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Parques Tecnológicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE
BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DISCIPLINA: ECONOMIA REGIONAL – PROF. Dra. ZILDA COHEN
EDUARDA CAROLINE DA SILVA PEDROSO
ELENIZE SILVA DE LIMA
ELOÍSA SANTOS DOS SANTOS
KARINA ARAGÃO DA SILVA
		
PARQUES TECNOLÓGICOS NO BRASIL
Santarém/PA
Junho/2023
EDUARDA CAROLINE DA SILVA PEDROSO
ELENIZE SILVA DE LIMA
ELOÍSA SANTOS DOS SANTOS
KARINA ARAGÃO DA SILVA
	
PARQUES TECNOLÓGICOS NO BRASIL
Trabalho apresentado à disciplina de Economia Regional, com intuito de obter nota referente à 2°avaliação da mesma.
Orientador(a): Prof. Zilda Cohen
Santarém/PA
Junho/2023
RESUMO
O referido trabalho acadêmico tem como objetivo expor sobre o surgimento dos Parques tecnológicos, mostrando através de uma contextualização o desenvolvimento do mesmo, especificamente no Brasil. Abordando também a relação desse tema com as políticas públicas, e apresentando dados atuais dentro do contexto nacional. Por fim, divulgar o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, este por sua vez, é o único parque da Região Norte.
Palavras-chave: Tecnologia, Empreendimentos, Inovação.
1. Introdução
A origem dos Parques Tecnológicos se deu nos Estados Unidos, tendo como a data de início marcada a partir do surgimento do Parque Tecnológico da Universidade de Stanford, no vale do Silício em 1946.
Os parques tecnológicos conhecidos atualmente em todo mundo são empreendimentos para o promoção da Ciência, apoio a inovação, com incentivo ao desenvolvimento e ao surgimento de novas tecnologias. 
Dito isso, é possível analisarmos que esses empreendimentos oferecem uma oportunidade para que as empresas em seu estado possam transformar a sua pesquisa em produto, se baseando em três principais agentes : as empresas , as universidades e o Governo , no qual podem ser considerados chave para inovação em uma sociedade que se baseia em gestão de conhecimento, para que haja uma aproximação entre o conhecimento acadêmico , as empresas e o mercado, provocando dessa forma um desenvolvimento econômico . 
 	Diante dessa matriz, é possível destacarmos que as Universidades então, fornecem o “cérebro”, isto é, os pesquisadores e os alunos , logo, as empresas fornecerão a visão comercial e o governo é aquele que ajuda com financiamentos da construção dos prédios, parcerias públicas e privadas.
No Brasil, a atual situação econômica, política e social, podem ser compreendida principalmente por todo seu contexto histórico durante o século XIX, através de alterações que fizeram o país ter uma das economias que mais cresce no mundo. É importante ressaltar sobre as políticas regionais e suas influencias na política global e instituições econômicas, e sem contar os investimentos, que também contribuem para este resultado, através do crescimento industrial, serviços de produção para o mercado interno e a demanda do consumidor.
 Os Parques Tecnológicos são hoje uma das melhores soluções para investimentos, sendo formados principalmente pelo governo, as universidades e as empresas (modelo hélice tríplice); sendo assim, no país esse contexto se torna importante para o desenvolvimento nacional, e principalmente para a região em que os mesmos estejam localizados. De acordo com um estudo feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, essa ideia inovadora pode ser considerada relativamente recente no país, pois somente em 1984 o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) criou um programa de apoio.
Para dar início a um projeto dessa dimensão, é importante que se tenha instituições que irão compor o Parque, além de altos investimentos, sendo necessário a escolha do local, com enfoque político e social. Conforme Soly et al., (2012):
“A fase de planejamento define a área, as estruturas físicas e de serviços, o modelo organizacional e jurídico da instituição gestora do projeto, elabora estudos de impactos sociais, econômicos e ambientais. Na fase de implantação, inicia-se a construção de um conjunto de infraestrutura física, exploração e divulgação do projeto para atração de investidores e empresas e instalação das primeiras organizações. A fase de operação abrange sua ocupação pelas empresas, gerenciamento de projetos e oferta de serviços prestados pelo parque a empresas residentes.”
2. Referencial Teórico
A fundamentação teórica está na teoria dos polos de crescimento do economista neomarginalista francês François Perroux, que buscava analisar a influência das indústrias motrizes, e seu efeito no espaço econômico. Sua teoria dos polos de desenvolvimento vai de encontro à uma série de estudos que foram desenvolvidos na segunda metade do século XX, e distingue-se das demais análises sobre o processo de desenvolvimento econômico que o explicavam a nível global; a teoria da polarização, por sua vez, apesar de formulada como uma teoria bastante ampla, foi destinada à análise regional, adotando a expressão “polo de crescimento”.
Enquanto a teoria do desenvolvimento equilibrado defendia a existência de empresários e administradores gerindo, simultaneamente, um complexo industrial, a teoria de Perroux encaixa-se no contexto do desenvolvimento não-equilibrado, pois afirma que o crescimento ocorre em pontos específicos através da ação de uma indústria motriz, que influencia o espaço ao seu redor e induz o crescimento, funcionando como um campo de forças.
 “O fato, rude, mas verdadeiro, é o seguinte: o crescimento não aparece simultaneamente em toda parte. Ao contrário, manifesta-se em pontos ou polos de crescimento, com intensidades variáveis, expande-se por diversos canais e com efeitos finais variáveis sobre toda a economia” (PERROUX, 1977 p.146).
A essência da teoria de Perroux consiste no crescimento como sendo localizado (não disseminado no espaço) e forçosamente desequilibrado, onde a interdependência técnica é de suma importância para que ocorra a transmissão do conhecimento. Sendo assim, na teoria dos polos de crescimento, os espaços deixam de ser reconhecidos como meramente físicos e facilmente delimitados, e passam a ser constituídos pelos conjuntos de relações econômicas realizadas por agentes econômicos (empresas, governo), e esse planejamento estatal tem o poder de direcionar investimentos produtivos a fim de promover mudanças estruturais na economia da região.
Nessa perspectiva, os parques tecnológicos, por serem ambientes de inovação que proporcionam a promoção da ciência, tecnologia e inovação, são grandes indutores de crescimento. Através das parcerias realizadas (sinergia), novos negócios são fomentados e impulsionam a geração de empregos na região. Por serem localizados em centros urbanos em desenvolvimento, as oportunidades para as empresas e economias de aglomeração são maiores, e as cadeias produtivas locais e nacionais são impactadas. 
2.1 Relação com as Políticas Públicas
Os diversos autores que abordam sobre o tema política industrial, nos apresenta três abordagens analíticas sobre a necessidade e atuação sendo elas: ortodoxa, desenvolvimentista e evolucionária. 
A ortodoxa tendo sua base na política neoclássica (livre mercado, os autores como William S., Léon Walras) ressalta que o Estado deve minimizar os problemas pela falha de mercado, essas falhas seriam estruturas ou condutas competitivas e nas diferenças de preferências intertemporais sociais e privadas. A segunda abordagem (intervenção estatal na economia), insere o Estado como promotor do desenvolvimento, objetivando seu sustento, crescimento tecnológico, sendo seu foco a industrialização por meio do contexto específico características da economia e do contexto internacional.
A abordagem evolucionária tem como foco desenvolver a competência inovadora do país, se interessa na dinâmica econômica, sendo as empresas seu ponto de partida, pois acredita na capacidade das mesmas. O estímulo seria na concorrência por inovações tecnológicas no setor local e nos globais. As empresas teriam que desenvolver estratégias de acordo com as suas capacitações. Lembrandodo modelo Heckscher-Ohlin sobre o país intensificar sua produção naquilo que ele detém em abundância, tendo por meio uma produção que irá ganhar lucros significativos com a exportação.
Para os autores Lee e Malerba (2018) resumem catching-up (recuperar o atraso) como “o processo de criação de capacidades, instituições e de um sistema de inovação equivalente ao de economias desenvolvidas.” Esse processo objetiva fazer a transição de uma economia em desenvolvimento para o status de desenvolvida para que se consiga chegar a esse status é preciso verificar as deficiências do mercado, ou seja, suas falhas, segundo esses autores existem falhas: a primeira é sobre o sistema de inovação, a outra é sobre as capacidades destacando a capacidade de absorção e as capacidades dinâmicas como importantes. 
Os parques tecnológicos como política pública, numa visão geral é mencionada após a segunda guerra mundial, o fluxo financeiro era voltado para os Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão. Essa evolução é separada em três etapas a primeira no final dos anos 1950, essas iniciativas foram iniciadas com o nascimento do Silicon Valley, Research Triangle e Route 128 nos EUA. Essas foram iniciadas como políticas nacionais, e foram bem sucedidas e serviram como referência para outros países. A segunda etapa, ocorreu nos anos 1970, os parques tecnológicos do Reino Unido e na França surgiram como resposta a problemas médicos. Nesse período surgiu um caráter mais planejado e se torna uma política pública. A terceira etapa é no fim do século XX e trouxe uma estabilidade no número de novas experiências de parques tecnológicos, esse modelo mais recente é consolidado, envolve o setor público, privado e instituições de pesquisa. E as abordagens utilizadas modificam de acordo com cada desafio.
Atualmente no Brasil o deputado Roberto de Lucena cripu um projeto de lei 272/22 instituiu uma política para incentivar a implantação de parques tecnológicos e facilitar a migração para o mercado essas novas tecnologias são chamadas de "escoamento tecnológico”. Essa proposta cria uma política nacional de incentivo a implantação de parques tecnológico com objetivo, princípios e instrumentos específicos.
2.2 Dados atuais no contexto atual do Brasil
Para se fazer uma análise acadêmica dos dados atuais dos indicadores mais relevantes, foi utilizada informações de uma pesquisa do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), disponibilizada no formato digital no site do governo, que criou um Questionário aplicados nos anos de 2017, 2018 e 2019, que foram respondidos por 55 parques tecnológicos em operação. É perceptível no estudo feito, a região sudeste é a que tem a maior quantidade de Parques Tecnológicos, entre eles o da cidade de São José dos Campos, ressaltando também outros de grandes renomes, como o do Rio de Janeiro e o de Pernambuco. Na região norte há apenas um parque, denominado “Parque de Ciência e Tecnologia Guamá” em Belém, e conta com consultoria e treinamento em planos de negócio, além de laboratórios de alta tecnologia, incubação de empresas, elaboração e articulação de projetos de ciência, tecnologia e inovação.
A pesquisa mostra que os Parques no Brasil compõem cerca de 2000 empresas fixadas, gerando mais de 32,2 mil empregos em empresas e institutos de pesquisa, bem como na equipe de gestão desses empreendimentos, além de observar que cada parque possui em média 35 empresas; dentre as áreas de atuação que tem maior destaque, pode-se citar as Tecnologias da informação e a Biotecnologia; as estimativas de faturamento ficam na média de quatro bilhões de reais; observa-se também que o número de postos de trabalho só vem aumentando a cada ano, o que é bom para o desenvolvimento de empregos da região alocada; nos dados tabulados de cursos que são oferecidos aos empresários, foi possível visualizar que a maioria dos anos foca no Empreendedorismo; em relação aos impactos gerados pelos Parques, é nítido ver que até agora só trouxe benefícios para o país, trazendo inovação, geração de empregos, aumento no âmbito econômico, etc. Por outro lado, os empreendimentos ainda encontram dificuldades e desafios, como maiores investimentos, atração de empresas, políticas de apoio, entre outros.
3. Conclusão
Concluiu-se que, para continuar os andamentos e melhorias dos Parques Tecnológicos, é necessário a criação de programas de leis de incentivos e desonerações fiscais a nível estadual, bem como acesso a crédito diferenciado, para a atrair empresas com alto potencial inovador para se instalarem nos parques tecnológicos, criar mecanismos para auxiliar as empresas residentes dos parques tecnológicos na atração de investidores nacionais e internacionais, desenvolver ações de comunicação e marketing, que promovam o fortalecimento das marcas dos parques tecnológicos do Brasil para o mundo inteiro, promover maior alinhamento entre os diferentes apoiadores do movimento de empreendedorismo e inovação, como Sebrae, Federações de Indústria, Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) e Agências governamentais (Finep, CNPq, Capes, Apex e outras).
4. Referências
· HANSSON, F. Parques Científicos como Organizações do Conhecimento – Revista Europeia de Gestão da Inovação, n°10, p. 348-366, 2007;
· MCTI. Propostas de Políticas Públicas para Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas. (Estudo). Brasília: MCTI, 2015;
· FERNANDES, S. C. R. Avaliação de Parques Tecnológicos: uma proposta de modelo para parques de 3a geração. (Dissertação). Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014;
· SPOLIDORO, Roberto; AUDY, Jorge. Parque científico e tecnológico da PUCRS: TECNOPUC. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008;
· PARQUE TECNOLÓGICO DO GUAMÁ. Disponível em: <pctguama.org.br> Acesso em 28 de maio de 2023;
· SALERNO, M.S.; KUBOTA, L.C. Estado e a Inovação. In: NEGRI, J.A.; KUBOTA, L.C. (Org.) Políticas de Incentivo à Inovação Tecnológica no Brasil. Brasília: IPEA, 2008;
· KRUGMAN, Paul R; OBSTFEELD, Maurice. Economia Internacional: Teoria e Política 8ed São Paulo: Prentice Hall, 2010.
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