 
supondo que etc.
O indicador de conclusão geralmente a antecede e é indicado 
por expressões como: logo, portanto, concluo, assim, deduzimos, 
deve, tem que, necessariamente, em consequência, daí decorre 
que, implica, então etc. Observe que os indicadores de conclusão 
geralmente representam a relação de consequência. 
Veja, agora, esta outra definição de raciocínio, que é um pouco 
mais refinada que a anterior.
Pode haver raciocínios em que não existam indicadores de 
premissas nem um indicador de conclusão. Nesses casos, 
devemos procurar entender o sentido do raciocínio, para 
distinguirmos as premissas da conclusão. Veja este exemplo de 
raciocínio sem indicadores lógicos.
Joaquim é português. 
Todo português é bigodudo. 
Joaquina, esposa de Joaquim, também é bigoduda.
Não há, nesse raciocínio, indicadores de premissa ou de 
conclusão. Contudo, é “lícito” concluir que as premissas são 
‘Joaquim é português.’ e ‘Todo português é bigodudo.’ e a 
conclusão é ‘Joaquina, esposa de Joaquim, também é bigoduda.’
Quando não houver indicadores de premissa ou de conclusão 
num raciocínio, você necessitará, certamente, de mais esforço 
para compreendê-lo.
O raciocínio é uma coleção de proposições que 
se relacionam mutuamente, das quais pelo menos 
uma é a conclusão, que, por sua vez, é derivada 
das premissas por uma relação de consequência. A 
finalidade de um raciocínio é possibilitar, a partir de 
proposições já conhecidas, inferir, concluir, analisar, 
mediar um conhecimento novo.
Acompanhe alguns outros exemplos de raciocínios:
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Joaquim é português. (proposição - premissa)
Logo, Joaquim nasceu em Portugal. (proposição - conclusão)
Todos os homens são mortais. (proposição - premissa)
Sócrates é homem. (proposição - premissa)
Logo, Sócrates é mortal. (proposição - conclusão)
Nenhum herói é covarde. (proposição - premissa)
Alguns soldados são covardes. (proposição - premissa)
Logo, alguns soldados não são heróis. (proposição - conclusão)
Todo estudante é aplicado. (proposição - premissa)
Algum relaxado não é aplicado. (proposição - premissa)
Logo, algum relaxado não é estudante. (proposição - conclusão)
Observe que alguns raciocínios são facilmente 
compreendidos, enquanto outros requerem de nós um 
pouco mais de esforço..
Conheça o silogismo aristotélico, um raciocínio apresentado 
de forma específica!
O silogismo aristotélico é um raciocínio sempre formado 
por três proposições, sendo as duas primeiras chamadas 
premissas e a última chamada conclusão. No silogismo, 
a primeira premissa é precedida de “se”, a segunda é 
precedida de “e”, e a conclusão é precedida de “então”.
A conclusão é uma consequência lógica das premissas, e 
as duas proposições premissas estão ligadas à proposição 
conclusão por uma relação de consequência. Veja que, 
neste tipo de raciocínio, o sujeito e o predicado das três 
proposições estão sempre inter-relacionados.
O silogismo aristotélico é apresentado da seguinte forma:
Se todos os homens são mortais. (proposição - premissa)
E, todos os gregos são homens. (proposição - premissa)
Então, todos os gregos são mortais. (proposição - conclusão)
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Seção 4 – Raciocínios válidos
Nem todos os raciocínios têm a mesma natureza. Há os 
raciocínios válidos (estudados nesta seção) e os raciocínios 
inválidos (estudados na seção seguinte). 
Mas o que é um raciocínio válido?
O raciocínio válido, correto, legítimo, é todo aquele 
em que a conclusão decorre, é consequência de suas 
premissas. Há dois tipos principais de raciocínios válidos: o 
raciocínio dedutivo e o raciocínio indutivo. 
Observe que os raciocínios válidos representam a forma 
correta de pensarmos. O que significa pensar de maneira 
correta? Significa argumentar sem cometer erros ou equívocos. 
Significa que essa forma de pensar deve ser coerente não apenas 
para mim, mas para todos aqueles que tiverem a oportunidade 
de ouvir ou ler este raciocínio. Significa que essa maneira de 
expor o conhecimento também deve ser válida em todas as 
épocas e em todos os locais. Significa que essa forma de pensar 
implica, necessariamente, uma relação de consequência rigorosa e 
sistemática. 
A validade de um raciocínio depende da estrutura estabelecida 
entre as premissas, a relação de consequência e a conclusão. 
Você estudará agora o raciocínio dedutivo e o raciocínio indutivo. 
Raciocínio dedutivo válido
No raciocínio dedutivo, na dedução, toda a informação contida 
na conclusão já estava contida nas premissas, de maneira explícita 
ou implícita. 
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O raciocínio dedutivo válido, a dedução, é o 
raciocínio em que as premissas fornecem provas 
convincentes, determinantes, necessárias para a 
conclusão.
Veja que, no raciocínio dedutivo válido, em função da relação 
de consequência, a conclusão deve necessariamente decorrer 
das premissas. Na conclusão de uma dedução, expressamos algo 
que já estava dito nas premissas, ou seja, tornamos explícito o 
conteúdo das premissas. Ao confeccionar trabalhos universitários, 
você pode usar e abusar desse tipo de raciocínio. 
Veja alguns exemplos simples de raciocínios dedutivos válidos:
Todos os mamíferos têm coração.
Todos os cachorros são mamíferos.
Logo, todos os cachorrostêm coração. 
Todos os estudantes são inteligentes.
Alguns homens são estudantes.
Logo, alguns homens são inteligentes.
Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Raciocínio indutivo válido
Em um raciocínio indutivo válido, indução, a conclusão decorre 
‘suficientemente’ das premissas.
Necessário indica algo que é assim 
e não pode ser de outra maneira. 
É impossível que não seja dessa 
maneira e é impossível que possa 
ser de outra maneira.
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Filosofia
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O raciocínio indutivo válido, a indução, é o raciocínio 
que não tem a pretensão de que suas premissas 
proporcionem provas convincentes, necessárias, 
de certeza absoluta, da verdade da conclusão, mas 
de que tenham ‘indícios’ suficientes, que tenham 
algumas ‘provas’ relevantes para a conclusão. 
Veja que, por intermédio das premissas de uma indução, também 
obtemos dados para a conclusão. Na conclusão de uma indução, 
também concluímos algo que foi dito a partir das premissas. 
Porém, na conclusão da indução, afirmamos algo que está além 
do que foi dito nas premissas. 
Em função dessa condição da indução, a partir desses indícios 
‘suficientes’ fornecidos pelas premissas e expressos na conclusão, 
os raciocínios indutivos podem ser avaliados como melhores 
ou mais fortes, piores ou mais fracos, conforme o grau de 
verossimilhança ou de probabilidade.
Embora a conclusão do raciocínio indutivo forneça uma 
informação que está além do que foi dito nas premissas, o 
raciocínio indutivo tem a função de ampliar o alcance de nossos 
conhecimentos. Ao confeccionar trabalhos universitários, utilize 
esse tipo de raciocínio com muito cuidado.
Veja alguns exemplos de raciocínios indutivos:
Todos os sapos até hoje observados e dissecados 
tinham coração.
Logo, todos os sapos têm coração.
Aves, peixes e plantas são seres vivos.
As aves, os peixes e as plantas morrem.
Logo, todos os seres vivos morrem.
Dado uma saca de grãos de café de 60 Kg.
Retiramos uma amostra de grãos de café com 1Kg.
Todos os grãos de café da amostra são do tipo ‘X’.
Logo, todos os grãos da saca de café são do tipo ‘X’.
Suficiente, no sentido 
lógico do termo, é aquilo 
que satisfaz, que basta, 
que habilita, que capacita.
52
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O raciocínio indutivo é considerado válido em função 
de certa verossimilhança, de certa probabilidade, em 
relação à realidade.
Se novos indícios, elementos, amostras, forem 
encontrados, e indicarem que uma premissa precisa 
ser revista, então, corremos o risco de que nosso 
raciocínio seja inválido. Você deve ficar atento a esses 
indícios ao interpretar uma indução.
A identificação dos raciocínios válidos, dedução ou indução, 
pode ser feita por meio de uma análise intuitiva ou mais 
exaustiva. Neste livro didático, permanecemos no nível intuitivo. 
Existem vários métodos exaustivos de cálculo, de prova e de 
justificação dos raciocínios válidos, mas não os abordaremos neste 
livro, pois, para tanto, precisaríamos prolongar-nos muito neste 
conteúdo.
Seção 5 – Raciocínios inválidos
Nesta seção, você estudará o que é um raciocínio inválido. Dessa 
forma, você estudará as falácias e os sofismas, que nada mais são 
do que deduções ou induções inválidas. 
Você sabe o que é um raciocínio inválido?
Um raciocínio inválido, incorreto, ilegítimo, é 
todo raciocínio tal que a conclusão não decorre das 
premissas. No caso de raciocínio inválido, as premissas 
não sustentam necessariamente a conclusão 
de um raciocínio dedutivo; nem sustentam 
suficientemente a conclusão de um raciocínio 
indutivo.
Saiba, também, que há um 
modo de pensar, lógico, 
diferente do dedutivo 
e do indutivo, e que é 
denominado abdutivo. 
Neste método, primeiro 
se parte da conclusão do 
‘raciocínio’ para depois 
se dedicar as premissas. 
Ele é usado, por exemplo, 
por detetives, tais como 
Sherlock Holmes, que 
parte da conclusão de 
um fato ocorrido, de 
um roubo ou da morte 
de alguém, para tentar 
descobrir, na sequência, 
quais as premissas que 
sustentaram aquela 
situação. A investigação 
de tais premissas, 
supostamente levariam 
o detetive a encontrar o 
ladrão ou assassino.
53
Filosofia
Unidade 2
A Lógica também estuda os raciocínios ditos inválidos, que 
mesmo aparentemente válidos, não o são. Os raciocínios 
inválidos geralmente fogem do tema proposto ou embaraçam os 
debatedores. 
É usual chamar os raciocínios inválidos de falácias ou de 
sofismas. Tanto as falácias quanto os sofismas são raciocínios 
inválidos, porque suas premissas não são suficientes ou nem são 
necessárias para se chegar à conclusão dada. O sentido de falácias 
e sofismas está muito próximo. Veja:
A falácia é um raciocínio inválido que ocorre como 
uma falha de quem argumenta. O sujeito que usa uma 
falácia simplesmente se enganou. 
O sofisma é um raciocínio inválido que ocorre com 
o objetivo de enganar. O sujeito que usa o sofisma 
está consciente, pois sabe que usa um raciocínio 
inválido. O sujeito que usa o sofisma tem a intenção 
de enganar. 
Observe que a diferença entre os sofismas e as falácias reside no 
fato de que as falácias representam o uso inocente, ignorante, de 
raciocínios inválidos, enquanto os sofismas representam o uso 
intencional de raciocínios inválidos. 
Veja agora alguns tipos de raciocínios inválidos (sofismas ou 
falácias) que devem ser identificados e evitados.
Falácia da generalização apressada
A falácia da generalização apressada é um raciocínio inválido, em 
que propomos uma conclusão geral a partir de uma observação 
insuficiente.
Acompanhe alguns exemplos da falácia da generalização apressada:
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Ontem, tarde da noite, rodei de carro pela cidade.
eu vi muitos mendigos pelas ruas.
Logo, os mendigos estão tomando conta da cidade.
eu estacionei o carro perto de um bar.
Um mendigo apareceu para cuidar do carro.
Assim, todos os mendigos são trabalhadores.
eu entrei no bar, que estava muito movimentado.
Havia muitas garotas e rapazes.
As moças conversavam num canto e os rapazes no outro.
Portanto, moças e rapazes não se gostam.
Uma garota olhou para mim. 
Logo, ela estava interessada (e eu também).
eu fui conversar com a moça.
ela disse: - Homem como você não me interessa!
Assim, as mulheres daquele bar não gostam de homens.
Falácia da divisão
A falácia da divisão é um raciocínio inválido em que atribuímos, 
distribuímos uma propriedade de um conjunto determinado para 
os membros deste conjunto.
Veja alguns exemplos da falácia da divisão:
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Filosofia
Unidade 2
O time Figueirense, de Florianópolis, é um grande time 
de futebol. 
Logo, todo jogador do Figueirense é um grande 
jogador. 
As empresas que trabalham com marketing ganham 
rios de dinheiro. 
Logo, todo funcionário que trabalha com marketing 
ganha rios de dinheiro.
Falácia da composição
A falácia da composição é um raciocínio inválido, em que 
atribuímos para o conjunto uma propriedade que pertence a todos 
os elementos do conjunto.
Observe alguns exemplos da falácia da composição:
Cada jogador da seleção brasileira de futebol é um 
excelente jogador.
Logo, a seleção brasileira de futebol é excelente.
Cada atriz da novela das oito horas é maravilhosa.
Logo, a novela das oito horas é maravilhosa.
Falácia da pergunta complexa
A falácia da pergunta complexa é elaborada com sentenças 
interrogativas, determinadas geralmente por duas únicas opções 
de resposta, ‘sim’ e ‘não’, e que sempre ocasiona um embaraço. 
Veja que quem responde sim ou não acaba aceitando o conteúdo 
da pergunta. Pode haver perguntas complexas que exijam como 
resposta algo além do simplesmente ‘sim’ ou ‘não’, mas que, 
mesmo assim, impõe-se àquele que responde a tal pergunta 
um conteúdo e uma situação embaraçosa, uma vez que já se 
pressupõe um determinado contexto.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
A pergunta complexa não é um raciocínio, mas 
implica uso desproposital do conhecimento lógico. 
Conheça alguns exemplos da falácia da pergunta

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