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FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL AULA 1 Prof. Álvaro Fonseca Duarte 2 CONVERSA INICIAL Seja muito bem-vindo à nossa primeira aula da disciplina de Formação Sócio-Histórica do Brasil . Os objetivos dessa aula, neste primeiro momento, é a de apresentar e estudar conteúdos referentes à independência e a construção do Brasil como nação, especificamente o Império Brasileiro (I Reinado, Regência e início do II Reinado) e a formação da identidade nacional. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO Vamos estudar uma síntese dos principais componentes econômicos e políticos da conjuntura histórica do Império brasileiro (1822-1889). O objetivo é entender o processo de independência do país e da constituição do Brasil como nação (como ele deixa de ser colônia de Portugal para se tornar um país independente), além de entender o compromisso do Império com a conservação da estrutura política e social da época colonial. No período imperial discutiu-se a formação do Brasil como nação, foi quando se construiu a identidade nacional, impactando profundamente no que somos atualmente. Identidade é um conceito complexo, pois nos define como pessoas e como povo. Para conhecer mais sobre esse conceito veja o vídeo Identidade . https://www.youtube.com/watch?v=HdHVFzKWI_Y PESQUISE A partir do ano de 1822, o Brasil se transformou em uma nação independente após a declaração de independência realizada pelo então príncipe regente Dom Pedro I. O Brasil não realizou uma ruptura definitiva com os representantes do governo colonial, conforme as outras independências que ocorreram na América; fizemos uma independência “pelo rei” e não uma independência “contra o rei”. A nossa independência não aconteceu por meio da mobilização das classes populares ou pela maioria da população brasileira, porque naquele tempo mais de oitenta por cento dos habitantes do território brasileiro eram escravos, que não possuíam nenhum poder de participar da política real. https://www.youtube.com/watch?v=HdHVFzKWI_Y 3 Portanto, os apoiadores de nossa independência foram os membros da elite que desejavam manter a escravidão, as propriedades e a exportação dos produtos agrícolas. Os primeiros anos do Brasil independente foram de formação da nova nação. Para compreender o processo de formação do Brasil Império, leia o Capítulo 1 — Liberalismo e Conservadorismo no Império, do livro da disciplina. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php Para ajudar na compreensão de como esse o conceito de identidade foi construído durante o Brasil Império, leia o artigo A construção da identidade nacional brasileira , de José Luiz Fiorin. http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/viewFile/3002/1933 Durante o período Regencial e o II Reinado estabeleceu-se dois grupos políticos: os liberais e os conservadores. Além disso, foram épocas de construção da imagem do imperador D. Pedro II, primeiro como o “órfão da nação”, depois esperando “as barbas do imperador” e, por fim, como um monarca sério, culto e preocupado com as questões nacionais. TROCANDO IDEIAS Durante o Brasil imperial, muito se discutiu sobre quem era o brasileiro. O Instituto Histórico e Geográfico foi criado nesse período e uma das suas funções era refletir sobre a formação da nossa nação. Hoje, essa questão já está mais solidificada. Mas, afinal, o que faz de nós brasileiros? Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e registre sua resposta. Aproveite para debater, aprender e trocar ideias com seus colegas! NA PRÁTICA A maior transformação social na história do Brasil aconteceu gradualmente, entre 1850 e 1888, com o fim da escravidão. Entretanto, isso não significa que esses ex-escravos viraram trabalhadores assalariados ou pequenos proprietários, pois os regimes de trabalho opressivos, similares à escravidão, prevaleceram no campo, fazendo com que muitos libertos fossem para as cidades. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/viewFile/3002/1933 4 Alguns abolicionistas defendiam uma reforma agrária complementar à abolição, que desse terras aos libertos, mas essa ideia não foi adiante no Império nem na República, devido à obstinada defesa da propriedade pelos parlamentares. A manutenção do perfil agroexportador do país e a permanência da escravidão, vão deixar marcas muito profundas na sociedade brasileira. O problema de concentração de terra é fruto dessa opção, assim como o racismo. SÍNTESE Nessa primeira aula estudamos o processo de independência do Brasil, a consolidação do Governo Imperial, o Período Regencial e o início do II Reinado. Analisamos o processo de formação da identidade nacional e as permanências que surgiram desse processo. Vimos que o Brasil se tornou independente, mas manteve a estrutura de antes, herdadas do período colonial. Portanto, o Período Imperial se caracterizou pelo conservadorismo político, pela defesa da escravidão, pelo perfil primário- exportador, pelo latifúndio e pelo começo da construção da identidade nacional. COMPARTILHANDO Estamos iniciando a disciplina, mas você pode compartilhar o que aprendeu até aqui! Não deixe de fazê-lo, pois, com certeza são informações importantes para quem quer saber mais sobre o Brasil. Lembre-se que trocar informações é sempre importante para nossa aprendizagem, pois saber o que os outros pensam sobre o assunto também ajudará você a dar sustentação ao seu ponto de vista. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de interesse de todos. Afinal, compartilhar aprendizados é sempre bom para todos e você pode fazer a diferença! Bons estudos! FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL AULA 2 Prof. Álvaro Fonseca Duarte 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja muito bem-vindo à nossa segunda aula da disciplina de Formação Sócio-Histórica do Brasil . Nessa aula estudaremos o processo de transição entre o Império brasileiro e a República, compreenderemos o processo que culminou com o fim da escravidão e as marcas que essa servidão deixou até hoje na sociedade em que vivemos. Para tal, iniciaremos com uma análise das mudanças ocorridas na sociedade e na política imperial, que resultaram na abolição do sistema escravagista. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO Em História, os eventos, os processos e os acontecimentos têm durações diferentes, sendo divididas em longa, média e curta duração. Mas o que isso significa? Significa que o impacto de determinados eventos e processos duram mais, ou menos. É o caso da escravidão, em que sua duração oficial é de três séculos, mas seus efeitos ainda podem ser sentidos na atualidade. Para entender melhor sobre as consequências atuais do fim da escravidão, leia o artigo O peso da história: a escravidão e as cotas . http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia- escravidao-e-cotas/ Nessa aula, veremos que algumas questões muito pertinentes a nós hoje já estavam pautadas nesse período que estamos estudando. PESQUISE Estamos estudando a mudança de regime de um Império para uma República e esse processo, assim como a independência, ocorreu sem a participação popular. A autoridade de Dom Pedro I sempre sofreu uma forte oposição de diversos setores políticos, seja por sua ineficiência ou por suas atitudes autoritárias, e foi alvo de críticas que desgastavam a ordem política instituída. Em 1831, na chamada Noite das Garrafadas, Dom Pedro Itentou reverter a situação com a renovação do seu quadro de ministros, criando um novo http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia-escravidao-e-cotas/ http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia-escravidao-e-cotas/ 3 ministério liberal composto apenas por brasileiros. Entretanto, em abril desse mesmo ano, Dom Pedro I ordenou que seus ministros tomassem medidas contra possíveis novas manifestações de repúdio em data próxima às festividades que comemorariam o aniversário da princesa Maria da Glória. Como não teve sua exigência atendida, destituiu o ministério brasileiro e reintegrou as antigas figuras políticas que apoiavam o autoritarismo monárquico. Quando os populares souberam da notícia, uma nova onda de protestos sitiou o Campo de Santana e os revoltosos passaram a ganhar apoio de algumas autoridades militares do Império, reduzindo o apoio político de Dom Pedro I, que não viu outra opção senão renunciar. Após todo esse ocorrido, na noite de 7 de abril de 1831, o rei entregou ao major Miguel de Frias uma carta contendo a oficialização de sua renúncia. Nesse mesmo documento, o Dom Pedro I deixava seu filho Dom Pedro II como príncipe sucessor do trono brasileiro, mas como havia apenas cinco anos de idade seus poderes foram transferidos para um governo regencial, que governaria até o alcance de sua maioridade. Aproveite para ler o Capítulo 2 — Ascensão e queda da economia escravocrata e a crise do regime monárquico, do livro da disciplina, e compreender a transição entre o Império e a República. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php TROCANDO IDEIAS A abolição foi o resultado, principalmente, da luta dos negros, escravos ou alforriados, que através dos Movimentos Abolicionistas se mobilizaram contra a continuidade do trabalho escravo. Esse questionamento colocou em xeque a ordem social do final do Império, tornando inevitável, por um número cada vez maior de pessoas, o questionamento se a escravidão era legítima ou não. A escravidão chegou ao fim após um longo processo e o ex-escravizado tornou-se igual perante a lei, mas isso não lhe deu garantias de que ele seria aceito na sociedade, trazendo uma série de consequências que ainda são sentidas na realidade da sociedade brasileira. Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e discuta com seus colegas sobre quais são essas consequências e como elas ainda impactam a sociedade brasileira. Aproveite para debater, aprender e compartilhar ideias! http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 4 NA PRÁTICA Vamos conhecer um pouco mais sobre a escravidão negra? Assista ao trecho do filme Quanto vale ou é por quilo?, do diretor Sérgio Bianchi, que faz uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, focalizando as semelhanças existentes no contexto social e econômico das duas épocas e criticando as ONGs e as suas captações de recursos junto ao governo e empresas privadas. https://www.youtube.com/watch?v=0ztb9wRp_J0 SÍNTESE Nessa aula estudamos sobre o Império brasileiro, que teve seu fim quando rompeu com suas bases de sustentação: os fazendeiros, a Igreja e os militares. Também conhecemos o processo que envolveu o movimento negro e culminou nas leis de abolição da escravidão, resultando no fim da escravidão no Brasil. Assim como os problemas sociais advindos desse fim, que ainda hoje não foram totalmente resolvidos na sociedade brasileira. COMPARTILHANDO Leve adiante o que você viu na aula de hoje! Com certeza você conhece alguém que vai gostar de ouvir sobre esse assunto. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de interesse de todos. Bons estudos! https://www.youtube.com/watch?v=0ztb9wRp_J0 FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL AULA 3 Prof. Álvaro Fonseca Duarte 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja muito bem-vindo à nossa terceira aula da disciplina de Formação Sócio-Histórica do Brasil . Nessa aula estudaremos o início da República no Brasil e o processo de consolidação de regime. Esse foi um período de grandes transformações na sociedade brasileira, que ficou marcado pelas revoltas causadas, entre vários motivos, pela incapacidade do governo em negociar com a sociedade. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO A República no Brasil surgiu com um golpe aplicado pelos militares e sem a participação popular. Como vimos na aula anterior, o Governo imperial já havia perdido suas bases e como a sociedade não reagiu à queda da monarquia, a República, no início, precisou ser inventada. Portanto, construíram símbolos para “integrar” o povo ao novo regime, mas isso acabou não funcionando muito bem. A República mantém o caráter agrário-exportador do Brasil, com o café sendo o principal produto de exportação brasileira; nesse período vivemos, também, o auge da economia da borracha. Como as elites agrárias continuaram controlando o país politicamente, esse período ficou conhecido por República Oligárquica . Para entender melhor sobre o assunto, leia o artigo História econômica do Brasil na República Velha , a seguir. http://www.historialivre.com/revistahistoriador/um/marcos.pdf PESQUISE O novo regime começou com a criação de uma nova constituição, que ficou pronta em 1891. Quer conhecer a primeira Constituição Republicana e o que ela dizia? Acesse-a a seguir. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm A República das Oligarquias ocorreu no período entre 1894 e 1930, com o governo de Prudente de Morais, e teve um forte domínio das oligarquias na http://www.historialivre.com/revistahistoriador/um/marcos.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm 3 política nacional, estas eram compostas, sobretudo, por ricos e poderosos proprietários rurais, principalmente da região sudeste do Brasil. As principais características políticas e econômicas do período foi o coronelismo, a política do café-com-leite, fraudes eleitorais — “voto de cabresto” —, o início do processo de industrialização do país, a formação da burguesia industrial urbana e do operariado — principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro —, a política dos Governadores e o tenentismo. O início da República foi marcado por uma série de movimentos e conflitos, especialmente das populações mais pobres contra o controle político do Governo (revolta da Armada, Federalista e Tenentismo). Em geral, esses conflitos surgiram da falta de percepção do governo acerca das questões sociais nacionais. Assista o vídeo a seguir, produzido pela TV Brasil, com o historiador Boris Fausto falando das características políticas desse momento da história brasileira. https://www.youtube.com/watch?v=mWbZdmQcSzY Aproveite para ler o Capítulo 3 — República e Coronelismo, do livro da disciplina, e compreender esse período da História do Brasil. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php TROCANDO IDEIAS Como vimos, nesse período conhecido como República Oligárquica, a elite agrária utilizava-se de vários meios para se manter no poder, como o “voto de cabresto”, o controle sobre as eleições, a política de governadores, o coronelismo e a política do café-com-leite, entre outros. Hoje, em certa medida, temos mais liberdade, mas, mesmo assim, precisamos avançar muito para a chegarmos a uma democracia plena. Qual a sua opinião sobre esse assunto? Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtualde Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para debater, aprender e compartilhar ideias! https://www.youtube.com/watch?v=mWbZdmQcSzY http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 4 NA PRÁTICA A República Oligárquica foi um período de mudanças, marcado por conflitos e revoltas. Parece haver um abismo entre a população e o governo, que não atende as demandas dos vários segmentos da sociedade. SÍNTESE Podemos perceber que os primeiros anos da República no Brasil foram bastante conturbados, devido ao grande número de revoltas. Essas nascem da incapacidade do governo em lidar com os problemas sociais da República nascente. Na política, vimos os mecanismos utilizados pela elite para permanecer no poder e que o Brasil mantém o modelo econômico agrário-exportador, mas inicia também um processo um pouco mais consistente de industrialização devido a substituição de importações. COMPARTILHANDO Leve adiante o que você viu na aula de hoje! Com certeza você conhece alguém que vai gostar de ouvir sobre esse assunto. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de interesse de todos. Bons estudos! FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL AULA 4 Prof. Álvaro Fonseca Duarte 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja muito bem-vindo à nossa quarta aula de Formação Sócio- Histórica do Brasil . Nesse encontro, estudaremos o processo de industrialização brasileiro e um dos períodos mais emblemáticos da história nacional: a Era Vargas. Entenderemos como esse período político conturbado influenciou nas mudanças socioculturais, no advento das leis trabalhista e na era do Rádio. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO Getúlio Vargas governou o Brasil, continuamente, por 15 anos (de 1930 a 1945), marcando esse período na história brasileira pelas inúmeras transformações sociais e econômicas que ele fez no país. A Era Vargas teve início com a Revolução de 1930, onde expulsou do poder a oligarquia cafeeira, e foi dividida em três momentos: 1. Governo Provisório (1930 a 1934) 2. Governo Constitucional (1934 a 1937) 3. Governo Ditatorial ou Estado Novo (1937 a 1945) Politicamente, Getúlio Vargas se manteve no poder através de vários golpes, contragolpes e de uma política que mesclava o Fascismo europeu e o Populismo latino-americano. Para entender mais sobre o governo Vargas leia, a seguir, a entrevista com o professor doutor Carlos Lessa. http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534584-a-reinvencao-da-era- vargas-e-o-desenvolvimento-nacional-entrevista-especial-com-carlos-lessa PESQUISE Durante os quinze anos da Era Vargas houve um grande investimento na industrialização no país, promovido pelo próprio Estado brasileiro. Como a produção interna começou a substituir as importações, a indústria de base alcançou um grande crescimento. Em 1939, foi descoberto, na Bahia, a primeira jazida de petróleo do Brasil, a partir dessa descoberta seguiram-se anos de nacionalismo, com o estado http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534584-a-reinvencao-da-era-vargas-e-o-desenvolvimento-nacional-entrevista-especial-com-carlos-lessa http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534584-a-reinvencao-da-era-vargas-e-o-desenvolvimento-nacional-entrevista-especial-com-carlos-lessa 3 controlando a produção nacional de petróleo e com a produção de organismos que permitiram ampliar a variedade de produtos agrícolas para exportação. Aproveite para ler o Capítulo 4 — Industrialização no Brasil, do livro da disciplina, e compreender esse processo. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php Getúlio Vargas praticava uma política populista, o que levou a ser chamado de “pai dos pobres”, mas despeito disso o seu governo repreendeu, perseguiu, prendeu, torturou e exilou intelectuais e políticos contrários aos seus preceitos. Como vimos, esse é o período de início do Populismo, que se tornará uma das características dos futuros governos brasileiros. Para entender mais sobre esse conceito, leia o artigo a seguir. http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n17/a11n17.pdf A Era Vargas foi também a era de ouro do rádio, com a fundação da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, em 1936, um marco na história do país, que foi utilizado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda para divulgar os ideais do regime, entre eles a dicotomia entre o “malandro” e o “trabalhador”. A valorização do “trabalhador” é um dos carros chefes do governo, que criou as leis trabalhistas e queria espalhar esse ideal pela sociedade. Até o samba foi influenciado por essa ideologia. TROCANDO IDEIAS O governo Vargas é, até hoje, bastante controverso. Por um lado, temos a criação das leis trabalhistas e a defesa dos trabalhadores. De outro, temos a perseguição aos inimigos do regime, a censura e a suspensão das eleições. E você, depois de ter estudado sobre esse assunto, como vê a Era Vargas? Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para debater, aprender e compartilhar ideias! http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n17/a11n17.pdf 4 NA PRÁTICA Os anos entre 1930 e 1940 foi um período de grandes mudanças na sociedade brasileira, onde houve a construção de uma nova noção do que é ser brasileiro. É, também, quando surgem as leis trabalhistas, que estão sendo questionadas atualmente. SÍNTESE Nessa aula estudamos sobre a Era Vargas (1930-1945), que foi uma época marcada pela criação das bases para o desenvolvimento industrial brasileiro, pela consolidação das leis trabalhistas e de mudanças culturais importantes — momento em que se criou uma “nova” imagem, uma “nova” identidade, do que é o Brasil. Analisamos, também, as várias artimanhas políticas que Getúlio Vargas utilizava para se manter no poder durante quinze anos ininterruptos, manipulando tanto as classes trabalhadoras como a elite burguesa. COMPARTILHANDO Leve adiante o que você aprendeu na aula de hoje! Com certeza você conhece alguém que vai gostar de ouvir sobre esse período da Era Vargas. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de interesse de todos. Bons estudos! FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL AULA 5 Prof. Álvaro Fonseca Duarte 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja muito bem-vindo à nossa quinta aula de Formação Sócio- Histórica do Brasil . Nesse encontro estudaremos o Nacional-desenvolvimentismo e o período conhecido como República Liberal (1945-1964); bem como as mudanças sociais e culturais que ocorreram durantes esses anos. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO A República Liberal acaba em 1964 com o golpe militar, esse gestado ao longo do governo João Goulart, porém com suas bases na tentativa de golpe ao governo de Getúlio Vargas, dez anos antes. Para compreender o processo do golpe, leia o artigo Colapso do Populismo e Regime Militar no Brasil a seguir. http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67404/70014 Assista ao especial A vida e a cultura no Brasil em 1964 e conheça como era a sociedade brasileira antes do golpe militar. https://www.youtube.com/watch?v=7FHeI7TuZj8 PESQUISE O nacional-desenvolvimentismo foi adotado pelos governos do períodoentre 1945 e 1964, pois esses visavam diminuir as defasagens nacionais a fim de desenvolver o país. Par compreender a definição da expressão nacional-desenvolvimentismo leia o texto a seguir. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_nacional_ desenvolvimentismo.htm Os anos entre 1945 e 1964 ficaram conhecidos como República Liberal por ser, até então, o período mais longo de democracia. Apesar das várias tentativas de golpes, do suicídio de um presidente e da renúncia de outro após sete meses de governo, durante esses 19 anos ocorreram eleições regulares para todos os cargos políticos. Para compreender sobre esse período, leia o artigo 1946 – 1964: a experiência democrática no Brasil . http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67404/70014 https://www.youtube.com/watch?v=7FHeI7TuZj8 http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_nacional_desenvolvimentismo.htm http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_nacional_desenvolvimentismo.htm 3 http://www.scielo.br/pdf/tem/v14n28/a01v1428.pdf Esse foi um período de efervescência cultural, com o surgimento da Bossa Nova, da Jovem Guarda, do Cinema Novo, do Teatro Arena e dos Centros de Cultura Popular. Também foi uma época de mudanças sociais, da construção de Brasília e do crescimento das cidades por causa da industrialização. Para conhecer mais um pouco sobre esse momento assista o documentário a seguir e preste bastante atenção nas imagens da época. https://www.youtube.com/watch?v=j9FRIGu5BL0 Aproveite para ler o Capítulo 5 — Ditadura Militar e redemocratização do Brasil, do livro da disciplina, e compreender esse processo. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php TROCANDO IDEIAS O nacional-desenvolvimentismo tinha como base o Estado como o propulsor da economia. Isso significava uma interferência direta desse nos assuntos econômicos, incentivando a entrada de capital estrangeiro no país e desestimulando a modernização da indústria nacional. Na sua opinião, qual o papel do Estado no desenvolvimento econômico? Deve intervir ou não? Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para debater, aprender e compartilhar ideias! NA PRÁTICA Esse período entre 1945 e 1964, de efervescência cultural, ajudou a construir a nossa imagem no exterior. O Cinema Novo ganhou os principais prêmios do cinema mundial, a bossa nova ficou imortalizada na voz de Frank Sinatra e se tornou, ao longo do tempo, uma das músicas mais tocadas no mundo. Ganhamos duas Copas do Mundo seguidas, havia todo um clima de otimismo no ar e o desenvolvimento econômico do período ajudou a estabelecer nossa imagem. http://www.scielo.br/pdf/tem/v14n28/a01v1428.pdf https://www.youtube.com/watch?v=j9FRIGu5BL0 http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 4 SÍNTESE Nessa aula estudamos o Período Democrático (1945-1964), época de desenvolvimento econômico que lançou as bases para o crescimento dos anos seguintes. Na cultura, observamos que foi o momento onde houve uma grande ebulição, representando o otimismo desse período. E, politicamente, tivemos o mais longo período democrático interrompido pelo golpe de 1964, que deu início à Ditadura Civil Militar. COMPARTILHANDO Leve adiante o que você aprendeu na aula de hoje! Com certeza você conhece alguém que vai gostar de conhecer um pouco mais sobre esse período da história. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de interesse de todos. Bons estudos! FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DO BRASIL AULA 6 Prof. Álvaro Fonseca Duarte 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja muito bem-vindo à nossa última aula de Formação Sócio- Histórica do Brasil . Hoje conheceremos como a Ditadura Civil Militar se estabeleceu e governou o país. Além disso, veremos as formas de resistência ao regime e os movimentos de luta, a reabertura política, o fim do regime militar e os anos finais do século XX. Boa aula! CONTEXTUALIZANDO A Ditadura Civil Militar teve seu início com o golpe em 1964, como vimos na aula anterior. A partir disso, os militares assumiram o poder e governaram através dos Atos Institucionais. No período da Ditadura Militar os governantes se mantinham no poder, muitas vezes, por meio da repressão. Essa se dava de maneira física, através da tortura e, também, da censura, da exoneração de servidores públicos e de outras formas de perseguição. Esse período foi marcado também pelos movimentos de resistência e luta contra a Ditadura. Para compreender melhor esse período a partir do ponto de vista de quem sofreu repressão, assista ao documentário sobre os filhos de guerrilheiros e sobre a luta de seus pais. https://www.youtube.com/watch?v=Iy5yRNYsUzI PESQUISE Os primeiros anos da Ditadura Militar foram conhecidos pelo grande crescimento econômico, conhecido como “Milagre Brasileiro”; as bases para isso estavam nos anos do nacional-desenvolvimentismo, que prepararam o terreno para o crescimento do período. A partir de 1973, o Brasil e o mundo entram em uma grave crise econômica, que vai levar, na década de 1980, aos anos perdidos: época de descontrole da inflação, moratória, controle dos preços e dos famosos “planos econômicos” do governo Sarney. Aproveite para ler os Capítulos 5 — Ditatura Militar e redemocratização do Brasil e 6 — A modernização econômica do Brasil e o cenário político mundial, do livro da disciplina. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php https://www.youtube.com/watch?v=Iy5yRNYsUzI http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/686.php 3 A crise e o desgaste do regime ajudaram a acabar com os governos militares. Assista ao especial da TV Cultura e compreenda mais sobre esse processo de redemocratização do Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=XxWhON7BPlk A partir da redemocratização, os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC estavam preocupados com a estabilização da economia. Muitos planos econômicos foram lançados nesses quase dez anos (1985-1994). Para saber mais sobre esse assunto, leia o artigo a seguir. http://www.spell.org.br/documentos/download/12335 TROCANDO IDEIAS “Regimes ditatoriais só terminam quando as instituições competentes promovem o julgamento público de suas lideranças, sob o amplo debate da sociedade. A ruptura histórica fundadora do processo de redemocratização depende de uma inflexível condenação do período antecedente”. (SCALZILLI, Guilherme. Caros Amigos . Ano XII, edição 138. Set. 2008) A Lei da Anistia livrou do julgamento os que lutaram contra a Ditadura, mas também os militares que torturaram e assassinaram. Você acredita que a lei da Anistia deve ser revista? Entre no Fórum da disciplina, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem, e transmita sua opinião para os seus colegas. Aproveite para debater, aprender e compartilhar ideias! NA PRÁTICA O regime militar deixou muitas marcas na sociedade brasileira que ainda não foram curadas, como a corrupção, a impunidade e a violência policial. A Comissão Nacional da Verdade elencou uma série de recomendações a fim de enfrentarmos e tentarmos sanar as marcas desse período tenebroso da nossa história. Conheça o trabalho da Comissão Nacional da Verdade acessando o ícone a seguir. http://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio_versao_final18-02.pdf https://www.youtube.com/watch?v=XxWhON7BPlk http://www.spell.org.br/documentos/download/12335 http://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio_versao_final18-02.pdf4 SÍNTESE Nesse último encontro estudamos sobre a Ditadura Militar, que contou com o apoio de elementos da sociedade civil para chegar e se manter no poder; repreendendo todos que questionassem o regime. Além disso, observamos as formas de resistências à Ditadura — da luta armada aos movimentos sindicais e religiosos —, bem como o processo de redemocratização e as tentativas de estabilização da economia. COMPARTILHANDO Leve adiante o que você aprendeu na aula de hoje! Com certeza você conhece alguém que vai gostar de conhecer um pouco mais sobre esse período de Ditadura Militar no Brasil. E uma boa opção para ajudá-lo a expandir seus conhecimentos é compartilhar essas reflexões nas redes sociais ou pessoalmente, com amigos e familiares, explicando o conteúdo visto na aula de hoje. Além de fixar a matéria você estará passando informações que são de interesse de todos. Bons estudos! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Serviço Social Fundamentos Históricos e Teórico Metodológicas do Serviço Social – Dimensão Histórica Aula 1 Profª. Jussara M. de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Caras alunas e caros alunos. É com imensa satisfação que iniciaremos a nossa jornada na trajetória histórica do Serviço Social, destacando o processo de consolidação do capitalismo, que se dá na formação do Estado Moderno, que vai dos séculos XVII ao XIX, quando se desenvolve o capitalismo concorrencial, em sua fase mercantil e industrial. Nesta aula, você vai compreender o processo de consolidação do capitalismo, a consequente formação da classe trabalhadora e sua relação com o Serviço Social e com a questão social. Neste início, vamos pensar na influência doutrinária da Igreja Católica no Serviço Social e nas escolas americana e europeia, que vão ter uma grande interlocução com o Serviço Social no Brasil, o que, é claro, veremos mais para frente! Assista à introdução da professora Jussara de Medeiros sobre esse assunto no material online. Contextualizando Bom, sempre nas primeiras aulas de Serviço Social, perguntamos aos estudantes por que procuraram este curso. Qual seria sua resposta? Ajudar os outros? Convicções religiosas? Experiências positivas, com o atendimento de outro profissional, que te levaram a desejar seguir esta profissão? Exemplo de um parente assistente social ou alguém que trabalha na sua empresa? Você trabalha com política pública e convive diariamente com o atendimento deste profissional? Seja qual for, observa-se que estas convicções estão interligadas com a história da nossa profissão, com a identidade do Serviço Social. Para a professora assistente social Maria Lucia Martinelli, os CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 modos de produção da identidade profissional, como categoria histórica, social e política, estão profundamente relacionadas com o Movimento da História, de forma geral (MARTINELLI, 1991). Assim, ao pensar nesta trajetória, vamos relacionar estas categorias com as nossas motivações para nos tornarmos profissionais de Serviço Social. Pense nisso e, ao final, voltaremos a essas questões. Assista à contextualização da professora Jussara sobre esse tema no material online. Tema 1: Pensando em Conceitos: do feudalismo ao capitalismo Na apresentação da aula, nos referimos ao capitalismo mercantil. Como vamos tratar da consolidação do capitalismo, é importante compreendermos que este tem diferentes tempos históricos. De acordo com BEHRING e BOSCHETTI (2006) os períodos que se dividem o modo de produção capitalista são: (Clique nas palavras destacadas): Capitalismo concorrencial: século XIX, a partir de 1848 (revolução do vapor); Imperialismo clássico: fins do século XIX até a 2ª Guerra Mundial (monopolização do capital); Capitalismo tardio: pós-45 até dos dias de hoje (automação, aprofundamento da monopolização e intervenção estatal). Para compreendermos a ascensão do capitalismo, tal como ele está organizado, voltamos a pensar na organização da sociedade feudal, que ocorre entre os séculos V e XV, após a queda do Império Romano. Nesta sociedade, as relações de troca eram simples e havia uma estrutura política definida, ou seja, a sociedade feudal era formada pela aristocracia proprietária de terra (alto CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 clero e nobreza) e pela massa de camponeses. Há uma forte influência da Igreja Católica que detém várias terras, consideradas como riqueza. O feudo era do domínio do senhor feudal e havia uma relação estabelecida de troca, visto que o trabalhador rural é servo do proprietário (senhor feudal). Para BEHRING e BOSCHETTI (2006), as sociedades pré-capitalistas não privilegiavam as forças de mercado e assumiam algumas responsabilidades sociais, não com o fim de garantir o bem comum, mas com o intuito de garantir a ordem social e punir a vagabundagem. Ao lado da caridade privada e das ações filantrópicas, algumas ações pontuais são identificadas como protoformas de políticas sociais. Assim, havia alguns atendimentos aos mais pauperizados de forma pontual. O termo “protoforma de política social” indica que há uma preocupação na assunção de problemas sociais, mais não de forma organizada pelo Estado. Com o desenvolvimento do capitalismo mercantil, as trocas se tornam mais complexas, pois as relações vão sendo caracterizadas pela questão comercial. A separação entre os camponeses e a terra, entre o produtor e os meios de produção, vai infiltrando-se sorrateiramente, fazendo-se acompanhar de seu habitual corolário, a divisão social do trabalho. Iniciando-se com uma primeira ruptura entre fiação e tecelagem, torna-se a cada momento mais complexa, determinando novas e crescentes divisões. Aquela economia natural da sociedade medieval entra em compasso de descaracterização progressiva, sendo aceleradamente substituídas por novas formas de troca, que acentuam a separação entre o proprietário e o produtor (Martinelli, 1991, p.31). Assim, a autora destaca que as trocas antes mais simples vão tendo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 outras características, pois tem como objetivo a acumulação de lucros e riqueza. Os centros de poder se deslocam dos feudos para os burgos. A burguesia vai acumulando riqueza e aumentando seu poder político, criando uma nova força assalariada e destituída dos meios de produção. De camponês a tecelão agrícola, e em seguida para trabalhador assalariado, esta classe empobrecida de camponeses, pequenos produtores e artesãos não teve como escapar das malhas da oligarquia burguesa, despontando já na segunda metade do século VI como trabalhadores assalariados, portanto, como proletários, no sentido etimológico do termo (MARTINELLI, 1991, p. 32). Nessa fase, há uma crescente necessidade de mão-de obra e os camponeses são expulsos da terra tendo que se subordinar aos donos do capital, protegidos pelas legislações da época. Assim, no período que vai do século XVII ao século XIX, desenvolve-se o capitalismo na sua fase concorrencial. Veja o vídeo sobre a Revolução Industrial e a forma como se dá a criação das máquinas no capitalismo. https://www.youtube.com/watch?v=TtDgBoky3fo A professora Jussara fala mais sobre os conceitos da Assistência Social, principalmente da transição do feudalismo para o capitalismo, no material online. https://www.youtube.com/watch?v=TtDgBoky3fo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Tema 2: Revolução Industrial e Questão Social Já vimos o processo de expansão do capitalismo, com a comercialização crescente. Vejamos as legislações que regulavam os trabalhadores, desde aépoca feudal: Estatuto dos Trabalhadores (1349): a atribuição do salário era privativa da autoridade local e independente de qualquer negociação; Estatuto dos Artesãos (1563): impedia qualquer tipo de associação entre os aprendizes de ofício; Lei dos Pobres (1597): declarava indigentes e retirava o direito de cidadania econômica daqueles que fossem atendidos pelo sistema de assistência pública. Eles deviam ficar confinados em Casas de Correção e podiam ser cedidos para suprir escassez de mão de obra. Eram obrigados a realizar todo tipo de trabalho, independente do salário; Lei do Domicílio (1662): determinava que todo indivíduo que mudasse de paróquia poderia ser expulso, privando assim o cidadão do direito de locomoção; Speenhamland Act (1795): estabelecia o pagamento de um abono financeiro, em complementação aos salários, cujo valor se baseava no preço do pão e proibia a mobilidade geográfica da mão de obra. Lei Revisora da Lei dos Pobres ou Nova Lei dos Pobres: foram criadas as casas de trabalho e instituídas as Caixas de Pobres, para concessão de auxílio semanal ou mensal. A concessão de auxílio CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 dependia de rigoroso inquérito da vida pessoal e familiar. Com a criação das máquinas e a expansão da produção, torna-se necessário a ampliação da mão de obra operária. O trabalhador, porém, não era livre para circular pelo mercado, devido ao Estatuto dos Aprendizes, que impedia a Associação dos Trabalhadores e a Lei do Assentamento, em que o trabalhador ficava subordinado ao senhor feudal e impedido de se deslocar. (MARTINELLI, 1991) A Lei dos Pobres de 1597 era ainda mais rigorosa, determinando que os atendidos pelo sistema de assistência pública vivessem confinados. Clique no botão a seguir e leia o que MARTINELLI diz sobre esse assunto. Nesses locais, denominados Casas de Correção, pois a pobreza era considerada geneticamente um problema de caráter, os indivíduos eram obrigados a realizar todo tipo de trabalho, independentemente de salário, uma vez que o atendimento pela Lei dos Pobres implicava a destituição da cidadania econômica. Sem nenhum domínio sobre sua própria vida, podiam inclusive ser cedidos, independentemente de ônus para os cofres públicos, para suprir a escassez de mão de obra (MARTINELLI, 1991, p. 56). Em relação a estas leis, observe que as mais antigas impedem o direito de ir e vir, o que não era conveniente para a burguesia. Os impostos eram determinados pelos donos do feudo e a locomoção para a comercialização era difícil, pois os preços eram variados e impediam o lucro. Dessa forma, os burgueses vão pressionar o Estado para revogar as leis que impediam o acúmulo do capital, mantendo em contrapartida as leis que os beneficiavam. Por exemplo, eles apoiavam o Estatuto dos Trabalhadores, que excluía o trabalhador de sua vida trabalhista. A atribuição de salário, de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores, era privativa da autoridade local e independente de qualquer negociação. Assim, o recrutamento da força de trabalho podia ser feita de forma coercitiva, sendo proibido ao homem ou a mulher de até 60 anos de idade, não inválidos, sem CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 meio de sustento próprios recusar trabalho, qualquer que fosse o salário (MARTINELLI, 1991, p.57). A recusa, se denunciada, implicava no recolhimento à Casa de Correção, e a perda da cidadania. Com a mudança da Lei dos Pobres, o trabalhador não ficava mais confinado à Casa de Correção, caso acessasse “novas” Casas de Trabalho para concessão de auxílio mensal ou semanal. Porém, para acessar esses locais, era realizado um inquérito da sua vida familiar e, novamente, o solicitante tinha que assumir-se como dependente do poder público, com uma vida regulada por normas (MARTINELLI, 1991). Apesar do caráter rigoroso da mudança da Lei dos Pobres, a sua abolição foi uma conquista importante e as lutas dos trabalhadores ampliaram- se. Observe o quadro a seguir, que localiza as características da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX: Observa-se o destaque das questões relativas ao início da primeira revolução na Inglaterra e posteriormente em outros países. Para ilustrar a questão das máquinas e da produção, assista ao filme “Tempos Modernos” que mostra Chaplin, representando seu personagem Carlitos em uma produção em série numa fábrica, e as consequências que esse método de trabalho acarreta CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 para o trabalhador. O filme também retrata a história de uma jovem e suas irmãs, com o pai desempregado. A vida fica ainda mais difícil quando este morre em um conflito. https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E Pense nas contradições decorrentes deste novo sistema econômico e político. Neste contexto, surge a questão social. Clique no botão a seguir e leia o que IAMAMOTO diz sobre esse assunto. A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do operariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, além da caridade e da repressão. O Estado passa a intervir diretamente nas relações entre o empresariado e a classe trabalhadora, estabelecendo não só uma regulamentação jurídica no mercado de trabalho, através da legislação social e trabalhista específicas, mas gerindo a organização e prestação de serviços sociais, como um novo tipo de enfrentamento da questão social. (IAMAMOTO, 1983, p 77.) BEHRING e BOSCHETTI (2006) apontam que na segunda metade do século XIX, a força de trabalho reagiu à exploração extenuante e à exploração de trabalho de mulheres, crianças e idosos. A luta de classes irrompeu, impondo a questão social. A exploração do trabalhador trouxe várias consequências, como a pauperização deste e outros fenômenos como a fome, a falta de moradia, o aumento de doenças, a desigualdade social, dentre outras. Assim, o Estado atuava junto com o capital, mas de forma reduzida. A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do operariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 passa a exigir outros tipos de intervenção, além da caridade e da repressão. O Estado passa a intervir diretamente nas relações entre o empresariado e a classe trabalhadora, estabelecendo não só uma regulamentação jurídica no mercado de trabalho, através da legislação social e trabalhista específicas, mas gerindo a organização e prestação de serviços sociais, como um novo tipo de enfrentamento da questão social. (IAMAMOTO, 1983, p 77.) MARTINELLI (1991) afirma que a caminhada histórica dos trabalhadores produz importantes resultados, dentre eles: O trânsito de “condição de classe” para “natureza de classe” da classe trabalhadora, levando-a a discernir com mais clareza a natureza de seu papel revolucionário; A importância da construção de alianças, para consecução dos objetivos buscados pelos trabalhadores; O domínio do capital sobre o trabalho começa a ser contestado e repudiado pelos trabalhadores; Os trabalhadores tinham consciência de que por meio de suas manifestações, podiam pressionar a burguesia e também o poder público para atingir seus objetivos. Para ilustrar a consciência dos trabalhadores em relação a sua condição, vamos realizaruma reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher e como foi sua origem. Acesse ao vídeo indicado. https://www.youtube.com/watch?v=oxOD_G5lTCw Historicamente, o trabalho das mulheres e das crianças foi mais desvalorizado em relação ao trabalho masculino. A esfera produtiva era considerada como lócus da produção da riqueza, espaço masculino e a esfera reprodutiva eram as atividades necessárias para garantir a manutenção e reprodução da força de trabalho, portanto espaço feminino. Porém a mulher https://www.youtube.com/watch?v=oxOD_G5lTCw CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 sempre foi responsável pelo trabalho produtivo e reprodutivo e ainda é explorada duplamente no capitalismo. Estas questões estabeleceram visivelmente a luta de classes e passou a exigir uma intervenção além da repressão e da caridade. Para IAMAMOTO e CARVALHO (1983), o Serviço Social se desenvolveu como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o desenvolvimento do capitalismo industrial e a expansão urbana. Em relação ao mundo precarizado do trabalho, leia o texto de Ricardo Antunes, disponível a seguir. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516- 37171999000100008&script=sci_arttext Agora é com a professora Jussara! Ela fala mais sobre a revolução industrial e a questão social no material online. Não perca! Tema 3: Questão Social e Serviço Social Vimos que a relação de exploração que se estabeleceu com o capitalismo criou uma nova classe e tem como consequência a questão social. Agora, vamos relacionar este fato com a criação da profissão de Serviço Social. Bem, MARTINELLI cita duas grandes tendências (comentadas por Karl Marx) de economistas para amenizar a questão social: A Escola Humanitária e a Filantrópica. “ A Escola Humanitária é a que lastima o lado mau das relações de produção atuais. Para tranquilidade de sua consciência, esforça-se para amenizar o mais possível os contrastes reais; deplora sinceramente as penúrias do proletariado e a desenfreada concorrência entre os burgueses; aconselha os operários a serem sóbrios, trabalharem bem e terem poucos http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37171999000100008&script=sci_arttext http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37171999000100008&script=sci_arttext CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 filhos; recomenda aos burgueses que moderem seu furor na esfera da produção.” (MARX, Karl. Miseria de la filosofia. Trad. Dalmacio Negro Pavon. Madrid, Agiuillar, 1969, citado em Martinelli, 1991, p. 63.). “A Escola Filantrópica é a escola humanitária aperfeiçoada. Nega a necessidade dos antagonismos; quer converter todos os homens em burgueses e aplicar a teoria, desde que esta se diferencie da prática e não contenha antagonismos. É evidente que na teoria é fácil fazer abstrações das contradições que se encontram a cada momento na realidade. Essa teoria equivaleria, então, a realidade idealizada. Em consequência, os filantropos querem conservar as categorias que expressam as relações burguesas, porém, sem o antagonismo que constitui a essência dessas categorias, que é inseparável delas.” (MARX, Karl. Miseria de la filosofia. Trad. Dalmacio Negro Pavon. Madrid, Agiuillar, 1969, citado em Martinelli, 1991, p. 63.). Pense em quais características as escolas têm em comum nesses extratos. Ambas buscam negar os antagonismos. A Escola Humanitária ainda determina o “correto” na forma de se comportar dos proletários, por exemplo, ter poucos filhos, não beber... Em ambas as escolas, busca-se negar as contradições da sociedade capitalista e estabelecer a existência de uma relação democrática, que pode ser apaziguada com o esforço de cada um. As relações de exploração do capital não se evidenciam neste discurso. Assim, para domesticar este trabalhador é necessário utilizar como estratégia a alienação “elemento fundante da existência social no mundo capitalista, de acordo com Martinelli. Clique no botão a seguir e leia a citação da autora sobre esse assunto. Produzida pela dinâmica da própria sociedade burguesa como um mecanismo de autopreservação, a alienação terna-se uma determinação objetiva da vida social no mundo de produção capitalista. Penetrando na consciência das pessoas, leva-as a não mais se reconhecerem nos resultados ou produtos de sua atividade, a se tornarem alheias, estranhas, alienadas, enfim, até mesmo a realidade onde vivem. (MARTINELLI, 1991, p. 62) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 A preocupação com a questão social une Burguesia, Estado e Igreja, para coibir as manifestações políticas e sociais. Na Inglaterra, o resultado dessa união foi o surgimento da Sociedade de Organização da Caridade em Londres que surge, em 1869, congregando os reformistas sociais, que passavam agora a assumir formalmente a responsabilidade pela racionalização e pela normatização da prática de assistência. O Serviço Social já surge no cenário histórico com uma identidade atribuída, que expressava uma síntese das práticas sociais pré-capitalistas repressoras e controladoras e dos mecanismos e estratégias produzidas pela classe dominante para garantir a marcha expansionista e a definitiva consolidação do sistema capitalista. (MARTINELLI, 1991, p.66) Esta questão é de suma importância, pois o Serviço Social tem na sua origem a marca do capitalismo, um instrumento importante da burguesia. Por isso NETTO realiza uma crítica às análises da profissão que veem o Serviço Social como uma “evolução da ajuda”. Para o autor, o Serviço Social é “indivorciável” da ordem monopólica, já que existe uma relação entre o Serviço Social profissional e as formas filantrópicas e assistenciais desenvolvidas pela emergência da sociedade burguesa. “É uma relação complexa, que compreende um universo político e teórico cultural que se apresentam no pensamento conservador, por outro lado, envolvem intervenções características do caritativismo. A influência da Igreja Católica afeta também o Serviço Social. Porém, a profissionalização não é uma continuação da visão da caridade”. (NETTO, 2001, p. 70). Assim, vamos compreender as influências trazidas pela Igreja e pela caridade na formação do Serviço Social, porém, sem afirmar que a profissão seria um mero desenvolvimento da visão de caridade. Isto posto, muitas práticas de repressão, de exploração e dominação política foram realizados sob a dominação da caridade. O Serviço Social tem um significado social na sociedade capitalista, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 como um dos elementos que participa da reprodução das relações de classes e do relacionamento contraditório entre elas. É uma especialização do trabalho coletivo dentro da divisão social do trabalho peculiar a sociedade industrial. Assim, é necessário apreender as implicações sociais que conformam as condições desse exercício profissional na sociedade atual (IAMAMOTO E CARVALHO, 1983). Quer saber mais sobre a questão social e o serviço social? Então confira à explicação da professora Jussara, no material online. Tema 4: Influências no Serviço Social Para compreender como se dá as influências no Serviço Social, vamos pensar nos contextos que influenciaram o início desta profissão. Em relação à sociedade de organização da caridade, esta entendia que só coibindo as práticas da classe dos trabalhadores, impedindo suas manifestações coletivas e mantendo um controle sobre a “questão social”, é que se poderia assegurar o funcionamento social adequado. Assim, de acordo com Martinelli, o Serviço Social sofre as seguintes influências: John Brunnel Davis, em 1816, fundou em Londres um Centro de Proteção à Infância, baseando-se nos ensinamentos do humanista católico espanhol Juán Luiz Vivas. Também organizou um grupo devisitadoras sociais. A influência de Vivés se faz presente também nas iniciativas do pastor Thomas Chalmers, inglês radicado em Glasgow que defendia em sua paróquia a ideia da caridade tornar-se uma ciência. Jeremy Bentham, filantropo inglês propôs em Londres, no final do século XVlll, a criação de um Ministério de Saúde Pública, englobando as áreas de higiene e a educação (atividades CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 complementares da assistência). Florence Nightingale, em 1851, membro da mais alta sociedade inglesa, tendo tomado conhecimento dos trabalhos que se desenvolviam na Alemanha pelas diaconistas e na França pelas irmãs de caridade, resolveu estagiar naqueles locais para melhor conhecê-los. Em ambos, estava presente a preocupação com os doentes e com os pobres e a visita domiciliar, como forma de atenuar seus sofrimentos físicos e sociais. A influência de Florence Nightingale, situando a visita domiciliar como um dos mais eficientes instrumentos para a realização das ações educativas foi marcante no processo de racionalização da assistência e sua organização em bases científicas. Octavia Hill, em 1865, em Londres iniciou um trabalho de educação familiar e social com os moradores de três casas. Os resultados deste trabalho animaram o filantropo Edward Denison a realizá-lo em outro bairro de Londres ampliando-o para as questões de higiene e saúde, já que era médico. Os trabalhos pioneiros de educação familiar e social de Octavia Hill e seus colaboradores constituíram importantes referências para o desenvolvimento da ação social com famílias de operários. A Sociedade de Organização da Caridade adotou e difundiu a ideia de assistência social como “reforma de caráter”. Solidarizando-se com essa ideia, em 1875, Charles Loch retomou as práticas de educação familiar (iniciadas por Octavia Hill) enfatizando o fato de se ter um local destinado ao atendimento da classe trabalhadora ou dos segmentos mais pauperizados da população. Em 1884, o pastor Samuel Barnett e sua esposa Henriette Rouland, colaboradora de Octavia Hill, criaram em Londres um Centro de Ação Social. Este organismo passou a ser divulgado como o mais adequado para a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 realização da prática social: o seettlement inglês, precursor das agências e centros sociais. (MARTINELLI, 1991) Antes mesmo de finalizar a década de 1880, o Estado burguês passou a receber em suas instituições de saúde o assistente social como colaborador de suas equipes. Em 1882, Josephine Shaw Lowell fundou em Nova Iorque a primeira sede americana da sociedade. Na Sociedade de Organização da Caridade havia muitas manifestações contra o uso do inquérito domiciliar com fins coercitivos e repressivos. Octavia Hill, em Londres, e Josephine Shaw Lowell, em Nova Iorque, defenderam em diferentes ocasiões a sua utilização, tanto para regularizar a concessão de auxílios, quanto para promover a reintegração social do indivíduo, conforme proposta de Nightingale. (MARTINELLI, 1991) Edward Devine posicionou-se em 1897 mostrando a importância de se lutar não só pelo uso adequado do inquérito domiciliar, como também pela qualificação dos visitadores sociais. Na fase final do século XIX há uma grande preocupação com a qualificação dos agentes profissionais nas Sociedades de Organização da Caridade. (MARTINELLI, 1991) Pensando no Serviço Social norte americano, conhecemos Mary Richmond (1866- 1928). Ela introduziu a visita domiciliar no Serviço Social com base na influência de Florence Nightingale (fundadora da enfermagem que utilizava como estratégia operacional as “visitadoras de saúde” (health visitors). Na Sociedade de Organização da Caridade de Baltimore, exerceu importante papel no sentido de motivar a criação de escolas de Serviço Social como forma de qualificar os agentes para o exercício profissional e durante a realização da Conferência Nacional de Caridade e Correção, em 1897, em Toronto, propôs que se criasse uma escola para o ensino da Filantropia Aplicada. Mary Richmond considerava o inquérito como um instrumento de fundamental importância para a realização do diagnóstico social e, posteriormente, do tratamento. Acreditava que só através do ensino CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 especializado poder-se-ia obter a necessária qualificação para realizá-lo. A força de suas argumentações levou Devine a acolher sua sugestão de organizar um curso destinado à aprendizagem da ação social ou, como o queria Richmond, à aprendizagem da aplicação científica da filantropia. Tal curso realizou-se em Nova Iorque em 1898. Seu desdobramento mais significativo ocorreu no ano seguinte naquele mesmo local, com a criação da primeira Escola de Filantropia Aplicada (Training School in Applied Philantropy). (MARTINELLI, 1991). Sob responsabilidade da Sociedade de Organização da Caridade passaram a ser ministrados cursos regulares destinados à formação de agentes sociais voluntários. A influência de Richmond foi marcante nesse processo, devendo-se a ela a organização e a regência dos primeiros cursos de Filantropia Aplicada. Acolhendo a concepção dominante na sociedade burguesa de que aos problemas sociais estavam associados a problemas de caráter, Richmond concebia a tarefa assistencial como eminentemente reintegradora e reformadora do caráter. Atribuía grande importância ao diagnóstico social como estratégia para promover tal reforma e para reintegrar o indivíduo na sociedade. (MARTINELLI, 1991). Na própria Sociedade de Organização da Caridade havia divergências sobre essa tese que dava à assistência a conotação de uma ação reformadora, de natureza individual. Mary Follet e Jane Adams, companheiras de Richmond, consideravam que a ação social devia voltar-se para a harmonização das relações industriais, para a administração dos conflitos sociais, portanto atuando em um nível mais global. (MARTINELLI, 1991). A tese de Richmond, mais reacionária, sensibilizava muito a burguesia, que entendia que aquele tipo de prática respondia à função econômica da assistência, de modo indireto, urna vez que a ação social individual, seja "reformando o caráter", seja promovendo a melhoria das condições de saúde, contribuía para a recolocação do trabalhador no mercado de trabalho. Antes mesmo de finalizar o século XIX, ainda no ano de 1899, foi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 fundada a primeira escola europeia, em Amsterdã, Holanda. Nesse mesmo ano, Alice Salomon iniciou em Berlim cursos para agentes sociais, que acabaram por dar origem à primeira escola alemã em 1908. Em 1908, fundou- se na Inglaterra a primeira escola de Serviço Social, não ainda com esta denominação, já incorporada à Universidade de Birmingham. Logo em seguida foram fundadas duas escolas em Paris, uma em 1911, de orientação católica, e outra, 1913, de orientação protestante. A forte influência dos ensinamentos de Florence Nightingale, a quem muitas vezes se referiu como uma "pioneira do Trabalho Social", fez com que Richmond atribuísse muita importância à prática individual da assistência, sempre que possível realizada através do inquérito domiciliar. O diagnóstico social ocupava para ela um papel de destaque e o caminho para obtê-lo era o inquérito realizado no próprio domicilio das pessoas, de preferência. A firme convicção quanto à eficácia desse instrumento e à importância da visita domiciliar levou Mary Richmond a estabelecer como objetivo de seus primeiros cursos o preparo de visitadoras domiciliares (home visitors), o que absorvia e ampliava a ideia das "visitadoras de saúde" (health visitors), criadas por Nightingale. (MARTINELLI, 1991) Foi através do trabalho dessas visitadoras sociais domiciliares que o Serviço Social iniciou suasprimeiras atividades nas instituições públicas americanas. Boston, Massachussets e Chicago foram as primeiras cidades nos Estados Unidos a instituir a presença do assistente social nos tribunais de justiça para atuar nos casos em que houvesse crianças. (MARTINELLI, 1991) É importante destacar que ao final da II Guerra Mundial, já se encontravam em funcionamento cerca de 200 escolas distribuídas pela Europa, pelos Estados Unidos e pela América latina, onde se instalaram a partir de 1925. As práticas de assistência já não eram vistas como práticas de caridade, mas vinculava-se a objetivos mais amplos, com técnicas. Por isso, não se considerava mais correto usar os termos “bem-estar social”, “assistência social”, “caridade” e “filantropia aplicada”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 A organização profissional não tinha por objetivo imediato a inserção nos quadros da divisão social do trabalho. Sua intenção primeira era marcar de forma inconfundível a ação desses filantropos, ou reformadores sociais, como se denominavam os membros da Sociedade de Organização da Caridade, distanciando-a das práticas feudais e pré-capitalistas e apresentando-a como uma nova forma de abordagem da "questão social”. Dar à prática da assistência social o título de "trabalho social" mostrava- se útil à burguesia, pois a ajudava a ratificar a ideia, na classe trabalhadora, de que era uma prática criada para atender ao trabalhador e à sua família e de que o agente profissional também era um trabalhador. Se você quiser conhecer melhor os chamados pioneiros do Serviço Social, tem um livro disponível que fala mais sobre eles, da perspectiva de Balbina Ottoni Vieira, teórica brasileira de Serviço Social funcionalista. A autora não realiza uma análise da perspectiva da questão social ou da perspectiva marxiana, mas tem registros históricos sobre as influências do Serviço Social. Confira! Entenda melhor as influências no serviço social assistindo à explicação da professora Jussara, no material online. Trocando Ideias Lembra do início do texto, quando foi perguntado sobre as motivações que te levaram a buscar o curso de Serviço Social? Ajudar o outro? Fazer caridade? Motivações com outra prática profissional? Várias questões foram lançadas e possivelmente nenhuma delas pode ter te motivado. Mas depois da análise de uma conjuntura política, social e econômica que irrompem na questão social e na gênese do Serviço Social, construa um wiki com os seus colegas, onde um conta sobre suas motivações e o que mudou em relação a isso com a leitura da aula. Algumas questões norteadoras podem te auxiliar na construção do texto: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Como é a prática do assistente social hoje? O que tenho a dizer sobre as formas de inquérito social e de visitas domiciliares, que caracterizaram os profissionais na sua gênese? Como penso nas pessoas vulneráveis, que não tem alimentação ou trabalho? Depois dessas aulas, como penso que deve ser a prática do assistencialismo social? Lembre-se: contribua e aprenda na troca com seus colegas. Bom trabalho! Na Prática Você conhece o quadro “Operários” de Tarsila do Amaral? Clique no botão a seguir para acessá-lo. http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de- tarsila-do-amaral.html O quadro “Operários” foi pintado em um momento em que Tarsila esteve ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve na União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro. Nesta época, a política e a temática do trabalho fizeram-se presentes em duas de suas obras: “Operários” e “Segunda Classe” (1933). Ambas as telas ilustram o momento político e social brasileiro do início dos anos 30: industrialização, migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial e uma classe de trabalhadores marginalizada e explorada. Embora o quadro retrate uma realidade brasileira, mostra a consolidação do capitalismo industrial. Observe atentamente a figura e dentro deste contexto descreva como a pintora retrata os trabalhadores. Faça uma relação deste quadro com o conteúdo estudado durante as aulas, referente ao capitalismo e http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 a questão social. Veja o feedback da professora Jussara sobre esta atividade. O objetivo desta atividade é que você observe os rostos sérios e o trabalho de cada um deles na fábrica, suas diversas etnias (de acordo com a realidade brasileira), com expressões parecidas (mostrando a massificação) e cansadas. Além disso, você pode ter feito uma análise de conjuntura da Era Vargas e a crescente industrialização, ou apresentado o percurso da vida da artista. A relação com a situação do capitalismo, as relações de exploração e o fato dos trabalhadores não terem acesso aos meios de subsistência também podem ser analisados. Síntese Chegamos ao final deste primeiro percurso na história do Serviço Social. Iniciando pela sociedade feudal, estudamos como se davam as relações de trocas e como elas se tornaram relações capitalistas. Em seguida, apresentamos a o percurso da classe trabalhadora, as relações de exploração e a questão social, destacando o conceito de IAMAMOTO. A questão social dá início ao Serviço Social na Europa e nos Estados Unidos, com os agentes inicialmente agindo para domesticação dos trabalhadores, a serviço do capital. Ao final, conhecemos as principais influências que fundamentaram as bases teóricas do Serviço Social. Assista às considerações finais da professora Jussara, no material online. Referências BEHRING, Elaine; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história . São Paulo: Cortez, 2006. IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica . 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 1983. MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação . 2. ed. São Paulo: Cortez, 1991. NETTO, J. Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social . São Paulo: Cortez, 1996. VIEIRA, Balbina Ottoni. Serviço Social: precursores e pioneiros . Agir, 1984. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Fundamentos Históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social – Dimensão Histórica Aula 2 Profa . Jussara Marques de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, pessoal! Na aula anterior, acompanhamos a trajetória histórica do Serviço Social sob a influência europeia e as primeiras escolas e pioneiras. Nesta aula, vamos seguir nosso percurso, compreendendo o processo de consolidação do capitalismo e a gênese do Serviço Social na América Latina. Faça uma relação com o contexto histórico anterior, pois ele tem uma grande influência! Vamos lá? Acesse o material on-line! Contextualizando Para começar, na América Latina (excetuando o Brasil, claro) utiliza-se o termo “trabalhador social ”. Em sala de aula, muitas vezes os alunos questionam o termo “assistente social ” e sua relação com ser “assistente” de alguém ou sua relação com o “assistencialismo”, considerado hoje um termo pejorativo pela falta de condições objetivas de mudanças dessas práticas. Na atualidade, os assistentes sociais discutem muito a Política da Assistência Social , outro termo que se reúne ao nosso glossário e causa confusão de conceitos. Filantropia é a ajuda ao outro. Enquanto prática social, nasceu no interior da sociedade civil.Foi historicamente referendada pela Igreja Católica, que alicerçou as condutas morais de seus seguidores na caridade e amor ao próximo (SPOSATI, 2006). Junto com o termo filantropia temos caridade , que seria ajudar o próximo, sem qualquer tipo de recompensa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Agora, pesquise os termos assistencialismo, assistente social e assistência social e faça uma relação com a História do Serviço Social. Assista ao vídeo a seguir para fundamentar seu ponto de vista. https://www.youtube.com/watch?v=GkhPeLr163c Responda à seguinte pergunta: Historicamente, qual a relação desses termos com os antecedentes históricos da profissão? Acesse a videoaula disponível no material on-line! Pesquise Debate dos antecedentes Históricos na América Latina Aqui vamos realizar uma reflexão histórica do Serviço Social na América Latina, sob a perspectiva de autores que estudam o tema. Iniciemos com Ezequiel Ander-Egg, que é um destacado pedagogo, sociólogo, ensaísta e epistemólogo argentino. Nascido em 6 de abril de 1930 em Bernardo Larroude, província de La Pampa, possui ênfase na investigação e criação de técnicas de desenvolvimento social. Ander-Egg (1995) inicia a trajetória histórica do Serviço Social apontando as formas de ajuda. Esse autor menciona três formas de ajuda e assistência aos necessitados, que poderiam ser: A ajuda pública fornecida pelas ordens religiosas e hospitais, que aparecem simultaneamente com os primeiros mosteiros e a ajuda e proteção sos senhores feudais; https://www.youtube.com/watch?v=GkhPeLr163c CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 A ajuda mútua prestada pelas corporações, entre os membros que as integravam; A esmola como caráter individual, prestada a quem dela precisava como um dever religioso e meio de salvação. Ander-Egg afirmou que o Serviço Social deve ser entendido como um basicamente um reflexo do Serviço Social europeu, afirmação que foi refutada por Castro (2008). Outra crítica de Castro é que as referências de Ander-Egg não recorrem a uma compreensão das classes e suas contradições (CASTRO, 2008). Assim, Ander-Egg aponta a ajuda como antecedente histórico do Serviço Social e não problematiza as lutas de classes. Castro (2008) afirma: A formação dos Estados burgueses, as modalidades que a exploração da força de trabalho adquire, as formas particulares de resistência e organização das classes operárias, as camadas médias, etc., têm seus traços pertinentes determinados pela maneira como, ao longo do tempo, aquela lógica comum opera na Europa e na América Latina (CASTRO, 2008, p. 34). A fundação das primeiras Escolas de Serviço Social na América Latina foi realizada em 1925, no Chile; em 1936 no Brasil e em 1937 no Peru. Castro afirma que o processo de abertura de escolas não equivale ao início da profissão, mas revela momentos específicos de um processo de maturação que culmina quando a profissão começa a se colocar de uma forma mais sistemática (CASTRO, 2008, p. 35). Assim, pensando no Chile, a priori, pela criação da primeira escola, os antecedentes históricos datam da década de 1920, que, para Castro (2008) seria uma etapa histórica decisiva nos seguintes aspectos: Emergência de novas classes sociais sob o estímulo de relações de produção embasadas na exploração da força de trabalho assalariada. Dinamismo do precoce processo de industrialização e na penetração dos capitais norte-americanos e como parte de uma estratégia geral de substituição da hegemonia inglesa e da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 integração das economias latino-americanas ao mercado capitalista. Dessa forma, a organização e protesto das classes operárias, com a influência das ideias socialistas da revolução Russa de 1917 exigiram que o Estado articulasse ações para responder à demanda da classe trabalhadora. O autor destaca que o emprego das mais diferentes formas de repressão sempre se combinou com as concessões à classe operária. A produção chilena de cobre cresce intensamente a partir da Primeira Guerra Mundial e “o significado econômico que a exportação de cobre tinha para o país impunha uma dinâmica fluida às negociações entre o Estado, as grandes companhias norte-americanas e o proletariado mineiro do Chile” (CASTRO, 2008, p. 36). Esse processo de industrialização teve como consequências o empobrecimento e o crescimento urbano e foi propício para a emergência de agentes para trabalhar com esses fenômenos: os assistentes sociais. Porém, nesse contexto, chileno, o fundador da Escola de Serviço Social foi um médico, Alejandro Del Río, entendendo-se que, na época, o Serviço Social era considerado uma subprofissão da Medicina. O Dr. Alejandro Del Río não foi uma individualidade separada do contexto de sua época. Castro (2008) afirma que à época de fundação da escola, médicos, sacerdotes, advogados e mesmo alguns tipos de engenheiros desempenhavam papéis profissionais de grande significado social e muitas ações próprias do Estado tinham seus agentes nos advogados e médicos. Ander-Egg (1995) afirma que no momento em que a saúde passa a ser considerada não apenas como um problema físico-biológico incorpora-se um profissional capaz de atender às dimensões sociais desses problemas. Porém, esses profissionais recebem um papel secundário, são chamados de visitadores sociais e são chamados de “braços estendidos e olhos alongados” dos médicos para atingir a residência dos pacientes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Os trabalhadores e assistentes sociais eram tidos como “ajudantes” capazes de controlar o correto cumprimento do tratamento prescritivo, de instruir sobre normas de higiene, de possuir algumas destrezas de medicina menor (aplicar injeções, fazer lavagens estomacais etc.), de saber ensinar a preparar mamadeiras, cuidar e mudar as fraldas dos bebês etc. (ANDER-EGG, 1995, p. 28). Veja o vídeo a seguir, que fala sobre a História do Serviço Social na América Latina. Em seguida, vamos discutir suas influências, além da questão social. https://www.youtube.com/watch?v=XDREkM3cyY0 Finalizemos este tema assistindo à videoaula, disponível no material on- line! Influência da Igreja Católica e as Encíclicas Papais Neste item, vamos problematizar qual o papel que a Igreja Católica enquanto instância de hegemonia de determinada classe social, apresentou na gênese da profissão na América Latina. Vimos que as exigências históricas de acumulação capitalista instauram a sua lógica, reproduzindo as relações sociais de produção e reprodução do capital, com suas incidências no campo ideológico. Para Castro (2008) O Serviço Social é protagonista de uma prática diferenciada da assistência pública e da caridade tradicional, conectando-se aos objetivos políticos sociais da Igreja e das frações de classe vinculadas a ela. Neste item, vamos destacar a relação próxima do Serviço Social com o cotidiano. No nosso dia a dia, mesmo sem pensar sobre isso, reproduzimos https://www.youtube.com/watch?v=XDREkM3cyY0 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 conceitos morais que incorporamos nas diversas instituições em que vivemos: família, educação, religião. Essa convivência e vinculação na sociedade nos orientam para valores para os quais não nos damos conta. Porém as Instituições são políticas e vinculam determinadas ideologias. Assim, essa discussão do Serviço Social e Igreja, independente de nossa religião, devem considerar o viés histórico e político da Igreja Católica e sua influência na profissão. Então, vamos pensar nessa frase de Karl Marx: “A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito
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