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Aula 08 CHINA: DESAFIOS E OPORTUNIDADES EMPRESARIAIS Caros alunos, nesta aula você conhecerá um pouco sobre a China*, o país que, segundo muitos empresários e economistas, pode se tornar a grande potência mundial nos próximos anos. Conheceremos, portanto, alguns dos desafios e oportunidades que os empresários e administradores brasileiros terão ao lidar com o dragão. Bons estudos! * Muitos dados se alteram a cada mês, na sua plataforma você encontrará sites e outros arquivos com mais informações atualizadas sobre a China. Acesse-os! Objetivos de aprendizagem Ao final desta Aula, você será capaz de: reconhecer os desafios inerentes à entrada da China no mercado mundial; apontar e interpretar as oportunidades que se abrem com a abertura econômica da China. Seções de estudo Seção 1 – O dragão atrai e assusta Seção 2 – Parcerias Seção 3 – Invasão eletrônica Seção 4 – Entrada na OMC Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres- UNIGRAN 111 Seção 1 ̶ O dragão atrai e assusta Quem compara a China de hoje com a China de dois séculos atrás vê uma decadência das mais expressivas na história econômica moderna. O país líder em produção na época em que não se faziam rankings tem hoje renda por habitante menor que a do Brasil. Quando se olha para as últimas duas décadas, porém, a história é outra: nenhuma economia se destacou tanto pelo crescimento e pela sofisticação. Além disso, a pobreza rural da China vai desaparecendo e as cidades ganham emergentes e mendigos. Tornam-se comuns as comparações do país com o animal mitológico mais famoso de sua cultura: o dragão acordou de um sono secular! Vamos iniciar nossas refl exões sobre a China procurando compreender um pouco de sua trajetória histórica e posicionamento em relação às demais economias do mundo. Para facilitar sua aprendizagem lembre-se de estabelecer intervalos periódicos (de no mínimo 10 minutos a cada 50 minutos) em meio aos seus estudos, uma vez que estudar muitas horas seguidas podem diminuir seu nível de atenção e seu ânimo! Aprender é muito bom, você não acha? Então, organize-se e bons estudos! Esta Aula foi resumida e adaptada da Revista Indústria Brasileira. A autora é Denise Chrispim Marim, repórter do jornal Folha de São Paulo. Os dados expostos aqui podem tornar-se desatualizados a qualquer momento, por isso discute, pesquise e converse com seu professor para estar o mais atualizado possível. Materiais atualizados podem estar postados na plataforma. Dessa forma, para saber mais sobre os temas aqui tratados, sugerimos que verifi que a referência completa das obras ao fi nal desta Aula e consulte-as! Nos úl mos 30 anos, a economia chinesa passou de um sistema de planejamento centralizado e, em grande parte, fechado ao comércio internacional, para uma economia mais orientada ao mercado, com um setor privado em acelerado crescimento. A China denomina esse sistema de “economia de mercado socialista”. Atualmente, a China é um importante parceiro comercial para muitas nações. Tornou-se membro da OMC (Organização Mundial do Comércio) em 2001. Seu PIB fica atrás apenas dos EUA, considerando o poder de paridade de compra das moedas. Desde 1978, ano do início das reformas econômicas, o PIB chinês tornou-se dez vezes maior. O PIB per capita, entretanto, ainda é equivalente ao de um país em desenvolvimento e inferior ao do Brasil. Até o final de 2007, cerca de 7 mil empresas chinesas fizeram investimentos diretos de 118 bilhões de dólares, em 173 países. O rápido crescimento da China traz muitos desafios para o governo chinês e um novo estilo de vida para os chineses. Existe, por exemplo, uma elevada migração de jovens camponeses para os grandes centros urbanos como Shanghai, Hong Kong e Beijing, que incham rapidamente (GUIA GEOGRÁFICO, 2011). Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 112 Demorou até o início deste século para o despertar chinês ser notado no Brasil. As missões comerciais para a China se multiplicaram nos últimos anos com o grande crescimento de nossas exportações para lá. É um esforço louvável e até mesmo indispensável. Entretanto, é bom saber que as oportunidades estão ficando mais escassas. O crescimento chinês impõe cada vez mais dificuldades para as quais os empresários e o governo brasileiro devem se preparar, afinal, são competidores cada vez mais fortes. Vale salientar que interessam aos chineses os produtos básicos do Brasil, mas não os de maior valor agregado. Esses, eles preferem fazer lá mesmo, não só para consumo interno, mas para vender no mundo todo e no Brasil. Já no campo da política internacional, os chineses têm atuado em conjunto com o governo brasileiro, mas tendem a se interessar cada vez menos pela aliança. Quando a economia chinesa começou a crescer de forma robusta, no fi nal dos anos de 1980, empresas de muitos países buscaram parcerias com os chineses. O Brasil perdeu essa oportunidade e deu os primeiros passos recentemente sem uma estratégia bem desenhada. ‘A descoberta tardia da China resultou numa pauta de exportações muito diferente do padrão brasileiro de comércio exterior’, afi rma o secretário-execu vo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). ? VOCÊ SABIA Que “a China é a economia que mais se destaca hoje no cenário internacional, registrando um crescimento explosivo de 9,1% no ano de 2003. E, em 2004, foi o terceiro maior importador do mundo atrás dos Estados Unidos e Alemanha. A China também ocupa a terceira posição entre os mercados compradores de produtos brasileiros, no nosso caso, atrás dos EUA e da Argen na. O volume de exportações do Brasil para a China foi em 2003 de US$ 4,53 bilhões, 79,9% superior às vendas para os chineses em 2002. Na medida em que o comércio e os negócios entre os dois países se intensifi cam, as empresas brasileiras cada vez mais precisam conhecer o comportamento do mercado chinês e os mecanismos existentes para facilitar sua par cipação nesse mercado, que guarda enormes especifi cidades, porém oferece grandes oportunidades” (CCIBC, 2011). A agricultura é a base da economia. Os chineses plantam arroz, trigo, cevada, soja, painço, algodão, chá e tabaco. Há também grandes reservas de carvão, ferro, cobre, chumbo e outros minerais. A história da China tem mais de quatro mil anos. Ela teve uma das civilizações mais velhas do mundo e, durante a Idade Média, a ciência e as artes chinesas eram mais avançadas do que as européias. Os chineses in ventaram o papel, a impressão, a pólvora, e nham grande talento para a poesia, pintura, teatro e cerâmica. Depois, sua grandeza caiu, e por muitos anos sofreu a pobreza, as revoluções e as guerras (GUIA GEOGRÁFICO, 2011). CURIOSIDADE Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 113 Observe, na Figura 05, um resumo da relação exportação/importação entre Brasil e China do ano 2000 à 2004: Oportunidades comerciais parecem surgir exatamente nos setores brasileiros mais alarmados com a concorrência chinesa. O setor automotivo mundial enfrenta efeitos da capacidade produtiva chinesa e drenagem dos investimentos para o terreno do dragão. O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) assinala que a China já se tornou o quarto maior produtor mundial do setor, com a fabricação de cinco milhões de veículos por ano, e captou investimentos que poderiam ter sido feitos no Brasil. A China cada vez mais se interessa pela fabricação de veículos econômicos, o mesmo nicho de negócios das montadoras instaladas no Brasil. Assim como outros empresários, o presidente da Anfavea lamenta os riscos para a economia brasileira: a menor escala do mercado local, os custos trabalhistas, os impostos mais elevados e os elementos artificiais de competitividade da China, como o câmbio desvalorizado. Do Brasil para todos os países Crescimentoanual das exportações de 2000 a 2004 - em % Saldo brasileiro no comércio bilateral - em US$ bilhão Crescimento do comércio bilateral em 2005* - em % 15,4 35.6 2,4 8,6Exportações do Brasil para a China Exportações da China para o Brasil * Entre janeiro e setembro Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 47,81,7 2003 2004 35,6 53,6 Do Brasil para todos a China Da China para todos o Brasil Exportações Em % Importações Fonte: Organização Mundial do Comércio (OMC) Fonte: Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) Investimento estrangeiro direto no país - em US$ bilhão Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - em % * Projeção Fonte: Unctad Importações 6,8 0,7 1,1 42,7 23,7 16,6 Média de 1996/2001 Brasil China Média de 1999/2000 2002 2003 2004 20042001 2002 2003 2005* 52,6 53,5 10,1 60,6 18,1 5,9 10,4 2,9 7,5 9,1 9,5 1,5 1,5 0,6 4,9 3 98 VANTAGEM MINGUANTE PARTICIPAÇÃO NO COMÉRCIO MUNDIAL EM 2004 Figura 05 Relação exportação/importação entre Brasil e China do ano 2000 a 2004. Fonte: acervo pessoal. Informação adicional Ao todo, sete marcas chinesas já comercializaram 43.782 veículos de janeiro a agosto, mais do que o dobro das 17.277 unidades vendidas ao longo do ano passado, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) no Brasil. Os primeiros veículos chineses chegaram ao Brasil em 2008, por meio da montadora Chana, que vendeu 525 unidades naquele ano. Ao longo de 2008, três empresas chinesas venderam 1.031 veículos. Esse número mais que dobrou no ano seguinte, quando duas montadoras chegaram. Foram negociados, ao todo, 2.940 carros. Em 2010, as vendas dispararam para mais de 17 mil unidades, o que não representou nem 1% do total do mercado. Neste ano, com a chegada da JAC Motors, essa par cipação já deve passar a barreira de 1% (UDOP, 2011). A ja ao Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 114 O presidente acima referido argumenta ainda que o parque nacional apresenta munição para concorrer. A principal delas é a engenharia de carros capazes de gerar veículos 100% nacionais. Desse know-how, surgem duas boas oportunidades: a exportação de serviços de engenharia para a China, com custos 50% menores que os da Europa e dos Estados Unidos; o embarque de peças e componentes para a montagem final dos veículos em território chinês. Já o setor siderúrgico está em uma situação oposta. No longo prazo, as perspectivas são sombrias. Mas no passado recente, a relação com a China tem sido excelente. No comércio da própria década, a China pode se transformar no maior exportador mundial do segmento, deve reduzir a importação e aumentar a necessidade de minério de ferro do Brasil. Nos últimos anos, a “explosão” da siderurgia na China foi assustadora. Há 15 anos a produção brasileira era semelhante à chinesa: 26 milhões de toneladas. Hoje, a do Brasil é de 34 milhões de toneladas, e a chinesa saltou para 300 milhões. Entretanto, em 2003, a China precisou importar 43 milhões de toneladas de aço e acabou com a polêmica mundial sobre a superprodução em plantas ineficientes e subsidiadas. “Para o Brasil, foi extraordinário”, afirma Marco Pólo de Mello Lopes, vice-presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). O setor de siderurgia está preocupado com as crescentes produção e exportação da China - o maior produtor e consumidor mundial de aço. De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, grandes companhias estão pedindo que os chineses contenham o ritmo em sua indústria. Ainda que o cenário no curto prazo seja de forte demanda, o setor teme que o fl uxo de produtos chineses esteja acelerado demais. É bem possível que no futuro próximo tenhamos de enfrentar um sério problema de superprodução”, diz Paolo Rocca, presidente do conglomerado Techint Group e um dos par cipantes do encontro anual do Ins tuto Internacional do Aço e do Ferro (IISI, na sigla em inglês) (EXAME ABRIL, 2011). Para Refl e rRe Em mandarim, língua ofi cial da China, o ideograma que corresponde à palavra “crise” é o mesmo que signifi ca “oportunidade”. CURIOSIDADE Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 115 De quinto a sexto destino do aço brasileiro, a China passou para a primeira posição nos últimos anos. Considerando esse fator e contrariando os resultados do estudo da Cepal, o setor empenhou-se em um novo ciclo de investimentos, de 12,7 bilhões de dólares entre 2005 e 2010, para elevar a capacidade produtiva no Brasil, para 49,7 milhões de toneladas. Seção 2 ̶ Parcerias Empresas de setores que poderiam se alarmar com a concorrência chinesa partiram para a produção na caverna do dragão. A primeira delas foi a Embraco, fabricante de compressores para refrigeração, que fez, em 1995, uma joint-venture em Pequim: a Embraco Snowflake. A Embraco Snowflake produziu 2,8 milhões de refrigeradores na China no ano passado e, atualmente, emprega 1.012 funcionários. Responde por 10% do mercado local e 8% do asiático, exportando 15% da produção. Companhias da área calçadista seguiram o mesmo caminho. Interessada na expansão das vendas de aviões comerciais para esse mercado e a vizinhança, a Embraer também se instalou na China. A Companhia Vale do Rio Doce fez quatro parcerias com empresas chinesas para a exploração de carvão e de antracito no país, além da instalação de plantas de produção de alumínio no Pará e de aço no Maranhão. Em 2004, a Petrobrás exportou 307 milhões de dólares em petróleo cru para a China, e, pretende elevar esse fluxo a 1 bilhão de dólares ao ano. Com os conhecimentos construídos até aqui, estamos aptos a estudar as Parcerias na próxima Seção. Dessa forma, sugerimos que se atente para o conteúdo disponibilizado e, em caso de dúvidas, acesse o ambiente virtual para saná-las. Aprender é uma construção para a qual trabalharemos juntos até o fi nal do curso! A dinâmica do nosso mundo atual, com as suas mudanças tão profundas na geopolítica e na globalização econômica, aliada à revolução da tecnologia de informática, tem causado transformações muito significantes no cenário internacional. Ate recentemente o nosso mundo era bipolar, dominado por duas superpotências que tem deixado uma marca profunda de impacto em todos os aspectos da vida e da cultura das sociedades sob as suas respectivas esferas de influencia. Com a queda da União Sovié ca, o nosso mundo deixou de ser bipolar e passou a ser unipolar e já estamos a caminho de uma nova transformação profunda. A emergência da China e a unifi cação da Europa esta trazendo uma nova realidade mundial que afeta o hegemonismo existente. A balança de poderes e as esferas de infl uência, bem como os blocos de interesses formados, estão sofrendo sérios impactos com esse inicio de uma era mul polar que ora se desponta. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 116 Entretanto, o Brasil igualmente quer estabelecer parcerias para a exploração em águas profundas no Mar da China e se valer da experiência chinesa na recuperação de campos maduros. A estatal brasileira firmou duas parcerias. “A atração dos investidores produtivos e a construção de sólidas parcerias para o suprimento de suas necessidades é a forma de atuar da China. Nesse caso, a empresa brasileira troca exportações pela remessa de lucros”, constata Ribeiro, da Funcex. Seção 3 ̶ Invasão eletrônica A outra ponta da relação com a China são as queixas contra os produtos chineses vendidos no mercado brasileiro. O segmento de eletroportáteis foi praticamente incendiado pela concorrência do produto chinês. Os desembarques de Made in China avançam em segmentos em que o Brasil antes reinava, como telefones portáteis, CDs, DVDs e televisores. Dentre este quadro Brasil, o gigante da América do Sul, tem uma certalimitação de opções na escolha de alianças estratégicas que condizem com o seu atual interesse nacional. Em diversas ocasiões, os Presidentes do Brasil e da China tem dito e reiterado a prioridade de formar uma aliança estratégica entre o Brasil e a China. E realmente esta aliança poderia contribuir muito para o benefi cio mútuo das duas nações. Nos foros internacionais, o Brasil e a China normalmente se apóiam mutuamente, principalmente, mas não exclusivamente, quando se trata de questões ligadas ao terceiro mundo, as relações norte - sul e aquelas relacionados à Organização Mundial de Comércio. As economias da China e do Brasil, em muitas áreas, são complementares. Existe uma mul plicidade de oportunidades para parcerias que poderiam benefi ciar ambas partes (CCIBC, 2011). ? VOCÊ SABIA As experiências mostram que algumas empresas brasileiras foram capazes de captar o elevado es mulo dado pelo governo chinês às parcerias com suas empresas. Atualmente, existem 270 joint-ventures entre empresas brasileiras e chinesas que levaram ao país 3 mil trabalhadores brasileiros. Os conteúdos desta Aula são breves. Mesmo assim podem ocorrer eventuais dúvidas! Neste caso, você terá a oportunidade de entendê-los melhor até o fi nal desta Aula com os temas e exemplos propostos, com as dicas aqui dadas, bem como com a consulta das referências disponibilizadas. Agora, vamos estudar a “invasão eletrônica”. Con nue estudando com dedicação. Estamos indo muito bem! Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 117 O diretor de Assuntos Internacionais da Associação Eletrônica (Abinee) e de Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Humberto Barbato, aponta a ausência de política industrial. “O governo chegou à conclusão de que era melhor importar os componentes. No caso dos produtos acabados, demonstra total desinteresse”, critica. Há dois anos, Barbato esteve na China e quase “morreu de susto” com o que encontrou nas prateleiras de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos. A alta qualidade e a evolução tecnológica estavam expostas ao freguês nas mais variadas opções. Ele retornou ao Brasil seguro do despreparo do governo para combater a pirataria e o contrabando e da necessidade de uma definição na política industrial capaz de preservar segmentos, como celulares e itens de informática. Para ele, o único filão competitivo é o voltado para a fabricação de bens para a geração, a transmissão e a distribuição de energia. “Não podemos trabalhar com 100% de importação, porque nos custará 100% dos empregos”, argumenta Barbato, acrescentando que o setor perdeu 60 mil postos de trabalho diretos desde 1994 e emprega atualmente 135 mil trabalhadores no país. Nos estudos que fez sobre as importações de produtos chineses, Amorim, A China, assim como os outros países orientais, os chamados gres asiá cos, usaram polí cas econômicas para es mularem as exportações de produtos industrializados. Por exemplo, a polí ca cambial super desvalorizada faz com que os produtos exportados sejam super baratos e os produtos importados sejam mais caros; desta forma os produtos que eles fabricam entram mais baratos nos países ocidentais. O Japão fez isso, no pós-guerra e con nua fazendo, agora é a vez da China que está com sua moeda superdesvalorizada em relação ao dólar. Assim, fi ca mais fácil, os produtos chineses são muito mais baratos em dólar do que qualquer produto estrangeiro. Isto mais o custo da mão de obra chinesa, faz com que seus produtos fi quem extremamente compe vos no mercado internacional. A América La na,usava uma polí ca econômica completamente oposta – protegia seu mercado interno – assim sua indústria era compe va somente no mercado interno e não no mercado externo. Sua indústria ao contrário não era compe va. Quando estes abriram seus mercados, o que houve foi uma desindustrialização – pois as indústrias da América La na não eram compe vas, devido ao po de polí cas adotadas pelos seus governos, po subs tuição de importações. O sucesso dos países asiá cos se deu usando polí cas bem diferentes, es mulando a exportação de produtos industrializados, tornando a indústria desses países mais compe vas. Quem vai concorrer com os chineses ? Impossível. O Brasil teria que fazer reformas drás cas em seu modelo econômico – teríamos que construir e estruturar um novo modelo econômico dentro do contexto atual da globalização e das condições do mundo moderno. - o que levaria décadas. Enquanto isso, eles estão sendo a fábrica do mundo e em pouco tempo irão ultrapassar os EUA em termos de PIB, tornando-se a maior potência econômica do mundo (ARTIGONAL, 2011). d de os Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 118 do Conselho Brasil-China, concluiu que não há ameaça de invasão. Amorim assegura que a China substitui fornecedores tradicionais de insumos industriais e de bens de consumo, mas não estaria devorando o Brasil. Seção 4 ̶ Entrada na OMC O governo brasileiro já formalizou o acordo de adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC), feita em 2001. A referida iniciativa permitiu a publicação dos decretos que autorizam salvaguardas apenas contra produtos têxteis chineses até 2008 e contra os demais setores até 2013. Até o final de outubro, três segmentos têxteis e um de ferramentas metálicas pediram proteção. A decisão sobre o início das investigações e a adoção de salvaguardas preventivas deverá sair em meados de novembro. Brasil e China assinam o memorando de entendimento neste mês para criar um grupo bilateral de combate ao contrabando – preocupação que cresce em Pequim, ciente das pressões empresariais sobre o governo brasileiro. Há um ano o Brasil reconheceu a China como economia de mercado, abrindo mão de aplicar algumas medidas anti-dumping a que teria direito pelos critérios da OMC. As queixas de empresários brasileiros contra essa medida são justificadas pelo estudo de Valls Pereira e Tinoco Ferraz. Eles afirmam que a concessão do Brasil foi afirmada “sem contrapartidas relevantes” e com “ganhos comerciais nulos”. Retomando a conversa inicial Apesar da confi ança de Amorim, os números sugerem preocupação. Afi nal, as exportações brasileiras para a China, entre janeiro e setembro deste ano, veram aumento de 8,62% em relação a igual período do ano passado, enquanto as importações de produtos chineses apresentaram crescimento de 47,8%. Pela primeira vez a par cipação chinesa consolidou-se acima de 7% do total das importações brasileiras. Para Refl e rRe ? ? Quais foram as implicações para o Brasil de assinar o acordo de adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC)? Para con nuar apresentando um desempenho sa sfatório, é importante que retomemos o conteúdo estudado nesta Aula. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 119 Seção 1 - O dragão atrai e assusta Na primeira Seção , tivemos a oportunidade de construir conhecimentos sobre a China, a partir de uma breve retrospectiva histórica, especialmente no que se refere à sua economia. Reconhecemos que as missões comerciais para a China se multiplicaram nos últimos anos com o grande crescimento da abertura comercial entre nossa economia e a dela. Seção 2 - Parcerias Prosseguindo, na Seção 2, vimos as empresas de setores que poderiam se alarmar com a concorrência chinesa que partiram para a produção na “caverna do dragão”. Seção 3 - Invasão eletrônica Com o estudo da Seção 3, percebemos que o segmento de eletroportáteis foi praticamente incendiado pela concorrência do produto chinês e as implicações que isso vem ocasionando na economia. Seção 4 - Entrada na OMC Na última Seção desta disciplina, refletimos sobre as implicações ocasionadas a partir do momento em que o governo brasileiro formalizou o acordode adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC), feita em 2001, a qual permitiu a publicação dos decretos que autorizam salvaguardas apenas contra produtos têxteis chineses até 2008 e contra os demais setores até 2013. Sugestões de leitura, sites e vídeos Leitura MARIN, D. C. O dragão atrai e assusta. Revista Indústria Brasileira, 2005. Espero que seus estudos referentes a Aula 8 tenham sido proveitosos. Mas, caso ainda tenha dúvidas, sugerimos que acesse o ambiente virtual e u lize as ferramentas apropriadas para se comunicar com seus colegas de curso e com seu professor. Além disso, é importante que você refl ita sobre os conteúdos e as estratégias didá cas empregadas para a aprendizagem desta Aula: o que foi bom? O que pode melhorar? Lembre-se de que estaremos esperando suas sugestões para melhorar nossos recursos e técnicas didá cas u lizados no curso. Afi nal, na EAD a construção de conhecimento é um trabalho de todos. Agora, é com você! Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 120 Sites ARTIGONAL. A invasão chinesa. Disponível em: <http://www.artigonal.com/ financas-artigos/a-invasao-chinesa-394330.html>. Acesso em: 15 jul. 2011. CCIBC – Câmara de Comércio e Indústria Brasil China. Relações comerciais Brasil-China. Disponível em: <http://www.ccibc.com.br/pg_dinamica/bin/pg_ dinamica.php?id_pag=862>. Acesso em: 15 jul. 2011. GUIA GEOGRÁFICO. China. Disponível em: <http://www.guiageo-china. com/economia.htm>. Acesso em: 15 jul. 2011. UDOP. Venda de veículos chineses aceleraram. Disponível em: <http://udop. com.br/index.php?item=noticias&cod=1077989>. Acesso em: 15 jul. 2011. EXAME ABRIL. Setor siderúrgico quer que China reduza produção. Disponível em:<http://exame.abril.com.br/economia/mundo/noticias/setor-siderurgico- quer-que-china-reduza-producao-m0113111>. Acesso em: 15 jul. 2011. Vídeos YOUTUBE. Economia chinesa. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=DJkAvP1WFEw>. Acesso em: 15 jul. 2011. ______. Economia chinesa. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=1wI1RNGGgeM>. Acesso em: 15 jul. 2011. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 121 Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 122
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