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Contrato de Compra e Venda

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1
Direito Civil – Contratos – DA COMPRA E VENDA – ARTS. 481 A 532
Conceito: é aquele em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir a outra
(comprador) o domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea, mediante o
pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário correspondente.
 Obrigação pessoal entre os contraentes;
 Não opera a transferência da propriedade – móvel (tradição) imóvel (Registro);
Classificação: 
 Se aperfeiçoa com a declaração de vontade das partes;
> Bilateral, Oneroso, Comutativo ou aleatório, Típico, não solene ( mais 30 salários
mínimos – art. 108 ), principal, de execução imediata ou diferida, Impessoal (via de
regra), Prazo determinado, Paritário ou de adesão;
2
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Elementos constitutivos do contrato de compra e venda
São três: coisa, preço e consentimento.
Coisa - deverá ter existência, ainda que futura ou em potencial. Tem que existir no
momento do contrato, corpórea ou incorpórea, individuada, disponível e ter
possibilidade de ser transferida ao comprador “ non domino”.
 art. 483 – coisa atual ou futura, fica sem efeito o Contrato se esta não vier a existir
Incorpóreo como objeto, usamos o termo cessão: de direitos autorais, de títulos da
Bolsa, cessão de clientela, de bancos de dados em geral, propriedade literária,
artística, científica.
3
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Elementos constitutivos do contrato de compra e venda
 individuada, determinada ou ao menos determinável;
 ser identificável pelo gênero, número, qualidade e/ou quantidade.
Preço - certa soma em dinheiro, deve ser justo, real, verdadeiro;
Doação dissimulada é passível de anulação, bem como a permuta de um apartamento
por uma bicicleta.
 o preço pode ser pago em coisas representativas de dinheiro, como título de
crédito, cheque, nota promissória, cartão de crédito;
4
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
 No caso de lesão e preço justo, se constatada depois da compra, o contrato poderá
ser anulado.
Certeza: O preço tem que ser certo e determinado para que o comprador efetue o
pagamento de forma devida, correta, no momento da contratação.
Art. 485 do Código: “A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que
os contratantes logo designarem ou prometerem designar.
Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando
acordarem os contratantes designar outra pessoa.”
5
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
 preço pode não estar certo, porém poderá ser determinável (Taxa ou índice,
indicadores da variação de preços de certos produtos no mercado – petróleo,
bolsa)
 art. 489 - Nulidade negocial quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das
partes a fixação do preço.
Consentimento – no momento em que as partes concordarem com o objeto e com
o preço ( compra e venda pura) – art. 482
6
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Despesas:
 Escritura e registro - comprador;
 Tradição: vendedor;
 Art. 490: “Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a
cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.”
 O vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de recebido o preço (exceto
venda a crédito);
Riscos: Res perit in domino. A coisa perece para o dono.
 Riscos da coisa até o momento da tradição – vendedor;
 Riscos do preço – comprador;
7
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Riscos: Res perit in domino. A coisa perece para o dono.
 Pelo comprador -Casos fortuitos – contar, marcar, pesar ou assinalar que já
estiverem sido postas à disposição do comprador;
 Pelo comprador, riscos da coisa se estiver em mora de as receber, quando
colocadas a sua disposição no tempo, lugar e modo ajustados.
Tradição da coisa vendida - no lugar em que se encontrava, ao tempo da venda;
Expedição da coisa para local diverso do avençado – ordem do comprador para envio
em lugar diverso do combinado, risco deste no momento da entrega para o
transportador, exceto se o vendedor agir diferente das instruções do comprador.
8
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Insolvência do comprador - venda a crédito, comprador inadimplente com a
primeira parcela, vendedor pode sustar a entrega da coisa.
Se antes da tradição - comprador insolvente -prestar caução e o vendedor deve
entregar a coisa sob pena de perdas e danos.
Restrições legais à liberdade de comprar e vender
1) venda a cônjuge. Art. 499: “É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação
a bens excluídos da comunhão.”
Se você é casado em comunhão parcial de bens ou universal de bens e pretende
comprar, de seu cônjuge, algo que foi adquirido onerosamente depois do casamento,
isso é o mesmo que querer comprar algo que já é seu.
9
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Restrições legais à liberdade de comprar e vender
2) Venda a descendente – sem o consentimento expresso dos demais - anulação
Art. 496: “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.”
Parágrafo único: “Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o
regime de bens for o da separação obrigatória.”
* Impedir que uma doação ocorra em prejuízo dos demais herdeiros necessários;
Se o regime de comunhão for a separação obrigatória, como o regime que deve ser
usado quando um dos cônjuges tem mais de 60 anos, a anuência é dispensável.
10
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
3) Compra por pessoa encarregada de zelar por interesse do vendedor
Art. 497 do Código: “Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que 
em hasta pública:
I – pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados 
à sua guarda ou administração;
II – pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a 
que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III – pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros 
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em 
tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua 
autoridade;
IV – pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam 
encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.”
11
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Compra por pessoa encarregada de zelar por interesse do vendedor – nulidade
absoluta
Perito, que é quem determina o valor de mercado, obviamente não poderá comprar
bens que ele mesmo avaliou.
Os que têm por dever ou profissão (tutores, curadores, testamenteiros,
administradores) não podem comprar bens confiados à sua guarda.
Advogado pode comprar bens do constituinte! Súmula 165 do Supremo: “a venda
realizada diretamente pelo mandante ao mandatário não é atingida pela nulidade do
art. 1133, II, do código civil.”
12
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Compra por pessoa encarregada de zelar por interesse do vendedor – nulidade
absoluta
Prazos
Art. 179 do CC: “Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem
estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data
da conclusão do ato.”
13
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Venda por condomínio indivisível – Direito de Preferência
Art. 504: “Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a 
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não 
se der conhecimento da venda, poderá depositando o preço, haver para si a parte 
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de 
decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias 
de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem 
iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando 
previamente o preço.”
Prazo – 180 dias – decadência ( conclusão doato ou ciência - posicionamentos 
divergentes)
Ação anulatória de negócio jurídico. 
14
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA -Venda por amostra, por protótipos ou 
por modelos 
Amostras: reprodução perfeita e corpórea de uma coisa determinada;
Protótipos: primeiro exemplar de coisa criada (invenção)
Modelos: reprodução exemplificativa da coisa por desenho ou imagem 
Condição suspensiva - cláusula tácita com eficácia suspensiva, não ocorrendo o 
aperfeiçoamento do negócio até a tradição com a qualidade esperada.
Art. 484: “Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, 
entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas 
correspondem.
Parágrafo único - Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver 
contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no 
contrato.”
15
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA - Venda por amostra, por protótipos ou 
por modelos 
Entregar coisa diferente do que foi amostrado é inadimplemento do vendedor 
(vício redibitório)
Venda ad mensuram – art. 500 CC
É aquela que se determina a área do imóvel vendido, estipulando-se o preço por 
medida de extensão.
Medida - condição essencial ao contrato efetivado, a área não é meramente 
enunciativa – M2
 Ação para complemento de área e se, impossível, resolução do negócio (ação 
redibitória) ou abatimento do preço (ação quanti minoris); (vicio redibitório) 
16
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA 
Presunção “ juris tantum” de menção enunciativa de área 
> Se na venda ad mensuram se encontrar uma diferença inferior a 1/20 ter-se-á 
presunção de que a menção foi meramente enunciativa ( não cabe a ação de 
complemento), salvo se provar que não teria feito o negócio;
>O que interessa é o tamanho do imóvel. O tamanho é indispensável como 
elemento do negócio. É pelo tamanho que comprarei.
Excesso de área - o comprador poderá optar pela complementação do preço ou 
devolução do excesso – ciência após a conclusão do negócio – boa-fé;
Prazo - decadencial é de 1 ano contados do Registro do Título (art. 501 CC)
17
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Venda ad mensuram – art. 500 CC
Venda “ ad corpus”
É a venda de imóvel feita como corpo certo e determinado, independente de 
medidas especificadas no instrumento.
Não quero saber do tamanho, mas sim a coisa.
Não cabe implemento de área, nem devolução do excesso, pois adquiriu pelo 
conjunto e não pela área declarada, que assume caráter meramente enunciativo, 
a metragem é meramente elucidativa, e não é condição para o contrato;
Não precisa constar a expressão “ ad corpus” - consta “ mais ou menos” 
Ex; Rancho banhado pelas águas de um rio para pesca; 
18
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA 
Venda a contento e sujeita à prova (arts. 509 à 512 CC)
 Cláusulas presumidas - venda de vinhos, perfumes;
 Podem ser inseridas nos contratos;
 Condição suspensiva - venda somente se aperfeiçoa quando o comprador se 
declara satisfeito com o bem a ser adquirido;
 Enquanto o comprador não manifestar sua vontade, suas obrigações serão de 
mero comodatário;
 Tradição não gera a transferência da propriedade, somente a posse direta;
 Rejeição da coisa pelo comprador - condição resolutiva – recusa motivada;
 Direito personalíssimo - intransmissível;
19
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA 
Venda a contento e sujeita à prova (arts. 509 à 512 CC)
 Ausência de prazo para a manifestação do comprador, o vendedor intimará o 
comprador (judicial ou extrajudicialmente) impondo um prazo;
 Do prazo da intimação até a aprovação do comprador, incidirá um aluguel a 
ser arbitrado pelo comodante (pena) e cabe ação de reintegração de posse;
 Diferença entre venda a contento (o comprador não conhece a coisa) venda 
sujeita à prova ( o comprador conhece mas necessita da prova de que o bem 
é aquele que ele já conhece com as qualidades e sendo idôneo para o fim a 
que se destina);
20
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Vício redibitório
Aquisição: 28/05/2018
Recebimento:13/06/2018
Constatação do defeito: 30/06/2018 – 17 dias
Classificação: bem móvel durável
Prazo: 90 dias – decadência entrega efetiva – 13/09
Fundamento: art. 26 CDC – parág. 1º.
Justificativa da recusa: art. 49 – direito de
Arrependimento – 7 dias
21
Direito Civil – Contratos – Parte Geral arts. 421 a 480
VÍCIOS REDIBITÓRIOS NO CC E CDC
CDC - os vícios redibitórios tanto para os defeitos ocultos, quanto para os aparentes, 
torna inadequado ao uso a que se destina, lhe diminui o valor, 
•CDC - Prazo e alternativas: o fornecedor deve tentar sanar o vicio no prazo de 30 dias 
(art. 18), e caso não consiga, deverá:
a) trocar a coisa por outra da mesma espécie e em perfeitas condições de uso;
b) restituir imediatamente o valor que pagou, corrigido monetariamente, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos que o consumidor venha a sofrer;
c) ou abatimento proporcional no preço;
estabeleceu o prazo de 30 dias para que o consumidor reclame contra vícios aparentes ou de fácil 
constatação, quando se tratar de fornecimento de serviço ou produto não durável, e o prazo de 90 dias 
se o serviço se relacionar com o produto durável conforme artigo 26.
22
Direito Civil – Contratos – Parte Geral arts. 421 a 480
VÍCIOS REDIBITÓRIOS NO CC E CDC
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não-duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis.
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto 
ou do término da execução dos serviços.
§ 2º Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor 
de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser 
transmitida de forma inequívoca;
II – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar 
evidenciado o defeito.
23
Direito Civil – Contratos – Parte Geral arts. 421 a 480
VÍCIOS REDIBITÓRIOS NO CC E CDC
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a 
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou 
serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços 
ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone 
ou a domicílio.
24
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA 
Venda de coisas conjuntas (art. 503 do CC)
 Universalidade de fato (art. 90 CC);
 Universalidade de direito (art. 91 CC);
 Defeito oculto de uma coisa não autoriza a rejeição de todas;
O vício que atinge o boi não gera a rejeição de todo o rebanho;
Exceção: venda coletiva - constituem um só todo;
Defeito Oculto - Art. 503: “Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de 
uma não autoriza a rejeição de todas.” 
Há sim exceção quanto à possibilidade de devolução em caso de vício redibitório 
em uma das coisas vendidas em conjunto. Se as coisas formarem um todo, então 
justifica sim desfazer o contrato.
25
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Das cláusulas especiais da compra e venda
São previsões que alteram os efeitos da compra e venda.
Pacto adjeto ou acessório é a denominação dada a toda cláusula inserida no 
contrato, formando uma convenção acessória dentro de uma convenção 
principal, com a finalidade de garantir seu adimplemento ou modificar seus 
efeitos.
 Cláusula de retrovenda - arts. 505 a 508;
 Cláusula de preempção ou preferência – arts. 513 a 520;
 Cláusula de venda com reserva de domínio – arts521 a 528;
 Cláusula de venda sobre documentos – arts 529 a 532;
DEVEM CONSTAR EXPRESSAMENTE DO INSTRUMENTO.
26
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Cláusula de retrovenda
Conceito: cláusula em que o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel 
que está sendo alienado, em certo prazo restituindo o preço e reembolsando 
todas as despesas feitas pelo comprador no período de resgate, desde que 
previamente ajustadas, incluindo as benfeitorias necessárias.
Prazo decadencial – exercício em até 3 anos - data em que se concluiu o 
contrato;
Admissível – vendas de bens imóveis.
Cláusula resolutiva expressa – reconduz as partes ao estado anterior;
 Comprador que se recusa a receber as quantias a que faz jus, o vendedor para 
exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente – art. 506 CC;
 O direito de resgate poderá ser exercido pelos herdeiros ou legatários;
27
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Cláusula de retrovenda
 Retrovenda feita por condômino – duas ou mais pessoas couber o direito de 
retrato, e uma delas somente o exercer poderá o comprador intimar os demais 
para nele acordarem. O pacto prevalecerá em favor de quem fizer o depósito 
na integralidade.
 A cláusula de retrovenda fica registrada no Cartório de Registro de Imóveis e 
valerá contra terceiros. 
 Deve constar no mesmo instrumento da venda. Se estiver em outro, será 
promessa de compra e venda, e não cláusula de retrovenda.
Enquanto não se resolve a cláusula nesse prazo, o domínio do imóvel será 
resolúvel, ou seja, não se resolveu ainda.
>
28
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
 Ação - Qual a ação cabível quando o adquirente aliena o imóvel quando havia 
cláusula de retrovenda? Reivindicatória contra o novo comprador. 
 Preciso comprovar o domínio e pedir a posse. 
 Antes de ajuizá-la, deposito em juízo o valor que recebi. 
 O novo comprador estava de má-fé pois havia a cláusula registrada em 
cartório, portanto ele não terá direito à evicção.
Extinção da retrovenda
>Pelo exercício do direito do vendedor;
 Pela preclusão do prazo decadencial (3 anos no máximo); acabado o prazo, 
resolvido está o contrato;
 Pela renúncia do vendedor. 
29
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Preempção, preferência ou prelação convencional 
Conceito: é aquela pela qual o comprador de um bem móvel ou imóvel terá 
obrigação de oferecê-lo a quem lhe vendeu, por meio de notificação judicial ou 
extrajudicial, para que este use de seu direito de prelação, em igualdade de 
condições, no caso de alienação futura.
 Venda e dação em pagamento;
 Prazo de extensão da preferência: 180 dias para bens móveis e 2 anos para 
bens imóveis (contados da realização da venda original);
art. 513: “A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de 
oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para 
que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
30
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder 
a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.”
 Passado do prazo, poderá vender para quem quiser;
> Prazo para manifestação do vendedor após a notificação: 3 dias para móveis e 
60 dias para imóveis - artigo 516 CC (prazo dentro do período de extensão da 
preferência)
 O direito à preempção é indivisível por força de lei (art. 517 CC);
 Vendedor preterido no direito de preferência - prelação convencional, não 
poderá anular a venda ou haver a coisa para si por meio de ação 
adjudicatória, mas tão somente perdas e danos.
 Perdas e danos – prazo de 3 anos - ação condenatória;
31
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
 Não cabe cessão do direito de preempção, preferência ou prelação;
 É personalíssimo. Não há cessão inter vivos ou causa mortis.
Requisitos do contrato
1 – Que o comprador queira vender;
2 – Que o vendedor queira comprar;
3 – Que esse seja exercido dentro de determinado prazo do art. 516.
Direito de Retrocessão em favor do expropriado
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou 
por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for 
utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de 
preferência, pelo preço atual da coisa.
32
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Preempção, preferência ou prelação convencional 
Preempção legal Preempção convencional 
Artigos 504 CC 513 A 520 CC
Ação Anulação de Compra 
e Venda ou 
adjudicação (erga 
omnes)
Ação de Perdas e Danos 
(inter partes)
Prazo decadencial 180 dias prescricional 3 anos 
33
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Preempção Retrovenda
Objeto Bens móveis ou imóveis imóveis
Negócios dois Um - 1 só imposto
Direitos Do comprador de conceder a 
preferência 
Do vendedor de 
recomprar
Pedidos Perdas e danos O bem, objeto do 
negócio
Valor Dado por quem é proprietário 
do bem
Valor do negócio 
original
34
Direito Civil – Contratos – Parte Geral arts. 421 a 480
DASILVA pleiteia a resolução de contrato de venda futura de soja
celebrado com AGRÍCOLA S.A., sob a alegação de que variação
significativa da cotação do produto vendido tornou o contrato
excessivamente oneroso. Neste caso, é correto afirmar:
A) A oscilação do preço do produto vendido por si caracteriza a
onerosidade excessiva.
B) A simples variação de preço do produto comercializado pelo vendedor
não configura um acontecimento imprevisto e extraordinário.
35
Direito Civil – Contratos – Parte Geral arts. 421 a 480
C) A onerosidade excessiva deve ser aferida no momento da conclusão do
contrato e se comprovada outorga a resolução.
D)A relação jurídica descrita acima se subsume à lei consumerista.
E) O fato do comprador obter lucro na revenda da soja, decorrente da
majoração do preço do produto no mercado após a celebração do
negócio, comprova existência de onerosidade excessiva, apta a
determinar a rescisão do contrato ou má resolução.
36
Direito Civil – Contratos – Parte Geral arts. 421 a 480
(...)3. O caso dos autos tem peculiaridades que impedem a aplicação da teoria da
imprevisão, de que trata o art. 478 do CC/2002: (i) os contratos em discussão não são
de execução continuada ou diferida, mas contratos de compra e venda de coisa
futura, a preço fixo, (ii) a alta do preço da soja não tornou a prestação de uma das
partes excessivamente onerosa, mas apenas reduziu o lucro esperado pelo produtor
rural e (iii) a variação cambial que alterou a cotação da soja não configurou um
acontecimento extraordinário e imprevisível, porque ambas as partes contratantes
conhecem o mercado em que atuam, pois são profissionais do ramo e sabem que tais
flutuações são possíveis. (...) REsp 936741 / GO - Relator(a) Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA - Data do Julgamento 03/11/2011
Classificação: Bilateral, oneroso, comutativo, sinalagmático.
37
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo
É o contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa, 
para que dele se sirva, com a obrigação de restituí-la.
Pode ser empréstimo de uso – comodato, ou de consumo – mútuo.
Objeto: infungível e inconsumível
Partes: Comodante e Comodatário
Contrato - unilateral, benéfico e gratuito;
Intuitu Personae - baseada na fidúcia;
É direito pessoal.
38
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo de Uso 
Contrato real - só se completará com a tradição do objeto, com a entrega do 
bem emprestado ao comodatário que passará a ter posse direta, ficando a 
indireta com o comodante.
Informal e não solene - podendo ser verbal.
Comodante - precisa ter posse
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. 
Perfaz-se com a tradição do objeto.
39
Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo de Uso
Limitaçãoa liberdade de Contratar
Incapacidade especial para outorga de comodato – administradores de bens 
alheios (tutores, curadores, inventariantes, testamenteiros, depositários e síndicos 
de massa falida em relação aos bens confiados à sua guarda).
 Não se considera como ato de administração normal, não traz nenhum 
proveito ao administrado;
 Pode se houver autorização especial do dono, ou do Juiz, ouvido o MP, se 
incapaz
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios 
não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua 
guarda.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo de Uso
Temporariedade – Contrato por prazo determinado ou indeterminado -
restituição da coisa em tempo presumido - o necessário para que o 
comodatário possa servir-se dela para o fim a que se destina.
Devolução da coisa antes do prazo - durante o prazo convencionado ou pelo 
tempo presumido, o comodante não poderá exigir a devolução do bem, salvo 
necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo Juiz.
Findo o prazo – devolução do bem, sob pena de Reintegração de posse e demais 
consequências
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o 
necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade 
imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa 
emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso 
outorgado.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo de Uso
Dever de guardar e conservar a coisa - obrigação de fazer - o comodatário se 
obriga guarda e conservar a coisa como se fosse sua, procurando não a desgastar 
ou desvalorizar, evitando negligência ou desídia, sob pena de indenização.
Desvio de Uso - obrigação de não fazer - comodatário não poderá usar da coisa 
emprestada para fins alheios aos estipulados no Contrato, sob pena de perdas e 
danos e de rescisão contratual.
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a 
coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a 
natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário 
constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o 
aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo
Responsabilidade pela mora - o comodatário responderá pela mora suportando 
os riscos arcando com as consequências da deterioração ou perda da coisa 
emprestada e pagar o aluguel arbitrado (valor mercadológico) pelo comodante 
até restituí-la.
> ou perdas e danos por arbitramento, desde a propositura da ação, incluindo 
despesas processuais e honorários advocatícios
Mora ex Re – mora automática – prazo determinado;
Mora ex persona - notificação para constituir em mora - prazo indeterminado
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo
Responsabilidade pelos riscos da coisa - o comodatário responderá pelos riscos 
(perda ou deterioração) da coisa.
 Comodante caberá o ônus do risco da coisa perecer por caso fortuito ou 
força maior;
 Comodatário responde a não ser que prove a ausência de culpa ou que a 
perda do objeto do Contrato ocorreria mesmo se não estivesse em atraso;
 Na dúvida deve o comodatário salvar primeiramente a coisa emprestada, 
sob pena de pagar o prejuízo.
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros 
do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do 
comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a 
caso fortuito, ou força maior.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo
Pagamento de despesas com o uso do bem (fruição)- comodatário - despesas 
ordinárias ( taxa de luz, água e lixo, IPTU, abastecimento de veículo, lubrificação de 
máquinas, conserto de fechadura, troca de vidro), não podendo cobrar do 
comodante.
 Despesas extraordinárias e necessárias feitas em caso de urgência, podendo
reter a coisa emprestada até receber o pagamento dessas despesas, por ser 
possuidor de boa-fé e com justo título.
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as 
despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
Comodato - Empréstimo
Responsabilidade solidária - mais de um comodatário - responsabilidade
solidária;
> devolução da coisa, o recebimento do aluguel em caso de mora ou das perdas e
danos, havendo perda ou deterioração culposa do bem .
Qualquer deles poderá ser acionado - ação regressiva
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de 
uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DA TROCA OU PERMUTA - art. 533 do CC
Conceito - é o Contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra 
que não seja dinheiro.
 Duas vendas - compensação recíproca;
 Partes: permutantes ou tradentes;
 bilateral ou sinalagmático, oneroso, comutativo e translativo de propriedade, 
consensual, podendo ser formal ou informal, solene ou não solene;
 Aplicação residual as regras da compra e venda;
 Objeto - dois bens, alienáveis, mesmo de espécies diversas e valores 
diferentes;
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DA TROCA OU PERMUTA - art. 533 do CC
 Partes devem se preocupar com a manutenção do sinalagma – não sendo 
permitido a onerosidade excessiva;
 Passível de vício redibitório e evicção;
 Despesas com a tradição da coisa – divisão em igualdade – art. 533, I CC;
 V Jornada de Direito Civil “ O contrato de promessa de permuta de bens 
imóveis é título passível de registro na matrícula imobiliária” – Enunciado no. 
435
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DA TROCA OU PERMUTA - art. 533 do CC
TROCA OU PERMUTA COMPRA E VENDA 
Ambas as prestações são em 
espécie
a prestação do comprador é 
em dinheiro ou em dinheiro e 
outra coisa;
O tradente terá o direito de 
repetir o que deu se a outra 
parte não lhe entregar o 
objeto permutado.
O vendedor, uma vez entregue 
a coisa vendida, não poderá 
pedir-lhe a devolução, no 
caso de não ter recebido o 
preço;
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DA TROCA OU PERMUTA - art. 533 do CC
Troca entre ascendentes e descendentes
 É anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes se 
não houver consentimento dos demais descendentes e do cônjuge do 
alienante;
 Presume-se a onerosidade excessiva em prejuízo dos demais herdeiros do 
tradente que deu a maior parte;
 Se de valores iguais não haverá necessidade de consentimento dos outros 
descendentes e do cônjuge do tradente ou permutante;
 Prazo de anulação da troca - decadencial de 2 anos – artigo 179 CC;
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DO CONTRATO ESTIMATÓRIO OU VENDA EM CONSIGNAÇÃO – arts. 534 a 537 do 
CC
 Conceito: Contrato em que alguém, consignante, transfere ao consignatário 
bens móveis para que o último os venda, pagando um preço de estima; ou 
devolva os bens findo o contrato, dentro do prazo ajustado – art. 534 do CC;
 Contrato bilateral ou sinalagmático, oneroso, real (aperfeiçoamento com a 
entrega da coisa consignada e comutativo, informal e não solene, pode ser de 
execução instantânea ou continuada;
Efeitos e regras do Contrato estimatório
Natureza Jurídica da Obrigação assumida pelo consignatário: alternativa
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DO CONTRATO ESTIMATÓRIO OU VENDA EM CONSIGNAÇÃO – arts. 534 a 537 do CC
Findo o prazo do Contrato o consignante terá duas opções:
a) Cobrar o preço de estima;
b) Ingressar com ação de reintegração de posse para reaver os bens cedidos;
 Se uma das prestações não puder ser cumprida a obrigação se concentra na 
restante;Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a 
restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a 
ele não imputável.
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Direito Civil – Contratos – arts. 481 a 886
DO CONTRATO ESTIMATÓRIO OU VENDA EM CONSIGNAÇÃO – arts. 534 a 537 do CC
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe 
ser comunicada a restituição.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos 
credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.

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