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AGRICULTURA FAMILIAR E SUAS CARACTERÍSTICAS A agricultura familiar engloba todas as formas de cultivo gerenciadas pelas famílias, nas quais a mão de obra é executada pelos próprios membros. Essa modalidade de produção se destaca pela produção de alimentos em pequenas propriedades, voltada para a subsistência do produtor rural e o abastecimento do mercado interno. A principal diferença em relação ao agronegócio é que, na agricultura familiar, não há foco em grandes produções de um único gênero alimentar, como soja ou milho, destinado à exportação ou à alimentação de animais para a pecuária. De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, realizado pelo IBGE, 77% dos estabelecimentos agropecuários são classificados como agricultura familiar. Esse tipo de produção está concentrado, em sua maioria, nas regiões norte, nordeste e em algumas áreas do sul do país. Os estados de Pernambuco, Ceará e Acre se destacam pela maior concentração de agricultura familiar por área no Brasil, enquanto os estados do Centro-Oeste e São Paulo apresentam menores níveis de concentração. É relevante mencionar que a agricultura familiar emprega cerca de 10,1 milhões de pessoas no país, correspondendo a 23% da área de todos os estabelecimentos agropecuários. Esses pequenos empregados desempenham um papel fundamental na produção de alimentos. Eles são responsáveis por cerca de 70% do feijão nacional, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% da produção de leite, 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos. A agricultura familiar, além de ser uma importante fonte de emprego e renda no campo, contribui significativamente para a segurança alimentar do país e para a preservação das práticas agrícolas, mantendo um equilíbrio entre a produção agrícola e a conservação dos recursos naturais. O que é agroecologia? Primeiro precisamos absorver o conceito de Agroecologia. Resumidamente, segundo definição do portal Embrapa, ela é tida como um campo do conhecimento de natureza multidisciplinar, cujos ensinamentos pretendem contribuir na construção de estilos de agricultura de base ecológica e na elaboração de estratégias de desenvolvimento rural, tendo como referência os ideais da sustentabilidade numa perspectiva multidimensional. A agroecologia constitui o campo científico das práticas alternativas ao modelo de agricultura industrial típico da revolução verde. Após a disseminação dos conhecimentos da química agrícola, a partir do século XIX, a lógica da agricultura tradicional foi modificada, geralmente deixando de considerar as regras ecológicas necessárias. De acordo com Miguel A. Altieri, é uma ciência ou disciplina científica que apresenta princípios, conceitos e metodologias para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar agro ecossistemas, com o objetivo de viabilizar a implantação e o desenvolvimento de práticas agrícolas mais sustentáveis. Essa abordagem científica serve como base para apoiar a transição para uma agricultura sustentável em suas diversas manifestações. A Agroecologia, portanto, representa a expectativa de uma forma de agricultura capaz de promover a produção de alimentos e fibras, ao mesmo tempo que preserva o meio ambiente. Essa abordagem se diferencia da orientação dominante da agricultura industrial, que se baseia no uso intensivo de capital, energia e recursos naturais não renováveis, causados em impactos ambientais, exclusão social e dependência econômica. A transição para um modelo de agricultura agroecológica não se trata apenas de um retorno ao modelo pré-Revolução Industrial. Embora faça uso de combinar métodos tradicionais de manejo e busque o equilíbrio físico, químico e biológico dos agro ecossistemas, ela pode incluir novas tecnologias, como a adoção de práticas de conservação de água e manejo de animais. A reconversão de uma agricultura convencional para um modelo agroecológico é uma mudança complexa, envolvendo não apenas aspectos técnicos, mas também uma transformação conceitual da agricultura e da visão de mundo. Princípios da agroecologia Para incentivar os países a promoverem uma agricultura e sistemas alimentares sustentáveis globalmente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estabeleceu 10 princípios da agroecologia que indicam as características fundamentais para implementar um sistema agroecológico. São eles: Diversidade; Co criação e compartilhamento de conhecimento; Sinergias; Eficiência; Reciclagem; Resiliência; Valores humanos e sociais; Cultura e tradições alimentares; Governança responsável e Economia circular e solidária. Diferença entre agroecologia e agricultura orgânica A agroecologia é frequentemente confundida com a agricultura orgânica pela população em geral, mas, na verdade, são sistemas distintos. A diferença não se limita ao produto, mas envolve todo o processo de produção, desde a localização até os métodos de manejo utilizados e as condições de trabalho no campo. Enquanto a agricultura orgânica é uma forma de agricultura agroecológica que segue um conjunto rigoroso de padrões para produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos e com consideração das condições de trabalho, ecossistemas locais, solo saudável e processos de industrialização, a agroecologia vai além disso. A agroecologia preza pela interação das pessoas e pela produção autossustentável, permitindo que os produtores desenvolvam seus próprios insumos (como adubos, sementes e produtos para controle de pragas) utilizando materiais disponíveis em sua própria terra. Além disso, ela não é regulamentada por leis, ao contrário da agricultura orgânica que possui recomendações e regulamentações legislativas específicas. A colaboração entre agricultura e ecologia A Agroecologia representa um conceito inovador para a produção agrícola, estabelecendo-se como uma alternativa à agricultura convencional. Ao adotar princípios agroecológicos, ela propõe uma abordagem distinta e contrária ao modelo tradicional de produção agrícola. O pacto entre a Ecologia e a Agricultura resulta na Agroecologia , a qual tem como meta primordial integrar as atividades agropecuárias com o meio ambiente. A Agroecologia utiliza princípios ecológicos em atividades de cultivo e criação de animais para estabelecer uma agricultura sustentável. Seu propósito é garantir a disponibilidade de alimentos saudáveis tanto para as gerações presentes quanto para as futuras, enquanto promove uma convivência harmoniosa com a natureza. importância da agroecologia para a agricultura A Agroecologia é de extrema importância para a agricultura, pois é a ciência por trás da agricultura sustentável em todas as etapas de produção . Ela preserva o meio ambiente, ajuda a conservar e ampliar a biodiversidade dos ecossistemas , respeita a terra e favorece o pequeno produtor rural . Além disso, proporciona diversos benefícios aos consumidores, como a produção de alimentos mais saudáveis e de qualidade, sem o uso de agrotóxicos e com consideração das condições de trabalho. A Agroecologia também é fundamental para a segurança alimentar e para a preservação da qualidade do solo, da água e do ar.
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