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PROGRAMAÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS NO SUS São Paulo Outubro/2023 “O medicamento é um insumo estratégico de suporte às ações de saúde, cuja falta pode significar interrupções constantes no tratamento, o que afeta a qualidade de vida dos usuários e a credibilidade dos serviços farmacêuticos e do sistema de saúde como um todo” Fonte: Aquisição de medicamentos para assistência farmacêutica no SUS : orientações básicas - Ministério da Saúde - 2006 Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) Avaliar o acesso, a utilização e o uso racional de medicamentos, por parte da população brasileira, além de avaliar as políticas públicas farmacêuticas e sua efetivação na atenção básica do SUS. Na pesquisa foram analisadas as dimensões do acesso quanto: Disponibilidade 59,8% dos usuários declararam ter acesso aos medicamentos; 35,9% acesso parcial e; 4,3% não ter acesso. Capacidade aquisitiva 13% deixaram de comprar algo importante para cobrir gastos com medicamentos e; 41,8% apontaram ter despesa com medicamentos. Garantir acesso aos medicamentos no SUS é um desafio constante para os profissionais e gestores e por isso, o planejamento do abastecimento é fundamental. Para planejar um adequado abastecimento, inicialmente 4 questões precisam ser respondidas: O que comprar? Quando comprar? Quanto comprar? Como comprar? Quando e quanto comprar? PROGRAMAÇÃO Definição Consiste em estimar a quantidade necessária de medicamentos para atender, de forma contínua, determinada demanda do serviço de saúde, por um período estabelecido. Objetivos • Identificar quantidades necessárias de medicamentos para o atendimento às demandas da população. • Evitar aquisições desnecessárias, perdas e descontinuidade no abastecimento. • Definir prioridades e quantidades a serem adquiridas, diante da disponibilidade de recursos. Fatores a serem considerados na programação • Seleção de medicamentos estabelecida; • Dados confiáveis sobre consumo, demanda (atendida e não atendida), sazonalidade, períodos de desabastecimento, posição de estoque, oferta de serviços e perfil epidemiológico da população; • Capacidade de armazenamento; • Recursos financeiros e orçamentários; • Prazos de entrega; • Trâmites administrativos do município. Métodos de programação 1. Perfil epidemiológico Esse método baseia-se nos dados de incidência e prevalência dos principais problemas de saúde que acometem uma determinada população, considerando-se o perfil demográfico, os esquemas terapêuticos preconizados, a capacidade instalada (oferta de serviços e estrutura oferecida à população) e a possível ocorrência de fenômeno de sazonalidade. Não requer, obrigatoriamente, dados de consumo, e é aplicável quando não se dispõe de informações acerca da utilização de medicamentos; é também aplicável quando se planeja a instalação de novos serviços na rede de saúde. Exemplo de cálculo: A população do município de Vista Linda é de 14.966 habitantes e a incidência de giardíase é de 11% (11% = 11/100 = 0,11) ao ano. O tratamento é feito com um comprimido de metronidazol 250 mg, três vezes ao dia, durante cinco dias. A capacidade de cobertura dos serviços é de 80% (80% = 80/100 = 0,80). Estimar a quantidade de comprimidos para atender as necessidades mensais do serviço. Solução: Necessidade mensal = número de habitantes × percentual de pessoas que usam o medicamento × consumo/dia × número de dias no mês para o tratamento × percentual de cobertura. Necessidade mensal estimada = (14.966 × 0,11 × 3 × 5 × 0,80)/12 = 1.646 comprimidos por mês. Obs.: neste exemplo, o cálculo foi dividido por 12 (meses) para que seja obtida a necessidade mensal, uma vez que a incidência informada para giardíase foi anual. 2. Oferta de serviços Método utilizado quando se trabalha por serviços ofertados. Estimam-se as necessidades de medicamentos em função da disponibilidade de serviços ofertados à determinada população-alvo. São estabelecidas pelo percentual de cobertura, não sendo consideradas as reais necessidades existentes. Exemplo de cálculo: O número de usuários hipertensos do município de Vista Linda cadastrados no Programa Hiperdia é de 2.280 pessoas. Destes, 1.796 fazem uso de comprimidos de maleato de enalapril 10 mg duas vezes ao dia e retiram nas unidades de saúde. Calcular a previsão de consumo do medicamento para um ano pelo método oferta de serviços. Solução: Necessidade anual = número de usuários estimados para o atendimento × consumo de comprimidos por dia × período de tempo. Necessidade anual estimada = 1.796 usuários × 2 comprimidos por dia × 30 dias por mês × 12 meses = 1.293.120 comprimidos. 3. Consumo histórico Método que consiste na análise do comportamento do consumo de medicamentos, em uma série histórica no tempo, possibilitando estimar as necessidades. Nele devem ser considerados fatores que possam levar a modificações na demanda, tais como: períodos de desabastecimento, modificação na oferta de serviços, situações sazonais, de emergência, de calamidade pública e a obsolescência de produtos devido à incorporação de novos medicamentos ou mudanças em diretrizes clínicas. Para se obter uma efetiva programação por consumo histórico, é fundamental que as informações de consumo sejam consistentes e confiáveis. Exemplo de cálculo: O consumo de comprimidos de aciclovir 200 mg nos últimos 12 meses na farmácia da unidade de saúde foi: Solução: (900+990+840+810+930+780+900+990+900+990+960+930)/12 = 910. O consumo médio histórico é de 910 comprimidos por mês. janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro 900 990 840 810 930 780 900 990 900 990 960 930 4. Consumo ajustado Baseia-se na programação de outras áreas, serviços ou instituições, preferencialmente de perfil parecido. É um método que permite a criação de uma estimativa grosseira e não costuma considerar dados de prevalência ou incidência e padrões de prescrição ou consumo locais. Na ausência de dados para programação, é uma alternativa para se estimar o consumo. Exemplo de cálculo: Calcular a quantidade de frascos da suspensão oftálmica dexametasona 0,1% para atender às necessidades mensais do serviço ambulatorial de oftalmologia que será implantado no município de Vista Linda, com 14.966 habitantes. Segundo o levantamento dos registros dos usuários em tratamento com esse medicamento em um outro município da região, com 13.021 habitantes, o consumo é de 36 frascos. Aplica-se a regra de três simples. Solução: 36 frascos - 13.021 habitantes X frascos - 14.966 habitantes X = 41 frascos por mês O consumo histórico é o método mais utilizado nos serviços de saúde. Contudo, é importante atentar para alguns fatores que devem ser considerados neste cálculo: • Sazonalidade; • Epidemias e outras condições incomuns; • Característica do serviço; • Registros nos sistemas informatizados em saúde; • Inventário/balanço. • Eventuais desabastecimentos (900+990+840+810+990+900+990+960+930)/9 = 923 comprimidos por mês Se fossem considerados 12 meses, a média ficaria subestimada em 692 comprimidos por mês: (900+990+840+810+0+0+0+990+900+990+960+930)/12 = 692). janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro 900 990 840 810 0 0 0 990 900 990 960 930 Ferramentas de apoio Para a programação de estoques também é possível utilizar ferramentas de apoio, a exemplo das análises ABC e XYZ. Análise ABC (conhecida como gráfico de Pareto, curva 80-20 ou curva ABC) Pode ser utilizada para definir estratégias de compras, rotatividade de estoque, armazenamento, prioridades, entre outras aplicações. Quando aplicada a medicamentos, pode-se considerar: • Classe A: até 20% dos itens que consomem cerca de 80% dos recursos; • Classe B: cerca de 20%-30%dos itens que consomem cerca de 20%-30% dos recursos; • Classe C: cerca de 50%-80% dos itens que consomem até 20% dos recursos. São percentuais sugestivos conforme o objetivo da aplicação. Assim, sugere-se que os itens classe A recebam maior atenção com intuito de manter menor estoque e maior rotatividade, assim como os produtos classificados em B ou C, merecem atenção especial no processo de programação. Passo a passo para montar a Análise ABC. 1. listar todos os itens comprados ou consumidos por unidade (comprimido, ampola, frasco etc.) e os respectivos preços unitários; 2. relacionar a quantidade de unidades consumidas de cada item no período em análise; 3. calcular o valor de consumo (multiplicar o preço unitário de cada item pela quantidade consumida no período) para obter o valor total (gasto) de cada item; 4. calcular o valor percentual individual, dividindo o valor total (gasto) de cada item pelo valor da lista (Σ de todos os gastos); 5. rearranjar a lista em ordem decrescente de valor, realocando os itens de acordo com os percentuais individuais; 6. calcular o percentual acumulado, somando-se os percentuais individuais (somar o percentual individual do primeiro item com o do segundo item, em seguida somar o resultado desta primeira soma com o percentual acumulado do terceiro item e prosseguir até o último item); 7. escolher pontos de corte para as classes A e C (extremos) e, por exclusão, estabelece-se a classe B. Análise XYZ (ou de criticidade): Classifica os itens em três grupos, conforme o impacto de uma eventual falta. Seguem as características de cada item, segundo a sua importância operacional ou criticidade. • Classe X: itens de baixa criticidade, cuja falta não interrompe as atividades da organização, elevada possibilidade de substituição; • Classe Y: itens de criticidade média, os quais são vitais para a realização das atividades, podem ser substituídos por outros com relativa facilidade; • Classe Z: itens de alta criticidade, cuja falta pode inviabilizar os serviços, não podem ser substituídos por equivalentes. Indicadores de programação • Qual a porcentagem do programado em relação ao adquirido? Periodicidade – a cada programação • Qual a razão entre o orçamento programado e o recurso liberado? Periodicidade – a cada programação Como comprar? AQUISIÇÃO Definição Consiste num conjunto de procedimentos pelos quais se efetiva o processo de compra dos medicamentos, de acordo com uma programação estabelecida, com o objetivo de suprir necessidades de medicamentos em quantidade, qualidade e menor custo-efetividade e manter a regularidade do sistema de abastecimento. Como são feitas as compras? As aquisições na administração pública devem ser realizadas por meio de um processo chamado licitação, o qual envolve um conjunto de procedimentos formais que devem obedecer aos princípios de legalidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao edital e julgamento objetivo. Esse processo é previsto na Constituição Federal (art. 37) e regulamentado pela Lei nº 8.666/1993. Importante! • A lei 8.666/1993 foi substituída pela nova lei de licitações 14.133/2021, que entrou em vigor em abril/2021. Contudo a lei anterior ainda pode ser utilizada até 30/12/2023. • Licitar é uma forma de buscar competitividade e transparência entre os fornecedores e a proposta mais vantajosa para a administração pública. A legislação prevê situações de exceção em que é possível adquirir bens para o serviço público sem licitação: • Dispensa de Licitação: situação especial em que se deixa de realizar licitação por motivos previstos na legislação, tais como emergência ou calamidade pública caracterizada por urgência no atendimento de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança das pessoas, obras ou equipamentos. • Inexigibilidade de Licitação: situação especial em que a competição é impossível. É o caso de se comprovar a existência de um único produtor no mercado para determinado medicamento. Modalidade de licitações É a forma pela qual se conduz o procedimento licitatório, a partir de critérios estabelecidos pela lei. • Concorrência - modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser: menor preço; melhor técnica ou conteúdo artístico; técnica e preço; maior retorno econômico e maior desconto. • Concurso - modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor. • Leilão - modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer maior lance. • Pregão - modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto. • Diálogo competitivo - modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos. O pregão é a modalidade de licitação recomendada para a aquisição de medicamento. Tem entre suas vantagens a possibilidade de ser realizado de forma eletrônica (pregão eletrônico), ou seja, por meio de sistemas informatizados que possibilitam a participação de todos os interessados em ambiente virtual. Assim, há maior competitividade, uma vez que empresas sediadas em qualquer unidade federativa podem participar do certame, além de contar com menor prazo de divulgação mínimo, com redução do tempo da aquisição. “Assim, por ser um bem comum, na aquisição de medicamentos ou no respectivo registro de preços, sempre que há a utilização de recursos transferidos pelo Ministério da Saúde para custear a aquisição, o uso da modalidade pregão na forma eletrônica é obrigatório, nos termos do art. 4º, § 1º, do Decreto 5.450/2005”. Orientações para aquisições públicas de medicamentos / Tribunal de Contas da União. – Brasília - 2018 Sistema de registro de preço O sistema de registro de preço surge como uma estratégia que possibilita contratar um fornecedor sem a obrigatoriedade da aquisição da totalidade dos produtos licitados. É um sistema de compras utilizado no setor público, mas não se trata de um procedimento obrigatório. No sistema de registro de preço é firmada uma Ata de Registro de Preços, na qual são averbados os bens, os preços, os fornecedores e as condições das futuras contratações. A Ata de Registro de Preços fica à disposição da Administração Pública pelo período de até 12 meses para, quando e se necessário, efetuar a contratação. Portanto, os quantitativos exigidos são estimados para aquisição pelo período de vigência da Ata de Registro de Preços. Permite melhor racionalização na utilização do orçamento, na medida em que ele deve ser disponibilizado no momento da contratação, e não no início da licitação. Outra grande vantagem é permitir que não se mantenham grandes estoques, uma vez que a licitação já foi realizada e as contratações podem ser até mensais. Periodicamente deve ser realizada pesquisa de mercado para verificar se o preço registrado ainda está compatível com aquele praticado no mercado. Caso o preço do item registrado esteja maior que o praticado, o fornecedor deve ser comunicado e o preço deve ser reduzido, sob pena de ser cancelado. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Descritivo dos medicamentos É a descrição detalhada do medicamento e dos requisitos que garantemsua qualidade. Ex.: Denominação Comum Brasileira (DCB) ou Internacional (DCI) (nome genérico), concentração e forma farmacêutica (comprimido, pomada etc.). Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) É um documento que estabelece as especificações técnicas e os requisitos mínimos que devem ser atendidos na aquisição de medicamentos por órgãos públicos. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) Modelo de organização de TR o Objeto o Justificativa o Embasamento legal (exemplos – lei de licitações, decreto federal registro de preço, lei criação CMED, etc). o Classificação de bens comuns O objeto a ser contratado possui natureza comum, nos termos do Parágrafo Único do artigo 1º da Lei Federal nº 10.520/02. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) o Especificação dos itens (referência, genérico, similar intercambiável) o Itens e quantitativos Ampla competição e cotas exclusivas para microempresas e empresa de pequeno porte. o Das condições e critérios de fornecimento (periodicidade pedido) Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) o Das condições de entrega e aceitação do objeto (local de entrega, quantidade de lotes, proibida a venda ao comércio, validade, laudos) Laudo de Análise de controle de qualidade para cada lote entregue, sendo emitido pelo fabricante/detentor do registro e/ou laboratório integrante da REBLAS (Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde). As especificações de cada produto devem estar baseadas em referências farmacopeicas oficialmente reconhecidas. o Dotação orçamentária 3.3.90.32.00 Material, Bem ou Serviço para Distribuição Gratuita. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) o Vigência da ata de registro o Pagamentos o Habilitação/qualificação Qualificação técnica Comprovação de aptidão para o fornecimento de bens em características e em quantidades com o objeto, por meio de Atestado(s) de Capacidade Técnica emitido(s) por pessoas de direito público ou privado; Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) Licença Sanitária Estadual ou Municipal da empresa participante, compatível com a atividade de distribuição de medicamentos; Licença Sanitária Estadual ou Municipal da empresa fabricante (unidade fabril específica), ou do importador, no caso de produto importado; Autorização de Funcionamento (AFE) emitida pela ANVISA; Autorização Especial (AE) emitida pela ANVISA; Certificado de Regularidade Técnica da empresa participante, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia do estado da empresa licitante em plena validade; Certificado de Registro do Produto ou de sua publicação no Diário Oficial da União; Bula do medicamento. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Termo de referência (TR) o Obrigações da contratante o Obrigações da detentora da ata o Fiscalização da execução o Sanções administrativas Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço A licitação deve apresentar uma estimativa de preço para cada medicamento. Importante! A jurisprudência do TCU (Tribunal de Contas da União) é pacífica no sentido de que a pesquisa de preços para elaboração do orçamento estimativo da licitação não deve se restringir a cotações realizadas com potenciais fornecedores, uma vez que as compras públicas devem balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública. Outro ponto importante é a impossibilidade de utilização das tabelas da CMED (Câmara de regulação do mercado de medicamentos) como parâmetro para a elaboração do orçamento de referência. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Banco de preços em saúde (BPS) É um sistema informatizado do Ministério da Saúde que registra, armazena e disponibiliza pela internet os preços de medicamentos e produtos para a saúde que são adquiridos por instituições públicas e privadas cadastradas. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Banco de preços em saúde (BPS) O sistema foi desenvolvido a partir de quatro objetivos prioritários: • atuar como ferramenta de acompanhamento do comportamento dos preços no mercado de medicamentos e produtos para a saúde; • fornecer subsídios ao gestor público para a tomada de decisão; • aumentar a transparência e visibilidade, no que se refere à utilização dos recursos do SUS para a aquisição de medicamentos e produtos para a saúde; • disponibilizar dados que possam subsidiar o controle social quanto aos gastos públicos em saúde. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Banco de preços em saúde (BPS) Dados possíveis de serem consultados no BPS: • Quantidade negociada • Preço • Modalidade de compra • Localização da instituição Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Banco de preços em saúde (BPS) Importante! O BPS utiliza os códigos, as descrições e as unidades de fornecimento dos itens padronizados pela Unidade Catalogadora de Materiais do Catálogo de Materiais do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais do Governo Federal (Catmat/Siasg). Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Banco de preços em saúde (BPS) Importante! Qualquer cidadão pode consultar o BPS, de forma gratuita e livre. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Câmara de regulação do mercado de medicamentos (CMED) Estabelece limites de preços para a comercialização de medicamentos no Brasil, bem como regras específicas para a venda de medicamentos para o governo. A CMED atualiza suas tabelas mensalmente e estabelece três parâmetros de preços. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Câmara de regulação do mercado de medicamentos (CMED) o Preço de Fábrica ou Preço Fabricante (PF): preço máximo permitido para a venda de medicamentos por laboratórios ou distribuidoras o Preço Máximo ao Consumidor (PMC): preço máximo permitido para a venda de medicamentos ao consumidor pelas farmácias e drogarias o Preço Máximo de Venda ao Governo (PMVG): resulta da aplicação do Coeficiente de Adequação de Preços (CAP) sobre o PF [PMVG = PF * (1 CAP)]. O valor do CAP é atualizado anualmente e aplica-se a todos os medicamentos adquiridos pela Administração Pública por força de decisão judicial. O PMVG é o preço máximo permitido para a venda de determinados medicamentos para o governo por qualquer fornecedor Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Pesquisa de preço Os preços apresentados nas propostas devem estar de acordo com as regras definidas pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e ainda, observar a desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), quando estabelecida em convênios formados no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ); e em consonância com os preços praticados nas compras públicas, conforme demonstrado pelo Banco de Preços em Saúde (BPS) do Ministério da Saúde (sistema público que expõe as compras institucionais de medicamentos e produtos para saúde). Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Edital É a lei interna da licitação. A vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nenhuma exigência poderá ser solicitada ao fornecedor que não conste no Edital. Para tanto, deve ser bem elaborado e constar de requisitos técnicos e administrativos, como forma de assegurar a qualidade do processo de aquisição e dos medicamentos que estão sendo adquiridos. Fazem parte dos editais anexoscomo: Termos de Referência, Minuta de Contrato, Modelo de Declarações, etc. Qualquer mudança no documento, que possa alterar a formulação da proposta, exige que ele seja novamente divulgado, pelo mesmo prazo e meios de divulgação. O edital geralmente é elaborado pelo setor de assistência farmacêutica, juntamente com o setor de compras do município. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Edital Ato convocatório edital Ato pelo qual a Administração Pública dá início à fase externa do procedimento licitatório, dando conhecimento sobre a licitação, condições de participação, descrição do objeto, data de abertura e encerramento de entrega de propostas, dentre outros requisitos. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Habilitação Fase em que se verifica se o licitante apresenta documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal. A não apresentação dos documentos, conforme exigido em edital, pode inabilitar a empresa. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Julgamento das propostas Fase em que são analisadas as propostas apresentadas e identifica-se a que apresenta melhor benefício para a administração pública, conforme as exigências legais e os critérios estabelecidos no edital. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Parecer técnico Análise das especificações técnicas dos produtos ofertados com as exigências do edital com a emissão de parecer técnico sobre propostas e documentações apresentadas. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Adjudicação Nessa fase, atribui-se ao vencedor do certame o objeto da licitação, concedendo o direito de contratação. De modo geral, a adjudicação por item tende a aumentar a participação de licitantes, enquanto a adjudicação por lote de medicamentos pode restringir a participação dos fornecedores Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Homologação Confirma a classificação das propostas e adjudica o objeto da licitação ao vencedor. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Emissão solicitação de fornecimento Emite solicitação de compra e autoriza o fornecimento dos produtos licitados. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Acompanhamento do pedido Monitoramento do processo de compra para assegurar que a entrega seja feita em conformidade com os prazos estabelecidos e nas condições técnicas adequadas. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Recebimento Verifica-se se os medicamentos e suas quantidades foram efetivamente entregues pelo fornecedor de acordo com o descrito na nota fiscal e com a solicitação de fornecimento. Em caso positivo, encaminha-se a nota fiscal para pagamento; em caso negativo, recusa-se a formalização do recebimento e notifica-se a empresa para correções das divergências. Para possibilitar a rastreabilidade, as notas fiscais devem conter os números dos lotes dos produtos. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Notificação do fornecedor Notifica-se o não cumprimento dos termos do edital pela empresa contratada, apurando-se as irregularidades para aplicação das penalidades cabíveis aos fornecedores inadimplentes. Esta é uma etapa importante, pois os descumprimentos desses termos, especialmente dos prazos de entrega, causam desabastecimentos na rede. A notificação e as providências legais pertinentes devem ser tomadas diante dos descumprimentos dos termos do edital pelo fornecedor. Principais etapas do processo de licitação de medicamentos • Anulação ou revogação da licitação Revoga-se o processo licitatório e o contrato administrativo, em virtude de interesse público, desde que plenamente justificado. Importante! A fim de obter melhores condições de aquisição em função da maior escala, é possível realizar a compra de medicamentos de forma centralizada pelo gestor estadual ou então que vários municípios ou instituições de saúde se consorciem, estabelecendo um único registro de preços para a aquisição de produto. É importante analisar as condições locais para a escolha da melhor estratégia, incluindo eventuais custos de manutenção. Indicadores de aquisição • Percentual de medicamentos comprados por meio de processo licitatório Periodicidade – anualmente • Percentual de processos de compra em que o tempo médio de compra foi menor ou igual a 4 meses Periodicidade – anualmente “Aprende, não para acumular conhecimento como um tesouro pessoal, mas sim para empregar o aprendido a serviço do mundo”. Rudolf Steiner OBRIGADA! Karina Santos Rocha Contato: ksrocha76@gmail.com Slide 1: Programação e Aquisição de Medicamentos no SUS Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72
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