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62 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E A RELAÇÃO

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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E A RELAÇÃO 
FAMÍLIA – ESCOLA 
Estamos imersos na segunda década do século XXI. Diante das 
transformações que ocorrem com regularidade devido às inovações tecnológicas e 
que entenderam para modificações sociais, compreendemos este como um 
momento propício para ponderar sobre abordagens abrangentes no âmbito 
educativo. 
Ao mesmo tempo em que são fomentadas ações vinculadas à integração, à 
pluralidade e à equidade de prerrogativas de todos os indivíduos, são sugeridas 
indagações acerca de práticas, entre outras, dispensa à inserção de estudantes 
com Necessidades Especiais, Transtornos Globais do Desenvolvimento, 
Superdotação/ Altas habilidades no ensino regular. De um lado, suscitar-se: será 
que a preparação qualifica os educadores para acolherem em salas de aula alunos 
com deficiência? De outro, põe-se em debate o acompanhamento desses alunos 
para a incorporação no ensino regular. 
 
No tocante aos processos de formação para o magistério, temos consciência 
de que o docente, ao ingressar na carreira, se parte com uma das grandes 
incumbências da sala de aula – as discrepâncias que compõem a diversidade já 
mencionada, e juntamente com elas emergem como singularidades e 
subjetividades intrínsecas aos indivíduos. O desafio reside em amalgamar as 
diferenças sociais, culturais e culinárias de forma que todos sejam atendidos em 
sua singularidade e necessidade no procedimento de aprendizagem. No cotidiano 
escolar, quando abordamos a inclusão, algumas iniciativas e tarefas podem suscitar 
preocupação e obstáculos para a implementação do processo inclusivo. Isso leva 
a acreditar que a abrangência das disparidades não está relacionada às dimensões 
de idade, às circunstâncias socioeconômicas e coletivas aos quais pertencem os 
educandos. 
É indiscutível que a inclusão desempenha um papel fundamental no 
progresso sociocognitivo de indivíduos com deficiência. Contudo, para que essa 
influência seja concretizada, há diversas considerações que deveriam ser 
ponderadas em relação ao tópico "A Relação entre a Escola e a Família dos Alunos 
Participantes no Contexto do Atendimento Educacional Especializado". Referente 
a esse processo, existem provisões legais, opiniões técnicas, regulamentos, 
decretos e outras diretrizes que orientam a inclusão por meio da criação e 
implementação de salas destinadas ao Atendimento Educacional Especializado – 
espaços que se destacam por serem acessíveis, abrigando oficinas e cursos 
voltados à capacitação e habilitação de vigilantes, equipes multidisciplinares e uma 
rede de apoio que envolve entidades municipais, estaduais e federais. 
No entanto, a integração ainda requer uma reflexão contínua sobre sua 
operacionalização e sobre a maneira como a comunidade escolar se engajar nesse 
procedimento, juntamente com os familiares dos alunos com deficiência. A 
diversidade abrange um panorama amplo no que tange às discrepâncias, nas 
competências e conhecimentos das pessoas. Através da educação, é possível 
conscientizar a sociedade, a escola e as famílias acerca dos direitos dos alunos 
com deficiência, independentemente de serem restritas sensoriais, motoras, físicas 
ou de outras naturezas. Dentro dessa perspectiva, o propósito da educação é 
incorporar à escola todos os que fazem parte dela, não se limitando apenas aos 
docentes e aos discentes, e englobando também as famílias, visto que isso se 
configura tanto como um direito quanto como uma responsabilidade da instituição 
familiar. 
Sob a perspectiva da inclusão educacional, as identidades e discrepâncias 
seriam efêmeras, volúveis, incapazes de serem agrupadas de modo arbitrário para 
categorizar os indivíduos com base em certas características. 
Nessa abordagem, Ropoli, (2010), enfatizam que: 
“É deficiente, portanto, verifique a certos alunos 
identidades que os coloquem nos grupos dos 
excluídos, ou seja, nos grupos dos estudantes 
especiais, com necessidades educacionais 
particulares, portadores de deficiências, com 
desafios na aprendizagem e demais situações do 
gênero. É inapropriado importa sobre o outro uma 
identidade comum, que não justifica a exclusão 
dos demais, tal como também perpetuam alguns 
indivíduos privilegiados”. (ROPOLI et al., 2010, p. 
7, destaque dos autores). 
 
 O autor ainda dá um destaque para observar as variações presentes na sala 
de aula e em outras instituições sociais sem a necessidade de buscar um 
diagnóstico, uma rotulação, uma padronização, para enfatizar o direito à 
diversidade e para alcançar isso é crucial compreender a complexidade abrangente 
que permeia o âmbito escolar, sem que essa abordagem seja vista como artificial. 
Nesse mesmo contexto, Silva (2014) declara que a diferença surge do 
múltiplo, e não do diverso. Assim como acontece na matemática, o múltiplo é 
sempre um processo, uma operação, uma ação. A diversidade é estática, é um 
estado, é inerte. A multiplicidade é ativa, é fluidez, é produtividade. 
“A multiplicidade é uma máquina geradora de 
diferenças - diferenças que não podem ser 
reduzidas à identidade. A diversidade está 
limitada ao existente. A multiplicidade se expande 
e se multiplica, se alastra, se difunde. A 
diversidade é um dado - seja da natureza ou da 
cultura. A multiplicidade é um movimento. A 
diversidade reitera o igual. A multiplicidade instiga 
a diferença que recusa se fundar ao igual”. 
(SILVA, 2014, p. 101).

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