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WBA0647_v2.0 Ferramentas digitais de estratégias organizacionais Ferramentas digitais para planejamento e experimentação de soluções e prototipação O que é planejamento e experimentação de protótipos Bloco 1 Rafael Augusto Seixas Reis de Paula Contextualização • Você sabia que até os anos 1990 muitas empresas quando desenvolviam um novo produto faziam pouquíssimos testes para saber se os clientes estariam ou não aptos a adquirir tal inovação? • Isso não era exclusividade brasileira. • Até então, o foco da gestão era padronizar processos, ganhar escalas e reduzir os custos de produção. • As empresas lançavam novos produtos no mercado sem se preocuparem muito com versões preliminares, mais conhecidas como protótipos. Contextualização • Isso parece loucura hoje dia. • Desde 2020, o mercado é muito dinâmico. O mundo hoje é digital. Nossos concorrentes podem estar em qualquer lugar do mundo. • O concorrente de uma loja de equipamentos eletrônicos de uma pequena cidade do interior pode ser uma gigante mundial como a Amazon. • As empresas, então, têm sido mais exigentes. As incertezas são muito grandes para quem vai lançar um novo produto. • Um caminho para minimizar as incertezas de tal lançamento é cuidar com bastante destreza do planejamento e experimentação de protótipos. O que é um protótipo • Em mercados altamente incertos, ganha importância o conceito de MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Minimamente Viável, em português). • MVPs são os protótipos mais simples possíveis capazes de trazerem as funcionalidades ou características centrais para melhor explorarem a proposta de valor de uma inovação, despendendo o mínimo de recursos (RIES, 2012). Explicações iniciais importantes (1 de 3) Visão geral Detalhamento Conceito de prototipagem ou prototipação. Prototipagem é a etapa “na qual as melhores ideias geradas deverão ser transformadas em protótipos que serão úteis para validar a solução proposta junto aos clientes reais” (BOAS, 2018, p. 71). Quadro 1 – Explicações iniciais (parte I) Fonte: elaborado pela autora. Explicações iniciais importantes (2 de 3) Visão geral Detalhamento O que as empresas devem fazer durante a prototipação ou prototipagem? As empresas devem conduzir experimentos junto aos usuários ou potenciais clientes para que esses ofereçam indícios reais sobre o quão confortáveis estão, o quanto o protótipo em análise resolvem seus problemas, o quão útil ele é, dentre outros fatores relevantes (ALMEIDA; ALEIXO, 2020). Quadro 1 – Explicações iniciais (parte II) Fonte: elaborado pela autora. Explicações iniciais importantes (3 de 3) Visão geral Detalhamento O que é a prototipagem ou prototipação em termos práticos? É o cerne do que Brown (2017) chama de testes das potenciais soluções dos problemas ou oportunidades de mercado identificados. Quadro 1 – Explicações iniciais (parte III) Fonte: elaborado pela autora. Ferramentas digitais para planejamento e experimentação de soluções e prototipação Métodos de suporte ao planejamento e experimentação de protótipos Bloco 2 Rafael Augusto Seixas Reis de Paula Dúvidas iniciais • Quais métodos me ajudam a saber se o que estou testando é algo relevante? • Como saber se estou despendendo meus recursos da melhor forma ao longo do desenvolvimento de um novo produto? • Como saber se estou no caminho certo? ? Como lidar com tais dúvidas • Não se desespere. • Dúvidas como essa fazem parte da rotina de quem está envolvido em qualquer teste de protótipo. • É impossível eliminar essas dúvidas. • E agora, o que eu faço? • Existem métodos que irão ajudá-lo a conduzir com mais profissionalismo e, assim, minimizar essas e outras dúvidas. Visão geral dos métodos Technology Roadmapping (TRM) Construir - Medir - Aprender Testes de hipóteses (A/B) É importante para que o nível mais estratégico tenha mais clareza sobre o que os clientes ou usuários irão demandar no longo prazo. É válido para que as equipes gerenciais avaliem o quanto as funcionalidades e características dos MVPs estão alinhadas com as demandas futuras. Tem caráter prático, aplicado aos times de projetos de desenvolvimento de produto para avaliar as hipóteses levantadas sobre as funcionalidades e características incorporadas aos MVPs. Não existe uma lista única com todos os métodos possíveis. Esses três métodos têm contribuído para a melhor condução dos experimentos de protótipos na prática. Technology Roadmapping (TRM) O que é esse método? Principais dúvidas que podem ser respondidas Para saber mais Método de estruturação visual de rotas tecnológicas capaz de apontar as demandas futuras do mercado que devem ser observadas. Quais necessidades do futuro eu posso atender? O que mais os clientes ou usuários irão querer no longo prazo? Mori et al. (2017). Quadro 2 – Caracterização do método TRM Fonte: adaptado de Mori et al. (2017). Construir - Medir - Aprender O que é esse método? Principais dúvidas que podem ser respondidas Para saber mais Método para estruturação dos testes de seus protótipos. São construídas hipóteses para serem mensuradas e avaliadas para extração dos principais aprendizados. Quais são as principais funcionalidades ou características que devem possuir os meus próximos produtos? Quais protótipos eu devo testar? Quais hipóteses eu devo construir? Ries (2012). Quadro 3 – Caracterização da lógica Construir - Medir - Aprender Fonte: adaptado de Ries (2012). Testes de hipóteses (A/B) O que é esse método? Principais dúvidas que podem ser respondidas Para saber mais Método para testar hipóteses a partir de dois grupos de usuários. Um grupo (A) irá avaliar o seu protótipo com as novas características ou funcionalidades, e o segundo grupo (B, grupo controle) sem tais novidades. As novas funcionalidades ou características apresentadas no meu MVP são relevantes? Elas levam, por exemplo, a um aumento das vendas? Em quanto esse aumento pode ser estimado? Thomke (2021). Quadro 4 – Caracterização dos testes de hipóteses (A/B) Fonte: adaptado de Thomke (2021). Ferramentas digitais para planejamento e experimentação de soluções e prototipação Aplicação de ferramentas digitais Bloco 3 Rafael Augusto Seixas Reis de Paula Exemplos de ferramentas • Vamos te apresentar duas dessas ferramentas (Miro e Google Analytics). As opções gratuitas de ambas atendem perfeitamente quem está iniciando os estudos sobre o tema. Miro e Google Analytics precisam ser vistos como complementares, e não como concorrentes. • O Miro é uma ferramenta digital para co-construção de documentos, como são as várias outras lousas digitais. • O Google Analytics é uma ferramenta que te ajuda a obter dados e analisá-los sobre acesso a um site. Se você quer testar, por exemplo, um protótipo (MVP de um site de vendas, ou de uma campanha de marketing) de maneira on-line, o Google Analytics é recomendado. Miro • Basta que o time do projeto esteja logado de maneira síncrona na ferramenta digital, Miro (disponível em miro.com). Suponha que você esteja em um time com cinco membros. • Basta que você e os demais acessem gratuitamente o Miro e escolham a opção de dashboard “Roadmap”. Irá surgir exatamente o template apresentado na figura do slide seguinte. • O roadmap é dividido em vários níveis (linhas verde, laranja, azul e amarelo do slide seguinte) e colunas (linhas do tempo). • Cada time tem total liberdade para escolher quais e quantos níveis usar e qual o período de tempo. • Aconselho usar cinco níveis (demandas de mercado, tipos de produtos, protótipos, competências e recursos) e três níveis de tempo (curto, médio e longo prazo). Mas isso pode variar conforme as características de cada projeto. Miro Figura 1 – Ilustração da estrutura de um Technology Roadmap Fonte: captura de tela de Miro. Quais competências tenho que desenvolver no períodoss 01 e 02?Quaisp protótipos tenho que desenvolver nos períodos 02 e 03? Quaisp produtos tenho que desenvolver nos períodos 04 e 05? Quaisp demandas tenho que atender nos períodos 06 e 07? Google Analytics • Ferramenta gratuita de Marketing Digital. • Basicamente, essa ferramenta é útil para coletar dados de acesso e navegação em sites. • Se uma empresa quer testar um MVP de um novo serviço de venda (por exemplo, um novo site ou um serviço on-line) é possível extrair uma amostra de potenciais clientes e enviar um email direcionado para essas pessoas para acessarem o site ainda na versão MVP. Assim, é possível comparar o acesso delas com o acesso dos demais clientes do site sem as novas funcionalidades. • Base para testes de hipóteses (A/B). Google Analytics Figura 2 – Ilustração de um exemplo de relatório sobre localidade dos usuários nos últimos 30 minutos Fonte: captura de tela de Google Analytics. Teoria em Prática Bloco 4 Rafael Augusto Seixas Reis de Paula Vamos praticar? • Faça um exercício que nos ajuda a entender a lógica de um teste de hipótese. Nesse momento, não estamos interessados nas questões referentes às análises estatísticas. • É preciso focar na lógica do teste de hipótese, pois, ao entendermos a lógica desse teste estamos mais preparados para usá-lo em experimentos de protótipos. • Suponha que você queira ser um desenvolvedor de conteúdo digital (serviço). • Concentre-se em procurar entender inicialmente que tipo de conteúdo profissional pode atrair o interesse das pessoas de sua rede de contatos. • Você não tem ideia alguma e, para isso, fará um primeiro teste com uma versão embrionária (protótipo). Vamos praticar? • Suponha que você tenha a seguinte dúvida: Como divulgar um conteúdo (assunto) profissional relevante nas minhas redes sociais de modo obter uma maior atenção por parte das pessoas que eu conheço? Isso é muito válido hoje em dia, pois existe uma grande exposição nossa por meio das nossas redes sociais (ex.: Instagram; LinkedIn; Twitter; YouTube etc.) • Além disso, existem outras incertezas: Você não sabe, ainda, o tipo de conteúdo (assunto a ser tratado). Você não sabe qual a forma de divulgação do conteúdo (vídeo, áudio ou texto). Você não sabe qual a rede social mais interessante para você (Instagram, LinkedIn, Twitter, YouTube etc.). Vamos praticar? • É preciso fazer o seguinte: Defina um conteúdo (assunto) que gostaria de comunicar em suas redes sociais. Seguem algumas dicas de conteúdo (assunto): como lidar com pessoas; como vender; cuidados ao falar em público; como gerenciar o tempo; como organizar o nosso dia a dia; como saber dizer não às pessoas, entre outras inúmeras opções. Escolha duas formas de divulgação diferentes: vídeo ou áudio (estilo podcast); texto ou áudio; texto ou vídeo. Ou, então, divulgue o mesmo conteúdo (assunto) porem com dois vídeos diferentes, ou dois textos diferentes ou dois áudios diferentes. Atenção! Tem que ser duas formas! Isso é importante para compararmos. Vamos praticar? Exemplo Digamos que você escolheu falar sobre o tema “como organizar melhor o tempo” e irá: a) Divulgar um texto que você achou interessante sobre esse tema (é preciso citar a fonte) no LinkedIn. b) Divulgar um vídeo (é preciso citar a fonte) que você achou interessante sobre esse tema no LinkedIn. Você irá publicar tanto o texto quanto o video em sua página do LinkedIn. Você irá definir, também, um dia e horário para divulgação do material. Por exemplo, no dia 10 você irá divulgar o texto, e no dia 15, o vídeo. Vamos praticar? Exemplo. Tanto para o texto quanto para o video, você irá escolher um período (cinco dias) para avaliar o número de visualizações, de curtidas de comentários (pessoas que gostaram, que discordaram, que trouxeram opiniões complementares etc.). Você irá apontar ao longo de cada dia o número de curtidas, visualizações e os comentários, de modo a complementar o quadro a seguir. Número de visualizações Número de curtidas Número de comentários Dias 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Video Texto Vamos praticar? Exemplo. Agora vem a parte mais importante. É a análise sobre qual forma de divulgação teve mais sucesso. Vídeo ou texto? Digamos que o vídeo tenha conseguido um maior número de visualização, mais curtidas e comentários mais interessantes. Você vai a começar a levantar hipóteses: Por que esse video fez mais sucesso que o texto? Ele é mais didático que o texto? Foi mais objetivo? Teve mais efeitos visuais? O texto é muito longo? O texto é pouco didático ou objetivo? Vamos praticar? Exemplo. Agora, você pode começar a elencar uma série de possibilidades e começar a construir algumas hipóteses do tipo: • Se eu fizer vídeos curtos, dinâmicos e objetivos, é provável obter maior aderência do que se eu fizer textos. Ou então: • Videos curtos geram mais visualizações, porém ,textos longos geram um volume maior de comentários positivos, então, eu devo fazer ambos. Enfim, as hipóteses são fruto de sua análise e permitirão a você melhor direcionar suas atividades de desenvolvedor de conteúdo digital. Crie, ao menos, três hipóteses com base nos dados que você levantou. Norte para a resolução • O mais importante é você conseguir colocar em prática (testar) o que foi proposto de modo a comparar duas alternativas distintas (vídeo versus texto divulgados no Linkedin, por exemplo). • Caso queira, você pode ampliar o prazo de coleta de dados (05 dias para 10 dias) e comparar o volume de visualizações, curtidas e comentários por um prazo mais amplo. Cinco dias é um prazo razoável, mas sinta-se confortável em testar outras possibilidades. • O mais importante é analisar com calma e criar hipóteses interessantes. • Esse exercício é um exemplo típico de protótipo de divulgação de conteúdo digital pelas redes sociais. Ele é simples, prático e gratuito. Dicas do(a) Professor(a) Bloco 5 Rafael Augusto Seixas Reis de Paula Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Leitura Fundamental Indicação de leitura 1 Um dos aspectos mais importantes do planejamento e experimentação de um protótipo é um melhor entendimento sobre como se dará as etapas anteriores à produção em larga escala de um produto. Existem muitas nomenclaturas que, muitas vezes, acabam nos confundindo. Para melhor entender essa questão, vale a pena ler o artigo da Costa e Toledo (2016). Eles fizeram uma ampla revisão da literatura sobre os modelos e atividades do pré-desenvolvimento de um produto. Uma das principais contribuições está no levantamento de métodos e técnicas apropriadas para, por exemplo, as empresas melhor conduziram as etapas de experimentação e desenvolvimento de protótipos. Esse texto está disponível na base de dados da Scielo. Referência COSTA, M. A. B.; TOLEDO, J. C. Análise dos modelos e atividades do pré- desenvolvimento: revisão bibliográfica sistemática. Gestão & Produção, v. 23, p. 704-717, 2016. Indicação de leitura 2 Esse texto está disponível na base de dados da Scielo. Como a internet pode ajudar as empresas a melhor desenvolverem as etapas iniciais do desenvolvimento de um produto inovador, tais como os estágios iniciais de ideação, prototipação e experimentação? Essa é a pergunta centraldo artigo de Grützmann, Zambalde e Bermejon (2019). Os autores analisaram como competição de ideias, plataformas de cocriação e web mining amplamente disponíveis pela internet podem ajudar tais etapas iniciais. Referência GRÜTZMANN, A.; ZAMBALDE, A., L.; BERMEJO, P., H. S. Inovação, Desenvolvimento de Novos Produtos e as Tecnologias Internet: estudo em empresas brasileiras. Gestão & Produção, v. 26, 2019. Dica do(a) Professor(a) Livro: Empreendedorismo e inovação. Esse livro está disponível em nossa Biblioteca Virtual. Ver Unidade 2 (Perspectiva Lean, plano de negócios e metodologias de gestão), p. 67-79. Há muita coisa interessante discutida por Almeida e Aleixo (2020) que retratam melhor o conceito e aplicação da abordagem Lean para o desenvolvimento de novos negócios. Vale a pena reforçar, por exemplo, o entendimento sobre o que é desperdício dentro dessa abordagem e como os autores exploram o conceito de customer centricity, aplicado um exemplo de loja on-line de cosméticos masculinos. Referência ALMEIDA, E. G.; ALEIXO, T. C. N. Empreededorismo e inovação. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. Referências ALMEIDA, E. G.; ALEIXO, T. C. N. Empreededorismo e inovação. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. BOAS, E. P. V. Gestão da Inovação. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. BROWN, T. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. COSTA, M. A. B.; TOLEDO, J. C. Análise dos modelos e atividades do pré-desenvolvimento: revisão bibliográfica sistemática. Gestão & Produção, v. 23, p. 704-717, 2016. GRÜTZMANN, A.; ZAMBALDE, A., L.; BERMEJO, P., H. S. Inovação, Desenvolvimento de Novos Produtos e as Tecnologias Internet: estudo em empresas brasileiras. Gestão & Produção, v. 26, 2019. MORI, S. S. O. et al. Technology Roadmapping, um método para apoiar a gestão tecnológica. Revista Gestão & Tecnologia, 17(2), p. 233-251, 2017. RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012. THOMKE, Stefan H. A cultura da experimentação: como os experimentos nos negócios podem melhorar sua capacidade de inovação. São Paulo, Saraiva Educação, 2021. Bons estudos!
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