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DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL 
 
PARTE GERAL: 
Crime consumado: 
Quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
 
Tentativa: 
Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. 
 
Pena de tentativa: 
Parágrafo único – Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 à 2/3. 
 
Agente garantidor: 
Responderá pelo crime praticado pelo agente que praticou. 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz: 
O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
Arrependimento posterior 
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 
agente, a pena será reduzida de 1/3 à 2/3. 
 
Crime impossível 
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
Crime doloso 
I – Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime 
culposo 
 
• Dolo eventual ocorre quando o agente não quer atingir certo resultado, mas 
assume o risco de produzi-lo 
 
• Preterdoloso é aquele no qual coexistem os dois elementos subjetivos: dolo na 
conduta antecedente e culpa na conduta consequente. 
 
Ex: O resultado morte (culposo) não era esperado pelo autor do crime, mas a 
conduta de lesão corporal (dolosa) causou este resultado inesperado. 
 
II – Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. (Não existe tentativa de crime culposo) 
 
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
 
Obs.: dolo e culpa também são elementos do fato típico, estão dentro do elemento 
chamado de conduta. 
 
 
 
Exclusão de ilicitude 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
Estado de necessidade 
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, 
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
• § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar 
o perigo. 
 
• § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços. 
 
Legítima defesa 
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
§ Único: Considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que 
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. 
 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA: 
 
Homicídio Simples: 
Matar outra pessoa; 
 
Homicídio Qualificado: 
Motivo torpe, mediante paga ou promessa de recompensa, homicídio cometido por 
grupos de extermínio ou com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio cruel. 
 
Homicídio Privilegiado: 
Crime de homicídio pode ser reduzida quando o autor do crime é motivado por razões 
de relevante valor social ou moral, ou quando age sob o domínio de violenta emoção, 
logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
 
Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou automutilação: 
Incentivar ou ajudar outra pessoa a cometer suicídio; 
• Induzimento: Fomentar. 
• Instigação: Criar. 
• Auxilio: Fornecer meios. 
 
 
Infanticídio: 
Matar o próprio filho durante ou logo após o parto, sob influência do estado puerperal; 
 
Lesão corporal: 
Causar lesão física em outra pessoa; 
 
Tortura: 
Submeter alguém a sofrimento físico ou mental, com o objetivo de obter informação, 
confissão ou para castigar, intimidar ou discriminar. 
 
Tipos de Violencia Sexual: 
 
Estupro: 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou 
praticar outro ato libidinoso; 
 
• Pena – reclusão, de 6 à 10 anos. 
 
 
Violação sexual mediante fraude: 
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou 
outro meio que impeça ou dificute a livre manifestação de vontade da vítima: 
 
• Pena – reclusão, de 2 à 6 anos. 
 
 
Importunação sexual: 
Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer 
a própria lascívia ou a de terceiro: 
 
• Pena – reclusão, de 1 à 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave. 
 
 
Assédio sexual: 
Constranger alguémcom o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência 
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. 
 
• Pena – reclusão, de 1 à 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: 
 
Roubo: 
Subtrair coisa móvel alheia mediante grave ameaça ou violência; 
 
Furto: 
Subtrair coisa móvel alheia, sem violência ou grave ameaça; 
 
Extorsão: 
Constranger alguém a dar, fazer ou deixar de fazer algo mediante violência ou grave 
ameaça; 
 
Estelionato: 
Obter vantagem ilícita, em prejuízo alheio, mediante fraude; 
 
Apropriação indébita: 
Apropriar-se de coisa alheia móvel, que está em seu poder por contrato ou outra forma 
legal, e deixar de restituí-la quando exigido; 
 
Dano: 
Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia; 
 
• Simples: Detenção, seis meses. 
• Qualificado: Detenção de 6 meses a 3 anos. 
Praticado com violência à pessoa ou mediante emprego de fogo, explosivo, 
substância corrosiva ou outra de efeito similar, ou ainda quando é cometido 
contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de 
serviços públicos ou sociedade de economia mista. 
 
Receptação: 
Adquirir, receber ou ocultar coisa que sabe ser produto de crime. 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
 
Peculato (art. 312): 
Crime praticado por funcionário público que desvia ou apropria-se de dinheiro, valor ou 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. 
 
➢ Atenção: O peculato culposo é o único crime culposo dentre os crimes praticados 
por funcionário público contra a administração em geral. 
 
Ex: Funcionário, que por descuido, deixa aberto o cofre ou a gaveta onde está guardado 
o dinheiro, propiciando que outra pessoa o subtraia. 
 
 
Concussão (art. 316): 
Crime praticado pelo funcionário público que exige, para si ou para terceiro, vantagem 
indevida em razão da função que exerce. 
 
Ex: Fiscal que exige dinheiro para não aplicar uma multa. 
 
 
Corrupção passiva (art. 317): 
Crime praticado pelo funcionário público que solicita ou recebe, para si ou para terceiro, 
vantagem indevida, em razão da função que exerce. 
 
Ex: Quando um agente público pede dinheiro para alguém, em troca de facilitações para 
o cidadão. 
 
 
Corrupção ativa: 
Crime praticado pela pessoa que oferece ou promete vantagem indevida a funcionário 
público, para que este pratique, omita ou retarde ato de sua competência. 
 
Ex: Oferecer dinheiro ao guarda de trânsito para que ele não lhe dê uma multa. 
 
 
Prevaricação (art. 319): 
Crime praticado pelo funcionário público que retarda ou deixa de praticar, 
indevidamente, ato de sua competência, ou pratica-o contra disposição legal expressa, 
visando satisfazer interesse pessoal. 
 
Ex: Delegado que deixa de instaurar inquérito. 
 
 
Condescendência criminosa (art. 320): 
Ocorre quando uma autoridade pública ou particular se omite diante de uma infração 
penal cometida por um subordinado. 
 
 
Advocacia administrativa (art. 321): 
O ato de um servidor público defender interesses particulares, junto ao órgão da 
administração pública onde exerce suasfunções.

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