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Sucessão Legítima: Colaterais

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DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES 
 
Módulo: 
Sucessão Legítima 
 
TEMA 05 – Ordem Vocacional Hereditária – 
Sucessão dos Colaterais. 
 
Os colaterais são herdeiros de quarta e última classe na ordem de vocação 
hereditária, nos termos do artigo 1.829, IV, do Código Civil: art. 1.829. A sucessão 
legítima defere-se na ordem seguinte: (...) IV - aos colaterais.” Portanto, os colaterais 
serão chamados a suceder sempre que o não sobrevier cônjuge sobrevivente; nos 
termos do artigo 1.839 do Código Civil: “Se não houver cônjuge sobrevivente, nas 
condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o 
quarto grau.” 
Portanto, sempre que não sobrevier cônjuge sobrevivente, ou que estavam 
separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, serão 
chamados a suceder os colaterais. 
Ensina Carlos Roberto Gonçalves: 
 
O Código Civil de 1916 contemplava, de início, os colaterais até o 
sexto grau. Posteriormente, o Decreto-Lei n. 9.461, de 15 de julho de 
1946, restringiu ao quarto grau apenas, na linha transversal, a ordem 
da vocação hereditária (..) (GONÇALVES, 2012) 
 
Assim, seguiu a tendência moderna do direito das sucessões, limitando cada 
vez mais a vocação na classe dos colaterais, estabelecendo exata correspondência 
entre a sucessão e o instituto familiar dos alimentos. 
E, ainda, como os colaterais são herdeiros facultativos e não necessários, 
podendo ser excluídos totalmente pela vontade do autor da herança; assim como no 
caso desses parentes o cônjuge não concorre em hipótese alguma. 
Camila Lopes Anacleto Miranda - 10514954663
 
 
 
Mas não são todos os colaterais que serão chamados a suceder, apenas os 
colaterais até o 4º grau, portanto, serão apenas os seguintes colaterais: 
 
 
Irmãos, que são os colaterais de 2º grau; 
 
Tios e sobrinhos, que são os colaterais de 3º grau; 
 
Primos, tios-avôs e os sobrinhos-netos, que são os colaterais de 4º grau. 
 
 
Assim, só esses parentes colaterais serão chamados a suceder, na ausência 
de um cônjuge sobrevivente. 
Ensina Flavio Tartuce: 
 
Além desses personagens familiares, não há direitos sucessórios, 
tampouco relação de parentesco, nos termos do que preconiza o art. 
1.592 do CC/2002. A título de exemplo, o filho de seu primo, 
comumente chamado de primo de segundo grau, não é seu parente, 
nem seu sucessor. Na verdade, esse personagem familiar é um 
parente de quinto grau, não havendo vínculo jurídico a ser 
considerado. (TARTUCE, 2017)1 
 
Portanto, a sucessão só vai acontecer até os sobrinhos netos do falecido, que 
é o parente colateral de 4º grau; e não mais até o 6º grau como no Código Civil de 
1916. Mas os herdeiros colaterais de 4º grau não herdam de forma igualitária, 
existindo regras para essa sucessão: 
 
1ª Regra 
na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de 
representação concedido aos filhos de irmãos, nos termos do Artigo 1.840 do Código 
Civil. 
 
 
1 TARTUCE, Flávio. Direito Civil, v. 6: direito das sucessões– 10. ed. rev., atual. e ampl. 
– Rio de Janeiro: Forense, 2017. Pág. 143. 
Camila Lopes Anacleto Miranda - 10514954663
 
 
 
Assim, os irmãos, colaterais de 2º grau, excluem os sobrinhos e tios, colaterais 
de 3º grau); e os sobrinhos e tios, colaterais de 3º grau, excluem os primos, sobrinhos-
netos e tios-avós, colaterais de quarto grau. 
Portanto, se o falecido, por exemplo, deixa um irmão, dois filhos de outro irmão 
pré-morto e três filhos de terceiro irmão, também já falecido, divide-se a herança em 
três partes iguais, correspondentes às três estirpes. Uma pertencerá, por inteiro, ao 
irmão sobrevivo, que herdará por direito próprio; a segunda, aos dois sobrinhos, 
subdividida em partes iguais; e a terceira, aos três últimos sobrinhos, depois de 
subdividida em três quotas iguais. Os sobrinhos herdam por estirpe. 
A existência de irmãos do falecido, colaterais em segundo grau, afasta os tios, 
colaterais de terceiro grau; abrindo-se exceção em favor dos sobrinhos, colaterais de 
terceiro grau, que herdam representando o pai pré-morto, atenuando-se desse modo 
a inflexibilidade do princípio de que proximior excludit remotiorem. 
Mas se o falecido deixou um irmão e um sobrinho, filho de outro irmão pré-
morto, esse último terá direito sucessório junto ao irmão do falecido vivo, por força do 
direito de representação colateral ou transversal, por força do artigo 1.853 do Código 
Civil. Vejamos: 
 
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama 
certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele 
sucederia, se vivo fosse. 
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, 
mas nunca na ascendente. 
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de 
representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando 
com irmãos deste concorrerem. 
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que 
herdaria o representado, se vivo fosse. 
Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os 
representantes. 
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá 
representá-la na sucessão de outra (Código Civil, 2022) 
Camila Lopes Anacleto Miranda - 10514954663
 
 
 
 
Conforme ensina Carlos Roberto Gonçalves: 
 
Se, no entanto, os referidos sobrinhos forem falecidos, seus filhos, 
sobrinhos-netos do falecido, nada herdam, a despeito de serem 
parentes em quarto grau, porque o direito de representação, na 
conformidade do disposto no art. 1.840 do Código Civil, só é concedido 
aos filhos, e não aos netos de irmãos, seguindo-se mais uma vez o 
princípio de que os parentes mais próximos excluem da sucessão os 
mais remotos. (GONÇALVES, 2012) 
 
Assim, o direito de representação não se estende aos sobrinhos-netos do 
falecido, mas somente aos sobrinhos; conforme já decidiu o Superior Tribunal de 
Justiça: 
A Turma negou provimento ao recurso com o entendimento de que, 
embora fosse o pai da recorrente sobrinho da inventariada, ele já havia 
falecido, e o direito de representação, na sucessão colateral, por 
expressa disposição legal, limita-se aos filhos dos irmãos, não se 
estendendo aos sobrinhos-netos, como é o caso da recorrente” (STJ, 
REsp 1.064.363/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 11.10.2011). 
 
Portanto, a lei proíbe que haja direito a representação dos sobrinhos netos; e 
também não há para os primos, que são os colaterais de grau mais remoto do que os 
irmãos e os tios, e assim excluído por estes. Nesse sentido: 
 
Direito de representação na linha colateral que se dá apenas aos tios 
da falecida habilitação dos agravantes. Inadmissibilidade, tendo em 
vista que eles são primos da de cujus. Parentes mais próximos 
excluem os mais remotos. Exegese dos artigos 1.840, 1.843 e 1.853, 
ambos do Código Civil. Descabimento. Recurso improvido” (TJSP, 
Apelação 0027503-13.2011.8.26.0001, Acórdão 6682809, 2.ª Câmara 
de Direito Privado, São Paulo, Rel. Des. Giffoni Ferreira, j. 23.04.2013, 
DJESP 13.05.2013). 
 
Assim, o direito de representação fica restrito ao disposto na lei, e os mais 
próximos excluindo os mais remotos. 
Deve-se lembrar que no direito de representação sucessória, os 
representantes só podem herdar o que o representado herdaria se vivo estivesse, nos 
termos do Artigo 1.854 do Código Civil; mas o dispositivo não deve ser aplicado, na 
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representação transversal, se todos os irmãos do falecido renunciarem à herança, não 
se cogitando, nesse caso, o direito de representação. 
Resumindo, os sobrinhos do falecido herdam todos por direito próprio, por 
cabeça, e não por estirpe. 
2ª Regra 
o artigo 1.841 do Código Civil estabelece que, concorrendo à herança do falecido 
irmãos bilaterais ou germanos com irmãos unilaterais, cada um destes herdará 
metade do que cada um daqueles herdar 
 
Os irmãos bilaterais ou germanos são aqueles commesmo pai e mesma mãe; 
já os irmãos unilaterais ou meios-irmãos são aqueles com mesmo pai ou mesma mãe. 
Se a identidade for de pai, os irmãos são unilaterais consanguíneos; se de mãe, os 
irmãos são unilaterais uterinos. 
Para parte da doutrina, a norma é inconstitucional, ao trazer o tratamento 
diferenciado entre os irmãos, o que não seria admissível pelo princípio constitucional 
da igualdade entre os filhos, previsto no Artigo 227, § 6.º, da Constituição Federal e 
do Artigo 1.596 do Código Civil. 
Mas há outra parte da doutrina que entende que não há qualquer 
inconstitucionalidade, como ensina Flavio Tartuce: 
 
Na opinião deste autor, não há qualquer inconstitucionalidade nesse 
artigo privado, por suposta discriminação aos irmãos. De início, 
destaque-se que a norma se refere a irmãos, e não a filhos, não sendo 
o caso de invocar o art. 227, § 6.º, da CF/1988 e o art. 1.596 do 
CC/2002, que tratam da igualdade entre os descendentes de primeiro 
grau. Em complemento, o dispositivo parece estar situado na segunda 
parte da isonomia constitucional (art. 5.º, caput, da CF/1988), na 
especialidade, eis que a lei deve tratar de maneira igual os iguais e de 
maneira desigual os desiguais, de acordo com as suas desigualdades. 
(TARTUCE, 2017)2 
 
Assim para essa parte da doutrina, a constitucionalidade está na igualdade 
entre os filhos nas relações de filiação, mas não aos irmãos entre si; por isso não há 
impedimento para que haja distinção na sucessão dos colaterais. E que, ainda, está 
 
2 TARTUCE, Flávio. Direito Civil, v. 6: direito das sucessões– 10. ed. rev., atual. e ampl. – Rio 
de Janeiro: Forense, 2017. Pág. 146. 
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se tratando desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade; ou seja, se 
há duplo laço sanguíneo (pai e mãe) a ligar os irmãos seria justo que recebam o dobro 
do que cabe ao irmão ligado por laço simples (pai ou mãe). 
E, por fim, a inconstitucionalidade não se presume; só pode ser declarada 
quando for flagrante a ofensa à Constituição; fato que ainda não aconteceu com 
relação a sucessão dos colaterais. 
3ª Regra 
não concorrendo à herança irmão bilateral, os irmão unilaterais herdarão em partes 
iguais, conforme o Artigo 1.842 do Código Civil. 
 
 
Aplica-se essa regra também quando concorrem unicamente irmãos 
germanos ou bilaterais, isso porque embora sobrinhos e tios sejam parentes colaterais 
em terceiro grau, a lei dá preferência aos primeiros, ou seja, à energia mais nova. 
Mas, como corolário da regra estabelecida no art. 1.841, “se concorrerem 
filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a 
metade do que herdar cada um daqueles” (§ 2º). 
4ª Regra 
na falta de irmãos, herdarão os filhos destes, ou seja, os sobrinhos. E na falta 
dos sobrinhos, herdarão os tios; conforme o caput do artigo 1.843 do Código 
Civil. 
 
 
Assim, os sobrinhos têm prioridade sobre os tios, por opção legislativa que 
remonta ao Direito Romano, mais especificamente às Novelas CXVIII (543 d.C.) e 
CXXVII (548 d.C.) de Justiniano; apesar de serem parentes de mesmo grau 
transversal ou colateral (terceiro grau). 
E essa regra já estava presente no artigo 1.617 do Código Civil de 1916 e no 
artigo 1.843 do Código Civil de 2002. 
 
5ª Regra 
Camila Lopes Anacleto Miranda - 10514954663
 
 
 
se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça, ou 
seja, por direito, e não por direito de representação, conforme § 1.º do Artigo 1.843 do 
Código Civil. 
 
6ª Regra 
se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes 
herdará a metade do que herdar cada um daqueles, nos termos do § 2.º do Artigo 1.843 do 
Código Civil. Trata-se mais uma vez da natural da distinção entre os irmãos, diferenciando-
se, assim, o meio-sobrinho do sobrinho com duplo vínculo. 
 
 
7ª Regra 
se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual, 
conforme preceitua o § 3.º do Artigo 1.843 do Código Civil. Isso porque os sobrinhos são 
todos de mesma qualificação, não há que fazer qualquer discrepância sucessória quanto 
aos valores recebidos, assim como acontece com os irmãos. 
 
 
Portanto, não havendo sobrinhos, chamam-se os tios do falecido, e depois os 
primos-irmãos, sobrinhos-netos e tios-avôs, que são parentes colaterais em quarto 
grau. 
Por não existir representação, sucedem por direito próprio, herdando todos 
igualmente, sem qualquer distinção; uma vez que os colaterais até o quarto grau 
(irmãos, sobrinhos, tios, primos, tios-avôs, sobrinhos-netos) são herdeiros legítimos, 
nos termos do artigo 1829, IV do Código Civil, mas não são herdeiros necessários 
previstos no artigo 1.845 do Código Civil. 
Assim, o autor da herança pode excluí-los da sucessão; basta que faça 
testamento dispondo de todo o seu patrimônio sem os contemplar, em conformidade 
com o artigo 1.850 do Código Civil. 
Como o Código Civil de 2002, a exemplo do Código Civil de 1916, não traz 
qualquer regra a respeito dessa última hipótese, de convocação dos colaterais de 
quarto grau, a doutrina continua concluindo que a sucessão deve se dar de forma 
Camila Lopes Anacleto Miranda - 10514954663
 
 
 
igualitária, por direito próprio de cada parente de quarto grau; nunca se dando a favor 
deles o direito de representação. 
A solução da doutrina tem por base o princípio da proporcionalidade, e uma 
vez que a lei é omissa, serve como socorro artigo 4.º da LINDB; ou seja, não havendo 
analogia ou costume, busca-se solução nos princípios jurídicos, caso do regramento 
em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
DIAS, Maria Berenice 
Manual de direito das famílias I Maria Berenice Dias. 10. ecl. rev., atual. e 
ampliada. -- São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil Brasileiro: Direito de Família, Vol.7. 
15ª Ed. Saraiva. 2012. 
 
TARTUCE, Flávio. Direito Civil, v. 6: direito das sucessões– 10. ed. rev., atual. 
e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
 
 
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