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PROGRAMAÇÃO E 
AQUISIÇÃO DE 
MEDICAMENTOS NO SUS
São Paulo
Outubro/2023
“O medicamento é um insumo estratégico de suporte às 
ações de saúde, cuja falta pode significar interrupções 
constantes no tratamento, o que afeta a qualidade de vida 
dos usuários e a credibilidade dos serviços farmacêuticos e 
do sistema de saúde como um todo”
 Fonte: Aquisição de medicamentos para assistência farmacêutica no SUS : orientações básicas - Ministério da Saúde - 2006
Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso 
Racional de Medicamentos (PNAUM)
Avaliar o acesso, a utilização e o uso racional de medicamentos, 
por parte da população brasileira, além de avaliar as políticas 
públicas farmacêuticas e sua efetivação na atenção básica do SUS.
Na pesquisa foram analisadas as dimensões do acesso quanto:
Disponibilidade 
59,8% dos usuários declararam ter acesso aos medicamentos;
35,9% acesso parcial e; 
4,3% não ter acesso.
Capacidade aquisitiva
13% deixaram de comprar algo importante para cobrir gastos com 
medicamentos e;
41,8% apontaram ter despesa com medicamentos.
Garantir acesso aos medicamentos no SUS é um desafio constante para 
os profissionais e gestores e por isso, o planejamento do 
abastecimento é fundamental.
Para planejar um adequado abastecimento, inicialmente 4 questões 
precisam ser respondidas:
O que comprar? Quando comprar? Quanto comprar? Como comprar?
Quando e quanto comprar?
PROGRAMAÇÃO
Definição
Consiste em estimar a quantidade necessária de medicamentos 
para atender, de forma contínua, determinada demanda do 
serviço de saúde, por um período estabelecido. 
Objetivos
• Identificar quantidades necessárias de medicamentos para o 
atendimento às demandas da população. 
• Evitar aquisições desnecessárias, perdas e descontinuidade no 
abastecimento. 
• Definir prioridades e quantidades a serem adquiridas, diante da 
disponibilidade de recursos. 
Fatores a serem considerados na programação
• Seleção de medicamentos estabelecida; 
• Dados confiáveis sobre consumo, demanda (atendida e não atendida), 
sazonalidade, períodos de desabastecimento, posição de estoque, oferta de 
serviços e perfil epidemiológico da população; 
• Capacidade de armazenamento; 
• Recursos financeiros e orçamentários;
• Prazos de entrega;
• Trâmites administrativos do município.
Métodos de programação
1. Perfil epidemiológico
Esse método baseia-se nos dados de incidência e prevalência dos principais 
problemas de saúde que acometem uma determinada população, considerando-se o 
perfil demográfico, os esquemas terapêuticos preconizados, a capacidade 
instalada (oferta de serviços e estrutura oferecida à população) e a possível 
ocorrência de fenômeno de sazonalidade. 
Não requer, obrigatoriamente, dados de consumo, e é aplicável quando não se 
dispõe de informações acerca da utilização de medicamentos; é também aplicável 
quando se planeja a instalação de novos serviços na rede de saúde.
Exemplo de cálculo: 
A população do município de Vista Linda é de 14.966 habitantes e a 
incidência de giardíase é de 11% (11% = 11/100 = 0,11) ao ano. O 
tratamento é feito com um comprimido de metronidazol 250 mg, três vezes ao 
dia, durante cinco dias. A capacidade de cobertura dos serviços é de 80% 
(80% = 80/100 = 0,80). Estimar a quantidade de comprimidos para 
atender as necessidades mensais do serviço. 
Solução: 
Necessidade mensal = número de habitantes × percentual de pessoas que 
usam o medicamento × consumo/dia × número de dias no mês para o 
tratamento × percentual de cobertura. 
Necessidade mensal estimada = (14.966 × 0,11 × 3 × 5 × 0,80)/12 = 
1.646 comprimidos por mês. 
Obs.: neste exemplo, o cálculo foi dividido por 12 (meses) para que seja 
obtida a necessidade mensal, uma vez que a incidência informada para 
giardíase foi anual. 
2. Oferta de serviços
Método utilizado quando se trabalha por serviços ofertados. Estimam-se as 
necessidades de medicamentos em função da disponibilidade de serviços 
ofertados à determinada população-alvo. São estabelecidas pelo percentual 
de cobertura, não sendo consideradas as reais necessidades existentes. 
Exemplo de cálculo: 
O número de usuários hipertensos do município de Vista Linda cadastrados no 
Programa Hiperdia é de 2.280 pessoas. Destes, 1.796 fazem uso de 
comprimidos de maleato de enalapril 10 mg duas vezes ao dia e retiram nas 
unidades de saúde. Calcular a previsão de consumo do medicamento para um 
ano pelo método oferta de serviços. 
Solução: 
Necessidade anual = número de usuários estimados para o atendimento × 
consumo de comprimidos por dia × período de tempo. 
Necessidade anual estimada = 1.796 usuários × 2 comprimidos por dia × 30 
dias por mês × 12 meses = 1.293.120 comprimidos. 
3. Consumo histórico
Método que consiste na análise do comportamento do consumo de medicamentos, 
em uma série histórica no tempo, possibilitando estimar as necessidades. Nele 
devem ser considerados fatores que possam levar a modificações na demanda, tais 
como: períodos de desabastecimento, modificação na oferta de serviços, situações 
sazonais, de emergência, de calamidade pública e a obsolescência de produtos 
devido à incorporação de novos medicamentos ou mudanças em diretrizes clínicas. 
Para se obter uma efetiva programação por consumo histórico, é fundamental que as 
informações de consumo sejam consistentes e confiáveis. 
Exemplo de cálculo: 
O consumo de comprimidos de aciclovir 200 mg nos últimos 12 meses na farmácia 
da unidade de saúde foi:
Solução:
(900+990+840+810+930+780+900+990+900+990+960+930)/12 = 910. 
O consumo médio histórico é de 910 comprimidos por mês. 
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
900 990 840 810 930 780 900 990 900 990 960 930
4. Consumo ajustado
Baseia-se na programação de outras áreas, serviços ou instituições, 
preferencialmente de perfil parecido. É um método que permite a criação de 
uma estimativa grosseira e não costuma considerar dados de prevalência ou 
incidência e padrões de prescrição ou consumo locais. Na ausência de dados 
para programação, é uma alternativa para se estimar o consumo. 
Exemplo de cálculo: 
Calcular a quantidade de frascos da suspensão oftálmica dexametasona 0,1% para 
atender às necessidades mensais do serviço ambulatorial de oftalmologia que será 
implantado no município de Vista Linda, com 14.966 habitantes. Segundo o 
levantamento dos registros dos usuários em tratamento com esse medicamento em um 
outro município da região, com 13.021 habitantes, o consumo é de 36 frascos. 
Aplica-se a regra de três simples. 
Solução: 
36 frascos - 13.021 habitantes 
X frascos - 14.966 habitantes 
X = 41 frascos por mês 
O consumo histórico é o método mais utilizado nos serviços de saúde.
Contudo, é importante atentar para alguns fatores que devem ser considerados 
neste cálculo: 
• Sazonalidade;
• Epidemias e outras condições incomuns;
• Característica do serviço;
• Registros nos sistemas informatizados em saúde;
• Inventário/balanço.
• Eventuais desabastecimentos
(900+990+840+810+990+900+990+960+930)/9 = 923 comprimidos por mês 
Se fossem considerados 12 meses, a média ficaria subestimada em 692 comprimidos
por mês: (900+990+840+810+0+0+0+990+900+990+960+930)/12 = 692).
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
900 990 840 810 0 0 0 990 900 990 960 930
Ferramentas de apoio
Para a programação de estoques também é possível utilizar ferramentas de apoio, a 
exemplo das análises ABC e XYZ. 
Análise ABC (conhecida como gráfico de Pareto, curva 80-20 ou curva ABC)
Pode ser utilizada para definir estratégias de compras, rotatividade de estoque, 
armazenamento, prioridades, entre outras aplicações. Quando aplicada a 
medicamentos, pode-se considerar: 
• Classe A: até 20% dos itens que consomem cerca de 80% dos recursos; 
• Classe B: cerca de 20%-30%dos itens que consomem cerca de 20%-30% dos 
recursos; 
• Classe C: cerca de 50%-80% dos itens que consomem até 20% dos recursos. 
São percentuais sugestivos conforme o objetivo da aplicação. Assim, sugere-se que os 
itens classe A recebam maior atenção com intuito de manter menor estoque e maior 
rotatividade, assim como os produtos classificados em B ou C, merecem atenção 
especial no processo de programação. 
Passo a passo para montar a Análise ABC.
1. listar todos os itens comprados ou consumidos por unidade (comprimido, 
ampola, frasco etc.) e os respectivos preços unitários;
2. relacionar a quantidade de unidades consumidas de cada item no período 
em análise;
3. calcular o valor de consumo (multiplicar o preço unitário de cada item pela 
quantidade consumida no período) para obter o valor total (gasto) de cada 
item;
4. calcular o valor percentual individual, dividindo o valor total (gasto) de 
cada item pelo valor da lista (Σ de todos os gastos);
5. rearranjar a lista em ordem decrescente de valor, realocando os itens de 
acordo com os percentuais individuais;
6. calcular o percentual acumulado, somando-se os percentuais individuais 
(somar o percentual individual do primeiro item com o do segundo item, em 
seguida somar o resultado desta primeira soma com o percentual acumulado 
do terceiro item e prosseguir até o último item); 
7. escolher pontos de corte para as classes A e C (extremos) e, por exclusão, 
estabelece-se a classe B.
Análise XYZ (ou de criticidade): 
Classifica os itens em três grupos, conforme o impacto de uma eventual falta. 
Seguem as características de cada item, segundo a sua importância operacional ou 
criticidade. 
• Classe X: itens de baixa criticidade, cuja falta não interrompe as atividades da 
organização, elevada possibilidade de substituição;
• Classe Y: itens de criticidade média, os quais são vitais para a realização das 
atividades, podem ser substituídos por outros com relativa facilidade; 
• Classe Z: itens de alta criticidade, cuja falta pode inviabilizar os serviços, não 
podem ser substituídos por equivalentes. 
Indicadores de programação
• Qual a porcentagem do programado em relação ao adquirido? 
Periodicidade – a cada programação
• Qual a razão entre o orçamento programado e o recurso liberado? 
Periodicidade – a cada programação
Como comprar?
AQUISIÇÃO 
Definição
Consiste num conjunto de procedimentos pelos quais se efetiva o processo de 
compra dos medicamentos, de acordo com uma programação estabelecida, 
com o objetivo de suprir necessidades de medicamentos em quantidade, 
qualidade e menor custo-efetividade e manter a regularidade do sistema de 
abastecimento. 
Como são feitas as compras?
As aquisições na administração pública devem ser realizadas por meio 
de um processo chamado licitação, o qual envolve um conjunto de 
procedimentos formais que devem obedecer aos princípios de 
legalidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, 
vinculação ao edital e julgamento objetivo. Esse processo é previsto na 
Constituição Federal (art. 37) e regulamentado pela Lei nº 
8.666/1993.
Importante!
• A lei 8.666/1993 foi substituída pela nova lei de licitações 
14.133/2021, que entrou em vigor em abril/2021. Contudo a lei 
anterior ainda pode ser utilizada até 30/12/2023. 
• Licitar é uma forma de buscar competitividade e transparência entre os 
fornecedores e a proposta mais vantajosa para a administração 
pública. 
A legislação prevê situações de exceção em que é possível adquirir bens para o 
serviço público sem licitação: 
• Dispensa de Licitação: situação especial em que se deixa de realizar licitação por 
motivos previstos na legislação, tais como emergência ou calamidade pública 
caracterizada por urgência no atendimento de situação que possa ocasionar 
prejuízos ou comprometer a segurança das pessoas, obras ou equipamentos.
• Inexigibilidade de Licitação: situação especial em que a competição é impossível. 
É o caso de se comprovar a existência de um único produtor no mercado para 
determinado medicamento. 
Modalidade de licitações
É a forma pela qual se conduz o procedimento licitatório, a partir de critérios estabelecidos 
pela lei.
• Concorrência - modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de 
obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser: 
menor preço; melhor técnica ou conteúdo artístico; técnica e preço; maior retorno econômico e 
maior desconto.
• Concurso - modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, 
cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão 
de prêmio ou remuneração ao vencedor.
• Leilão - modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis 
inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer maior lance.
• Pregão - modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, 
cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto.
• Diálogo competitivo - modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e 
compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente 
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais 
alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar 
proposta final após o encerramento dos diálogos.
O pregão é a modalidade de licitação recomendada para a aquisição de 
medicamento. 
Tem entre suas vantagens a possibilidade de ser realizado de forma 
eletrônica (pregão eletrônico), ou seja, por meio de sistemas informatizados 
que possibilitam a participação de todos os interessados em ambiente virtual. 
Assim, há maior competitividade, uma vez que empresas sediadas em 
qualquer unidade federativa podem participar do certame, além de contar 
com menor prazo de divulgação mínimo, com redução do tempo da aquisição. 
“Assim, por ser um bem comum, na aquisição de medicamentos ou no respectivo 
registro de preços, sempre que há a utilização de recursos transferidos pelo 
Ministério da Saúde para custear a aquisição, o uso da modalidade pregão na 
forma eletrônica é obrigatório, nos termos do art. 4º, § 1º, do Decreto 
5.450/2005”. 
Orientações para aquisições públicas de medicamentos / Tribunal de Contas da União. – Brasília - 2018 
Sistema de registro de preço
O sistema de registro de preço surge como uma estratégia que possibilita contratar 
um fornecedor sem a obrigatoriedade da aquisição da totalidade dos produtos 
licitados. É um sistema de compras utilizado no setor público, mas não se trata de um 
procedimento obrigatório. 
No sistema de registro de preço é firmada uma Ata de Registro de Preços, na qual 
são averbados os bens, os preços, os fornecedores e as condições das futuras 
contratações. 
A Ata de Registro de Preços fica à disposição da Administração Pública pelo 
período de até 12 meses para, quando e se necessário, efetuar a contratação. 
Portanto, os quantitativos exigidos são estimados para aquisição pelo período de 
vigência da Ata de Registro de Preços. 
Permite melhor racionalização na utilização do orçamento, na medida em que ele 
deve ser disponibilizado no momento da contratação, e não no início da licitação. 
Outra grande vantagem é permitir que não se mantenham grandes estoques, uma 
vez que a licitação já foi realizada e as contratações podem ser até mensais. 
Periodicamente deve ser realizada pesquisa de mercado para verificar se o preço 
registrado ainda está compatível com aquele praticado no mercado. Caso o preço 
do item registrado esteja maior que o praticado, o fornecedor deve ser comunicado 
e o preço deve ser reduzido, sob pena de ser cancelado.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Descritivo dos medicamentos
É a descrição detalhada do medicamento e dos requisitos que garantemsua 
qualidade. Ex.: Denominação Comum Brasileira (DCB) ou Internacional (DCI) 
(nome genérico), concentração e forma farmacêutica (comprimido, pomada 
etc.).
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
É um documento que estabelece as especificações técnicas e os requisitos 
mínimos que devem ser atendidos na aquisição de medicamentos por órgãos 
públicos.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
Modelo de organização de TR
o Objeto
o Justificativa
o Embasamento legal (exemplos – lei de licitações, decreto federal registro de preço, lei 
criação CMED, etc).
o Classificação de bens comuns
O objeto a ser contratado possui natureza comum, nos termos do Parágrafo Único do artigo 1º 
da Lei Federal nº 10.520/02.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
o Especificação dos itens (referência, genérico, similar intercambiável)
o Itens e quantitativos
Ampla competição e cotas exclusivas para microempresas e empresa de 
pequeno porte.
o Das condições e critérios de fornecimento (periodicidade pedido)
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
o Das condições de entrega e aceitação do objeto (local de entrega, quantidade de lotes, 
proibida a venda ao comércio, validade, laudos)
Laudo de Análise de controle de qualidade para cada lote entregue, sendo emitido pelo 
fabricante/detentor do registro e/ou laboratório integrante da REBLAS (Rede Brasileira de 
Laboratórios Analíticos em Saúde). As especificações de cada produto devem estar baseadas em 
referências farmacopeicas oficialmente reconhecidas. 
o Dotação orçamentária
3.3.90.32.00 Material, Bem ou Serviço para Distribuição Gratuita.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
o Vigência da ata de registro
o Pagamentos 
o Habilitação/qualificação
Qualificação técnica
Comprovação de aptidão para o fornecimento de bens em características e em 
quantidades com o objeto, por meio de Atestado(s) de Capacidade Técnica emitido(s) 
por pessoas de direito público ou privado;
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
Licença Sanitária Estadual ou Municipal da empresa participante, compatível com a atividade de distribuição 
de medicamentos;
Licença Sanitária Estadual ou Municipal da empresa fabricante (unidade fabril específica), ou do importador, 
no caso de produto importado;
Autorização de Funcionamento (AFE) emitida pela ANVISA;
Autorização Especial (AE) emitida pela ANVISA;
Certificado de Regularidade Técnica da empresa participante, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia 
do estado da empresa licitante em plena validade;
Certificado de Registro do Produto ou de sua publicação no Diário Oficial da União;
Bula do medicamento.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Termo de referência (TR)
o Obrigações da contratante
o Obrigações da detentora da ata
o Fiscalização da execução
o Sanções administrativas
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
A licitação deve apresentar uma estimativa de preço para cada medicamento.
Importante!
A jurisprudência do TCU (Tribunal de Contas da União) é pacífica no sentido de que a pesquisa de preços 
para elaboração do orçamento estimativo da licitação não deve se restringir a cotações realizadas com 
potenciais fornecedores, uma vez que as compras públicas devem balizar-se pelos preços praticados no 
âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública.
Outro ponto importante é a impossibilidade de utilização das tabelas da CMED (Câmara de regulação do 
mercado de medicamentos) como parâmetro para a elaboração do orçamento de referência. 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Banco de preços em saúde (BPS)
É um sistema informatizado do Ministério da Saúde que registra, 
armazena e disponibiliza pela internet os preços de medicamentos e 
produtos para a saúde que são adquiridos por instituições públicas e 
privadas cadastradas. 
 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Banco de preços em saúde (BPS)
O sistema foi desenvolvido a partir de quatro objetivos prioritários:
• atuar como ferramenta de acompanhamento do comportamento dos preços no mercado de 
medicamentos e produtos para a saúde; 
• fornecer subsídios ao gestor público para a tomada de decisão; 
• aumentar a transparência e visibilidade, no que se refere à utilização dos recursos do SUS 
para a aquisição de medicamentos e produtos para a saúde;
• disponibilizar dados que possam subsidiar o controle social quanto aos gastos públicos em 
saúde. 
 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Banco de preços em saúde (BPS)
Dados possíveis de serem consultados no BPS:
• Quantidade negociada
• Preço
• Modalidade de compra
• Localização da instituição 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Banco de preços em saúde (BPS)
Importante!
O BPS utiliza os códigos, as descrições e as unidades de fornecimento dos itens 
padronizados pela Unidade Catalogadora de Materiais do Catálogo de 
Materiais do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais do 
Governo Federal (Catmat/Siasg). 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Banco de preços em saúde (BPS)
Importante!
Qualquer cidadão pode consultar o BPS, de forma gratuita e livre. 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Câmara de regulação do mercado de medicamentos (CMED)
Estabelece limites de preços para a comercialização de medicamentos no 
Brasil, bem como regras específicas para a venda de medicamentos para o 
governo. A CMED atualiza suas tabelas mensalmente e estabelece três 
parâmetros de preços.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Câmara de regulação do mercado de medicamentos (CMED)
o Preço de Fábrica ou Preço Fabricante (PF): preço máximo permitido para a venda de 
medicamentos por laboratórios ou distribuidoras
o Preço Máximo ao Consumidor (PMC): preço máximo permitido para a venda de 
medicamentos ao consumidor pelas farmácias e drogarias
o Preço Máximo de Venda ao Governo (PMVG): resulta da aplicação do Coeficiente de 
Adequação de Preços (CAP) sobre o PF [PMVG = PF * (1 CAP)]. O valor do CAP é 
atualizado anualmente e aplica-se a todos os medicamentos adquiridos pela Administração 
Pública por força de decisão judicial. O PMVG é o preço máximo permitido para a venda 
de determinados medicamentos para o governo por qualquer fornecedor
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Pesquisa de preço
Os preços apresentados nas propostas devem estar de acordo com as regras definidas pela Câmara de 
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e ainda, observar a desoneração do Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), quando estabelecida em convênios formados no âmbito do 
Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ); e em consonância com os preços praticados nas 
compras públicas, conforme demonstrado pelo Banco de Preços em Saúde (BPS) do Ministério da Saúde 
(sistema público que expõe as compras institucionais de medicamentos e produtos para saúde).
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Edital
É a lei interna da licitação. A vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nenhuma 
exigência poderá ser solicitada ao fornecedor que não conste no Edital. Para tanto, deve ser bem 
elaborado e constar de requisitos técnicos e administrativos, como forma de assegurar a qualidade 
do processo de aquisição e dos medicamentos que estão sendo adquiridos. Fazem parte dos editais 
anexoscomo: Termos de Referência, Minuta de Contrato, Modelo de Declarações, etc. Qualquer 
mudança no documento, que possa alterar a formulação da proposta, exige que ele seja novamente 
divulgado, pelo mesmo prazo e meios de divulgação. 
O edital geralmente é elaborado pelo setor de assistência farmacêutica, juntamente com o setor de 
compras do município. 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Edital 
Ato convocatório edital
Ato pelo qual a Administração Pública dá início à fase externa do 
procedimento licitatório, dando conhecimento sobre a licitação, condições de 
participação, descrição do objeto, data de abertura e encerramento de 
entrega de propostas, dentre outros requisitos.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Habilitação
Fase em que se verifica se o licitante apresenta documentação relativa à habilitação 
jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal. 
A não apresentação dos documentos, conforme exigido em edital, pode inabilitar a 
empresa.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Julgamento das propostas
Fase em que são analisadas as propostas apresentadas e identifica-se a que 
apresenta melhor benefício para a administração pública, conforme as exigências 
legais e os critérios estabelecidos no edital.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Parecer técnico
Análise das especificações técnicas dos produtos ofertados com as exigências do 
edital com a emissão de parecer técnico sobre propostas e documentações 
apresentadas.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Adjudicação
Nessa fase, atribui-se ao vencedor do certame o objeto da licitação, concedendo o 
direito de contratação. De modo geral, a adjudicação por item tende a aumentar a 
participação de licitantes, enquanto a adjudicação por lote de medicamentos pode 
restringir a participação dos fornecedores
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Homologação
Confirma a classificação das propostas e adjudica o objeto da licitação ao 
vencedor.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Emissão solicitação de fornecimento
Emite solicitação de compra e autoriza o fornecimento dos produtos licitados. 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Acompanhamento do pedido
Monitoramento do processo de compra para assegurar que a entrega seja 
feita em conformidade com os prazos estabelecidos e nas condições técnicas 
adequadas.
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Recebimento
Verifica-se se os medicamentos e suas quantidades foram efetivamente entregues 
pelo fornecedor de acordo com o descrito na nota fiscal e com a solicitação de 
fornecimento. Em caso positivo, encaminha-se a nota fiscal para pagamento; em caso 
negativo, recusa-se a formalização do recebimento e notifica-se a empresa para 
correções das divergências. Para possibilitar a rastreabilidade, as notas fiscais devem 
conter os números dos lotes dos produtos. 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Notificação do fornecedor
Notifica-se o não cumprimento dos termos do edital pela empresa contratada, 
apurando-se as irregularidades para aplicação das penalidades cabíveis aos 
fornecedores inadimplentes. Esta é uma etapa importante, pois os descumprimentos 
desses termos, especialmente dos prazos de entrega, causam desabastecimentos na 
rede. A notificação e as providências legais pertinentes devem ser tomadas diante 
dos descumprimentos dos termos do edital pelo fornecedor. 
Principais etapas do processo de licitação de medicamentos
• Anulação ou revogação da licitação
Revoga-se o processo licitatório e o contrato administrativo, em virtude de interesse 
público, desde que plenamente justificado.
Importante!
A fim de obter melhores condições de aquisição em função da maior escala, é 
possível realizar a compra de medicamentos de forma centralizada pelo gestor 
estadual ou então que vários municípios ou instituições de saúde se consorciem, 
estabelecendo um único registro de preços para a aquisição de produto. É 
importante analisar as condições locais para a escolha da melhor estratégia, 
incluindo eventuais custos de manutenção. 
Indicadores de aquisição
• Percentual de medicamentos comprados por meio de processo licitatório 
Periodicidade – anualmente
• Percentual de processos de compra em que o tempo médio de compra foi 
menor ou igual a 4 meses 
Periodicidade – anualmente
“Aprende, não para acumular conhecimento como um tesouro pessoal,
mas sim para empregar o aprendido a serviço do mundo”.
Rudolf Steiner
OBRIGADA!
Karina Santos Rocha
Contato: ksrocha76@gmail.com
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