Buscar

serviço social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 136 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 136 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 136 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA 
DO BRASIL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Álvaro Fonseca Duarte 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Seja muito bem-vindo à nossa primeira aula da disciplina de Formação 
Sócio-Histórica do Brasil . 
Os objetivos dessa aula, neste primeiro momento, é a de apresentar e 
estudar conteúdos referentes à independência e a construção do Brasil como 
nação, especificamente o Império Brasileiro (I Reinado, Regência e início do II 
Reinado) e a formação da identidade nacional. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Vamos estudar uma síntese dos principais componentes econômicos e 
políticos da conjuntura histórica do Império brasileiro (1822-1889). O objetivo é 
entender o processo de independência do país e da constituição do Brasil como 
nação (como ele deixa de ser colônia de Portugal para se tornar um país 
independente), além de entender o compromisso do Império com a conservação 
da estrutura política e social da época colonial. 
No período imperial discutiu-se a formação do Brasil como nação, foi 
quando se construiu a identidade nacional, impactando profundamente no que 
somos atualmente. 
Identidade é um conceito complexo, pois nos define como pessoas e 
como povo. Para conhecer mais sobre esse conceito veja o vídeo Identidade . 
https://www.youtube.com/watch?v=HdHVFzKWI_Y 
 
PESQUISE 
A partir do ano de 1822, o Brasil se transformou em uma nação 
independente após a declaração de independência realizada pelo então príncipe 
regente Dom Pedro I. O Brasil não realizou uma ruptura definitiva com os 
representantes do governo colonial, conforme as outras independências que 
ocorreram na América; fizemos uma independência “pelo rei” e não uma 
independência “contra o rei”. 
A nossa independência não aconteceu por meio da mobilização das 
classes populares ou pela maioria da população brasileira, porque naquele 
tempo mais de oitenta por cento dos habitantes do território brasileiro eram 
escravos, que não possuíam nenhum poder de participar da política real. 
https://www.youtube.com/watch?v=HdHVFzKWI_Y
 
 
3 
Portanto, os apoiadores de nossa independência foram os membros da elite que 
desejavam manter a escravidão, as propriedades e a exportação dos produtos 
agrícolas. 
Os primeiros anos do Brasil independente foram de formação da nova 
nação. Para compreender o processo de formação do Brasil Império, leia o 
Capítulo 1 — Liberalismo e Conservadorismo no Império, do livro da disciplina. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 
 
Para ajudar na compreensão de como esse o conceito de identidade foi 
construído durante o Brasil Império, leia o artigo A construção da identidade 
nacional brasileira , de José Luiz Fiorin. 
http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/viewFile/3002/1933 
 
Durante o período Regencial e o II Reinado estabeleceu-se dois grupos 
políticos: os liberais e os conservadores. Além disso, foram épocas de 
construção da imagem do imperador D. Pedro II, primeiro como o “órfão da 
nação”, depois esperando “as barbas do imperador” e, por fim, como um 
monarca sério, culto e preocupado com as questões nacionais. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Durante o Brasil imperial, muito se discutiu sobre quem era o brasileiro. O 
Instituto Histórico e Geográfico foi criado nesse período e uma das suas funções 
era refletir sobre a formação da nossa nação. Hoje, essa questão já está mais 
solidificada. Mas, afinal, o que faz de nós brasileiros? 
Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, e registre sua resposta. Aproveite para debater, aprender e 
trocar ideias com seus colegas! 
 
NA PRÁTICA 
A maior transformação social na história do Brasil aconteceu 
gradualmente, entre 1850 e 1888, com o fim da escravidão. Entretanto, isso não 
significa que esses ex-escravos viraram trabalhadores assalariados ou 
pequenos proprietários, pois os regimes de trabalho opressivos, similares à 
escravidão, prevaleceram no campo, fazendo com que muitos libertos fossem 
para as cidades. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php
http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/viewFile/3002/1933
 
 
4 
Alguns abolicionistas defendiam uma reforma agrária complementar à 
abolição, que desse terras aos libertos, mas essa ideia não foi adiante no Império 
nem na República, devido à obstinada defesa da propriedade pelos 
parlamentares. 
A manutenção do perfil agroexportador do país e a permanência da 
escravidão, vão deixar marcas muito profundas na sociedade brasileira. O 
problema de concentração de terra é fruto dessa opção, assim como o racismo. 
 
SÍNTESE 
Nessa primeira aula estudamos o processo de independência do Brasil, a 
consolidação do Governo Imperial, o Período Regencial e o início do II Reinado. 
Analisamos o processo de formação da identidade nacional e as permanências 
que surgiram desse processo. 
Vimos que o Brasil se tornou independente, mas manteve a estrutura de 
antes, herdadas do período colonial. Portanto, o Período Imperial se caracterizou 
pelo conservadorismo político, pela defesa da escravidão, pelo perfil primário-
exportador, pelo latifúndio e pelo começo da construção da identidade nacional. 
 
COMPARTILHANDO 
Estamos iniciando a disciplina, mas você pode compartilhar o que 
aprendeu até aqui! Não deixe de fazê-lo, pois, com certeza são informações 
importantes para quem quer saber mais sobre o Brasil. 
Lembre-se que trocar informações é sempre importante para nossa 
aprendizagem, pois saber o que os outros pensam sobre o assunto também 
ajudará você a dar sustentação ao seu ponto de vista. E uma boa opção para 
ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas 
redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo 
visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações 
que são de interesse de todos. 
Afinal, compartilhar aprendizados é sempre bom para todos e você pode 
fazer a diferença! 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA 
DO BRASIL 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Álvaro Fonseca Duarte 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja muito bem-vindo à nossa segunda aula da disciplina de 
Formação Sócio-Histórica do Brasil . 
Nessa aula estudaremos o processo de transição entre o Império 
brasileiro e a República, compreenderemos o processo que culminou com o fim 
da escravidão e as marcas que essa servidão deixou até hoje na sociedade em 
que vivemos. Para tal, iniciaremos com uma análise das mudanças ocorridas na 
sociedade e na política imperial, que resultaram na abolição do sistema 
escravagista. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Em História, os eventos, os processos e os acontecimentos têm durações 
diferentes, sendo divididas em longa, média e curta duração. Mas o que isso 
significa? 
Significa que o impacto de determinados eventos e processos duram 
mais, ou menos. É o caso da escravidão, em que sua duração oficial é de três 
séculos, mas seus efeitos ainda podem ser sentidos na atualidade. 
Para entender melhor sobre as consequências atuais do fim da 
escravidão, leia o artigo O peso da história: a escravidão e as cotas . 
http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia-
escravidao-e-cotas/ 
Nessa aula, veremos que algumas questões muito pertinentes a nós hoje 
já estavam pautadas nesse período que estamos estudando. 
 
PESQUISE 
Estamos estudando a mudança de regime de um Império para uma 
República e esse processo, assim como a independência, ocorreu sem a 
participação popular. 
A autoridade de Dom Pedro I sempre sofreu uma forte oposição de 
diversos setores políticos, seja por sua ineficiência ou por suas atitudes 
autoritárias, e foi alvo de críticas que desgastavam a ordem política instituída. 
Em 1831, na chamada Noite das Garrafadas, Dom Pedro Itentou reverter 
a situação com a renovação do seu quadro de ministros, criando um novo 
http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia-escravidao-e-cotas/
http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia-escravidao-e-cotas/
 
 
3 
ministério liberal composto apenas por brasileiros. Entretanto, em abril desse 
mesmo ano, Dom Pedro I ordenou que seus ministros tomassem medidas contra 
possíveis novas manifestações de repúdio em data próxima às festividades que 
comemorariam o aniversário da princesa Maria da Glória. Como não teve sua 
exigência atendida, destituiu o ministério brasileiro e reintegrou as antigas figuras 
políticas que apoiavam o autoritarismo monárquico. 
Quando os populares souberam da notícia, uma nova onda de protestos 
sitiou o Campo de Santana e os revoltosos passaram a ganhar apoio de algumas 
autoridades militares do Império, reduzindo o apoio político de Dom Pedro I, que 
não viu outra opção senão renunciar. 
Após todo esse ocorrido, na noite de 7 de abril de 1831, o rei entregou ao 
major Miguel de Frias uma carta contendo a oficialização de sua renúncia. Nesse 
mesmo documento, o Dom Pedro I deixava seu filho Dom Pedro II como príncipe 
sucessor do trono brasileiro, mas como havia apenas cinco anos de idade seus 
poderes foram transferidos para um governo regencial, que governaria até o 
alcance de sua maioridade. 
Aproveite para ler o Capítulo 2 — Ascensão e queda da economia 
escravocrata e a crise do regime monárquico, do livro da disciplina, e 
compreender a transição entre o Império e a República. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 
 
TROCANDO IDEIAS 
A abolição foi o resultado, principalmente, da luta dos negros, escravos 
ou alforriados, que através dos Movimentos Abolicionistas se mobilizaram contra 
a continuidade do trabalho escravo. Esse questionamento colocou em xeque a 
ordem social do final do Império, tornando inevitável, por um número cada vez 
maior de pessoas, o questionamento se a escravidão era legítima ou não. 
A escravidão chegou ao fim após um longo processo e o ex-escravizado 
tornou-se igual perante a lei, mas isso não lhe deu garantias de que ele seria 
aceito na sociedade, trazendo uma série de consequências que ainda são 
sentidas na realidade da sociedade brasileira. 
Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, e discuta com seus colegas sobre quais são essas 
consequências e como elas ainda impactam a sociedade brasileira. Aproveite 
para debater, aprender e compartilhar ideias! 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php
 
 
4 
NA PRÁTICA 
Vamos conhecer um pouco mais sobre a escravidão negra? 
Assista ao trecho do filme Quanto vale ou é por quilo?, do diretor Sérgio 
Bianchi, que faz uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual 
exploração da miséria pelo marketing social, focalizando as semelhanças 
existentes no contexto social e econômico das duas épocas e criticando as 
ONGs e as suas captações de recursos junto ao governo e empresas privadas. 
https://www.youtube.com/watch?v=0ztb9wRp_J0 
 
SÍNTESE 
Nessa aula estudamos sobre o Império brasileiro, que teve seu fim quando 
rompeu com suas bases de sustentação: os fazendeiros, a Igreja e os militares. 
Também conhecemos o processo que envolveu o movimento negro e 
culminou nas leis de abolição da escravidão, resultando no fim da escravidão no 
Brasil. Assim como os problemas sociais advindos desse fim, que ainda hoje não 
foram totalmente resolvidos na sociedade brasileira. 
 
COMPARTILHANDO 
Leve adiante o que você viu na aula de hoje! 
Com certeza você conhece alguém que vai gostar de ouvir sobre esse 
assunto. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é 
compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e 
familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria 
você estará passando informações que são de interesse de todos. 
Bons estudos! 
 
https://www.youtube.com/watch?v=0ztb9wRp_J0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA 
DO BRASIL 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Álvaro Fonseca Duarte 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja muito bem-vindo à nossa terceira aula da disciplina de 
Formação Sócio-Histórica do Brasil . 
Nessa aula estudaremos o início da República no Brasil e o processo de 
consolidação de regime. Esse foi um período de grandes transformações na 
sociedade brasileira, que ficou marcado pelas revoltas causadas, entre vários 
motivos, pela incapacidade do governo em negociar com a sociedade. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A República no Brasil surgiu com um golpe aplicado pelos militares e sem 
a participação popular. Como vimos na aula anterior, o Governo imperial já havia 
perdido suas bases e como a sociedade não reagiu à queda da monarquia, a 
República, no início, precisou ser inventada. Portanto, construíram símbolos 
para “integrar” o povo ao novo regime, mas isso acabou não funcionando muito 
bem. 
A República mantém o caráter agrário-exportador do Brasil, com o café 
sendo o principal produto de exportação brasileira; nesse período vivemos, 
também, o auge da economia da borracha. Como as elites agrárias continuaram 
controlando o país politicamente, esse período ficou conhecido por República 
Oligárquica . 
Para entender melhor sobre o assunto, leia o artigo História econômica 
do Brasil na República Velha , a seguir. 
http://www.historialivre.com/revistahistoriador/um/marcos.pdf 
 
PESQUISE 
O novo regime começou com a criação de uma nova constituição, que 
ficou pronta em 1891. 
Quer conhecer a primeira Constituição Republicana e o que ela dizia? 
Acesse-a a seguir. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm 
 
A República das Oligarquias ocorreu no período entre 1894 e 1930, com 
o governo de Prudente de Morais, e teve um forte domínio das oligarquias na 
http://www.historialivre.com/revistahistoriador/um/marcos.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm
 
 
3 
política nacional, estas eram compostas, sobretudo, por ricos e poderosos 
proprietários rurais, principalmente da região sudeste do Brasil. 
As principais características políticas e econômicas do período foi o 
coronelismo, a política do café-com-leite, fraudes eleitorais — “voto de cabresto” 
—, o início do processo de industrialização do país, a formação da burguesia 
industrial urbana e do operariado — principalmente nas cidades de São Paulo e 
Rio de Janeiro —, a política dos Governadores e o tenentismo. 
O início da República foi marcado por uma série de movimentos e 
conflitos, especialmente das populações mais pobres contra o controle político 
do Governo (revolta da Armada, Federalista e Tenentismo). Em geral, esses 
conflitos surgiram da falta de percepção do governo acerca das questões sociais 
nacionais. 
Assista o vídeo a seguir, produzido pela TV Brasil, com o historiador Boris 
Fausto falando das características políticas desse momento da história 
brasileira. 
https://www.youtube.com/watch?v=mWbZdmQcSzY 
 
Aproveite para ler o Capítulo 3 — República e Coronelismo, do livro da 
disciplina, e compreender esse período da História do Brasil. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 
 
TROCANDO IDEIAS 
Como vimos, nesse período conhecido como República Oligárquica, a 
elite agrária utilizava-se de vários meios para se manter no poder, como o “voto 
de cabresto”, o controle sobre as eleições, a política de governadores, o 
coronelismo e a política do café-com-leite, entre outros. 
Hoje, em certa medida, temos mais liberdade, mas, mesmo assim, 
precisamos avançar muito para a chegarmos a uma democracia plena. Qual a 
sua opinião sobre esse assunto? 
Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtualde 
Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para 
debater, aprender e compartilhar ideias! 
https://www.youtube.com/watch?v=mWbZdmQcSzY
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php
 
 
4 
 
NA PRÁTICA 
A República Oligárquica foi um período de mudanças, marcado por 
conflitos e revoltas. Parece haver um abismo entre a população e o governo, que 
não atende as demandas dos vários segmentos da sociedade. 
 
SÍNTESE 
Podemos perceber que os primeiros anos da República no Brasil foram 
bastante conturbados, devido ao grande número de revoltas. Essas nascem da 
incapacidade do governo em lidar com os problemas sociais da República 
nascente. 
Na política, vimos os mecanismos utilizados pela elite para permanecer 
no poder e que o Brasil mantém o modelo econômico agrário-exportador, mas 
inicia também um processo um pouco mais consistente de industrialização 
devido a substituição de importações. 
 
COMPARTILHANDO 
Leve adiante o que você viu na aula de hoje! 
Com certeza você conhece alguém que vai gostar de ouvir sobre esse 
assunto. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é 
compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e 
familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria 
você estará passando informações que são de interesse de todos. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA 
DO BRASIL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Álvaro Fonseca Duarte 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja muito bem-vindo à nossa quarta aula de Formação Sócio-
Histórica do Brasil . 
Nesse encontro, estudaremos o processo de industrialização brasileiro e 
um dos períodos mais emblemáticos da história nacional: a Era Vargas. 
Entenderemos como esse período político conturbado influenciou nas mudanças 
socioculturais, no advento das leis trabalhista e na era do Rádio. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Getúlio Vargas governou o Brasil, continuamente, por 15 anos (de 1930 a 
1945), marcando esse período na história brasileira pelas inúmeras 
transformações sociais e econômicas que ele fez no país. 
A Era Vargas teve início com a Revolução de 1930, onde expulsou do 
poder a oligarquia cafeeira, e foi dividida em três momentos: 
1. Governo Provisório (1930 a 1934) 
2. Governo Constitucional (1934 a 1937) 
3. Governo Ditatorial ou Estado Novo (1937 a 1945) 
 
Politicamente, Getúlio Vargas se manteve no poder através de vários 
golpes, contragolpes e de uma política que mesclava o Fascismo europeu e o 
Populismo latino-americano. Para entender mais sobre o governo Vargas leia, a 
seguir, a entrevista com o professor doutor Carlos Lessa. 
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534584-a-reinvencao-da-era-
vargas-e-o-desenvolvimento-nacional-entrevista-especial-com-carlos-lessa 
 
PESQUISE 
Durante os quinze anos da Era Vargas houve um grande investimento na 
industrialização no país, promovido pelo próprio Estado brasileiro. Como a 
produção interna começou a substituir as importações, a indústria de base 
alcançou um grande crescimento. 
Em 1939, foi descoberto, na Bahia, a primeira jazida de petróleo do Brasil, 
a partir dessa descoberta seguiram-se anos de nacionalismo, com o estado 
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534584-a-reinvencao-da-era-vargas-e-o-desenvolvimento-nacional-entrevista-especial-com-carlos-lessa
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534584-a-reinvencao-da-era-vargas-e-o-desenvolvimento-nacional-entrevista-especial-com-carlos-lessa
 
 
3 
controlando a produção nacional de petróleo e com a produção de organismos 
que permitiram ampliar a variedade de produtos agrícolas para exportação. 
Aproveite para ler o Capítulo 4 — Industrialização no Brasil, do livro da 
disciplina, e compreender esse processo. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 
 
Getúlio Vargas praticava uma política populista, o que levou a ser 
chamado de “pai dos pobres”, mas despeito disso o seu governo repreendeu, 
perseguiu, prendeu, torturou e exilou intelectuais e políticos contrários aos seus 
preceitos. 
Como vimos, esse é o período de início do Populismo, que se tornará uma 
das características dos futuros governos brasileiros. Para entender mais sobre 
esse conceito, leia o artigo a seguir. 
http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n17/a11n17.pdf 
 
A Era Vargas foi também a era de ouro do rádio, com a fundação da Rádio 
Nacional do Rio de Janeiro, em 1936, um marco na história do país, que foi 
utilizado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda para divulgar os ideais 
do regime, entre eles a dicotomia entre o “malandro” e o “trabalhador”. 
A valorização do “trabalhador” é um dos carros chefes do governo, que 
criou as leis trabalhistas e queria espalhar esse ideal pela sociedade. Até o 
samba foi influenciado por essa ideologia. 
 
TROCANDO IDEIAS 
O governo Vargas é, até hoje, bastante controverso. 
Por um lado, temos a criação das leis trabalhistas e a defesa dos 
trabalhadores. De outro, temos a perseguição aos inimigos do regime, a censura 
e a suspensão das eleições. E você, depois de ter estudado sobre esse assunto, 
como vê a Era Vargas? 
Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para 
debater, aprender e compartilhar ideias! 
 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php
http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n17/a11n17.pdf
 
 
4 
NA PRÁTICA 
Os anos entre 1930 e 1940 foi um período de grandes mudanças na 
sociedade brasileira, onde houve a construção de uma nova noção do que é ser 
brasileiro. É, também, quando surgem as leis trabalhistas, que estão sendo 
questionadas atualmente. 
 
SÍNTESE 
Nessa aula estudamos sobre a Era Vargas (1930-1945), que foi uma 
época marcada pela criação das bases para o desenvolvimento industrial 
brasileiro, pela consolidação das leis trabalhistas e de mudanças culturais 
importantes — momento em que se criou uma “nova” imagem, uma “nova” 
identidade, do que é o Brasil. 
Analisamos, também, as várias artimanhas políticas que Getúlio Vargas 
utilizava para se manter no poder durante quinze anos ininterruptos, 
manipulando tanto as classes trabalhadoras como a elite burguesa. 
 
COMPARTILHANDO 
Leve adiante o que você aprendeu na aula de hoje! 
Com certeza você conhece alguém que vai gostar de ouvir sobre esse 
período da Era Vargas. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus 
conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou 
pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de 
hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de 
interesse de todos. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA 
DO BRASIL 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Álvaro Fonseca Duarte 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja muito bem-vindo à nossa quinta aula de Formação Sócio-
Histórica do Brasil . 
Nesse encontro estudaremos o Nacional-desenvolvimentismo e o período 
conhecido como República Liberal (1945-1964); bem como as mudanças sociais 
e culturais que ocorreram durantes esses anos. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A República Liberal acaba em 1964 com o golpe militar, esse gestado ao 
longo do governo João Goulart, porém com suas bases na tentativa de golpe ao 
governo de Getúlio Vargas, dez anos antes. 
Para compreender o processo do golpe, leia o artigo Colapso do 
Populismo e Regime Militar no Brasil a seguir. 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67404/70014 
 
Assista ao especial A vida e a cultura no Brasil em 1964 e conheça 
como era a sociedade brasileira antes do golpe militar. 
https://www.youtube.com/watch?v=7FHeI7TuZj8 
 
PESQUISE 
O nacional-desenvolvimentismo foi adotado pelos governos do períodoentre 1945 e 1964, pois esses visavam diminuir as defasagens nacionais a fim 
de desenvolver o país. 
Par compreender a definição da expressão nacional-desenvolvimentismo 
leia o texto a seguir. 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_nacional_
desenvolvimentismo.htm 
 
Os anos entre 1945 e 1964 ficaram conhecidos como República Liberal 
por ser, até então, o período mais longo de democracia. Apesar das várias 
tentativas de golpes, do suicídio de um presidente e da renúncia de outro após 
sete meses de governo, durante esses 19 anos ocorreram eleições regulares 
para todos os cargos políticos. 
Para compreender sobre esse período, leia o artigo 1946 – 1964: a 
experiência democrática no Brasil . 
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67404/70014
https://www.youtube.com/watch?v=7FHeI7TuZj8
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_nacional_desenvolvimentismo.htm
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_nacional_desenvolvimentismo.htm
 
 
3 
http://www.scielo.br/pdf/tem/v14n28/a01v1428.pdf 
 
Esse foi um período de efervescência cultural, com o surgimento da Bossa 
Nova, da Jovem Guarda, do Cinema Novo, do Teatro Arena e dos Centros de 
Cultura Popular. Também foi uma época de mudanças sociais, da construção de 
Brasília e do crescimento das cidades por causa da industrialização. 
Para conhecer mais um pouco sobre esse momento assista o 
documentário a seguir e preste bastante atenção nas imagens da época. 
https://www.youtube.com/watch?v=j9FRIGu5BL0 
 
Aproveite para ler o Capítulo 5 — Ditadura Militar e redemocratização do 
Brasil, do livro da disciplina, e compreender esse processo. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 
 
TROCANDO IDEIAS 
O nacional-desenvolvimentismo tinha como base o Estado como o 
propulsor da economia. Isso significava uma interferência direta desse nos 
assuntos econômicos, incentivando a entrada de capital estrangeiro no país e 
desestimulando a modernização da indústria nacional. 
Na sua opinião, qual o papel do Estado no desenvolvimento 
econômico? Deve intervir ou não? 
Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para 
debater, aprender e compartilhar ideias! 
 
NA PRÁTICA 
Esse período entre 1945 e 1964, de efervescência cultural, ajudou a 
construir a nossa imagem no exterior. O Cinema Novo ganhou os principais 
prêmios do cinema mundial, a bossa nova ficou imortalizada na voz de Frank 
Sinatra e se tornou, ao longo do tempo, uma das músicas mais tocadas no 
mundo. Ganhamos duas Copas do Mundo seguidas, havia todo um clima de 
otimismo no ar e o desenvolvimento econômico do período ajudou a estabelecer 
nossa imagem. 
 
http://www.scielo.br/pdf/tem/v14n28/a01v1428.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=j9FRIGu5BL0
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php
 
 
4 
SÍNTESE 
Nessa aula estudamos o Período Democrático (1945-1964), época de 
desenvolvimento econômico que lançou as bases para o crescimento dos anos 
seguintes. Na cultura, observamos que foi o momento onde houve uma grande 
ebulição, representando o otimismo desse período. E, politicamente, tivemos o 
mais longo período democrático interrompido pelo golpe de 1964, que deu início 
à Ditadura Civil Militar. 
 
COMPARTILHANDO 
Leve adiante o que você aprendeu na aula de hoje! 
Com certeza você conhece alguém que vai gostar de conhecer um pouco 
mais sobre esse período da história. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir 
seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou 
pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de 
hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de 
interesse de todos. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA 
DO BRASIL 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Álvaro Fonseca Duarte 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja muito bem-vindo à nossa última aula de Formação Sócio-
Histórica do Brasil . 
Hoje conheceremos como a Ditadura Civil Militar se estabeleceu e 
governou o país. Além disso, veremos as formas de resistência ao regime e os 
movimentos de luta, a reabertura política, o fim do regime militar e os anos finais 
do século XX. 
Boa aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A Ditadura Civil Militar teve seu início com o golpe em 1964, como vimos 
na aula anterior. A partir disso, os militares assumiram o poder e governaram 
através dos Atos Institucionais. 
No período da Ditadura Militar os governantes se mantinham no poder, 
muitas vezes, por meio da repressão. Essa se dava de maneira física, através 
da tortura e, também, da censura, da exoneração de servidores públicos e de 
outras formas de perseguição. Esse período foi marcado também pelos 
movimentos de resistência e luta contra a Ditadura. 
Para compreender melhor esse período a partir do ponto de vista de quem 
sofreu repressão, assista ao documentário sobre os filhos de guerrilheiros e 
sobre a luta de seus pais. 
https://www.youtube.com/watch?v=Iy5yRNYsUzI 
 
PESQUISE 
Os primeiros anos da Ditadura Militar foram conhecidos pelo grande 
crescimento econômico, conhecido como “Milagre Brasileiro”; as bases para 
isso estavam nos anos do nacional-desenvolvimentismo, que prepararam o 
terreno para o crescimento do período. A partir de 1973, o Brasil e o mundo 
entram em uma grave crise econômica, que vai levar, na década de 1980, aos 
anos perdidos: época de descontrole da inflação, moratória, controle dos 
preços e dos famosos “planos econômicos” do governo Sarney. 
Aproveite para ler os Capítulos 5 — Ditatura Militar e redemocratização 
do Brasil e 6 — A modernização econômica do Brasil e o cenário político mundial, 
do livro da disciplina. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 
https://www.youtube.com/watch?v=Iy5yRNYsUzI
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php
 
 
3 
 
A crise e o desgaste do regime ajudaram a acabar com os governos 
militares. Assista ao especial da TV Cultura e compreenda mais sobre esse 
processo de redemocratização do Brasil. 
https://www.youtube.com/watch?v=XxWhON7BPlk 
 
A partir da redemocratização, os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC 
estavam preocupados com a estabilização da economia. Muitos planos 
econômicos foram lançados nesses quase dez anos (1985-1994). Para saber 
mais sobre esse assunto, leia o artigo a seguir. 
http://www.spell.org.br/documentos/download/12335 
 
TROCANDO IDEIAS 
“Regimes ditatoriais só terminam quando as instituições competentes 
promovem o julgamento público de suas lideranças, sob o amplo debate da 
sociedade. A ruptura histórica fundadora do processo de redemocratização 
depende de uma inflexível condenação do período antecedente”. (SCALZILLI, 
Guilherme. Caros Amigos . Ano XII, edição 138. Set. 2008) 
A Lei da Anistia livrou do julgamento os que lutaram contra a 
Ditadura, mas também os militares que torturaram e assassinaram. Você 
acredita que a lei da Anistia deve ser revista? 
Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para 
debater, aprender e compartilhar ideias! 
 
NA PRÁTICA 
O regime militar deixou muitas marcas na sociedade brasileira que ainda 
não foram curadas, como a corrupção, a impunidade e a violência policial. A 
Comissão Nacional da Verdade elencou uma série de recomendações a fim de 
enfrentarmos e tentarmos sanar as marcas desse período tenebroso da nossa 
história. 
Conheça o trabalho da Comissão Nacional da Verdade acessando o ícone 
a seguir. 
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio_versao_final18-02.pdf 
 
https://www.youtube.com/watch?v=XxWhON7BPlk
http://www.spell.org.br/documentos/download/12335
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio_versao_final18-02.pdf4 
SÍNTESE 
Nesse último encontro estudamos sobre a Ditadura Militar, que contou 
com o apoio de elementos da sociedade civil para chegar e se manter no poder; 
repreendendo todos que questionassem o regime. Além disso, observamos as 
formas de resistências à Ditadura — da luta armada aos movimentos sindicais e 
religiosos —, bem como o processo de redemocratização e as tentativas de 
estabilização da economia. 
 
COMPARTILHANDO 
Leve adiante o que você aprendeu na aula de hoje! 
Com certeza você conhece alguém que vai gostar de conhecer um pouco 
mais sobre esse período de Ditadura Militar no Brasil. E uma boa opção para 
ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas 
redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo 
visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações 
que são de interesse de todos. 
Bons estudos! 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Serviço Social 
 
Fundamentos Históricos e Teórico 
Metodológicas do Serviço Social – 
Dimensão Histórica 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Profª. Jussara M. de Medeiros 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
 
Conversa inicial 
 
Caras alunas e caros alunos. É com imensa satisfação que iniciaremos a 
nossa jornada na trajetória histórica do Serviço Social, destacando o processo 
de consolidação do capitalismo, que se dá na formação do Estado Moderno, 
que vai dos séculos XVII ao XIX, quando se desenvolve o capitalismo 
concorrencial, em sua fase mercantil e industrial. 
Nesta aula, você vai compreender o processo de consolidação do 
capitalismo, a consequente formação da classe trabalhadora e sua relação com 
o Serviço Social e com a questão social. 
Neste início, vamos pensar na influência doutrinária da Igreja Católica no 
Serviço Social e nas escolas americana e europeia, que vão ter uma grande 
interlocução com o Serviço Social no Brasil, o que, é claro, veremos mais para 
frente! 
Assista à introdução da professora Jussara de Medeiros sobre esse 
assunto no material online. 
Contextualizando 
 
Bom, sempre nas primeiras aulas de Serviço Social, perguntamos aos 
estudantes por que procuraram este curso. Qual seria sua resposta? 
Ajudar os outros? Convicções religiosas? Experiências positivas, com o 
atendimento de outro profissional, que te levaram a desejar seguir esta 
profissão? Exemplo de um parente assistente social ou alguém que trabalha na 
sua empresa? Você trabalha com política pública e convive diariamente com o 
atendimento deste profissional? Seja qual for, observa-se que estas convicções 
estão interligadas com a história da nossa profissão, com a identidade do 
Serviço Social. Para a professora assistente social Maria Lucia Martinelli, os 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
modos de produção da identidade profissional, como categoria histórica, social 
e política, estão profundamente relacionadas com o Movimento da História, de 
forma geral (MARTINELLI, 1991). 
Assim, ao pensar nesta trajetória, vamos relacionar estas categorias 
com as nossas motivações para nos tornarmos profissionais de Serviço Social. 
Pense nisso e, ao final, voltaremos a essas questões. 
Assista à contextualização da professora Jussara sobre esse tema 
no material online. 
 
Tema 1: Pensando em Conceitos: do feudalismo ao capitalismo 
 
Na apresentação da aula, nos referimos ao capitalismo mercantil. Como 
vamos tratar da consolidação do capitalismo, é importante compreendermos 
que este tem diferentes tempos históricos. De acordo com BEHRING e 
BOSCHETTI (2006) os períodos que se dividem o modo de produção 
capitalista são: (Clique nas palavras destacadas): 
 Capitalismo concorrencial: século XIX, a partir de 1848 (revolução do 
vapor); 
 Imperialismo clássico: fins do século XIX até a 2ª Guerra Mundial 
(monopolização do capital); 
 Capitalismo tardio: pós-45 até dos dias de hoje (automação, 
aprofundamento da monopolização e intervenção estatal). 
Para compreendermos a ascensão do capitalismo, tal como ele está 
organizado, voltamos a pensar na organização da sociedade feudal, que ocorre 
entre os séculos V e XV, após a queda do Império Romano. Nesta sociedade, 
as relações de troca eram simples e havia uma estrutura política definida, ou 
seja, a sociedade feudal era formada pela aristocracia proprietária de terra (alto 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
clero e nobreza) e pela massa de camponeses. Há uma forte influência da 
Igreja Católica que detém várias terras, consideradas como riqueza. O feudo 
era do domínio do senhor feudal e havia uma relação estabelecida de troca, 
visto que o trabalhador rural é servo do proprietário (senhor feudal). 
Para BEHRING e BOSCHETTI (2006), as sociedades pré-capitalistas 
não privilegiavam as forças de mercado e assumiam algumas 
responsabilidades sociais, não com o fim de garantir o bem comum, mas com o 
intuito de garantir a ordem social e punir a vagabundagem. Ao lado da caridade 
privada e das ações filantrópicas, algumas ações pontuais são identificadas 
como protoformas de políticas sociais. Assim, havia alguns atendimentos aos 
mais pauperizados de forma pontual. O termo “protoforma de política social” 
indica que há uma preocupação na assunção de problemas sociais, mais não 
de forma organizada pelo Estado. 
Com o desenvolvimento do capitalismo mercantil, as trocas se tornam 
mais complexas, pois as relações vão sendo caracterizadas pela questão 
comercial. 
A separação entre os camponeses e a terra, entre o 
produtor e os meios de produção, vai infiltrando-se 
sorrateiramente, fazendo-se acompanhar de seu habitual 
corolário, a divisão social do trabalho. Iniciando-se com 
uma primeira ruptura entre fiação e tecelagem, torna-se a 
cada momento mais complexa, determinando novas e 
crescentes divisões. Aquela economia natural da 
sociedade medieval entra em compasso de 
descaracterização progressiva, sendo aceleradamente 
substituídas por novas formas de troca, que acentuam a 
separação entre o proprietário e o produtor (Martinelli, 
1991, p.31). 
 
Assim, a autora destaca que as trocas antes mais simples vão tendo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
outras características, pois tem como objetivo a acumulação de lucros e 
riqueza. Os centros de poder se deslocam dos feudos para os burgos. A 
burguesia vai acumulando riqueza e aumentando seu poder político, criando 
uma nova força assalariada e destituída dos meios de produção. De camponês 
a tecelão agrícola, e em seguida para trabalhador assalariado, esta classe 
empobrecida de camponeses, pequenos produtores e artesãos não teve como 
escapar das malhas da oligarquia burguesa, despontando já na segunda 
metade do século VI como trabalhadores assalariados, portanto, como 
proletários, no sentido etimológico do termo (MARTINELLI, 1991, p. 32). 
 Nessa fase, há uma crescente necessidade de mão-de obra e os 
camponeses são expulsos da terra tendo que se subordinar aos donos do 
capital, protegidos pelas legislações da época. Assim, no período que vai do 
século XVII ao século XIX, desenvolve-se o capitalismo na sua fase 
concorrencial. Veja o vídeo sobre a Revolução Industrial e a forma como se dá 
a criação das máquinas no capitalismo. 
https://www.youtube.com/watch?v=TtDgBoky3fo 
 
A professora Jussara fala mais sobre os conceitos da Assistência 
Social, principalmente da transição do feudalismo para o capitalismo, no 
material online. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=TtDgBoky3fo
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
 
Tema 2: Revolução Industrial e Questão Social 
 
Já vimos o processo de expansão do capitalismo, com a 
comercialização crescente. Vejamos as legislações que regulavam os 
trabalhadores, desde aépoca feudal: 
 Estatuto dos Trabalhadores (1349): a atribuição do salário era 
privativa da autoridade local e independente de qualquer 
negociação; 
 Estatuto dos Artesãos (1563): impedia qualquer tipo de associação 
entre os aprendizes de ofício; 
 Lei dos Pobres (1597): declarava indigentes e retirava o direito de 
cidadania econômica daqueles que fossem atendidos pelo sistema 
de assistência pública. Eles deviam ficar confinados em Casas de 
Correção e podiam ser cedidos para suprir escassez de mão de 
obra. Eram obrigados a realizar todo tipo de trabalho, independente 
do salário; 
 Lei do Domicílio (1662): determinava que todo indivíduo que 
mudasse de paróquia poderia ser expulso, privando assim o cidadão 
do direito de locomoção; 
 Speenhamland Act (1795): estabelecia o pagamento de um abono 
financeiro, em complementação aos salários, cujo valor se baseava 
no preço do pão e proibia a mobilidade geográfica da mão de obra. 
 Lei Revisora da Lei dos Pobres ou Nova Lei dos Pobres: foram 
criadas as casas de trabalho e instituídas as Caixas de Pobres, para 
concessão de auxílio semanal ou mensal. A concessão de auxílio 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
dependia de rigoroso inquérito da vida pessoal e familiar. 
Com a criação das máquinas e a expansão da produção, torna-se 
necessário a ampliação da mão de obra operária. O trabalhador, porém, não 
era livre para circular pelo mercado, devido ao Estatuto dos Aprendizes, que 
impedia a Associação dos Trabalhadores e a Lei do Assentamento, em que o 
trabalhador ficava subordinado ao senhor feudal e impedido de se deslocar. 
(MARTINELLI, 1991) 
A Lei dos Pobres de 1597 era ainda mais rigorosa, determinando que os 
atendidos pelo sistema de assistência pública vivessem confinados. Clique no 
botão a seguir e leia o que MARTINELLI diz sobre esse assunto. 
Nesses locais, denominados Casas de Correção, pois a pobreza era 
considerada geneticamente um problema de caráter, os indivíduos eram 
obrigados a realizar todo tipo de trabalho, independentemente de salário, uma 
vez que o atendimento pela Lei dos Pobres implicava a destituição da 
cidadania econômica. Sem nenhum domínio sobre sua própria vida, podiam 
inclusive ser cedidos, independentemente de ônus para os cofres públicos, 
para suprir a escassez de mão de obra (MARTINELLI, 1991, p. 56). 
Em relação a estas leis, observe que as mais antigas impedem o direito 
de ir e vir, o que não era conveniente para a burguesia. Os impostos eram 
determinados pelos donos do feudo e a locomoção para a comercialização era 
difícil, pois os preços eram variados e impediam o lucro. Dessa forma, os 
burgueses vão pressionar o Estado para revogar as leis que impediam o 
acúmulo do capital, mantendo em contrapartida as leis que os beneficiavam. 
Por exemplo, eles apoiavam o Estatuto dos Trabalhadores, que excluía o 
trabalhador de sua vida trabalhista. 
A atribuição de salário, de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores, era 
privativa da autoridade local e independente de qualquer negociação. Assim, o 
recrutamento da força de trabalho podia ser feita de forma coercitiva, sendo 
proibido ao homem ou a mulher de até 60 anos de idade, não inválidos, sem 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
meio de sustento próprios recusar trabalho, qualquer que fosse o salário 
(MARTINELLI, 1991, p.57). 
A recusa, se denunciada, implicava no recolhimento à Casa de 
Correção, e a perda da cidadania. Com a mudança da Lei dos Pobres, o 
trabalhador não ficava mais confinado à Casa de Correção, caso acessasse 
“novas” Casas de Trabalho para concessão de auxílio mensal ou semanal. 
Porém, para acessar esses locais, era realizado um inquérito da sua vida 
familiar e, novamente, o solicitante tinha que assumir-se como dependente do 
poder público, com uma vida regulada por normas (MARTINELLI, 1991). 
Apesar do caráter rigoroso da mudança da Lei dos Pobres, a sua 
abolição foi uma conquista importante e as lutas dos trabalhadores ampliaram-
se. Observe o quadro a seguir, que localiza as características da Revolução 
Industrial, nos séculos XVIII e XIX: 
 
Observa-se o destaque das questões relativas ao início da primeira 
revolução na Inglaterra e posteriormente em outros países. Para ilustrar a 
questão das máquinas e da produção, assista ao filme “Tempos Modernos” que 
mostra Chaplin, representando seu personagem Carlitos em uma produção em 
série numa fábrica, e as consequências que esse método de trabalho acarreta 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
para o trabalhador. 
O filme também retrata a história de uma jovem e suas irmãs, com o pai 
desempregado. A vida fica ainda mais difícil quando este morre em um conflito. 
https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E 
Pense nas contradições decorrentes deste novo sistema econômico e 
político. Neste contexto, surge a questão social. Clique no botão a seguir e 
leia o que IAMAMOTO diz sobre esse assunto. 
A questão social não é senão as expressões do processo 
de formação e desenvolvimento da classe operária e seu 
ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu 
reconhecimento como classe por parte do operariado e do 
Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da 
contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual 
passa a exigir outros tipos de intervenção, além da 
caridade e da repressão. O Estado passa a intervir 
diretamente nas relações entre o empresariado e a classe 
trabalhadora, estabelecendo não só uma regulamentação 
jurídica no mercado de trabalho, através da legislação 
social e trabalhista específicas, mas gerindo a 
organização e prestação de serviços sociais, como um 
novo tipo de enfrentamento da questão social. 
(IAMAMOTO, 1983, p 77.) 
 
BEHRING e BOSCHETTI (2006) apontam que na segunda metade do 
século XIX, a força de trabalho reagiu à exploração extenuante e à exploração 
de trabalho de mulheres, crianças e idosos. A luta de classes irrompeu, 
impondo a questão social. A exploração do trabalhador trouxe várias 
consequências, como a pauperização deste e outros fenômenos como a fome, 
a falta de moradia, o aumento de doenças, a desigualdade social, dentre 
outras. Assim, o Estado atuava junto com o capital, mas de forma reduzida. 
 
A questão social não é senão as expressões do processo 
de formação e desenvolvimento da classe operária e seu 
ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu 
reconhecimento como classe por parte do operariado e do 
Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da 
contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual 
https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
passa a exigir outros tipos de intervenção, além da 
caridade e da repressão. O Estado passa a intervir 
diretamente nas relações entre o empresariado e a classe 
trabalhadora, estabelecendo não só uma regulamentação 
jurídica no mercado de trabalho, através da legislação 
social e trabalhista específicas, mas gerindo a 
organização e prestação de serviços sociais, como um 
novo tipo de enfrentamento da questão social. 
(IAMAMOTO, 1983, p 77.) 
 
MARTINELLI (1991) afirma que a caminhada histórica dos trabalhadores 
produz importantes resultados, dentre eles: 
 O trânsito de “condição de classe” para “natureza de classe” da 
classe trabalhadora, levando-a a discernir com mais clareza a 
natureza de seu papel revolucionário; 
 A importância da construção de alianças, para consecução dos 
objetivos buscados pelos trabalhadores; 
 O domínio do capital sobre o trabalho começa a ser contestado e 
repudiado pelos trabalhadores; 
 Os trabalhadores tinham consciência de que por meio de suas 
manifestações, podiam pressionar a burguesia e também o poder 
público para atingir seus objetivos. 
Para ilustrar a consciência dos trabalhadores em relação a sua 
condição, vamos realizaruma reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher e 
como foi sua origem. Acesse ao vídeo indicado. 
https://www.youtube.com/watch?v=oxOD_G5lTCw 
 
Historicamente, o trabalho das mulheres e das crianças foi mais 
desvalorizado em relação ao trabalho masculino. A esfera produtiva era 
considerada como lócus da produção da riqueza, espaço masculino e a esfera 
reprodutiva eram as atividades necessárias para garantir a manutenção e 
reprodução da força de trabalho, portanto espaço feminino. Porém a mulher 
https://www.youtube.com/watch?v=oxOD_G5lTCw
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
sempre foi responsável pelo trabalho produtivo e reprodutivo e ainda é 
explorada duplamente no capitalismo. 
Estas questões estabeleceram visivelmente a luta de classes e passou a 
exigir uma intervenção além da repressão e da caridade. Para IAMAMOTO e 
CARVALHO (1983), o Serviço Social se desenvolveu como profissão 
reconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o 
desenvolvimento do capitalismo industrial e a expansão urbana. 
Em relação ao mundo precarizado do trabalho, leia o texto de Ricardo 
Antunes, disponível a seguir. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-
37171999000100008&script=sci_arttext 
 
Agora é com a professora Jussara! Ela fala mais sobre a revolução 
industrial e a questão social no material online. Não perca! 
 
Tema 3: Questão Social e Serviço Social 
 
Vimos que a relação de exploração que se estabeleceu com o 
capitalismo criou uma nova classe e tem como consequência a questão social. 
Agora, vamos relacionar este fato com a criação da profissão de Serviço 
Social. Bem, MARTINELLI cita duas grandes tendências (comentadas por Karl 
Marx) de economistas para amenizar a questão social: A Escola Humanitária e 
a Filantrópica. 
 “ A Escola Humanitária é a que lastima o lado mau das relações de 
produção atuais. Para tranquilidade de sua consciência, esforça-se para 
amenizar o mais possível os contrastes reais; deplora sinceramente as 
penúrias do proletariado e a desenfreada concorrência entre os burgueses; 
aconselha os operários a serem sóbrios, trabalharem bem e terem poucos 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37171999000100008&script=sci_arttext
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37171999000100008&script=sci_arttext
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
filhos; recomenda aos burgueses que moderem seu furor na esfera da 
produção.” (MARX, Karl. Miseria de la filosofia. Trad. Dalmacio Negro Pavon. 
Madrid, Agiuillar, 1969, citado em Martinelli, 1991, p. 63.). 
 “A Escola Filantrópica é a escola humanitária aperfeiçoada. Nega a 
necessidade dos antagonismos; quer converter todos os homens em 
burgueses e aplicar a teoria, desde que esta se diferencie da prática e não 
contenha antagonismos. É evidente que na teoria é fácil fazer abstrações das 
contradições que se encontram a cada momento na realidade. Essa teoria 
equivaleria, então, a realidade idealizada. Em consequência, os filantropos 
querem conservar as categorias que expressam as relações burguesas, porém, 
sem o antagonismo que constitui a essência dessas categorias, que é 
inseparável delas.” (MARX, Karl. Miseria de la filosofia. Trad. Dalmacio Negro 
Pavon. Madrid, Agiuillar, 1969, citado em Martinelli, 1991, p. 63.). 
Pense em quais características as escolas têm em comum nesses 
extratos. Ambas buscam negar os antagonismos. A Escola Humanitária ainda 
determina o “correto” na forma de se comportar dos proletários, por exemplo, 
ter poucos filhos, não beber... Em ambas as escolas, busca-se negar as 
contradições da sociedade capitalista e estabelecer a existência de uma 
relação democrática, que pode ser apaziguada com o esforço de cada um. As 
relações de exploração do capital não se evidenciam neste discurso. Assim, 
para domesticar este trabalhador é necessário utilizar como estratégia a 
alienação “elemento fundante da existência social no mundo capitalista, de 
acordo com Martinelli. Clique no botão a seguir e leia a citação da autora sobre 
esse assunto. 
Produzida pela dinâmica da própria sociedade burguesa como um 
mecanismo de autopreservação, a alienação terna-se uma determinação 
objetiva da vida social no mundo de produção capitalista. Penetrando na 
consciência das pessoas, leva-as a não mais se reconhecerem nos resultados 
ou produtos de sua atividade, a se tornarem alheias, estranhas, alienadas, 
enfim, até mesmo a realidade onde vivem. (MARTINELLI, 1991, p. 62) 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
A preocupação com a questão social une Burguesia, Estado e Igreja, 
para coibir as manifestações políticas e sociais. Na Inglaterra, o resultado 
dessa união foi o surgimento da Sociedade de Organização da Caridade em 
Londres que surge, em 1869, congregando os reformistas sociais, que 
passavam agora a assumir formalmente a responsabilidade pela racionalização 
e pela normatização da prática de assistência. 
O Serviço Social já surge no cenário histórico com uma 
identidade atribuída, que expressava uma síntese das 
práticas sociais pré-capitalistas repressoras e 
controladoras e dos mecanismos e estratégias produzidas 
pela classe dominante para garantir a marcha 
expansionista e a definitiva consolidação do sistema 
capitalista. (MARTINELLI, 1991, p.66) 
 
Esta questão é de suma importância, pois o Serviço Social tem na sua 
origem a marca do capitalismo, um instrumento importante da burguesia. Por 
isso NETTO realiza uma crítica às análises da profissão que veem o Serviço 
Social como uma “evolução da ajuda”. Para o autor, o Serviço Social é 
“indivorciável” da ordem monopólica, já que existe uma relação entre o Serviço 
Social profissional e as formas filantrópicas e assistenciais desenvolvidas pela 
emergência da sociedade burguesa. 
“É uma relação complexa, que compreende um universo político e teórico 
cultural que se apresentam no pensamento conservador, por outro lado, 
envolvem intervenções características do caritativismo. A influência da Igreja 
Católica afeta também o Serviço Social. Porém, a profissionalização não é uma 
continuação da visão da caridade”. (NETTO, 2001, p. 70). 
Assim, vamos compreender as influências trazidas pela Igreja e pela 
caridade na formação do Serviço Social, porém, sem afirmar que a profissão 
seria um mero desenvolvimento da visão de caridade. Isto posto, muitas 
práticas de repressão, de exploração e dominação política foram realizados 
sob a dominação da caridade. 
O Serviço Social tem um significado social na sociedade capitalista, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
como um dos elementos que participa da reprodução das relações de classes e 
do relacionamento contraditório entre elas. É uma especialização do trabalho 
coletivo dentro da divisão social do trabalho peculiar a sociedade industrial. 
Assim, é necessário apreender as implicações sociais que conformam as 
condições desse exercício profissional na sociedade atual (IAMAMOTO E 
CARVALHO, 1983). 
Quer saber mais sobre a questão social e o serviço social? Então 
confira à explicação da professora Jussara, no material online. 
 
Tema 4: Influências no Serviço Social 
 
Para compreender como se dá as influências no Serviço Social, vamos 
pensar nos contextos que influenciaram o início desta profissão. Em relação à 
sociedade de organização da caridade, esta entendia que só coibindo as 
práticas da classe dos trabalhadores, impedindo suas manifestações coletivas 
e mantendo um controle sobre a “questão social”, é que se poderia assegurar o 
funcionamento social adequado. Assim, de acordo com Martinelli, o Serviço 
Social sofre as seguintes influências: 
 John Brunnel Davis, em 1816, fundou em Londres um Centro de 
Proteção à Infância, baseando-se nos ensinamentos do humanista 
católico espanhol Juán Luiz Vivas. Também organizou um grupo devisitadoras sociais. A influência de Vivés se faz presente também 
nas iniciativas do pastor Thomas Chalmers, inglês radicado em 
Glasgow que defendia em sua paróquia a ideia da caridade tornar-se 
uma ciência. 
 Jeremy Bentham, filantropo inglês propôs em Londres, no final do 
século XVlll, a criação de um Ministério de Saúde Pública, 
englobando as áreas de higiene e a educação (atividades 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
complementares da assistência). 
 Florence Nightingale, em 1851, membro da mais alta sociedade 
inglesa, tendo tomado conhecimento dos trabalhos que se 
desenvolviam na Alemanha pelas diaconistas e na França pelas 
irmãs de caridade, resolveu estagiar naqueles locais para melhor 
conhecê-los. Em ambos, estava presente a preocupação com os 
doentes e com os pobres e a visita domiciliar, como forma de 
atenuar seus sofrimentos físicos e sociais. A influência de Florence 
Nightingale, situando a visita domiciliar como um dos mais eficientes 
instrumentos para a realização das ações educativas foi marcante 
no processo de racionalização da assistência e sua organização em 
bases científicas. 
 Octavia Hill, em 1865, em Londres iniciou um trabalho de educação 
familiar e social com os moradores de três casas. Os resultados 
deste trabalho animaram o filantropo Edward Denison a realizá-lo 
em outro bairro de Londres ampliando-o para as questões de higiene 
e saúde, já que era médico. Os trabalhos pioneiros de educação 
familiar e social de Octavia Hill e seus colaboradores constituíram 
importantes referências para o desenvolvimento da ação social com 
famílias de operários. 
A Sociedade de Organização da Caridade adotou e difundiu a ideia de 
assistência social como “reforma de caráter”. Solidarizando-se com essa ideia, 
em 1875, Charles Loch retomou as práticas de educação familiar (iniciadas por 
Octavia Hill) enfatizando o fato de se ter um local destinado ao atendimento da 
classe trabalhadora ou dos segmentos mais pauperizados da população. 
Em 1884, o pastor Samuel Barnett e sua esposa Henriette Rouland, 
colaboradora de Octavia Hill, criaram em Londres um Centro de Ação Social. 
Este organismo passou a ser divulgado como o mais adequado para a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
realização da prática social: o seettlement inglês, precursor das agências e 
centros sociais. (MARTINELLI, 1991) 
Antes mesmo de finalizar a década de 1880, o Estado burguês passou a 
receber em suas instituições de saúde o assistente social como colaborador de 
suas equipes. Em 1882, Josephine Shaw Lowell fundou em Nova Iorque a 
primeira sede americana da sociedade. Na Sociedade de Organização da 
Caridade havia muitas manifestações contra o uso do inquérito domiciliar com 
fins coercitivos e repressivos. Octavia Hill, em Londres, e Josephine Shaw 
Lowell, em Nova Iorque, defenderam em diferentes ocasiões a sua utilização, 
tanto para regularizar a concessão de auxílios, quanto para promover a 
reintegração social do indivíduo, conforme proposta de Nightingale. 
(MARTINELLI, 1991) 
Edward Devine posicionou-se em 1897 mostrando a importância de se 
lutar não só pelo uso adequado do inquérito domiciliar, como também pela 
qualificação dos visitadores sociais. Na fase final do século XIX há uma grande 
preocupação com a qualificação dos agentes profissionais nas Sociedades de 
Organização da Caridade. (MARTINELLI, 1991) 
Pensando no Serviço Social norte americano, conhecemos Mary 
Richmond (1866- 1928). Ela introduziu a visita domiciliar no Serviço Social com 
base na influência de Florence Nightingale (fundadora da enfermagem que 
utilizava como estratégia operacional as “visitadoras de saúde” (health visitors). 
Na Sociedade de Organização da Caridade de Baltimore, exerceu 
importante papel no sentido de motivar a criação de escolas de Serviço Social 
como forma de qualificar os agentes para o exercício profissional e durante a 
realização da Conferência Nacional de Caridade e Correção, em 1897, em 
Toronto, propôs que se criasse uma escola para o ensino da Filantropia 
Aplicada. 
Mary Richmond considerava o inquérito como um instrumento de 
fundamental importância para a realização do diagnóstico social e, 
posteriormente, do tratamento. Acreditava que só através do ensino 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
especializado poder-se-ia obter a necessária qualificação para realizá-lo. 
A força de suas argumentações levou Devine a acolher sua sugestão de 
organizar um curso destinado à aprendizagem da ação social ou, como o 
queria Richmond, à aprendizagem da aplicação científica da filantropia. Tal 
curso realizou-se em Nova Iorque em 1898. Seu desdobramento mais 
significativo ocorreu no ano seguinte naquele mesmo local, com a criação da 
primeira Escola de Filantropia Aplicada (Training School in Applied 
Philantropy). (MARTINELLI, 1991). Sob responsabilidade da Sociedade de 
Organização da Caridade passaram a ser ministrados cursos regulares 
destinados à formação de agentes sociais voluntários. A influência de 
Richmond foi marcante nesse processo, devendo-se a ela a organização e a 
regência dos primeiros cursos de Filantropia Aplicada. 
Acolhendo a concepção dominante na sociedade burguesa de que aos 
problemas sociais estavam associados a problemas de caráter, Richmond 
concebia a tarefa assistencial como eminentemente reintegradora e 
reformadora do caráter. Atribuía grande importância ao diagnóstico social como 
estratégia para promover tal reforma e para reintegrar o indivíduo na 
sociedade. (MARTINELLI, 1991). 
Na própria Sociedade de Organização da Caridade havia divergências 
sobre essa tese que dava à assistência a conotação de uma ação reformadora, 
de natureza individual. Mary Follet e Jane Adams, companheiras de Richmond, 
consideravam que a ação social devia voltar-se para a harmonização das 
relações industriais, para a administração dos conflitos sociais, portanto 
atuando em um nível mais global. (MARTINELLI, 1991). 
A tese de Richmond, mais reacionária, sensibilizava muito a burguesia, 
que entendia que aquele tipo de prática respondia à função econômica da 
assistência, de modo indireto, urna vez que a ação social individual, seja 
"reformando o caráter", seja promovendo a melhoria das condições de saúde, 
contribuía para a recolocação do trabalhador no mercado de trabalho. 
Antes mesmo de finalizar o século XIX, ainda no ano de 1899, foi 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
18 
fundada a primeira escola europeia, em Amsterdã, Holanda. Nesse mesmo 
ano, Alice Salomon iniciou em Berlim cursos para agentes sociais, que 
acabaram por dar origem à primeira escola alemã em 1908. Em 1908, fundou-
se na Inglaterra a primeira escola de Serviço Social, não ainda com esta 
denominação, já incorporada à Universidade de Birmingham. Logo em seguida 
foram fundadas duas escolas em Paris, uma em 1911, de orientação católica, e 
outra, 1913, de orientação protestante. 
A forte influência dos ensinamentos de Florence Nightingale, a quem 
muitas vezes se referiu como uma "pioneira do Trabalho Social", fez com que 
Richmond atribuísse muita importância à prática individual da assistência, 
sempre que possível realizada através do inquérito domiciliar. O diagnóstico 
social ocupava para ela um papel de destaque e o caminho para obtê-lo era o 
inquérito realizado no próprio domicilio das pessoas, de preferência. A firme 
convicção quanto à eficácia desse instrumento e à importância da visita 
domiciliar levou Mary Richmond a estabelecer como objetivo de seus primeiros 
cursos o preparo de visitadoras domiciliares (home visitors), o que absorvia e 
ampliava a ideia das "visitadoras de saúde" (health visitors), criadas por 
Nightingale. (MARTINELLI, 1991) 
Foi através do trabalho dessas visitadoras sociais domiciliares que o 
Serviço Social iniciou suasprimeiras atividades nas instituições públicas 
americanas. Boston, Massachussets e Chicago foram as primeiras cidades nos 
Estados Unidos a instituir a presença do assistente social nos tribunais de 
justiça para atuar nos casos em que houvesse crianças. (MARTINELLI, 1991) 
É importante destacar que ao final da II Guerra Mundial, já se 
encontravam em funcionamento cerca de 200 escolas distribuídas pela Europa, 
pelos Estados Unidos e pela América latina, onde se instalaram a partir de 
1925. As práticas de assistência já não eram vistas como práticas de caridade, 
mas vinculava-se a objetivos mais amplos, com técnicas. Por isso, não se 
considerava mais correto usar os termos “bem-estar social”, “assistência 
social”, “caridade” e “filantropia aplicada”. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
A organização profissional não tinha por objetivo imediato a inserção nos 
quadros da divisão social do trabalho. Sua intenção primeira era marcar de 
forma inconfundível a ação desses filantropos, ou reformadores sociais, como 
se denominavam os membros da Sociedade de Organização da Caridade, 
distanciando-a das práticas feudais e pré-capitalistas e apresentando-a como 
uma nova forma de abordagem da "questão social”. 
Dar à prática da assistência social o título de "trabalho social" mostrava-
se útil à burguesia, pois a ajudava a ratificar a ideia, na classe trabalhadora, de 
que era uma prática criada para atender ao trabalhador e à sua família e de 
que o agente profissional também era um trabalhador. 
Se você quiser conhecer melhor os chamados pioneiros do Serviço 
Social, tem um livro disponível que fala mais sobre eles, da perspectiva de 
Balbina Ottoni Vieira, teórica brasileira de Serviço Social funcionalista. A autora 
não realiza uma análise da perspectiva da questão social ou da perspectiva 
marxiana, mas tem registros históricos sobre as influências do Serviço Social. 
Confira! 
Entenda melhor as influências no serviço social assistindo à explicação 
da professora Jussara, no material online. 
Trocando Ideias 
 
Lembra do início do texto, quando foi perguntado sobre as motivações que 
te levaram a buscar o curso de Serviço Social? Ajudar o outro? Fazer 
caridade? Motivações com outra prática profissional? Várias questões foram 
lançadas e possivelmente nenhuma delas pode ter te motivado. Mas depois da 
análise de uma conjuntura política, social e econômica que irrompem na 
questão social e na gênese do Serviço Social, construa um wiki com os seus 
colegas, onde um conta sobre suas motivações e o que mudou em relação a 
isso com a leitura da aula. 
Algumas questões norteadoras podem te auxiliar na construção do texto: 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
20 
 Como é a prática do assistente social hoje? 
 O que tenho a dizer sobre as formas de inquérito social e de visitas 
domiciliares, que caracterizaram os profissionais na sua gênese? 
 Como penso nas pessoas vulneráveis, que não tem alimentação ou 
trabalho? 
 Depois dessas aulas, como penso que deve ser a prática do 
assistencialismo social? 
Lembre-se: contribua e aprenda na troca com seus colegas. Bom 
trabalho! 
Na Prática 
 
Você conhece o quadro “Operários” de Tarsila do Amaral? Clique no 
botão a seguir para acessá-lo. 
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-
tarsila-do-amaral.html 
 
O quadro “Operários” foi pintado em um momento em que Tarsila esteve 
ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve na 
União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro. Nesta 
época, a política e a temática do trabalho fizeram-se presentes em duas de 
suas obras: “Operários” e “Segunda Classe” (1933). Ambas as telas ilustram o 
momento político e social brasileiro do início dos anos 30: industrialização, 
migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial e uma classe 
de trabalhadores marginalizada e explorada. 
Embora o quadro retrate uma realidade brasileira, mostra a consolidação 
do capitalismo industrial. Observe atentamente a figura e dentro deste contexto 
descreva como a pintora retrata os trabalhadores. Faça uma relação deste 
quadro com o conteúdo estudado durante as aulas, referente ao capitalismo e 
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
21 
a questão social. 
Veja o feedback da professora Jussara sobre esta atividade. O objetivo 
desta atividade é que você observe os rostos sérios e o trabalho de cada um 
deles na fábrica, suas diversas etnias (de acordo com a realidade brasileira), 
com expressões parecidas (mostrando a massificação) e cansadas. Além 
disso, você pode ter feito uma análise de conjuntura da Era Vargas e a 
crescente industrialização, ou apresentado o percurso da vida da artista. A 
relação com a situação do capitalismo, as relações de exploração e o fato dos 
trabalhadores não terem acesso aos meios de subsistência também podem ser 
analisados. 
Síntese 
 
Chegamos ao final deste primeiro percurso na história do Serviço Social. 
Iniciando pela sociedade feudal, estudamos como se davam as relações de 
trocas e como elas se tornaram relações capitalistas. Em seguida, 
apresentamos a o percurso da classe trabalhadora, as relações de exploração 
e a questão social, destacando o conceito de IAMAMOTO. 
A questão social dá início ao Serviço Social na Europa e nos Estados 
Unidos, com os agentes inicialmente agindo para domesticação dos 
trabalhadores, a serviço do capital. Ao final, conhecemos as principais 
influências que fundamentaram as bases teóricas do Serviço Social. 
Assista às considerações finais da professora Jussara, no material 
online. 
Referências 
 
BEHRING, Elaine; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e 
história . São Paulo: Cortez, 2006. 
IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
22 
Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica . 2ª 
Ed. São Paulo: Cortez, 1983. 
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação . 2. ed. São 
Paulo: Cortez, 1991. 
NETTO, J. Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social . São Paulo: 
Cortez, 1996. 
VIEIRA, Balbina Ottoni. Serviço Social: precursores e pioneiros . Agir, 1984. 
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
1 
 
 
 
Fundamentos Históricos e 
teórico-metodológicos do Serviço 
Social – Dimensão Histórica 
 
Aula 2 
Profa . Jussara Marques de Medeiros 
 
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
2 
Conversa Inicial 
Olá, pessoal! 
Na aula anterior, acompanhamos a trajetória histórica do Serviço Social 
sob a influência europeia e as primeiras escolas e pioneiras. Nesta aula, vamos 
seguir nosso percurso, compreendendo o processo de consolidação do 
capitalismo e a gênese do Serviço Social na América Latina. 
Faça uma relação com o contexto histórico anterior, pois ele tem uma 
grande influência! 
Vamos lá? 
Acesse o material on-line! 
 
 
Contextualizando 
Para começar, na América Latina (excetuando o Brasil, claro) utiliza-se o 
termo “trabalhador social ”. Em sala de aula, muitas vezes os alunos 
questionam o termo “assistente social ” e sua relação com ser “assistente” de 
alguém ou sua relação com o “assistencialismo”, considerado hoje um termo 
pejorativo pela falta de condições objetivas de mudanças dessas práticas. Na 
atualidade, os assistentes sociais discutem muito a Política da Assistência 
Social , outro termo que se reúne ao nosso glossário e causa confusão de 
conceitos. 
Filantropia é a ajuda ao outro. Enquanto prática social, nasceu no interior 
da sociedade civil.Foi historicamente referendada pela Igreja Católica, que 
alicerçou as condutas morais de seus seguidores na caridade e amor ao próximo 
(SPOSATI, 2006). Junto com o termo filantropia temos caridade , que seria 
ajudar o próximo, sem qualquer tipo de recompensa. 
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
3 
Agora, pesquise os termos assistencialismo, assistente social e 
assistência social e faça uma relação com a História do Serviço Social. Assista 
ao vídeo a seguir para fundamentar seu ponto de vista. 
https://www.youtube.com/watch?v=GkhPeLr163c 
Responda à seguinte pergunta: 
Historicamente, qual a relação desses termos com os antecedentes 
históricos da profissão? 
Acesse a videoaula disponível no material on-line! 
 
 
Pesquise 
 
Debate dos antecedentes Históricos na América Latina 
 Aqui vamos realizar uma reflexão histórica do Serviço Social na América 
Latina, sob a perspectiva de autores que estudam o tema. 
Iniciemos com Ezequiel Ander-Egg, que é um destacado pedagogo, 
sociólogo, ensaísta e epistemólogo argentino. Nascido em 6 de abril de 1930 em 
Bernardo Larroude, província de La Pampa, possui ênfase na investigação e 
criação de técnicas de desenvolvimento social. 
Ander-Egg (1995) inicia a trajetória histórica do Serviço Social apontando 
as formas de ajuda. Esse autor menciona três formas de ajuda e assistência aos 
necessitados, que poderiam ser: 
 A ajuda pública fornecida pelas ordens religiosas e hospitais, que 
aparecem simultaneamente com os primeiros mosteiros e a ajuda 
e proteção sos senhores feudais; 
https://www.youtube.com/watch?v=GkhPeLr163c
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
4 
 A ajuda mútua prestada pelas corporações, entre os membros que 
as integravam; 
 A esmola como caráter individual, prestada a quem dela precisava 
como um dever religioso e meio de salvação. 
Ander-Egg afirmou que o Serviço Social deve ser entendido como um 
basicamente um reflexo do Serviço Social europeu, afirmação que foi refutada 
por Castro (2008). Outra crítica de Castro é que as referências de Ander-Egg 
não recorrem a uma compreensão das classes e suas contradições (CASTRO, 
2008). Assim, Ander-Egg aponta a ajuda como antecedente histórico do Serviço 
Social e não problematiza as lutas de classes. Castro (2008) afirma: 
A formação dos Estados burgueses, as modalidades que a exploração 
da força de trabalho adquire, as formas particulares de resistência e 
organização das classes operárias, as camadas médias, etc., têm seus 
traços pertinentes determinados pela maneira como, ao longo do 
tempo, aquela lógica comum opera na Europa e na América Latina 
(CASTRO, 2008, p. 34). 
A fundação das primeiras Escolas de Serviço Social na América Latina foi 
realizada em 1925, no Chile; em 1936 no Brasil e em 1937 no Peru. Castro afirma 
que o processo de abertura de escolas não equivale ao início da profissão, mas 
revela momentos específicos de um processo de maturação que culmina quando 
a profissão começa a se colocar de uma forma mais sistemática (CASTRO, 
2008, p. 35). 
 Assim, pensando no Chile, a priori, pela criação da primeira escola, os 
antecedentes históricos datam da década de 1920, que, para Castro (2008) seria 
uma etapa histórica decisiva nos seguintes aspectos: 
 Emergência de novas classes sociais sob o estímulo de relações 
de produção embasadas na exploração da força de trabalho 
assalariada. 
 Dinamismo do precoce processo de industrialização e na 
penetração dos capitais norte-americanos e como parte de uma 
estratégia geral de substituição da hegemonia inglesa e da 
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
5 
integração das economias latino-americanas ao mercado 
capitalista. 
Dessa forma, a organização e protesto das classes operárias, com a 
influência das ideias socialistas da revolução Russa de 1917 exigiram que o 
Estado articulasse ações para responder à demanda da classe trabalhadora. O 
autor destaca que o emprego das mais diferentes formas de repressão sempre 
se combinou com as concessões à classe operária. 
A produção chilena de cobre cresce intensamente a partir da Primeira 
Guerra Mundial e “o significado econômico que a exportação de cobre tinha para 
o país impunha uma dinâmica fluida às negociações entre o Estado, as grandes 
companhias norte-americanas e o proletariado mineiro do Chile” (CASTRO, 
2008, p. 36). Esse processo de industrialização teve como consequências o 
empobrecimento e o crescimento urbano e foi propício para a emergência de 
agentes para trabalhar com esses fenômenos: os assistentes sociais. 
Porém, nesse contexto, chileno, o fundador da Escola de Serviço Social 
foi um médico, Alejandro Del Río, entendendo-se que, na época, o Serviço Social 
era considerado uma subprofissão da Medicina. O Dr. Alejandro Del Río não foi 
uma individualidade separada do contexto de sua época. 
Castro (2008) afirma que à época de fundação da escola, médicos, 
sacerdotes, advogados e mesmo alguns tipos de engenheiros desempenhavam 
papéis profissionais de grande significado social e muitas ações próprias do 
Estado tinham seus agentes nos advogados e médicos. 
Ander-Egg (1995) afirma que no momento em que a saúde passa a ser 
considerada não apenas como um problema físico-biológico incorpora-se um 
profissional capaz de atender às dimensões sociais desses problemas. Porém, 
esses profissionais recebem um papel secundário, são chamados de visitadores 
sociais e são chamados de “braços estendidos e olhos alongados” dos médicos 
para atingir a residência dos pacientes. 
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
6 
 Os trabalhadores e assistentes sociais eram tidos como “ajudantes” 
capazes de controlar o correto cumprimento do tratamento prescritivo, de instruir 
sobre normas de higiene, de possuir algumas destrezas de medicina menor 
(aplicar injeções, fazer lavagens estomacais etc.), de saber ensinar a preparar 
mamadeiras, cuidar e mudar as fraldas dos bebês etc. (ANDER-EGG, 1995, p. 
28). 
Veja o vídeo a seguir, que fala sobre a História do Serviço Social na 
América Latina. Em seguida, vamos discutir suas influências, além da questão 
social. 
https://www.youtube.com/watch?v=XDREkM3cyY0 
Finalizemos este tema assistindo à videoaula, disponível no material on-
line! 
 
 
Influência da Igreja Católica e as Encíclicas Papais 
Neste item, vamos problematizar qual o papel que a Igreja Católica 
enquanto instância de hegemonia de determinada classe social, apresentou na 
gênese da profissão na América Latina. 
Vimos que as exigências históricas de acumulação capitalista instauram 
a sua lógica, reproduzindo as relações sociais de produção e reprodução do 
capital, com suas incidências no campo ideológico. 
Para Castro (2008) O Serviço Social é protagonista de uma prática 
diferenciada da assistência pública e da caridade tradicional, conectando-se aos 
objetivos políticos sociais da Igreja e das frações de classe vinculadas a ela. 
Neste item, vamos destacar a relação próxima do Serviço Social com o 
cotidiano. No nosso dia a dia, mesmo sem pensar sobre isso, reproduzimos 
https://www.youtube.com/watch?v=XDREkM3cyY0
 
 
 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
 
7 
conceitos morais que incorporamos nas diversas instituições em que vivemos: 
família, educação, religião. Essa convivência e vinculação na sociedade nos 
orientam para valores para os quais não nos damos conta. Porém as Instituições 
são políticas e vinculam determinadas ideologias. Assim, essa discussão do 
Serviço Social e Igreja, independente de nossa religião, devem considerar o viés 
histórico e político da Igreja Católica e sua influência na profissão. 
Então, vamos pensar nessa frase de Karl Marx: “A religião é o suspiro da 
criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como 
também o espírito

Continue navegando