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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E A RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA Estamos imersos na segunda década do século XXI. Diante das transformações que ocorrem com regularidade devido às inovações tecnológicas e que entenderam para modificações sociais, compreendemos este como um momento propício para ponderar sobre abordagens abrangentes no âmbito educativo. Ao mesmo tempo em que são fomentadas ações vinculadas à integração, à pluralidade e à equidade de prerrogativas de todos os indivíduos, são sugeridas indagações acerca de práticas, entre outras, dispensa à inserção de estudantes com Necessidades Especiais, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Superdotação/ Altas habilidades no ensino regular. De um lado, suscitar-se: será que a preparação qualifica os educadores para acolherem em salas de aula alunos com deficiência? De outro, põe-se em debate o acompanhamento desses alunos para a incorporação no ensino regular. No tocante aos processos de formação para o magistério, temos consciência de que o docente, ao ingressar na carreira, se parte com uma das grandes incumbências da sala de aula – as discrepâncias que compõem a diversidade já mencionada, e juntamente com elas emergem como singularidades e subjetividades intrínsecas aos indivíduos. O desafio reside em amalgamar as diferenças sociais, culturais e culinárias de forma que todos sejam atendidos em sua singularidade e necessidade no procedimento de aprendizagem. No cotidiano escolar, quando abordamos a inclusão, algumas iniciativas e tarefas podem suscitar preocupação e obstáculos para a implementação do processo inclusivo. Isso leva a acreditar que a abrangência das disparidades não está relacionada às dimensões de idade, às circunstâncias socioeconômicas e coletivas aos quais pertencem os educandos. É indiscutível que a inclusão desempenha um papel fundamental no progresso sociocognitivo de indivíduos com deficiência. Contudo, para que essa influência seja concretizada, há diversas considerações que deveriam ser ponderadas em relação ao tópico "A Relação entre a Escola e a Família dos Alunos Participantes no Contexto do Atendimento Educacional Especializado". Referente a esse processo, existem provisões legais, opiniões técnicas, regulamentos, decretos e outras diretrizes que orientam a inclusão por meio da criação e implementação de salas destinadas ao Atendimento Educacional Especializado – espaços que se destacam por serem acessíveis, abrigando oficinas e cursos voltados à capacitação e habilitação de vigilantes, equipes multidisciplinares e uma rede de apoio que envolve entidades municipais, estaduais e federais. No entanto, a integração ainda requer uma reflexão contínua sobre sua operacionalização e sobre a maneira como a comunidade escolar se engajar nesse procedimento, juntamente com os familiares dos alunos com deficiência. A diversidade abrange um panorama amplo no que tange às discrepâncias, nas competências e conhecimentos das pessoas. Através da educação, é possível conscientizar a sociedade, a escola e as famílias acerca dos direitos dos alunos com deficiência, independentemente de serem restritas sensoriais, motoras, físicas ou de outras naturezas. Dentro dessa perspectiva, o propósito da educação é incorporar à escola todos os que fazem parte dela, não se limitando apenas aos docentes e aos discentes, e englobando também as famílias, visto que isso se configura tanto como um direito quanto como uma responsabilidade da instituição familiar. Sob a perspectiva da inclusão educacional, as identidades e discrepâncias seriam efêmeras, volúveis, incapazes de serem agrupadas de modo arbitrário para categorizar os indivíduos com base em certas características. Nessa abordagem, Ropoli, (2010), enfatizam que: “É deficiente, portanto, verifique a certos alunos identidades que os coloquem nos grupos dos excluídos, ou seja, nos grupos dos estudantes especiais, com necessidades educacionais particulares, portadores de deficiências, com desafios na aprendizagem e demais situações do gênero. É inapropriado importa sobre o outro uma identidade comum, que não justifica a exclusão dos demais, tal como também perpetuam alguns indivíduos privilegiados”. (ROPOLI et al., 2010, p. 7, destaque dos autores). O autor ainda dá um destaque para observar as variações presentes na sala de aula e em outras instituições sociais sem a necessidade de buscar um diagnóstico, uma rotulação, uma padronização, para enfatizar o direito à diversidade e para alcançar isso é crucial compreender a complexidade abrangente que permeia o âmbito escolar, sem que essa abordagem seja vista como artificial. Nesse mesmo contexto, Silva (2014) declara que a diferença surge do múltiplo, e não do diverso. Assim como acontece na matemática, o múltiplo é sempre um processo, uma operação, uma ação. A diversidade é estática, é um estado, é inerte. A multiplicidade é ativa, é fluidez, é produtividade. “A multiplicidade é uma máquina geradora de diferenças - diferenças que não podem ser reduzidas à identidade. A diversidade está limitada ao existente. A multiplicidade se expande e se multiplica, se alastra, se difunde. A diversidade é um dado - seja da natureza ou da cultura. A multiplicidade é um movimento. A diversidade reitera o igual. A multiplicidade instiga a diferença que recusa se fundar ao igual”. (SILVA, 2014, p. 101).
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