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Coartação da Aorta Fundamentos do Diagnóstico • A apresentação comum é a hipertensão sistêmica, sendo este um indicativo para investigação de coartação da aorta. • Gradientes de pressão superiores a 20 mmHg, obtidos por ecocardiografia com Doppler, podem ser significativos, pois colaterais ao redor da área de coartação podem reduzir o gradiente, mesmo havendo obstrução grave. • Em 50-80% dos pacientes com coartação, há uma valva aórtica bicúspide associada. • Pressões sistólicas mais elevadas nos membros superiores do que nos membros inferiores são uma característica marcante; as pressões diastólicas tendem a ser similares. Considerações Gerais • Coartação da aorta é um estreitamento localizado do arco aórtico, geralmente após a origem da artéria subclávia esquerda. • A circulação colateral ao redor da coartação ocorre por artérias intercostais e ramos da artéria subclávia, resultando em redução do gradiente transcoarctação ao permitir fluxo sanguíneo ao redor da obstrução. • A coartação da aorta é uma causa de hipertensão secundária e deve ser considerada em pacientes jovens com pressão arterial elevada. • O sistema renina-angiotensina pode contribuir para a hipertensão ocasionalmente observada mesmo após a reparação da coartação. • Além da associação com a valva aórtica bicúspide, há um aumento na incidência de aneurismas cerebrais saculares. Achados Clínicos Sinais e Sintomas • Quando a insuficiência cardíaca não ocorre na infância, geralmente os sintomas não são observados até que a hipertensão arterial produza insuficiência ventricular esquerda (IVE) ou ocorra hemorragia cerebral. • Pulsação arterial vigorosa no pescoço e na incisura supraesternal é comum. • A pressão arterial é alta nos braços, mas normal ou baixa nos membros inferiores. A diferença tende a ser mais acentuada com exercício. • Pulsações femorais fracas e retardadas comparadas ao pulso braquial ou radial indicam coartação. • Sopros contínuos audíveis no tórax posterior ou sobre a parte anterior esquerda do tórax podem indicar grandes vasos colaterais ao redor da coartação. Sopros de ejeção sistólicos na base também podem ser ouvidos, especialmente no plano posterior. • Pode haver sopros de estenose ou insuficiência aórtica, associados à valva aórtica bicúspide. ECG e Radiografia de Tórax • O ECG geralmente revela hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE). • A radiografia de tórax pode mostrar sulcos nas costelas causados por aumento das artérias intercostais colaterais, dilatação da artéria subclávia esquerda, dilatação aórtica pós-estenótica e aumento do VE. • O sinal do "3" na radiografia de tórax em projeção anteroposterior pode ser indicativo de coartação, causado pela região da coartação e dilatação pós-estenótica da aorta descendente. Exames Diagnósticos • O ecocardiograma com Doppler é o principal método diagnóstico, sendo capaz de fornecer evidências para identificar a valva aórtica bicúspide e estimar o gradiente pressórico pela lesão. • A ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC) também fornecem imagens detalhadas da anatomia local da coartação. • Cateterismo cardíaco pode ser necessário para fornecer informações definitivas sobre o gradiente, especialmente quando se considera a instalação percutânea de stent. Prognóstico e Tratamento • A coartação da aorta pode evoluir para insuficiência cardíaca na lactância ou em pacientes mais velhos não tratados. • Pacientes com gradiente superior a 20 mmHg devem ser considerados para intervenção, especialmente quando há evidência de vasos sanguíneos colaterais. • Pacientes com coartação não tratada geralmente morrem antes dos 50 anos, devido a complicações da hipertensão arterial, ruptura da aorta, endarterite infecciosa ou hemorragia cerebral. • A dissecção da aorta também é mais comum em pacientes com coartação da aorta. • A ressecção do local da coartação apresenta uma taxa de mortalidade cirúrgica entre 1-4% e implica risco de lesão medular. • O procedimento percutâneo preferido é a instalação de stent endovascular, se anatomicamente viável. • Aproximadamente 25% dos pacientes submetidos à correção cirúrgica permanecem hipertensos anos após a cirurgia, devido a alterações no sistema renina-angiotensina, disfunção endotelial, rigidez aórtica, ou alterações no arco aórtico. • Qualquer grau de coartação pode ser mal tolerado durante a gravidez, devido à incapacidade de manter o fluxo placentário. Quando Encaminhar • Todos os pacientes com coartação da aorta e gradiente detectável devem ser encaminhados para cardiologistas especializados em cardiopatia congênita no adulto. REFERÊNCIA: CURRENT MEDICINA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO • Coartação da Aorta Fundamentos do Diagnóstico Considerações Gerais Achados Clínicos Sinais e Sintomas ECG e Radiografia de Tórax Exames Diagnósticos Prognóstico e Tratamento Quando Encaminhar
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