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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-24

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criação	 e	 na	 expansão	 do	 Império	 Persa	 no	 século	 5o	 a.C.,	 do	 Império
Macedônio	no	século	4o	a.C.	e,	mais	notoriamente,	do	Império	Romano,	que	no
fim	do	século	1o	da	nossa	era	se	estendia	da	Grã-Bretanha	ao	Egito	e	à	Síria.
Embora	a	 força	militar	 fosse	necessária	para	criar	um	império,	mantê-lo	em
funcionamento	 era	 uma	 questão	mais	 complexa,	 que	 dependia	 do	 governo,	 da
burocracia,	 de	 medidas	 econômicas	 e	 muito	 mais.	 Em	 especial,	 os	 impérios
precisavam	manter	o	apoio	das	áreas	conquistadas	(o	que	era	mais	fácil	naquela
época	do	que	no	mundo	moderno,	pois	as	ideias	de	autodeterminação	dos	povos,
sem	 falar	 na	 democracia,	 não	 existiam).	 Um	meio	 de	 fazê-lo	 era	 assimilar	 os
povos	conquistados,	por	meio	da	difusão	da	religião	do	império	ou	da	tolerância
e	cooptação	das	religiões	locais.	Em	alguns	casos,	como	o	de	Roma,	o	império
pôde	 oferecer	 o	 direito	 de	 cidadania	 para	 parte	 da	 população	 local	 e	 assim
conseguir	a	sua	lealdade.
Os	 impérios	 dependiam	 também	 da	 transferência	 de	 recursos	 e,	 para	 isso,
protegiam	 o	 comércio	 e	 impunham	 impostos.	 Impérios	 fortes	 proporcionavam
segurança	e	estabilidade	em	um	mundo	que	pouco	tinha	das	duas,	e,	em	alguns
casos,	 isso	 lhes	 rendia	 apoio	 popular	 a	 curto	 prazo.	 Embora	 os	 romanos
cobrassem	 impostos	 e	 apreendessem	 escravos	 e	 mercadorias	 importadas	 das
vizinhanças	de	seu	império,	também	acreditavam	ter	uma	“missão	civilizadora”:
um	conceito	promovido	inicialmente	por	escritores	como	Cícero.	Do	outro	lado
do	império,	as	populações	locais	construíam	cidades	e	estradas	no	estilo	romano
e	 adotavam	 costumes	 romanos	 em	 relação	 à	 alimentação,	 ao	 vestuário	 e	 à
horticultura.	 Por	 sua	 vez,	 o	 império	 recrutava	 administradores	 locais	 e,	 com	o
tempo,	 os	 romanos	 também	 passaram	 a	 se	 casar	 com	 o	 povo	 não	 romano.
(Alexandre,	 o	 Grande,	 encontrou	 um	 engenhoso	 atalho	 para	 a	 estabilidade:
ordenou	aos	generais	que	se	casassem	com	a	classe	dominante	local.	Em	Susa,
em	 324	 a.C.,	 ele	 fez	 80	 de	 seus	 generais	 se	 casarem	 com	princesas	 persas	 do

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