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Interpretação de exames Hemograma • Análise quantitativa/ qualitativa dos elementos figurados do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas) • A coleta do sangue permite a avaliação renal, tireoidiana, hormonal, IAM • Técnica manual (microscópio) e automatizada • Automatizada – mais rápida, entretanto não é possível uma análise completa em muitos casos, por isso a análise microscópica é utilizada • Muitas vezes, a conferência manual não é realizada, por isso, os exames laboratoriais alterados pela primeira vez devem ser repetidos • Coleta em tubo com anticoagulante (edta) – tampa roxa • O anticoagulante é necessário • Pseudo-plaquetograma – ocorre em casos no qual o sangue é processado na máquina em um período prolongado após a coleta, gerando o agregamento das plaquetas • Repetição da amostra ou troca do tubo Eritrograma • Hemoglobina – responsável pela definição de anemia • OMS -> Hb de 12 na mulher e de 13 no homem • HEMOCE -> é necessária uma Hb de 12,5 para mulher na doação de sangue, haja vista a questão fisiológica do ciclo menstrual • Homem – Hb de 13-16,5 g/dL • Mulher – Hb de 12-16 g/dL • Gestante – Hb > ou igual a 11 g/dL • Criança – Hb > ou igual a 11 g/dL • Hematócrito – relação de 3x em relação a hemoglobina • Relação da concentração de hemácias/volume sanguíneo do paciente – é baseada no processo de decantação das células vermelhas • Perda de volume sanguíneo -> gera hemoconcentração, aumentando o hematócrito • É comum na dengue • Desidratação (paciente pálido, entretanto sem anemia) -> gera o aumento da hemoglobina e do hematócrito • A expansão volêmica redistribui as hemácias, indicando o valor real da hemoglobina Avaliação qualitativa • Volume corpuscular médio (VCM) • Referência: 80-96fl • Microcítica – anemia ferropriva • Macrocítica – anemia megaloblástica (deficiência de vitamina B12) • Hemoglobina corpuscular média (HCM) • Referência: 28-32pg • Mede a coloração da hemácia, ou seja, o seu tom de vermelho • Hemácia pálida – hipocromia (anemia ferropriva) • Concentração de hemoglobina corpuscular média (chcm) • Referência: 32-36g/dl • Divisão do VCM/HCM Yarlla Cruz Dr Emmanuel • Não é muito utilizada na prática • Red distribution width (RDW) • Referência: 11-15% • É a variação do tipo de hemácias • Na produção de hemácias, existe a presença de defeitos, como o tamanho • Margem de erro de até 15% na produção - é fisiológico • Acima desse valor – ATENÇÃO • É comum na anemia ferropriva – a falta de ferro torna a eritropoiese ineficiente, alterando a forma das células Leucograma • Avaliação do sistema imune • Relacionado a infecções, auto- imunidade Polimorfonucleares (granulócitos) • 1. Neutrófilos • Abaixo de 1500 – neutropenia • Leve – 1000-1500; apresenta correlação familiar e quando está presente em exames de rotina sem a presença de sintomas, pode indicar uma neutropenia étnica benigna que está associada a miscigenação brasileira • Moderada – 500-1000 • Grave – abaixo de 500 • 2. Eosinófilos • 3. Basófilos Mononucleares • 1. Linfócitos • Abaixo de 1000 – linfopenia; HIV; LES • 2. Monócitos • 3. Plasmócitos – está alterada em casos de mieloma múltiplo, originando uma plasmocitose • Basófilos, plasmócitos são pouco representativos no hemograma e quando aparecem, geralmente são patológicos • O hemograma deve andar sempre com a clínica do paciente !! Leucocitose • É o aumento de células • Células jovens/primitivas (blastos) – estão presente nos casos de leucemia • Todas as pessoas apresentam blastos, entretanto o que é patológico é a presença exclusiva de blastos • Desvio à esquerda – alteração na ordem de maturação das células • Corticoide pode promover o aumento dos leucócitos • Célula madura – segmentado • Situações clínicas • Situações de estresse, como infecções aumentam os leucócitos (neutrófilos) de forma relacional – ocorre o recrutamento de células jovens, cujo amadurecimento é comprometido, originando os bastões, mielócitos na corrente sanguínea, alterando a ordem de maturação das células • Desvio à esquerda – alteração na ordem de maturação das células, indicando a presença de mais células imaturas, desviando para a esquerda, sendo clássica de infecções, como a sepse • Principalmente bacteriana (granulações tóxicas) • Inflamações • Artrite/ vasculite • Estresse • Trauma/ queimadura/ exercício Yarlla Cruz • Reacional • Medicamentoso – os corticoides geram leucocitose e por isso, no início do tratamento não é necessário util izar ATB nos casos de leucocitose sem clínica associada • Cirurgia/ neoplasias sólidas • Reação leucemoide = leucócitos > 50.000 (quadro benigno) • O paciente responde de forma exacerbada a leucocitose, entretanto apresenta medula óssea competente, indicando que não é uma leucemia • Se assemelha a leucemia, todavia é um quadro benigno Linfocitose • É o aumento dos linfócitos >5.000 • Fisiológico (abaixo < 12-14 anos) – a linfocitose é fisiológica em crianças • No hemograma da criança -> presença de mais linfócitos do que segmentados • Adolescência -> ocorre o aumento de segmentados e a redução de linfócitos • Infeccão viral • Reacional • Neoplasia (leucemias/ linfomas) Eosinofilia • É o aumento de eosinófilos >500 • Alergia (rinite/ asma/ urticária) • Parasitose/ fungos • Reação medicamentosa • Neoplasias • Reacional/ inflamatório • Primária (Síndrome hipereosinofílica) – é a mais temida, entretanto é pouco encontrada • É marcada pelo aumento de eosinófilos (3000-5000) juntamente com lesão de órgão-alvo • Etiologias semelhantes a basofilia (>200)/ monocitose (>800), mastocitose • A etiologia deve ser investigada, geralmente com alergias e verminoses, aprofundando o estudo de acordo com o caso clínico Leucopenia • Neutropenia • 1.000 – 1.500 -> leve • 500 – 1.000 -> moderada • < 500 = grave (maior risco de infecção) • Neutropenia febril – são pacientes com cânceres, em quimioterapia, marcando uma situação grave • Hepatopatas possuem tendência a neutropenia – presença de varizes de esôfago, hipertensão portal • Linfopenia • Linfócitos <1.000 • Etiologia • Benigna/ familiar/ étnica (negro/ judeus/ árabes/ indianos) – miscigenação • Medicamentoso/ quimioterapia/ agentes tóxicos – uso de metotrexato no tratamento da AR pode causar leucopenia • O metotrexato é um quimioterápico utilizado na oncohemato – o paciente pode apresentar fraqueza, palidez, sangramento, febre, infecção oportunistas e os exames podem mostrar uma pancitopenia • Infiltração medular/ leucemia • Aplasia (alteração da produção medular) / displasia/ mielofibrose • Nutricional (vitamina b12/ ácido fólico) • Anemia megaloblástica – pode originar leucopenia, pancitopenia, haja vista a falta de componentes para a hematopoiese • Infecções (virais/ bacterianas) Yarlla Cruz • Auto-imunidade • Hereditária/ imunodeficiência Plaquetograma • Avaliação quantitativa plaquetária • Importância na hemostasia primária – contenção de sangramento • Fatores de coagulação – hemostasia secundária • A lesão vascular estimula a vasoconstrição e as plaquetas (hemostasia primária) aderem a parte lesada • O trombo é instável e por isso, necessita de uma rede de fibrina para a estabilização do trombo (hemostasia secundária) • Valores de referência: 150.000 – 450.000 • O sangramento é mais comum em casos de plaquetas abaixo de 50.000 • Plaquetopenia • 150.000 – 100.000 = leve • 100.000 – 50.000 = moderada • <50.000 = grave* • 20-30.000 = maior correlação comhemorragia • Etiologias • Agregação pela coleta/ edta • Nutricional • Medicamentoso • Infecção – dengue • Síndrome HELLP – gestante com plaquetopenia • Auto-imunidade – LES, colagenose, AR, LES, vasculite • Cirrose • Aplasia/ displasia/ neoplasia infiltrativa • Hiperesplenismo • PTI (púrpura trombocitopênica imune) – surge após quadros infecciosos • PTT (púrpura trombocitopênica trombótica) – é uma situação mais rara e urgência hematológica, necessitando de plasmaferese • Plaquetose/ trombocitose • Plaquetas > 450.000 • Etiologias • Reacional (anemia ferropriva/ infecção) • Medicamentoso – corticoide (demonstra que o fármaco está funcionando) • Neoplasia mieloproliferativa Yarlla Cruz
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