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teorico unidade 1 historia da arquitetura

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Prévia do material em texto

História da Arquitetura 
e Urbanismo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Silvio Pinto Ferreira Junior
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina F. Moreira
Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
• Introdução;
• Origem da Arquitetura;
• Vestígios das Primeiras Cidades;
• A Arquitetura do Egito Antigo;
• Considerações Finais.
 · Compreender o poderoso fenômeno da arquitetura e sua relação 
com as civilizações antigas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução à História da
Arquitetura e Urbanismo
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Introdução
Quando estudamos história, logo tomamos conhecimento de fatos políticos, econô-
micos e sociais, em geral, apresentados de forma heroica através de conquistas e guerras. 
Outro viés pode ser apresentado para compreender história, qual seja o viés cultu-
ral, no qual se enquadra o estudo das primeiras formas de habitação e de estruturação 
de um conjunto de pessoas que compactam seu meio de subsistência em pequenos 
vilarejos até evoluir para as cidades. 
Veremos nesta unidade uma introdução à história da arquitetura e urbanismo no 
inicio da civilização, desde a pré-história até os suntuosos monumentos do Egito antigo.
Origem da Arquitetura
Não podemos definir exatamente quando a arquitetura surgiu, assim como não é 
possível dizer com toda a certeza qual é a data de nascimento da arte, ou da cultura, 
ou de qualquer produção humana. 
O mais provável é que a arquitetura tenha surgido a partir do momento em que o 
homem deixou de andar a esmo pela Terra (quando os humanos ainda eram nôma-
des), e passou a se fixar num local determinado. Isso se deu na Pré-História, em torno 
de 8.000 a 7.000 a.C., embora não se possa precisar com exatidão, com o surgimen-
to da técnica de plantar e colher alimentos – a agricultura. Antes disso, os grupos de 
seres humanos viviam da caça e da coleta de alimentos, como nozes e frutas, e não 
tinham um local de residência fixa.
Importante!
A Pré-História é dividida em dois períodos: o Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada), que 
é o mais extenso de toda a história humana, iniciando-se em torno de 2,7 milhões de 
anos atrás até o ano de 10.000 a.C. Em seguida, começa o Neolítico (ou Idade da Pedra 
Polida), que se inicia em 9.000 a.C. e se estende até 4.000 a.C., quando surgiu a escrita. 
É durante o neolítico que surge a agricultura, a domesticação dos animais, a divisão do 
trabalho e as primeiras aldeias.
Trocando ideias...
O surgimento da arquitetura leva necessariamente à constituição de cidades. Não é 
possível dizer qual foi a primeira cidade, nem quando um agrupamento urbano surgiu 
pela primeira vez. Mas o que se sabe é que as primeiras cidades surgiram mais ou me-
nos no mesmo período, ao longo das margens do Rio Nilo, na África (onde atualmente 
é o Egito); e na região chamada de Crescente Fértil, entre os rios Tigre e Eufrates, no 
Oriente Médio (onde ficam atualmente os países Israel, Iraque e Irã).
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Time Travel Map - https://goo.gl/83CmsA
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Segundo Lewis Mumford, a partir do que foi visto nas escavações arqueológicas, 
é interessante o fato de que desde os primeiros registros da presença do homem 
primitivo no mundo, sempre houve uma preocupação espiritual e cerimonial na 
relação com os mortos, pois o ser humano é o único ser que tem consciência de 
sua morte. 
Assim, caro aluno, antes dos vivos terem um local fixo de permanência, os mortos 
sepultados já o tinham – em cavernas, em túmulos coletivos e em covas marcadas 
por pedras. 
Os túmulos constituíam marcos e pontos de encontro para onde os vivos, nôma-
des, sempre retornavam para comungar com seus espíritos ancestrais. Portanto, a 
primeira vinculação dos seres humanos a um espaço determinado e constante se 
deu em função das sepulturas de seus antepassados. Mumford afirma: “a cidade dos 
mortos antecede a cidade dos vivos” (MUMFORD, 1998, p. 13). 
É durante o período Neolítico, portanto, que começam a surgir as primeiras estru-
turas em pedra que possuem função memorial ou espiritual, e que podem ser con-
sideradas o ponto de partida da arquitetura que será desenvolvida posteriormente. 
Em alguns casos, essas estruturas também serviam como abrigo ou habitação. São 
as chamadas estruturas megalíticas (feitas em pedras de grandes dimensões), como 
os nuragues e os dolmens. 
Nuragues: São edifi cações em pedra, sem nenhuma argamassa. As pedras são dispostas 
em fi leiras circulares, com cada camada ligeiramente mais para dentro, de modo a formar 
uma estrutura fechada em formato de cone truncado. Alguns nuragues são apenas cones 
ou troncos simples, porém as formas chegam a formar estruturas mais complexas, com 
corredores e muralhas.
Nuragues localizados na Sardenha, ilha pertencente à Itália. A maior parte dos nuragues se 
encontra na região mediterrânea. 
Dolmens: São estruturas megalíticas mais simples: tratam-se de duas ou mais grandes pe-
dras em formato retangular, em posição vertical, e cobertas por um terceiro bloco retangu-
lar, formando um pórtico. Os dolmens eram dispostos em formato circular ou de ferradura, 
como se vê no agrupamento mais conhecido da História: o santuário de Stonehenge, no sul 
da Inglaterra. 
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Essas estruturas são cercadas de mistérios, pois não sabemos exatamente qual 
era a função que desempenhavam na sociedade incipiente.
Quanto às habitações, pouco se sabe a respeito, pois a maior parte das constru-
ções desse período era em barro e, portanto, desapareceram. 
Embora o homem do neolítico tivesse locais estáveis para onde se dirigir perio-
dicamente, a fim de realizar seus ritos ou cultuar seus mortos, os seres humanos 
passaram a se agrupar em aldeias quando aprenderam a cultivar os grãos e as 
sementes que coletavam. 
Assim, passou a ser necessáriopermanecer num único local durante todo o período 
entre o plantio e a colheita, a fim de cuidar da plantação. Este papel coube à mulher, 
que precisava estar em um local seguro para amamentar e criar seus filhos até que 
tivessem idade suficiente para cuidar de si mesmos; enquanto os homens saíam à caça. 
Na divisão das tarefas, atribui-se à mulher tanto o desenvolvimento da agricultura 
como também o início das cidades, pois era ela que produzia todos os artefatos coti-
dianos necessários (moldando o barro e criando recipientes para armazenar os grãos, 
sementes, cerveja, azeite, entre outros alimentos), equipando os lares onde cuidava de 
sua prole, armazenando e preparando os alimentos durante todas as estações do ano. 
Mumford, inclusive, traz uma tese interessante a respeito da atividade inicialmente 
feminina de produzir recipientes em cerâmica. Para ele, toda a cidade é um conjunto de 
recipientes, de lugares para guardar algo, quer seja nossos objetos (nossa casa), nosso 
dinheiro (o banco), nossos alimentos (armazéns, mercados, feiras), a água que consumi-
mos (caixas d’água, reservatórios), dentre outros. 
Sem os recipientes a agricultura não poderia existir, pois não haveria onde guar-
dar as sementes para a próxima estação, tampouco armazenar quantidade suficiente 
de água para a irrigação.
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Assim é que os bosques e pastos cederam lugar ao cultivo manual e, perto 
dos desertos ou semidesertos, como no vale do Jordão, pequenos oásis, base-
ados em suprimentos garantidos de água, acumulada em grandes depósitos, 
tornaram-se visíveis. Sem aquela base, sem aquela facilidade de guardar em 
recipientes, sem aquele isolamento e ordem, jamais poderia ter sido concebi-
da a cidade” (MUMFORD, 1998, p. 23-24).
A pequena aldeia que inicialmente se resumia em um agrupamento de famílias logo 
deu origem a cidades cada vez maiores. A princípio, cada lar tinha seu reservatório de 
grãos, seu pequeno oratório; os corpos dos membros da família eram sepultados em 
locais particulares ou terrenos comuns a todos.
Começou a surgir a divisão do trabalho entre os aldeões (o caçador, o camponês, 
o pastor, o tecelão), os cultos religiosos comuns e seus sacerdotes, bem como a pro-
fissionalização de algumas atividades, conforme o humano foi aprendendo a dominar 
a natureza e a produzir novas técnicas e ferramentas, como por exemplo: o mineiro, 
o lenhador, o pescador, o marinheiro. 
Nesse contexto se dá uma explosão cultural com a domesticação de animais que 
auxiliavam no trabalho, com o surgimento de novos conhecimentos (como o domínio 
dos metais, como o bronze), com o início do uso de meios de transportes que diminu-
íam as distâncias, e um grande desenvolvimento na atividade agrícola e na engenharia 
civil. Essa Revolução Urbana foi o início da cidade como a conhecemos atualmente.
Revolução Urbana: Termo inventado pelo arqueólogo inglês Gordon Childe (1892-1957) 
para descrever esse período de transformações culturais desencadeadas pela cidade.Ex
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Vestígios das Primeiras Cidades
Os vestígios mais remotos das primeiras cidades encontram-se no Oriente Médio. 
É o caso da cidade de Jericó, situada à beira do rio Jordão na Palestina, considerada 
o agrupamento humano mais antigo que conhecemos. “As escavações arqueológicas 
revelaram casas [...] feitas de tijolos de barro [...] anteriores a 8.000 a.C. e santuários 
de cerca 7.000 a.C.” (GLANCEY, 2007, p. 14). A cidade também é conhecida como 
a mais antiga cidade continuamente habitada, tendo mais de 11.000 anos de história!
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Figura 3 – Ruínas do Castelo de Herodes em Jericó
Fonte: Wikimedia Commons
Essa região tão conturbada politicamente em nossa época é o berço do mundo ci-
vilizado. “A própria palavra civilização origina-se da palavra latina civis, que significa 
cidadão ou habitante da cidade” (GLANCEY, 2007, p. 14). 
A partir do surgimento da cidade, apareceram as primeiras manifestações arqui-
tetônicas e noções de sociedade, de classes sociais, de política, militarismo, e mesmo 
de religiões organizadas. 
Logo os cidadãos foram liderados por monarcas e sacerdotes, que, associando a 
ambição com as rudimentares técnicas construtivas da época, impeliram o desenvol-
vimento da arquitetura – chegando às técnicas e formas que conhecemos até hoje.
Os sacerdotes eram importantes na organização social, pois eram considerados o 
canal de comunicação com as divindades – que poderiam, caprichosamente, tornar 
o solo fértil ou estéril, comprometendo a produção agrícola e, portanto, a sobrevi-
vência dos cidadãos. 
Desta forma, adorados e ao mesmo tempo temidos, os sacerdotes tinham amplo 
poder para determinar a construção dos primeiros templos de que temos notícia. 
Por outro lado, também surgiram as primeiras figuras políticas – os reis que lidera-
vam a população e organizavam exércitos para combater invasores e proteger suas 
terras. Detentores de grande poder, também acabavam por concentrar a riqueza, 
que, por sua vez, tomava a forma de uma arquitetura imponente, surgindo daí os 
primeiros palácios. Ambos (sacerdotes e reis) construíam túmulos imponentes, para 
exibir sua importância, aproximar-se das divindades e perpetuar sua memória. 
Um tipo de construção dessas cidades primitivas é o zigurate, que se trata de um 
templo construído em degraus – e que mais tarde dará origem às pirâmides egípcias. 
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Os zigurates, de dimensões monumentais para a técnica da época, eram vistos por 
quilômetros pela paisagem plana, como uma imensa demonstração de que os deuses, 
de certo modo, estavam presentes, e protegendo as plantações. 
O zigurate mais conhecido e impressionante encontra-se na Suméria (Iraque), 
na cidade de Ur, que por volta de 2125 a.C., já tinha a impressionante população 
de 350.000 pessoas. O Zigurate de Urnammu é dedicado ao deus da lua, Nanna, 
e tinha dimensões gigantes para a época, erguendo-se sobre a cidade como uma 
montanha. Sua base tinha as dimensões de 62,5m x 43m e uma altura provável de 
11 metros, e cada um de seus níveis era plantado com árvores e arbustos, como um 
imenso jardim suspenso. 
Existem muitos outros zigurates na região, porém este na região da antiga Meso-
potâmia é o melhor conservado, embora somente sua base esteja intacta. 
O zigurate mais conhecido por nós é a construção conhecida como a bíblica 
Torre de Babel. 
Este templo teria sido, segundo se supõe, uma imensa estrutura em forma de 
espiral, construída com tijolos vidrados azuis, com sete níveis sobre uma base qua-
drada de 90m de cada lado. Este templo pairaria, segundo os estudiosos, sobre 
um magnífico palácio pertencente ao rei Nabucodonosor, sítio dos famosos Jardins 
Suspensos da Babilônia. 
Embora não se tenha mais vestígios físicos destas construções, os estudos suge-
rem que o palácio e os jardins contavam com técnicas de encanamento de água, 
que possibilitavam a irrigação dos terraços repletos de frondosa vegetação, que se 
destacavam na paisagem árida em torno. 
Nesta reconstituição pode-se ter uma ideia de como os jardins suspensos da Babilônia 
deveriam ter sido. Os jardins teriam acesso a partir do palácio, que fi cava sob os jardins, com 
um teto abobadado, e se confi guravam como uma série de terraços irrigados artifi cialmente.
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Figura 4
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Um pouco mais tarde, já durante o Império Persa (fundado por Ciro II em torno 
de 600-530 a.C.), a arquitetura já começa a enriquecer seu vocabulário, fruto da 
troca de experiências de artesãos vindos de todas as partes do império: assírios, 
egípcios, babilônicos, gregos. 
Dentre as construções deste período, podemos destacar o Palácio de Persépolis 
(518 a.C. – 460 a.C.), construído em tijolo, pedra e terracota. O acesso ao palácio 
erafeito através de uma elevação de degraus rasos em uma longa e imponente plata-
forma, que possibilitava o desfile de cavalaria. As paredes laterais eram recobertas de 
altos-relevos representando imagens dos povos e guerreiros do novo império.
O palácio era um complexo de edificações, incluindo um harém e aposentos como 
o Salão das Cem Colunas, uma sala de trono que media 68,6 m2 cujo teto em ma-
deira era sustentado por uma profusão de colunas com capitéis em forma de touros 
e unicórnios.
Figura 5 – Persépolis, Irã
Fonte: archive.4plebs.org
Dentre as construções mais impressionantes do Império Persa, estão as cidades 
escavadas nas rochas na região onde atualmente ficam a Jordânia e o Irã, encrus-
tadas com entalhes em baixo-relevo, compondo ricos palácios como o El-Khazneh 
(a Câmara do Tesouro) em Petra, na Jordânia. 
A cidade de Petra fica num enclave em uma região arenosa, com imensas rochas 
de arenito. Por ser uma rocha maleável, os habitantes de Petra fizeram algumas de 
suas construções diretamente nas paredes rochosas, esculpindo os ornamentos na 
superfície e escavando cavernas para compor os ambientes da edificação. 
Atualmente, o sítio arqueológico de Petra foi eleito uma das Novas Sete Maravi-
lhas do Mundo, listado no Patrimônio Mundial da Unesco.
Para se ter uma ideia das dimensões monumentais dessas construções, reparem no 
tamanho das pessoas que estão visitando um desses palácios na foto. A comparação das 
dimensões de uma construção com as de um ser humano é chamada de escala humana. 
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Figura 6 – El-Khazneh – a Câmara do Tesouro
Fonte: Wikimedia Commons
A Arquitetura do Egito Antigo
A arquitetura produzida pelos egípcios nos provoca um fascínio singular, 
pois possui uma configuração formal extremamente poderosa e coerente com 
a sua finalidade. 
Nós conhecemos muito da história egípcia, pois esta civilização desenvolveu uma 
forma de escrita bem-estruturada, os hieróglifos, que foram decifrados por estudiosos 
pela primeira vez no séc. XIX. 
Fruto de uma civilização complexa, organizada, a arquitetura egípcia é consequên-
cia de sua visão de mundo, de seus períodos políticos, sua estrutura social e sua relação 
com a natureza – mais notadamente, a relação dos egípcios com a morte.
A civilização do Egito Antigo se estabeleceu ao longo do Rio Nilo, no norte da África, 
por volta de 3.000 a.C. e se desenvolveu, portanto, por um extenso período – cerca 
de 3.000 anos, sendo que durante a maior parte deste tempo, o Egito esteve livre de 
invasores. Assim, essa sociedade pôde se organizar e prosperar, o que se reflete, natu-
ralmente, na sua arquitetura imponente. 
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Toda a vida egípcia se orientava de acordo com os ciclos e fluxos do rio Nilo, 
pois era a partir deles que a agricultura se tornava possível em uma região árida, 
cercada por desertos de ambos os lados. 
Quando o Rio Nilo subia e irrigava as áreas em torno, tudo florescia – e era nessa 
época que os egípcios se esforçavam para produzir alimentos que deveriam durar por 
todo ano, principalmente durante a estação seca. Já na época seca do ano, havia 
pouco ou nada para se fazer. 
Os milhares de egípcios que se encontravam ociosos nos cinco meses da estação 
seca, isso ocorria todos os anos, eram então orientados para a construção civil, 
auxiliando na construção dos imensos monumentos emblemáticos dessa civilização. 
(GLANCEY, 2007, p. 18).
O ponto mais relevante para lembrar quando se analisa a arte e a arquitetura desse 
povo é a relação dos egípcios com a morte, e com a vida após a morte. 
A religião era o aspecto cultural mais significativo da sociedade egípcia, e toda a 
arte era orientada por ela – as principais construções eram templos e túmulos pro-
duzidos para as múmias. As esculturas dos sarcófagos e imagens eram feitas para 
“reter” a forma humana do morto para que ele fosse “lembrado” de como era sua 
forma quando vivo, ao renascer em sua vida espiritual. 
Elementos decorativos eram elaborados para adornar o interior dos túmulos, esta-
tuetas e vasos para ficar ao lado dos mortos, dentre outros. Glancey chega a afirmar: 
As primeiras cidades egípcias foram necrópoles – cidades dos mortos – e 
as pirâmides ficavam no centro de cidades muradas compostas de templos 
e salões ligados por longos corredores, flanqueados por colunas cujos ca-
pitéis eram feitos de modo a lembrar flores de palmeira, nenúfar e papiro. 
(GLANCEY, 2007, p. 18).
Os egípcios acreditavam em deuses que poderiam interferir na história humana e 
na natureza. Seu representante na terra era o faraó, monarca que era considerado 
uma divindade, e que tinha total comando sobre seu povo em todos os aspectos. 
Quando morresse, acreditava-se que o faraó retornaria, então, para junto das 
outras divindades. 
Durante toda sua vida, os escravos e trabalhadores se dedicavam a erigir imensos 
túmulos piramidais para acolher o monarca quando este viesse a falecer. 
Os egípcios acreditavam que, ao morrer, todos passariam pelo Tribunal de Osíris 
(O deus dos mortos, que foi o primeiro faraó) para obter seu julgamento. Alguns con-
seguiam voltar à vida de acordo com o veredicto de Osíris, outros não. 
Daí a importância da mumificação e das tumbas majestosas: dependendo do ve-
redicto de Osíris, as pessoas que retornassem a Terra poderiam, através de suas mú-
mias, recompor seu corpo original e retomar todos seus pertences que estavam na 
tumba aguardando seu retorno. 
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No caso dos faraós, que jamais seriam recusados por Osíris, a câmara mortuária era 
equipada com todos os objetos dos quais o faraó necessitaria quando ingressasse na sua 
vida após a morte: de objetos de arte luxuosos a utensílios cotidianos mais mundanos; 
e até mesmo as múmias de seus servos, esposa e até animais domésticos, que eram 
mortos e mumificados para acompanhar o faraó em sua travessia ao outro mundo.
Segundo a fé egípcia, o mundo seria destruído se não se fizessem as preces e ritos reli-
giosos; a felicidade na vida após a morte seria assegurada pelas práticas rituais cotidianas, 
e até mesmo a natureza (o ritmo das enchentes, a fertilidade do solo, as chuvas) depen-
diam da vontade do faraó.
A Maldição de Tutankamon - Discovery Channel - https://youtu.be/1-judDWkwYQ
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Figura 7 - Máscara Funerária de Tutankamon
Fonte: Wikimedia Commons
Máscara funerária do Faraó Tutancâmon, que reinou entre 1336 e 1327 a.C. Tutancâ-
mon subiu ao trono aos 9 anos e faleceu de forma traumática muito jovem, aos 19 
anos de idade, supostamente por uma conspiração em sua corte. A importância do 
faraó Tutancâmon se dá principalmente pelo fato de seu túmulo ter sido descoberto 
praticamente intacto, pelo explorador inglês Howard Carter, em 1922. Dentro da câ-
mara mortuária foram encontrados diversos artefatos, como móveis, armas, joias, e 
objetos do cotidiano, bem como utensílios domésticos e roupas. Além da máscara 
mortuária, o sarcófago que envolvia a múmia do faraó também era integralmente 
talhado em ouro.
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
As construções mais emblemáticas são as pirâmides, mas estas não foram os úni-
cos tipos de túmulos egípcios. Ainda no período Arcaico, os primeiros faraós não 
construíam pirâmides, mas sim réplicas de suas casas para viver sua vida após a morte.
Todos viviam a vida terrena em função da vida que viria após a morte. Para tanto, 
passavam sua vida organizando seus túmulos e mandando construir mastabas, 
túmulos mais simples, onde suas múmias seriam colocadas junto com seus pertences, 
esculturas reproduzindo sua imagem carnal e objetos ritualísticos. 
Embora seu exterior fosse rústico, sem elementos decorativos, o interior de uma 
mastaba frequentemente impressiona pela opulência dos relevos escultóricos, pin-
turas murais e outrasformas de ornamentação.
Feitas de barro ou pedra (calcário), as mastabas eram em formato retangular, 
com o comprimento equivalendo a cerca de quatro vezes sua largura e com intrica-
dos ambientes internos, decorados com valiosas pinturas murais. 
Aspecto exterior de uma mastaba em Sacará, no Egito, com a pirâmide de Djoser ao fundo.
https://goo.gl/UX3scTEx
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As mastabas poderiam ser simples, compostas por um único ambiente, onde ficava 
a múmia; ou por um sistema mais complexo, com vários ambientes, corredores e câ-
maras subterrâneas. 
Com o faraó Djoser (também escrito Zoser), teve início o Antigo Império. Esse faraó 
exerceu o poder de forma autoritária e estabeleceu o centro de seu reinado em Mênfis, 
no Baixo Egito, próximo ao delta do Rio Nilo, no Mar Mediterrâneo. 
Djoser foi um faraó bastante conhecido por sua arquitetura, e foi o faraó responsá-
vel pela construção da primeira pirâmide. 
Originalmente, a pirâmide alcançava 62m de altura, com uma base de 109m x 125m, 
sendo revestida por pedra calcária branca polida. A pirâmide de degraus (proto-pirâmide) 
é vista como a mais antiga construção monumental em pedra do mundo. 
As pirâmides precisavam de soluções engenhosas para tornar possível sua cons-
trução. Os egípcios ainda não conheciam a polia, portanto, é impressionante terem 
conseguido elevar blocos de pedra de 2,5 toneladas a tão grande altura. 
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Figura 8 - A Pirâmide Escalonada de Djoser
Fonte: Wikimedia Commons
As pirâmides mais conhecidas foram uma evolução desta primeira, pois suas super-
fícies não são escalonadas, mas aparentemente lisas. As mais famosas, embora exis-
tam no Egito 128 pirâmides conhecidas (no momento), são as três grandes pirâmides 
construídas em Gizé, ao sul da capital Cairo. Essas pirâmides são os túmulos de três 
importantes faraós da quarta dinastia, que foi a grande era da construção de pirâmides, 
chamados Quéfren, Quéops e Miquerinos.
Figura 9 - As pirâmides de Gizé – as três grandes pirâmides de Quéops (a maior),
Miquerinos e Quéfren; e as pirâmides menores da necrópole
Fonte: sciencenewsforstudents.org
A construção desses edifícios costumava se iniciar já no início da vida ou reinado 
do faraó. 
Estima-se que a Pirâmide de Quéops tenha levado 20 anos para ser concluída e 
que ocupou cerca de 120 mil trabalhadores, entre escravos e homens livres que es-
tavam “de folga” durante a estação seca. 
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Este monumento revela o domínio que os egípcios demonstraram em 
sua técnica de construção, pois não existe nenhuma espécie de arga-
massa entre os blocos de pedra que formam suas imensas paredes” 
(PROENÇA, 2000, p. 19). 
A precisão das construções diante da precariedade de tecnologias é um assombro 
até hoje, mas as dificuldades eram vencidas pela convicção de que se tratava de um 
trabalho religioso, e que teria duração por toda a eternidade. 
Os mesmos construtores das pirâmides foram os responsáveis por outro monumen-
to iconográfico do Egito Antigo: a Esfinge. 
A esfinge egípcia é uma antiga criatura mística usualmente tida como um leão es-
tendido — animal com associações solares sacras — com uma cabeça humana, usu-
almente a de um faraó. Também usada para demonstração de poder, assim como as 
pirâmides no Egito. 
A gigantesca esfinge de Gizé, de 20 m de altura e 74 m de comprimento, foi cons-
truída para louvar Quéops, reproduzindo lhe a cabeça. O desgaste causado pelo atrito 
das areias do deserto, levados pelo vento, apagou a maior parte dos traços do rosto 
da Esfinge e lhe deu um aspecto enigmático, o que fomenta muitas lendas e mitos a 
seu respeito.
Figura 10 - A Esfinge diante da Pirâmide de Quéops
Fonte: Wikimedia Commons
As câmaras internas das pirâmides eram ricamente adornadas, trazendo muitas 
imagens da pessoa sepultada, pois os egípcios acreditavam que isto a manteria 
viva. Se estas imagens não estivessem lá, quando o morto chegasse ao céu, poderia 
“perder” seus traços fisionômicos. 
Um dos últimos grandes exemplos da arquitetura egípcia, com uma configura-
ção que se aproxima do racionalismo dos gregos, é o templo funerário da Rainha 
Hatsheput (1520 a.C.), que fica diante dos penhascos de Der El-Bahari, em Tebas. 
O arquiteto que projetou este templo também é conhecido, Senmut. 
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O templo é composto por três níveis, ligados por rampas de inclinação rasa, e fron-
teado por uma colunata. Essas colunas não têm mais os capitéis em formas vegetais 
como vimos nos templos de Carnac ou Luxor, mas já se aproximam das delgadas 
colunas dóricas dos gregos antigos. 
Todas as paredes são decoradas com pinturas e relevos louvando a Rainha, que 
era considerada divina. No fim de um corredor, no interior do rochedo, chega-se a 
uma câmara onde a múmia da rainha estava sepultada.
Figura 11 - Templo mortuário da Rainha Hatsheput e Der-El-Bahari
Fonte: iStock/Getty Images
A arquitetura dos egípcios, após este período, começou a entrar em declínio – 
nunca mais conseguiu atingir a excelência e imponência de formas e ornamentos 
dos templos do Novo Império. Isto foi reflexo do declínio da influência e poder 
egípcio, que começou a ser enfraquecido por sucessivas invasões. 
Já nos últimos séculos, começou a apresentar influências fortes da civilização 
grega, que se desenvolvia nas proximidades – e certamente a arte e arquitetura dos 
egípcios foram referências importantes na constituição da produção grega. 
Podemos dizer que, se o auge da nossa arquitetura ocidental se deu durante 
a civilização da Grécia antiga, certamente as raízes de toda a nossa cultura já se 
encontram nas obras egípcias. 
Considerações Finais
Procuramos nesta unidade apresentar as ideias principais das civilizações antigas 
a partir da arquitetura e do surgimento das primeiras cidades.
Muito do que se sabe até hoje são conclusões apresentadas por historiadores, antro-
pólogos, sociólogos e arqueólogos que estudaram os documentos, imagens, objetos e 
dejetos capazes de trazer à luz do conhecimento uma rica e extensa história de culturas 
milenares que influenciaram, e continuam influenciando, a humanidade até os dias atuais.
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UNIDADE Introdução à História da Arquitetura e Urbanismo
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Possibilidades de Pesquisa em História – E-book
https://goo.gl/EuM4xz
Fatos e Mitos do Egito Antigo – E-book
https://goo.gl/TCzD5E
Como Arquitetos e Designers Pensam – E-book
https://goo.gl/dm2efY
 Vídeos
Arquitetura Secular: A Pirâmide de Gizé (Dublado) Documentário National Geographic 
https://youtu.be/hdOZu40UBvg
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Referências
CHOAY, Françoise. O Urbanismo. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2001.
GLANCEY, Jonathan. A História da Arquitetura. São Paulo: Ed. Loyola, 2007.
GOMBRICH, Ernst H. História da Arte. 16 ed. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2008.
MUMFORD, Lewis. A Cidade na História. 4 ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1998. 
PROENÇA, Graça. A História da Arte. São Paulo: Ed. Ática, 2000.
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