PÁLPEBRAS E APARELHO LACRIMAL

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PÁLPEBRAS E APARELHO LACRIMAL 
 
Distúrbios das Pálpebras e do Aparelho Lacrimal 
Os distúrbios das pálpebras e do aparelho lacrimal podem afetar a função ocular e a 
qualidade de vida. 
 
1. Hordéolo 
• Definição: O hordéolo é um abscesso estafilocócico na pálpebra, geralmente 
associado a dor intensa, inchaço e vermelhidão. Pode ocorrer na pálpebra 
superior ou inferior. 
• Tipos: Existem dois tipos: 
• Hordéolo interno: envolve uma infecção da glândula meibomiana, 
geralmente na superfície conjuntival da pálpebra. 
• Hordéolo externo (terçol): é menor e ocorre na borda da pálpebra. 
• Tratamento: Compressas quentes ajudam na resolução. Se não houver 
melhora em 48 horas, a cirurgia pode ser indicada. Pomadas antibióticas como 
bacitracina ou eritromicina podem ser aplicadas a cada três horas durante a 
fase aguda para auxiliar no processo de cura. Se não tratado, um hordéolo 
interno pode evoluir para celulite generalizada da pálpebra. 
• Quando Procurar Ajuda: Qualquer caso de vermelhidão ou desconforto intenso 
deve ser encaminhado ao oftalmologista. 
2. Calázio 
• Definição: O calázio é uma inflamação granulomatosa de uma glândula 
meibomiana, muitas vezes decorrente de um hordéolo interno. 
• Sintomas: Geralmente envolve um inchaço duro e indolor na pálpebra, com 
vermelhidão e elevação da conjuntiva adjacente. Se o calázio for grande o 
suficiente para pressionar a córnea, pode haver distorção visual. 
• Tratamento: A cirurgia e a curetagem são opções, mas injeções de 
corticosteroides também podem ser eficazes. 
3. Blefarite 
• Definição: A blefarite é uma inflamação crônica das bordas palpebrais, que 
pode ser anterior ou posterior. 
• Blefarite anterior: afeta a pele da pálpebra, os cílios e as glândulas 
associadas, podendo ser ulcerativa (estafilocócica) ou seborreica. 
• Blefarite posterior: envolve inflamação das glândulas meibomianas, 
frequentemente associada à acne rosácea. 
• Sintomas: Irritação, ardor e prurido são comuns. Na blefarite anterior, pode-se 
observar "bordas vermelhas" e escamas ou granulações coladas aos cílios. Na 
blefarite posterior, a borda palpebral pode apresentar hiperemia e 
telangiectasias. 
• Complicações: A blefarite pode levar a hordéolos, calázios e posições anormais 
das pálpebras (entrópio ou ectrópio). 
• Tratamento: A limpeza das bordas palpebrais e a aplicação de pomadas 
antibióticas podem ajudar. Em casos mais graves, o uso de antibióticos orais ou 
corticosteroides tópicos pode ser necessário. 
4. Entrópio e Ectrópio 
• Entrópio: O entrópio ocorre quando a pálpebra, geralmente a inferior, vira para 
dentro, podendo causar irritação e raspagem dos cílios na córnea. 
• Causas: Degeneração da fáscia da pálpebra ou cicatrização extensa da 
conjuntiva e do tarso. 
• Tratamento: A cirurgia é indicada se os cílios raspam a córnea. Injeções 
de toxina botulínica podem ser uma correção temporária. 
• Ectrópio: O ectrópio é a eversão da pálpebra inferior, que pode causar 
lacrimejamento excessivo, ceratite de exposição ou problemas estéticos. 
• Causas: Comum em idosos devido à perda de tônus muscular. 
• Tratamento: A cirurgia é indicada para casos mais graves. 
5. Tumores 
• Definição: A maioria dos tumores das pálpebras é benigna, mas alguns são 
malignos. O carcinoma basocelular é o mais comum, seguido do carcinoma 
epidermoide, carcinoma da glândula meibomiana e melanoma maligno. 
• Tratamento: A remoção cirúrgica é necessária para lesões que envolvem a 
borda palpebral, preferencialmente por um oftalmologista ou cirurgião plástico 
treinado. O exame histopatológico é recomendado para garantir a excisão 
completa e evitar a recorrência. 
• Técnica de Mohs: Esta técnica de exame intraoperatório ajuda a garantir a 
remoção completa do tumor, minimizando o risco de recidiva. 
6. Dacriocistite 
• Definição: A dacriocistite é uma infecção do saco lacrimal, geralmente causada 
por obstrução congênita ou adquirida do sistema nasolacrimal. Pode ser aguda 
ou crônica. 
• Sintomas: A dacriocistite aguda é caracterizada por dor, edema, sensibilidade e 
vermelhidão na área do saco lacrimal. A forma crônica geralmente envolve 
lacrimejamento e secreção. 
• Tratamento: A dacriocistite aguda responde bem à antibioticoterapia 
sistêmica. A cirurgia para remover a obstrução subjacente é geralmente eletiva, 
mas pode ser urgente em casos agudos. A forma crônica pode ser controlada 
com antibióticos, mas a cura definitiva requer remoção da obstrução. Em 
adultos, a dacriocistorrinostomia é o procedimento-padrão para corrigir 
obstruções no sistema nasolacrimal. 
 
 
REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO 
	Distúrbios das Pálpebras e do Aparelho Lacrimal
	1. Hordéolo
	2. Calázio
	3. Blefarite
	4. Entrópio e Ectrópio
	5. Tumores
	6. Dacriocistite