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DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL 2 fase

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DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL ​- Prof Michel Knolseisen 
 
1. HOMICÍDIO 
● Conduta típica 
➢ Matar alguém, tirar a vida de alguém. 
● Sujeito passivo 
➢ A vida humana começa a ser protegida a partir da nidação, ou seja, quando o óvulo se fixa na 
parede do útero. 
➢ Para começar o homicídio, deve ser a partir das contrações do parto, caso contrário será 
aborto. Essa proteção acaba com a morte cerebral. 
● Modalidades​: 
➢ Homicídio doloso​: a pessoa quer ou assume o risco de matar alguém. 
✓ Consumado ​- quando a pessoa atinge o objetivo, qual seja, matar a pessoa. 
✓ Tentado - quando a pessoa não consegue atingir seu objetivo por circunstâncias alheias à sua 
vontade. 
➢ Homicídio privilegiado: ​há redução de pena. 
✓ Por relevante valor moral - valor individual, que incomoda o sujeito, íntimo da sua 
personalidade. Por exemplo: eutanásia; quando o agente mata a vítima por clemência; quando 
o pai mata o estuprador da filha. 
✓ Pelo relevante valor social - algo que tem relevância no meio social em que o agente está 
inserido. Exemplo: matar o “bandidão” do bairro. 
✓ Sob domínio de violenta emoção logo depois injusta provocação da vítima - estado de 
raiva logo após ser provocado pela vítima de maneira injusta, sem motivo. A pessoa fica 
dominada pela raiva e ​imediatamente depois da provocação a mata. Se houver lapso 
temporal, configura apenas homicídio. 
✓ Caso haja erro sobre a pessoa, ou seja, quando o agente queria atingir uma pessoa, 
porém atinge outra. 
✓ Art. 30, CP - não se transmite o privilégio no caso de concurso de agentes. Apenas se 
comunicam quando for elementar do tipo (estado puerperal no infanticídio, por exemplo - se 
tirar a palavra, vira outro crime ou conduta atípica). Se a característica for apenas para 
redução de pena, não se comunicam. 
➢ Homicídio qualificado​: a pena é maior, ou então aumenta-se. 
✓ Por motivo torpe - qualquer motivo relacionado ao dinheiro, também conhecido como 
“homicídio mercenário”. Promessa de recompensa, recompensa, herança, seguro de vida, etc. 
Só responde pela qualificadora aquele que recebe a recompensa ou sua promessa. 
✓ Por motivo fútil - motivo idiota, mesquinho, besta. Por exemplo: matar o garçom que serviu 
a sopa fria; por ciúme; por pegar algo seu. 
✓ Por meio de veneno - qualquer substância capaz de causar a morte da vítima, não incluindo 
apenas o próprio veneno, mas também, por exemplo, medicação em excesso; quando o agente 
sabe de alergia e a utiliza. 
✓ Por meio de fogo e explosivo - com o intuito de matar a pessoa, ateia fogo/joga um explosivo 
nesta. 
✓ Por meio de asfixia - quando se usa meios que prendem a respiração da vítima, não 
necessitando ser estrangulamento manual, podendo ser por afogamento, asfixia por corda, etc. 
✓ Por tortura - sofrimento desnecessário para a morte, como exemplo, cortar partes do corpo 
da vítima antes de matá-la; causá-la dor antes de matá-la. Quer torturar a pessoa com o 
 
animus necandi​. O dolo principal é matar a pessoa, diferenciando-se, portanto da tortura com 
resultado de morte, no qual o dolo é torturar, sendo a morte uma decorrência apenas desse 
meio, não era um resultado querido. 
✓ Por surpresa - recurso que impossibilita ou reduz a reação da vítima. Traição, de emboscada, 
ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido. 
✓ Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime - não 
incorre a contravenção, apenas crime. 
✓ Feminicídio - homicídio cometido contra mulher (sexo feminino, não aplica-se no caso de 
transsexuais anteriormente à cirurgia), nos casos: 
i. menosprezo ou discriminação à condição de mulher; 
ii. no âmbito de violência doméstica, que é considerada qualquer ação ou omissão baseada no 
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial: 
○ no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de 
pessoas, ​com ou sem vínculo familiar​, inclusive as ​esporadicamente​ agregadas; 
○ no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou 
se consideram aparentados​, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
○ em qualquer ​relação íntima de afeto​, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a 
ofendida, ​independentemente de coabitação​. 
○ INDEPENDEM DE ORIENTAÇÃO SEXUAL​. 
○ A relação não precisa estar em vigor, pode já ter terminado (ex-namorado, ex-marido). 
✓ Policiais ​e militares - matar policiais e militares (forças armadas) por causa de sua condição 
como tal, por causa desse cargo. Quando mata-o por um motivo qualquer, não cabe a 
qualificadora, apenas se matá-lo porque é fardado. TAMBÉM SE EXPANDE ESSA 
PROTEÇÃO À CÔNJUGE E PARENTE ​CONSANGUÍNEO​ ATÉ TERCEIRO GRAU. 
➢ Homicídio simples​: residual, quando não se encaixa em nenhuma hipótese de qualificadora ou 
privilégio. 
➢ Homicídio qualificado privilegiado​: há combinação de fatores qualificadores e 
privilegiadores. O privilégio pode concorrer com as qualificadoras objetivas (as de meio) do 
homicídio, não com as subjetivas (todas as demais). 
➢ Homicídio culposo​: o agente não quer matar, não assume o risco de matar, porém há um 
descuido, com negligência (não faz o que deveria, não cuida), imprudência (age de maneira 
deliberada, perigosa) ou imperícia (falta de conhecimento técnico). 
✓ De trânsito - descuido causado na direção de veículo automotor. Agente não desejava o 
resultado-morte, porém há descuido na direção do veículo. SE A PESSOA NÃO ESTAVA 
DENTRO DO VEÍCULO, DIRIGINDO, NÃO É CRIME DE TRÂNSITO. 
✓ Perdão judicial - há crime, porém não se pune. Isso ocorre quando as consequências do 
homicídio culposo são tão gravosas ao sujeito que o praticou, que a punição torna-se 
desnecessária. CONTINUA HAVENDO CRIME, APENAS SE É ISENTO DE PENA. A 
jurisprudência entende que deve haver vínculo afetivo, o qual é presumido entre pais e filhos, 
família, cônjuge. 
● Causas de aumento de pena 
➢ Homicídio Culposo 
✓ Inobservância de regra técnica, é conhecimento da regra e ignorá-la, fazer mesmo assim. Se 
diferencia de imperícia, porque esta importa no desconhecimento. 
 
✓ Não prestar socorro à vítima após o homicídio culposo. 
✓ Fuga para evitar o flagrante, que não se aplica quando o sujeito fugir para evitar o 
linchamento. 
➢ Homicídio Doloso 
✓ Vítima menor de 14 anos. 
✓ Vítima maior de 60 anos. 
➢ Feminicídio 
✓ Homicídio praticado durante a gestação ou durante os três primeiros meses do bebê. 
✓ Menor de 14 anos, maior de 60 anos ou mulher com debilidade. 
✓ Presença física ou virtual de ascendente ou descendente da vítima durante o homicídio. 
✓ Durante violação de medida protetiva. 
 
2. PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO 
● Instigação​ - fazer nascer na cabeça da pessoa a ideia de suicídio. 
● Indução​ - reforço de uma ideia suicida, que já existia na mente da pessoa. 
● Auxílio - fornecimento de meios para que o terceiro cometa suicídio. Ex: dar a corda para a 
pessoa se enforcar, dar veneno para que a pessoa beba. 
● A pessoa é punida quando comete qualquer um dos três verbos anterior, podendo cometer um 
ou mais deles, respondendo apenas pelo mesmo crime na última hipótese. 
● É necessário que haja um nexo causal entre a influênciada pessoa com o suicídio. O suicídio 
deve acontecer por causa da participação do sujeito e não por causas alheias. 
● A vítima deve entender as consequências dos seus atos, que resultarão em suicídio. 
➢ Hipóteses nas quais se configura homicídio mesmo com a participação em suicídio: 
✓ vítima menor de 14 anos; 
✓ mediante fraude - emprega meio que esconde da vítima que ela está tirando a sua própria 
vida. Ex: beber copo de água que continha veneno dentro; 
✓ vítima doente mental - em virtude da sua doença mental, a vítima não consegue 
compreender que está cometendo suicídio. Ex: pessoa esquizofrênica; 
✓ coação moral - quando o sujeito coage a vítima a se matar, e o suicídio não é vontade livre da 
vítima; 
✓ coação física​ - transforma-se a pessoa em um meio contra ela mesma. 
● Consumação 
➢ A consumação ocorre quando a vítima morre ou sofre lesão grave. 
➢ Não admite tentativa, caso não ocorra morte ou lesão grave, a conduta será atípica (nos casos 
de não acontecer nada, ou acontecer lesão leve). 
● Causa de aumento de pena 
➢ Crime praticado por motivo egoístico: por motivo torpe, por finalidade financeira. Ex: 
participação em suicídio de irmão para ser o único herdeiro. 
➢ Vítima menor de idade​: vítima com 14 a 17 anos. 
➢ Capacidade reduzida: a pessoa sabe o que está fazendo e tem consciência das suas ações, 
porém, por qualquer causa, está mais sugestionável a cometer suicídio. Ex: pessoa com 
depressão profunda, embriagada, etc. 
● Situações especiais 
➢ Pacto de morte: ​duas ou mais pessoas decidem cometer suicídio juntos. O ordenamento 
jurídico brasileiro ignora o pacto, devendo a conduta de cada um ser analisada de maneira 
 
isolada. Ex: dois amigos se fecham no apartamento, A liga o gás para que morram juntos. B 
morre, A sobrevive, A responde por homicídio consumado. 
 
3. INFANTICÍDIO 
● Crime próprio, cometido pela mãe sob estado puerperal, contra seu filho. 
● Estado puerperal​: a mãe sabe o que está fazendo, porém está mais sensível e tendente a retirar 
a vida do próprio filho. ​A MÃE NÃO É INIMPUTÁVEL, SÓ ESTÁ 
DESEQUILIBRADA, SENSÍVEL​. O estado puerperal pode durar por até 06 meses, 
portanto o infanticídio pode ocorrer durante o parto ou ​LOGO após​. 
● A mãe possui ​animus necandi​. 
● Não possui modalidade culposa. 
● Tópicos especiais 
➢ Erro sobre a pessoa​: não possui punição, levando as características de quem a mãe desejava 
matar. Exemplo clássico da mãe que mata filho alheio achando ser o seu próprio. 
➢ Regra da comunicabilidade​: quando a pessoa sabe que a mulher está em estado puerperal e 
mesmo assim concorre para o crime, irá responder, também, por infanticídio, pois a 
circunstância se comunica, tendo em vista que é elementar do crime, pois o estado puerperal 
faz parte do tipo penal. Deve haver divisão de tarefas, pois se a pessoa possui motivos 
próprios, responderá por homicídio. 
 
4. ABORTO 
● A prática do aborto é considerada crime a partir da nidação, ou seja, 14 dias após a 
concepção. 
● Modalidades 
➢ Aborto praticado pela gestante 
✓ Auto-aborto ​- a própria gestante age para causar a morte do feto de maneira pessoal. Ela 
mesma comete o aborto. O terceiro pode responder como partícipe, fornecendo meios ou 
incentivando-a. 
✓ Aborto consentido​ - a gestante dá autorização para que terceiro pratique o aborto em si. 
➢ Aborto praticado por terceiro 
✓ Com o consentimento da gestante - o terceiro pratica aborto porque a gestante dá 
autorização. Pena menor. 
✓ Sem o consentimento da gestante - o terceiro não possui a autorização para praticar aborto. 
Pena maior. 
✓ O consentimento não é considerado válido quando: 
iii. a gestante é menor de 14 anos; 
iv. a gestante possui doença mental; 
v. quando o consentimento é obtido através de fraude, como esconder da gestante a 
circunstância do aborto ou fraudar circunstância para que a gestante consinta; 
vi. quando o consentimento é obtido através de grave ameaça (ameaçá-la para que consinta em 
realizar aborto) ou violência (violência empregada contra a gestante para que consinta com o 
aborto). 
● Qualificação pelo resultado 
➢ A pena aumenta-se quando ocorre qualquer um dos resultados abaixo: 
✓ lesão grave - lesão não era desejada; 
✓ morte da gestante - morte não era desejada. 
 
● Consumação 
➢ Ocorre com a morte do feto. 
➢ Se o feto morreu por causa da manobra abortiva, mesmo que já esteja fora da barriga da mãe, 
o sujeito responderá por aborto. 
➢ Cabível tentativa. 
● Tipo subjetivo 
➢ Deve haver dolo e conhecimento da condição da gravidez. 
➢ Não há aborto culposo. 
● Aborto legal 
➢ Aborto necessário​: o médico pratica a manobra abortiva porque o aborto é o único meio para 
salvar a gestante. Não necessita do consentimento da gestante. 
➢ Aborto sentimental​: da gravidez resultado de um estupro, que pode acontecer aborto quando 
houver consentimento da gestante ou dos seus representantes legais, quando menor de idade. 
➢ Anencefalia​: o STF decidiu em ADPF 54 que é autorizado o aborto quando é manifestamente 
comprovado que o feto é anencéfalo. 
 
5. ​LESÃO CORPORAL 
● Sujeito machuca a vítima, porém a intenção não é matá-la. 
● Ofender a integridade corporal da pessoa, que não necessita ser aparente. 
● Ofender a saúde de alguém (transmissão de doença dolosa). 
● Caracteriza-se também lesão corporal quando se piora uma lesão pré-existente. 
● Exercício regular do direito exclui lesão corporal, desde que dentro das regras do esporte. 
● Vias de fato​: é usada força física contra a vítima, porém não causa lesão. 
● Modalidades 
➢ Lesão grave 
✓ Quando da lesão, há: 
i. incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias - qualquer ocupação feita 
normalmente, não necessita ter aspecto econômico. Não cabe ocupações ILÍCITAS; 
ii. perigo de vida​ - mesmo que rapidamente. Não cabe aqui se for imprevisível; 
iii. debilidade permanente - algo que não volta mais como era, que a lesão faz com que a 
função ou órgão nunca mais funcione normalmente, apesar de não perdê-la; 
iv. aceleração do parto. 
➢ Lesão gravíssima 
✓ Quando da lesão, há: 
i. incapacidade permanente para o trabalho - trabalho habitual, específico, que já se 
realizava, que era de seu sustento; 
ii. enfermidade incurável - em decorrência da lesão corporal, a vítima contrair enfermidade 
incurável. Ex: transmissão dolosa do HIV; 
iii. perda de membro, função ou sentido. 
iv. deformidade aparente​ - algo que causa espanto, que é eterna. 
v. resulta aborto​. 
➢ Lesão corporal seguida de morte 
✓ O agente não quer a morte, e nem assumiu o risco de matar. Quis apenas a lesão corporal. 
➢ Lesão corporal leve/simples 
✓ Residual. Não cabe em nenhuma das hipóteses anteriores, havendo machucado, porém 
nenhum dos resultados graves acima. 
 
✓ Substituição de pena - não sendo graves as lesões, o juiz pode substituir a pena privativa de 
liberdade pela de multa, nos seguintes casos: 
i. agressão cometida por relevante valor moral, social ou após injusta provocação da vítima; 
ii. se as lesões são recíprocas. 
➢ Lesão corporal culposa 
✓ Sujeito, em razão de descuido, acaba causando na vítima uma lesão corporal. 
✓ Lesão corporal nos delitos de trânsito - em razão de descuido, causa lesão corporal na 
vítima, na direção de veículo automotor. 
✓ Perdão judicial - quando as consequências do ato, na lesão corporal culposa, são tão 
gravosas à vítima, o juiz pode deixar de aplicar a pena. 
➢ Causas de aumento de pena 
✓ Violênciadoméstica - lesão praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge, 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou prevalecendo-se de relações 
domésticas. Hipótese de lesão leve. 
✓ Lesão grave/gravíssima em violência doméstica​. 
✓ Autoridade policial - lesão praticada contra policial ou cônjuge ou parente consanguíneo 
pela razão dele ser policial. 
➢ Ação penal 
✓ Em regra, seria ação penal pública incondicionada. 
✓ Exceções: 
i. lesão leve e culposa - ação penal pública condicionada, EXCETO VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA CONTRA MULHER. 
ii. lesão culposa de trânsito​ - ação penal pública condicionada, EXCETO QUANDO: 
○ dirigir sob influência de álcool; 
○ disputa autombolística; 
○ transitar em velocidade superior à máxima permitida pela via acima de 50km/h. 
 
6. ​CRIMES DE PERICLITAÇÃO 
O crime existe por causa do perigo, não necessitando que haja machucado ou morte, pune-se a 
contaminação e perigo de vida. O dolo da pessoa é de expor a perigo. 
● Perigo de contágio venéreo 
➢ Expor a perigo por meio de ​relações sexuais​, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou 
deve saber que está contaminado. 
➢ Não necessita que a pessoa seja contaminada de fato para que o crime se consuma. 
➢ Forma qualificada​: se o agente tinha a intenção de transmitir a moléstia, a pena é maior. 
● Perigo contágio de moléstia grave 
➢ O sujeito pratica com o fim de transmitir a outrem moléstia grave, com ​qualquer ato que 
possa contaminar o outro. 
➢ Não necessita que a pessoa seja de fato contaminada. 
● Exposição de perigo a vida ou saúde de outrem 
➢ Expor a vida ou a saúde de outrem em perigo iminente, apenas se o fato não constituir crime 
mais grave. 
● Abandono de incapaz 
➢ O sujeito ativo é responsável por alguém, possui a guarda de alguém, a vigilância de alguém 
ou dever de cuidado sobre alguém. 
 
➢ Aqui, o sujeito abandona a vítima ​dolosamente​, devendo esta ser incapaz, ou seja, aquele que 
não tem condições de se virar sozinho. 
➢ Não engloba apenas criança/menor de idade, mas todas as pessoas que não podem cuidar-se 
sozinhas (enfermos, bêbados, etc). 
➢ Qualificação:​ quando há morte ou lesão grave, a pena é maior. 
● Abandono de recém-nascido 
➢ Há abandono de um recém-nascido, porém é crime próprio, que só pode ser cometido pela 
mãe a fim de ​ocultar desonra própria​ em relação à criança, um fato negativo. 
➢ Qualificação:​ quando há morte ou lesão grave, a pena é maior. 
● Omissão de socorro 
➢ Crime omissivo, o sujeito deixa de prestar assistência ou chamar autoridade diante de uma 
situação de perigo que não foi o sujeito que causou e desde que não haja risco pessoal. 
➢ Só responde ao crime aquele que era plenamente capaz de fazer algo ou chamar a autoridade 
sem qualquer risco pessoal. 
➢ Vítimas 
✓ criança ​(0-12 anos) ​abandonada ​- abandonada por outra pessoa; 
✓ criança extraviada ​- perdida sem querer; 
✓ pessoa inválida - de muita idade ou incapaz de alguma forma, com capacidade reduzida de se 
virar sozinha; 
✓ pessoa ferida ​- ferimento causado por outra pessoa; 
✓ qualquer pessoa em perigo​. 
➢ Independe do fato de outra pessoa ter prestado o socorro, se o sujeito passou pela situação e se 
omitiu, responde pelo crime mesmo que outro não se omita. 
➢ Consumação​: ocorre quando o sujeito se omite, independente de resultado para acontecer. 
➢ Aumento de pena​: 
✓ morte - se ficar provado que a prestação de socorro evitaria o resultado-morte. Difere-se do 
homicídio comissivo omissivo (aquele praticado pela omissão do garantidor), tendo em vista 
que pode ser cometido por qualquer pessoa, independente de garante ou não; 
➢ Diferencia-se da omissão de socorro no trânsito, tendo em vista que essa deixa-se de 
prestar auxílio em um acidente do qual não deu causa, porém foi envolvido por outra 
pessoa​. Ex: alguém bate na traseira do seu carro e se machuca e ao em vez de prestar socorro, 
se evade. 
 
7. ​CRIMES CONTRA A HONRA 
● Calúnia 
➢ Crime que trata da ​honra objetiva​, ou seja, como as pessoas vêem a vítima. 
➢ Conduta típica: ​imputar um ​fato falso​ à uma pessoa, que é definido na lei como ​crime​. 
✓ Não caracteriza calúnia chamar de ladrão, caracteriza calúnia dizer que a vítima roubou tal 
coisa. 
✓ Não fica caracterizado se imputar fato que corresponde à contravenção. 
✓ O fato pode ser falso ou verdadeiro, desde que seja falsa a participação da pessoa no suposto 
crime. 
➢ ​Propalação da calúnia​: a pessoa que, sabendo ser falsa a imputação e não sendo o autor da 
imputação falsa, espalha-a. Deve haver certeza da falsidade. 
➢ Especial fim de agir: animus caluniandi, o sujeito tem o ânimo de atingir a honra objetiva da 
pessoa. 
 
➢ Consumação​: ocorre quando terceiro toma conhecimento do fato. 
➢ Exceção da verdade: não será punido aquele que comprovar que o fato imputado é 
verdadeiro. Não cabe exceção da verdade, quando: 
✓ fato imputado constitui crime de ação penal privada e a vítima não foi condenada; 
✓ fato imputado a Presidente da República ou chefe de Estado estrangeiro; 
✓ a vítima foi absolvida por ​sentença irrecorrível​. 
● Difamação 
➢ Imputação de um fato, não importando se ​verdadeiro ou falso​, que ​não é criminoso​, porém 
atinge a honra, reputação de alguém. 
➢ Quando a pessoa imputa contravenção penal, cabe queixa-crime por difamação. 
➢ Especial fim de agir: animus diffamandi​, o sujeito tem o ânimo de atingir a honra objetiva da 
pessoa. 
➢ Consumação​: ocorre quando terceiro toma conhecimento do fato. 
➢ Exceção da verdade: ​apenas ​se admite quando o ofendido é ​funcionário público e a ofensa é 
relativa ao exercício de suas funções. 
● Injúria 
➢ Atinge a honra subjetiva, ou seja, a autoestima, a imagem que a pessoa faz de si mesma. 
➢ Injuriar alguém, a fim de atingir-lhe o decoro. 
➢ Não necessita de algum fato, é um xingamento, independente de falso ou verdadeiro. 
➢ Pode ser cometido de forma livre (oral, escrito, por gesto, etc). 
➢ Consumação​: ocorre quando o ofendido toma conhecimento do xingamento. 
➢ Especial fim de agir: ​animus injuriandi​, o sujeito tem o ânimo de atingir a honra subjetiva da 
pessoa. 
➢ Perdão judicial:​ há perdão nas seguintes hipóteses 
✓ de provocação do ofendido; 
✓ de retorsão imediata, ou seja, quando o sujeito retornou uma outra ofensa. 
➢ Injúria real: o sujeito utiliza-se de vias de fato ou violência com o fim especial de humilhação 
do ofendido. 
➢ Injúria preconceituosa: ​quando a ofensa tem por base elementos de raça, etnia, cor, religião, 
origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Diferencia-se do racismo e 
demais crimes de preconceito, porque é algo coletivo, você impede alguém de fazer algo por 
ser negra. 
● Aumento de pena dos crimes contra honra 
➢ Hipóteses que haverá aumento de ⅓ de pena: 
✓ Crime cometido contra o Presidente da República; 
✓ Crime cometido contra funcionário pública que tenha a ver com o exercício da função deste; 
✓ Crime cometido na presença de várias pessoas (mais de 2), ou por meio que facilite a 
divulgação deste; 
✓ Crime praticado contra maior de 60 anos ou portadora de deficiência, EXCETO no caso de 
injúria. 
➢ Hipótese em que haverá aumenta do dobro: 
✓ Crime cometido mediante paga ou promessa de recompensa. 
● Exclusão do crime contra honra 
➢ Não constituem crime injúria e difamação nas seguintes hipóteses: 
✓ Ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou procurador (exclusão do juiz); 
 
✓ Opinião desfavorável da crítica literária,artística ou científica, salvo quando inequívoca a 
intenção de injuriar ou difamar; 
✓ Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que 
preste no cumprimento do dever de ofício. 
● Retratação 
➢ O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica 
isento de pena, independente de aceitação ou não da parte. 
● Ação penal 
➢ Em regra, os crimes contra a honra se processam mediante queixa. 
➢ Exceções: 
✓ injúria preconceituosa​ - ação penal pública condicionada; 
✓ injúria real - dependendo do tipo da lesão, podendo ser ação pública condicionada no caso de 
leve, ou de ação pública incondicionada, se for lesão grave, gravíssima ou seguida de morte; 
✓ contra Presidente da República - ação pública condicionada à requisição do Ministro da 
Justiça; 
✓ contra funcionário público em razão de suas funções - legitimidade concorrente entre ação 
penal privada e ação pública condicionada. 
 
8. ​CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
● Furto 
➢ Subtração de coisa, que pode ser qualquer objeto, até tipos de energia. Não entra aqui o 
cadáver, que possui crime próprio. 
➢ A coisa deve ser móvel, definida assim como a coisa que pode ser movimentada de um local 
para o outro. 
➢ A coisa deve ser ALHEIA, e não própria. 
➢ Coisas que não são alheias: 
✓ coisas que nunca tiveram dono​ - pedras, conchas, areia, etc. 
✓ coisas abandonadas ​- coisas jogadas no lixo, não se confunde com coisa que foi posta à 
acesso das pessoas, devendo ser algo que a pessoa manifestamente largou mão. 
✓ coisas perdidas - aquele que pega coisa perdida não comete furto, porém incide no crime se 
não restituir o bem ou o entrega às autoridades no prazo de 15 dias. 
➢ Tipo subjetivo 
✓ O agente deve saber que a coisa é alheia e saber que está cometendo um furto, caso contrário 
não constituirá o ​dolo​, podendo constituir erro de tipo. 
✓ Furto de uso - quando a pessoa não tem intenção de ter a coisa definitivamente, a conduta é 
atípica. 
➢ Consumação 
✓ Ocorre com a inversão da posse do objeto, não necessitando que seja de maneira pacífica. 
➢ Tentativa 
✓ Possível, quando o agente não subtrai por alheias circunstâncias à sua vontade. 
➢ Modalidades 
✓ Furto privilegiado - diminuição na pena para o caso de agentes primários e, 
cumulativamente, a coisa deve ser de pequeno valor (aproximadamente avaliada em 1 salário 
mínimo). Diferente do princípio da insignificância, visto que aqui a lesão ao bem jurídica é 
significante, não ínfima. 
✓ Furto qualificado​ - aumento de pena para os seguintes casos: 
 
i. rompimento de obstáculo - obstáculo é o que serve para proteção ao bem, como o cofre em 
relação às jóias e a porta em relação ao carro. Necessita de laudo pericial para que fique 
provado, ​necessariamente​. Há consunção com o dano, porque o rompimento de obstáculo é 
um meio para chegar ao fim, que é o crime de furto por meio de rompimento de obstáculo. 
Também absorve o crime de violação de domicílio; 
ii. abuso de confiança - há relação de confiança entre o autor e a vítima do crime, que reduz a 
vigilância sobre seus bens. Ex: quando um empregado de anos furta algo de seus 
empregadores. O vínculo de emprego não é, por si só, efetivo para alegar o abuso de 
confiança; 
iii. mediante fraude - utilização de meios que enganam a vítima. O sujeito emprega essa fraude 
para distrair a vítima, se aproveitando desta distração para subtrair pessoalmente os bens; 
iv. por escalada - entrado no local onde está a coisa por vias anormais, podendo ser escalar 
muros, entrar pela chaminé, por túnel; 
v. destreza - o sujeito ativo possui habilidade fora do comum para surrupiar as coisas, de modo 
que a vítima não perceba a subtração; 
vi. emprego de chave falsa - qualquer objeto que sirva para abrir uma porta, qualquer “chave” 
que não seja cópia autorizada. O detalhe essencial é que esta deve ser utilizada para a 
caracterização, sendo que não se caracteriza quando ele apenas está na posse da chave, mas 
não a usou; 
vii. concurso de pessoas - 2 ou mais agentes concorrendo para o crime. Nem todas as pessoas 
precisam estar identificadas nos autos. Também qualifica quando houver menor de 18 anos. 
✓ Furto qualificado privilegiado - agente primário, que subtraiu coisa de pequeno valor, sendo 
que a qualificadora é de ordem objetiva (todas, exceto furto com fraude e com abuso de 
confiança). 
✓ Furto qualificado de veículo automotor - subtração de veículo automotor, que seja 
transportado para outro Estado, necessariamente. Havendo a ultrapassagem da fronteira, 
responde-se ​apenas pelo furto qualificado de veículo automotor, excluindo as demais 
qualificadoras, se houverem. 
✓ Furto de animais para produção - ladrão de galinha, boi, vaca, ovelha, frango. Incide 
mesmo que subtraia um pedaço do animal já abatido para produção. 
✓ Furto qualificado por explosivos - qualifica quando os explosivos são objeto do furto ou 
coisas que juntas possibilitem as sua fabricação. Diferente do furto qualificado por emprego 
de explosivo, pois lá é o uso de explosivo para realizar o furto, como meio. 
✓ Furto noturno - deve haver configuração do crime cometido durante o período noturno, 
cumulativamente com o momento de repouso da vítima (dormindo). 
● Roubo 
➢ Roubo Próprio 
✓ Subtração de coisa alheia móvel, mediante grave ameaça ou violência. 
✓ Grave ameaça é a promessa de mal injusto, sem encostar na vítima, mas a intimidando por 
gestos ou palavras) 
✓ Violência própria - força física contra vítima 
✓ Violência imprópria - emprego de meios que tiram a capacidade de resistência da vítima, 
porém não encosta na vítima, se utilizando de outros meios, como sonífero, álcool, trancar a 
pessoa que entrou espontaneamente em um cômodo da casa, etc. 
➢ Roubo Impróprio 
✓ Furto que vira roubo. 
 
✓ O agente furta algo, e para garantir a impunidade do bem ou detenção de coisa para si, logo 
depois emprega violência ou grave ameaça. 
➢ Consumação 
✓ Roubo próprio - quando ocorre a inversão da posse, ainda que não seja de forma mansa e 
pacífica. 
i. Número de roubos depende do patrimônio atingido, sendo que se subtrai de duas pessoas, são 
dois roubos em concurso formal. 
✓ Roubo impróprio - quando o sujeito emprega a violência ou grave ameaça para assegurar a 
detenção da coisa ou impunidade. 
➢ Roubo majorado 
✓ Ocorre na terceira fase da dosimetria da pena. 
✓ Concurso de pessoas​ - mesma lógica do furto. 
✓ Serviço de transporte de valores - roubo de funcionário que pratica transporte de valores (a 
profissão deve ser essa função específica), sendo que o agente deve conhecer esta situaçã. Ex: 
assaltar. 
✓ Roubo de veículo automotor ​- mesma lógica do furto. 
✓ Roubo mediante restrição da liberdade - o agente mantém a vítima em seu poder, 
restringindo sua liberdade para garantir a execução do banco. 
✓ Roubo de explosivos​ - mesma lógica do furto. 
✓ Roubo com arma de fogo​ - aumenta-se até ⅔, devendo estar apta a disparar tiros. 
✓ Roubo mediante uso de explosivo - destruição ou rompimento de obstáculo mediante uso de 
explosivo. 
i. retroatividade: 
○ arma branca - a lei retroage, por ser mais benéfica ao réu; 
○ arma de fogo - não retroage, por ser maléfica ao réu. 
➢ Roubo qualificado pelo resultado 
✓ Da ​violência​ decorre: 
i. lesão grave; 
ii. morte (latrocínio).✓ Latrocínio - se consuma com a morte da vítima. Não importa se houve subtração do bem ou 
não, se a morte decorreu da violência ou grave ameaça empregada, há configuração do 
latrocínio. 
 
 
 
● Extorsão 
➢ Constranger a vítima, mediante violência ou grave ameaça, a entregar vantagem econômica 
indevida. 
MORTE SUBTRAÇÃO LATROCÍNIO 
Sim Sim Consumado 
Sim Não Consumado 
Não Não Tentado 
Não Sim Tentado 
 
➢ A participação da vítima é imprescindível à configuração do tipo penal. 
➢ A vantagem econômica deve ser indevida, caso contrária configurará o tipo penal de exercício 
arbitrário das próprias razões. 
➢ Se difere do ​constrangimento ilegal​, pois neste é empregada a violência ou grave ameaça, 
porém a fim de obrigar a pessoa a praticar um ato que ela não deseja e o que a lei não lhe 
obriga, mesmo sem fim econômico. 
➢ Tipo subjetivo​: dolo de constranger a vítima a fim de obter vantagem econômica indevida. 
➢ Consumação​: se dá com o constrangimento, não necessitando que seja entregue a vantagem 
econômica indevida. 
➢ Extorsão majorada 
✓ Pelo concurso de pessoas 
✓ Pelo uso de arma - qualquer arma, podendo ser a própria ou a branca, desde que tenha a 
potencialidade de machucar. 
➢ Extorsão qualificada pelo resultado​: mesma observações do roubo qualificado pelo resultado. 
➢ Sequestro relâmpago 
✓ A vítima é o instrumento que traz a vantagem econômica, restringindo-a a liberdade. 
✓ Se difere do roubo com restrição de liberdade, pois neste não é imprescindível a presença da 
vítima. 
● Extorsão mediante sequestro 
➢ Sequestrar (restringir a liberdade) pessoa com o fim de obter, para ou outrem, qualquer 
vantagem ​econômica​, como condição ou preço de resgate. 
➢ Deve ser contra pessoa viva, se for contra cadáver ou animais, será apenas extorsão. 
➢ Tipo subjetivo​: dolo de sequestrar a fim de obter vantagem econômica indevida como 
condição ou preço de resgate. 
➢ Consumação​: ocorre com o sequestro, não necessitando que vise a vantagem econômica. 
➢ Extorsão mediante sequestro qualificada: ​sequestro dura mais de 24 horas, ou sendo o 
sequestrado menor de 18 anos ou maior de 60 anos, ou então por bando ou quadrilha. 
➢ Extorsão mediante sequestro qualificada pelo resultado​: mesma hipótese do roubo. 
➢ Colaboração premiada: crime cometido em concurso, um dos concorrentes confessa às 
autoridades o crime e esta faz com que a ​vítima seja libertada​, havendo redução da pena. 
● Apropriação indébita 
➢ Sujeito tem a posse lícita do bem móvel alheio, porém, em determinado momento, o agente se 
apropria, passando a agir como se dono fosse. 
➢ Se difere do furto, porque há posse lícita do bem, entregue pela própria vítima. 
➢ O dono do bem móvel alheio não é enganado, sabe que está entregando o bem, emprestando. 
➢ Apropriação indébita majorada​: 
✓ Depósito necessário - quando se deposita a coisa com outrem, por causa de incêndio, saque, 
calamidade ou naufrágio; 
✓ Tutor ou curador - aumento de pena para aqueles que administram o patrimônio de outra 
pessoa, utilizando-o a seu próprio proveito, e não ao proveito do curado ou tutelado. 
✓ Em razão de emprego ou função​ - recebe-se o bem por causa de seu emprego ou função. 
● Apropriação indébita previdenciária 
➢ Hipótese na qual o sujeito retém as verbas previdenciárias que deveria repassar ao INSS, no 
prazo e da forma que está previsto em lei. 
➢ No caso, o empresário deve descontar o valor da previdência do funcionário, dentro de prazo 
e forma determinados em lei, porém não o faz. 
 
➢ Também incorre na pena o banco que não repassa o valor para o INSS no prazo. 
➢ Consumação​: quando deixa-se de depositar o valor recolhido pelo funcionário no prazo. 
➢ Condição de procedibilidade: para que o Ministério Público possa denunciar a pessoa, deve 
haver esgotamento na esfera administrativa, com o processo cabível. 
➢ Extinção da punibilidade: ​quando o sujeito pagar a dívida de maneira integral. 
➢ Suspensão do processo e da prescrição: ocorre em caso de parcelamento da dívida. Se o 
sujeito paga integralmente, há extinção da punibilidade, porém se o sujeito deixa de pagar 
parcelas, o processo volta a correr. 
➢ Princípio da insignificância​: aplicável quando há apropriação de valores menores de R$ 
20.000,00. Conduta materialmente atípica. 
● Estelionato 
➢ Sujeito que emprega fraude (qualquer meio enganoso à vítima) a fim de enganar a vítima, 
para fim que ela lhe entregue vantagem econômica ilícita, para si ou outrem. 
➢ Configura-se quando o agente induz ou mantém a vítima em erro. 
➢ Se difere do furto com fraude porque no estelionato a vítima é quem entrega a vantagem, não 
o contrário. 
➢ Súmula 17, STJ: quando usar documentos falsos a fim de praticar estelionato, este último 
absorve os demais, desde que o use apenas para este fim. 
➢ Consumação​: ocorre com a obtenção da vantagem ilícita sobre a vítima. 
➢ Estelionato privilegiado​: se o agente é primário e a coisa não ultrapassa um salário mínimo, 
juiz pode deixar de aplicar a pena. 
➢ Estelionato do cheque 
✓ Falsificação da folha de cheque, de assinatura, etc - responderá na forma do art. 171, ​caput. 
Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita julgar o estelionato nessa 
modalidade. 
✓ Cheque verdadeiro, mas sem fundos - não há falsificação, porém há ​certeza de que o 
cheque não tem fundos quando o utiliza. Responde na forma do art. 171, VI, CP. Se 
comprovar que houve boa-fé, a conduta será atípica. Mesmo que o sujeito venha a pagar o 
cheque sem fundos ​depois do recebimento da denúncia​, a ação continua correndo. Se 
ressarcir o dano ​antes da denúncia​, haverá extinção do processo. A competência será do 
local onde se deu a recusa do cheque​. 
➢ Majorantes: 
✓ Crime contra INSS - crime cometido em detrimento de entidade de direito público ou 
deinstituo de economia popular, assistência social ou beneficiência. 
✓ Crime contra idoso ​- crime cometido contra maior de 65 anos. 
● Receptação 
➢ Crime anterior dá origem a um bem, e o sujeito, tendo a certeza que é produto de origem 
ilícita, adquire, recebe, transporta, conduz ou oculta, em proveito próprio ou alheio, tal bem. 
➢ Também incide na receptação quando o agente influi para que o terceiro de boa-fé adquira, 
receba ou oculte produto de crime. 
➢ Receptação qualificada: 
✓ Quando o receptador pratica ato de receptar produto de crime em razão de exercício de 
atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime. Ex: mecânico 
adquire peças falsificadas, ​no exercício de sua função​. 
➢ Receptação culposa: 
 
✓ Quando a pessoa adquire ou recebe coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o 
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida pelo meio 
criminoso. Há culpa. 
➢ A receptação independe de conhecimento ou não participação do crime anterior. 
➢ Perdão judicial: 
✓ Na hipótese de receptação culposa, caso o agente seja primário, o juiz pode deixar de aplicar a 
pena. 
➢ Receptação privilegiada​: 
✓ Quando há dolo na receptação, porém o valor da coisa é pequeno e o criminoso é primário, a 
pena é diminuída. 
● Imunidades penais 
➢ Imunidade penal absoluta - escusa absolutória 
✓ Há crime patrimonial, porém não haverá punição, nas seguintes hipóteses: 
i. para o cônjuge, durante a constância do casamento; 
ii. contra ascendente ou descendente. 
➢ Imunidades penais relativas✓ Crime será de ação penal pública condicionada; 
✓ Hipóteses: 
i. cônjuge desquitado ou judicialmente separados; 
ii. irmão, legítimo ou ilegítimo; 
iii. de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
➢ Hipóteses de não aplicação das imunidades 
✓ quando o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de violência ou 
grave ameaça; 
✓ ao estranho que participa do crime; 
✓ se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior de 60 anos. 
 
9. ​CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
● Estupro 
➢ Empregar violência (força física) contra a vítima, com o fim de constrangê-la (obrigar) a 
participar de ato libidinoso (qualquer ato que não é conjunção carnal) ou conjunção carnal 
contra sua vontade, a fim de satisfazer sua lascívia sexual. 
➢ É um tipo ​misto alternativo​, ou seja, o tipo penal prevê várias condutas, porém quando o 
sujeito pratica várias dessas condutas, responde o crime apenas uma vez. 
➢ Estupro se difere de ​importunação sexual​, tendo em vista que nesta última não obriga a 
vítima a participar do ato, apenas pratica-se ao redor dela. 
➢ Se difere do ​assédio sexual​, porque o sujeito constrange a vítima, sendo seu superior 
hierárquico ou ascendência proveniente de emprego, cargo ou função. 
➢ Consumação​: com a introdução do pênis na vagina na hipótese de conjunção carnal e, no ato 
libidinoso, com a sua prática. 
➢ Estupro qualificado 
✓ Vítima maior de 14 e menor de 18 anos - se a vítima tem menos de 14 anos, configura 
estupro de vulnerável​. A idade deve ser sabida ou previsível; 
✓ Lesão corporal de natureza grave​ - a lesão é culposa; 
✓ Resultado de morte​ - a morte é culposa, ou previsível. 
➢ Estupro de vulnerável 
 
✓ O agente é punido por ter conjunção carnal ou ato libidinoso com certo tipo de vítima, 
independente de consentimento, ou do meio que foi empregado, será sempre estupro de 
vulnerável, desde que o sujeito soubesse da condição da vítima ou deveria supor. 
✓ Não importa se a pessoa consentiu, se havia experiência sexual anterior, etc. 
✓ Vítima ​- 
i. Menor de 14 anos; 
ii. Portadores de enfermidade ou doença mental, que não possui necessário discernimento para a 
prática do ato (não importa a idade); 
iii. Pessoas sem capacidade de resistência (pessoa desmaiada, dopada, em coma, dormindo. Não 
importa a idade e muito menos se a vítima foi quem causou a perda de capacidade de 
resistência). 
✓ Tipo subjetivo - o dolo pressupõe o conhecimento de que a vítima é vulnerável nos termos do 
artigo. Porém, se o sujeito não sabe, haverá atipicidade da conduta, pelo erro de tipo essencial. 
Só haverá atipicidade se o agente não queria praticar outro tipo de crime (ex: vê uma mulher 
na rua, acha que tem 18 anos, e então tenta estuprá-la. Não responde por estupro de 
vulnerável, mas por estupro, não caracterizando atipicidade). 
✓ Aumento de pena​ - caso de resultado de morte ou lesão corporal grave. 
✓ Forma comissiva omissiva - quando há a figura do garantidor, que possui um dever objetivo 
de cuidar da vítima, porém não o faz. Ex: mãe que sabe que o marido está estuprando a filha, 
porém nada faz, pratica o crime na forma comissiva omissiva. Deve haver o poder concreto 
de agir. 
➢ Violação sexual mediante fraude 
✓ Também chamado de estelionato sexual, no qual o sujeito emprega fraude para conseguir um 
consentimento da vítima para conjunção carnal ou ato libidinoso. 
➢ Ação penal 
✓ Desde 2018, todos os crimes sexuais são de ação penal pública incondicionada. Para o STJ e o 
STF, a regra não retroage, ou seja, só pode ser aplicada para crimes cometidos depois de 
setembro de 2018. 
✓ Antes da alteração legislativa, o crime de estupro com grave ameaça para vítimas maiores de 
18 anos era de ação pública condicionada. Portanto, para crimes cometidos antes de 2018, a 
regra da condicionada ainda vale. 
 
10. ​ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
● Tipo objetivo 
➢ Participação de três ou mais pessoas, unidas em caráter estável e permanente para cometer 
crimes. Pune-se a união, que é baseada para a prática de crimes. 
➢ Difere-se da ​associação eventual​, visto que nesta a estabilidade não é existente, não havendo 
permanência para o cometimento de crimes no plural, apenas para um crime específico. 
● Ainda aplica-se a agravante de concurso de pessoas, mesmo que a associação criminosa ainda 
presuma participação de várias pessoas, não ocorrendo ​bis in idem​. 
● Consumação 
➢ Porque a união é o que se condena, não há necessidade de que os crimes aconteçam. Porém, 
caso o crime aconteça, responde-se pela associação criminosa em concurso material com o 
crime cometido. 
➢ Ocorre quando os sujeitos se unem, não necessitando da prática de cometimento de crimes. 
➢ Não comporta tentativa. 
 
● Aumento de pena 
➢ Houver emprego de arma, alcançando apenas àqueles que tiverem conhecimento da arma. 
➢ Participação de criança ou adolescente, para aqueles que conhecerem da condição de criança 
ou adolescente dos participantes. 
● Não caracteriza associação criminosa se a união se dá para cometimento de contravenções 
penais. 
 
11. ​ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
● Conceito 
➢ Reunião de ​4 ou mais pessoas​, unidas em ​caráter estável e permanente​, a fim de cometer 
infrações penais (crimes e contravenções) com ​pena superior a 4 anos ou transnacionais​, 
havendo uma estrutura ​hierárquica ​dentro da organização, com ​divisão de tarefas e poderes. 
Parecida com uma empresa. Exemplo: PCC. 
● Crimes 
➢ Responde pelo delito aqueles que promovem, constituem, integram ou financiam, 
pessoalmente ou por intermédio de terceiros a organização criminosa. 
➢ Também responde pela pena aquele que impede ou embaraça a investigação da organização 
criminosa. 
● Aumento de pena 
➢ Emprego de arma de fogo; 
➢ Para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, mesmo sem 
praticar pessoalmente os atos; 
➢ Participação de criança ou adolescente; 
➢ Concurso de funcionário público, utilizando da sua função e para favorecer a organização 
criminosa; 
➢ Quando o produto do proveito, total ou parcial, se destina ao exterior; 
➢ Se a organização criminosa mantém vínculos ou laços com outras organizações criminosas; 
➢ Se ficar caracterizada a transnacionalidade dos crimes praticados. 
● Colaboração premiada 
➢ Acordo 
✓ O acordo é feito pelo MP ou pela autoridade policial (nesta última, deve haver a participação 
obrigatória do MP, sendo que o contrário não é necessário) com o acusado, com presença 
obrigatória de seu defensor. 
✓ O juiz não pode participar da negociação do acordo. 
✓ A homologação do acordo é feita pela juiz, que deverá analisar as regularidades e 
formalidades do acordo, se certificando de que o colaborador não foi coagido. Pode rejeitar o 
acordo ou adaptá-lo ao caso concreto, se desejar. 
➢ Efeitos 
✓ O acusado, após a homologação, abre mão do direito ao silêncio. 
✓ O acusado sempre pode ser requisitado para novos depoimentos. 
➢ Retratação 
✓ As partes podem se retratar, caso no qual as provas já produzidas continuaram no processo, 
apenas não podendo mais configurar como prova contrária ao ex-colaborador. 
➢ Premiação 
✓ Antes da sentença - o colaborador deve responder o processo inteiro, e apenas na sentença 
que o juiz vai analisar a sua colaboração e decidir qual o prêmio ele merece. 
 
i. Modalidades 
○ Dados pelo juiz - perdão judicial; redução até ⅔ dapena privativa de liberdade; substituição 
de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
○ Dados pelo MP - deixar de denunciar, caso o sujeito não seja o líder da organização e seja o 
primeiro a prestar efetiva colaboração. 
✓ Depois da sentença - o sujeito é condenado, porém há tentativa de colaboração. Vem nos 
seguintes termos: 
i. A pena poderá ser reduzida até a metade; 
ii. Admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
➢ O colaborador deve estar assistido pelo defensor ​em todos os atos​. 
➢ Regra de confirmação 
✓ Uma condenação não pode ser baseada exclusivamente em colaboração premiada, devendo 
estar calcada por demais atos probatórios do processo. 
➢ Caso condenado, o colaborador também faz jus à diminuição de pena de confissão 
espontânea. 
 
12. ​CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
● Funcionário público 
➢ Considera-se para os efeitos penais funcionário público quem, mesmo que transitoriamente ou 
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública, não necessitando do concurso. 
Ex: estagiário, mesário, jurado. 
➢ Sujeito usa da facilidade da função pública para cometer o delito. 
➢ Para fins penais, funcionários de sociedades de economia mista também são públicos. 
● Peculato 
➢ Crime patrimonial praticado contra a Administração Pública. 
➢ Funcionário público usa da facilidade da função para cometer o crime. 
➢ Tipo objetivo 
✓ Apropriação ​de um bem, em função do seu cargo, agindo como se seu fosse, para fim de ter 
uma vantagem indevida. 
✓ Desvio de dinheiro, valor ou bem, o qual possui em função de seu cargo, para uma vantagem 
indevida. Se diferencia de emprego irregular de verbas (art. 315, CP), visto que neste último 
não há objetivo de vantagem indevida. 
✓ Peculato-furto - funcionário público subtrai o bem, usando da facilidade da função, porém 
não há posse do bem. Também ocorre quando o funcionário público facilita para que um 
terceiro subtraia o bem. Se o terceiro sabia que o comparsa era funcionário público, também 
responderá por peculato furto, caso contrário responderá apenas por furto. 
✓ Peculato culposo - o agente é descuidado, o qual ocasionará a subtração ou apropriação de 
um bem por parto de um terceiro. Se o terceiro é particular, responde pelo crime de furto, 
porém se for funcionário público e estiver em razão da função, responderá pelo 
peculato-furto. 
i. perdão judicial​: caso haja reparação do dano antes da sentença irrecorrível, haverá perdão 
judicial. 
● Concussão 
➢ Funcionário público exige, em razão de sua função, mesmo que de férias, afastado ou que 
ainda não tenha assumido, vantagem indevida, não necessitando ser econômica. 
 
➢ Consumação: ocorre com a exigência, não necessitando a vantagem se concretizar para que se 
consume. 
● Corrupção passiva 
➢ Funcionário público ​solicita ​ou ​aceita​, em ​razão de sua função​, de maneira direta ou 
indiretamente, mesmo que fora da função ou antes de assumi-la, vantagem indevida ou então 
promessa de tal. 
➢ Aqui, solicita-se ou aceita-se dinheiro ou vantagem para praticar atos de ofício (atos próprios 
da função), para deixar de praticar atos de ofício ou para retardá-lo. 
➢ Corrupção passiva privilegiada: funcionário público retarda, deixa de praticar ou pratica ato 
cedendo ao pedido de alguém, sem que haja vantagem ou promessa de vantagem indevida. 
➢ Consumação​: não necessita recebimento da vantagem para que esteja caracterizado o crime. 
➢ Aumento de pena: agente público, em razão da vantagem indevida, acaba atrasando ou não 
fazendo ato de ofício. 
● Prevaricação 
➢ Funcionário público retarda ou omite prática de ato de ofício por questões, interesses ou 
sentimentos pessoais. 
➢ Funcionário público praticar ato de ofício contra lei para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal. 
● Corrupção ativa 
➢ Crime praticado por particulares contra a Administração Pública. 
➢ Sujeito ativo (qualquer pessoa) oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, 
a fim de que ele pratique, omita ou retarde ato de ofício. 
➢ Não necessita a aceitação da vantagem para que o crime fique configurado. 
➢ Quando o particular não oferece ou promete vantagem indevida, apenas paga quando 
solicitado pelo funcionário público, restará configurada a conduta atípica. 
➢ Para que fique configurada a corrupção ativa, o ato que foi praticado deve ter sido 
influenciado pelo oferecimento ou promessa. 
➢ Aumento de pena:​ se há o efetivo retardamento, prática ou omissão do ato de ofício. 
● Desacato 
➢ Humilhar o funcionário público em razão de sua função, em sua presença. 
● Desobediência 
➢ Quando o particular se recusa a cumprir o determinado por funcionário público. 
● Resistência 
➢ Quando o particular se recusa a cumprir o determinado por funcionário público, utilizando 
violência ou grave ameaça. 
● Tráfico de influência 
➢ Particular vende seus serviços a fim de influenciar os atos de ofício de um funcionário 
público. 
 
13. ​CRIMES HEDIONDOS 
● Rol taxativo 
➢ Homicídio praticado em atividade típica de extermínio; 
➢ Homicídio qualificado; 
➢ Lesão corporal gravíssima e seguida de morte contra policiais; 
➢ Latrocínio; 
➢ Extorsão qualificada pela morte; 
 
➢ Extorsão mediante sequestro qualificada; 
➢ Estupro; 
➢ Estupro de vulnerável; 
➢ Epidemia com resultado morte; 
➢ Falsificação, corrupção ou adulteração de produto de fins medicinais e terapêuticos; 
➢ Favorecimento de prostituição ou exploração sexual; 
➢ Genocídio; 
➢ Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. 
● Crimes equiparados aos hediondos 
➢ Tortura; 
➢ Tráfico de entorpecentes; 
➢ Terrorismo. 
● Consequências 
➢ Impossibilidade de anistia, graça ou indulto. 
➢ Obrigatoriedade do regime inicial fechado. Considerado inconstitucional pelo STF. 
➢ Agente primário deve cumprir ⅖ da pena para progredir de regime, enquanto que reincidente 
deve cumprir ⅗ da pena para progredir. Não retroage aos fatos anteriores de 2007, pois nesses 
aplica-se a progressão normal da LEP. 
➢ Pode-se pedir exame criminológico de maneira fundamentada para progredir quando se tratar 
de crime hediondo. 
➢ No caso de mulheres grávidas, mães ou responsáveis por crianças ou deficientes podem 
progredir de regime da forma normal, caso não cometam crime com violência ou grave 
ameaça, contra filho ou dependente, ter cumprido ao menos ⅛ da pena, ser primária e de bom 
comportamento e não integrar organização criminosa. 
➢ Livramento condicional: possível quando o acusado cumprir ⅔ da pena e não for reincidente 
específico. 
➢ Proibição de fiança: cometer crime hediondo não impede a liberdade provisória, apenas não é 
exigível a fiança. 
➢ Prisão temporária: o prazo da temporária é de 30 dias prorrogável por mais 30 dias quando o 
sujeito cometer crime hediondo. 
 
14. ​VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
● Vítima 
➢ Mulher, do gênero feminino, podendo abranger as transsexuais e travestis. 
● Requisitos 
➢ Contexto 
✓ Âmbito de unidade doméstica - compreendido como espaço de convívio permanente de 
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. 
✓ Âmbito de unidade familiar - compreendida como a comunidade formada por indivíduos 
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa. 
✓ Relação íntima de afeto - relações íntimas, na qual o agressor, que pode ser homem ou 
mulher, conviva ou tenhaconvivido com a vítima, independentemente de coabitação. 
➢ Condutas 
✓ Violência física - entendida como qualquer conduta que ofenda a sua integridade ou saúde 
corporal; 
 
✓ Violência psicológica - qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da 
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou 
controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição 
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e 
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde 
psicológica e à autodeterminação. 
✓ Violência sexual - qualquer conduta que a constranja presenciar, a manter ou participar de 
relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a 
induza comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça e usar 
qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à 
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule 
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. 
✓ Violência patrimonial​ - prática de crimes patrimoniais contra a mulher. 
✓ Violência moral - qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria contra a 
mulher. 
● Consequências 
➢ Processuais 
✓ Inaplicabilidade da Lei dos Juizados Especiais; 
✓ Quando a ação, no Código Penal, prevê a ação penal pública condicionada, aplica-se essa 
regra. 
✓ É possível a retratação, em casos de ação penal pública condicionada, até o recebimento da 
denúncia. 
✓ Quando houver juizados de violência doméstica na Comarca, haverá competência absoluta 
desses. 
✓ Medidas protetivas - quando o juiz constatar a violência doméstica pode aplicar, em 
conjunto ou separadamente, medidas protetivas, de maneira cautelar, para proteção da vítima. 
O descumprimento gera novo crime, não excluindo a possibilidade de outras sanções. 
➢ Penais 
✓ Não se aplica o princípio da insignificância no âmbito da violência doméstica. 
✓ Proibição de pena de cesta básica ou outras prestações pecuniárias isoladamente em 
substituição da restritiva de liberdade em crime com violência ou grave ameaça. 
 
15. ​LEI DE DROGAS 
● Tráfico de drogas 
➢ Finalidade de mercancia das drogas, mesmo que sem lucro, sem finalidade de uso. 
➢ Fazer o tipo objetivo da conduta sem autorização legal. 
➢ Equiparação ao tráfico: 
✓ praticar o verbo do tipo penal com a matéria-prima ou produto químico destinado à 
preparação de drogas; 
✓ praticar o verbo do tipo penal de plantas que se destinem a matéria prima de drogas; 
● Incitação ao uso 
➢ O sujeito influencia a pessoa a usar drogas de maneira indevida, sendo que a vítima é quem 
decide se vai usar droga ou não, não necessitando que ela use para configurar crime. 
● Uso compartilhado 
 
➢ Sujeito não quer ter lucro, porém compartilha a droga com pessoa de seu relacionamento de 
maneira recreativa. 
● Tráfico privilegiado 
➢ Redução de pena quando há crime de tráfico de drogas e o sujeito reúne os seguintes 
requisitos de maneira cumulativa: 
✓ agente primário; 
✓ bons antecedentes; 
✓ não se dedica a atividades criminosas; 
✓ não integra organização criminosa. 
➢ O tráfico deixa de ser hediondo nesta hipótese. 
● Porte para uso de drogas 
➢ O sujeito está transportando ou guardando a droga para uso próprio, para ter para si. 
➢ Crime do Juizado Especial Criminal. 
● Associação para o tráfico 
➢ Associação de duas ou mais pessoas, de maneira estável e permanente, para cometer os 
crimes da Lei de Drogas. 
● Aumento de pena 
➢ Quando ficar constatado o caráter de transnacionalidade dos delitos. 
➢ Quando houver transposição de fronteiras estatais. 
 
16. ​ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
● Arma de uso permitido 
➢ Aquelas nas quais a população em geral pode ter acesso. 
➢ Posse ilegal de arma de fogo: guarda, tem em seu poder, uma arma de uso permitido em 
desacordo com regulamento, em sua casa ou estabelecimento comercial. 
➢ Porte ilegal de arma de fogo: tem em seu poder, transportando, fora de casa ou de seu 
estabelecimento comercial. 
● Arma de uso restrito 
➢ Não importa mais o contexto, responderá pelo crime, visto que a arma de uso restrito é de uso 
exclusivo do exército, não acessível à população. 
➢ Também responde por arma de uso restrito aquele que adultera inscrição de arma de uso 
permitido.

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