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Utilizando o Modelo ADDIE Profª Yara Facchini Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY http://ricardosdelima.com.br/site/2015/11/21/modelos-de-desenho-instrucional-fixo-aberto-e-contextualizado/ https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ Objetivos da aula Compreender e implementar as Etapas do Modelo ADDIE na criação de Projetos. Tema da Aula Etapas do modelo ADDIE, Abordagens pedagógicas, Objetivos educacionais, Escolha dos conteúdos e Estratégias de ensino. ETAPAS DO MODELO ADDIE O DI, na dimensão estratégica, se orienta por um modelo de produção. Vimos que há vários modelos de Design Instrucional. Escolhemos o modelo ADDIE para elaboração do projeto do curso, por ser um dos mais conhecidos e utilizados na produção de material instrucional. O termo ADDIE é um acrônimo, ou seja, cada letra é a inicial da palavra em inglês que designa uma etapa do processo que esse modelo prescreve compreendendo cinco fases. Analysis (Análise) • Identificar junto do coordenador de curso e/ ou professor os requisitos e recursos através do contexto da aprendizagem, o público alvo, metas e objetivos traçados no Projeto Pedagógico do Curso. A Design (Desenho) • O Professor deverá elaborar estratégias de formação para atingir os objetivos da aprendizagem, detalhando conteúdos e atividades e, com o DI, definindo o conteúdo e as mídias que serão utilizadas, criando storyboards, projetos de interface e/ou de navegação. D Development (Desenvolvimento) • Programar Interfaces, comunicação, audio e vídeo, testar e documentar. Desenvolver procedimentos de Suporte. A instituição pode disponibilizar uma equipe de produção só para essa demanda onde o DI acompanha a produção dos materiais planejados na fase anterior. D Implementation (Implementação) • O DI procede à implantação do material produzido e organiza testes de validação deste material. I Evaluation (Avaliação) • Avaliar a eficácia do conteúdo produzido e mecanismos de distribuição. Avaliação e testes aplicados aos usuários do material produzido. Revisão e aperfeiçoamento do processo. E Modelo ADDIE Apesar da sucessão contínua de entre as fases, é comum retornarmos a uma fase já superada, realizando as mudanças necessárias alterando as fases atingidas pela mudança. Isso se dá porque uma destas fases, a avaliação, não se dá em sequência de nenhuma outra, ela está presente recorrentemente em todas. A figura abaixo apresenta um modelo conceitual do ADDIE em que se pode observar a circularidade entre as fases, exceto a avaliação, que se relaciona em fluxo e refluxo com todas as outras, o que pode levar às retomadas de que falamos. Fonte: https://elearning.iefp.pt/pluginfile.php/49591/mod_scorm/content/0/graphics/modelo_addie.png Para orientar este processo, recomenda-se o levantamento, registro e análise a partir de perguntas para cada fase. Análise Nessa fase, são observados, dentre outros, os seguintes aspectos: • natureza dos problemas de desempenho; • contexto no qual as necessidades de capacitação se originam; • desempenhos que devem ser objeto da capacitação; • tipo de processo educacional a ser adotado; • definição do público-alvo; • cronograma e custos do projeto de capacitação. Assim, nesta primeira etapa é importante ter uma visão macro para entender como atuar de forma assertiva. Buscando informações sobre: – Público-alvo; – Objetivos de aprendizagem; – Infraestrutura disponível; – Requisitos técnicos; – Estrutura do curso; – Conteúdo; – Critérios de avaliação. Pú b lic o -a lv o • Quem são as pessoas que vão receber o treinamento? • Qual a idade, escolaridade e interesses? • O tema do curso é novidade ou existe conhecimento prévio? • Onde eles farão o curso, no trabalho, em casa? • Usarão dispositivos móveis? • O treinamento será alocado na escala dele ou ele decide quando faz? • O curso faz parte de uma malha de treinamentos obrigatória, regulatória ou é um curso livre? O b je ti vo s d e ap re n d iz ag em • O que o curso pretende ensinar? • Como esse objetivo é construído? • Qual o nível de conhecimento que se pretende alcançar? • Como saberemos que o objetivo foi alcançado? Quais os indicadores? • Haverá avaliação de transferência? • Qual o objetivo de desempenho desse treinamento? In fr ae st ru tu ra d is p o n ív el • Em que ambiente o curso será realizado? • Esse local/região tem alguma restrição de banda? • Se for necessário, a empresa disponibiliza wi-fi? • Há uma sala de treinamento? Ou o aluno vai fazer o curso na sua posição de trabalho? R eq u is it o s té cn ic o s • É necessário que o aluno tenha algum software específico instalado em seu computador? • Há disponibilidade de fones de ouvido? • É permitido acessar links externos para pesquisa? • Os plugins estão atualizados? • É importante que a área de TI seja parceira da equipe de e- learning, por que alguns temas que cabem a ela podem restringir seu trabalho. Es tr u tu ra d o cu rs o • O curso será modular? • Em quais pontos é preciso testar ou reforçar o conhecimento? • A avaliação será diagnóstica, somativa ou formativa? C o n te ú d o • O conhecimento está dentro da empresa ou é necessário contratar uma consultoria especializada? • Os especialistas no tema estão disponíveis durante o desenvolvimento do projeto? Quão acessíveis são? • Existe algum interior disponibilizado anteriormente que remeta ao projeto atual? • O conteúdo é de fácil acesso? • Será necessário captar conteúdo? • Ao longo do curso, o aluno poderá tirar dúvidas com um tutor? C ri té ri o s d e av al ia çã o • Como o aluno será avaliado no final do curso? • Quantas tentativas? • Será possível ou necessário consultar materiais complementares para fazer a prova? • O que acontece em caso de reprovação? Desenho Na segunda fase, são definidos os objetivos de aprendizagem, os conteúdos e sua sequência e estrutura lógica. Destacam-se os seguintes aspectos nessa etapa: • objetivos da aprendizagem; • conteúdos adequados aos desempenhos desejados; • pré-requisitos para a aprendizagem; • sequência da aprendizagem. Durante a fase de Desenho, o Designer Instrucional deve determinar: Buscando informações sobre: – Os diferentes tipos de mídia que serão utilizados; – Níveis e tipos de atividades a serem promovidas ; – Estilo de ensino que será adotado ; – Tempo estimado para cada atividade; – Habilidades e conhecimentos desenvolvidos ; – Mecanismo de feedback; – Interface que será adotada. Ti p o s d e m íd ia q u e se rã o u ti liz ad o s • Serão utilizados elementos de terceiros já existentes ou o DI deverá cria-los? • TEXTO • IMAGEM • Infográficos • ÁUDIO/VÍDEO • STORYBOARD • Animação • BANCO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM N ív ei s e ti p o s d e at iv id ad es • Quais tipos de atividades serão implementadas? • Atividades colaborativas • Atividades interativas • Atividades por nível de participação Es ti lo d e en si n o • Qual estratégia de aprendizagem adotar conforme as características dos estudantes? • Que tipo de pedagogia utilizar? (cognitivo- behaviorista, socioconstrutivista ou conectivista) Saiba Mais Reflexões principais teorias de aprendizagem e a aplicação na Ead Três gerações de Pedagogia de EaD https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/reflexoes-sobre-as-principais-teorias-de-aprendizagem-e-a-aplicacao-na-ead/58989 https://www.researchgate.net/publication/306305070_TRES_GERACOES_DE_PEDAGOGIA_DE_EDUCACAO_A_DISTANCIA Te m p o e st im ad o , H ab ili d ad es e co n h ec im en to s d es en vo lv id o s p ar a ca d a at iv id ad e • - Quanto tempo será designado para cada tarefa? • - Como o aprendizado será implementado (por lição, capítulo, módulo, etc.)? • - Os temas serão tratados linearmente (ex: dos mais básicos para os mais avançados)? • - Ao final de cada tarefa: • - Vocêtem uma maneira de determinar se tais valores realmente foram adquiridos pelo participante? • Qual é o método adotado por você para determinar a aquisição das competências desejadas pelos alunos? M ec an is m o d e fe ed b ac k • Para determinar se os participantes estão conseguindo compreender bem as lições qual mecanismo será adotado para obter o feedback dos alunos sobre o material estudado? • - FEEDBACK AVALIATIVO • - FEEDBACK INTERACIONAL Saiba Mais Feedback em AVA http://www.veramenezes.com/feedback.htm Es ti lo d e ap re n d iz ag em • Qual método você utilizará para garantir que o programa atenda a todos? • Como você irá desenhar as atividades para que sejam atrativas para estilos de aprendizado e interesses distintos? • Dimensões: • - Ativo Reflexivo • - Sensorial Intuitivo • - Visual Verbal • - Sequencial Global (DIMENSÕES DO MODELO DE FELDER & SOLOMAN) Vide Características dos aprendizes de acordo com seus estilos de aprendizagem, pag 4 Saiba Mais Estilos de Aprendizagem http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/68/2013_EnANPAD_EPQ1114.pdf https://slideplayer.com.br/slide/8864157/ Ti p o d e in te rf ac e • - Que tipo de interface será adotada para o usuário? • - Você já possui uma ideia visual da disposição de elementos? Saiba Mais ERGONOMIA DAS INTERFACES HUMANO- COMPUTADOR http://www.uece.br/endipe2014/ebooks/livro4/23.%20ERGONOMIA%20DAS%20INTERFACES%20HUMANO-COMPUTADOR%20COMO%20PRINC%C3%8DPIO%20DE%20QUALIDADE%20EM%20EaD.pdf Desenvolvimento A fase de desenvolvimento envolve o momento da definição, dentre outros elementos, das estratégias de ensino, dos recursos didáticos, das ferramentas e tecnologias, das modalidades de avaliação, da preparação dos docentes que deverão atuar no processo das atividades do aprendiz, além da finalização e da análise da coerência do que foi concebido nas fases anteriores. Observam-se nessa etapa os seguintes aspectos: • caracterização das atividades educacionais; • formatação do programa de capacitação conforme o currículo do curso; Caracterização das atividades educacionais • Escolha dos recursos didáticos de acordo com o conteúdo e objetivo; • Os recursos devem sintetizar e transmitir a mensagem; • Os recursos devem ter um papel facilitador; • O formador não pode cair na tentação de escolher os meios que mais lhe agradem, mas deverá sempre optar pelo meio mais apropriado a cada situação. • Revisão do material existente. formatação do programa de capacitação • seleção dos conteudistas; • definição do corpo docente e de suas atribuições; • teste de validação da capacitação. Implementação A fase de implantação é o momento de execução da capacitação e, para tanto, é necessário prover os elementos de infraestrutura necessários. Essa etapa envolve, além da capacitação propriamente dita, a estrutura física e administrativa exigida pela proposta pedagógica. O coordenador responsável deve observar a adequação desses recursos às exigências do processo educacional para garantir a fluidez das atividades e o alcance adequado dos objetivos. - Feedback de estudantes e especialistas para análise e aprimoramento adequado do projeto; - Trabalho dos DI´s envolvidos; - Como os erros detectados durante os testes serão tratados; - Número de vagas que serão ofertadas na implementação (Turma piloto). Na fase de Implementação devem ser determinados os seguintes pontos: Feedback de estudantes e especialistas • Qual é o feedback emocional obtido de alunos e especialistas durante a exploração inicial do programa? • Existe uma demonstração genuína de interesse, críticas ou resistência? • Quando o programa for iniciado os alunos terão um certo grau de autonomia para utilizar os conteúdos ou dependerão de orientação constante? Trabalho dos DI´s envolvidos; •Os DI´s envolvidos conseguem realizar o seu trabalho com autonomia ou precisam buscar ajuda? Como os erros detectados durante os testes serão tratados • O que será feito quando os alunos realizarem as atividades e elas não acontecerem como o planejado? • Foi preparado um plano “B” caso o projeto simplesmente não funcione? Qual será o plano de contingência para solucionar problemas técnicos? Número de vagas que serão ofertadas na implementação •A implementação será feita para um grupo grande ou pequeno de alunos? Avaliação A quinta e última fase permite rever cada fase e analisar a eficácia da capacitação. Essa fase pode envolver, inclusive, avaliações formativas e somativas, que permitam averiguar a adequação dos conteúdos, dos recursos didáticos e o grau de aprendizagem dos alunos. Por intermédio da avaliação é possível corrigir desvios ou estabelecer novos roteiros que sejam mais adequados aos objetivos de aprendizagem. Em suma, a avaliação permite o aperfeiçoamento contínuo do processo de ensino ou capacitação. - Avaliação interna do processo; - Avalição externa do processo; - Revisão do programa e aperfeiçoamento. Na fase da Avaliação é importante tentar atuar nos seguintes pontos: A va lia çã o in te rn a d o p ro ce ss o • Definir um método para medir a relevância e a validade dos conteúdos produzidos ao longo do projeto. • Avaliar se as informações estão claras. Qual a facilidade de entendimento das mesmas. • Definir uma maneira de armazenar, analisar e graduar as respostas obtidas pelos participantes. A va lia çã o e xt er n a d o p ro ce ss o • Avaliação em programas, monitoramento, planejamento e pesquisa. • Avaliação por instituição/empresa. R ev is ão d o p ro gr am a e ap er fe iç o am en to • - Verificar feedback dos participantes; • - Preparar relatório com os resultados obtidos; • - Propor soluções para possíveis problemas apontados, como aumentar conhecimentos, melhorar questões motivacionais e outros; • - Aplicar mudanças antes do lançamento definitivo do projeto. Resumindo as Fases do Modelo ADDIE Fase 1: Análise Público-alvo Objetivos de aprendizagem Infraestrutura disponível Requisitos técnicos Estrutura do curso Conteúdo Critérios de avaliação Fase 2: Desenho Tipos de mídia Níveis e tipos de atividades Estilo de ensino Tempo para atividade Habilidades e conhecimentos Mecanismo de feedback Interface Fase 3: Desenvolvimento caracterização das atividades educacionais Escolha dos recursos didáticos Revisão do material existente programa de capacitação definição do corpo docente Fase 4: Implementação Feedback de estudantes e especialistas Trabalho dos DI´s envolvidos Como os erros detectados serão tratados Turma piloto Fase 5: Avaliação Avaliação interna do processo; Avaliação externa do processo; Revisão do programa e aperfeiçoamento; Referências ENAP. Desenho de Cursos: introdução ao modelo ADDIE. 2015. Disponível em < https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2289/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20ao%2 0modelo%20ADDIE_M%C3%B3dulo%201-alterado.pdf>. Acesso em: março de 2020. FILATRO, A. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson, 2008. FILATRO, A. Minicurso desenho instrucional de projetos em ead. 2009. Disponível em < https://docplayer.com.br/2620552-Minicurso-desenho-instrucional-de-projetos-em-ead- profa-andrea-filatro.html >. Acesso em: março de 2020. GUIA EAD IFSP. Guia Orientativo uso das TICs, Mídias e Linguagens nos processos educativos.2019 Disponível em < https://r.ead.ifsp.edu.br/eadguia>. Acesso em: março de 2020. MORAIS. J. Modelo addie 7 pontos de analise. 2017 Disponível em <http://learnspace.com.br/2017/10/modelo-addie-7-pontos-de-analise/>. Acesso em: março de 2020. https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2289/1/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20ao%20modelo%20ADDIE_M%C3%B3dulo%201-alterado.pdf https://docplayer.com.br/2620552-Minicurso-desenho-instrucional-de-projetos-em-ead-profa-andrea-filatro.html https://r.ead.ifsp.edu.br/eadguia http://learnspace.com.br/2017/10/modelo-addie-7-pontos-de-analise/