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atividade prática - a3

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ATIVIDADE PRÁTICA - A3
CURSO DE DIREITO
ALUNA: 
DISCIPLINA: Estágio de Prática Supervisionada Penal 
ANO/SEM: 2023/2
___________________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA 17° VARA CRIMINAL DA CAPITAL.
Processo nº (...)
(...), já devidamente qualificado nos autos da ação em epígrafe, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio do seu advogado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, com fundamento no artigo 593, inciso II do Código de Processo Penal, interpor 
CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO
contra a r. sentença de fls. (...), requerendo, desde já, seja o recurso conhecido por este Juízo e, consequentemente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça de (...), para que dele conheça, dando-lhe provimento.
Requer, ainda, a concessão dos benefícios da Justiça gratuita, tendo em vista ser o Apelante pobre no sentido legal, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Cidade (...), dia (...) de mês (...) de ano (...).
ADVOGADO (...)
OAB nº (...)
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO 
Processo nº (...)
Apelante: (...)
Apelada: (...)
Colendo Tribunal de Justiça do Estado de (...),
Distinta Câmara,
Ilustres Desembargadores Relator e Revisor,
Douta Procuradoria de Justiça:
Em que pese o notório saber jurídico do Magistrado sentenciante, merece reforma a sentença condenatória encartada nos autos às fls. (...), conclusão a que chegará esta colenda câmara criminal após análise das razões fáticas e jurídicas enumeradas a seguir:
I. DOS FATOS: 
Álvaro, um estudante de 22 anos, brasileiro e solteiro, foi preso em flagrante por tentativa de furto em um minimercado localizado em seu bairro. No momento da prisão, ele estava saindo do estabelecimento sem pagar por uma caixa de chocolates, uma lata de cerveja e um pacote de salgadinhos, avaliados em R$20,00 (vinte reais). Após a detenção, o acusado foi submetido a uma audiência de custódia na qual foi concedida a sua liberdade provisória.
O Ministério Público, posteriormente, apresentou uma denúncia contra o acusado, imputando-lhe a prática do crime de furto tentado, com base nos artigos 155 (furto) e 14, inciso II, do Código Penal. Entretanto, o juiz da 17ª Vara Criminal da Capital rejeitou a denúncia com fundamento no princípio da insignificância. Inconformado com a decisão de rejeição da denúncia, o representante do Ministério Público interpôs um recurso de apelação, solicitando o afastamento do princípio da insignificância e o recebimento da denúncia. 
II. DO DIREITO: 
A manutenção da absolvição com base no princípio da insignificância é medida que se impõe, pois tal princípio encontra sustentação nos postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima no direito penal. Nesse sentido, o reconhecimento da insignificância no presente caso está respaldado pela mínima ofensividade da conduta do agente, pela ausência de periculosidade social da ação, pelo reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e pela inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Primeiramente, quanto à mínima ofensividade da conduta do agente, verifica-se que Álvaro, um jovem estudante, tentou furtar bens avaliados em R$20,00. O valor ínfimo dos objetos subtraídos denota uma conduta que, em sua essência, não configura uma ameaça relevante aos interesses da sociedade. A conduta praticada por Álvaro é, no máximo, um ato isolado de imprudência, que não justifica a persecução penal.
Em relação à ausência de periculosidade social da ação, observa-se que Álvaro não apresenta risco para a ordem pública ou para terceiros. Não houve violência na ação, e o réu não estava armado. Trata-se de um episódio que se limita a uma tentativa de furto sem quaisquer agravantes que possam comprometer a segurança coletiva.
Além disso, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento deve ser considerado. Álvaro é um estudante primário, sem antecedentes criminais, e sua conduta foi impulsiva, desprovida de maiores consequências. A imposição de uma sanção penal nesse caso seria manifestamente desproporcional e desumana, levando em conta a falta de intenção de causar dano relevante.
Por fim, a inexpressividade da lesão jurídica provocada é um elemento crucial a ser considerado. O prejuízo financeiro causado ao minimercado é de apenas R$20,00, o que não afeta de maneira substancial a sua capacidade econômica. Em outras palavras, a lesão jurídica é inexpressiva e não justifica a intervenção do sistema penal.
Além disso, é relevante ressaltar que o delito em questão sequer se consumou, uma vez que Álvaro foi surpreendido antes de sair do estabelecimento comercial. Portanto, a manutenção da absolvição com base no princípio da insignificância se coaduna com os princípios da justiça, da proporcionalidade e da humanidade, evitando a aplicação desmedida do direito penal em situações de mínima relevância.
III. DO PEDIDO: 
Diante do exposto, considerando a decisão acertada de Vossa Excelência na rejeição da denúncia com base no princípio da insignificância e em consonância com a jurisprudência consolidada, requer-se a manutenção da decisão de rejeição da denúncia e o consequente não recebimento da apelação do Ministério Público.
Nesses termos,
Pede deferimento. 
Cidade (...), dia (...) de mês (...) de ano (...).
ADVOGADO (...)
OAB nº (...)
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