Psicologia das Cores no Design

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Observe esta indagação feita no artigo “O signi�cado das cores ao redor do
mundo”, redigido por Carol T. More, editora do FTC, em 19 de abril de 2015, no
blog FTC:
“Você já se sentiu azul de fome, verde de inveja, roxo de raiva, ou viu o
mundo rosa por estar apaixonado? Já dissipou uma nuvem negra
quando �nalmente teve uma oportunidade de ouro?”
Sabemos que as cores são essenciais na produção de um designer grá�co e
que sua simbologia é muito usada no cinema, no design editorial, nas
logomarcas, nas identidades visuais, nas sinalizações e nas embalagens.
Segundo Francisco (2018)
Diversos tipos de pro�ssionais se utilizam da Psicologia das Cores para
prover signi�cados e transmitir sensações cromáticas. A promessa é que
cada cor possa gerar emoções especí�cas ao público exposto a ela. Com
isso a indústria utiliza cada vez mais as cores como elemento visual de
destaque para construção e divulgação de seus produtos. Acredita-se que
o poder persuasivo que cada signi�cado de cor pode gerar, é capaz de
in�uenciar positivamente os consumidores. (FRANCISCO, 2018).
As cores têm um caráter de conceitualizar o material/produto de acordo com
a atribuição psicológica das cores em cada cultura. Pode-se perceber que
COR NO DESIGNCOR NO DESIGN
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geralmente no Ocidente o preto é usado para representar medo, terror,
morte. Já no Oriente, em caso de morte, utiliza-se o branco. Os lilases e roxos
representam espiritualidade, os azuis representam calmaria e os verdes
representam a natureza ou áreas da saúde.
Entretanto, Francisco (2018) alerta:
As sensações causadas pelas cores podem nos remeter a valores
simbólicos decorrentes de nossas experiências e do contexto cultural que
vivenciamos. E que a�rmações que determinam um signi�cado hiper
especí�co para uma cor são imprecisas quando desconhecemos o
contexto. Isso porque uma possível sensação, que é determinada por
uma cor, pode ter seus efeitos confundidos com as preferências,
experiências, a educação, as diferenças culturais e o contexto de quem
está exposto a ela. Apesar disso, existem alguns padrões amplos de
efeitos e sensações cromáticas documentados na literatura que
tentaremos expor neste artigo. Como explica a cientista Eva Heller, em
seus estudos sobre Psicologia das Cores, cada cor pode produzir muitos
efeitos, frequentemente contraditórios, e cada cor atua de modo
diferente, dependendo da ocasião. (FRANCISCO, 2018).
O uso das cores no design não é diferente. Você pode observar, por exemplo,
uma estética atribuída ao escritor Edgar Allan Poe, mestre consagrado da
literatura de terror. É muito comum associá-lo ao preto e à escala de cinzas,
justamente por evocar uma angústia, solitude e um suspense inerente.
Podemos também observar cores atribuídas às visualidades geradas em torno
deste autor, como o uso do vermelho, que remete ao sangue e à violência
gerada em suas obras, e o roxo, que con�rma a ideia de tristeza e a�ição
desenvolvidas nos personagens e nas histórias.
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Assim, a utilização das cores preta e vermelha faz a representatividade do
medo e do terror presente em seus contos. No que diz respeito ao cinema e o
design grá�co, percebemos uma mescla desses conceitos de cor. Na imagem a
Fonte: geekclick / 123RF.
Fonte: Dmitrii Progovorov / 123RF.
Essa é a legenda da imagem
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seguir, percebemos a construção do vilão da DC Comics, Coringa, utilizando a
escala de cinza e o vermelho para representar a sua personalidade e até
mesmo o seu cinismo.
Além disso, esta peça grá�ca soube aproveitar de forma de�nida uma das
características do próprio personagem: o borrão vermelho de sua boca, que é
construído em conjunto com uma textura de sangue e uma tonalidade um
pouco mais escura sobre o seu nome.
O estudo das cores pode ser estudado em diversas áreas de conhecimento e a
partir de diversas teorias. Ele é muito utilizado no design grá�co para atribuir
sentimentos e sensações ao público, bem como pela publicidade e
propaganda, que busca evocar efeitos estéticos que estimulam determinados
comportamentos, como calma, desejo, consumo e outras características.
Na arte, não é diferente. O cinema, por exemplo, evoca sentimentos e
sensações de acordo com a atribuição da coloração. Diretores de fotogra�a,
em conjunto com os diretores do �lme, compreendem que há uma relação
estética entre cor e imagem: as tonalidades frias estão mais ligadas ao
distanciamento, à tristeza e à solidão. Personagens envoltos por cores como o
azul, roxo e até mesmo verde geralmente estão ambientados em cenários
pouco acolhedores, distantes da vida e do espectador.
Por outro lado, a coloração quente, como os vermelhos, rosas e laranjas,
podem provocar no espectador um sentimento de alegria, de paixão e de
Fonte: Max Pixel.
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felicidade. Assim, sentem-se tocados pela obra e compartilham as sensações
vividas pelos personagens e pela história. É comum um mesmo �lme possuir
as duas colorações, pois isso retrata a própria humanidade de todos os
envolvidos naquela narrativa.
Esse é o caso do �lme Her, dirigido por Spike Jonze e lançado em 2014. O �lme
é ambientado em um cenário em que a tecnologia perpassa por todas as
relações sociais e assistentes digitais são humanizados e se tornam parte do
cotidiano da sociedade. O �lme conta a história de Theodore, um escritor
solitário que se apaixona por sua assistente virtual e desenvolve um
relacionamento com ela
Pensando a psicologia das cores, o �lme ambienta principalmente as
tonalidades quentes, envolvendo o espectador e convidando-o a compreender
a trajetória do protagonista nesse seu romance com uma inteligência arti�cial.
Beaird (2008, p. 38) aponta que a psicologia das cores “é o campo de estudo
voltado à análise dos efeitos emocionantes e comportamentais produzidos
pelas cores e suas combinações”, mas compreende que as cores possuem
signi�cação subjetiva, o que signi�ca dizer que cada um pode perceber um
estado emocional diferente em relação a uma cor.
Entretanto, há um consenso entre pesquisadores que algumas cores possuem
efeitos prede�nidos e que são construídos em conjunto com outras
composições esquemáticas, sejam elas visuais, materiais ou grá�cas. No
Fonte: Annapurna Pictures, Warner Bros. Pictures, Entertainment Film / Wikipedia.
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design, Ambrose e Harris (2012) apontam que a cor ajuda a distribuir a
informações em um material, atraindo a atenção do leitor, produzindo
reações emocionais e facilitando a sua leitura. No que diz respeito ao cinema,
a cor surge como uma forma de expressar as emoções buscadas pelo diretor.
No artigo Simbologia das Cores no Cinema: Um Estudo do Filme Amores
Imaginários , de Giovanna Durski, percebemos como é possível analisar um
�lme a partir de suas tonalidades e coloração. A autora constrói o seu
argumento a partir dos estudos de Eva Heller a respeito da Psicologia das
Cores e podemos identi�cá-lo em atribuições no cinema. Leia o artigo e assista
um trecho do �lme Her mencionado anteriormente.Vamos Praticar
Agora vamos ao que realmente interessa.
Assista o trailer do �lme Her (Spike Jonze, 2014) no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=ne6p6MfLBxc e depois assista a outro
material de divulgação do mesmo �lme: https://www.youtube.com/watch?
v=CxahbnUCZxY . Se puder e tiver acesso ao �lme completo, a experiência
pode ser ainda mais proveitosa, pois é possível perceber as nuances da
coloração no decorrer do �lme.
As tonalidades de cor do �lme se dividem em dois momentos: em cores
quentes e em cores frias. A partir do que viram e leram sobre os dois trechos,
qual é a simbologia e a estética que o �lme se propõe a passar? De que forma
ele ilustra as tonalidades em sua composição? Como podemos perceber os
sentimentos dos personagens nestes trechos?
https://www.youtube.com/watch?v=ne6p6MfLBxc
https://www.youtube.com/watch?v=CxahbnUCZxY
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Referências
AMBROSE, G.; HARRIS, P. Fundamentos de design criativo . Porto Alegre:
Bookman, 2012.
BEAIRD, J. Princípios do web design maravilhoso . Rio de Janeiro: Editora Alta
Books, 2008.
DURSKI, G. Simbologia das Cores no Cinema : Um Estudo do Filme Amores
Imaginários. In: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
da Comunicação. XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul.
Cascavel/PR, 2018. Disponível em: <
http://portalintercom.org.br/anais/sul2018/resumos/R60-1603-1.pdf >. Acesso
em: 10 ago. 2019.
FRANCISCO, Ed. Psicologia das Cores Design . Guia com signi�cados das
cores e aplicações comuns. Chief of Design. São Paulo, 2018. Disponivel em: <
https://www.chiefofdesign.com.br/psicologia-das-cores/ >. Acesso em: 14 jun.
2019.
HELLER, Eva. A psicologia das cores . São Paulo: GG, 2012.
MORE, C. T. O signi�cado das cores ao redor do mundo . Follow the Colours.
Ribeirão Preto, 2015. Disponivel em: <https://followthecolours.com.br/gotas-
de-cor/o-signi�cado-das-cores-ao-redor-do-mundo/>. Acesso em: 14 jun. 2019.
http://portalintercom.org.br/anais/sul2018/resumos/R60-1603-1.pdf
https://www.chiefofdesign.com.br/psicologia-das-cores/