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1 MÍDIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM (EEL0101/5675164) 9001 Professor: 2 DEFINIÇÃO Apresentação das dimensões pedagógica, comunicacional e tecnológica do design de aprendizagem e conteúdo, bem como das variáveis essenciais de gestão de projetos e planejamento. PROPÓSITO Compreender a multidimensionalidade do design de aprendizagem e conteúdo que possibilita desenhar estratégias educacionais e materiais didáticos com qualidade. INTRODUÇÃO VOCÊ SABE O QUE É DESIGN DE APRENDIZAGEM E CONTEÚDO? Todas essas afirmativas estão certas! De fato, o design de aprendizagem e conteúdo envolve a criação de soluções de maneira intencional e sistemática para facilitar a aprendizagem, tornando, com isso, os cursos de ensino a 3 distância ou semipresenciais menos chatos. Para ficar mais claro, vejamos uma definição de design de aprendizagem: AÇÃO INTENCIONAL E SISTEMÁTICA DE ENSINO, QUE ENVOLVE O PLANEJAMENTO, O DESENVOLVIMENTO E A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS, TÉCNICAS, ATIVIDADES, MATERIAIS, EVENTOS E PRODUTOS EDUCACIONAIS EM SITUAÇÕES DIDÁTICAS ESPECÍFICAS, A FIM DE FACILITAR A APRENDIZAGEM HUMANA A PARTIR DOS PRINCÍPIOS DE APRENDIZAGEM E INSTRUÇÃO CONHECIDOS. FILATRO (2004, p. 215) COMO FAZER O DESIGN DE APRENDIZAGEM E CONTEÚDO? Para isso, é importante conhecer os aspectos pedagógicos que envolvem as situações de aprendizagem. Por isso, a partir de agora você irá conhecer a forma como os objetivos de aprendizagem são estabelecidos, os diferentes tipos de conteúdos e atividades, as abordagens e as estratégias educacionais, a importância do diálogo e da tecnologia no processo de aprendizagem e a relevância do planejamento. Vamos começar! ASPECTOS PEDAGÓGICOS Como você já viu, a primeira coisa que precisamos ter em mente ao elaborar um design de aprendizagem e conteúdo são os aspectos pedagógicos envolvidos. Afinal, não vamos trabalhar com qualquer tipo de conteúdo ou atividade, mas com recursos educacionais que têm um propósito claro, uma finalidade definida, uma intencionalidade pedagógica. Os conteúdos e as atividades devem, portanto, contribuir para o alcance dos objetivos de aprendizagem. Há diferentes naturezas de conteúdos: A eles correspondem atividades e estratégias de aprendizagem que, por sua vez, remetem a abordagens educacionais, como o comportamentalismo, o cognitivismo, o socioconstrutivismo e o conectivismo. E, não importa qual seja a abordagem adotada, uma das tarefas do design de aprendizagem é mapear e organizar os tópicos dos conteúdos de determinada área de conhecimento, utilizando, para isso, estratégias, como os mapas mentais, entre outras. 4 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM A intencionalidade pedagógica é expressa por objetivos de aprendizagem a serem atingidos. Um objetivo de aprendizagem é algo que se deseja alcançar e, de acordo com Filatro (2016), pode ser definido a partir de um amplo levantamento das necessidades de aprendizagem, resultando em uma organização curricular descrita formalmente, ou pode ser apenas o objetivo pontual de alguém que deseja, por livre e espontânea vontade, saber, fazer ou ser algo. A partir da década de 1950, surgiram classificações para descrever os objetivos educacionais. Uma das mais conhecidas é a taxonomia de objetivos de Benjamin Bloom, que se apoia em três domínios de aprendizagem: BENJAMIN BLOOM Benjamin Samuel Bloom (1913-1999) foi um psicólogo educacional americano que fez contribuições para a classificação dos objetivos educacionais e para a teoria do aprendizado de domínio. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM AFETIVO javascript:void(0) 5 Relaciona-se ao modo de lidar emocionalmente com sentimentos, valores, apreciação, entusiasmo, motivação e atitude, envolvendo habilidades como apreciação estética, compromisso e consciência. COGNITIVO Refere-se à recuperação ou ao reconhecimento da informação e ao desenvolvimento da compreensão e de habilidades intelectuais. PSICOMOTOR Diz respeito ao movimento físico, à coordenação e ao uso de habilidades motoras, desenvolvidas pela prática e avaliadas em termos de velocidade, precisão, distância, procedimentos ou técnicas de execução. Bloom (1979) foi mais detalhista no domínio cognitivo, distinguindo seis habilidades cognitivas em graus crescentes de complexidade. Em 1990, a classificação passou por um processo de revisão até ser publicada em 2001 por Lorin W. Anderson e David R. Krathwohl (1921-2016), este último o coautor da versão original. Na taxonomia revisada, o tipo de conhecimento passou a ser designado por substantivos e os processos para atingi-lo passaram a ser descritos por verbos, como você pode ver a seguir. Figura 1 – Taxonomia dos objetivos de aprendizagem. Fonte: Filatro (2019). VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO! IMAGINE QUE VOCÊ ESTÁ CRIANDO UMA SOLUÇÃO DE APRENDIZAGEM PARA O CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. O ALUNO PRECISA APRENDER A DETERMINAR OS TIPOS DE MATERIAIS ADEQUADOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA PONTE E, POR ISSO, O CONTEÚDO QUE VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO FALA SOBRE A RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS E ABORDA INFORMAÇÕES SOBRE OS MATERIAIS, OS CÁLCULOS E AS SITUAÇÕES DE APLICAÇÃO. 6 DE ACORDO COM A TAXONOMIA DE BLOOM, QUAIS TIPOS DE CONHECIMENTOS VOCÊ PODERÁ TRABALHAR? Conhecimento, compreensão e aplicação. Conhecimento, compreensão, aplicação, análise e síntese. Conhecimento, compreensão, aplicação e análise. De acordo com o contexto apresentado, o aluno primeiro precisa conhecer e compreender os conceitos, que são as informações sobre os materiais e as suas características . Posteriormente, ele irá compreender como realizar os cálculos e, em seguida, praticá-los. As fases de análise e de síntese acontecem com a aplicação dos conhecimentos, quando o aluno será colocado diante de situações que deverá analisar e sugerir aplicações de materiais, avaliando se as suas escolhas estão corretas. Percebeu como em apenas uma situação de aprendizagem estão presentes diferentes tipos de conhecimento? Isso acontece porque o design de aprendizagem e conteúdo como um todo é guiado por esses objetivos, como veremos na seção a seguir. CONTEÚDOS EDUCACIONAIS O QUE SÃO CONTEÚDOS EDUCACIONAIS? COPIAR TABELA 7 Para Zabala (1998), conteúdo educacional é tudo aquilo que uma pessoa deve aprender, desde conceitos, princípios, enunciados e teoremas das matérias clássicas até o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, interpessoais e de inserção social. Avançando um pouco mais nessa definição, o autor propõe uma tipologia dos conteúdos, disposta no resumo a seguir. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 1 – Tipologia de conteúdos educacionais. Fonte: Adaptado de Filatro (2016). A essa tipologia, agrega-se o conceito de conhecimento metacognitivo, ou seja, tanto o conhecimento cognitivo em geral quanto a consciência da aprendizagem individual. Segundo Ferraz e Belhot (2010), essa categoria tem se tornado cada vez mais importante na área educacional, uma vez que a possibilidade da autoaprendizagem e da autonomia de aprender devem ser cada vez mais conscientes e passíveis de medição. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM Para ser aprendido, um conteúdo requer alguma ação das pessoas sobre ele. Então, é importante entender um conceito relacionado – o de atividade de aprendizagem. O QUE É ATIVIDADE? 8 Falando em termos genéricos, atividade é algo realizado por alguém a fim de alcançar um propósito No contexto pedagógico, atividade de aprendizagem é uma ação intencional, desempenhada por alguém, visando a um objetivo de aprendizagem. Ao desenvolver um conteúdoeducacional, portanto, é preciso planejar de que forma se dará a interação das pessoas com esses conteúdos. COMO CONSIDERAR QUE ALGUÉM DE FATO APRENDEU ALGO? No que diz respeito aos conteúdos conceituais, considera-se que uma pessoa aprendeu um fato se ela for capaz de recordá-lo e reproduzi-lo, de preferência de forma literal. Esse tipo de conteúdo é aprendido basicamente por meio de atividades de repetição verbal e cópia, visando à sua integração com a memória de longo prazo e à recuperação automática da informação. Por outro lado, não é possível afirmar que alguém aprendeu um conceito ou princípio se não entendeu seu significado. Aqui não é suficiente repetir uma definição, mas são necessárias atividades complexas que provocam elaboração e construção pessoal do conhecimento. Esse tipo de aprendizagem conceitual nunca pode ser considerado concluído, porque sempre existe a possibilidade de ampliar ou aprofundar a aprendizagem e torná-la mais significativa. Os conteúdos procedimentais são aprendidos pela realização de ações, algumas delas exercitadas repetidas vezes para alcançar o domínio de determinado procedimento (especialmente no caso de procedimentos algorítmicos). No caso de ações mais complexas (heurísticas), torna-se necessário não apenas realizar ações, mas também refletir sobre elas e aplicá- las a contextos diferenciados que agreguem situações nem sempre previsíveis. javascript:void(0) 9 Fonte:Shutterstock HEURÍSTICAS Possui a mesma raiz da palavra heureca (“encontrei”), referindo-se à solução de um problema de forma automática (ainda que após imenso esforço, sem sucesso, para resolvê-lo). As habilidades heurísticas dizem respeito à sua capacidade de buscar elementos de sua formação mais ampla e, com criatividade, resolver problemas, em vez de apenas seguir procedimentos previamente estabelecidos. QUER VER UM EXEMPLO DE APRENDIZAGEM DE CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS? Se um indivíduo é capaz de, em uma atividade de Geometria, aplicar o teorema de Pitágoras a quaisquer situações em que haja um triângulo retângulo como parte do processo de solução, ele estará manifestando a aprendizagem de conteúdos procedimentais. Fonte:Shutterstock Os conteúdos atitudinais podem ser identificados no indivíduo que, tendo aprendido pela educação familiar ou pelo ensino escolar o valor do respeito às pessoas e suas especificidades, é capaz de ajudar o colega deficiente físico na aula de Educação Física. Nesse contexto, consideramos que uma pessoa aprendeu um valor, uma atitude ou uma norma quando os interiorizou e elaborou 10 critérios para reger sua própria atuação de forma relativamente constante, sendo capaz de avaliar a atuação das outras pessoas. ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS As atividades de aprendizagem aqui citadas correspondem a estratégias e abordagens educacionais mais amplas, as quais espelham concepções filosóficas sobre o que é o conhecimento. Vamos conhecer as abordagens educacionais que podem ser aplicadas em diferentes contextos. ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA O QUE É? Essa abordagem enfatiza a transmissão de conhecimentos, com o objetivo de alcançar uma aprendizagem que é demonstrada por mudanças externas. A aprendizagem é vista como a construção de associações entre estímulos e respostas, induzida pela repetição e pelo esforço. COMO APLICAR? Aplica-se bem à solução de problemas bem definidos e às tarefas que exigem baixo processamento cognitivo, como no caso dos conteúdos fatuais e dos conteúdos procedimentais motores e algorítmicos. ABORDAGEM COGNITIVISTA O QUE É? Nessa abordagem, a aprendizagem significativa tem menos a ver com o que os alunos fazem e mais com o que eles sabem e como adquirem esse saber. COMO APLICAR? Aplica-se bem à aprendizagem de conceitos e princípios, e também ao conhecimento metacognitivo. Entre as estratégias cognitivistas, podemos citar: Divisão do conteúdo em pequenos chunks (pedaços) Utilização de mapas mentais Uso de organizadores prévios javascript:void(0) 11 ORGANIZADORES PRÉVIOS Materiais introdutórios, apresentados antes dos novos conteúdos, que possam fazer uma ligação com os conhecimentos anteriores dos alunos. Emprego de metáforas METÁFORAS Relação de semelhança entre conceitos abstratos e objetos familiares ou experiências prévias. Representações visuais (gráficos) / Mnemônicos MNEMÔNICOS Combinação de palavras, imagens e números para facilitar o processamento de informações. ABORDAGEM SOCIOCONSTRUTIVISTA O QUE É? Abordagem que entende o conhecimento como uma construção a partir da experiência; a descoberta individual é suportada pelo ambiente social e suas múltiplas perspectivas; o conflito cognitivo é um estímulo à aprendizagem; as situações do mundo real não têm soluções predeterminadas e bem definidas, portanto, é necessário identificar onde e quando as habilidades serão utilizadas e situar as experiências de aprendizagem em um contexto relevante. COMO APLICAR? Essa abordagem utiliza as metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas, em projetos, em pesquisa e os estudos de caso, que são adequados para a aprendizagem de domínios pouco ou mal estruturados, onde há muito espaço para negociação de significados entre múltiplas perspectivas e interpretação pessoal da realidade. ABORDAGEM CONECTIVISTA O QUE É? javascript:void(0) javascript:void(0) 12 Essa abordagem propõe uma Pedagogia para a era digital. Considera a aprendizagem que ocorre não apenas de forma autodirecionada e autônoma, no ritmo e segundo os interesses individuais, mas também fora das pessoas e nas organizações. Mattar (2013) afirma que o conhecimento não é adquirido de maneira linear, visto que a tecnologia realiza muitas das operações cognitivas anteriormente desempenhadas pelos aprendizes (como, por exemplo, o armazenamento e a recuperação da informação) e, em muitos casos, o desempenho é necessário na ausência de uma compreensão completa. COMO APLICAR? As estratégias conectivistas valorizam a aprendizagem em rede, em que são fornecidos recursos variados – ora conteúdos, ora atividades, ora pessoas –, sendo a exploração desses recursos mais importante do que a assimilação de algum conteúdo particular. A comunidade desempenha um papel crucial, seja para fornecer exemplos e apoio, seja para gerar dados que retroalimentam o sistema de aprendizagem digital. VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO! UM PROFESSOR DE FILOSOFIA QUE DESEJA TORNAR O APRENDIZADO DOS SEUS ALUNOS MAIS SIGNIFICATIVO PODERÁ UTILIZAR QUAL ABORDAGEM EDUCACIONAL, UMA VEZ QUE A FILOSOFIA TRAZ INÚMEROS CONCEITOS E PRINCÍPIOS? Abordagem cognitivista. Abordagem conectivista. Abordagem socioconstrutivista. GABARITO Um professor de Filosofia que deseja tornar o aprendizado dos seus alunos mais significativo poderá utilizar qual abordagem educacional, uma vez que a Filosofia traz inúmeros conceitos e princípios? A alternativa "A " está correta. A abordagem cognitivista, nesse caso, seria a mais adequada, pois os conteúdos filosóficos tratam de inúmeros conceitos e princípios que se relacionam entre si. Como estratégia, o professor poderá dividir o conteúdo em pequenos pedaços, utilizar mapas mentais, organizadores prévios, metáforas, dentre outras estratégias. 13 Para saber mais sobre as abordagens e estratégias educacionais, assista ao vídeo a seguir. MAPEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS Independentemente da abordagem ou estratégia educacional adotada para compor as estratégias de aprendizagem, os conteúdos precisam ser mapeados e organizados com base nos objetivos de aprendizagem (e nas características do público-alvo identificadas na fase de análise do design instrucional). COMO REALIZAR ESSE MAPEAMENTO? Para realizar o mapeamento dos conteúdos, é necessário ter a compreensão abrangente,atualizada e integrada de uma área de conhecimento ou de uma prática profissional, considerando: SUAS TEORIAS SEUS AUTORES SUAS PERSPECTIVAS 14 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ESTADO DA ARTE Esse mapeamento pode ser expresso de forma tão simples como uma lista de tópicos ou tão complexa quanto um mapa mental tridimensional, o qual é uma representação gráfica semelhante a um diagrama, que mostra as relações entre um conjunto de tópicos-chave de uma área de conhecimento, incluindo desde os conceitos mais abrangentes até os mais específicos, como exemplificamos a seguir. Figura 2 – Exemplo de mapa mental. Fonte: Filatro (2016). ATENÇÃO Utilizar mapas mentais para registrar tópicos de conteúdo e suas relações é apenas uma parte do desafio de design. Dependendo do tipo de conteúdo a ser aprendido, do perfil do público e dos objetivos de aprendizagem em questão, é necessário prover algum tipo de sequenciamento para a interação dos alunos, ou seja, ordenar os conteúdos de tal maneira que eles ajudem o aprendiz a atingir os objetivos de aprendizagem. Vejamos um exemplo: Fonte:ShutterstockFonte: Shutterstock / Para alguns conteúdos, como os procedimentais, a sequência é sugerida pela sucessão natural ou lógica das ações que compõem o procedimento. 15 Outros conteúdos, porém, têm um encadeamento menos evidente e podem ser organizados de maneiras diversas e igualmente efetivas. Para Wurman (1991), as diferentes formas de organizar um conteúdo podem ser resumidas na sigla LATCH, como pode ser observado a seguir: LOCAL Agrupamento por localização geográfica ou geométrica (mapas). ALFABETO Agrupamento por ordem alfabética (lista telefônica). TEMPO Agrupamento cronológico (períodos históricos e intervalos de tempo). 16 CATEGORIA Agrupamento de bens diversos, genéricos, geralmente de importância similar (verduras, frutas, vitaminas). HIERARQUIA Agrupamento por atribuição de peso ou valor (do maior para o menor, do mais claro para o mais escuro). Uma vez organizados, os conteúdos podem ser sequenciados em módulos, unidades e seções, ou, alternativamente, dispostos em formato de hipertexto para livre navegação pelos alunos. VERIFICANDO O APRENDIZADO COPIAR TABELA 17 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃO COMPLETA DA TABELA UTILIZE A ROLAGEM HORIZONTAL ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A COMBINAÇÃO CORRETA: A-II; B-IV; C-III; D-I A-II; B-III; C-I; D-IV A-I; B-IV; C-III; D-II A-III; B-II; C-I; D-IV 2. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A RESPEITO DOS MAPAS MENTAIS: I. SÃO REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS QUE EVIDENCIAM AS RELAÇÕES ENTRE UM CONJUNTO DE TÓPICOS. II. FAZEM PARTE DAS ESTRATÉGIAS CONECTIVISTAS PARA A APRENDIZAGEM EM REDE. III. PODEM AUXILIAR O REGISTRO DE TÓPICOS DO CONTEÚDO E SUAS RELAÇÕES. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: As afirmações I e II são verdadeiras. 18 As afirmações I e III são verdadeiras. As afirmações II e III são verdadeiras. Somente a afirmativa I é verdadeira. 2. Analise as afirmações a respeito dos mapas mentais: I. São representações gráficas que evidenciam as relações entre um conjunto de tópicos. II. Fazem parte das estratégias conectivistas para a aprendizagem em rede. III. Podem auxiliar o registro de tópicos do conteúdo e suas relações. Reconhecer os aspectos comunicacionais e tecnológicos no design de aprendizagem e conteúdo DIMENSÃO COMUNICACIONAL E TECNOLÓGICA Trataremos das dimensões comunicacional e tecnológica do design de aprendizagem e conteúdo. Para isso, abordaremos os principais elementos da comunicação, especialmente no que diz respeito às mídias e às tecnologias. Considerando as especificidades do design de conteúdos, discutiremos a ideia de diálogo didático simulado, que busca construir, entre quem aprende e quem ensina, uma conversação didática orientada. Diante do cenário de transformações midiáticas e tecnológicas, especialmente as móveis, emerge o conceito de microconteúdo, uma unidade mínima de conteúdo em linguagem textual, visual ou oral, que possibilita aos usuários navegar de um item a outro, estabelecendo seu próprio percurso de construção do conhecimento. MODELO DE COMUNICAÇÃO Vamos começar pensando nos elementos básicos da comunicação, como proposto no modelo clássico de Roman Jakobson. Esse modelo se baseia nos estudos de Shannon e Weaver (1949) sobre a Teoria da Informação e é composto javascript:void(0) 19 por seis elementos. Para entender essa composição, vejamos a situação a seguir: ROMAN JAKOBSON Roman Osipovich Jakobson (1896-1982) foi um pensador russo. É considerado um dos mais importantes linguistas do século XX e um pioneiro da análise estrutural da linguagem, da poesia e da arte. De acordo com a Teoria da Informação, temos aqui seis elementos: EMISSOR Aquele que emite a mensagem. RECEPTOR Aquele que recebe e interpreta a mensagem. MENSAGEM O objeto da comunicação; o conteúdo das informações transmitidas. 20 CÓDIGO O conjunto de signos e regras de combinação desses signos. CANAL O suporte (a mídia) e o serviço de transporte (a tecnologia) pelos quais a mensagem se propaga. REFERENTE O contexto, a situação e os objetos reais aos quais a mensagem se refere. Embora a expansão das tecnologias digitais venha transformando de forma acelerada as relações representadas entre esses elementos, o modelo tem uma função didática que apoia a compreensão dos aspectos comunicacionais 21 envolvidos no design de conteúdos. Aplicando esse modelo à aprendizagem, podemos identificar: EMISSORES Professores e conteudistas que atuam como responsáveis técnico-científicos pelas informações transmitidas, muitas vezes apoiados por uma equipe de design e desenvolvimento, a qual colabora para a autoria e curadoria e para o desenvolvimento da mensagem. MENSAGEM Os conteúdos produzidos em determinada linguagem e veiculados em canal estabelecido. RECEPTORES O aluno individual (no caso do autoestudo), um grupo de alunos (quando se formam turmas de estudo) ou um coletivo (na educação aberta), que compõem o público-alvo dos conteúdos desenvolvidos ATENÇÃO No contexto educacional, pressupõe-se que o processo de comunicação se estabeleça como uma interação dialógica entre quem aprende e quem ensina – interlocutores que buscam juntos atingir objetivos de aprendizagem por meio da mensagem veiculada. DIÁLOGO DIDÁTICO Para Aretio (2001), a interação dialógica que ocorre entre os atores do processo de ensino-aprendizagem denomina-se diálogo didático. Vejamos os tipos de diálogo didático: 22 O diálogo didático pode ser real, quando se realiza face a face. É o que empregamos convencionalmente há séculos na educação presencial. O diálogo didático também pode ser mediado, quando utiliza ferramentas de comunicação síncrona para viabilizar uma conversa simultânea (utilizando telefone ou webconferência), ou ferramentas de comunicação assíncrona, em que a emissão e a recepção da mensagem não ocorrem simultaneamente (caso do correio eletrônico ou dos fóruns de discussão). O diálogo ainda pode ser simulado, quando acontece por meio de suportes de mídia (material impresso, vídeos, áudios e animações). O grande desafio no design de conteúdos educacionais é simular o diálogo didático real que acontece na educação presencial ou o diálogo didático ‒ síncrono ou assíncrono ‒ mediado por tecnologias. Recorremos aqui a um conceito de Holmberg (1983) que, antes mesmo do aparecimento da internet, cunhou a expressão conversação didática orientada para defender a comunicação docente-discente inspirada nas conversas de sala de aula presencial. Veja a seguir os principais postulados desse conceito. O sentimento de que existe uma relaçãopessoal entre quem aprende e quem ensina promove o prazer intelectual e a motivação para estudar. Este sentimento pode ser fomentado mediante conteúdos educacionais bem desenvolvidos e comunicação de mão dupla. 23 O prazer intelectual e a motivação para estudar são favoráveis ao alcance dos objetivos de aprendizagem e ao emprego de processos e estratégias instrucionais adequados. A atmosfera, a linguagem e o contato pessoal favorecem o sentimento de interação e a relação pessoal. Mensagens emitidas e recebidas em forma de conversação são facilmente compreendidas e recordadas. 24 O conceito de conversação pode ser utilizado com sucesso em conteúdos suportados em mídias. É necessário planejar e acompanhar o estudo de quem aprende, relacionando-o aos objetivos de aprendizagem. A ideia não é substituir o diálogo didático que acontece naturalmente entre professor e aluno em uma situação de aprendizagem presencial, mas compensar a ausência da interlocução direta com ganhos que a comunicação mediada pode proporcionar. Para saber mais sobre o diálogo didático, assista ao vídeo a seguir. MÍDIAS E TECNOLOGIAS Mídia é todo suporte que permite a materialização de uma mensagem a ser transmitida. Esse suporte é um objeto físico ou virtual, com um formato específico, que serve para fixar e exibir uma mensagem como, por exemplo, o papel para suportar o texto. 25 A tecnologia é o veículo usado para transmitir a mensagem. Um livro é uma tecnologia que permite distribuir texto. Com o desenvolvimento tecnológico acelerado, as fronteiras entre esses dois termos – mídias e tecnologias – tornam-se cada vez mais tênues. É o caso, por exemplo, das chamadas mídias sociais, que servem como suporte para informações personalizadas, conversas em pequenos grupos ou debates de alcance global, e ainda são tecnologias de difusão de ideias em tempo real, comportando múltiplos formatos e acesso por inúmeros dispositivos, inclusive móveis. No quadro a seguir, Nunes e Gaible (2002) resumem as principais affordances (oportunidades) e limitações das principais linguagens e mídias para apresentação de conteúdos educacionais. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Copiar tabela 26 Quadro 2 – Affordances e limitações das mídias. Fonte: Adaptado de Nunes e Gaible (2002) e Filatro (2018). DIMENSÃO TECNOLÓGICA As tecnologias incrementam a capacidade humana de produzir e veicular as mídias. As tecnologias digitais, particularmente, possibilitam a veiculação de todas as formas de mídia de uma só vez. No campo educacional, o impacto da evolução tecnológica é tão grande que chega a definir padrões de interação com conteúdos, ferramentas e pessoas, como mostram as cinco gerações de tecnologias e seus respectivos modelos educacionais que veremos a seguir. 1ª GERAÇÃO: TECNOLOGIAS DO REPRODUTÍVEL 2ª GERAÇÃO: TECNOLOGIAS DA DIFUSÃO 3ª GERAÇÃO: TECNOLOGIAS DO DISPONÍVEL 4ª GERAÇÃO: TECNOLOGIAS DO ACESSO 5ª GERAÇÃO: TECNOLOGIAS DA CONEXÃO CONTÍNUA 27 De particular interesse por seu caráter inovador, as tecnologias móveis são promissoras: além de portáteis e pessoais, podem apoiar atividades de estudantes, professores, pesquisadores, gestores e outros atores e agentes que atuam no desenvolvimento de novas aprendizagens. No entanto, dadas as peculiaridades da aprendizagem móvel, como tamanho reduzido de tela e de teclado, e a volatilidade com a qual acontecem as interações com os conteúdos, a mensagem educacional a ser transmitida assume a forma de microconteúdo. O QUE É MICROCONTEÚDO? O termo microconteúdo pode ser entendido como um tipo de conteúdo que aborda uma única ideia, um fato ou conceito principal, identificado por um rótulo e um significado claramente reconhecível, escrito e formatado para uso em qualquer lugar, a qualquer momento, com a finalidade de fornecer respostas específicas a perguntas específicas. Existem vários tipos de microconteúdos: infográficos, podcasts, vídeos, páginas wiki, comentários e revisões, postagens em blogs e mensagens curtas nas mídias sociais, incluindo-se nessa definição os recursos digitais compostos por elementos sonoros, gráficos e verbais, comumente criados, publicados e compartilhados na web. A definição de microconteúdo insere-se no universo da hipermídia, definida como a linguagem do ambiente virtual de comunicação. Se na multimídia, graças aos processos de digitalização, qualquer recurso pode ser transmitido na linguagem textual, visual ou oral, na hipermídia – um conceito relacionado ao de hipertexto – os usuários podem navegar de um item a outro, construindo sua própria malha de conexões. VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO! UM DESIGNER EDUCACIONAL PRECISA ELABORAR MATERIAIS INSTRUCIONAIS PARA UM GRUPO DE PROFISSIONAIS DA ÁREA RURAL. ESSE MATERIAL TERÁ CONTEÚDOS BREVES, COM INFORMAÇÕES SOBRE COMO IDENTIFICAR PRAGAS NA PLANTAÇÃO. ESSES MATERIAIS PRECISAM SER OBJETIVOS E ACESSADOS FACILMENTE PARA ATENDER, INCLUSIVE, AO PROFISSIONAL QUE PRETENDE ACESSAR OS MATERIAIS NO MEIO DA PLANTAÇÃO. CONSIDERANDO O QUE VIMOS SOBRE A DIMENSÃO TECNOLÓGICA, QUAL ESTRATÉGIA O DESIGNER PODERÁ ADOTAR? Usar a televisão para criar os cursos, pois é uma tecnologia presente no meio rural. 28 Usar a estratégia de microconteúdos, nesse caso, por meio de infográficos que podem ser carregados no bolso. Usar os computadores para criar os cursos, pois é uma tecnologia de fácil acesso. GABARITO Um designer educacional precisa elaborar materiais instrucionais para um grupo de profissionais da área rural. Esse material terá conteúdos breves, com informações sobre como identificar pragas na plantação. Esses materiais precisam ser objetivos e acessados facilmente para atender, inclusive, ao profissional que pretende acessar os materiais no meio da plantação. Considerando o que vimos sobre a dimensão tecnológica, qual estratégia o designer poderá adotar? A alternativa "B " está correta. Como vimos, o microconteúdo pode ser acessado em qualquer lugar, a qualquer momento, e tem a finalidade de fornecer respostas específicas a perguntas específicas. No contexto do enunciado, o microconteúdo é uma excelente estratégia, pois permite ao profissional em campo acessar facilmente a informação sempre que for necessário. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS NESTE MÓDULO SOBRE A DIMENSÃO COMUNICACIONAL E TECNOLÓGICA DO DESIGN DE APRENDIZAGEM E CONTEÚDOS. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR QUE TRATAM DESSA QUESTÃO: I. TECNOLOGIA É TODO SUPORTE FÍSICO OU VIRTUAL, QUE PERMITE FIXAR E EXIBIR UMA MENSAGEM A SER TRANSMITIDA. II. MÍDIA É O VEÍCULO USADO PARA TRANSMITIR A MENSAGEM. III. MÍDIAS SOCIAIS COMBINAM MÍDIA E TECNOLOGIA, UMA VEZ QUE SERVEM NÃO SÓ DE SUPORTE PARA A INFORMAÇÃO COMO TAMBÉM DE FERRAMENTA DE DIFUSÃO DA MESMA INFORMAÇÃO. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: Somente a afirmação I é verdadeira. Somente a afirmação II é verdadeira. Somente a afirmação III é verdadeira. 29 As afirmativas I e II são verdadeiras. 2. VIMOS NESTE MÓDULO COMO AS GERAÇÕES DE TECNOLOGIA EVOLUÍRAM ATÉ DEFINIR UM MODELO DE APRENDIZAGEM MÓVEL (M-LEARNING), IMPLICANDO TAMBÉM UM NOVO FORMATO DE CONTEÚDO. NESSE CONTEXTO, INFOGRÁFICOS, PODCASTS, VÍDEOS CURTOS, PÁGINAS WIKI, POSTAGENS EM BLOGS E MENSAGENS CURTAS NAS MÍDIAS SOCIAIS SÃO EXEMPLOS DE: Microconteúdos Hiperlinks Affordances Códigos orais Identificar as contribuições da gestão de projetos para o planejamento da aprendizagem e dos conteúdos educacionais GESTÃO DE PROJETOS E PLANEJAMENTO A partir de agora você irá conhecer os aspectos gerenciais do design de aprendizagem e conteúdo. Isso implica reconhecer a centralidade do planejamento nas várias ações de autoriaou curadoria de conteúdos. Para tanto, é preciso articular os vários elementos de um processo para atingir o melhor resultado. Quando esse desafio envolve equipes multidisciplinares ou mesmo a participação mais ampla dos estudantes e da comunidade, faz-se necessária uma metodologia mais estruturada para gerenciar o escopo (objetivo), o tempo e os custos a fim de assegurar a qualidade tanto dos processos como dos produtos resultantes. A CENTRALIDADE DO PLANEJAMENTO Todo educador utiliza em seu cotidiano textos, ilustrações, slides, exercícios e orientações de atividades dos mais variados tipos, formatos e tamanhos. Ele desenvolve ou seleciona esses recursos para enriquecer suas aulas teóricas e práticas. Ambas as ações do educador – autoria de recursos inéditos 30 e curadoria de recursos de terceiros – envolvem o ato de planejar, ou seja, de articular os vários elementos do processo educacional a fim de obter o melhor resultado. Fonte:Shutterstock Planejamos para apoiar as pessoas que querem aprender. Assim, desenvolvemos ou selecionamos conteúdos educacionais bem produzidos, que simulem um diálogo didático cuidadoso e efetivo. Também desenvolvemos ou propomos atividades de aprendizagem desafiadoras, motivadoras e capazes de mobilizar as pessoas a aprender fazendo e a colocar em prática na realidade, no mundo do trabalho, na participação social, aquilo que aprenderam. Tudo isso pode ser organizado na matriz de design instrucional, que articula os objetivos de aprendizagem, os papéis desempenhados pelas pessoas (alunos e docentes), as atividades de aprendizagem, a duração, os conteúdos, as ferramentas (mídias e tecnologias) e a sistemática de avaliação em unidades de estudo, como mostra a figura a seguir. Figura 3 – Estrutura da matriz de design instrucional. Fonte: Adaptado de Filatro e Cavalcanti (2018). MATRIZ DE DESIGN INSTRUCIONAL Segundo Filatro (2004), podemos definir design instrucional como a ação intencional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas a fim de facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem e instrução conhecidos. MAS COMO FAZER O DESIGN CONSIDERANDO QUE A APRENDIZAGEM ACONTECE EM DIFERENTES CONTEXTOS? Vamos conhecer alguns modelos de design instrucional! DESIGN INSTRUCIONAL ABERTO javascript:void(0) 31 Fonte:Shutterstock CONTEXTO Vivemos uma realidade diversificada, na qual convivem maneiras totalmente diferentes de aprender e de ensinar. Vários são os contextos de utilização dos conteúdos educacionais: escolas, universidades, instituições de ensino técnico ou profissionalizante, escolas de idiomas, organizações privadas e públicas que oferecem educação corporativa a seus colaboradores. Nesses contextos, é comum o professor desenvolver de forma independente os próprios materiais didáticos e disponibilizá-los diretamente aos alunos, principalmente em ações presenciais apoiadas por tecnologias. ESTRATÉGIA Essa forma de atuação se aproxima bastante do modelo de design instrucional aberto, em que o professor tem total liberdade para realizar seu planejamento, e o produto resultante é mais artesanal e orgânico. Fonte:Shutterstock DESIGN INSTRUCIONAL FIXO Fonte:Shutterstock CONTEXTO Com a exigência por conteúdos cada vez mais ricos em mídias e tecnologias, como ocorre na modalidade a distância ou em ações educacionais híbridas, o planejamento e o desenvolvimento são realizados por equipes multidisciplinares que trabalham juntas para produzir materiais bem estruturados e compartilhados por vários educadores e alunos. ESTRATÉGIA Aqui temos a participação de especialistas em conteúdo, em Educação, em Comunicação, em Tecnologia e em Gestão. Nesses casos, é comum aplicar o modelo de design instrucional fixo. Fonte:Shutterstock PRODUÇÃO COMPARTILHADA 32 Fonte:Shutterstock CONTEXTO Existe uma terceira forma de planejamento e desenvolvimento de conteúdos, na qual a produção é compartilhada, incluindo a participação dos estudantes. ESTRATÉGIA Eles criam os próprios materiais didáticos, beneficiando-se tanto do processo de criação quanto dos produtos resultantes de projetos desenvolvidos em grupo, discussões realizadas em fóruns, documentos gerados coletivamente em wikis e softwares de edição colaborativa. Fonte:Shutterstock DESIGN INSTRUCIONAL CONTEXTUALIZADO Fonte:Shutterstock CONTEXTO No extremo, a cooperação pode alcançar o formato de crowdsourcing (crowd, “multidão” + sourcing, “fonte”), extrapolando os limites de uma turma ou instituição e podendo ter até alcance global. ESTRATÉGIA Nestes casos, temos um tipo de aplicação do design instrucional contextualizado. Fonte:Shutterstock Existem diversas estratégias que podem ser utilizadas diante dos diferentes contextos nos quais será feito o design de aprendizagem e conteúdo. No entanto, muitas pessoas envolvidas no desafio de desenhar conteúdos educacionais ricos em mídia precisam de algum tipo de gestão que coordene os esforços individuais, mantenha o cumprimento de prazos, administre os custos e assegure a qualidade final do projeto. Não por acaso a seção seguinte apresenta uma metodologia utilizada justamente para gerenciar projetos aplicada ao design de conteúdos. 33 VAMOS FAZER UM EXERCÍCIO! MÁRCIA TRABALHA EM UMA EMPRESA ESPECIALIZADA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. O PLANEJAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DOS MATERIAIS INSTRUCIONAIS SÃO REALIZADOS POR EQUIPES MULTIDISCIPLINARES (DESIGNER INSTRUCIONAL, CURADOR, WEBDESIGNER, VIDEOGRAFISTAS, REDATORES, CONTEUDISTAS, GESTORES) QUE TRABALHAM JUNTAS PARA PRODUZIR MATERIAIS BEM ESTRUTURADOS. QUAL TIPO DE DESIGN INSTRUCIONAL É APLICADO NESSE CONTEXTO? Design instrucional aberto Design instrucional contextualizado Design instrucional fixo O design instrucional fixo se adequa ao contexto citado, pois, com a exigência por conteúdos cada vez mais ricos em mídias e tecnologias ‒ como ocorre na modalidade a distância ‒, o planejamento e o desenvolvimento são realizados por equipes multidisciplinares que trabalham juntas para produzir materiais bem estruturados e compartilhados por vários educadores e alunos. GESTÃO DE PROJETOS A gestão de projetos é bastante empregada em desafios de grande porte que envolvem equipes multidisciplinares e datas de início e fim bem definidas. Isso porque a metodologia permite lidar com variáveis tão distintas quanto gestão de pessoas, recursos financeiros, tempo, qualidade, comunicação, contratos, direitos autorais, riscos etc. Cada variável recebe atenção explícita da metodologia de gestão de projetos. Mas, para o propósito deste módulo, trabalharemos com apenas três dessas variáveis essenciais – escopo, tempo e custos – que compõem o chamado triângulo da gestão de projetos, como mostra a figura a seguir. Figura 4 – O triângulo da gestão de projetos. | Fonte: Adaptado de Filatro (2008). ESCOPO Escopo é a descrição clara dos limites de um projeto. Abrange não apenas o que será feito e entregue, mas também o que não será feito. Para definir o escopo de um projeto de design de aprendizagem e conteúdo, procuramos responder a algumas perguntas: Quais conteúdos serão entregues e quais não serão? Quais são as características gerais desse conteúdo: tipo de mídia, linguagem empregada, formato, tamanho em páginas/telas/minutos etc. 34 TEMPO O tempo é um fator crucial, tendo em vista que uma das principais características de um projeto é ter um início e um fim determinados. Na gestão do tempo, as horas de dedicação de cada profissional envolvido no design de conteúdo são estimadas e, então, distribuídas em um cronograma, considerando as atividades que podem ser realizadasem paralelo e aquelas que necessariamente são desempenhadas em sequência temporal. CUSTOS Os custos são os gastos relacionados à elaboração e à produção dos conteúdos, abrangendo os recursos humanos, tecnológicos e materiais. Para determinar os custos de um projeto de design de conteúdos, é necessário orçar quais recursos, em que quantidades e a que custo serão empregados para realizar as atividades previstas. No início de um projeto, são levantadas diversas estimativas, como o cálculo de horas de dedicação dos profissionais a cada atividade multiplicada pelo seu custo/hora, além de outras despesas necessárias, como recursos materiais e despesas com serviços. Em geral, todos esses custos são registrados em um orçamento que, uma vez aprovado, é monitorado a fim de assegurar que o projeto será concluído conforme o previsto. QUALIDADE A qualidade do projeto resulta da articulação das variáveis escopo, tempo e custos. Diz respeito a atingir aquilo que se buscava tanto no resultado atingido (os conteúdos produzidos) quanto nos processos realizados para alcançá-lo. Isso quer dizer que, se o resultado do projeto for atingido, mas, para isso, forem consumidos muito mais recursos e tempo do que o previsto, a qualidade foi alcançada somente em parte. Da mesma maneira, se forem consumidos os recursos e o tempo estimados, mas o resultado não for o inicialmente estabelecido, a qualidade do projeto está comprometida. Para saber mais sobre a matriz de design instrucional e a gestão de projetos, assista ao vídeo a seguir. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS NESTE MÓDULO SOBRE A CENTRALIDADE DO PLANEJAMENTO NO DESIGN DE CONTEÚDOS. TODO EDUCADOR PLANEJA COMO IRÁ 35 DESENVOLVER OU SELECIONAR MATERIAIS DIDÁTICOS PARA APOIAR SUAS AULAS TEÓRICAS OU PRÁTICAS. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR QUE TRATAM DESSA QUESTÃO: I. NA CURADORIA, O PROFESSOR DESENVOLVE MATERIAIS INÉDITOS. II. NA AUTORIA, O PROFESSOR SELECIONA MATERIAIS PRONTOS DE TERCEIROS. III. O PROFESSOR QUE TRABALHA DE FORMA INDEPENDENTE PRECISA FAZER UM PLANEJAMENTO TANTO DA AUTORIA QUANTO DA CURADORIA DE CONTEÚDOS. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: As afirmações I e II são verdadeiras. As afirmações I e III são verdadeiras. As afirmações II e III são verdadeiras. Somente a afirmação III é verdadeira. 2. ESTUDAMOS SOBRE O TRIÂNGULO DA GESTÃO DE PROJETOS E AS VARIÁVEIS ESSENCIAIS PARA ALCANÇAR A QUALIDADE DE UM PROJETO. A ESSE RESPEITO, É CORRETO AFIRMAR QUE UM CONTEÚDO DE QUALIDADE: Alcança o escopo (objetivo) para o qual foi planejado. Equilibra as variáveis escopo, tempo e custos. Cumpre o cronograma do projeto. Resulta de um orçamento bem gerenciado. Não importa se o professor está desenvolvendo materiais inéditos (autoria) ou selecionando materiais de terceiros (curadoria), ele precisa articular todos os elementos envolvidos no processo educacional. A qualidade de um conteúdo resulta do equilíbrio entre as três variáveis essenciais da gestão de projetos – escopo, tempo e custos. 36 DESCRIÇÃO Conceituação de mídias sociais, Diferenças para as redes sociais e as mídias sociais mais usadas no Brasil e no mundo − suas ferramentas de marketing mais importantes, métricas principais, monitoramento e análise de sentimento por parte do público. PROPÓSITO Compreender o papel das mídias sociais como canais fundamentais de comunicação e marketing para empresas e empreendedores, por serem plataformas de relacionamento, informação e entretenimento para o público. PREPARAÇÃO Para esta disciplina, é necessário conhecer as redes sociais mais usadas no Brasil – Facebook, Instagram, LinkedIn, YouTube, Twitter – e seu uso, por empresas, empreendedores e pessoas físicas em geral INTRODUÇÃO As mídias sociais são, atualmente, importantes canais de comunicação entre pessoas e, mais do que isso, plataformas fundamentais de marketing e comunicação. Compreender como os indivíduos se relacionam entre si, como 37 consomem informações, produtos e serviços e intervir nesse processo é das tarefas mais importantes, uma vez que o comportamento de compra mudou radicalmente. Nada menos que 66% da população brasileira está presente – ativamente – em mídias sociais como Instagram, Facebook, Twitter, YouTube, LinkedIn etc . Dentro dessas redes, consumidores estão em busca de entretenimento e informação, além de contato com amigos e familiares. Entender como aplicar as técnicas corretas para participar desse universo de conversação pode fazer toda diferença para uma empresa nos dias atuais. Nas mídias sociais, as pessoas conversam, trocam informações e também aproveitam para buscar dicas de produtos e serviços, assim como se relacionar com marcas, inclusive para reclamar quando se sentem insatisfeitas. Dentro das plataformas, também podem ser impactadas por anúncios e conteúdos orgânicos (não pagos), tendo suas jornadas de consumo interferidas, facilitando inclusive suas tomadas de decisão. Às marcas e empreendedores em geral, cabe compreender os mecanismos e algoritmos, a linguagem e as funcionalidades, de forma a manter uma presença saudável, ativa e eficiente nas redes virtuais de relacionamento. MÓDULO 1 Classificar o conceito e as categorias de mídias sociais REDES SOCIAIS X MÍDIAS SOCIAIS Vem de Garton, Haythornthwaite e Wellman (1997) uma das primeiras definições do que pode ser chamado de rede social: [...] QUANDO UMA REDE DE COMPUTADORES CONECTA UMA REDE DE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES, É UMA REDE SOCIAL. GARTON; HAYTHORNTHWAITE; WELLMAN, 1997. A definição, datada de 1997 e resgatada por Raquel Recuero em Redes sociais na internet, tenta decifrar um fenômeno que vem mudando profundamente as formas de organização, identidade, conversação e mobilização social: O advento da comunicação mediada pelo computador. Essa comunicação permitiu aos indivíduos conversarem a distância, ampliou as possibilidades de conexão e abriu portas para o surgimento de redes expressas no ciberespaço: As redes sociais mediadas pelo computador, protagonistas de fenômenos mundiais − tais como a eleição de Barack Obama e Donald Trump, 38 nos EUA, e de Jair Bolsonaro, no Brasil, assim como a ascensão do Brexit, no Reino Unido. Os impactos não foram sentidos só na política; na economia não foi diferente. Com a adesão em massa do público a esses canais, empresas passaram a aderir às plataformas, dispostas a aproveitar as oportunidades de dialogar diretamente com o seu público. Daí surge um novo conceito: O de mídia social, que pode ser entendido como um conjunto de plataformas digitais nas quais é possível trocar informação de maneira multilateral, como em sites de redes sociais, blogs, chats, hospedagem de vídeos e fotos etc. Ou seja, é maior que o conceito de redes sociais, já que engloba também outras plataformas de comunicação digital. CATEGORIAS DE MÍDIAS SOCIAIS As mídias sociais podem ser categorizadas conforme sua utilização e vocação, embora muitas delas congreguem mais de uma função. Pensando em um ecossistema de canais, seria possível organizar as mídias sociais seguindo a categorização a seguir: EDITORAÇÃO Criação, edição, gerenciamento e distribuição de conteúdos. Exemplo: Wikipedia. COMPARTILHAMENTO DE FOTOS Categorização e compartilhamento de imagens. Exemplo: Instagram, Flickr, Fotolog e Pinterest. VÍDEOS Armazenamento e compartilhamento de vídeos. Exemplo: Vimeo, Vine, YouTube, TikTok, IGTV (Instagram). ÁUDIO Armazenamento, compartilhamento e escuta de áudio. Exemplo: Spotify e YouTube Music. MICROBLOGGING Publicação de posts curtos. 39 Exemplo: Twitter. LIVECAST Compartilhamento de vídeos em tempo real. Exemplo: Twitch e Lives (Instagram e Facebook). JOGOS ONLINE Reunião de pessoas com interesse em jogar. Exemplo: CS:GO. APLICATIVOS DE PRODUTIVIDADEViabilização do trabalho em equipe. Exemplo: Google Drive. MENSAGEIROS Aplicativos de comunicação interpessoal. Exemplo: Skype, WhatsApp, Telegram e Messenger. SITES DE REDES SOCIAIS Facebook e LinkedIn. AGREGADORES DE FEEDS Agregamento de informações em um único local. Exemplo: Google Notícias. BUSCAS Redes de sites indexados por um buscador. Exemplo: Google. GEOLOCALIZAÇÃO Serviços de trânsito, buscas e compartilhamento de informações de tráfego em geral. Exemplo: Waze. A categoria de áudio atualmente seria muito próxima daquela em que se compartilha podcasts, ou seja, iria além do streaming tradicional de música – tal qual permite o Spotify − e chegaria a canais como o SoundCloud, em que é possível não só ouvir música, mas também montar playlists e conviver com outros usuários. Para as marcas, tais plataformas já têm se mostrado um excelente canal de marketing, uma vez que permitem não só o desenvolvimento de brand channels 40 (canais de marca), como a criação de playlists, podcasts e a veiculação de anúncios segmentados, focados em públicos específicos. Na categoria vídeo, temos a maior das mídias sociais em utilização na atualidade – o YouTube –, que, além de mídia social de vídeo, é o segundo maior buscador do planeta e o segundo site mais acessado do mundo, só perdendo para o Google, que é da mesma empresa. A rede social Twitter não se encaixaria exatamente na mesma categoria que as mídias sociais de entretenimento/vídeo, como Instagram e TikTok, embora ofereça algumas funcionalidades parecidas. Ele estaria melhor posicionado quando comparado a um blog, já que tem características semelhantes, com a diferença de só permitir mensagens curtas. Por isso é chamado de microblog. MICROBLOG Os microblogs são plataformas baseadas na rápida publicação e disseminação de mensagens curtas em formato de texto. PLATAFORMA *PORCENTAGEM DE USUÁRIOS YouTube 96% Facebook 90% WhatsApp 88% Instagram 79% FB Messenger 66% Twitter 48% Pinterest 40% javascript:void(0) 41 Outro representante da categoria seria o Snapchat, que também oferece outros recursos, mas tem seu formato baseado nas mensagens curtas. Na lista há uma curiosidade: Por que o Google é considerado uma mídia social? Para Safko (2009), mesmo que a sua lógica de funcionamento não seja fundamentada por redes de pessoas, buscadores como o Google e o Bing (Microsoft) são considerados uma categoria de mídia social por uma questão: Funcionam como um hub de conexão entre diversos sites. Desta forma, desempenham a mesma tarefa de outro ator qualquer dentro da rede social, ainda que não “humano”. Nesse caso, a justificativa do autor é considerar o site indexado pelo buscador como um ator em uma rede social, conectado que estaria a uma outra “pessoa” (no caso, a outro site) por meio do “ator” Google. REDES MAIS USADAS NO BRASIL As mídias sociais mais usadas no Brasil hoje são o YouTube (com 96% de preferência dos brasileiros com idades entre 16 e 64 anos), seguido pelo Facebook (90%), WhatsApp (88%), Instagram (79%), Messenger (66%), Twitter (48%), Pinterest (40%) e LinkedIn (37%), dentre outras. Isto sem falar no Google, usado por mais de 98% dos internautas do Brasil. A seguir, o resumo da pesquisa We are Social − Plataformas de mídias sociais mais usadas no Brasil: *Porcentagem de usuários de internet entre 16 e 64 anos que admitiram usar cada plataforma. (ref. janeiro de 2020). Pelas suas vocações específicas, as mídias sociais oferecem possibilidades variadas a empresas e empreendedores, porque são espaços que congregam grande número de público. Quando a discussão sobre mídias sociais é verticalizada para o perfil de consumo dos brasileiros, a utilização dessas plataformas está entre as maiores do mundo. O brasileiro passa, em média, 9 horas e 17 minutos conectado à internet; desse tempo, nada menos que 3 horas e 31 minutos usando mídias sociais, ainda conforme a pesquisa citada anteriormente. Sobre a penetração das mídias sociais no Brasil, pelo menos 66% da população está conectada a essas plataformas de comunicação. Sobre o tipo de conteúdo mais consumido, o vídeo é campeão absoluto: LinkedIn 37% 42 98% dos internautas entre 16 e 64 anos de idade dizem ser os vídeos o seu conteúdo preferido. Em segundo lugar vêm os vlogs, canais de vídeo em mídia social. Em terceiro lugar, com 70% de preferência, os conteúdos de música aparecem como os preferidos do público. Nunca o entretenimento foi tão importante na preferência do internauta brasileiro. Diante de números tão impactantes, as marcas têm diante de si um dilema: COMO TIRAR PROVEITO DESSES CANAIS PARA COMUNICAR PRODUTOS E SERVIÇOS? COMO ENTRAR DE PENETRA EM UMA CONVERSA QUE JÁ ESTÁ ACONTECENDO E CONSEGUIR ATRAIR A ATENÇÃO DE UM PÚBLICO TÃO INTERESSADO EM ENTRETENIMENTO? COMO SE DESTACAR EM UM MAR DE CONTEÚDO? O desafio é imenso, mas a tarefa não é impossível. O primeiro passo talvez seja justamente conhecer os perfis das mídias sociais e respeitar linguagem, formatos e, sobretudo, as preferências do público-alvo. O QUE SÃO MÍDIAS SOCIAIS VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SOBRE O CONCEITO DE MÍDIA SOCIAL, QUAL SERIA A DEFINIÇÃO MAIS APROPRIADA? Redes sociais que conectam pessoas a outras pessoas, e também a marcas. Redes de colaboração que têm por princípio garantir a comunicação entre pessoas de ponta a ponta. 43 Conjunto de plataformas digitais nas quais é possível trocar informação de maneira multilateral. Canais de conversação entre pessoas, nos quais as marcas entram de “penetras” e acabam usando-os como canais de mídia. Canais que permitem a criação de redes corporativas para comunicação interna. 2. MARQUE A ÚNICA OPÇÃO EM QUE TODAS AS PLATAFORMAS SÃO CONSIDERADAS MÍDIAS SOCIAIS: Microblogs, plataformas de vídeo, plataformas de áudio, buscadores, servidores nas nuvens, Google Drive. Plataforma de áudio, plataforma de vídeo, agregadores de feed, buscadores, sites de redes sociais, livecast e plataformas de jogos online. Sites de redes sociais, microblogs, livecast, geolocalização, e-mail marketing e buscadores. Agregadores de feed, sites de redes sociais, livecast, aplicativos de jogos, geolocalização e editores de imagens. Plataformas de áudio, livecast, plataformas de vídeo, gerenciador de portfólio online, gerenciador de tarefas e sites de redes sociais. MÓDULO 2 Reconhecer a aplicação das mídias sociais nas ações de comunicação e marketing por parte de empresas e empreendedores MÍDIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO: APLICAÇÕES PARA MARCAS EM GERAL No início dos anos 2000, começaram a aparecer os primeiros sites de redes sociais, ainda focados apenas no relacionamento entre atores individuais (não corporativos). Eram redes como Multiply, Orkut e Friendster. Até o lançamento do LinkedIn (2003) e Facebook (2004), nenhum site de rede social tinha foco em empresa. Não havia, até então, a possibilidade de criação de uma comunidade virtual de marca a partir das ferramentas usadas pelos indivíduos comuns. Com a evolução das plataformas, começaram a aparecer soluções e recursos de marketing, e as empresas passam a ver sentido em marcar presença nas mídias sociais. No Facebook, por exemplo, chegou a função fanpage. javascript:void(0) 44 Diante da novidade, inúmeros foram os casos de empresas que abandonaram seus sites institucionais, enxergando na rede social uma possibilidade de interação direta, rápida e, sobretudo, barata de conversar com o cliente. Atualmente, diante do número de ofertas, conhecer as especificidades e os potenciais de comunicação e marketing das mídias sociais é fundamental para o processo de tomada de decisão por parte das empresas. Fonte: tuthelens/Shutterstock.com FANPAGE É a possibilidade de a marca ter uma espécie de website dentro da rede social. COMENTÁRIO Afinal, paraque servem o Facebook e o Instagram, e como extrair deles o maior potencial para o meu negócio? É muito comum marcas criarem perfis em várias redes sociais, com o objetivo de marcar presença, mas acabarem não utilizando tudo o que os canais oferecem de melhor. Muitas chegam a automatizar os conteúdos de um canal para outro, publicando a mesma coisa no Facebook e no Instagram, um equívoco absoluto! Cada canal oferece uma abordagem, um tipo de público e ferramentas diversas que podem ser exploradas de formas completamente diferentes. Para isso, é importante conhecer as principais características das mídias sociais mais usadas pelas empresas brasileiras em suas estratégias de marketing. São elas: YouTube, Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn. Como o Google só entra no rol de mídias sociais por uma característica específica e semântica, não iremos considerá-lo nessa recomendação. Na figura a seguir, um resumo das características das principais mídias sociais e seu uso pelo marketing: 45 PLATAFORMA CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS FACEBOOK Segmentação precisa Permite a criação de grupos de usuários Empresas têm fanpages Oferece anúncios − posts impulsionados e anúncios segmentados (dark posts) INSTAGRAM Foco na imagem (apelo visual) Rede de jovens/audiovisual Stories, Reels e IGTV Apelo inspiracional e estilo de vida Oferece a possibilidade de contas comerciais (podem fazer anúncios) Demanda maior frequência e conteúdo melhor produzido TWITTER Distribuição instantânea de informações (foco no tempo real) Conteúdo simples e rápido Nichos Memes Hard news (notícias) Cobertura/segunda tela Trending Topics LINKEDIN Networking Relacionamento Autoridade Trending Topics 46 Stories YOUTUBE Maior plataforma de vídeos do mundo Segundo maior buscador do planeta Segundo site mais acessado da internet Rede do How to Rede do Do it Yourself FACEBOOK Site de rede social mais usado no mundo, com 2.4 bilhões de usuários ativos, o Facebook foi criado em 2003, dentro de um quarto na Universidade de Harvard, com o nome de Facemash. Foi idealizado pelos estudantes Mark Zuckerberg, Chris Hughes, Dustin Moskovitz e o brasileiro Eduardo Saverin, que estavam no segundo ano de faculdade. A versão atual, no entanto, foi ao ar em 2004. Com 120 milhões de usuários ativos no Brasil, o Facebook tem foco em engajamento de conteúdo, comunidades de usuários (grupos) e é, atualmente, uma das maiores e mais completas ferramentas de mídia online da internet. Como o algoritmo não permite a chegada dos posts publicados nas fanpages à timeline das pessoas, os administradores das páginas passam a ser obrigados a impulsionar as publicações e/ou produzirem anúncios direcionados (apelidados de dark posts) no Gerenciador de Anúncios. Essa plataforma de publicidade oferecida pelo Facebook também permite a confecção de anúncios para o Instagram, para aplicativos parceiros e para a rede de sites parceiros do Facebook −chamada de Audience Network. • Fanpage – Páginas de empresas/personalidades/negócios, com funcionalidades específicas e exclusivas. • Possibilidade de segmentação profunda, por meio de sua plataforma de anúncios chamada Gerenciador de Anúncios. • Atendimento via Messenger, por meio de chatbot (neste caso, usa-se uma API “casada” com o software). • Criação de grupos de interesse. • Lives. 47 • Stories. • Cruzamento com outros canais, como Instagram, Messenger e WhatsApp. • Eventos. • Impulsionamento de publicações. • Retargeting − Técnica de exibir anúncios de empresas e ofertas que já foram acessadas ou vistas por um usuário – os famosos anúncios “perseguidores”. Por último, vale ressaltar que o público do Facebook mudou muito de uns anos para cá e, atualmente, é prioritariamente mais velho – mais de 35 anos − e de classes sociais B, C e D. Nota-se uma migração muito grande do público mais jovem e da classe social A para o Instagram, principalmente. INSTAGRAM Chamado de “a rede das narrativas visuais”, o Instagram foi criado por Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger, em 2010, tornando-se rapidamente um dos aplicativos mais promissores da App Store (Apple). Em apenas um ano, ele já contava com dez milhões de usuários, sendo que o serviço estava disponível apenas para proprietários de iPhones e iPads. Em 2012, o Facebook comprou o Instagram por cerca de US$1 bilhão, no mesmo ano em que a rede social foi disponibilizada para dispositivos com sistema operacional Android. Com mais de um bilhão de usuários ativos no mundo e 77 milhões no Brasil, o Instagram é uma rede social jovem, de nichos, com foco estético. Permite o compartilhamento de fotos e vídeos, bem como a integração com outros aplicativos. Entre as suas funcionalidades, estão a aplicação de filtros, o Boomerang (vídeos rápidos e repetitivos), os Stories (vídeos curtos que duram no máximo 24h), o Reels (vídeos animados), além das gravações e transmissões de vídeos ao vivo. Atualmente, o Instagram também é um dos principais veículos para a publicidade de empresas de todo o mundo. A mídia social ainda oferece uma série de vantagens para negócios, tais como: • Permite a criação de perfis comerciais (para isso, no entanto, é necessário atrelar tal perfil a uma fanpage do Facebook, já que o Gerenciador de Anúncios é o mesmo para ambas as plataformas). 48 • Uso de hashtags como “radares” para ganho de seguidores. • Formatos variados, como cards e carrosséis. • Stories com animações, enquetes e emojis. • Lives com duração de até uma hora. • Upload de vídeos maiores no formato IGTV (suposto competidor do Youtube). • Impulsionamento de postagens do feed. • Criação de anúncios segmentados (via Gerenciador de Anúncios do Facebook). • Postagem de fotos para grupos específicos. • Perfis fechados. • Alta aceitação de influenciadores em geral. O Instagram é uma mídia social veloz, altamente viral, com potencial para exposição de marca, veiculação de anúncios com call to actions (chamadas para ação como “compre agora”, clique aqui”, "saiba mais”) diretos e ainda permite a criação de lojas virtuais e exposição de produtos. Pode ser atrelado a e-commerces, por meio da função Shop e já é utilizado por muitas empresas como forma de social commerce (venda de produtos por meio de mídia social). YOUTUBE Engana-se quem enxerga o YouTube como depósito de vídeos. Ainda é bastante utilizado como tal, mas oferece muito mais possibilidades do que a mera armazenagem de material. O YouTube é o segundo site mais acessado e o segundo buscador mais usado do mundo, só perdendo, em ambos os casos, para o próprio Google. Seu tempo de seção é o maior de todos: Os usuários ficam, em média, 11 minutos e 24 segundos por vez dentro da rede, segundo dados publicados pela pesquisa We Are Social. É ainda a rede que congrega os grandes canais de influenciadores, os chamados vlogs, responsáveis atualmente pelo segundo maior grau de interesse dos internautas brasileiros (70%), só perdendo para os próprios vídeos (98%). O tempo de seção dos usuários no YouTube continua crescendo. Em 2018, a média era 8 minutos e 41 segundos, e 70% do conteúdo assistido pelos usuários do YouTube é recomendado pelo algoritmo. 49 Por isso, o ideal para as empresas é investir em técnicas de Search Engine Optimization (SEO, ou otimização para mecanismos de buscas, mesmas técnicas usadas nas buscas do Google). Criado em fevereiro de 2005 por Chad Hurley e Steve Chen, por dois funcionários de uma empresa de tecnologia situada em São Francisco, EUA, o YouTube surgiu em virtude do inconveniente que era compartilhar arquivos de vídeo, já que estes eram muito grandes, o que dificultava seu envio por e-mail. Foi comprado em 2006 pelo Google pela bagatela de 1,65 bilhão de dólares, considerada uma pechincha mesmo à época. Dentreas funções de marketing e comunicação oferecidas pelo YouTube podemos destacar: • Anúncios in stream (dentro do vídeo). • Anúncios gráficos (fora do vídeo). • Canais de marca. • Vídeos com dicas de clientes. • Vídeos com depoimentos. • Uso de palavras-chave para ranqueamento no Google. • Explorar a aba “Comunidade” dentro do canal (é a mídia social do YouTube). • Fazer parcerias com influenciadores. • Monetizar o canal (passar a ganhar dinheiro, via Google, com o tráfego gerado, por meio dos anúncios vendidos via Google AdWords e exibidos nos canais). O YouTube é um canal fundamental para as empresas que desejam se aproximar dos usuários que o utilizam como ferramenta de buscas. Além disso, pode ser explorado como canal de apoio ao Google, uma vez que faz parte do leque de produtos Google Marketing. Para melhor explorá-lo, porém, é preciso entender o comportamento de pesquisas dos usuários: O que os indivíduos estão necessitando e como inserir os produtos certos nas respostas? Para isso, faz muito sentido compreender as buscas perenes(permanentes) e sazonais(de ocasião). O próprio YouTube oferece resposta a todos os questionamentos. Empresas que desejam investir em publicidade no YouTube compram os anúncios por meio do Google AdWords, ferramenta gratuita que utiliza a 50 estratégia de leilão para venda de formatos, como anúncios gráficos, anúncios dentro dos vídeos puláveis e não puláveis e anúncios em formato de cards. Fonte: Bannafarsai_Stock/Shutterstock.com LINKEDIN É a mais antiga das mídias sociais em atividade atualmente. Criada em 2002, foi ao ar em 2003 e ganhou fôlego novo depois que foi comprada pela Microsoft, em 2016 − pelo equivalente a US$26,2 bilhões, sendo a maior aquisição da empresa. A partir daí, passou por reformulações e cresceu exponencialmente. Recentemente, ganhou roupagem nova, funcionalidades como Stories e Lives e deixou de ser uma rede de currículos para se tornar a maior rede profissional do planeta. No mundo, o LinkedIn já soma mais de 700 milhões de usuários, e no Brasil já ultrapassou a barreira dos 40 milhões de adeptos. Como ferramentas de marketing, o LinkedIn oferece algumas possibilidades para empresas e empreendedores. Traz ferramentas de captação de leads (contatos de pessoas) e de marketing pessoal e pode ser uma boa estratégia para vendas diretas por meio de contatos em comum. Com um perfil demográfico muito específico, o LinkedIn é ideal para as empresas que querem ser vistas como marcas empregadoras para atração de talentos e para interações entre empresas. As campanhas do LinkedIn ajudam a obter visibilidade, gerar leads e impulsionar o tráfego para sites por meio do conteúdo de cunho profissional. Dentre as funções de marketing e comunicação oferecidas pela mídia social, podem ser destacadas: • LinkedIn Pages – Páginas de empresas. • Geração de leads (contatos) qualificados. • Automatização do marketing – Envio de mensagens e recomendações. • Publicações impulsionadas. • Anúncios segmentados. • Contas impulsionadas. • Anúncios em mensagens (inMails). 51 O LinkedIn é, atualmente, uma mídia fundamental para as estratégias de marketing de conteúdo e pode ser uma excelente opção para empresas, principalmente as que trabalham com gestão de branding (marca) e para as que querem ser vistas como marcas empregadoras. Oferece opções muito interessantes também para empresas que trabalham no segmento B2B (business to business). TWITTER O Twitter foi fundado oficialmente em 2006 pelo quarteto Jack Dorsey, Noah Glass, Biz Stone e Evan Williams (criador do Blogger). A título de curiosidade, a palavra "twitter" significa “uma breve e inconsequente explosão de informações” ou um barulho feito por pássaros. Tem mais: A primeira versão do nome não tinha as vogais, só twttr. O motivo? Em numerais do teclado do celular, ele é convertido pra 89887. Esse era o código numérico de envio de mensagens do projeto em SMS. Mas outra marca já tinha registrado o número, e as vogais voltaram. Fonte: Reprodução da internetPrimeiro tweet registrado, enviado pelo seu criador, Jack Dorsey. COMENTÁRIO Por que o limite de 140 caracteres? Na época em que o Twitter nasceu, o limite de dígitos nas mensagens SMS era de 160 caracteres, e os 20 que sobraram seriam usados para o nome do usuário. Já que o Twitter nasceu como um serviço de recados mobile, então precisava respeitar a restrição. Atualmente, com um limite ampliado para 280 caracteres, a rede de microblogs mantém a preponderância como rede de tempo real, com foco em informações instantâneas, memes e virais. Como produto de marketing, oferece a possibilidade de cobertura de eventos, dentre outras funções: • Fortalecimento do tráfego de sites por meio de tweets com links. 52 • Anúncios segmentados. • Contas impulsionadas. • Anúncios em vídeo. • Viralização de conteúdos dinâmicos, simples e ágeis. • Atendimento ao cliente (suporte de SAC). • Os anúncios do Twitter ajudam a aumentar a consciência de marca (awareness e impulsionam visitas para o site). • Anúncios para download de aplicativos. • Anúncios para geração de leads (cadastros). Assim como todas as outras mídias sociais, o Twitter tem evoluído e oferecido novas opções, tais como conversação por mensagem direta (agora com a opção de áudio), vídeos ao vivo e cruzamento com outras redes. Além disso, a rede tem anunciado parcerias com empresas de streaming, como HBO e Netflix, para transmissões ao vivo. Tudo para continuar atraindo seus 340 milhões de usuários no mundo; destes, o Brasil é responsável por 27,7 milhões de contas ativas (48% dos internautas brasileiros entre 16 e 64 anos de idade usam), com preponderância do público jovem e masculino (62%). SOCIAL ADS Com o interesse cada vez mais ascendente das empresas em torno das mídias sociais como plataformas de comunicação e marketing, detentores de sites como Facebook e Instagram perceberam um filão de negócios e passaram a “forçar” o algoritmo de forma a impedir o alcance orgânico das publicações à timeline (feed) dos usuários comuns. COMENTÁRIO Atualmente, para chegar a pelo menos 1% da base de seguidores de uma fanpage de Facebook, por exemplo, uma empresa precisa dominar técnicas de conteúdo orgânico o suficiente de forma a driblar o chamado “ranking” dos algoritmos – são formas de produzir conteúdos focadas em alcance e engajamento para alcançar o máximo possível do público já seguidor. Só para se ter uma ideia do que isso significa, se uma página tem cem mil seguidores no Facebook, cada postagem não chegaria a mais de mil seguidores por vez. Já que o algoritmo impede que as postagens cheguem até o seu destino, o caminho é usar os mecanismos de publicidade digital oferecidos pelas ferramentas. Nos casos de Facebook e Instagram, a ferramenta é a mesma – por 53 meio do Gerenciador de Anúncios, é possível criar postagens pagas segmentadas por público e alcançar não só os seguidores como conexões destes − amigos dos amigos e assim em diante. Os chamados social ads (anúncios em mídias sociais) são uma forma de segmentar publicações focadas em públicos-alvo específicos por meio de informações nativas ou não das ferramentas. São dados comportamentais, demográficos e, principalmente, psicográficos (sentimentos, interesses), de forma que os consumidores sejam abordados pelos conteúdos que façam mais sentido aos seus contextos de vida. Além das segmentações nativas, é possível criar anúncios para fora do universo das duas mídias sociais, por meio do Gerenciador de Anúncios do Facebook. Outra modalidade de anúncios muito explorada é o retargeting, já mencionada anteriormente. São os famosos “anúncios perseguidores”, mas que fazem parte do contexto de interesse e de busca dos usuários. A experiência, assim, se torna menos invasiva e mais assertiva.Fonte: emojoez/Shutterstock.com NATIVAS Próprias de redes como Facebook e Instagram, ou seja, extraídas dos hábitos de consumo e navegação dentro dessas redes. MÍDIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO: APLICAÇÕES PARA MARCAS EM GERAL VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DOS SITES DE MÍDIAS SOCIAIS MAIS USADOS HOJE, O QUE ESTÁ HÁ MAIS TEMPO EM ATIVIDADE É O: Facebook (desde 2004). Twitter (desde 2006). Instagram (desde 2010). LinkedIn (desde 2003). javascript:void(0) 54 YouTube (desde 2005). 2. UMA DAS FUNÇÕES MAIS INTERESSANTES DO GERENCIADOR DE ANÚNCIOS DO FACEBOOK É A POSSIBILIDADE DE GERAR ANÚNCIOS A PARTIR DE SEGMENTAÇÕES NATIVAS. QUAL SERIA A DEFINIÇÃO MAIS APROPRIADA PARA A MODALIDADE? Criação de anúncios para serem veiculados em sites parceiros do grupo Facebook, tais como os grandes portais da internet. Desenvolvimento de anúncios a partir de dados de mailists, base de e-mails e telefones do próprio cliente que podem sofrer upload para dentro da ferramenta, e com mensagens disparadas para contatos específicos. Criação de posts segmentados a partir de comportamentos – interesses e ações – captados dentro do site de mídia social Facebook. Posts criados pelas fanpages e impulsionados dentro do Facebook Insights, gerenciador de páginas do Facebook. Vídeos, cards ou carrosséis criados no Facebook ou no Instagram que podem ser impulsionados dentro do Gerenciador de Anúncios do Facebook. MÓDULO 3 Identificar a necessidade de monitoramento de métricas e sentimentos em mídias sociais para a adoção de estratégias assertivas DO DIAGNÓSTICO DE PRESENÇA À ANÁLISE DE SENTIMENTO EM MÍDIAS SOCIAIS DIAGNÓSTICO DE PRESENÇA DIGITAL Antes de começar qualquer projeto de mídias sociais, o ideal é que um negócio realize um diagnóstico da sua presença online – quando houver – e do mercado. É importante analisar a concorrência, escolher o benchmark (concorrente direto ou indireto que pode servir de inspiração para o projeto) e os objetivos de comunicação a serem atingidos. Negócios com maturidade digital em estágio inicial tendem a optar por objetivos estratégicos ligados à presença pura e simples e volume, tais como número de seguidores e comentários. Marcas em estágio intermediário já entendem o valor do engajamento e do relacionamento com os seguidores. Empresas que estão em estágio avançado de maturidade digital enxergam as mídias sociais como 55 ferramenta de apoio ao negócio e já medem engajamento e sentimento, por isso buscam utilizar tais plataformas como canais de venda e relacionamento. Entender os níveis de maturidade digital é importante também para definir as métricas que serão usadas tanto para o diagnóstico inicial de marca quanto para a forma usada para medir os resultados dos esforços empreendidos nas ações de comunicação e marketing. A seguir, reunimos alguns passos para começar a realizar um diagnóstico inicial de marca para, em seguida, começar um projeto de monitoramento de mídias sociais. PASSO 1: PESQUISA EXPLORATÓRIA O primeiro passo é a realização de uma pesquisa exploratória, capaz de reunir todas as principais informações sobre a empresa que será estudada. O que ela vende, que produtos comercializa, em que praças atua, qual é seu público-alvo, como é conhecida – há adjetivos (positivos e negativos) que a classifiquem em mídias sociais e fóruns de clientes, como Reclame Aqui, Trip Advisor, E-Bit etc.? Esse momento é um verdadeiro exercício de coleta de informações, uma imersão inicial que pode ajudar, depois, a montar listas de palavras-chave, definir escopo de ferramenta e entender o estado atual de descontentamento dos clientes, por exemplo. O que é preciso pensar no momento de montar a lista de palavras-chave? Que palavras definem o negócio? Como um usuário pesquisaria pelo produto? Nesse momento, é importante pensar com a cabeça do público e não com a cabeça da marca. Esse pode ser o diferencial do conteúdo. Mas como saber as palavras usadas pelo público nas buscas? É possível utilizar boas ferramentas gratuitas para realizar a pesquisa exploratória, dentre elas: • O Google Trends, ferramenta do Google capaz de mostrar tendências de buscas no Google por sazonalidade (buscas por períodos específicos), perenidade (buscas permanentes) e excepcionalidade (buscas por motivos específicos, como uma pandemia, por exemplo). • O Google AdWords, que tem a mesma função, mas que ainda oferece a possibilidade de indicar as palavras-chave que estão custando mais caro no leilão de links patrocinados do Google. • A Uber Suggest, que inclusive sugere ideias de palavras-chave. • O Google Alerta, que é capaz de monitorar a menção de palavras-chave previamente cadastradas. • O próprio Google em sua página de respostas. 56 PASSO 2: DESENVOLVIMENTO DE BRIEFING Briefing é um documento desenvolvido no início do projeto e traz as diretrizes básicas a serem perseguidas pelos participantes. Ele traz as respostas a perguntas como: O que o cliente buscará no monitoramento? Quais serão os objetivos e o escopo deste? O monitoramento contemplará todas as ações da empresa ou uma campanha em especial? Durará o ano todo ou por um período específico? Qual é o público-alvo pretendido a ser observado? O que o monitoramento deve contemplar? Quanto mais completo o briefing, mais assertiva será a criação da equipe envolvida nos trabalhos, a escolha da ferramenta e a definição dos tipos e os objetivos do monitoramento, que estão enumerados a seguir. PASSO 3: ESCOLHA DOS OBJETIVOS DO MONITORAMENTO O que o negócio está buscando com o monitoramento? Está passando por uma crise e precisa escutar o que está sendo dito nas mídias sociais? Precisa acompanhar o mercado e a concorrência? Vai lançar um produto e precisa selecionar influenciadores para atuar como parceiros no projeto? O momento de tomada de decisão é fundamental para todo o processo. Evita que se contrate uma ferramenta cara demais ou que se forme uma equipe maior do que a necessária. A definição do escopo do monitoramento define os rumos de todo o processo. Para que, afinal, servirá a escuta das redes? OBJETIVOS DO MONITORAMENTO É importante tentar descobrir, com o cliente, os objetivos que o levam a querer monitorar as mídias sociais em busca de insights. Dentre os principais objetivos para se começar a pensar em montar um time, contratar uma agência ou adquirir uma ferramenta de monitoramento de mídias sociais, podemos elencar: • Diagnóstico de presença digital. • Conhecimento e identificação de público-alvo. • Reconhecimento de insights de negócios. • Gestão de posicionamento de marca/branding. • Percepção de marca (positiva/negativa/neutra). 57 • Validação das ações de comunicação e marketing. • Reconhecimento dos influenciadores. • Verificação de promessa de marca. • Checagem de entrega de valor. • Ampliação de brand equity (valor de marca). • Desenvolvimento de produtos. São três os tipos de monitoramento de mídias sociais: 1. DE MARCA Esse tipo de monitoramento é feito continuamente, ou seja, as análises são realizadas com frequência regular e os relatórios podem ser diários, semanais ou mensais, dependendo do negócio e do acordado com as equipes e com os fornecedores. A ideia, aqui, é analisar constantemente diagnósticos sobre a saúde da marca e entender o que está sendo dito pelo público em mídias sociais, visando a atuar frequentemente, inclusive para prevenir e agir em crises de reputação. 2. DE COMPORTAMENTO Pode ser realizado pontualmente ou regularmente e tem por objetivo principal o estudo e a identificação de tendências de mercado, análise de concorrência, consumidores e agentes que possam significar algum tipo de oportunidade ou ameaça para as marcas. Os relatórios, em geral, não são diários, podendo chegar a ser mensais, dependendo de quem os contrata e de sua necessidade
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