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Química de Alimentos PROTEÍNAS ALIMENTARES - 1 Prof. Dr. João Paulo Fabi UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental PROTEÍNAS ALIMENTARES: 1. fácil digestão 2. não são tóxicas 3. adequadas no aspecto nutricional 4. utilizadas em produtos alimentícios 5. abundantes na agropecuária •PROPRIEDADES: ØTecnológicas ØNutricionais PROTEÍNAS PROCESSAMENTO Custo-Benefício: Ingestão X Aproveitamento • Vegetais sintetizam os 20 (21) aminoácidos necessários para a produção de suas proteínas • Animais não sintetizam todos eles, sendo que alguns devem ser ingeridos com o alimento. AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS E NÃO-ESSENCIAIS AMINOÁCIDOS LIMITANTES • Conceito químico: aminoácido essencial em menor quantidade; • Conceito biológico: proporção em que o aminoácido essencial em menor quantidade for utilizado para anabolismo (ex. LISINA). AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS E NÃO-ESSENCIAIS 1- O que são aminoácidos essenciais? 2- Explique o que são aminoácidos limitantes. PORTANTO........ Qualidade nutricional das proteínas: 1. Quantidade de aminoácidos essenciais 2. Digestibilidade proteica (biodisponibilidade) DIGESTIBILIDADE / BIODISPONIBILIDADE Ø Proporção de NITROGÊNIO que será absorvido após a digestão (valor nutricional) ↑ PROTEÍNAS ANIMAIS X ↓ PROTEÍNAS VEGETAIS 1. Solubilidade 2. Estrutura química 3. Fatores antinutricionais 4. Modificações químicas dos aminoácidos MODIFICAÇÕES QUÍMICAS - Tratamento térmico e/ou químico podem alterar a estrutura química dos aas (radicais) das proteínas: � Diminuição da digestibilidade; � Destruição de aminoácidos; � Perda de aminoácidos essenciais; � Formação de compostos tóxicos. Ø Racemização Ø Ligações cruzadas Ø Pirólise Ø Oxidação Ø Reações carbonil-amina RACEMIZAÇÃO TRATAMENTO TÉRMICO ↑ TEMPERATURAS: modificações químicas - tratamento térmico em pH alcalino (texturização), a hidrólise ácida e a tostagem (acima de 200ºC) levam à racemização parcial de AMINOÁCIDOS (configuração L para D) - ↓ valor nutricional / ↓ digestibilidade / D-aminoácidos: - Hidrólise menos eficiente - Absorção menos eficiente - Não utilizados na síntese in vivo RACEMIZAÇÃO: Asp, Ser, Cys, Glu, Phe, Asn, Thr pH alcalino tostagem 200ºC L-aminoácido desidroalanina ligações cruzadas de proteínas D-aminoácido β-eliminação ligações cruzadas de lisinoalanina, lantionina, ornitoalanina, histidinilalanina PROTEÍNAS COM LIGAÇÕES CRUZADAS - ↓ digestibilidade, ↓ valor biológico desidroalanina LIGAÇÕES CRUZADAS pH alcalino tostagem 200ºC L-aminoácido desidroalanina ligações cruzadas de proteínas D-aminoácido PIRÓLISE ≥ 200ºC: decomposição e pirólise → COMPOSTOS IMIDAZO-QUINOLINAS § CONDENSAÇÃO: ØAçúcares ØGly, Thr, Ala, Lys ØCreatina AÇÃO CARCINOGÊNICA Aminas aromáticas: OXIDAÇÃO Oxidação de resíduos dos aminoácidos: - Agentes oxidantes (peróxido de hidrogênio; peróxido de benzoíla; hipoclorito de sódio) § agentes bactericidas § clarificantes de farinhas de cereais - Radicais livres: irradiação de alimentos peroxidação de lipídeos fotoxidação de riboflavina e clorofila escurecimento não-enzimático polifenóis oxidados à quinonas Resíduos + suscetíveis: Met, Cys, Trp, His, Tyr POLIMERIZAÇÃO Nitritos em produtos cárneos: melhorar a cor e impedir crescimento bacteriano (Clostridium botulinum) - condições ácidas e ↑ temperaturas: N-nitrosaminas N-nitrosopirrolidona N- nitrosotriptofano S- nitrosocisteína AÇÃO CARCINOGÊNICA EMBUTIDOS 3- Como ocorre a racemização dos aminoácidos de proteínas alimentares? Qual a consequência nutricional dessa alteração química? 4- O que é lisinoalanina e como ela é formada? 5- Quais são os aminoácidos essenciais que mais sofrem com a oxidação ocasionada por determinados tipos de tratamentos químicos? 6- O que é uma N-nitrosamina? Como o seu surgimento pode ser evitado em embutidos? PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • Atributos sensoriais dos alimentos: Ex. bolo da vovó ü calor ü formação de gel ü formação de espuma ü formação de emulsão 1. HIDRATAÇÃO 2. SOLUBILIDADE 3. GELEIFICAÇÃO 4. TEXTURIZAÇÃO 5. FORMAÇÃO DE MASSAS 6. PROPRIEDADES INTERFACIAIS PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS Resíduo de aminoácido Hidratação (mol de H2O/mol de resíduo) Resíduo de aminoácido Hidratação (mol de H2O/mol de resíduo) Resíduo de aminoácido Hidratação (mol de H2O/mol de resíduo) Polar Iônico Apolar Asn 2 Asp- 6 Ala 1 Gln 2 Glu- 7 Gly 1 Pro 3 Tyr- 7 Phe 0 Ser, The 2 Arg+ 3 Val, Ile, 1 Trp 2 His+ 4 Leu, Met 1 Asp (n.i.) 2 Lys+ 4 Glu (n.i.) 2 Tyr 3 Arg (n.i.) 3 Lys (n.i.) 4 1- Hidratação Proteica • composição de aminoácido • maior radicais hidrofílicos (especialmente os carregados), maior hidratação Estabilidade termodinâmica das interações proteína-proteína e proteína- solvente: -RESTRIÇÃO ESTÉRICA -VAN DER WAALS -ligações de HIDROGÊNIO -INTERAÇÕES ELETROSTÁTICAS -pontes DISSULFETO -INTERAÇÕES HIDROFÓBICAS 2- Solubilidade ESTADO NATIVO FOLDING Solubilidade 1) Albuminas - solúveis em água pH 6,6 Albumina sérica, ovoalbumina, α-lactoalbumina 2) Globulinas - solúveis em solução salina pH 7 Glicinina, faseolina, β-lactoglobulina 3) Glutelinas - solúveis em pH extremos (2 ou 12 ) Glutelinas do trigo 4) Prolaminas - solúveis em etanol 70% Zeína e gliadinas; são extremamente hidrofóbicas + H ID R O FO BI C ID AD E - Solubilidade X Estrutura química ESTADO NATIVO FOLDING Ação enzimática: mais fácil ou mais difícil? SOLUBILIDADE: • Influência do pH: ↑ solubilidade = pH < pI / pH > pI § no pI de proteínas + hidrofóbicas: interações hidrofóbicas + interações iônicas § ↑↑ ligação inter-molecular → AGREGAÇÃO → PRECIPITAÇÃO Ø Resíduos polares superfície > apolares, ↑↑ solúveis no pI: ⍺-LACTOALBUMINA / ALBUMINA SÉRICA pH < pI pH > pIpH ~ pI pI SOLUBILIDADE: • Influência da força iônica: sais estabilizam / desestabilizam as proteínas ↑ SOLUBILIDADE (SALTING IN) / ↓ SOLUBILIDADE (SALTING OUT) SCN- > ClO4 - > I- > Br- > Cl- > F- > SO4 2- Ca2+ > Mg2+ > Na+ > Li+ > Cs+ > K+ > NH4 + GLOBULINAS ALBUMINAS Belitz 2009 Pouco solúveis no pI sais ↑ solubilidade “SALTING IN” Muito solúveis no pI sais ↓ solubilidade “SALTING OUT” SOLUBILIDADE: • Influência da temperatura: → pH / forças iônicas constantes § ↑ temperatura (0-40ºC) § ↑ solubilidade (a) polares § > 40ºC desdobramento/desnaturação § ↓ SOLUBILIDADE Proteínas isoladas do soro do leite (Whey Protein Isolate) Damodaran, 2010 7- Por que as proteínas são menos hidratadas nos seus pontos isoelétricos? 8- Por que grande parte das proteínas se tornam insolúveis nos seus pontos isoelétricos? 9- Quais são as categorias de classificação das proteínas alimentares segundo a solubilidade? 10- Explique o gráfico abaixo: 11- Explique os conceitos de salting in e salting out. REFERÊNCIAS • BELITZ, ·H.D.; GROSCH, W.; SCHIEBERLE, P. Food Chemistry. 4.ed. Berlin Heidelberg: Springer-Verlag, 2009. • COULTATE, T. P. Alimentos: a química de seus componentes. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. • DAMODARAN, S., PARKIN, K.L. & FENNEMA, O.W. – Fennema’s Food Chemistry, CRC Press, 2017. 1123p. • DEMAN, J. M. Principles of Food Chemistry. [4 th ed] : Springer US, 2018. • LAJOLO F.M., MERCADANTE A. Química e Bioquímica Dos Alimentos, Volume 2, Editora ATHENEU, 432 p., 2017; • ORDÓÑEZ, J. A. Tecnologia de alimentos: componentes dos alimentos e processos. Porto Alegre: Artmed, 2005. v. 1.
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