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11-CRIMES-EM-ESPÉCIE-39

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1 
 
 
CRIMES EM ESPÉCIE 
1 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 
 ..................................................................................................................... 3 
1 – CRIME UNISSUBSISTENTE ................................................................. 3 
2 - CRIME PLURISSUBSISTENTE .............................................................. 4 
3 – CRIMES ESPÉCIES .............................................................................. 5 
3 – ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS REALIZADAS NO CÓDIGO PENAL EM 
2018 ...................................................................................................................... 33 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – CRIME UNISSUBSISTENTE 
 
São crimes unissubsistentes, aqueles que, por sua natureza, não admitem a 
modalidade tentada. 
E a natureza do Crime Unissubsistente é que ele tem uma única ação, um único 
momento, que é exatamente o da conduta criminosa. 
O iter criminis indica os caminhos que percorrem o crime, que vai da cogitação até 
chegar à consumação perpassando por 4 fases. 
Fases do Crime (Iter criminis): 
 Cogitação 
 Atos preparatórios 
 Execução 
 Consumação 
 No crime unissubsistente uma única ação do agente consuma o delito. E como não 
há fracionamento, não admite tentativa. 
Injúria é exemplo de crime unissubsistente. 
 
http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090209105337439&mode=print
4 
 
 
 
2 - CRIME PLURISSUBSISTENTE 
 
Por sua vez o crime plurissubsistente é aquele que é praticado seguindo as fases 
do iter criminis e por isso, por ser fracionado, admite a tentativa. 
A maioria dos crimes são plurissubsistentes. 
CRIME MATERIAL e CRIME FORMAL: 
Material é aquele crime que em sua tipificação penal exige o resultado para sua 
consumação. 
A lei define um tipo penal: crime de homicídio é “matar alguém”. Esse crime só vai se 
consumar se o sujeito efetivamente morrer. Se uma pessoa quer matar a outra, e 
contra ela dispara 5 tiros mas ela sobrevive, o crime não se consuma. Nesse caso, o 
que iremos ter, será a tentativa de homicídio. 
Por outro lado, ao inverso do Material, o Formal é aquele crime que não exige o 
resultado para ser consumado. 
O que é extorsão mediante sequestro? 
É quando o agente captura a vítima e exige para si ou para outrem vantagem indevida, 
não é assim? E qual o momento consumativo do crime? Quando o agente liga para a 
família pedindo o resgate. 
A ação é a extorsão e o resultado seria o pagamento do resgate. Independente de 
que chegue ao pagamento, o crime se configura no primeiro telefonema com o pedido 
do resgate. 
O mesmo não ocorre com o homicídio. O agente dispara os tiros e pratica todos os 
atos executórios e a vítima não morre. Então não há crime de homicídio. 
Outro exemplo de crime formal é a concussão, que é um também um crime 
próprio porque somente o funcionário púbico, em regra, poderá ser sujeito ativo. 
Na concussão, o agente exige para si ou para outrem vantagem indevida. E quando 
se consuma? Quando o agente recebe a vantagem indevida? Não. Se consuma no 
http://uj.novaprolink.com.br/dicionario/4515/crime_plurissubsistente
5 
 
 
momento em que o agente exige a vantagem, independente de que se produza o 
resultado ou não. 
3 – CRIMES ESPÉCIES 
 
 HOMICÍDIO – Art. 121 CP: 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 HOMICÍDIO SIMPLES 
Esta é uma hipótese sem considerar os motivos, as condições da conduta delituosa. 
Matou e pronto: pena de 6 a 20 anos. 
Mas a medida da análise do crime, pode haver caso de diminuição ou de aumento de 
pena. 
Meio de execução: O homicídio pode ser dar por ação ou por omissão. 
Elemento subjetivo: O dolo que poder ser direto ou eventual. 
Eventual é quando o agente pode até não ter a intenção de matar mas assume o 
risco, sabe que sua conduta poderá gerar o resultado morte. 
Dolo direito de primeiro grau: É a intenção de que sua conduta resulte na morte. 
Ex.: o agente quer matar uma pessoa dentro de um transporte coletivo. Entra no 
veículo e dispara tiros contra o seu desafeto. 
Dolo direto de segundo grau: É aquele que decorre dos efeitos secundários do 
crime. 
Ex.: o agente quer matar uma pessoa dentro do transporte coletivo e para isso ateia 
fogo no veículo matando outras pessoas que também estavam lá dentro. Com relação 
a pessoa a quem o agente pretendia matar haverá dolo direto de primeiro grau, e com 
relação às demais vítimas que por ventura existam, haverá dolo direito de segundo 
grau. 
 HOMICÍDIO PRIVILEGIADO 
https://www.blogger.com/null
https://www.blogger.com/null
6 
 
 
§ 1º- Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor 
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3. 
Relevante valor social: É o valor que diz respeito aos interesses da coletividade. Por 
exemplo, quando o homicídio é praticado contra uma pessoa que cometeu uma 
chacina e comoveu toda a sociedade. 
 
Valor moral: Diz respeito aos sentimentos pessoais do agente. Crime de eutanásia, 
por exemplo que é um crime compassivo, misericordioso ou piedoso. 
 
 HOMICÍDIO QUALIFICADO 
Nessa hipótese os motivos que o determinam e os meios ou recursos empregados 
pelo agente, revelam ser este portador de certo grau de periculosidade ou faz com 
que a vítima tenha poucas ou nenhuma chance de se defender. 
§2º- Se o homicídio é cometido: 
Mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe. Pena 
reclusão de 12 a 30 anos. 
Homicídio mercenário: alguns doutrinadores costumam chamar o homicídio 
mediante paga ou promessa de recompensa de homicídio mercenário. Responde 
pelo crime não somente quem pagou como também quem recebeu a recompensa. 
Outro motivo torpe: é o motivo imoral, desprezível, vil, que contrasta com a 
moralidade. Ex.: o marido mata a esposa porque se sente desprezado. O ciúme 
também é motivo torpe. 
I- Por motivo fútil. Pena – reclusão de 12 a 30 anos. 
Motivo fútil: é aquele motivo insignificante. É a desproporção entre o motivo e o 
crime. 
II- Por emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum. 
Pena – reclusão de 12 a 30 anos. 
7 
 
 
III-À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte 
ou torne impossível a defesa do ofendido. Pena – reclusão de12 a 30 anos. 
IV- Para assegurar a execução, ocultação, a impunidadeou vantagem de outro crime. 
Pena – reclusão de 12 a 30 anos. 
 HOMICÍDIO CULPOSO 
§ 3º- se o homicídio é culposo. Pena – reclusão de 1 a 3 anos. 
Homicídio culposo: quando o agente não tinha intenção de produzir o resultado 
morte. 
Elemento subjetivo: a culpa, que tem a sua essência na falta de intenção do 
resultado obtido mas na falta de cuidado necessário. 
Negligência: Falta de cuidado. Ato omissivo. Ato negativo. 
Imprudência: Prática de ato perigoso. Ato comissivo. Conduta positiva. 
Imperícia: Desconhecimento técnico. 
 
 HOMICÍDIO CULPOSO QUALIFICADO 
§ 4º- No homicídio culposo a pena é aumentada de 1/3 se o crime resulta 
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente 
deixa de prestar socorro imediato à vítima, não procura diminuir as 
consequências do seu ato ou foge para evitar a prisão em flagrante. Sendo 
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra 
pessoa menor de 14 e maior de 60 anos. 
Aumento de pena: A regra de aumento de pena no homicídio culposo com as 
qualificadoras apresentadas estão no início do parágrafo. Entretanto a sua parte final 
trata do homicídio doloso e o aumento de pena. 
Perdão judicial no homicídio culposo - §5º do art. 121 CP 
§5º. Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma 
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
https://www.blogger.com/null
8 
 
 
 
 
 
 HOMICÍDIO TENTADO 
Atinge a modalidade crime de homicídio tentado quando o agente emprega todos os 
meios necessários para atingir o objetivo de matar a vítima, no entanto, por motivos 
alheios a sua vontade o resultado morte não ocorre. 
Quando o agente inicia o seu propósito de matar alguém as consequências poderão 
ser: 
Tentativa de homicídio (ou homicídio tentado) 
Que já tratado; 
Homicídio consumado 
A vítima vem a óbito. Ou seja, o autor do delito chegou ao seu intento. 
Lesão corporal consumada 
Mesmo que o agente quisesse matar, mas o máximo que conseguiu foi causar danos 
e lesões corporais na vítima, sejam mais graves ou menos graves. 
 HOMICÍDIO CONSUMADO 
O crime de homicídio se consuma com a morte encefálica da vítima. 
É perfeitamente possível estar diante de um homicídio consumado onde a vítima 
respira e bate o coração, porque para o direito penal o crime se consuma com a morte 
encefálica. 
 INDUZIMENTO AO SUICÍDIO – Art. 122 CP 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para 
que o faça. Pena – reclusão de 2 a 6 anos se o suicídio se consuma; ou 
reclusão de 1 a 3 anos se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de 
natureza grave. 
https://www.blogger.com/null
9 
 
 
O crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio precisa de resultado 
naturalístico obrigatório. Isso quer dizer que a vítima precisa atingir o resultado lesão 
corporal ou morte. Mesmo que a vítima chegue a tentar o suicídio, se não resultou ao 
menos em lesão corporal grave, não há crime porque não há tal delito na modalidade 
tentada. 
Punição do suicídio: não há tipicidade penal para o suicídio. Não comete crime 
quem tenta se suicidar. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, excluindo-se a pessoa que quer se suicidar. 
(observando que o crime em questão é induzimento ao suicídio) 
Sujeito passivo: a pessoa capaz de ser induzida, instigada ou auxiliada a suicidar-
se. Se essa pessoa não tiver discernimento acerca do fato, não tiver capacidade 
mental por doença ou menoridade o crime será de homicídio. 
Roleta russa: os sobreviventes respondem por participação em suicídio pois a prática 
incide em instigação ao suicídio. 
Pacto de morte: os sobreviventes respondem por participação em suicídio. 
O autor desse crime é aquele que instiga, que induz, para que a vítima se suicide. 
Induzir: é quando a vítima nunca pensou em suicídio e o agente faz surgir nela a 
vontade de tirar a própria vida; 
Instigar: nesse caso a vítima já pensou em dar fim aos seus dias, e o que autor faz 
é reforçar essa ideia previamente existente; 
Auxiliar: é quando o agente dispõe à vítima, as ferramentas para o suicídio, quando 
ele colabora para tal ato. 
Quando se consuma: com a lesão ou morte da vítima. 
Modalidade tentada: não há. 
Autor: quem instiga. 
Vítima: quem se suicida. 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 INFANTICÍDIO – Art. 123 CP 
Art. 123. Matar, sob a 
influência do estado 
puerperal, o próprio filho 
durante o parto ou logo 
após. Pena – detenção de 2 
a 6 anos. 
Sujeito ativo: É crime próprio. 
Somente a mãe pode ser sujeito 
ativo do infanticídio. 
Estado puerperal é alteração bioquímica na mulher decorrente do parto. Esse estado 
pode prolongar até 8 semanas. 
O STF entende que o crime de infanticídio permite a coautoria e o concurso de 
agentes. Se o indivíduo tem conhecimento de que a mulher está em estado puerperal 
com a intenção de matar o próprio filho e colabora na conduta delituosa, pratica da 
mesma forma o crime de infanticídio. 
Se um terceiro mata a criança com o auxílio da mãe em estado puerperal dessa 
mesma criança, o terceiro responde por homicídio e mãe por infanticídio. 
Não é infanticídio se a mãe mata um filho de 1 ano, mesmo que esteja em estado 
puerperal de outro. 
No entanto, se uma mãe mata um bebê na maternidade achando que é o seu próprio 
filho, comete infanticídio com base no art. 20, § 3º do CP, que trata do erro quanto 
a pessoa. A consequência jurídica será de que se transfere para a vítima real todas 
as características, inclusive a tipificação, caso a vítima originariamente tivesse sido 
atingida. 
https://www.blogger.com/null
11 
 
 
Infanticídio culposo: não existe. Se a mãe mata o próprio filho culposamente, 
mesmo estando em estado puerperal, responderá por homicídio culposo, porque 
o elemento subjetivo desse crime é o dolo. 
Consumação: com a morte da criança 
Tentativa: Admitido desde que o resultado não aconteça por motivos alheios à 
vontade do agente. 
 CRIME DE ABORTO – Art. 124 DO CP 
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque. 
Pena de detenção de 1 a 3 anos. 
Sem o consentimento da gestante: de 3 a 10 anos 
Com o consentimento da gestante: de 1 a 4 anos 
Aborto de gêmeos: se decorrer da mesma conduta, haverá dois crimes de aborto 
em concurso formal, perfeito ou imperfeito. 
Tentativa de aborto e infanticídio: poderá acontecer quando a mãe tenta abortar e 
o feto nasce com vida, e é morto em seguida pela mãe. 
Não admite modalidade culposa, porque o elemento subjetivo é o dolo. 
Matar a mulher que sabe estar grávida: homicídio em relação à mulher com aborto 
provocado sem o consentimento da gestante em relação ao feto, em concurso formal. 
O aborto é crime e isso é sabido, no entanto existem algumas situações em que há 
previsão de exclusão de culpabilidade na prática do aborto, e estão elencadas no art. 
128 do Código Penal Brasileiro. 
A doutrina e a jurisprudência diz que não se trata de afirmar que o Código Penal 
permite o aborto porque o médico está impedido de realizar tal prática, exceto nas 
hipóteses em que a lei penal chama de aborto necessário. 
Aborto necessário: é o praticado quando não há outro meio de salvar a vida da 
gestante. É lícito. 
12 
 
 
Estado de necessidade: parte da doutrina entende que haveria nesse caso de 
aborto necessário, verdadeiro estado de necessidade que irá ensejar na ilicitude do 
ato praticado pelo médico. 
Aborto eugenésico: também conhecido como aborto eugênico, visa impedir a 
gestação de um feto com anomalias. Não se confunde com aborto necessário. Este 
não crime, mas o eugênico, sim. 
Feto anencéfalo: A ADPF 54/2012 autoriza abortos em gravidez com fetos 
anencéfalos. Não há que se falar em descriminalização do aborto mas tão somente 
que nesses casos, deverá ser considerado aborto terapêutico ou aborto necessário 
do incisoI, Art. 128 do Código Penal. É hipótese de aborto supralegal. Não exige 
autorização judicial para que se faça esse aborto terapêutico, uma vez que, em sendo 
um feto anencéfalo, ou seja, sem o cérebro, não há vida, porque para o Direito Penal 
a morte acontece com a morte cerebral, desse modo, sendo um fato atípico, é 
responsabilidade do médico manter-se abastecido das condições da gravidez com 
feto anencéfalo que resultaram no aborto por ele realizado. 
Aborto sentimental: O CP autoriza o aborto para gravidez resultante de estupro. 
Também chamado de aborto sentimental ou aborto humanitário. Não é necessário 
autorização judicial nem boletim de ocorrência do estupro. Basta a gestante alegar a 
violência sofrida. Caso se comprove não ser verdade o alegado, responderá por 
aborto. 
Aborto qualificado: quando do procedimento abortivo resultar em lesão corporal 
grave ou na morte da gestante. 
Pílula do dia seguinte: Não é considerada abortiva porque não interrompe a 
gestação, ela impede o desenvolvimento gestacional. Não é crime. 
CRIMES PATRIMONIAIS 
São aqueles crimes contra o patrimônio das pessoas. 
 
 
 
13 
 
 
 
 
Dentre os crimes patrimoniais estão o Furto, do art. 155 CP e o Roubo do art. 157CP. 
Para começar, é preciso entender que FURTO é diferente de ROUBO. 
O furto, devemos lembrar de furtivo, de furtivamente que é quando alguém chega 
discretamente, e podemos lembrar que o furto é praticado furtivamente, sem que 
ninguém veja, sem que a vítima nem se dê conta. Furtar é subtrair coisa móvel alheia, 
enquanto que o Roubo é subtrair coisa móvel alheia sob emprego de violência ou 
grave ameaça ou depois de reduzir as chances de defesa da vítima. 
Ou seja a grande diferença de um para outro está justamente no emprego de violência 
de um e da discrição do outro. 
 FURTO SIMPLES – Art. 155 CP 
Art. 155. Subtrair pra si ou para outrem coisa alheia móvel. Pena de reclusão 
de 1 a 4 anos e multa. 
Elemento subjetivo: o dolo. Não há furto culposo. 
Consumação: quando o agente se apodera da coisa móvel alheia, mesmo que não 
definitivamente, ainda que não tenha a posse mansa e pacífica e ainda que não tenha 
se evadido do local. O entendimento com base na jurisprudência do STF é que se 
aplique a Teoria da Apreensão que diz que considera o crime de furto a partir da mera 
subtração do bem e que o agente se encontre em poder da coisa alheia. 
Tentativa: admite a tentativa. 
Furto Qualificado: quando praticado com a destruição ou rompimento do obstáculo 
para subtração do bem, ou quando o agente se utiliza do abuso de confiança da 
vítima, pena de 2 a 8 anos e multa. 
FURTO CIRCUNSTANCIADO – § 1º DO ART. 155 CP 
§1º- A pena aumenta de 1/3 se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
O crime é circunstanciado quando tem uma causa de aumento de pena em razão de 
determinada circunstância. 
https://www.blogger.com/null
14 
 
 
Praticado no repouso noturno: se o crime acontece nessas circunstâncias, o crime 
terá um aumento de 1/3 da pena, é o que diz o parágrafo primeiro do art. 155 do 
Código Penal. E não se trata da hora da noite, mas sim do momento em que o agente 
pratica o delito, quando a vítima está dormindo e diminui ou não tem vigilância sobre 
o bem. Ou seja, o agente se aproveita do momento daquela circunstância para se 
aproveitar da situação e promover o crime. 
É pacífico o entendimento que essa causa de aumento de pena não se aplica aos 
furtos qualificados. E esse entendimento se justifica que o furto qualificado pelas suas 
próprias características já tem a punibilidade potencializada pelo dano produzido. 
Também é argumento jurisprudencial que se o legislador tivesse a intenção de aplicar 
esse aumento de pena aos crimes qualificados não teria tratado dessa majoração 
antes das qualificadoras na lei Penal. Isso porque o aumento de pena do furto 
praticado no repouso noturno está no primeiro parágrafo do artigo que trata do furto 
simples. 
 FURTO PRIVILEGIADO - § 2º DO ART. 155 CP 
§2º- Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada o juiz 
pode substituir a pena de reclusão por detenção, diminui-la de um a 2/3, ou 
aplicar somente a multa. 
O privilégio é causa de diminuição de pena. Se preenchidos os requisitos legais de 
primariedade e coisa furtado de pequeno valor, o juiz poderá (faculdade do juiz) 
diminuir a pena privativa de liberdade em até 2/3 ou ainda somente aplicar a multa. 
Coisa furtada de pequeno valor será analisado pela condição da vítima, por seu 
prejuízo sofrido e pelo salário mínimo da época. 
 FURTO QUALIFICADO – ART. 155 § 4º 
O furto simples leva a pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. E o furto qualificado 
que está no § 4º do art. 155 do código penal, elenca em seus incisos e determina para 
esses casos a pena será de 2 a 8 anos de reclusão e multa: 
I- Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa: 
Quebra do vidro do automóvel: divergem os tribunais a cerca dessa qualificadora 
quando se trata da subtração do equipamento de som do veículo. Porque de um lado 
https://www.blogger.com/null
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15 
 
 
os que consideram o equipamento de som como acessório que integra o carro. De 
outro lado há quem considere que a rotura do vidro quebra vento para alcançar o som 
instalado no painel do veículo tipifica a qualificadora do rompimento do obstáculo no 
furto. 
O STJ entende que poderá haver qualificadora se o furto acontece contra o 
equipamento de som dentro do veículo qual não seja o que está instalado no mesmo. 
II- Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza: 
Abuso de confiança é qualificadora no crime de furto, no entanto a jurisprudência 
entende que não há que se falar em abuso de confiança na relação empregado x 
empregador. Ou seja, não tipifica como furto qualificado aquele realizado contra 
empregador. 
Diferença entre furto mediante fraude e estelionato: Não se confundem. No primeiro 
a coisa é subtraída pelo agente. No segundo, a vítima entrega a coisa ao agente. 
Escalada é qualquer esforço maior que o agente faça para atingir a coisa alheia. É o 
emprego de esforço e a obstinação em vencer as “barreiras” posta em defesa do 
patrimônio. 
Destreza é a habilidade caracterizada nos “batedores de carteira”, por exemplo. Se a 
vítima percebeu a subtração impedindo o furto não há que se falar em destreza. 
III- Com emprego de chave falsa: 
Emprego de chave falsa: todo e qualquer instrumento ou ferramenta que se utilize 
para abrir uma fechadura é considerada chave falsa. 
A jurisprudência não se entende quanto a utilização da chave verdadeira: diz uma 
corrente que responde por crime de furto qualificado pelo emprego de chave falsa 
quem se utiliza de chave verdadeira porém subtraída previamente. Outra corrente 
entretanto entende que o uso de chave autêntica obtida fraudulentamente terá a 
qualificadora de emprego de fraude e não de emprego de chave falsa. 
IV- Mediante o concurso de duas ou mais pessoas: 
Essa qualificadora está fundamentada na diminuição da possibilidade de defesa do 
bem, quando o mesmo (o bem) é atacado por mais de uma pessoa. 
16 
 
 
Não se exige a presença de todas as pessoas que dele participam e todos os 
concorrentes (coautores ou partícipes) incidem na mesma pena na medida da culpa 
de cada um. 
Também não é relevante se houve ou não acordo de vontades (elemento subjetivo), 
o que importa é o número de agentes. 
§5º- A pena será de 3 a 8 anos de reclusão se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser transportado para outro estado ou exterior. 
Furto de automóvel para outro estado ou país: sua consumação acontece no 
momento em que o veículo ultrapassa a fronteira estadual ou nacional. 
Se o local onde aconteceu o furto estiver com segurança monitorada por câmeras, 
não descaracteriza o furto consumado. 
Se o agente é interrompido e não consegue subtrair o bem, trata-se de crime defurto 
na modalidade tentada. 
 CRIME DE ROUBO – ART. 157 CP 
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido a impossibilidade de resistência. 
Pena – reclusão de 4 a 10 anos e multa. 
Roubo Próprio: 
A primeira parte do art. 157 trata do roubo próprio que indica que o agente empregou 
a violência antes de subtrair o bem. No roubo próprio o agente se utiliza da violência 
ou grave ameaça justamente para atingir o seu intente de ter o bem. 
 ROUBO IMPRÓPRIO - §1º, ART. 157 CP 
§1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a 
coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para 
terceiro. 
https://www.blogger.com/null
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O que tipifica o roubo impróprio é a violência empregada depois que o agente já está 
com a coisa alheia em seu poder, ou emprega o uso da violência e da grave ameaça 
para mantê-la consigo depois de tê-la como produto de roubo. 
Consumação – quando há o emprego da violência ou da grave ameaça. 
A doutrina e a jurisprudência não admite roubo impróprio tentado. Várias linhas de 
análise para entendimento: 
 No furto consumado, se o agente emprega a violência e grave ameaça, o 
crime será roubo impróprio consumado; 
 Se o agente consumou a subtração sendo encontrado posteriormente pela 
vítima ou por terceiros com a posse mansa e pacífica, empregando da violência 
e grave ameaça para manter-se na posse. Existirá o furto consumado em 
concurso material com outro crime contra a pessoa (lesão corporal, ameaça, 
etc); 
É preciso atenção para interpretar tais situações e não cair em pegadinha. 
 ROUBO QUALIFICADO 
O roubo qualificado poderia ser ainda o roubo circunstanciado ou roubo 
majorado. Nas hipóteses do parágrafo segundo onde são elencadas as 
circunstâncias em a lei determina o aumento da pena. 
§ 2º - a pena aumenta-se de um terço até a metade: 
I- Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma. 
O STJ havia sumulado a respeito do roubo com emprego de arma de brinquedo, 
qualificando o crime o que posteriormente essa Súmula 174 acabou sendo cancelada. 
Portanto, a jurisprudência entende que não é qualificadora a utilização da arma de 
brinquedo no crime de roubo. 
II- Se há concurso de duas ou mais pessoas. 
Tal qualificadora se dá porque logicamente o crime cometido com duas ou mais 
agentes trazem menos chance de defesa à vítima e aumenta a possibilidade de êxito 
da empreitada criminosa. 
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Haverá majoração de pena no concurso de pessoas mesmo que um dos comparsas 
seja inimputável (de menor) ou que não se identifique aos demais. 
Também poderá se tratar de roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas em 
concurso material de crime com associação criminosa do art. 288 CP. 
 
 
III- Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
É relevante para a qualificadora que o agente tenha conhecimento de que a vítima 
estava a serviço de transporte de valores. Se há o desconhecimento, não se configura 
causa de aumento de pena. 
IV- Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para 
outro estado ou para o exterior. 
Para ser causa de pena majorada é preciso que se configure a destinação específica 
da coisa roubada. Consuma-se, como o furto, quando o veículo ultrapassa a fronteira 
estadual ou internacional. 
V- Se o agente mantém a vítima em seu poder restringindo a sua liberdade. 
Não se confunde com extorsão mediante sequestro porque nesse agravante o agente 
restringe a liberdade da vítima enquanto pratica o crime, por exemplo quando o 
agente tranca a vítima no banheiro enquanto rouba seus pertences. 
Sequestro praticado após o roubo: não configura causa de aumento de pena. Há 
dois crimes em concurso material: roubo e sequestro. 
LATROCÍNIO – ART. 157, §3º IN FINI 
§3º- Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 
a 15 anos, além da multa; se resulta em morte, a reclusão é de 20 a 30 anos, 
sem prejuízo da multa. 
A primeira parte do § 3º do art. 157 do CP trata do roubo qualificado com lesão 
corporal grave, e a segunda parte, do latrocínio. 
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Trata-se de um crime qualificado pelo resultado (morte), no qual a primeira conduta 
(roubo) sempre será dolosa, mas a segunda (morte), pode ser dolosa ou culposa. 
Crime preterdoloso: Se a lesão grave for culposa, o crime será preterdoloso. 
Latrocínio tentado: A tentativa do Latrocínio é muito controvertida na Jurisprudência. 
“Não há crime de latrocínio quando a subtração dos bens da vítima se realiza 
mas o homicídio não se consuma. Conduta que tipifica roubo com resultado 
lesão corporal grave devendo a pena ser dosada com observância da 
primeira parte do §3º do art. 157 do CP.” (STF, RT, 782/512) 
“Crime de latrocínio. Ainda que não haja subtração dos bens da vítima, há 
crime de latrocínio quando o homicídio se consuma. Crime plussubjetivo, com 
unidade de propósitos de agentes” (STF, RT, 633/351) 
Súmula 610 STF - “Há crime de latrocínio quando o homicídio se consuma, 
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. 
Para o professor de Direito Penal Geovane Morais, se a questão perguntar se existe 
latrocínio na modalidade tentada, a resposta é sim, de acordo com sua orientação, o 
resultado morte é o que importa para a consumação. 
Levou o bem, vítima morreu: latrocínio consumado. 
Não levou o bem, vítima morreu: latrocínio consumado. 
Levou o bem a vítima não morreu: latrocínio tentado. 
Não levou o bem, vítima não morreu: latrocínio tentado. 
Resultado morte de pessoa diversa: há entendimento jurisprudencial de que 
mesmo que resulte em morte de uma terceira pessoa que não a vítima do roubo, se 
configura o latrocínio com base no erro na execução. 
Reação da vítima: No entanto, se a vítima consegue reagir e matar um dos agentes, 
não se configura latrocínio, mesmo que tenha resultado na morte de alguém. Nesse 
caso será roubo para os assaltantes e legítima defesa para a vítima. Também não 
configura latrocínio se algum dos assaltantes forem mortos pela polícia ou por 
terceiro. 
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Morte do comparsa por um dos agentes: Se um dos agentes acaba atingindo sem 
querer o seu comparsa e este chega ao óbito, configura-se o latrocínio com base 
no erro na execução. 
Vítima corre para a rua e é atropelada: Se a vítima, durante o roubo com emprego 
de violência física, corre para a rua e é vítima de atropelamento e morre, configura-
se o latrocínio. Entretanto, se a vítima durante o roubo (não se fala em violência) corre 
para a rua, é atropelada e morre, está descaracterizado o latrocínio. O agente irá 
responder por roubo com homicídio. 
Latrocínio impróprio: aquele praticado durante o roubo impróprio. (quando a 
violência acontece depois de ter subtraído a coisa, a fim de manter a impunidade do 
crime ou para manter-se na posse da coisa e resulta na morte da vítima). 
Autoria incerta: Se durante o roubo ocorre um disparo de autoria não identificada 
que atinge e mata a vítima. Todos os agentes responderão pelo crime de latrocínio. 
Pluralidade de vítimas: a jurisprudência tem se orientado no sentido de que o fato 
de haver mais de uma vítima fatal não resulta em mais de um crime de latrocínio, 
configurando crime único, não havendo concurso formal. 
O que pode se perceber é que para configurar o crime de latrocínio basta haver o 
resultado morte, não importa de quem seja. A única exceção é quando a vítima mata 
o agente que implica em legítima defesa. 
 CRIME DE EXTORSÃO – ART. 158 
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que sefaça ou deixar de fazer alguma coisa. Pena – reclusão de 4 a 
10 anos e multa. 
Crime formal. 
O crime de extorsão é complexo porque a sua objetividade jurídica é a tutela do direito 
ao patrimônio assim da liberdade individual. 
Diferença entre o crime de roubo e o de extorsão: Na extorsão a vítima tem um 
mínimo de escolha entre ceder à chantagem do agente. No roubo o agente toma a 
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coisa da vítima ou lhe a obriga a entregar com o emprego da violência ou da grave 
ameaça, e não há nenhuma margem de escolha da vítima. 
Diferença entre o crime de extorsão e o de concussão: Em ambos os crimes, o 
agente busca vantagem indevida mas a primeira diferença é quanto aos sujeitos 
ativos. A extorsão pode ser cometida por qualquer pessoa mas a concussão somente 
será atribuída ao funcionário público. Na extorsão, o agente emprega da violência e 
da grave ameaça para obter sua vantagem indevida, enquanto na extorsão, a conduta 
do agente é exigir e não há o emprego da violência ou da grave ameaça. Caso o 
funcionário público se utilize da violência ou da grave ameaça estará praticando o 
crime de extorsão. 
Vantagem econômica: somente a vantagem indevida econômica caracteriza a 
extorsão. 
Vantagem de outra natureza: se a vantagem indevida almejada for outra que não 
econômica, estará se configurando outro delito e não a extorsão. Estará configurado 
o crime de constrangimento ilegal. 
Falso sequestro: é crime de extorsão. 
Consumação: No exato momento em que o agente delituoso exige o bem ou a 
vantagem econômica indevida com violência ou grave ameaça, está consumado o 
crime. Não é necessário que a vítima entregue o que exige o agente. 
Exaurimento: se o agente obtiver a indevida vantagem econômica, ocorrerá o 
exaurimento do crime de extorsão. 
Tentativa: admite-se a modalidade tentada. 
 EXTORSÃO QUALIFICADA - § 1º DO ART. 158 CP 
§1º - Se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de um terço até a metade. 
De acordo com §1º do art. 158, são duas as qualificadoras para o crime e extorsão: 
 Crime cometido por duas ou mais pessoas; 
 Crime cometido com emprego de arma. 
 
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§2º- Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo 
anterior. 
Isso para dizer que na extorsão praticada mediante violência e dessa violência resulta 
em lesão corporal grave, a pena será de 7 a 15 anos, e se resulta em morte, se 
equipara a pena de latrocínio: reclusão de 20 a 30 anos sem prejuízo da multa. 
Crime hediondo: A extorsão qualificada pela morte é considerada crime hediondo. 
 SEQUESTRO RELÂMPAGO 
§3º- Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e 
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena 
é de reclusão de 6 a 12 anos, além da multa; se resulta de lesão corporal 
grave ou de morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159 §§2º e 3º 
respectivamente. 
Essa é a tipificação do crime de sequestro relâmpago. Note que a leitura do § 3º é 
clara quando diz que quem o agente mantém em restrição de liberdade a vítima e é 
para a própria vítima que o agente delituoso exige a vantagem econômica. 
 
 CRIME DE EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO – ART. 159 CP 
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter para si ou para outrem 
qualquer vantagem como condição ou preço ou resgate. Pena – reclusão de 
8 a 15 anos. 
Pessoa jurídica: é possível que a Pessoa Jurídica seja sujeito passivo na extorsão 
mediante sequestro. Não que seja possível ser a empresa sequestrada, mas pode 
ser vítima da lesão patrimonial, caso seja essa a natureza do resgate. 
Vantagem econômica: diferente do crime de extorsão, que visa obter a vantagem 
econômica na extorsão mediante sequestro o legislador não restringiu o tipo de 
vantagem exigida pelo agente. 
Consumação: ocorre com a privação da liberdade da vítima, independentemente de 
haver exigido a vantagem ou da obtenção da vantagem pelo agente. 
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Crime formal: a extorsão mediante sequestro é um crime formal que não exige para 
sua consumação a obtenção da vantagem indevida pelo agente. 
Crime permanente: Trata-se de um crime permanente perdurando a consumação 
enquanto a vítima estiver submetido à privação da liberdade. 
Exaurimento: caso o agente consiga obter a vantagem indevida ocorre o 
exaurimento do crime. 
Libertação da vítima: mesmo que os sequestradores decidam libertar a vítima sem 
receber o resgate, o crime ainda assim estará consumado. 
Fuga da vítima: se a vítima consegue fugir do cativeiro sem o pagamento do resgate: 
o crime estará consumado. 
Tentativa: sendo um crime formal, é também plurissubsistente, podendo o iter 
criminis ser fracionado. 
 
 SEQUESTRO QUALIFICADO - § 1º, ART. 159 CP 
§1º- Se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestrado é menor de 18 
anos ou maior de 60 anos, ou se o crime for cometido por bando ou quadrilha: 
pena – reclusão de 12 a 20 anos. 
Formas qualificadas: Esse parágrafo estabelece as qualificadoras da extorsão 
mediante sequestro: 
 Durar mais de 24 horas 
 Sequestrado menor de 18 ou maior de 60 anos 
 Se cometido por bando ou quadrilha. 
§2º- Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: pena de reclusão de 16 a 24 
anos; 
§3º- Se resulta a morte: pena – reclusão de 24 a 30 anos. 
Morte em decorrência do fato: a morte da vítima pode ser em qualquer circunstância 
desde que guarde correlação com o fato. Por exemplo, a vítima morre porque ficou 
presa no porta malas do carro, tendo sido vítima de ataque cardíaco proveniente da 
pressão que sofria naquele momento. Admite o agravante do §3º. 
24 
 
 
 
 DELAÇÃO PREMIADA NO CRIME DE EXTORSÃO MEDIANTE 
SEQUESTRO 
§4ª- Se o crime for cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à 
autoridade, facilitando a libertação do sequestrado terá sua pena reduzida de 
1 a 2/3. 
Efetiva libertação do sequestrado: para que ocorra a efetiva delação premiada e 
imprescindível a efetiva libertação da vítima. 
Prisão em flagrante: é possível a delação premiada ao concorrente que preso em 
flagrante colabore para a efetiva libertação da vítima, indicando por exemplo o local 
do cativeiro e a localização dos coatores. 
 é preciso atentar que, para configurar o sequestro relâmpago é 
indiferente o tempo em que a vítima fica em poder do agente. O que 
importa é para quem se exige a vantagem indevida. 
 se a vantagem indevida é exigida para a própria vítima: sequestro 
relâmpago 
 se a vantagem indevida é exigida a terceiros: extorsão mediante 
sequestro. 
Momento consumativo: 
Sequestro relâmpago: à quando o agente faz a exigência da vantagem indevida ao 
capturado. 
Extorsão mediante sequestro: à quando a vítima é capturada 
O crime mais grave do código penal é a extorsão mediante sequestro com resultado 
em morte com pena de 24 a 30 anos, sendo mais séria inclusive que homicídio 
qualificado. 
 CRIME DE ESTELIONATO – ART. 171 CP 
Art. 171. Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício ardil ou qualquer 
outro meio fraudulento. Pena – reclusão de 1 a 5 anos e multa. 
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Inadimplemento contratual: não caracteriza estelionato. 
Torpeza bilateral ou participação da vítima: não descaracteriza o estelionato o fato 
de ter a vítima caído no golpe da ganância ou por intenção de também obter vantagem 
fácil. O tipo penal não exige a boa intenção da vítima. 
Ressarcimento do prejuízo antes do recebimento da denúncia: não enseja a 
exclusão do crime apenas caracteriza diminuição de pena. 
Estelionato privilegiado: ocorre quando o criminoso é primário e a coisa de pequeno 
valor. Nesse caso o juiz pode substituir a pena de reclusão por detenção, ou diminuir 
a pena de 1 a 2/3, ouainda aplicar somente a multa. 
Extorsão x estelionato: não se confundem porque na extorsão a vítima entrega a 
vantagem porque foi ameaçada, e no estelionato porque foi enganada. 
Cheque sem fundos: nem sempre a emissão de cheque sem fundos pode ser 
caracterizar estelionato. Somente se caracteriza crime aquele caso em que o agente 
se utilizou da má fé e passou o cheque de forma dolosa, sabendo que não teria 
fundos. Já nos casos em que o agente não tinha a intenção de enganar, e que 
aconteceu um imprevisto em seu orçamento que possibilitou a desorganização 
financeira, não se caracteriza o crime. 
ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO: 
Quando se forja um benefício do qual não se tem direito. É crime instantâneo com 
efeitos permanentes. 
Não se configura o crime de estelionato previdenciário quando há a concessão do 
benefício e sim quando recebe o primeiro pagamento. 
Até a concessão se caracteriza a tentativa. 
De efeito permanente: pelo tempo que continue recebendo o pagamento indevido a 
conduta delituosa permanece. 
Consumação: quando recebe a primeira parcela do benefício produto do estelionato. 
 
 CRIME DE ESTUPRO – ART. 213 CP 
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Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso. Pena – reclusão de 6 a 10 anos. 
§1º - se da conduta resulta lesão corporal grave ou a vítima é menor de 18 
anos ou maior de 14 anos. Pena – reclusão de 8 a 12 anos. 
§ 2º - se da conduta resulta em morte. Pena de 12 a 30 anos. 
Crime hediondo: ainda que na modalidade simples, o estupro é um crime hediondo. 
Com a nova lei de 2009, para se evidenciar, se consumar o crime de estupro não é 
mais exigido que tenha havido a conjunção carnal. Atualmente o delito de estupro 
pode ser praticado tanto por um homem quanto por uma mulher, e a vítima também 
independe do sexo. O que configura o crime é o constrangimento mediante violência 
ou grave ameaça sem tais elementos não se configura o crime. 
Conjunção carnal: é a relação sexual normal, a penetração do pênis na vagina, 
a cópula vagínica. Nessa modalidade do crime de estupro, somente por ocorrer entre 
homem e mulher. 
Consumação e tentativa: Como trata-se de um crime de conteúdo variável, só pode 
responder qual o momento consumativo se a questão indicar qual a intenção do 
agente. 
Se o intento do agente é a conjunção carnal, se consuma o crime quando o homem 
penetra seu pênis na vagina da mulher, seja parcial ou totalmente, e não importa se 
houve a ejaculação. 
Se por motivo de falha fisiológica o homem não consegue penetrar, configura-se o 
crime de estupro na modalidade tentada. 
Outro ato libidinoso: é todo aquele tendente à satisfação lascívia. É todo e qualquer 
ato libidinoso que não seja conjunção carnal. Por exemplo: coito anal, felatio in 
ore (felação – sexo oral praticado em homem), cunnilingus (cunilíngua – sexo oral 
praticado na mulher), manipulação nas nádegas, nos seios da mulher, e etc. 
Coito vulvar: ainda que não haja completa introdução do pênis no órgão sexual da 
mulher, haverá estupro com conjunção carnal. 
27 
 
 
Ejaculação: não é necessária para configuração do estupro. 
Emprego de dedos ou outro instrumento para penetração: constitui estupro com 
atos libidinosos. 
Lesões corporais: não é necessário que haja lesões corporais uma vez que o 
constrangimento pode ter sido exercido mediante grave ameaça. 
Laudo de exame de corpo delito: não é imprescindível, podendo a prova 
testemunhal suprir-lhe a ausência. (art.167 do CPP). 
Art. 167 CPP. Não sendo possível o exame de corpo de delito por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
Desistência voluntária: o agente responderá até os atos por ele praticados. 
Masturbação diante da vítima: não configura estupro e sim ato obsceno. 
Contemplação lasciva: se o agente, mediante violência ou grave ameaça 
constrange a vítima a se despir para contemplá-la nua, pratica crime de estupro 
(nudez para contemplação lasciva = ato libidinoso). 
Tocar nas partes íntimas da vítima sem o seu consentimento é estupro. 
 CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL – ART. 217-A 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor 
de 14 anos. Pena – reclusão de 8 a 15 anos. 
§ 1º- incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com 
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa não 
pode oferecer resistência. 
§ 3º - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave. Pena – 
reclusão de 10 a 20 anos. 
§ 4º - Se da conduta resulta morte. Pena – reclusão de 12 a 30 anos. 
Consentimento: é irrelevante para o Direito Penal que a vítima menor do art. 217-A 
consinta. A presunção de vulnerabilidade é absoluta para o menor de 14 anos. 
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Lei in pejus: A lei 12.015/2009 se tornou mais rigorosa, sobre o estupro, portanto é 
uma Lei in Pejus (lei mais grave), desse modo, se a conduta delituosa ocorreu antes 
de 2009, antes da vigência da lei nova, o agente será julgado pela lei anterior, porque 
é mais benéfica, porque se sabe que a lei não retroage para prejudicar o réu. 
Crime hediondo: o estupro de vulnerável é crime hediondo. 
Vítima embriagada: Nesse contexto, deverá ser analisada o nível da intoxicação por 
álcool ou outras drogas. Se a vítima não puder oferecer nenhuma resistência o crime 
será estupro de vulnerável. Mas se a vítima, por causa do efeito da bebida ou droga 
estiver com sua capacidade de raciocínio reduzida acerca do ato sexual, configurado 
está o crime previsto no art. 215 do CP, violação sexual mediante fraude. 
Beijo: se obtido mediante constrangimento mediante violência ou grave 
ameaça, pode constituir estupro, pois o beijo lascivo e erótico constitui ato libidinoso. 
Beijo de micareta: O STF já se manifestou quanto ao “beijo de micareta” como 
conduta não criminosa 
O beijo: crime de contravenção penal de perturbação da tranquilidade. 
Segue sobre o tema alguns julgados: 
TJPR. Atentado violento ao pudor. Beijo. Tentativa. Não caracterização. 
Desclassificação para a contravenção penal de perturbação da tranqüilidade. 
O beijo tentado não configura tentativa do delito de atentado violento ao 
pudor, mas, sim, a contravenção penal de perturbação da tranqüilidade, 
capitulada no art. 65 do Dec.-lei 3.688/41 (LCP) 
STJ. Atentado violento ao pudor. Beijo lascivo. Fato incontroverso. 
Pretendida desclassificação para contravenção penal (perturbação da 
tranqüilidade). Impossibilidade. Precedentes do STJ. CP, arts. 214 e 224, 
«a». Dec.-lei 3.688/41, art. 65. 
Sendo incontroversa a ocorrência de beijo lascivo, não há falar, diante da 
configuração dos elementos do tipo previsto no art. 214 c/c 224, «a», do CP, 
na desclassificação do delito ao argumento exclusivo de que a imposição da 
pena prevista para o crime de atentado violento ao pudor viola, no caso, os 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 
http://www.legjur.com/legislacao/htm/dcl_00028481940#i214-00
29 
 
 
TJSC. Contravenção penal. Importunação ofensiva ao pudor. Beijo roubado 
e toque superficial, sobre as vestes em seio de mulher. Dec.-lei 3.688/41, art. 
61. CP, art. 214, «caput» c/c art. 226, II e III. 
Cautela para distinguí-los do crime de atentado violento ao pudor. 
O beijo roubado assim como o toque superficial e fugaz por sobre as vestes 
nos seios de uma mulher não caracterizam a prática de ato libidinoso diverso 
da conjunção carnal e sim a conduta indecorosa de importunação ofensiva 
ao pudor 
TJRJ. Constrangimento ilegal. Importunação ofensiva ao pudor. Concurso 
formal. Beijo forçado com constrangimento em lugar público. Atentado 
violento [É61. 
Se o acusado importunou a adolescente, querendo beijá-la, constrangendo-
a, em seguida,na via pública, a permitir que o fizesse, restando duvidoso se 
chegou a levantar a saia da menor e se sua intenção era satisfazer a lascívia 
- o que se afigura de remota probabilidade, haja vista a presença de populares 
na rua movimentada ausente o elemento constitutivo do tipo do art. 214, do 
CP, prática de «ato libidinoso», deve responder pela infração penal do art. 61, 
da LCP em concurso formal. 
 CRIMES FUNCIONAIS 
Os ditos crimes funcionais são aqueles praticados por Funcionário Público 
contra a Administração em geral. 
Somente os funcionários públicos podem cometê-lo por isso pode ser 
considerado crime próprio. É possível que o particular figure como sujeito ativo em 
alguns casos, como concorrente, em concurso de pessoas. 
 
 PECULATO – ART. 312 CP 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois 
a doze anos, e multa. 
http://www.legjur.com/legislacao/htm/dcl_00028481940#i214-00
https://www.blogger.com/null
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Sujeito ativo: peculato é crime próprio por isso somente o funcionário público pode 
praticá-lo (art. 327 CP). 
Particular como sujeito ativo: O particular que concorrer com o peculato estará nele 
incurso por força do disposto no art. 30 CP. Ou seja, pelo meio de concurso de 
agentes, o particular pode figurar como sujeito ativo do crime de peculato. 
Sujeito Passivo: O Estado, por se tratar de crime contra a Administração Pública. 
Objeto do delito: Não é qualquer bem público que pode ser objeto do peculato. 
Somente os bens móveis. Não existe peculato em relação a bens imóveis. 
É possível que o peculato tenha como objeto do delito, bem particular, DESDE QUE, 
esses bens móveis particulares estejam sob a tutela da Administração Pública. Por 
exemplo: Carro apreendido pelo Detran, por qualquer motivo, e um funcionário do 
órgão retira os pneus do veículo, esse funcionário público cometeu peculato. 
Furto: funcionário público que subtrai pertences de colega de repartição comete o 
crime de furto. Isso porque o crime que este funcionário está cometendo não tem 
como vítima o Estado, a Administração Pública, e sim a pessoa de um funcionário do 
órgão. 
MODALIDADES DO PECULATO: 
 Peculato apropriação ou desvio – art. 312 CP 
O funcionário público se apropria ou desvia o bem público ou particular sob a tutela 
da administração pública, em proveito próprio ou alheio, em razão da função que atua. 
 
 Peculato furto – §1º DO ART. 312 CP 
 
§1º Art.312. Aplica-se a mesma pena se o funcionário público embora não 
tenha a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai ou concorre para que seja 
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de funcionário. 
31 
 
 
Ocorre quando o funcionário público não tendo a posse do bem móvel ou dinheiro da 
administração pública, subtrai ou concorre na subtração deste, em proveito próprio 
ou alheio, valendo-se da função ou cargo que ocupa. 
 
 Peculato de uso 
Não é tipificado na lei, sendo punido como peculato próprio, ainda que o funcionário 
público devolva o dinheiro, valor ou bem. 
Entretanto é entendimento jurisprudencial que quando o funcionário utiliza o carro da 
administração em benefício próprio com a clara intenção de devolver, ou mão de obra 
ou serviços públicos em benefício próprio não configura peculato de uso. Nesse caso 
configura-se um mero ilícito administrativo ou civil, nos casos 
de improbidade administrativa. 
 Peculato impróprio 
Essa é a espécie do peculato furto, porque o bem móvel, valor ou dinheiro não está 
ao seu lado, não está sob sua guarda, não existe a posse e detenção da coisa 
subtraída. Se outra pessoa entrasse ali, furtaria, e ele, por ser funcionário, pode pegar 
a coisa em proveito próprio ou de outrem, pela facilidade de ser funcionário. 
 
 CRIME DE CONCUSSÃO – ART. 316 CP 
Art. 316. Exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la mas em razão dela, vantagem indevida. 
Pena – reclusão de 2 a 12 anos e multa. 
Sujeito ativo: Concussão é crime próprio e somente o funcionário público poderá ser 
sujeito ativo desse delito. 
Particular como sujeito ativo: o particular pode ser coautor ou partícipe do crime 
por força do art. 30 do CP. 
Sujeito passivo: Estado, secundariamente pode ser o particular ou o funcionário 
vítima da exigência. 
Vítima que cede a exigência: não pratica crime, é fato atípico. 
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Concussão praticada por vereador: “O vereador que recebe indevidamente parte 
do salário do seu assessor administrativo, incide nas penas do crime previsto no art. 
316, caput, do CP, sendo irrelevante o consentimento ou não da pessoa que sofre a 
imposição, visto que tal delito é formal, consumando-se com a mera imposição do 
pagamento indevido” (STJ, RT, 778/563) 
Concussão praticada por policial: “Comete o delito de concussão o policial que exige 
dinheiro de preso para libertá-lo” (TJSP, RJTJSP, 208/278) 
Diferença entre concussão e extorsão: Na extorsão ainda que praticada por 
funcionário público, caracteriza-se pelo emprego de violência ou ameaça de mal 
injusto e grave, sem relação com a função pública ou a qualidade do agente. No crime 
de concussão a ameaça e a represália tem a ver com a função pública exigida pelo 
agente. 
Consumação: ocorre com a exigência da vantagem indevida, independentemente de 
sua efetiva percepção. É crime formal. 
 
 CRIME DE CORRUPÇÃO PASSIVA – ART. 317 CP 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena 
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Sujeito ativo: é o funcionário público tratando-se de crime próprio. 
Particular como sujeito ativo: aquele que concorrer com o crime, estará nele 
incurso por força do art. 30 CP. 
Sujeito passivo: O Estado; secundariamente o particular eventualmente lesado. 
Diferença entre concussão e corrupção passiva: Na concussão a exigência vem 
com imposição da vontade do agente que coloca a vítima sob pressão 
impossibilitando-a de resistir. A corrupção passiva não há imposição, há solicitação e 
vontade das partes quanto a vantagem indevida. (Andreucci, 2010). 
OS VERBOS DAS CONDUTAS NOS CRIMES FUNCIONAIS: 
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Peculato: Subtrair, Apropriar-se. 
Concussão: Exigir. 
Corrupção Passiva: solicitar ou receber. 
 
3 – ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS REALIZADAS NO CÓDIGO PENAL 
EM 2018 
 
Com o início do ano de 2019, uma das maiores curiosidades para os aplicadores do 
direito criminal consiste nas alterações legislativas ocorridas ao decorrer do ano de 
2018. 
Para tanto, iremos explanar, de forma breve, sobre quais disposições foram criadas 
ou alteradas, as quais trazem influência para o campo de estudo e aplicação do 
Código Penal Brasileiro. 
ART. 92 DO CÓDIGO PENAL: 
A primeira alteração citada está disposta no art. 92, inciso II, do Código Penal, cuja 
abordagem do artigo insere-se nos efeitos da condenação. A alteração de redação 
excluiu o termo “pátrio poder”, substituindo-o para “poder familiar”. 
Ainda, acrescentou o termo “filha” e “ou outro descendente”. Tal alteração claramente 
veio com o intuito de desmistificar o poder familiar exercido majoritariamente pelo 
homem e, ainda, de forma mais inclusiva, adicionou na redação a filha e outros 
descendentes do condenado. 
ART. 121, §7º, DO CÓDIGO PENAL: 
O próximo já adentra ao campo dos crimes em espécie, alterando disposições sobre 
o delito de feminicídio, disposto no art. 121, incisos VI, VII e §2º-A. Contudo, a 
alteração em comento fora realizada na redação do parágrafo 7º, incisoII do mesmo 
artigo, a qual acrescentou na majorante o cometimento em face de vítima portadora 
de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade 
física ou mental. 
ART. 155 DO CÓDIGO PENAL: 
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Outras mudanças significativas, sob minha ótica, foram em relação ao delito de furto 
e roubo. Sobre o delito de furto, tipificado no art. 155 do Código Penal, houve a 
inclusão do parágrafo 4º-A, que traz a qualificadora do uso de explosivo ou de análogo 
durante o furto, que possa acarretar em perigo comum, aplicando uma pena de 
reclusão de 4 a dez anos, cumulados com multa. 
Ainda no delito de furto, o parágrafo 7º foi incluído, também qualificando a subtração 
de substancias explosivas ou de acessórios que, de forma conjunta ou isolada, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego, também aplicando pena de 
reclusão de 4 a 10 anos e multa. 
ART. 157 DO CÓDIGO PENAL: 
Passando a análise sobre o delito de roubo, disposto no art. 157, as alterações foram 
de revogação e inclusão de disposições. A primeira delas está adstrita a revogação 
do inciso I do parágrafo 2º, cuja redação anterior dispunha sobre o emprego de arma 
para praticas o ato violento ou a ameaça. 
Semelhante ao disposto no parágrafo 4º-A do delito de furto, também fora incluído no 
delito de roubo, através do parágrafo 2º, inciso VI, a qualificadora do roubo de 
substâncias explosivas ou de assessórios que possam ser utilizados na fabricação, 
montagem ou uso. 
Além disso, acrescentaram ao delito de roubo o parágrafo 2-A, aplicando a majorante 
de 2/3 nos seguintes casos: 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego 
de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
Por último, o parágrafo 3º também teve inclusões. Ele anteriormente dispunha todo o 
conteúdo no corpo do parágrafo, detinha de sanção máxima de 15 anos com o 
resultado lesão corporal grave e tinha redação diferente em relação à multa do 
resultado morte. Agora passou a reger-se da seguinte forma: 
§3º Se da violência resulta: 
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) 
anos, e multa; 
35 
 
 
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
 
ART. 168-A, DO CÓDIGO PENAL: 
De forma breve, o delito de apropriação indébita previdenciária, disposto no art. 168-
A, descrito como sendo o ato de deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, 
teve a inclusão do parágrafo 4º. 
O conteúdo do referido parágrafo dispõe que a faculdade disposta no parágrafo 3º 
não é aplicável em casos de parcelamento de contribuições, acrescidas dos valores 
acessórios, sejam superiores ao estabelecido administrativamente como sendo o 
mínimo para ajuizamento de execuções fiscais sob estas. 
Por último, não sendo este o último artigo, mas sim o último tema a ser citado, 
consubstancia-se nos delitos sexuais, os quais tiveram mudanças significativas no 
cenário brasileiro. 
ART. 215-A, DO CÓDIGO PENAL: 
Começando com a tipificação do delito de importunação sexual, agora disposto pelo 
Art.215-A, sendo este o ato “contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com 
o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro.” Com pena de reclusão, 
de 1 a 5 anos, “se o ato não constituir crime mais grave.” 
ART. 216-A, DO CÓDIGO PENAL: 
Houve a criação do delito de registro não autorizado da intimidade sexual, através do 
Art.216-B, com a seguinte redação: 
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, 
conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e 
privado sem autorização dos participantes: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em 
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa 
em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. 
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ART. 217-A, DO CÓDIGO PENAL: 
Já no delito de estupro de vulnerável (art. 217-A) houve a inclusão do 5º parágrafo, 
discorrendo sobre a desnecessidade do consentimento da vítima ou do fato dela ter 
mantido relações sexuais anteriormente ao crime para que sejam aplicadas as penas 
incorridas no caput e nos parágrafos 1º, 3º e 4º. 
ART. 218-C, DO CÓDIGO PENAL: 
Como percebido, esta parte teve diversas tipificações e a próxima, disposta no Art. 
218-C, caracterizou-se pela divulgação de cenas de estupro, de sexo ou de 
pornografia, tendo a seguinte descrição: 
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à 
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio 
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, 
fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro 
ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, 
sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
Aumento de pena 
§1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é 
praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto 
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. 
Exclusão de ilicitude 
§2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas 
no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, 
cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a 
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior 
de 18 (dezoito) anos. 
 
37 
 
 
 
ART. 225, DO CÓDIGO PENAL: 
Sobre a ação penal para esses delitos, conforme nova redação dada no art. 225, será 
de ação penal pública incondicionada. Anteriormente o caput dispunha que a ação 
era pública condicionada à representação, com um parágrafo único sobre a ação ser 
publica incondicionada caso a vítima seja menos de 18 anos ou vulnerável, parágrafo 
este agora revogado. 
ART. 226, DO CÓDIGO PENAL: 
No art. 226, que dispõe sobre aumentos de pena, foi inserido o inciso IV, elencando 
o aumento de 1/3 a 2/3 delitos de estupro coletivo, descrevendo como sendo o ato 
mediante concurso de dois ou mais agentes e o delito de estupro corretivo, como 
sendo o ato para controlar comportamento social ou sexual da vítima, definidos pelas 
alíneas a e b. 
ART. 234-A, DO CÓDIGO PENAL: 
Agora, o último artigo (234-A) define que, nos crimes previstos no título dos crimes 
contra a dignidade social, as penas serão aumentadas se o delito resulta gravidez ou 
se o agente transmite doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria 
saber ser portador ou, ainda, se a vítima é pessoa idosa ou pessoa com deficiência. 
No primeiro caso, sendo este o inciso III, a pena será aumentada da metade a 2/3 e, 
no segundo caso, inciso IV, incorrerá a um aumento de 1/3 a 2/3. 
Concluindo ao brevemente apresentado, destaco a imperiosidade dos operadores do 
direito, principalmente do ramo criminal, em estudar detalhadamente cada alteração. 
Um profissional atualizado realizará defesas ímpares de seus clientes, atendendo ao 
dever da profissão. 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
ANDREUCCI, R. A. (2010). Mini Código Penal Anotado. São Paulo: Saraiva. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2012. 
DELMANTO, Celso et allii. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2010. 
PRADO, Luíz Régis. Curso de Direito Penal Brasileiro. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2013.

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