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Unidade I CE 2018


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Eduardo Nery
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Mais informações:
Banco de Informações de Geração - ANEEL
http://www.aneel.gov.br/documents/656877/14854008/Boletim+de+Informa%C3%A
7%C3%B5es+Gerenciais+-+Dezembro+2015/74ec6b73-0a7d-459b-b9ca-
bb47ddb14e88
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https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/o-que-
fazemos/infomercado/info_mercado_interativo?contentId=CCEE_586432&_afrLoop=
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O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional
Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, 
o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema 
hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com 
múltiplos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é formado pelas empresas das 
regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1,7% 
da energia requerida pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas 
isolados localizados principalmente na região amazônica
Fonte: www.ons.org.br
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Distribuidoras: são empresas que funcionam como elo entre o setor de energia 
elétrica e a sociedade, visto que suas instalações recebem das companhias de 
transmissão todo o suprimento destinado ao abastecimento dos consumidores de 
energia elétrica do país 
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O mercado de distribuição de energia elétrica, é formado por 63 concessionárias, 
responsáveis pelo atendimento de mais de 61 milhões de unidades consumidoras. O 
controle acionário dessas companhias pode ser estatal ou privado. No primeiro caso, 
os acionistas majoritários são o governo federal, estaduais e/ou municipais. Nos 
grupos de controle de várias empresas privadas verifica-se a presença de investidores 
nacionais, norte-americanos, espanhóis e portugueses.
As distribuidoras são empresas de grande porte que funcionam como elo entre o 
setor de energia elétrica e a sociedade, visto que suas instalações recebem das 
companhias de transmissão todo o suprimento destinado ao abastecimento no país. 
Nas redes de transmissão, após deixar a usina, a energia elétrica trafega em tensão 
que varia de 88 kV (quilovolts) a 750 kV. Ao chegar às subestações das distribuidoras, 
a tensão é rebaixada e, por meio de um sistema composto por fios, postes e 
transformadores, chega à unidade final em 127 volts ou 220 volts. Exceção a essa 
regra são algumas unidades industriais que operam com tensões mais elevadas (de 
2,3 kV a 88 kV) em suas linhas de produção e recebem energia elétrica diretamente 
da subestação da distribuidora (pela chamada rede de subtransmissão).
Fonte: ANEEL
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Os 30 países desenvolvidos que compõem a Organização para Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE)1 são, historicamente, os maiores consumidores 
mundiais de energia. Sua participação no total mundial, porém, tem recuado ao longo do 
tempo. Já nos países em desenvolvimento, a participação relativa, ainda que em alguns casos 
seja pouco expressiva, como na América Latina, registrou aumento acumulado superior a 
100% nas últimas três décadas. A Figura 2.1 mostra os diferentes volumes de consumo de 
energia primária per capita nas diversas regiões do mundo.
Essa disparidade é explicada pela estrutura econômica e social de cada um dos dois grupos. 
Os países que compõem o primeiro são caracterizados por uma economia relativamente 
estável, em que não há espaço para aumentos acentuados na produção industrial ou no 
consumo de bens que pressionam a absorção de energia, como automóveis, 
eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Em sociedades mais estruturadas e ricas, a maior parte 
da população conseguiu adquiri-los ao longo da segunda metade do século XX.
Além disso, para a produção industrial, os países desenvolvidos tendem a utilizar, com maior 
freqüência, equipamentos energeticamente eficientes que, ao longo do tempo, passaram a 
requerer menor volume de energia para se manter em operação. Finalmente, eles também 
deixam, aos países em desenvolvimento, a realização de atividades que consomem muita 
energia, como é o caso da siderurgia e produção de alumínio (ou a chamada indústria 
energointensiva). As variações do consumo de energia, portanto, são suaves, quando não 
decrescentes.
1 Os países da OCDE relacionados pela IEA são: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, República 
Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, 
Japão, Coréia, Luxemburgo, México, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, 
Portugal, República Eslovaca, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. 
FONTE: Atlas de Energia Elétrica Brasil
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O Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro – RE-SEB, desenvolvido de agosto de 
1996 a novembro de 1998, num trabalho conjunto de consultores internacionais e de mais de 
três centenas de técnicos do Setor, apresentou uma série de sugestões, visando responder a 
um conjunto de questionamentos inicialmente apresentados e equacioná-los. 
Os principais institutos e características sugeridas pelo RESEB são: 
a) Desverticalização das atividades; 
b) Geração – passa a ser uma atividade competitiva com preços definidos pelo mercado;
c) Transmissão independente para garantir o 
d) Livre Acesso dos geradores ao mercado e dos 
e) Consumidores livres às fontes de geração ou aos 
f) Comercializadores livres que competem pela prestação de seus serviços; apenas as 
atividades de transporte de energia na 
g) Transmissão e Distribuição são monopólios naturais com preços administrados pelo 
poder concedente; o 
h) ONS – Operador Nacional dos Sistemas - operando os sistemas de geração e transmissão 
de forma independente, visando sua otimização e viabilizando o instituto do livre acesso; 
o
i) MAE – Mercado Atacadista de Energia Elétrica é o ambiente onde a livre competição 
deve condicionar a formação dos preços (sem prejuízo da otimização); um 
j) Regulador Independente atuando como um guardião do modelo, como intérprete da 
legislação específica, como garantia de estabilidade das regras e, finalmente 
k) a Expansão da oferta como uma oportunidade de investimento; podendo ficar a cargo 
dos agentes do mercado. 
FONTE: Sumário Executivo do Programa RESEB
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O novo modelo proposto pelo Governo institucional do setor elétrico tem os seguintes 
objetivos principais: 
 promover a modicidade tarifária, que é fator essencial para o atendimento da função 
social da energia e que concorre para a melhoria da competitividade da economia; 
 garantir a segurança do suprimento de energia elétrica, condição básica para o 
desenvolvimento econômico sustentável; 
 assegurar a estabilidade do marco regulatório, com vistas à atratividade dos investimentos 
na expansão do sistema; e 
 promover a inserção social por meio do setor elétrico, em particular dos programas de 
universalização de atendimento. 
O modelo proposto foca diretamente essas questões, em contraponto ao ordenamento 
institucional vigente. Nessas condições, os elementos fundamentais do novo modelo são: 
 a reestruturação do planejamento de médio e longo prazo; 
 o monitoramento, no curto prazo, das condições de atendimento; 
 o redirecionamento da contratação de energia para o longo prazo, compatível com a 
amortização dos investimentos realizados; 
 a competiçãona geração com a licitação da energia pelo critério de menor tarifa; 
 a coexistência de dois ambientes de contratação de energia, um regulado (Ambiente de 
Contratação Regulada – ACR), protegendo o consumidor cativo, e outro livre (Ambiente de 
Contratação Livre – ACL), estimulando a iniciativa dos consumidores livres; 
 a instituição de um pool de contratação regulada de energia a ser comprada pelos 
concessionários de distribuição; 
 a desvinculação do serviço de distribuição de qualquer outra atividade; 
 a previsão de uma reserva conjuntural para restabelecimento das condições de equilíbrio 
entre oferta e demanda; 
 a restauração do papel do Executivo como Poder Concedente.
FONTE: Cartilha do Novo Modelo do Setor Elétrico – Ministério de Minas e Energia
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LEI Nº 12.783, DE 11 DE JANEIRO DE 2013.
Dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia 
elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais e sobre a modicidade tarifária; altera 
as Leis nos 10.438, de 26 de abril de 2002, 12.111, de 9 de dezembro de 2009, 9.648, 
de 27 de maio de 1998, 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e 10.848, de 15 de março 
de 2004; revoga dispositivo da Lei no 8.631, de 4 de março de 1993; e dá outras 
providências.
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http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 12.783-2013?OpenDocument
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Fonte: www.ons.org.br
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CONSELHO NACIONAL DE POLITICA ENERGÉTICA
LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997 
Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política 
Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.
“Do Conselho Nacional de Política Energética 
Art. 2o Fica criado o Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, vinculado à Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado de 
Minas e Energia, com a atribuição de propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas específicas destinadas a:
I - promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos do País, em conformidade com os princípios enumerados no capítulo anterior e 
com o disposto na legislação aplicável; 
II - assegurar, em função das características regionais, o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso do País, 
submetendo as medidas específicas ao Congresso Nacional, quando implicarem criação de subsídios; 
III - rever periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do País, considerando as fontes convencionais e alternativas e as 
tecnologias disponíveis;
IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural, do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, 
da energia solar, da energia eólica e da energia proveniente de outras fontes alternativas; (Redação dada pela Lei no 11.097, de 2005)
V - estabelecer diretrizes para a importação e exportação, de maneira a atender às necessidades de consumo interno de petróleo e seus 
derivados, biocombustíveis, gás natural e condensado, e assegurar o adequado funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis 
e o cumprimento do Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis, de que trata o art. 4o da Lei no 8.176, de 8 de fevereiro de 1991; 
(Redação dada pela Lei no 12.490, de 2011)
VI - sugerir a adoção de medidas necessárias para garantir o atendimento à demanda nacional de energia elétrica, considerando o planejamento 
de longo, médio e curto prazos, podendo indicar empreendimentos que devam ter prioridade de licitação e implantação, tendo em vista seu 
caráter estratégico e de interesse público, de forma que tais projetos venham assegurar a otimização do binômio modicidade tarifária e 
confiabilidade do Sistema Elétrico. (Incluído pela lei no 10.848, de 2004)
VII - estabelecer diretrizes para o uso de gás natural como matéria-prima em processos produtivos industriais, mediante a regulamentação de 
condições e critérios específicos, que visem a sua utilização eficiente e compatível com os mercados interno e externos. (Incluído pela Lei no 
11.909, de 2009)
VIII - definir os blocos a serem objeto de concessão ou partilha de produção; (Incluído pela Lei no 12.351, de 2010) 
IX - definir a estratégia e a política de desenvolvimento econômico e tecnológico da indústria de petróleo, de gás natural, de outros 
hidrocarbonetos fluidos e de biocombustíveis, bem como da sua cadeia de suprimento; (Redação dada pela Lei no 12.490, de 2011) 
X - induzir o incremento dos índices mínimos de conteúdo local de bens e serviços, a serem observados em licitações e contratos de concessão e de 
partilha de produção, observado o disposto no inciso IX. (Incluído pela Lei no 12.351, de 2010)”
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Diretoria Geral (DGL)
Estimula a sinergia entre todas as áreas que constituem o ONS e conduz o processo de planejamento empresarial, 
estabelecendo diretrizes para a utilização otimizada dos recursos econômicos, humanos e de gestão. Tem, ainda, o objetivo de 
atingir as metas de qualidade e excelência de forma evolutiva, além de conduzir as atividades de relacionamento estratégico e
de comunicação, envolvendo tanto o público interno como os agentes setoriais — e, de forma mais ampliada, as entidades 
representativas de toda a sociedade.
Diretoria de Administração dos Serviços de Transmissão (DAT)
Tem como atribuição definir as ampliações e reforços da Rede Básica de Transmissão, buscando a melhoria da confiabilidade e 
adequação da transmissão para atender às necessidades de expansão da demanda e da oferta, o que inclui a gestão de novas 
solicitações de acesso e conexão e o estabelecimento de padrões de desempenho. Esta área também engloba desenvolvimento 
e administração da transmissão, incluindo a gestão dos contratos, contabilização e liquidação dos encargos de transmissão e os 
serviços ancilares.
Diretoria de Planejamento e Programação da Operação (DPP)
Tem sob sua responsabilidade as atividades de planejamento e programação da operação eletroenergética, através da 
determinação dos despachos operacionais de forma centralizada, buscando a eficiência operacional do SIN, otimizando e 
garantindo a confiabilidade e a qualidade do serviço e reduzindo os custos para o consumidor final. Paralelamente, em âmbito 
interno, coordena o desenvolvimento das providências para viabilizar o funcionamento do Mercado Atacadista de Energia.
Diretoria de Operação (DOP)
Garante a confiabilidade e eficiência da operação em tempo real do SIN, operando o sistema de forma otimizada e padronizada, 
melhorando continuamente os processos operacionais, investindo em evolução tecnológica e desenvolvimento profissional e 
pessoal das equipes de operação. Tem também como meta assegurar a transparência das ações operacionais e o tratamento 
equânime dos agentes, com a manutenção da segurança, continuidade e qualidade no suprimento de energia elétrica.
Diretoria de Assuntos Corporativos (DAC)
É responsável pelo suporte, a todas as atividades do ONS. Cabe a esta Diretoria administrar os recursos humanos, financeiros,
patrimoniais, de tecnologia da informação e de telecomunicações, de acordo com os novos requisitos de interatividade e 
interconectividade de uma gestão moderna e eficaz, formando uma cultura própria da organização a partir das melhores 
práticas e das experiências dos técnicos que compõem o quadro do ONS.
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A desverticalização no setor de energia elétrica, implementada no Brasil desde 1995, 
envolveu todas as empresas do setor que atuavam de forma verticalmente integrada 
e teve como objeto a segregação das atividades de geração, transmissão e 
distribuição de energia elétrica. 
O processo de desverticalização teve como objetivos:
I. evitar a existência de subsídios cruzados entre as atividades de geração, 
transmissão e distribuição de energiaelétrica, isto é, evitar que as receitas 
auferidas por uma de referidas atividades subsidiassem qualquer das demais 
atividades; e 
II. efetivar e estimular a competição no setor elétrico nos segmentos nos quais a 
competição seria possível (geração e comercialização), bem como aprimorar o 
sistema de regulação dos segmentos nos quais havia monopólio de rede 
(transmissão e distribuição). 
O advento da Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico, introduziu a exigência legal de 
separação das atividades de distribuição das atividades de geração e transmissão 
e fixou prazos para que as empresas afetadas cumprissem com esta 
determinação.
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O mercado de energia no Brasil está dividido em ACR (Ambiente de Contratação 
Regulada), onde estão os consumidores cativos, e ACL (Ambiente de Contratação 
Livre), formado pelos consumidores livres.
Os consumidores cativos são aqueles que compram a energia das concessionárias de 
distribuição às quais estão ligados. Cada unidade consumidora paga apenas uma 
fatura de energia por mês, incluindo o serviço de distribuição e a geração da energia, 
e as tarifas são definidas pela ANEEL.
Os consumidores livres compram energia diretamente dos geradores ou 
comercializadores, através de contratos bilaterais com condições livremente 
negociadas, como preço, prazo, volume, etc. Cada unidade consumidora paga uma 
fatura referente ao serviço de distribuição para a concessionária local (tarifa regulada) 
e uma ou mais faturas referentes à compra da energia (preço negociado de contrato).
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Leilões de Energia
O que é um leilão de energia?
O termo “leilão”, por si só, remete à concorrência entre agentes em um local pré-designado, em data marcada. Não é diferente o caso dos leilões da área de energia elétrica, sendo a partir deles que se 
realiza a concessão de novas usinas e se fecham contratos de fornecimento para atender à demanda futura das distribuidoras de energia. Desse modo, os leilões de energia são de extrema importância para 
a sustentabilidade do setor elétrico brasileiro.
O Leilão de energia elétrica é um processo licitatório, ou seja, é uma concorrência promovida pelo poder público com vistas a se obter energia elétrica em um prazo futuro (pré-determinado nos termos de 
um edital), seja pela construção de novas usinas de geração elétrica, linhas de transmissão até os centros consumidores ou mesmo a energia que é gerada em usinas em funcionamento e com seus 
investimentos já pagos, conhecida no setor como “energia velha”.
Sem os leilões, portanto, seria difícil para o setor elétrico conseguir equilibrar oferta e consumo de energia e, consequentemente, aumentariam-se os riscos de falta de energia e de racionamento. Os leilões 
de energia elétrica, ao definirem os preços dos contratos, definem, também, a participação das fontes de energia utilizadas na geração, o que impacta na qualidade da matriz elétrica de nosso país em 
termos ambientais (mais ou menos energia hidrelétrica, nuclear, eólica, queima de combustíveis, biomassa, etc.), bem como no valor das tarifas pagas pelos consumidores.
Em termos de coordenação hierárquica, todos os leilões de energia passam pela coordenação e controle da Agência reguladora do setor elétrico, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a qual, por 
sua vez, é ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME). 
Os leilões de compra / venda de energia
Os leilões de compra / venda de energia elétrica são realizados no âmbito do Ambiente de Contratação Regulada (ACR) - parte do mercado elétrico em que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 
(CCEE) opera, atuando em sua coordenação. A maior parte da energia contratada nessa modalidade de leilões vai para as próprias Distribuidoras de energia para distribuir aos consumidores da área 
geográfica em que atuam. Adicionalmente, conforme redação do Decreto n.° 5.163 de 2004, em seu artigo 11, parágrafo 4°, a ANEEL também poderá promover leilões para compra de energia de fontes 
alternativas, nos casos em que esteja em risco a obrigação de atendimento de 100% da demanda dos agentes de distribuição.
Energia Nova/ Energia Existente
Os leilões são divididos de acordo com o tipo de empreendimento: se novo ou existente. 
Os chamados leilões de energia existente são aqueles destinados a atender as distribuidoras no ano subsequente ao da contratação (denominado A-1) a partir de energia proveniente de empreendimentos 
em operação. Já os leilões de energia nova destinam-se à contratação de energia proveniente de usinas em projeto ou em construção, que poderão fornecer energia em 3 (denominado A-3) ou 5 (A-5) anos 
a partir da contratação. Esta segmentação é necessária porque os custos de capital dos empreendimentos existentes não são comparáveis aos de empreendimentos novos, ainda a ser amortizados.
Deve-se observar também que após o advento da Lei 12.783 de 2013, parte considerável da energia “velha”, proveniente de empreendimentos hidroelétricos com mais de trinta anos, passou a ser 
comercializada com preços regulados pela ANEEL e com montantes contratados pelo regime de cotas nas distribuidoras. Com efeito, esses agentes passaram a não poder mais participar dos leilões do ACR.
Contratos por Quantidade / por Disponibilidade
Os contratos resultantes dos leilões podem ser de duas modalidades diferentes: por quantidade ou por disponibilidade. 
Os contratos por quantidade preveem o fornecimento de um montante fixo de energia a um determinado preço. Nesta modalidade, geralmente utilizada para a contratação de energia hidráulica, os 
geradores estão sujeitos a riscos de sobras ou déficits de energia, liquidados ao PLD , sendo que esses riscos são minimizados pelo chamado Mecanismo de Realocação de Energia (MRE ). Esse mecanismo 
realoca montantes de energia gerados entre as usinas participantes, reduzindo o risco de exposição de agentes individuais.
Os contratos por disponibilidade, por sua vez, são destinados à contratação de usinas termelétricas, e preveem uma remuneração fixa ao agente gerador, independente do que for efetivamente gerado. 
Nesses contratos, a parcela fixa é destinada à cobertura dos custos fixos para a disponibilização da usina ao sistema, que pode ou não ser despachada por conta das condições hidrológicas do sistema 
interligado. Todavia, quando essas usinas são despachadas, as distribuidoras devem pagar os curtos variáveis relativos ao uso do combustível, que serão repassados aos consumidores no momento do 
reajuste tarifário. O objetivo dos contratos por disponibilidade é garantir a segurança do sistema hidrotérmico. Caso as condições hidrológicas sejam desfavoráveis, como em períodos excessivamente secos, 
essas usinas podem ser solicitadas a despachar sua energia, reduzindo o risco do déficit de oferta do sistema como um todo. Ao contrário, quando as condições hidrológicas são favoráveis, essas usinas são 
deixadas em estado de espera.
Fonte: http://www.abradee.com.br/
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http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/leiloes-de-energia
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5163.htm
O Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR) é um 
contrato bilateral de compra e venda de energia elétrica e respectiva potência associada, 
celebrado entre o agente vendedor e o agente de distribuição no âmbito do Ambiente de 
Contratação Regulada (ACR), como decorrência dos leilões de energia elétrica proveniente de 
empreendimentos de geração existentes e de novos empreendimentos.
Os CCEARs são especificados por meio dos editais publicados para cada leilão, contendo 
cláusulas e condições fixas, que não são passíveis de alteração pelos agentes.
Existem duas modalidades de CCEAR:
CCEAR por Quantidade - os riscos hidrológicos da operação energética são assumidos 
integralmente pelos geradores, cabendo a eles todos os custos referentes ao fornecimento 
da energia contratada, devendo existir mecanismos específicos para o rateio dos riscos 
financeiros decorrentes de diferenças de preços entresubmercados e eventualmente 
impostos aos agentes de distribuição que celebrarem contratos nessa modalidade.
CCEAR por Disponibilidade - os custos decorrentes dos riscos hidrológicos serão assumidos 
pelos agentes compradores (distribuidoras), e eventuais exposições financeiras no Mercado 
de Curto Prazo, positivas ou negativas, serão assumidas pelas distribuidoras, com repasse ao 
consumidor final, conforme mecanismo definido pela Aneel.
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Explicitações de conceitos em Leilões de Energia
Por ser uma das partes mais importantes da arquitetura recente (pós-anos 2000) do setor elétrico, os leilões de energia 
apresentam algumas conceituações próprias, sem as quais fica difícil compreender o cotidiano do tema.
A-1 (Leilão)
Essa nomenclatura é utilizada para designar o ano para o qual se realizam os Leilões de Compra de Energia Elétrica (geralmente 
se utiliza "Leilão A-1" para qualificar o Leilão de Energia). Corresponde, para todos os efeitos, ao ano posterior ao Ano Base "A", 
onde o ano "A" é o ano em que o Leilão é realizado.
Exemplo: em um hipotético Leilão "A-1" realizado em 2012, a energia deverá ser fornecida a partir de 2013; em outras palavras, 
o ano-base "A" é o ano em que o Leilão foi realizado – 2012 - para se começar o fornecimento 1 ano depois, ou seja, em 2013.
A-3 (Leilão)
Essa nomenclatura é utilizada para designar o ano para o qual se realizam os Leilões de Compra de Energia Elétrica (geralmente 
se utiliza "Leilão A-3" para qualificar o Leilão de Energia). Corresponde, para todos os efeitos, ao terceiro ano posterior ao Ano 
Base "A", onde o ano "A" é o ano em que o Leilão é realizado.
Exemplo: em um hipotético Leilão "A-3" realizado em 2013, a energia deverá ser fornecida a partir de 2016; em outras palavras, 
o ano-base "A" é o ano em que o Leilão foi realizado – 2013 - para se começar o fornecimento 3 anos depois, ou seja, em 2016.
A-5 (Leilão)
Essa nomenclatura é utilizada para designar o ano para o qual se realizam os Leilões de Compra de Energia Elétrica (geralmente 
se utiliza "Leilão A-5" para qualificar o Leilão de Energia). Corresponde, para todos os efeitos, ao quinto ano posterior ao Ano-
Base "A", onde o ano "A" é o ano em que o Leilão é realizado.
Exemplo: em um hipotético Leilão "A-5" realizado em 2013, a energia deverá ser fornecida a partir de 2018; em outras palavras, 
o ano-base "A" é o ano em que o Leilão foi realizado – 2013 - para se começar o fornecimento 5 anos depois, ou seja, em 2018.
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Leilão de projeto estruturante
São leilões de compra de energia proveniente de projetos de geração de caráter estratégico e 
de interesse público, que asseguram a otimização do binômio modicidade tarifária e 
confiabilidade do Sistema Elétrico, bem como garantem o atendimento à demanda nacional 
de energia elétrica, considerando o planejamento de longo, médio e curto prazos.
Foram leiloados os seguintes projetos estruturantes: 
UHE Santo Antônio (Resolução CNPE n°4 de 2007); 
UHE Jirau (Resolução CNPE n°1 de 2008); e
UHE Belo Monte (Resolução CNPE n°5 de 2009).
Leilão de Fontes Alternativas - LFA
Os leilões de fontes alternativas foram criados com o objetivo de incentivar a diversificação 
da matriz de energia elétrica, introduzindo fontes renováveis e ampliando a participação de 
energia eólica e da bioeletricidade.
Leilão de Energia de Reserva - LER
Seu objetivo é elevar o patamar de segurança no fornecimento de energia elétrica ao Sistema 
Interligado Nacional (SIN) com energia proveniente de usinas especialmente contratadas 
para este fim.
Leilão de Ajuste: processo licitatório que tem por objetivo complementar a carga de energia 
necessária ao atendimento do mercado consumidor dos agentes de distribuição, até o limite 
de 1% do mercado de cada distribuidora.
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QUEM PODE SER CONSUMIDOR LIVRE?
Os atuais critérios de migração para o mercado livre foram estabelecidos em 1998, 
pela Lei no 9.648/1998, que criou dois grupos de consumidores aptos a escolher seu 
fornecedor de energia elétrica.
O primeiro grupo é composto pelas unidades consumidoras com carga maior ou igual 
a 3.000 kW atendidas em tensão maior ou igual a 69 kV – em geral as unidades 
consumidoras do subgrupo A3, A2 e A1. Também são livres para escolher seu 
fornecedor novas unidades consumidoras instaladas após 07 de julho de 1995 com 
demanda maior ou igual a 3.000 kW e atendidas em qualquer tensão. Estes 
consumidores podem comprar energia de qualquer agente de geração ou 
comercialização de energia.
O segundo grupo, composto pelas unidades consumidoras com demanda maior que 
500 kW atendidos em qualquer tensão, também podem escolher seu fornecedor, 
mas seu leque de escolha está restrito à energia oriunda das chamadas fontes 
incentivadas, a saber: Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH´s, Usinas de Biomassa, 
Usinas Eólicas e Sistemas de Cogeração Qualificada.
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O PAPEL DAS COMERCIALIZADORAS+A-A
Geradores e consumidores de energia têm muitas vezes objetivos distintos. Geradores 
desejam maximizar preço de venda, o volume vendido e vender conforme sua produção. 
Procuram contratos de longo prazo para lastrear financiamentos. Já os compradores buscam 
minimizar preço de compra, segurança no atendimento, comprar conforme suas curvas de 
carga e prazos menores de contratação.
Todos querem reduzir a possibilidade de estarem expostos a riscos e penalidades.
Cabe aos comercializadores atuar reduzindo os chamados custos de transação, fazendo o 
encontro eficiente entre geradores e consumidores.
Viabilizam, com sua atividade, o preço de equilíbrio e dão racionalidade econômica ao 
“rateio” de sobras e déficits. Permitem o ajuste dos portfólios de compra e venda. Assumem 
o risco de crédito do consumidor e o risco de performance do produtor. Oferecem liquidez ao 
mercado, viabilizando a competição.
Os comercializadores desenvolvem produtos e associam serviços ao produto energia, em um 
mercado cada vez mais competitivo, inovador e com foco nas necessidades de seus 
clientes. De forma análoga a outros mercados de comodities, o mercado de comercialização 
de energia passa por um processo de modernização e sofisticação, importando e adaptando 
ferramentas já usadas em outros mercados, tais como opções, futuros, swaps, contratos a 
termo e outros
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