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Procedimentos em Falta Grave

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2ª FASE – DIREITO DO TRABALHO
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
► PRAZO
Art. 494, CLT. O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas
a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da
acusação.
Parágrafo único. A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo.
Art. 853, CLT. Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado
garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo
de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.
Súmula nº 403, STF
É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a contar da
suspensão, por falta grave, de empregado estável.
► PROCEDIMENTO
→ será ajuizada na Vara do Trabalho;
→ a petição inicial deverá ser escrita;
→ poderão ser ouvidas até 6 testemunhas.
► SENTENÇA
Art. 495, CLT. Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o
empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no
período da suspensão.
Art. 496, CLT. Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau
de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa
física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos
termos do artigo seguinte.
AÇÃO RESCISÓRIA 
Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já
decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação
rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio
de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do
autor. 
► COMPETÊNCIA
► LEGITIMIDADE
Art. 967, CPC. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I. quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II. o terceiro juridicamente interessado;
III. o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a
fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV. aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Súmula nº 406 do TST
I. O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da
demanda, porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não
admite solução díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já
em relação ao polo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de
autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do
litígio, pois não se pode condicionar o exercício do direito individual de um dos
litigantes no processo originário à anuência dos demais para retomar a lide. 
II. O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos
fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na
ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados
substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário. 
► PRESSUPOSTOS
→ trânsito em julgado; e
→ decisão: de mérito ou destituída de mérito, desde que impeça nova propositura da
demanda ou a admissibilidade do recurso correspondente. 
Súmula nº 299 do TST
I. É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado
da decisão rescindenda. 
II. Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento
comprobatório, abrirá prazo de 15 (quinze) dias para que o faça (art. 321 do CPC de
2015), sob pena de indeferimento.
III. A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto
processual indispensável ao tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual
trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não reabilita a ação
proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória
preventiva. 
IV. O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se
efetivamente ocorrido, não permite a formação da coisa julgada material. Assim, a
ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, por carência de
ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida. 
Art. 966, § 3º, CPC. A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da
decisão.
 
► PRAZO
Art. 975, CPC. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito
em julgado da última decisão proferida no processo.
Súmula nº 100, TST
IX. Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subsequente, o prazo
decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses,
feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense.
Aplicação do art. 775 da CLT. 
I. O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente
subsequente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de
mérito ou não. 
III. Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a
interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial. 
VI. Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente
começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a
partir do momento em que tem ciência da fraude. 
X. Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal
previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas
todas as vias recursais ordinárias. 
IV. O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com
a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de outros elementos dos
autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" do prazo decadencial. 
VII. Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após
afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a
causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato
julgamento. 
II. Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em
momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação
rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de
preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese
em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o
recurso parcial. 
► ACORDO JUDICIAL
Súmula nº 259, do TST
Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo
único do art. 831 da CLT.
Súmula 100, TST
V. O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do
art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua
homologação judicial. 
Art. 966, §4º, CPC. Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por
outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos
termos da lei.
► HIPÓTESES DE CABIMENTO
Art. 966, CPC. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I. se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do
juiz;
II. for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III. resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusãoentre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV. ofender a coisa julgada;
V. violar manifestamente norma jurídica;
VI. for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII. obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
VIII. for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
► DEPÓSITO PRÉVIO
→ 20% sobre o valor da causa;
→ Processo civil – 5% sobre o valor da causa.
► PROCEDIMENTO
→ Petição inicial.
→ Citação.
→ Contestação.
→ Razões finais.
→ Julgamento.
→ Execução.
► RESCISÓRIA DA RESCISÓRIA
Súmula nº 400 do TST
Em se tratando de rescisória de rescisória, o vício apontado deve nascer na decisão
rescindenda, não se admitindo a rediscussão do acerto do julgamento da rescisória
anterior. Assim, não procede rescisória calcada no inciso V do art. 966 do CPC de 2015
(art. 485, V, do CPC de 1973) para discussão, por má aplicação da mesma norma
jurídica, tida por violada na rescisória anterior, bem como para arguição de questões
inerentes à ação rescisória primitiva. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA
Art. 1º. Lei nº 12.016/09. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação
ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça. 
► LEGITIMIDADE ATIVA
→ qualquer pessoa física ou jurídica;
→ litisconsórcio ativo;
→ litisconsórcio ativo ulterior;
Art. 10, §2º, Lei nº 12.016/09. O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após
o despacho da petição inicial. 
► LEGITIMIDADE PASSIVA
→ Autoridade coatora, devendo ser indicada a pessoa jurídica a que pertence. 
Art. 1º, §1º Lei 12.016/09. Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas
atribuições. 
§ 2º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados
pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público. 
► COMPETÊNCIA
→ Vara do Trabalho = atos de autoridades que não fazem parte do Poder Judiciário. 
→ TRT = atos dos juízes do trabalho ou do TRT.
→ TST = atos dos Ministros do TST.
► MODALIDADES
❶
❷
► PRAZO
→ 120 dias. Prazo decadencial, contado da ciência, pelo interessado do ato
impugnado. 
► PETIÇÃO INICIAL
→ art. 319, CPC.
OBS: Súmula 415, TST.
Súmula nº 415, TST
Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o art.
321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 1973) quando verificada, na petição inicial do
"mandamus", a ausência de documento indispensável ou de sua autenticação. 
► JUS POSTULANDI
Súmula nº 425 do TST
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal
Superior do Trabalho.
► HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Art. 25 Lei nº 12.016/2009. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a
interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. 
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL
Art. 855-B, CLT. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. 
§1º. As partes não poderão ser representadas por advogado comum. 
§2º. Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.
Art. 855-C, CLT. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art.
477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no §8º art. 477 desta
Consolidação. 
 
Art. 855-D, CLT. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o
acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.
Art. 855-E, CLT. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo
prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. 
 
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em
julgado da decisão que negar a homologação do acordo.

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