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Sistemas Estruturais De Aço e Madeira 01 Conceitos gerais e obtenção do aço A evolução das tecnologias proporcionou o surgimento e o desenvolvimento de novos materiais ao longo dos anos. No que tange aos produtos siderúrgicos, é possível encontrar sua aplicação em diversos setores, entre os quais se destacam as indústrias de embalagens, de eletrodomésticos, de energia, de transporte, e a que destacamos: a indústria de engenharia e construção civil. Segundo o Instituto Aço Brasil (2023), o aumento na produção de aço representa um cenário de desenvolvimento econômico de um país. Isso se justifica pelo fato de que a maior parte de tecnologias e utensílios utilizados na atualidade são provenientes das ligas de aço. Assim, quando a economia está em crescimento, o consumo desses produtos aumenta, e, consequentemente, a produção de aço também. Sabe-se que o aço é uma liga de ferro e carbono. No caso do processo siderúrgico, usa-se o óxido de ferro, misturado com areia fina e carvão mineral ou carvão vegetal, na maioria das vezes. De acordo com o Instituto Aço Brasil (2023), na indústria de processos siderúrgicos, as usinas são classificadas em função de seus processos produtivos, divididas em seis grandes grupos. Integradas → Participam de todo o processo produtivo e produzem aço, operando as três fases básicas (redução, refino e laminação). Semi-integradas → Operam duas fases: refino e laminação. Não integradas → Operam apenas uma fase do processo: processamento (laminação ou trefilas) ou redução. Laminação → Operam onde estão os relaminadores, geralmente de placas e tarugos, adquiridos de usinas integradas ou semi-integradas e os que relaminam material sucatado. Trefilação → Existem as trefilarias, que são unidades que dispõem apenas de trefilas, em que produtores de arames e barras utilizam o fio-máquina como matéria-prima. Redução → Tem-se a fase da redução que ocorre a produção de ferro- gusa, em que é comum usar carvão vegetal em altos-fornos para redução do minério. A fabricação do aço pode ser dividida em uma preparação inicial e quatro etapas: preparação da carga, redução, refino e laminação. Processo de produção do aço. Veja o detalhamento de cada etapa: Preparação da carga Nesta etapa, grande parte do minério de ferro (finos) é aglomerada utilizando-se cal e finos de coque. O produto resultante é chamado de sinter. Assim, o carvão é processado na coqueria e transforma-se em coque. Redução Nesta segunda etapa, as matérias-primas, agora preparadas, são carregadas no alto-forno. Assim, o oxigênio é aquecido a uma temperatura de 1000 °C, e é soprado pela parte de baixo do alto-forno, de forma que o carvão em contato com o oxigênio produz calor, que funde a carga metálica e dá início ao processo de redução do minério de ferro em um metal líquido: o ferro-gusa. A gusa pode ser entendida como uma liga de ferro e carbono com um teor de carbono muito elevado. Refino Nesta terceira etapa, as aciarias a oxigênio ou elétricas são utilizadas para transformar o ferro-gusa líquido ou sólido e a sucata de ferro e aço em aço líquido. Assim, o carbono contido no ferro-gusa é removido juntamente com impurezas, logo, a maior parte do aço líquido é solidificada em equipamentos de lingotamento contínuo para produzir semiacabados, lingotes e blocos. Laminação Nesta última etapa, os semiacabados, lingotes e blocos são processados por equipamentos chamados laminadores e transformados em uma grande variedade de produtos siderúrgicos, cuja nomenclatura depende de sua forma e/ou composição química. Além da fabricação do aço com matéria-prima nova, é possível obter o aço a partir do processo de reciclagem. No geral, o aço pode ser considerado um dos materiais mais recicláveis e reciclados do mundo. A produção de aço com a utilização de sucata proporciona vantagens: reduz o consumo de matérias-primas não renováveis, permite a economia de energia e evita a necessidade de ocupação de áreas para o descarte de produtos obsoletos. Elementos estruturais, ou qualquer produto de aço não reciclado para a produção de novos elementos de aço, quando chegam ao final da vida útil ou perdem sua finalidade, são transformados em sucata, que pode ser empregada na fabricação de novos produtos siderúrgicos. Como as estruturas em aço possuem as ligações parafusadas, permitem serem desmontadas e reaproveitadas em outro local ou de outra maneira. As duas características, reciclagem e reaproveitamento, são fundamentais para que a construção com aço seja considerada sustentável. No Brasil, quanto se trata das especificações para elementos estruturais em aço e suas ligações, deve-se seguir as orientações e diretrizes especificadas na Norma da ABNT NBR 8800:2008, confirmada em 2018. Essa norma pode ser aplicada a edificações habitacionais, comerciais, industriais e públicas, além de passarelas de pedestres e suportes de equipamentos. Como visto, a fabricação do aço pode ser dividida em quatro etapas: preparação da carga, redução, refino e laminação. A partir desse processo, e seguindo as diretrizes da NBR 8800:2008 e demais normas sobre as propriedades do aço estrutural é possível produzir os elementos estruturais em aço que são utilizados na construção civil. Segundo Fakury et al. (2016), para fabricação desses elementos é necessário que eles sejam indistintamente submetidos a tensões normais de tração e compressão, pois o aço é um material que se comporta muito bem sob essas duas tensões, embora sob compressão os elementos sejam suscetíveis a problemas de instabilidade. Assim, para ser considerado como aço estrutural, os elementos devem atender os requisitos determinados pela NBR 8800:2008, para uso em perfis, barras e chapas. De um modo geral, devem ser considerados os valores característicos ou nominais das propriedades mecânica dos materiais, conforme definidos e especificados pela norma. É possível verificar todas as definições e características para os aços estruturais e materiais de ligação pela NBR 8800:2008. Em geral, o aço estrutural possui designação específica. Normalmente, esses produtos são especificados pela American Society for Testing and Materials (ASTM). Encontra-se aço para: Perfis, barras e chapas; Aços fundidos e forjados; Parafusos, porcas e arruelas; Eletrodos, arames e fluxos para soldagem; Conectores de cisalhamento; Aço de forma para laje mista. Os aços aprovados para serem utilizados como perfis, barras e chapas devem possuir resistência ao escoamento máximo de 450 MPa e a relação entre as resistências à ruptura e ao escoamento não podem ser inferiores a 1,18. Os aços ditos estruturais podem ser classificados em três grupos principais, conforme a tensão de escoamento mínima especificada. Tipos de aço estruturais Segundo Pfeil (2009), os aços utilizados em estruturas são divididos em dois grupos em função da composição química que são os aços-carbono e aços de baixa liga. Os dois tipos de aço podem receber tratamentos térmicos que modificam suas propriedades mecânicas. Os tipos mais usados na construção civil são os aços-carbono. Nesse tipo de aço, o aumento de resistência em relação ao ferro puro é produzido pelo carbono e, em menor escala, pelo manganês. Além disso, o aumento de teor de carbono permite elevar a resistência do aço, porém, diminui a sua ductilidade. Os principais tipos de aço-carbono usados em estruturas, segundo os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da ASTM e das Normas Europeias (EN) são os apresentados no Anexo A – Aços estruturais e materiais de ligação da NBR 8800:2008 e indicados a seguir. É possível observar os aços estruturais de especificação ASTMmais usados no Brasil. Veja a seguir, os aços estruturais de especificação ASTM: Segundo Fakury et al. (2016), além dos aços estruturais normatizados pela ABNT e pela ASTM, indicados na imagem, a NBR 8800:2008 permite o uso de outros, desde que atendam às condições relacionadas às propriedades mecânicas especificadas na norma. As usinas siderúrgicas brasileiras produzem aços estruturais baseados em especificações próprias que são utilizados com frequência nas construções. Alguns desses aços são fornecidos na forma de chapas, produzidos pela Usiminas e CSN. Vantagens do aço estrutural A utilização do aço como material estrutural apresenta várias vantagens, seja em elementos puramente de aço, seja naqueles mistos de aço e concreto. Entre as principais vantagens, Fakury (2016) destaca: Elevada resistência O aço é o material estrutural que possui maior índice de resistência. Por esse motivo, os elementos estruturais de aço têm seção transversal com dimensões menores que outros materiais. Elevada ductilidade Os aços estruturais são materiais que possuem elevada ductilidade, o que faz que sejam resistentes a impactos e, em pontos de alta concentração de tensões, que estas se redistribuam pelo elemento. Alto grau de confiança O aço é um material homogêneo e isotrópico, com características mecânicas bem definidas. Canteiro de obras menor, limpo e organizado Em uma construção com elementos estruturais puramente de aço, a dispensa de escoramento e formas e a ausência de manuseio de materiais diferentes reduzem a área necessária ao canteiro de obras e à estocagem e colaboram para manter o canteiro limpo, organizado e sem entulhos. Facilidade de reforço e ampliação A obra executada com perfis de aço pode ser facilmente reforçada ou ampliada, em caso de necessidade. Reciclagem e reaproveitamento O aço está entre os materiais mais recicláveis e reciclados do mundo. Rapidez de execução Como a estrutura metálica é composta de peças pré-fabricadas, com dimensões precisas, a montagem é executada com grande rapidez, sem ser afetada por chuvas. Propriedades do aço Requisitos necessários para aços estruturais de perfil O aço é um dos materiais mais versáteis e mais importante das ligas metálicas. Esse material pode ser produzido em uma grande variedade, alterando seus tipos e formas, em função de sua aplicação, de modo a atender às especificações desejadas, garantido sempre a eficiência estrutural do material produzido. O aço pode ser entendido como uma liga metálica que contém normalmente ferro, carbono e outros elementos em pequenas quantidades, de maneira que sua classificação deverá ser feita em função da quantidade de carbono presente na composição. Essa variação na quantidade de carbono no aço influencia em propriedades como ductilidade, tenacidade, resistência, dureza etc. De acordo com sua aplicação, essa concentração de carbono poderá ser maior ou menor, em função da necessidade contínua de adequação do produto às exigências de aplicações específicas que vão surgindo no mercado, ou seja, a variação do tipo de aço pode ocorrer pelo controle da composição química, pela garantia de propriedades específicas ou, ainda, na forma final (chapas, perfis, tubos, barras etc.). Os aços-carbono possuem em sua composição apenas quantidades limitadas dos elementos químicos carbono, silício, manganês, enxofre e fósforo. Outros elementos químicos existem apenas em quantidades residuais. Os aços estruturais são classificados em função da qualidade proporcionada pela composição química, e podem ser denominados aços-carbono, aços de baixa liga e alta resistência mecânica. A ABNT NBR 8800:2008 prevê algumas exigências para garantir que os aços possam ser denominados estruturais: Essas especificações impostas pela norma têm como objetivo principal garantir a validade de determinadas prescrições, relacionadas principalmente com questões de soldabilidade e ductilidade do aço. Segundo Fakury (2016), os aços estruturais devem possuir em sua composição química uma porcentagem de ferro superior a 95%, e carbono em uma porcentagem máxima de 0,29%. Para complementar a composição química dos aços estruturais, esse elemento deve possuir outros elementos químicos em pequenas quantidades. No caso dos aços de baixa liga e alta resistência mecânica, Fakury (2016) explica que o teor de carbono fica entre 0,05% e 0,25% e de manganês inferior a 2%, acrescidos de elementos de liga, como cobre, níquel, cromo, nióbio, vanádio, molibdênio e titânio, entre outros, que melhoram suas propriedades mecânicas. Esses aços foram desenvolvidos para proporcionar propriedades mecânicas superiores às dos aços-carbono, com baixo custo de produção, tendo resistência ao escoamento situada entre 275 MPa e 450 MPa. Importante ressaltar que esses aços também podem ser denominados como aços microligados ou simplesmente aços de alta resistência. Alguns elementos devem ser acrescentados em porcentagens controladas, visto que são prejudiciais, como o enxofre e o fósforo, provenientes do processo de fabricação. Porém, existem outros elementos que são adicionados de forma intencional, como é o caso de manganês, silício, cobre, cromo, nióbio, vanádio, níquel, titânio e molibdênio, a fim de melhorar determinadas propriedades mecânicas ou a durabilidade do aço. Zacarias e Gilnei (2004) apresentam uma relação entre os elementos que compõem a liga de aço atrelado às propriedades mecânicas do aço, a fim de demostrar como a composição química influencia nas características para aplicações do aço estrutural. A ABNT NBR 8800:2008 apresenta uma relação dos aços normatizados para uso estrutural em perfis de seção aberta e chapas grossas. Esses perfis devem atender às condições relacionadas às propriedades mecânicas exigidas pela ABNT NBR 8800:2008, ou seja, fy ≤ 450 MPa e a relação fu / fy ≥ 1,18. Os aços com resistência ao escoamento inferior a 250 MPa não são relacionados. Segundo Fakury (2016), a ABNT NBR 8800:2008 permite o emprego de aços estruturais de especificação norte-americana ASTM, e os mais comuns no Brasil, usados na fabricação de chapas, perfis de seção aberta e barras redondas lisas. A- Grupos de perfis laminados para efeito de propriedades mecânicas: Grupo 1: Perfis com espessura de mesa inferior ou igual a 37,5 mm; Grupo 2: Perfis com espessura de mesa superior a 37,5 mm e inferior ou igual a 50 mm; Grupo 3: Perfis com espessura de mesa superior a 50 mm; Grupo 4: Perfis tubulares. B - t corresponde à menor dimensão ou ao diâmetro da seção transversal da barra. C - Barras redondas, quadradas e chatas. D - A relação fu / fy , não pode ser inferior a 1,18. A NBR 7007:2022 apresenta em seus requisitos gerais a classificação do aço de acordo com o grau do aço, que visa identificar a faixa de composição química do aço. O tipo identifica o processo de desoxidação utilizado e a classe é utilizada para descrever outros atributos, como nível de resistência e acabamento superficial. Assim, de acordo com as propriedades mecânicas do aço, a norma o classifica em: BR 190 MR 250 AR 350 AR 415 AR 350 COR Em que BR significa baixa resistência, MR significa média resistência, AR significa alta resistência e COR significa maior resistência frente à corrosão atmosférica. Graus diferentes de um mesmo aço indicam variações na composição química, que alteram suas propriedades mecânicas e seu comportamento, tornando-o mais ou menos adequado para determinadas aplicações. Propriedades mecânicas Quando se trata de produtos siderúrgicos voltados para a construção civil, o principal objeto são os denominadosaços estruturais de média e alta resistência mecânica. Esse termo de aços estruturais é referente à designação de todos os aços que, devido à sua resistência, ductilidade e a outras propriedades, são adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a carregamento. Nas propriedades mecânicas, os aços estruturais devem ter nível apropriado de resistência mecânica, ductilidade, tenacidade, resiliência, soldabilidade, dureza superficial e homogeneidade. No que se refere à durabilidade, é necessário que tenham um padrão mínimo de resistência à corrosão. Além disso, os aços estruturais devem ter custo competitivo para utilização na construção civil. Fakury (2016) explica que para a obtenção das propriedades mecânicas dos aços estruturais relacionadas ao comportamento sob tensão normal, devem ser realizados ensaios de tração, à temperatura atmosférica, de corpos de prova apropriados isentos de tensão residual. A partir desse ensaio, é possível obter os diagramas de tensão X deformação: É possível observar na imagem que o material está inicialmente em regime elástico e depois em regime plástico, que se subdivide nas fases de escoamento e encruamento. Nesse diagrama tensão-deformação do aço, fu representa a resistência de ruptura do aço à tração ou limite de resistência à tração, fy a resistência ao escoamento do aço à tensão normal ou limite de escoamento, e fp o limite de proporcionalidade. Para efeito de cálculo para os aços aqui relacionados devem ser adotados os seguintes valores de propriedades mecânicas, conforme especificações da NBR 8800:2022: Assim, é necessário entender quais são as principais propriedades mecânicas que devem ser observadas para verificação das características e comportamento dos aços, principalmente, dos aços estruturais. Pfeil (2009) destaca algumas propriedades importantes: Ductibilidade → É a capacidade de o material apresentar grandes deformações, sem romper, sob a ação de cargas normalmente elevadas. Os aços dúcteis, quando sujeitos a tensões locais elevadas sofrem deformações plásticas capazes de redistribuir as tensões. Fragilidade → Pode ser entendida como o oposto da ductilidade. Os aços podem se tornar frágeis pela ação de diversos agentes: baixas temperaturas ambientes, efeitos térmicos locais causados, por exemplo, por solda elétrica, fogo, entre outros. Resiliência → É a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico, ou, o que é equivalente, a capacidade de restituir energia mecânica absorvida. Tenacidade → É a energia total, elástica e plástica que o material pode absorver por unidade de volume até a sua ruptura. Dureza → É a resistência ao risco ou abrasão. Na prática, mede-se pela resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma peça de maior dureza. Fadiga → Pode haver ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos quando as peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande número. Esse efeito denomina-se fadiga do material. Temperatura → As temperaturas elevadas reduzem as resistências ao escoamento (fy) e ruptura (fu), bem como o módulo de elasticidade E. Após 100º C, os aços tendem a perder o limite de escoamento bem definido, tornando o diagrama arredondado. Em temperaturas mais elevadas, acima de 250º C começa a ocorrer a fluência nos aços. Corrozão → É o processo de reação do aço com alguns elementos presentes no ambiente em que se encontra exposto, sendo o produto dessa reação muito similar ao minério de ferro. A corrosão promove a perda de seção das peças de aço, podendo se constituir em causa de colapso. Com base nas propriedades mecânicas do aço, a NBR 7007:2022 relaciona as propriedades mecânicas na condição de aço laminado, conforme especificações da ABNT NBR ISO 6892-1: Processo siderúrgico do aço Os denominados produtos siderúrgicos são produzidos pelas usinas siderúrgicas. Essas usinas compreendem locais em que o aço e ferro-gusa são criados a partir do aquecimento do minério de ferro bruto e outros materiais. Dependendo da etapa de produção, o ferro-gusa é produzido pelos altos-fornos e o aço pelos conversores. As usinas siderúrgicas brasileiras podem ser representadas por 15 empresas privadas controladas por 12 grupos empresariais, que operam 31 usinas, entre as quais destacamos Aperam, ArcelorMittal Brasil, Aço Verde do Brasil, CSN, CSP, Gerdau, Cosipa, Grupo Simec, Sinobras, ThyssenKrupp, Ternium, Usiminas, Vallourec (VSB Tubos e V&M Brasil), Villares Metals. As usinas siderúrgicas no Brasil estão distribuídas em dez estados, com maior concentração na região Sudeste. Segundo a CNI (2017), 92% da produção de aço é realizada nessa região. De acordo com o Instituto Aço Brasil, a indústria do aço no Brasil foi responsável pela produção, em 2021, de 36,1 milhões de toneladas de aço bruto, levando o país a ocupar a 9ª posição no ranking da produção mundial, sendo que o Brasil segue como o maior produtor de aço na América Latina. As siderúrgicas nacionais dispõem de tecnologias avançadas de produção e beneficiamento, com potencial para fabricar os mais diversos produtos siderúrgicos. Os principais são os semiacabados, os longos e os planos, sendo que todos esses são produzidos a partir do aço bruto. As principais premissas para os aços serem designados à aplicação estrutural é que eles possuam elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade microestrutural, suscetibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa trabalhabilidade em operações, tais como corte, furação e dobramento, sem que se originem fissuras ou outros defeitos. Porém, o aço pode ser de diversas maneiras. Pode-se dizer que o aço está presente no cotidiano das pessoas das mais diversas formas possíveis, e, por isso, muitas vezes, torna-se invisível. Vejamos a seguir alguns exemplos dos setores em que ele está presente: Utilidade doméstica - Pode-se destacar o aço empregado com uso em forma de utensílios domésticos, em locais como moradias de pessoas, restaurantes, cozinhas industriais, hospitais, laboratórios e empresas em geral. Esse tipo de aço possui propriedades, como a resistência a baixas e altas temperaturas, superfície que evita o acúmulo de resíduos, composição química que o impede descascar, longa durabilidade e baixo custo de manutenção; Meios de Transporte - O aço faz parte da composição básica dos veículos, como carros, caminhões, ônibus, trens, metrôs, navios, bicicletas e motocicletas; Embalagens e recipientes - O aço é aplicado na conservação e no transporte de alimentos, em produtos químicos, agrícolas, tintas, gases de cozinha e industriais. Especialmente em relação aos alimentos, o aço evita a contaminação, assegurando a sua qualidade; Produção e transmissão de energia - É aplicado em hidrelétricas, termelétricas e nucleares, torres de transmissão, transformadores, cabos elétricos, plataformas, tubulações, equipamentos de prospecção e extração de petróleo, assim como em perfuratrizes, esteiras e caçambas das minas de carvão; Setor agrícola - Pode-se dizer que sua eficiência está diretamente relacionada ao consumo de aço, ou seja, todos os equipamentos utilizados para preparo da terra, semeadura, colheita, armazenagem e transporte levam aço; Construção civil - Estando presente como parte das obras ou como material principal. O sistema construtivo em aço permite liberdade no projeto de arquitetura, maior área útil, flexibilidade, compatibilidade com outros materiais, menor prazo de execução, racionalização de materiais e mão de obra, alívio de carga nas fundações, garantia de qualidade, maior organização nos canteiros de obras e precisão construtiva. Existe uma variedade muito grande de formas etipos de produtos de aço. Essa grande variedade dos aços disponíveis no mercado deve-se ao fato de cada uma de suas aplicações demandar alterações na composição e forma. Segundo o Instituto Aço Brasil, o aço pode variar em relação à composição química, ao processamento e aos controles e ensaios de sua utilização final. As quatro classificações do aço são: Aços-carbono Aços ligados/ especiais Aços construção mecânica Aços ferramenta O aço também pode ser classificado quanto à forma geométrica, sendo dividido em categorias: Semiacabados - Produtos oriundos de processo de lingotamento contínuo ou de laminação de desbaste, destinados a posterior processamento de laminação ou forjamento a quente. - Placas - Blocos - Tarugos Produtos planos - Produtos siderúrgicos, resultado de processo de laminação, cuja largura é extremamente superior à espessura (L > E), e são comercializados na forma de chapas e bobinas de aços-carbono e especiais. - Não revestidos, em aços-carbono - Revestidos, em aços-carbono - Em aços especiais Produtos longos - Produtos siderúrgicos, resultado de processo de laminação, cujas seções transversais têm formato poligonal e seu comprimento é extremamente superior à maior dimensão da seção, sendo ofertados em aços-carbono e especiais. Em aços-carbono: - Perfis leves (h < 80 mm) - Perfis médios (80 mm < h ≤ 150 mm) - Perfis pesados (h > 150 mm) - Vergalhões - Fio-máquina (principalmente para arames) - Barras (qualidade construção civil) - Tubos sem costura - Trefilados Em aços ligados/ especiais: - Fio-máquina (para parafusos e outros) - Barras em aços construção mecânica - Barras em aços ferramenta - Barras em aços inoxidáveis e para válvulas - Tubos sem costura - Trefilados Esses vários produtos apresentados anteriormente são produzidos por distintas usinas siderúrgicas distribuídas pelo Brasil. O Instituto Aço Brasil faz uma relação entre os produtos siderúrgicos produzidos versus as empresas responsáveis por sua produção. Os aços estruturais são normalmente fornecidos em forma de perfis, chapas, barras, fios e cordoalhas, sendo que os elementos estruturais das estruturas metálicas são constituídos primordialmente por perfis metálicos. Assim, é importante conhecer as principais características e a nomenclatura desses elementos. Especificação de chapas As chapas podem ser entendidas como elementos planos de seção retangular, utilizados como componentes de perfis soldados. Em geral, as chapas podem ser divididas em dois grupos: 1. Chapas grossas - Possuem espessura igual ou superior a 4,75 mm; 2. Chapas finas - Possuem espessura inferior a 4,75 mm. Veja a seguir as espessuras comerciais: As chapas também são elementos laminados com espessuras variadas e resistências variadas. A nomenclatura das chapas é feita em função da espessura ou de sua resistência. Na imagem, pode-se verificar que a nomenclatura será CH 8, ou seja, CH indica que é uma chapa e a numeração indica que a chapa tem 8,0 mm de espessura. As chapas possuem dimensões padronizadas, principalmente, aquelas mais usuais no mercado. Especificação de barras As barras são produtos obtidos pelo processo de laminação, e podem possuir diferentes tipos de seções, como as barras circulares ou redondas, barras quadradas e as barras retangulares ou chatas. Cada tipo de barra terá a determinação da nomenclatura, conforme a geometria. Barras circulares: a referência é feita pelo seu diâmetro (d ou Ø); Barras quadradas: a referência é feita tomada pela sua largura (b); Barras chatas: é necessário utilizar sua seção transversal (largura x espessura → b x t). Como vemos na imagem a seguir: As barras são elementos reticulados de seção maciça, retangular ou circular. As barras redondas são fabricadas, principalmente, com aço ASTM A36. Barras com outras formas de seção transversal, como as chatas e as quadradas, também são produzidas, mas possuem uso estrutural bastante restrito. No caso das barras redondas, é possível encontrar barras redondas lisas e barras redondas nervuradas. Essas barras são classificadas pelas suas dimensões, massas e as áreas da seção transversal, conforme veremos nas imagens a seguir: Veja agora a imagem referente às espessuras comerciais e massa das barras nervuradas: Especificação de tubos Segundo Pfeil (2009), os tubos são elementos ocos, de seção circular, retangular ou quadrada. Eles podem ser produzidos em laminadores especiais (tubos sem costura) ou com chapa dobrada e soldada (tubos com costura). Segundo o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), os tubos com costura são feitos a partir da conformação mecânica de chapas em calandras, prensas ou perfiladeiras especiais (produção contínua) e solda, ou seja, os tubos de aço com costura são feitos a partir de uma chapa de metal. No caso dos tubos sem costura sua obtenção depende de cilindros que são aquecidos e ficam ocos para serem perfurados posteriormente. O tubo de aço sem costura não passa por soldagem de qualquer tipo; por isso, favorece a canalização de outros materiais que funcionam por pressão. Os tubos como elementos reticulados de seção vazada, retangular ou circular, podem ser utilizados como tirantes, elementos de treliça e elementos de contraventamento, conforme veremos a seguir: Especificação de perfis laminados, soldados e formados a frio Os perfis estruturais de aço previstos pela ABNT NBR 8800:2008 são os mais aplicados nas obras de construção civil brasileira, e podem ser classificados segundo o modo de obtenção. A classificação quanto ao modo de fabricação se divide em: Perfis laminados obtidos por laminação a quente; Perfis soldados obtidos por soldagem de chapas; Perfis formados a frio obtidos por conformação mecânica de chapas em dobradeiras ou em perfiladeiras. Segundo Fakury (2016), os perfis laminados que mais são aplicados na construção civil são os perfis de seção aberta. Esses perfis são produzidos pelos denominados laminadores (Processo de transformação mecânica.), que garantem a produção de perfis de grande eficiência estrutural, em forma de H, I, C, L (Tipos de perfis laminados), os quais são denominados correntemente perfis laminados, e possuem uma padronização quanto às dimensões do perfil. akury (2016) explica que os perfis laminados são fabricados por diversas empresas brasileiras, como Gerdau e ArcelorMittal, com vários aços estruturais, mas principalmente com aço ASTM A36. Perfil I É especificado pelo seu símbolo (I), seguido da altura (d), em milímetros, e da massa por unidade de comprimento, em quilogramas por metro, como, por exemplo: I 127x14,8. Perfil U Produzido com vários aços, mas principalmente com ASTM A36. Pode ser empregado em pilares de estruturas pouco carregadas, em componentes de treliças, em terças e travessas de tapamento e em degraus e vigas (longarinas) de escadas. O perfil U é especificado pelo seu símbolo (U), seguido da altura (d), em milímetros, e da massa por unidade de comprimento, em quilogramas por metro, como, por exemplo: U 152,4x12,2. Cantoneira São perfis leves, empregados principalmente como componentes de treliça e como elementos de contraventamento, situações em que a solicitação predominante é de tração ou de compressão axial. A especificação das cantoneiras é feita pelo seu símbolo (L), seguido pelo comprimento das abas (b) e pela espessura (t), em milímetros, como, por exemplo: L 60x4. Perfil H São mais indicados para trabalharcomo barras comprimidas, especialmente, como pilares. Esses perfis têm altura variando entre 150 mm e 360 mm e devem ser especificados pela letra W ou pelas letras HP, seguidas da altura nominal, em milímetros, e da massa por unidade de comprimento, em quilogramas por metro, como, por exemplo: W 310x93. Perfil soldado Formado por dois ou mais unidos continuamente entre si, por meio de solda elétrica. Esses perfis podem ser de formato I ou H duplamente simétrico, perfil I monossimétrico, perfil caixão e perfil. Existem dois tipos de perfis soldados: Perfis soldados com eletrodo (cordão de solda) e perfis soldados por alta frequência (eletro fusão). Os perfis soldados são mais comuns que os perfis I ou H. São constituídos por três chapas cortadas nas dimensões apropriadas e sua nomenclatura pode ser obtida conforme vemos na imagem. Perfil formado a frio Suas especificações são regulamentadas pela ABNT NBR 14762:2010. Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. No geral, os perfis formados a frio são obtidos pelo dobramento, em prensa dobradeira, de tiras cortadas de chapas ou bobinas, ou por conformação contínua em conjunto de matrizes rotativas, a partir de bobinas laminadas a frio ou a quente, revestidas ou não, sendo ambas as operações realizadas com o aço em temperatura ambiente. Existem alguns tipos de perfis formados a frio mais usuais, observe na imagem: É importante observar que os perfis laminados, soldados e formados a frio podem ser classificados de duas maneiras diferentes, observando a sua forma: Sistemas estruturais: conceitos fundamentais Sistema estrutural pode ser entendido como o conjunto de elementos estruturais conectados entre si e dispostos de modo a garantir estabilidade global à estrutura. Nesse caso, o que diferencia um sistema estrutural de outro é a forma como a estabilidade global é garantida. Os sistemas básicos ou subsistemas são os subconjuntos estáveis do sistema estrutural formados por um ou mais elementos. Assim, pode-se dizer que os elementos estruturais são divididos em elementos tracionados ou tirantes, elementos comprimidos ou pilares, elementos fletidos ou vigas, elementos fletidos comprimidos ou viga-pilar. Veja agora exemplos de sistemas básicos em duas partes Parte 01: Parte 02: Os sistemas estruturais são formados, em geral, a partir da associação de sistemas básicos ou subsistemas, ou seja, pode-se dizer que os sistemas estruturais dos edifícios são formados, principalmente, por componentes estruturais horizontais (vigas) e verticais (pilares) e as cargas horizontais devidas à ação dos ventos têm sempre uma grande influência no seu dimensionamento. Assim, os principais componentes estruturais dos edifícios são: Pilares externos e internos; Vigas principais e secundárias (alma cheia e ou treliça); Contraventamentos; Lajes; Painéis. Veja na imagem a seguir: A escolha do sistema estrutural para dar sustentação ao edifício é de fundamental importância para o resultado do conjunto da obra, sobre os aspectos de peso das estruturas, da facilidade de fabricação, da rapidez de montagem e, consequentemente, do custo final da estrutura. Do ponto de vista da tipologia das estruturas, as edificações usuais construídas com estrutura de aço podem se agrupar em edifícios de andares múltiplos, residências unifamiliares e edifícios de pequeno porte, galpões e coberturas de grandes vãos. Além deles, temos pontes, viadutos, passarelas e torres. Como os sistemas estruturais são formados, em geral, a partir da associação de sistemas básicos ou subsistemas, a tipologia das estruturas usuais construídas com estrutura de aço pode ser reunida em quatro grupos. Edifícios de andares múltiplos residências unifamiliares e edifícios de pequeno porte Galpões Coberturas de grandes vãos Edifícios de andares múltiplos O sistema estrutural de edifícios de andares múltiplos é produzido por associação de quadros (vigas associadas a pilares) com treliças, vigas isoladas, tirantes, escoras, cabos e arcos. A estabilidade vertical é garantida por quadros estáveis, por treliças ou por elementos rígidos de concreto armado. A estabilidade horizontal é garantida pelas lajes de concreto armado ou protendido, que funcionam como diafragmas horizontais. Sistema de quadros rígidos São quadros rígidos associados entre si ou com outros elementos. Normalmente, os quadros verticais transversais são compostos pelos pilares e vigas ligadas rigidamente nos nós. Sistema de quadros contraventados Combinando uma estrutura em quadro rotulado ou rígido com uma treliça vertical, tem-se um aumento da sua rigidez. Sistemas com núcleo rígido ou núcleo de cisalhamento Em edifícios mais altos, o quadro rígido apresenta, quando submetido a cargas horizontais, grandes deformações. Assim, introduzindo o núcleo de concreto, a resistência lateral é aumentada. Sistemas com paredes de cisalhamento Também são sistemas alternativos que dispensam ou reduzem os contraventamentos. Sistemas com pisos suspensos São variações dos sistemas com núcleo ou paredes de cisalhamento. Sistemas com treliças alternadas São treliças associadas com pilares e vigas isoladas; as treliças garantem a estabilidade do conjunto. Sistemas tubulares São pilares associados com vigas formando um ou mais tubos engastados no solo. Esses sistemas são ideais para edifícios muito altos. Edifícios de pequeno porte e residências unifamiliares Esse tipo de sistema também pode ser feito com a associação de quadros e/ou de painéis estruturais, com treliças, vigas isoladas, tirantes, escoras, cabos e arcos. A estabilidade vertical é garantida por quadros estáveis, por paredes estruturais, por treliças ou por elementos rígidos de concreto armado. A estabilidade horizontal é garantida pelas lajes de concreto ou de madeiras especiais. A cobertura de residências unifamiliares é, em geral, composta por engradamento estável. Os sistemas utilizados em edifícios de andares múltiplos são usuais em edifícios de pequeno porte, a menos dos sistemas tubulares. Além desses, utiliza-se, ainda, o sistema de paredes estruturais, conhecido como Light Steel Framing (LSF). Galpões Cada galpão é um conjunto de quadros estáveis (pórticos do galpão) dispostos ao longo do seu comprimento e interligados por outros subsistemas, em geral composto por vigas, treliças e tirantes, em que a largura do quadro é denominada vão do galpão. A estabilidade vertical ao longo do vão é garantida pelos quadros estáveis e ao longo do comprimento por contraventamentos (tirantes). A estabilidade horizontal normalmente é garantida por contraventamentos (tirantes) nos planos da cobertura. Assim, pode-se dizer que todo galpão deverá possuir elementos básicos para compor sua estrutura. Em resumo, a estrutura de um galão é composta pelos seguintes elementos Além desses elementos, usa-se, nos galpões, tirantes e escoras auxiliares, denominados agulhas, que servem para reduzir o comprimento de flambagem de terças e vigas de tapamento frontal e lateral. A classificação dos galpões obedece a alguns critérios nos quais pode-se destacar a classificação quanto ao número de vãos e quanto à forma. Classificação quanto ao número de vãos Classificação quanto a forma Veja agora a imagem que ilustra a tipologia de galpões: Coberturas de grandes vãos Para coberturade galpões com grandes vãos, temos dois sistemas: 1. Sistemas espaciais: São aqueles que utilizam a aplicação de treliças espaciais associadas entre si ou com outros elementos. 2. Sistemas planos: Possuem treliças planas associadas entre si ou com outros elementos. Meios de ligações → A ligação ou conexão pode ser compreendida como todo e qualquer detalhe construtivo que promova a união de elementos da estrutura entre si. No caso das estruturas em aço, as conexões mais importantes são as seguintes: Além das ligações estruturais, ainda existem ligações não estruturais, como, por exemplo, entre a estrutura e as vedações e os caixilhos. As ligações são constituídas dos denominados meios de ligação e os elementos de ligação. Os meios de ligação podem ser entendidos como os componentes de união dos elementos estruturais. Atenção! É importante se atentar para a especificação do método de ligação entre os elementos, pois elementos e meios de ligação devem ser projetados para as condições de limites últimos e, sob certas condições, o dimensionamento também pode ser baseado em um estado limite de serviço. Dessa forma, é necessário conhecer os meios de ligação existentes e entender quais são suas características para ser possível especificar qual a melhor solução para cada caso. Solda elétrica A soldadura elétrica pode ser entendida como um meio de união, que consiste na fusão das peças de aço unidas por uma elevada temperatura provocada pelo arco elétrico e posterior arrefecimento. Importante observar também que existem quatro posições básicas principais de soldagem. Parafusos e pinos São dois os tipos de parafusos estruturais: os comuns e os de alta resistência. Segundo Fakury (2016), existem dois modos de aperto de parafusos. O aperto normal em que é garantido apenas o firme contato entre as partes unidas, e o aperto com protensão inicial, que é feito de maneira que o parafuso desenvolva em seu corpo uma força de protensão mínima. Destacam-se quatro tipos de furo usados nas ligações parafusadas. Chumbadores São utilizados na união de elementos de aço com elementos de concreto. As bases de pilar são constituídas por uma placa de base soldada na extremidade do pilar, fixada por chumbadores. Entre a face inferior da placa de base e a face superior do bloco de concreto, principalmente para nivelamento do pilar, coloca- se uma camada de graute. Podem ser dos tipos: Chumbador barra redonda rosqueada; Chumbador de expansão por torque; Chumbador químico. Conectores de cisalhamento São utilizados na união de elementos de aço com elementos de concreto. Nesse caso, as bases de pilar também podem ser formadas por barras de cisalhamento a um bloco de concreto da fundação. As forças de cisalhamento que atuam nas fundações podem ser absorvidas pelas barras de cisalhamento, que geralmente são chapas soldadas sob a placa de base e inseridas no bloco de concreto da fundação. Rebites São ligações utilizadas na união de elementos de aço entre si, constituídos de chapas finas. Os rebites são conectores instalados a quente, e o produto apresenta duas cabeças. Pelo resfriamento, o rebite aperta as chapas entre si. Elementos de ligação Elementos de ligação são os componentes auxiliares na ligação. No dimensionamento de uma ligação, devem ser verificados também os enrijecedores, as chapas de ligação, as cantoneiras, os consoles e todas as partes ligadas afetadas localmente pela ligação. Vamos conhecê-los! Enrijecedores Os enrijecedores são chapas soldadas aos elementos dos perfis, com o objetivo de proporcionar maior rigidez. No caso da colocação de enrijecedores transversais regularmente espaçados, é possível aumentar a capacidade resistente da alma à flambagem por cisalhamento, uma vez que ela fica subdividida em painéis de menores comprimentos, portanto, mais rígidos. Chapas de extremidade As chapas de extremidade são chapas soldadas nas extremidades dos perfis para auxiliar a sua ligação a outro elemento estrutural. As chapas de extremidade localizadas entre os pilares e as bases de concreto são chamadas de placas de base. Chapas de gusset Chapas de gusset (nesgas), são pequenas chapas utilizadas na união dos elementos componentes de treliças. Barras de cisalhamento São chapas soldadas às placas de base para ajudar a impedir os deslocamentos laterais dos pilares. Consoles São conjuntos de chapas soldadas ligadas aos pilares ou às vigas, que servem de apoios excêntricos a outras vigas. Cantoneiras e chapas de ligação Podem ser soldadas ou parafusadas nos elementos componentes de diferentes perfis, a fim de proporcionar a transmissão de esforços entre eles. Tipos de ligações Sabe-se que as ligações são compostas por elementos de ligação, como chapas e cantoneiras, meios de ligação, soldas e parafusos, por exemplo. Fakury (2016) afirma que é de suma importância que os elementos e meios de ligação sejam dimensionados aos estados limites últimos, de modo que possuam esforços resistentes de cálculo iguais ou superiores aos esforços solicitantes de cálculo. Além disso, os esforços solicitantes devem ser determinados a partir da análise da estrutura sujeita às combinações últimas de ações ou, em algumas situações, tomados como igual a um valor mínimo predeterminado, ou como uma porcentagem da capacidade resistente de uma das barras conectadas. Em determinadas condições, o dimensionamento também pode ter como base um estado limite de serviço. De acordo com o quanto a rotação relativa das barras conectadas é impedida, a ligação pode ser classificada como flexível, rígida ou semirrígida. Ligações rígidas O ângulo entre as barras que se cruzam permanece praticamente inalterado após a carga na estrutura. Em ligações desse tipo, considera-se que a transmissão do momento fletor, da força cortante e da força axial ocorre entre peças estruturais permanentemente ligadas. Ligações do tipo flexível A rotação relativa entre as barras que se cruzam varia consideravelmente, havendo transferência de força cortante e possível da força axial. A deformação do elemento de ligação é o principal fator que possibilita a rotação. Ligações semirrígidas A ligação é caracterizada por apresentar um comportamento intermediário entre o da rígida e o da flexível.
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