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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-231-300-píginas-2

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O	NACIONALISMO	E	A	NAÇÃO
Do	 século	 18	 ao	 século	 20,	 muitas	 sociedades	 passaram	 por	 transformações
radicais,	 como	 industrialização,	 urbanização	 e	 aumento	 das	 taxas	 de
alfabetização.	Isso	trouxe	uma	maior	consciência	política,	uma	remodelação	dos
valores	políticos	e	o	surgimento	de	novas	ideologias.
Uma	das	mais	importantes	dessas	novas	ideologias	foi	o	nacionalismo.	Este,
ou	pelo	menos	a	crença	de	que	o	bem	de	uma	dada	nação	é	mais	importante	que
qualquer	outra	coisa,	já	existia	em	Estados	soberanos	poderosos	como	a	Rússia	e
a	 China,	 que	 não	 deviam	 lealdade	 além	 de	 suas	 próprias	 fronteiras.	 Já	 havia
muito	 tempo	 que	 os	 chineses	 se	 referiam	 ao	 seu	 império	 como	 “o	 Reino	 do
Meio”,	 sugerindo	 que	 era	 o	 centro	 do	 mundo.	 Na	 Europa,	 a	 rejeição	 da
autoridade	papal	por	muitos	príncipes	protestantes	durante	a	Reforma	refletia	o
desejo	 de	 um	 controle	 total	 do	 que	 se	 achava	 dentro	 das	 fronteiras	 do	 próprio
Estado.	No	entanto,	 tais	versões	do	nacionalismo	 tendiam	a	 representar	apenas
os	interesses	das	elites	dominantes.	Impérios	europeus	estabelecidos	havia	muito
tempo,	como	o	da	família	dos	Habsburgos,	que	governavam	uma	ampla	gama	de
nacionalidades,	definiam-se	principalmente	como	dinásticos.
A	 França	 e	 a	 Inglaterra	 tentaram,	 durante	 alguns	 séculos,	 se	 definir	 como
Estados-nação,	 mas,	 de	 novo,	 isso	 vinha	 fundamentalmente	 da	 região	 central.
Embora	 dentro	 das	 fronteiras	 da	 França	 as	 pessoas	 falassem	 muitas	 línguas
diferentes,	 de	 bretão	 a	 basco,	 reis	 e	 governos	 defendiam	havia	muito	 tempo	 o
uso	 exclusivo	 do	 francês	 e,	 em	 1635,	 Luís	 XIII	 estabeleceu	 a	 Académie
Française	como	a	“guardiã”	da	língua.	A	Inglaterra,	que	ocupava	a	maior	parte
da	ilha	da	Grã-Bretanha,	separada	do	continente	europeu,	tinha	desfrutado	desse

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