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Arquitetura Clássica Civilizações

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Prévia do material em texto

História da Arquitetura 
e Urbanismo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Silvio Pinto Ferreira Junior
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
• Introdução;
• Arquitetura Clássica;
• Grécia Antiga;
• Arquitetura Grega;
• Roma Antiga;
• Arquitetura Romana;
• Considerações Finais.
 · Conhecer o surgimento e o desenvolvimento da arquitetura nas ci-
vilizações Grega e Romana.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Arquitetura Clássica – Civilizações 
Grega e Romana
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Introdução
Na antiguidade, diversas civilizações deram sua contribuição à arquitetura, mas 
o legado das civilizações grega e romana deixaram para as gerações futuras um 
acervo impressionante de objetos, ferramentas, armas, arte, filosofia e estilo.
Nesta unidade vamos analisar estas duas civilizações que deram origem ao que 
chamamos de período clássico e de nascimento de ideias importantes e inovadoras, 
nunca vistas até então, que moldaram o ocidente.
A miscigenação de povos, à medida que o Império Grego e, posteriormente, o 
Império Romano proporcionou, refletiu no ambiente construído e mais, apresentou 
ao mundo estilos que mesclavam tecnologia, ousada engenharia, traçados urbanos 
e muita arte, como veremos nas páginas a seguir.
Arquitetura Clássica
Um dos grandes momentos da arquitetura mundial é, sem dúvida, a arquitetura 
produzida pelas civilizações grega e romana.
As obras construídas no estilo que denominamos “clássico” foram responsáveis 
pela consolidação de uma linguagem arquitetônica que dominou o cenário ocidental 
por pelo menos 5 séculos, sendo facilmente encontradas ainda nos dias de hoje.
Em termos de arquitetura, vejamos inicialmente o que significa a palavra “clássico”.
No cotidiano, usamos a expressão “clássico” para nos referirmos a determinadas 
manifestações culturais que são consideradas o apogeu de seu estilo ou época. 
Com isso, adquirem um status de qualidade, de atemporalidade.
“Um edifício clássico é aquele cujos elementos decorativos derivam direta 
ou indiretamente do vocabulário arquitetônico do mundo antigo – o mundo 
‘clássico’, como muitas vezes é chamado. Esses elementos são facilmente 
reconhecíveis, como, por exemplo, os cinco tipos padronizados de colunas 
que são empregados de modo padronizado, os tratamentos padronizados 
de aberturas e frontões, ou, ainda, as séries padronizadas de ornamentos 
que são empregadas nos edifícios clássicos” (SUMMERSON, 2006, p. 4). 
Ou seja, a arquitetura clássica é aquela que se vincula, necessariamente, à ar-
quitetura da Grécia antiga, e que foi posteriormente apropriada e reinterpretada 
pelos romanos.
Não se trata, obviamente, de apenas aplicar os elementos que são facilmente 
reconhecíveis como colunas e frontões, mas de toda uma forma racional e harmô-
nica de composição que é a essência da arquitetura clássica.
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Antes de procurarmos definir, afinal, o que são as cinco ordens clássicas, ou 
mesmo o que são as tais “colunas” e “frontões” e outros elementos arquitetônicos 
tidos como clássicos, é necessário contextualizarmos no tempo as civilizações grega 
e romana, e entendermos como tudo começou.
Grécia Antiga
Situada na região sul da Península Balcânica, o território da Grécia Antiga não 
corresponde exatamente à abrangência da Grécia atual, e correspondia a três 
regiões: a Grécia Continental, a Grécia Central e a Grécia Insular. Esta última diz 
respeito a diversas ilhas que estão espalhadas pelo Mar Egeu. Além desta região 
mais concentrada, os gregos estabeleceram assentamentos e colônias em muitas 
áreas próximas, como é possível perceber no mapa a seguir.
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Este mapa esquemático mostra a colonização de diversos povos na época da civilização da Grécia An-
tiga, comparando os domínios dos gregos (em marrom), com os dos fenícios. Nota-se que os gregos 
chegavam a ocupar o sul da atual Itália, a costa da França e o norte da África.
O período da Grécia Antiga abrange de cerca de 1.000 a.C. até a morte de 
Alexandre, o Grande, no ano de 323 a.C. Este período é dividido em dois:
• Período Arcaico: de 1.000 a.C até 490 a.C.
• Período Clássico: de 490 a.C. até 323 a.C.
Depois da morte de Alexandre, o Grande, deu-se início ao período mais grandioso 
da civilização grega: o Período Helenístico, que terminou em 30 a.C., quando a 
Grécia Antiga se dissolve e acaba se fundindo a outras culturas mediterrâneas.
9
UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Apesar dos gregos antigos terem vivido há mais de 2.000 anos, a sua importân-
cia para a cultura ocidental é enorme.
Além de seu indiscutível legado arquitetônico e artístico, os gregos também con-
tribuíram com a filosofia (Sócrates, Platão, Aristóteles), a lógica, a retórica, a demo-
cracia, avanços matemáticos significativos (lembram-se do teorema de Pitágoras?), 
o desenvolvimento da Medicina (Hipócrates); as Olimpíadas e as práticas esporti-
vas; a criação do teatro; a valorização do ser humano e seu potencial intelectual 
para compreender o mundo.
Sem dúvida, podemos afirmar que os gregos são a raiz de toda a cultura que se 
desenvolveu no mundo ocidental posteriormente.
Arquitetura Grega
O teórico Nikolaus Pevsner afirma, logo nas primeiras frases de seu livro Panora-
ma da Arquitetura Ocidental, que “o templo grego é o exemplo mais perfeito já al-
cançado de uma arquitetura que se realiza na beleza plástica” (PEVSNER, 2002, p. 6).
O mais importante e conhecido dos templos gregos, o Partenon, é certamente 
conhecido como o edifício mais influente de todos os tempos, inspirando cópias 
e versões ao longo da história, e ao redor do mundo. E, certamente, representa 
o paradigma das realizações dos gregos na arquitetura (GLANCEY, 2001, p.45).
Figura 2 – O Partenon, na Acrópole de Atenas
Fonte: Wikimedia Commons
Os gregos nos trouxeram diversas inovaçõesimportantes no campo da arquite-
tura, já em termos de reflexão teórica. Na primeira delas, o arquiteto voltará sua 
atenção apenas para o problema da construção. Com isso, a arquitetura passa a 
ser fruto de reflexões para ser compreendida, e começam a surgir suas primeiras 
leis, como se fosse uma forma de ciência.
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11
“Aqui se origina a distinção entre as artes (arquitetura, escultura, pintura, 
etc.) que se consideram categorias permanentes e absolutas da atividade 
humana. Para qualquer uma delas se supõe que existam algumas regras 
objetivas, análogas às leis da natureza, e que o valor de cada obra 
particular consiste em se adequar a elas (...). Em arquitetura, essas regras 
são conhecidas pelo nome de ordens” (PEREIRA, 2010, p. 51).
As ordens são a base da arquitetura grega, que estabelece pela primeira vez 
na história um instrumento de controle que estipula todo o processo de produção 
de arquitetura.
Já foi dito que uma ordem é “a disposição regular e perfeita das partes, que 
concorrem para a composição de um conjunto belo” (PEREIRA, ibidem). Esta é a 
essência de todo o pensamento grego, que busca a realização de seu ideal de beleza 
– e para atingir este objetivo decodifica a arquitetura em uma série de elementos 
necessários para que ela obtenha a harmonia, a proporção e a combinação de 
elementos de modo que ela seja, de fato, uma bela arquitetura.
Estes elementos são basicamente compostos por colunas e o entablamento, sen-
do que este último funciona como uma estrutura horizontal que sustenta o telhado, 
como uma viga.
Mas antes de definirmos quais são estes elementos construtivos, e quais são as 
ordens gregas, é necessário entender que os gregos eram notáveis pela tendência 
de compreender o mundo através da razão, e não se limitavam às explicações 
meramente espirituais para os fenômenos que observavam. Os gregos eram o que 
se chama de humanistas, pois celebravam o homem e sua capacidade racional, de 
entender e interpretar o mundo através da lógica e da filosofia.
Esta posição influencia a arquitetura, pois este antropocentrismo leva ao de-
senvolvimento de um sistema de medidas baseados no corpo humano, entendido 
como cânone de beleza e proporção. Este sistema de medidas determinará uma 
das grandes contribuições dos gregos para a arquitetura: a escala humana.
Antropocentrismo: Etimologicamente, a palavra antropocentrismo signifi ca colocar 
o homem no centro do mundo (antropo = homem), ou seja: avaliar o universo e seus 
fenômenos a partir de sua relação com o homem. Designa uma postura geralmente oposta 
a uma visão teocentrista (deus no centro do mundo).
Ex
pl
or
Caro(a) aluno(a), como você já deve conhecer, uma escala é um sistema de 
medidas, uma relação entre diferentes dimensões, de modo a manter uma relação 
de proporção.
A escala humana parte das relações do próprio corpo humano: a medida dos pés 
em relação às pernas, a medida de um polegar, a altura em relação às dimensões 
da cabeça. Partindo do princípio de Delfos – “conhece-te a ti mesmo” – os gregos 
passaram a medir o corpo humano e a estipular uma relação de proporções 
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UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
entendida como harmoniosa e bela. É a partir deste raciocínio que surge o sistema 
de medida que mede as coisas por polegadas ou palmos, ou a distância em pés, 
passos ou jardas.
Os edifícios passam a ser medidos e construídos a partir da mesma relação 
dimensional do corpo humano, adaptando-se às medidas do homem.
Racionalistas, os gregos então tomaram como partida a proporção áurea para 
a produção de suas obras de arte, buscando reproduzir a imagem do homem 
perfeito, Belo, que reside apenas no mundo das ideias. Um exemplo é a estátua 
Doríforo, de um importante escultor grego, Policleto, esculpida por volta de 440 
a.C., nos traz um princípio de proporção entre as medidas tidas como perfeitas 
no corpo humano.
Figura 3 – Doríforo, de Policleto (c. 440 a.C.). A altura de um ser humano 
proporcional deve equivaler a 7 vezes o comprimento da cabeça
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
O mesmo raciocínio era transferido também para a arquitetura, procurando 
produzir construções que seguissem as mesmas proporções. “Se a natureza dispõe 
o corpo do homem de tal forma que cada membro se relaciona com o todo, os 
gregos querem que exista também essa mesma correspondência de medidas entre 
as partes e a obra inteira de arquitetura” (PEREIRA, 2010, p. 49). Seguindo a 
escala humana e a proporção áurea, a arquitetura seria, também, Bela.
12
13
As ordens gregas
Como mencionamos antes, os gregos criaram um sistema de regras que teriam 
como objetivo desencadear a beleza e as proporções da natureza, que são chamadas 
de ordens arquitetônicas.
A arquitetura grega é composta por um sistema ortogonal de elementos: colunas 
ou paredes (vertical) encimadas por vigas (horizontal), sustentando um telhado.
As colunas são compostas por três partes: o fuste (corpo da coluna); a base, na 
qual o fuste se apoia; e o capitel, que é o elemento decorativo no topo da coluna, que 
costuma ter diferentes aparências de acordo com a ordem a que pertence. A coluna 
sustenta o entablamento, que faz a função da viga estrutural e sustenta a cobertura.
Sob as colunas, no caso da arquitetura não ser implantada diretamente no chão, 
há uma base ou plataforma sobre a qual se ergue a edificação, chamada estilobata. 
Para fazer a conexão e o acabamento entre a coluna e a estilobata, é colocada a 
base sob o fuste da coluna.
Ordem Dórica: https://goo.gl/JvNokM
Ex
pl
or
Da mesma maneira, o capitel funciona como um elemento de ligação entre a 
coluna e o entablamento, de forma a garantir um encaixe e acabamento perfeito 
entre os elementos arquitetônicos.
São três as ordens gregas: a dórica, a jônica e a coríntia. Cada uma destas 
ordens surgiu em locais diversos, e, portanto, trazem o mesmo nome de alguns dos 
povos oriundos destas mesmas regiões.
Cada uma destas ordens tem sua estética distinta. Nós podemos reconhecer 
as ordens facilmente por suas colunas, ou, mais especificamente, pelo capitel das 
colunas – mas todos os outros elementos (arquitraves, frisos, cornijas, bases, etc.) 
também têm configurações diferentes de acordo com a ordem a que pertencem.
Jônico
Dórico
Coríntio
Figura 4 – As três ordens gregas, jônica, dórica e coríntia. Note a diferença 
entre o nível de rebuscamento da decoração de fustes e capitéis
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
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UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Quando o arquiteto opta por uma das ordens para compor seu edifício, todos 
estes elementos já são pré-determinados. Não se pode usar uma coluna dórica 
com um entablamento jônico. Não se pode usar um capitel coríntio num fuste com 
dimensões dóricas. As ordens são relativamente rígidas e servem como orientação 
para a composição, resultando numa economia de tempo e energia, pois as 
escolhas de detalhes já foram feitas – e, ao mesmo tempo, não deixam de oferecer 
uma margem de liberdade para se adaptar a cada caso particular.
Caro aluno, você pode conhecer mais sobre a arquitetura grega no documentário da History 
Chanel indicado no link a seguir.
Grécia Antiga, arte e arquitetura: https://youtu.be/9OiiOuyiGLM
Ex
pl
or
De forma simplificada, a principal diferença reside nas colunas – a relação entre 
a altura da coluna e o diâmetro de seu fuste. É principalmente esta razão que vai 
determinar se tal edifício pertence ao sintagma dórico ou jônico, sendo que a 
ordem coríntia é uma variação do sintagma jônico.
As principais edificações gregas são cívicas, destinadas ao uso público, como os 
templos, os anfiteatros, as pinacotecas.
Devido ao calor excessivo da região mediterrânea, o homem grego passa a maior 
parte do tempo fora de casa, circulando pela pólis (a cidadegrega), socializando e 
discutindo política, celebrando seus deuses e filosofando. Tanto que o interior dos 
templos gregos não eram espaços de reunião de pessoas para um culto, como são 
as igrejas cristãs.
Os gregos costumavam realizar seus ritos religiosos em suas casas, mas se 
encontravam no templo para as procissões públicas e festividades nacionais. Havia 
um espaço determinado para essas congregações: um espaço circundante, em 
torno do templo, chamado temenos – o templo era apenas um recinto sagrado 
para guardar a imagem divina, acessado apenas de maneira processual para 
depositar as oferendas e louvar as estátuas que representavam os deuses. Mesmo o 
altar ficava no lado de fora da construção. É por esta razão que se costuma afirmar 
que a arquitetura produzida pelos gregos tem um foco maior na sua composição 
externa do que nos espaços internos.
Os temenos não eram destinados apenas a fins religiosos, mas também políticos, 
e, assim como os templos mais notáveis, situam-se numa região da cidade grega 
denominada de acrópole.
A acrópole é a parte da cidade situada na região mais alta, normalmente 
em morros ou colinas. A altura da região atende a duas funções: simbólica e 
14
15
militar. Simbolicamente, a altura representa a elevação dos valores humanos e 
a supremacia sobre outras partes da cidade, dada a importância das edificações 
que lá estavam.
Já em termos militares, a altura tornava a região mais fácil de defender de ata-
ques. No princípio, como nas civilizações micênicas, as acrópoles atendiam apenas 
a funções militares e eram geralmente cercadas por muralhas, reunindo os templos 
e edifícios públicos mais importantes.
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
De todas as acrópoles gregas, a de Atenas é certamente mais célebre, pois é lá 
que estão as ruínas das mais imponentes construções gregas que ainda existem, 
como o Partenon.
Importante!
O aspecto mais interessante sobre os templos gregos, e que é possível perceber no 
Partenon, é o mecanismo de correção ótica que os gregos empregavam. Esta técnica, 
conhecida como êntase, mostra a obsessão dos gregos pela perfeição matemática na 
construção de seus templos.
Importante!
Falar da arquitetura grega requer um vasto conteúdo, dada a sua importância. 
Aqui mostramos algumas características apenas da forma como os gregos pensaram 
a arquitetura de forma tão inovadora para seu tempo.
15
UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Roma Antiga
A civilização romana é outro grande momento da história mundial. Suas 
contribuições culturais têm parentesco direto com a cultura que se originou na 
Europa a partir daí – e, por conseguinte, a nossa.
Veio da Roma antiga a maior parte das nossas palavras e mesmo a base do 
nosso idioma, que é de origem latina.
Os romanos tiveram realizações incomparáveis na área jurídica, militar, artística, 
política, dentre muitas outras.
Roma é o berço do Cristianismo, que a princípio foi duramente combatido, e 
que, já no fim do Império, foi estabelecido como religião oficial pelo Imperador 
convertido Constantino – tanto que a sede da Igreja Católica, o Vaticano, se situa 
dentro do perímetro urbano de Roma.
A civilização durou cerca de 12 séculos ao todo, surgindo a partir da fundação 
da cidade de Roma, e chegou a dominar grande parte do território europeu, e da 
bacia mediterrânea da Ásia e da África durante seu período imperial.
No início Roma foi uma monarquia e três dos seus últimos reis foram etruscos. 
Depois de longas lutas, finalmente Roma venceu a Etrúria em torno de 200 a.C., 
paulatinamente anexando novos territórios ao seu Império, dando origem à vasta 
e poderosa civilização no mapa a seguir.
Figura 6 – Mapa demonstrando as regiões que faziam parte do Império Romano
Fonte: Wikimedia Commons
16
17
A cidade de Roma tem sua fundação envolta em mistérios e lendas (por exemplo, 
a de que Roma teria sido fundada por dois irmãos – Rômulo e Remo – que teriam 
sido criados por uma loba), e atribui-se ao ano de 753 a.C. sua fundação.
Sua população era formada basicamente pelos gregos e os etruscos (povos 
itálicos que habitavam a península itálica a partir de 1200 a 700 a.C.).
Importante!
Caro aluno, você já ouviu a expressão “todos os caminhos levam a Roma”?
Pois bem, os romanos conquistaram todo o mundo ocidental conhecido, ligaram suas 
extensas regiões por meio de uma rede de excelentes estradas e deram às suas grandes 
cidades água corrente – trazida de colinas e montanhas a mais de 80 km de distância por 
meio de grandes aquedutos. Ofereceram banhos públicos, lavatórios públicos, esgoto e 
transporte público. Ou seja, a base das cidades dos tempos de hoje.
Trocando ideias...
A praticidade dos romanos levou a um grande desenvolvimento na construção 
civil, notadamente no desenvolvimento de novas técnicas (o que mais tarde seria 
denominado engenharia), e no surgimento de uma noção de planejamento urbano. 
Tanto que o termo “urbano” deriva de urbe, palavra latina que designa a cidade.
A arte produzida pelos romanos sofre duas influências bastante diversas: por um 
lado, a forte influência da arte grega e seu ideal de beleza e harmonia; por outro 
lado, a inclinação aos princípios etruscos de praticidade e expressão da realidade. 
De fato, os romanos, descendentes dos etruscos, tinham personalidade diferente 
dos gregos, e era um povo mais prático, menos voltado às questões teóricas. Essa 
diferença é facilmente notável em sua arquitetura.
Arquitetura Romana
A primeira grande contribuição dos romanos é a pluralidade de programas 
construtivos, o que reflete em grande medida a complexidade da sociedade romana.
As edificações públicas se tornam mais variadas, oferecendo uma infinidade de 
equipamentos de lazer e funcionais na urbe. A cidade é, na essência, pública. Com 
isso, a arquitetura amplia as respostas aos problemas técnicos que se apresentam, 
aumentando seu território de aplicação.
Além dos tradicionais templos e edificações cívicas, os romanos constroem 
termas e basílicas (que, na sociedade romana, eram edifícios cívicos e não religiosos, 
como ficaram conhecidos depois); teatros, anfiteatros e circos; cisternas, aquedutos, 
pontes, e construções utilitárias de todo tipo – que passam a ser incorporados 
no campo da arquitetura. “Poucas vezes se deu na história uma revolução mais 
transcendental do que a ocasionada por essa ampliação do território da arquitetura 
romana dentro do mundo clássico” (PEREIRA, 2010, p.71).
17
UNIDADE Arquitetura Clássica – Civilizações Grega e Romana
Além desta inovação, os romanos trouxeram outras, como a imensa criatividade 
– as construções romanas exploram diferentes composições volumétricas e formas 
arquitetônicas, numa escala monumental, apropriando-se poderosamente 
do espaço externo e interno produzido pela construção – rompendo os limites 
morfológicos anteriores.
Isto foi, em grande parte, ocasionado pelo desenvolvimento de novas técnicas 
construtivas, herdadas dos etruscos: o arco, e, por consequência, a abóbada. Esta 
tecnologia possibilita que as forças exercidas pelo peso das pedras e das estruturas 
que o arco suporta (como as coberturas e vigas transversais do pórtico grego) sejam 
distribuídas uniformemente pelo arco e os pilares.
Quando o arco se desdobra em vários, formando uma espécie de “túnel”, ele se 
transforma numa abóbada, que faz as vezes de teto. O mecanismo de distribuição 
de forças é o mesmo, possibilitando a ampliação da distância entre os elementos 
verticais de sustentação. Estes elementos permitiam que os romanos construíssem 
amplos espaços internos, livres dos excessos de colunas, típico dos gregos.
Os romanos também inventaram o concreto, o que aumentava a possibili-
dade de moldar plasticamente novas formas arquitetônicas e em grande escala.
Como o concreto era amplamente utilizadopelos romanos, construindo cúpulas 
e abóbadas e, portanto, necessitavam menos de colunas para exercer a função 
estrutural, os romanos muitas vezes usavam as colunas como elementos decorativos 
em templos, banhos e arenas. Acabaram por desenvolver uma coluna plana ou 
meia-coluna embutida no elemento vertical do arco, à qual chamamos de pilastra 
(GLANCEY, 2007, pp. 31-32).
Longe de perderem importância, a linguagem clássica da arquitetura ganhou 
maior fôlego e qualidade plástica. Os romanos, portanto, não abandonaram as 
ordens – muito pelo contrário.
Os romanos acrescentaram às ordens dórica, jônica e coríntia mais duas ordens 
próprias: a toscana (uma ordem similar à dórica, mais simplificada e robusta, vinda 
dos etruscos), e a compósita, que é uma combinação das ordens jônica e coríntia, 
e que, na antiguidade romana, só aparece no Coliseu. Portanto, as ordens clássicas 
que conhecemos são cinco – e continuarão a ser utilizadas muitos e muitos séculos 
depois. Além disso, as abóbadas, domos (colunas semiesféricas) e pilastras também 
passam a incorporar o repertório da linguagem clássica da arquitetura.
Se para os gregos o Parthenon é um ícone de sua arquitetura, para os romanos, 
em igual importância, podemos citar o Panteão.
O edifício é considerado o ápice da qualidade arquitetônica dos romanos – o 
qual, assim como o Partenon, também é um templo, dedicado a todos os deuses 
do panteão romano – daí seu nome.
Situado bem no centro da cidade de Roma, o Panteão foi construído entre 118-
128 d.C., e talvez tenha sido projeto do próprio imperador Adriano.
18
19
O Panteão representa o ápice do projeto e da 
engenharia estrutural dos romanos e explicita a di-
ferença clara entre a arquitetura grega e a romana: 
ao passo em que o Partenon nos mostra o caráter 
extrovertido e matemático da composição grega; 
o Panteão exibe o cuidado com os espaços inter-
nos e a plasticidade dos volumes dos romanos.
O Panteão atual é um edifício 
único em sua configuração. 
Sua planta centralizada é 
composta por um vasto salão 
encimado por uma imensa e 
ambiciosa cúpula de cerca de 
43 metros de diâmetro.
O Panteão que nós conhecemos hoje é uma nova construção que substituiu ou-
tro templo, construído em 27 a.C., durante a República Romana, durante o tercei-
ro consulado de Marco Vipsânio Agripa, e destruído por um incêndio em 80 d.C. 
Há a seguinte inscrição no pórtico da fachada principal: M.AGRIPPA.L.F.COS.
TERTIUM.FECIT, que significa: “Construído por Marco Agripa, filho de Lúcio, 
pela terceira vez cônsul”. Quando Adriano reconstruiu o Panteão, ele manteve a 
inscrição original, embora não se trate do mesmo edifício.
Figura 7 – Vista do Panteão atualmente
Fonte: Wikimedia Commons
Os edifícios públicos são de extrema importância para os romanos, que também 
valorizavam o convívio fora de suas casas.
Os edifícios cívicos eram importantíssimos e costumavam ser agrupados em 
fóruns. O mais soberbo deles é o Fórum de Trajano, inaugurado em 112 d.C., 
construído pelo arquiteto principal do imperador, Apolodoro.
O Fórum de Trajano combina princípios da arquitetura grega com uma impo-
nente organização axial e simétrica. Os edifícios eram acessados através de um 
propileu arqueado, que dava entrada a uma praça quadrada de 126m de cada lado, 
rodeada de pórticos com colunatas e presidida pelo monumento ao imperador. 
De cada lado da praça, dois semicírculos prolongavam o espaço, destacando, ao 
fundo, a Basílica Ulpia.
Propileu: é a porta monumental que serve como a entrada para uma acrópole.
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Figura 8 – Fórum Imperial de Trajano, como está hoje
Fonte: Wikimedia Commons
A basílica romana não é uma igreja – visto que a Igreja Católica ainda era 
incipiente nesta época. A basílica era um edifício cívico, laico, que costumava ser 
usado principalmente para o comércio e a justiça.
Outro equipamento público urbano extremamente representativo da arquitetura 
romana são as termas, ou banhos públicos, onde a população complementava 
sua higiene com as atividades desportivas e sociais. As termas eram fundadas pela 
iniciativa privada, mas seus serviços eram gratuitos e frequentados por multidões.
Outros equipamentos de lazer são os destinados a espetáculos. O edifício para 
espetáculo mais paradigmático da arquitetura romana é o anfiteatro, destinado a 
combates, lutas e outros espetáculos similares.
O povo romano apreciava muito as lutas de gladiadores, que poderiam ser apre-
ciadas de qualquer ângulo. Assim, os romanos deixaram de dispor a arquibancada 
em semicírculo, passando ao formato elíptico.
O espetáculo acontece na arena, na parte central, sob a qual existe uma série 
de corredores e câmaras por onde saíam feras, gladiadores e atores.
A partir do uso dos arcos na construção, foi possível para os romanos construírem 
anfiteatros muito mais amplos que os dos gregos, e sem precisar encontrar colinas 
com a inclinação exata, podendo construí-los onde bem desejassem.
Através do uso de fileiras concêntricas de arcadas, umas sobre as outras, os 
romanos construíam um declive artificial sobre o qual dispunham os assentos do 
auditório, acomodando assim muitas pessoas.
O exemplo mais famoso de anfiteatro romano é o Coliseu, construído ao longo 
de 8 a 10 anos. Foi iniciado no reinado do Imperador Vespasiano e concluído em 
82 d.C., durante o reinado de Domiciano. Seu nome tem a mesma origem que 
a palavra “colossal”, pois tem dimensões gigantescas: os eixos da elipse medem 
190m (o mais longo) e 155m, e 48 metros de altura. O Coliseu tinha capacidade 
para cerca de 40.000 pessoas sentadas, e mais 5.000 em pé.
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Figura 9 – O Coliseu hoje
Fonte: iStock/Getty Images
Um tipo de construção que surgiu com os romanos é o monumento, ou edi-
fícios que têm um fim memorial ou celebrativo. Dentre elas, destacam-se dois: os 
arcos de triunfo e as colunas isoladas. As colunas comemorativas são colunas 
isoladas, elevando-se a grandes alturas (a de Trajano chega a medir 35m), e traziam 
entalhadas em seu fuste esculturas ilustrando as batalhas nas quais o Imperador 
celebrado saíra vitorioso.
Os arcos de triunfo, por sua vez, são um fragmento de muro, divididos em três 
seções – cada uma com um arco. Os dois laterais são secundários, menores e mais 
estreitos. O arco principal é o do meio. No espaço entre os arcos e nas laterais 
havia quatro colunas sobre pedestais, e sobre elas se sobressai um entablamento 
com figuras esculpidas, que sustenta uma superestrutura chamada atiço, geralmen-
te decorada com esculturas e dizeres comemorativos em alto-relevo. Os dois arcos 
mais famosos são o de Septimius Severo e Constantino, e inspiraram muitas cons-
truções a partir de sua forma simétrica e bem resolvida de composição.
Figura 10 – Arco de Septimius Severus, em Roma
Fonte: Wikimedia Commons
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As cidades romanas, as urbes, são relativamente bem planejadas. São normal-
mente orientadas em torno de uma piazza, ou praça, circundada pelas fachadas 
das casas. Este espaço público era, antes de tudo, político: era lá que os romanos 
se encontravam para conversar, discutir, reunir.
Planta esquemática de uma cidade romana: https://goo.gl/Dy695j
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As urbes eram equipadas com redes de esgoto, abastecimento de água, banhos, 
pavimentação, serviços de combate a incêndios, mercados, transporte público, entre 
outros. Os traçados da rua eram predeterminados e regulares, a cidade tinha dimen-
sões limitadas, delimitada por muralhas. A rua determinava o desenho das quadras e 
a consequente instalação das edificações, que são subordinados à trama viária.
Considerações Finais
As realizações da arquitetura grega e romana tiveram um impacto gigantesco 
nas civilizações que a seguiram. Noentanto, o período histórico que sucedeu à que-
da do Império Romano foi radicalmente diferente, e as realizações da Antiguidade 
Clássica ficaram no ostracismo por cerca de 10 séculos, até que foram redesco-
bertos pelos humanistas no período do Renascimento. A partir dali, as realizações 
dos gregos e romanos foram recuperadas, estudadas, e serviram como referência 
à produção arquitetônica e urbanística até o séc. XIX.
Por este motivo, esta unidade é muito importante e certamente irá facilitar os 
estudos nos nossos próximos encontros!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
HISTÓRIA DE ROMA - Construindo um Império (History Channel)
https://youtu.be/42t1ToOfFxM
 Leitura
História da Arquitetura
https://goo.gl/cY8fHf
História Antiga – Grécia e Roma
https://goo.gl/FiHMfT
Grécia e Roma – Vida Pública e Vida Privada
https://goo.gl/v4vzaq
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Referências
GLANCEY, Jonathan. A História da Arquitetura. São Paulo: Ed. Loyola, 2007.
GOMBRICH, Ernst H. História da Arte. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2008. 16a edição.
MUMFORD, Lewis. A Cidade na História. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1998. 
4a edição.
PEREIRA, José Ramón A. Introdução à História da Arquitetura – das origens 
ao século XXI. Porto Alegre: Bookman, 2010.
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins 
Fontes, 2002. 2a edição.
PROENÇA, Graça. A História da Arte. São Paulo: Ed. Ática, 2000.
SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins 
Fontes, 2006. 4a edição.
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