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Tecnologia e Cultura: Introdução

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Prévia do material em texto

TECNOCULTURA 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distânciaexigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 CONCEITO DE TECNOLOGIA 
A palavra técnica em nossa linguagem cotidiana est relacionada ao fazer, às 
habilidades práticas adquiridas pelo hábito ou por um conhecimento específico e 
pontual. Aplicar uma técnica significa saber o que fazer, com o que fazer num 
determinado contexto para atingir uma necessidade imediata. Podemos elencar as 
seguintes definições de tcnica: 
• Parte material de uma arte. 
• Conjunto dos processos de uma arte. 
• Prática. 
 
Um dicionário, mais do que definições, apresenta alguns sinônimos, quase 
sempre inócuos se não conhecermos minimamente a situação em que a palavra  
empregada. Neste caso, vamos esmiuçar o que significaria a relação entre arte e 
técnica e entre prática e técnica (FERREIRA, 1999). 
Quando nos referimos  técnica como parte material de uma arte ou conjunto 
dos processos de uma arte, percebe-se que o termo arte  utilizado não numa 
acepção de produto estético, de relevância cultural para alguém ou alguma 
comunidade. Arte, nesse sentido, aparece na acepção como era atribuída pelos 
gregos  palavra techne, que ficou para nós como técnica. Mas qual será a relacao 
entre o termo grego techne, o nosso termo tcnica e o sentido de arte empregado na 
definicao do dicionrio que estamos utilizando? 
1.1 A arte associada a técnica 
Uma das formas para enfrentarmos essas questões  nos darmos conta de que 
a arte associada ao termo tcnica nao remete ao que consideramos como o carter 
subjetivo e abstrato de um objeto artistico. Arte atrelada  ideia de tcnica diz respeito 
a: 
• Preceitos para fazer ou dizer como  devido; 
• Modo; artificio; 
• Habilidade; 
• Oficio. 
 
 
 
 Ou seja, diz respeito  prtica, ao fazer sem se conceber, obrigatoriamente, a 
criatividade, a espontaneidade e o pensamento. Mas refletindo um pouco sobre essa 
associacao, percebemos que as coisas são bem mais complexas e que por de trs de 
sinnimos e definicoes que estabelecem vínculos tão óbvios entre as palavras, h 
algo a desvendar conceitos de tecnologia e cultura. 
Para entender a associacao entre arte e tcnica  necessrio compreender o 
sentido da palavra grega techne. Esta expressao se referia nao s  finalidade do 
fazer humano, mas ao seu sentido. Os gregos, ao contrrio de ns, nao faziam uma 
distincao radical entre tcnica e arte. Para Herdoto, considerado o pai da Histria, o 
termo techne sgn fv m “sbr fzr d frm fz”. Pr Pltao, techne re- 
prsntv  “rlzcao material e concreta de algo” (SILVA,1999). 
 O homem, ao transformar o mundo natural para garantir sua sobrevivencia em 
convencoes, desenvolve um fazer imediatista e prtico. Para que isso seja possivel, 
deve obedecer a alguns padroes e regras. Os gregos, na Antiguidade, utilizavam as 
expressoes ars e techne em sentidos muito prximos para distinguir a acao humana 
marcada mais pelo raciocinio do que pela experiencia empirica. Para dar conta de um 
conhecimento de carter mais intelectual e terico, os gregos usavam a palavra 
episteme, que chegou para ns como ciencia, enquanto a techne e a ars referiam-se 
ao conhecimento prtico. Techne era a atividade dos artistas e dos artesaos. 
Comecamos a entrar num dominio que marca fortemente a civilizacao ocidental: a 
dualidade entre trabalho manual e trabalho intelectual.
1.2 Trabalho manual versus Trabalho intelectual 
Nao  dificil perceber que, desde a Antiguidade, o trabalho manual identificado 
 techne era considerado inferior ao trabalho intelectual, a episteme. E importante que 
não percamos de vista que essa divisão  uma divisão socialmente construída e que 
permanece entre nós. Essa dualidade precisa ser problematizada e superada, mas 
para isso precisamos compreende-lá e verificar os seus limites. 
Desde a antiguidade o artista grego, passando pelos artesãos, at́ os atuais 
programadores de computadores, representa e aponta caminhos para essa dualidade, 
mostrando em suas variadas configurações históricas que fazer  pensar (SENNET, 
2009). 
 
 
 
Mas, comparando essa ideia ao cotidiano que vivemos, podemos dizer que 
estamos bem longe de associar técnica e pensamento enquanto atributo do homem. 
O trabalho manual, historicamente desprezado,  uma das qualidades a serem 
desenvolvidas pelo cidadão e não somente pelo escravo, como se pensou durante 
milênios. Veja na figura 1. 
 
Figura 1- Arte egípcia 
 
Fonte: jeka84/Shutterstock.com 
1.3 Tcnica passada de geração a geracao 
 Ao longo do processo histrico, entre continuidades e rupturas, foi se 
separando a figura do artesao e do artista. O artesao como aquele que reproduz uma 
tcnica passada de geracao a geracao. O artista como aquele capaz de criar e recriar 
essa tradicao. Mas nao  o que verificamos, por exemplo, na arte egipcia, cujas regras 
permaneceram praticamente inalteradas durante 3.000 anos (BOURDIEU, 1996). 
 
 
 
É evidente que a ideia de arte para os egipcios e para os gregos nao  a mesma 
que temos hoje, assim como, olhando mais atentamente, a arte grega difere muito da 
arte egipcia no que concerne  distincao entre artista e artesao. 
Quando observamos, por exemplo, a obra “O pugilista em repouso”, 
percebemos que, embora possamos falar de uma aproximacao entre artista e artesao 
na Antiguidade, avaliamos que essa aproximacao variava de cultura para cultura e 
mesmo para diferentes pocas em uma mesma cultura. Veja na figura 2. 
 
Figura 2- O pugilista em repouco 
 
Fonte: Pintereste.com 
 
O “pugilista em repouso”  uma esttua de bronze originria da Grcia em seu 
período helenístico (sculo VI a.C.),  atribuída  escola de Lisipo. Atualmente, a 
estátua fica em exposição em Roma, no Museo Nazionale Romano. Detalhes da obra 
revelam ferimentos do lutador descansando de um combate, mas de alguma forma 
surpreendido. O realismo e o dinamismo dessa escultura contrastam com a ideia de 
uma arte que apenas seja reproducao de arqutipos, padroes consolidados. O mesmo 
se pode afirmar de uma br grg pstrr, “O atirador de disco” (Discbolo), 
 
 
 
atribuida a Myron, cerca de 455 a.C. e representa um atleta que est prestes a lancar 
um disco (BOURDIEU, 1996). Veja na figura 3. 
Figura 3 - Discóbolo
 
Fonte: https://lendoahistoriadaarte.com 
 
Essa  uma das obras mais reproduzidas ao longo da histria da arte. Atribui-
se ao Museu Nazionale de Roma a exposição de uma das cpias mais fiis ao original. 
O corpo do jovem  recolhido, concentrado. O artista teve grande Atenção aos 
detalhes, procurando retratar o recolhimento, a concentração, a preparação física e 
mental do atleta. Percebe-se que a técnica est a serviço de uma certa concepção da 
realidade, buscando expressar verossimilhanca com o mundo vivo (BATISTA,2014). 
Podemos afirmar que essas obras revelam essa associação entre arte e tcnica 
nao como o simplesfazer regrado e reproduzível, mas como expressão de um 
pensamento sobre a realidade. Ao contrário dos sentidos separados de techne e 
episteme,  possível avaliar o importante conhecimento de anatomia que se fez 
necessário para a realização dessas obras. 
Para Aristteles, a techne est entre a experiencia e o raciocinio. Potencializa 
a experiencia ao lhe dar um sentido. E anterior ao raciocinio porque est mais ligada 
ao hbito que  reflexao. De qualquer forma, a tcnica aparece assim como 
conhecimento corporal imprescindivel para uma apropriacao intelectual de qualquer 
objeto, ferramenta que, atravs do hbito, se torna uma extensao do prprio corpo. A 
limitacao intelectual nao estaria, portanto, na tcnica, mas no seu enrijecimento, na 
falta de desafios em que o corpo se amolda e se acomoda aos aparatos tcnicos. 
Essa  uma questao social e politica e nao intrinseca  tcnica (RODRIGUES, 2009). 
 
 
 
1.4 O artista, o artesão, o artífice, o técnico 
 Se quisermos conhecer a história da técnica precisamos pesquisar materiais e 
formas de utiliz-lós, mas, acima de tudo, saber quem era responsável pelas ações e 
conhecimentos técnicos. Assim, saberemos o lugar da técnica naquela sociedade e 
mesmo os sentidos múltiplos que a técnica adota em diferentes sociedades e épocas 
(RODRIGUES, 2009). Veja na figura 4. 
 
Figura 4 - O artifice, os musicos, os cientistas e os estudantes 
 
Fontes: wavebreakmedia/Shutterstock.com Anneka/Shutterstock.com 
MonkeyBusinessImages/Shutterstock.com Martin Good/Shutterstock.com 
 
Na cultura medieval, o termo em latim ars tinha o mesmo sentido da techne 
grega. Ao longo de todo o processo histórico que identificamos como Antiguidade at́ 
o mundo medieval, os artesãos se organizaram em confrarias, guildas e corporações. 
Essa foi uma forma também de transmitir o conhecimento técnico corporificado na 
pessoa do mestre, sendo a oficina o lugar privilegiado do ensino e aprendizagem 
desse conhecimento. Excelência técnica, esforço coletivo, desenvolvimento das 
habilidades norteavam as relações entre o mestre e seus aprendizes (SENNET, 
2009). 
 
 
 
Estar na oficina significava estar na escola, na família e no trabalho, 
simultaneamente. A ourivesaria era uma oficina entendida como residência do artifice: 
um lugar em que convergiam familia e trabalho: o pai confiava ao mestre artifice os 
seus filhos como um pai substituto, dando-lhe o direito de castig-los quando agissem 
inadequadamente ou resistissem aos ensinamentos tcnicos, atitudes 
correlacionveis num ensino indissocivel da disciplina e de uma honra a ser 
perpetuada (SENNET, 2009). 
O desenvolvimento do talento passava muito longe do que hoje chamamos de 
autonomia. O talento dependia da observncia das regras estabelecidas. A formacao 
tcnica no mundo contemporneo nao ficou inclume a isso. A baixa consideracao 
pela formacao e pelo trabalho tcnico como pouco relacionados  autonomia e  
criatividade revela isso. 
No periodo em que se conhece a degradacao das relacoes feudais, o 
desenvolvimento das cidades e da burguesia em ascensao passa-se a dar um sentido 
diferente  atuacao desse artifice, que de mero artesao reprodutor de padroes 
previamente determinados passa a ganhar status de artista, de criador de sua prpria 
obra. As guildas sao exemplares nessa transicao que vai determinar o mercado da 
arte nos sculos seguintes. 
Estudos histricos constatam que as guildas eram associacoes igualitrias 
formadas por membros independentes, possuindo um carter mais de 
regulamentacao das especificacoes tcnicas e normas comerciais. Diferentemente
das oficinas gre-co-romanas ou lojas medievais, esses membros mantinham sua 
individualidade durante o processo de execucao de seus trabalhos (BARRETO, 2007). 
Das guildas s academias de arte, em meio ao renascimento cientifico j 
surgem as primeiras iniciativas de um processo de formacao tcnica que considera a 
importncia dos estudos cientificos, fluindo-se as fronteiras entre arte e ciencia. Qual
 a natureza do trabalho de um Leonardo da Vinci: artistico ou cientifico? Certamente 
essa questao parece totalmente fora de lugar quando pensamos no carter hibrido de 
suas obras. O artista, entao, é um cientista. E por que nao o contrrio? Nao   toa 
que, embora em novo formato de producao e consumo, os ideais clssicos sejam
retomados na cultura renascentista. 
A ideia de artesanato difere da arte, entre outros aspectos, pelo carter mais 
ou menos autnomo do artifice. O termo artifice aqui  entendido como o individuo 
 
 
 
centrado nas habilidades artesanais em diferentes pocas e situacoes. Mas o que se 
entende por habilidade artesanal? A habilidade artesanal designa um impulso humano 
básico e permanente que  o desejo de um trabalho benfeito por si mesmo. Nesse 
aspecto se amplia para muito alm do simples, fazer manualmente. Diz respeito ao 
programa de computador, ao médico e ao artista, aos cuidados paternos ou ao 
exercício da cidadania (SENNET, 2009). 
Essa habilidade artesanal enquanto desejo e esforco de fazer algo benfeito ter 
diferentes graus de autonomia. Assim, Sennet (2009) ve o artifice na figura do 
carpinteiro, do técnico de laboratório, do maestro, do programador de computadores. 
O que se identifica nesse processo que chega at́ aos nossos dias  a maneira pela 
qual o fazer humano, o engajamento que este fazer exige, domínio mesmo da tcnica, 
fazem com que pratica e instrumentalização dá pratica difiram. Parando para refletir: 
quando utilizamos o termo técnica num sentido diferente de instrumentalizacao? No 
próximo capitulo iremos falar sobre essas diferenças. É importante resaltar que no 
ritmo experimental da solução e da detecção de problemas faz com que o antigo oleiro 
e o moderno programador sejam membros da mesma tribo. Para esse autor, os 
técnicos do Linux também traduzem coletivamente a preocupação j existente na 
antiguidade clássica: encontrar maneiras de conciliar qualidade e acesso livre 
(SENNET, 2009). 
 
2 TECNOLOGIA, CIENCIA E A SOCIEDADE 
É comum que associemos tecnologia a conjunto de instrumentos. Porém, 
percebe-se que essa  uma visão instrumentalizadora da tecnologia. Pratica, 
conhecimento prático, ciências aplicadas não querem dizer, sempre e 
necessariamente, instrumentalização. Tecnologia não se reduz a instrumentos.” 
Tecnologia  também um conjunto de produtos, serviços e processos. Todavia, 
relacionar-se com a tecnologia contemporânea instrumentalmente ou consider-lá 
como ferramenta  prática corriqueira. 
 
 
 
2.1 Estudo dos procedimentos técnicos 
O estudo dos procedimentos técnicos, seja em seus aspectos gerais ou 
específicos,  uma tarefa que os modernos se impuseram. E s́ na Idade Moderna 
que a técnica foi incorporada ao saber cientifico de maneira mais ostensiva por uma 
metodologia propriamente científica. Para que essa metodologia tivesse vigor e 
resultasse, efetivamente, em invenções e inovações próprias do desenvolvimento 
tecnológico que se conheceu a partir de então, foi necessário que se cristalizassem 
os seguintes princípios. (RODRIGUES, 2009). 
 
• A busca do conhecimento visando dominar a natureza em benefício do 
homem. 
• A aplicação do cálculo matemático ao objeto estudado. 
• Um mtodo a ser seguido sistematicamente. 
 
Esse encontro entre técnica, como simples fazer, e os procedimentos 
científicos  o que chamamos de tecnologia. Mas uma questão que pode surgir  a 
respeito das relações entre epistem e techne j́ na Grécia Antiga. Porm,  na 
Modernidade que o que entendemos atualmente como controle sistemático e objetivo 
da metodologia científica surge como efetivo poder sobre a natureza e sobre os 
homens. 
2.2 Projeto baconiano 
Conhecimento  poder, afirmava Francis Bacon, matemático e filosofo do 
século XVI. Para que essa equação se efetivasse era necessário que se expurgasse 
todo o conhecimento dos ídolos, ilusões,superstições, crenças arraigadas (BACON, 
1979). 
A metodologia científica, ao dar um sentido objetivo e sistemático às técnicas, 
engendraria o que hoje chamamos tecnologia enquanto acelerador histórico, 
enquanto válvula propulsora do progresso. 
E esse o mesmo propósito de Ren Descartes. A metodologia cientifica, com 
suas regras e passos objetivamente articulados, foi considerada a forma mais eficiente 
 
 
 
e eficaz para que o conhecimento daí decorrente fosse o mais neutro e sistemático 
possível. A ciência moderna caminhava a passos largos, estabelecendo as diretrizes 
fundamentais de uma metodologia que, em grande medida, permanece inalterada. 
Essa metodologia consiste em: 
a. Observação intencional de um problema percebido na realidade vivida. 
b. Coleta e organização de dados indutivamente. 
c. Formulação de hipóteses. 
d. Experimentação para testar as hipóteses, refutando-as ou confirmando-as. 
e. Formulação e/ou discussão de uma teoria a ser verificada pelos pares (MORIN, 
2005). 
2.3 Processo de industrialização tecnológica 
Dessa contextualização histórica, que ter́ sua afirmação mais eloquente no 
processo de industrialização, os padrões da produção cientifico-tecnolgica passaram 
a ser a eficiência e a eficácia sob a égide da produtividade e das alterações 
permanentes nos padrões de produção e consumo. A tecnologia passa a ser uma 
espécie de deus a ser idolatrado, pois  venerada como além da ciência em si ao 
definir-se pela aplicabilidade e também acima da técnica, considerada o fazer sem 
pensamento reflexivo (MORIN, 2005). 
Porém,  necessário ver essa situação um pouco mais de perto. Pensando
sobre o que  tecnologia, para tentar responder à questão sobre o que  o profissional 
especializado em tecnologia, a tecnóloga, Lucilia Machado aponta para abordagens 
mais amplas. Parte de uma visao mais estrita e aceita pelo senso comum at́ chegar 
a uma relacao dialética entre ciência e tecnologia (MACHADO, 2008).
Para essa autora,  possível fazer um giro em torno do significado teórico-
prático do termo tecnologia e pensar os seguintes aspectos: 
 
• A tecnologia  o conjunto de princípios e processos de ação e de produção, 
instrumentos que decorrem da aplicação do conhecimento científico, de 
diversos saberes e da experiência acumulada dos homens 
• A tecnologia se constitui de formas mais ou menos sistemáticas de planejar, 
desenvolver e avaliar processos, produtos e serviços tendo por referência 
 
 
 
objetivos e expectativas de resultados. 
• A tecnologia reúne conjuntos de técnicas que servem para organizar de 
modo logico as coisas, as atividades e as funções de modo que possam ser 
sistematicamente observadas, compreendidas, transmitidas, utilizadas. 
A tecnologia  uma ciência: ciência da atividade humana. 
 
Vejamos que  apenas o começo quando definimos tecnologia como conjunto 
de técnicas ou conhecimento aplicado em oposição ao conhecimento científico que 
sr “pr”, não aplicável. A primeira abordagem  ingênua. A segunda parece 
ignorar que as relações entre ciência e tecnologia se dão na sociedade e se constroem 
por uma sociedade que  complexa, múltipla e dialtica. 
Ao negarmos essa complexidade, apenas reafirmamos a equação 
conhecimento = poder, nao importando que estágio de desenvolvimento tecnológico 
tenhamos alcançado. Ao negarmos essa complexidade, perpetuamos a dualidade e o 
abismo entre trabalho intelectual e trabalho manual, entre conhecimento e 
emancipação, entre fazer e pensar. 
A ingenuidade e a ignorância quanto ao sentido da tecnologia têm uma 
fundamentação histórica: as distorções que a institucionalização da ciência moderna 
impôs ao distinguir a ciência pura da ciência aplicada, facultando a esta última o uso 
benigno ou perverso do conhecimento. Baseada no mito da neutralidade cientifica, 
essa distinção nasce da ignorância de que a tecnologia, independentemente dos 
benefícios ou malefícios que acarreta,  um processo de mudança da sociedade, 
criando um ambiente humano, mudando a própria sociedade (SILVA, 1998). 
Trata-se, não apenas das questões éticas relativas  sobrevivência da espécie 
humana. São decisões políticas que inscrevem na sociedade o uso da tecnologia, 
determinando quem deve ou não viver, como se deve viver ou morrer. Ressalta-se 
que quanto mais tentarmos definir tecnologia, pensando a sua inserção na sociedade, 
nao podemos fazer uma análise que dissocie a tecnologia da ciência, da arte, da 
indústria, da sociedade, do pensar sobre a tcnica. 
E importante destacar pela tarefa teórica e prtica que desenvolvermos uma 
epistemologia da tecnologia e não a tecnologizacao da epistemologia, em que a 
tcnica, senhora de si, sujeito da história, determinaria os pressupostos e finalidades 
do conhecimento a ser produzido, aplicado e reinventado (MORIN, 2005). 
 
 
 
Tornar a tecnologia algo complexo nao  abordar relacoes externamente, mas 
problematizar em que medida a sociedade, a ciencia, a tecnologia e a educacao se 
constroem nessas relações e nao a partir delas enquanto dimensoes que nao apenas 
se comunicam, mas se interdeterminam num processo cuja complexidade deve ser 
levada a sério. 
2.4 O que  tecnologia? 
Essa pergunta corre o risco de sequer ser formulada por uma sociedade 
ltmnt tnlgzd.Cm dzm ntg prvrb: “Nao se fala de forca em casa 
d nfrd”. A tnlg nqnt encia da tcnica e nao simplesmente ciencia 
aplicada em oposicao  ciencia pura exige pesquisas, reflexão permanente e estudos 
contínuos sobre o pensamento que se produz a respeito dela. 
Ao discutirmos sobre o conceito de tecnologia na perspectiva da formação de 
tecnólogos,  importante apontar para que ciencia e tecnologia nao podem ser 
polarizadas, ficando a ciencia do lado da teoria e a tecnologia do lado da prtica. 
(MACHADO, 2008). 
H que se superar a dicotomia entre pesquisa pura e pesquisa aplicada. Mais 
do que isso, seria preciso que a supremacia da ciencia sobre a tecnologia também 
fosse desfeita, desde o ensino fundamental. Um pensador como Gilbert Simondon, 
redescoberto recentemente, salienta que o mesmo esforço em ensinar o teorema de
Pitágoras deveria ser empreendido para o aprendizado do funciona- mento de uma 
máquina. (SIMONDON,1989). 
H que se considerar que nao h necessariamente entre ciencia e tecnologia 
uma relacao de causa e efeito. O conhecimento tecnológico, multifacetado e 
abrangente, unifica-se no seu objeto: os meios técnicos e os modos operatórios de 
conceber, organizar, gerenciar e executar o trabalho nas mais diversas áreas 
profissionais ou mesmo de atividades lúdicas e de consumo próprio. Orienta-se para 
fins práticos e resolutórios e tem uma racionalidade intrínseca: a tecnológica, uma 
correlação entre techne (arte) e logos (saberes, ciencia, filosofia). (MACHADO, 2008). 
Concordamos com as consequências tiradas dessa discussão que nao  mera- 
mente teórica, mas tem implicações teórico-práticas de extrema relevância, a saber: 
(MACHADO, 2008). 
 
 
 
 
• A tecnologia cumpre importante papel na reprodução da vida humana e na 
resolução dos problemas que afetam a existência natural e social. 
• O conhecimento da tecnologia  também formalizado, tem sua linguagem e 
suas determinações sociais e políticas. 
• Sua orientação aplicada e predominantemente heteronômica em razão do 
caráter de classe da sociedade, requer que se relacione com ele com 
capacidade reflexiva e comportamento crítico e criativo. 
 
Os aparatos tecnológicos, se não são a tecnologia em si, são o seu arauto em 
diferentes épocas e regiões. Se hoje temos a representação social do computador 
como o ícone da inovação e do desenvolvimento, o trem, por exemplo, desempenhou 
papel similar no período chamado de Segunda Revolução Industrial, no final do século 
XIX. Quando se fala em Revolução Industrial  comum associar esse termo ao século 
XVIII. Esse período, na verdade, a Primeira Revolução Industrial, cujo ícone de 
progresso foi a máquina a vapor (SEIXAS,1999). 
 A revolução industrial, que se iniciou na Inglaterra em meados do século XVIII, 
foi um marco da transição do homem de sua posição de artífice para um mero 
operador de máquinas, mecânicas, hidráulicas e a vapor, que eram rápidas e baratas, 
e, mesmo produzindo produtos que em alguns casos eram de qualidade inferior, ainda 
assim eram uma grande fonte de lucro para os industriais. 
Com o surgimento dessas máquinas, o resultado de evolução gradativa dos 
meios de produção, exigiu-se maior agilidade no escoamento da produção, criando a 
necessidade de maior mobilidade para as pessoas. Dessa forma, os produtos e as 
pessoas nao podiam mais ser transportados por tração animal. O trem foi a grande 
solução para o escoamento da produção e o transporte de pessoas (SEIXAS,1999). 
(Veja na figura 1). 
 
Figura 1- Chegada do trem em Iju i – RS (inicio do sculo XX) 
 
 
 
 
Fonte: IJUÍ - MEMÓRIA VIRTUAL 
 
Inclusive o trem foi um tema para artistas como Claude Monet, atento  
importância dessa máquina na relacao velocidade e vida moderna. (Veja na figura 2). 
 
 Figura 2 – A chegada de um trem na Gare Saint-Lazare, por Claude Monet
 
Fonte: https://pt.artsdot.com 
Os aparatos tecnológicos têm sido objeto de idolatria ou de temor, como se 
fossem objetos independentes do processo histrico e da sua relacao social. J se
fala em tecnofilia e tecnofobia, duas faces de uma mesma alienacao. O fato  que 
reconhecemos os aparatos tecnológicos como prolongamento dos nossos corpos e 
das nossas mentes, fazendo-os parte de nossas fantasias e desejos. 
Os tecnofbicos acreditam que a familiarização com os novos avanços  ruim 
 
 
 
e algo desagradável pode acontecer, não reconhecem a necessidade dessas novas 
tecnologias e ainda acreditam que esse  um processo simplesmente de escravização 
do homem (SEIXAS,1999). (Veja na figura 3). 
 
Figura 3 - Tecnofilia 
 
Fonte: Marko Bradic/Shutterstock.com. 
 
 Não se pode ignorar a contribuição dos novos aparatos tecnológicos 
audiovisuais para a democratização da produção e fruição de imagens, sendo eles 
parte de um processo mais amplo de revolução social, tecnológica e cultural. 
E preciso que estudemos como o surgimento das Tecnologias Digitais de 
Informação e Comunicação (TDICs) revela a ressignificação da linguagem 
audiovisual, como fator de representatividade simbólica da realidade e, ao como 
mesmo tempo, contribui para esse processo ao influenciar os padrões culturais da 
sociedade. Qual  a relevância das tecnologias portáteis para a democratização e o 
desenvolvimento de uma cultura local? Como o produto audiovisual se insere em um 
nicho amplamente dominado pela cultura da mobilidade caracterizada pelas 
tecnologias portáteis, tais como celulares, tablets, internet móvel etc. (SEIXAS,1999). 
 
 
 
 
3 CONCEITO DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM 
Para começar, é importante compreendermos o ambiente virtual de 
aprendizagem como o sistema que gerencia os cursos online. É nele que os 
participantes do curso realizam suas tarefas, buscam seus materiais de leitura, 
interagem com os demais participantes, são acompanhados pela equipe docente, etc. 
De acordo com Pereira (2007), os AVAs consistem em mídias que utilizam o 
ciberespaço para veicular conteúdo e permitir interação entre os atores do processo 
educativo. Dessa forma, a qualidade do processo educativo depende do envolvimento 
do aprendiz, da proposta pedagógica, dos materiais veiculados, da estrutura e 
qualidade da equipe docente e técnica, assim como das ferramentas e dos recursos 
tecnológicos utilizados no ambiente. 
Para Oliveira et al. (2004), um ambiente de aprendizagem pode ser conceituado 
como os espaços das relações com o saber, o qual é o objeto maior do processo de
aprendizagem. Já Santos (2003) afirma que todo ambiente virtual pode ser 
considerado um ambiente de aprendizagem desde que esta seja entendido como um 
processo sociotécnico em que os sujeitos lutam, poder, diferença e significação, 
espaço para construção de interagem na cultura e por meio dela, sendo está um 
campo de 
saberes e conhecimento. 
Então, para podermos participar de cursos de educação a distância mediados 
por computador, precisamos trabalhar em um nagement System, em inglês. 
Atualmente, existem vários sistemas, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ou 
LMS-Learning Mocomo Teleduc, Webct Blackboard, Moodle, Fronter entre outros. 
Para acessar um AVA por meio da internet é preciso utilizar navegadores como 
o Firefox, Explorer, Chrome, etc. Atualmente dispositivos móveis, como os tablets e 
os celulares. Existem também aplicativos para acesso dessas plataformas via O 
ambiente virtual de aprendizagem também é conhecido como sistema de 
gerenciamento de cursos ou sistema de gerenciamento de aprendizagem. Para nos 
familiarizarmos com as diferentes denominações, vejamos o Quadro 1, no qual estão 
descritas as siglas tanto em português como em inglês. 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1 – Siglas referente às AVAs. 
Português Inglês 
Sigla Definição Sigla Definição 
SGC Sistema de gerenciamento 
de cursos 
CMS Course management system 
 
AVA Ambiente virtual de 
aprendizagem 
VLE Virtualleaming erwronment 
SGA Sistema de gerenciamento 
de aprendizagem 
LMS Learning management system 
Fonte: Adaptado de Moodie (2019). 
3.1 Ambientes virtuais de aprendizagem Moodle. 
No Brasil, um dos ambientes virtuais de aprendizagem utilizados é o Moodle 
(Modular Object-Oriented Dynamic Learning), criado em 2001 pelo educador e 
cientista Martin Dougiamas. Mas há outros ambientes virtuais de aprendizagem que 
podem ser encontrados nos cursos a distância. Vamos conhecer alguns.
O WebCT foi desenvolvido na University of British Columbia pelo professor em 
ciência da computação Murray Goldberg. Em 1995, Goldberg começou a olhar para a 
aplicação de sistemas baseados na web para a educação. Sua pesquisa mostrou 
que a satisfação do estudante e o desempenho académico podiam ser melhorados 
por meio da utilização de um recurso educacional baseado na web ou ferramentas de 
cursos baseados na web. 
O Blackboard Learning é um software de gestão de cursos, disponibilizado pela 
primeira vez em 1998. O Blackboard fornece um sistema de aprendizagem 
direcionado ao aprendizado e também de gestão de matrículas, além de outros 
detalhes formais dos cursos para instituições (PEREIRA, 2007). 
O TelEduc é um ambiente para a criação, participação e administração de 
cursos na web. Ele foi concebido tendo como alvo o processo de formação de 
professores para informática educativa, baseado na metodologia de formação 
contextualizada desenvolvida por pesquisadores do Nied (Núcleo de Informática 
Aplicada à Educação) da Unicamp. O TelEduc foi desenvolvido de forma participativa, 
ou seja, todas as suas ferramentas foram idealizadas, projetadas e depuradas 
segundo necessidades relatadas por seus usuários. 
Além deles, há outros ambientes virtuais, como o Fronter, verdadeiras 
plataformas de aprendizagem e trazem diversas ferramentas de colaboração 
 
 
 
baseadas na web. O Fronter é um programa de fácil utilização, cuja interface é 
autoexplicativa. Trata-se de um módulo de administração sólido e flexível que pode 
servir a complexas estruturas organizacionais, proporcionando a personalização de 
interface com variedade de designs e suporte de administradores certificados 
(PEREIRA, 2007). 
Os ambientes virtuais de aprendizagem possuem algumas características 
comuns, como: 
• Possibilitar os processos de aprendizagem.
• Os participantes do curso têm independência e flexibilidade para estruturar 
seus processos de aprendizagem, mas todos os AVAS possuem sistemas de 
monitoramento, por meio de registros do ambiente, para acompanhar o 
progresso dos participantes. 
• Utilizam, de forma integrada, sistemas interativose comunicativos para a 
educação, cujo objetivo é dar suporte às estratégias pedagógicas planejadas 
pela equipe docente. 
• Por meio de suas ferramentas pedagógicas, possibilitamo aprendizado tanto 
individual como coletivo. 
• É hipermidiático, pois permite, por meio de links, a visita a outros ambientes 
e materiais para conhecimentos mais aprofundados. 
 Para Okada (2004), os AVAs podem ser divididos em três tipos de ambientes: 
Instrucional, interativo e cooperativo. O ambiente instrucional é centrado no conteúdo 
e no suporte ao cursista, feito por monitores que geralmente não são os autores. A 
interação é mínima e a participação online do estudante é praticamente individual. No 
ambiente interativo, a participação é essencial. 
 Os materiais são desenvolvidos no decorrer do curso, a partir das opiniões e 
reflexões dos participantes. O desenvolvimento das atividades pode ser organizado 
de acordo com termas de interesse e profissionais externos podem ser convidados 
para conferências. Já o ambiente cooperativo é caracterizado pelo objetivo de trabalho 
na WEB colaborativo e participação online, há muita interação entre os participantes, 
construção de pesquisas, descobertas de novos desafios e soluções. 
 Belloni (2007), afirma que o AVA é o principal instrumento mediador num 
sistema de EaD que combina possibilidades inéditas de interação mediatizada (equipe 
 
 
 
docente/cursista e cursista/cursista) e de interatividade com materiais de boa 
qualidade e grande variedade, utilizando diversas ferramentas, como: e-mails, listas e 
grupos de discussão, conferências, sites e blogs, nos quais textos, hipertextos, vídeos, 
sons e imagens estão presentes, reunindo até flexibilidade da interação humana com 
a independência no tempo e no espaço. 
3.2 Ferramentas tecnológicas para pesquisas 
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) reúnem um conjunto de 
ferramentas tecnológicas utilizadas para que o participante consiga atingir os objetivos 
de aprendizagem propostos no curso. Cada uma das ferramentas tem suas 
características e utilidades próprias, pois foram criadas para finalidades diferentes. 
 Para Ferreira (2001), os elementos presentes em um ambiente virtual de 
aprendizagem devem permitir uma interação grande do aprendiz com o objeto de 
estudo, integrando este à realidade do sujeito, para estimulá-lo e a desafiá-lo 
simultaneamente, em que permite e propicia o seu desenvolvimento intelectual. 
 São diversas as ferramentas disponíveis para a aprendizagem significativa em 
AVAs, dentre as quais podemos citar: blogs, wikis, portfólios, fóruns, espaço de 
compartilhamento de imagens, simuladores de mundos virtuais, bibliotecas de vídeos 
e gráficos (algumas dessas ferramentas podem ser externas e ser integradas 
ao AVA). Outro desafioestá no design instrucional,ou seja, os elementosque estarão
presentes na montagem da página do curso. Os cursos de educação a distância que 
utilizam ambientes virtuais de aprendizagem são organizados em "salas virtuais". São 
as salas virtuais do AVA que concentram todos os materiais de orientação sobre o 
curso, como textos, artigos, apresentação em slides, vídeos e outros documentos, 
oferecidos para informar (Ferreira, 2001). 
 A equipe docente disponibiliza informações gerais, como alterações em 
materiais, mudança de datas de atividades, novos materiais, etc. As salas virtuais são 
também o espaço em que serão disponibilizadas ferramentas para interações e 
colaboração entre todos os participantes do curso (MILL, 2006). Muitos as chamam 
de sala de aula. A seguir, vamos apresentar um conjunto de ferramentas de interação 
e colaboração disponíveis nos diferentes AVAs. Vale ressaltar, porém, que a 
ferramenta pode receber nomes distintos conforme o desenvolvedor do AVA. 
 
 
 
3.3 As interações no ambiente AVA 
As interações em AVA podem ocorrer de maneira síncrona ou assíncrona. 
Chamamos de comunicação síncrona aquela que se estabelece de modo simultâneo. 
Fórum é o espaço das conversas assíncronas. Isso quer dizer que um participante de 
determinado curso posta uma informação, dúvida ou questionamento, e isto fica 
registrado para possibilitar leituras e comentários posteriormente, ou seja, 
comentários e ideias postadas no fórum ficam visíveis para todos. É importante que o 
cursista participe de o fórum quantas vezes achar necessário para expor suas ideias, 
questionar, discordar, explicar (SANTOS, 2003). O fórum oferece um caráter dinâmico 
às atividades, pois permite que todos participem das discussões em diferentes 
horários e locais, e que tenham tempo para refletir, formular e reformular, se 
necessário, suas mensagens, tomando as discussões mais ricas. 
Todas as mensagens enviadas ao fórum são arquivadas, permitindo que 
qualquer um dos participantes do curso tenha uma visualização global da discussão, 
contribuindo para a formação crítica de opinião dos participantes. Além disso, alguns 
AVAS permitem que as mensagens contenham arquivos anexos, expandindo 
consideravelmente as possibilidades de uso da ferramenta (FERREIRA, 2001). 
Podemos dizer que o fórum é uma conversa que pode ocorrer durante todo o tempo 
em que este espaço online estiver disponível. Nos AVAs, frequentemente, os fóruns 
são de duas naturezas: 
Temáticos - permanecem acessíveis por tempo determinado pela organização das 
aulas (tópicos ou unidades). 
Livres - que todos podem levantar temáticas e deixar a conversa correr livremente. 
Há títulos bastante sugestivos para esses espaços: café Virtual, Ponto de Encontro, 
etc. 
3.4 O funcionamento de cada um dos fóruns 
Depende da intencionalidade dada pelos criadores dos cursos, mas 
independentemente disso todos têm a função de propiciar a interação entre os pares 
para desenvolver uma aprendizagem significativa. A seguir, vamos conhecer um 
pouco de cada tipo de fórum. 
 
 
 
 Em alguns cursos e/ou disciplinas a equipe docente cria os Fóruns de Dúvidas, 
que servem para apoiar o desenvolvimento das atividades propostas nas disciplinas 
e auxiliar na compreensão dos conteúdos estudados. É possível tirar dúvidas sobre 
os materiais estudados, sobre as atividades a serem resolvidas, etc. 
 Nos Fóruns de Debates ou temáticos ocorre a discussão dos temas 
específicos, novos conceitos e confronto de opiniões, tendo em vista a construção 
colaborativa de conhecimentos. Para tanto, a equipe docente faz a mediação desses 
debates de modo a assegurar que os objetivos propostos para a atividade sejam 
atingidos (PEREIRA, 2017). 
 Por fim, o Fórum Social ou Café Virtual é o espaço de socialização em que 
todos têm um meio informal de se conhecer e se integrar. O fórum pressupõe uma 
participação colaborativa em que as ideias expostas por cada participante podem ser 
complementadas por outros participantes. 
Dicas para interagir em fóruns 
 Para interagir em um fórum é fundamental que o participante do curso se 
aproprie desse espaço corretamente, isto é, interaja segundo a temática sugerida nas 
aulas e organizadas nos tópicos. O cursista só deve abrir um novo tópico no fórum se 
houver necessidade e pertinência com o assunto discutido. Se quiser um bate-papo 
mais livre, deve utilizar o fórum criado para esse fim (Café Virtual/Ponto de Encontro). 
 O participante do fórum deve iniciar e encerrar suas mensagens com a mesma 
atenção de uma conversa presencial, ou seja, deve manter sempre a chamada 
Netiqueta, que pode ser entendida como a etiqueta, a preocupação com a boa 
educação no diálogo em ambientes virtuais (PEREIRA, 2007). 
 O cursista deve participar sempre, mas participação em fórum significa: 
▪ Ter alguma coisa para dizer sobre a discussão. 
▪ Ter lido o que os demais participantes escreveram. 
▪ Deixar comentários ou perguntas para enriquecer a discussão e construir um 
conhecimento significativo para todos. 
 Por ser uma ferramenta assíncrona, o cursista deve sempre ler e reler a sua 
postagemantes do envio, evitando assim problemas com a língua portuguesa, que 
podem inclusive dificultar a comunicação ou gerar ruídos. 
 
 
 
 
Chats ou salas de bate-papo 
 Um chat ou bate-papo é uma ferramenta na qual os participantes têm a 
possibilidade de se comunicar, em tempo real, ou seja, é uma forma de comunicação 
síncrona. A comunicação é feita por meio da escrita. Os usuários dos chats 
costumam usar apelidos, os chamados nicknames. Diferentemente do Fórum de 
Discussão, em que analisamos o tema, refletimos e postamos nossa opinião, o chat 
exige dúvidas e questionamentos imediatos, sem um aprofundamento, uma interação 
rápida. Isso o torna um veículo de expressão de mais complexo do assunto (MILL, 
2006). 
Dicas para ajudar na interação com os participantes 
 No chat pode ocorrer o que chamamos de "timidez virtual", em virtude do medo 
de escrever errado. A maioria das pessoas erra quando escreve em sessões de bate-
papo, assim como também cometemos erros ao falar. Para que ninguém fique 
preocupado com isso, vale estabelecer um "contrato antecipado", no qual pode ser 
acordado que os erros de português podem ser corrigidos com a possibilidade de 
reescrita das frases ou termos durante o bate-papo. Nos chats são criadas regras para 
que participantes não "falem" ao mesmo tempo, criando uma confusão e prejudicando 
o aprendizado (MILL, 2006). 
 
Mensagens 
A mensagem é um método de comunicação online semelhante ao e-mail, 
exceto por ser normalmente mais rápida. As mensagens instantâneas envolvem uma 
conversa entre duas pessoas e são ferramentas assíncronas. Destaca-se, desse 
modo, que uma mensagem com uma pergunta ou dúvida não é respondida 
imediatamente, mas como se fosse uma resposta de e-mail. Ela levará certo tempo 
para chegar até o participante do curso (PEREIRA, 2007). Todos esses aspectos 
desenham, quando h intervenção da tecnologia educacional, a possibilidade de que 
diversas ideias pedagógicas sejam desenvolvidas no sistema, tais como: 
 
 
 
 
O aprender a aprender - Tida como uma técnica que orienta o aluno no sentido de 
conhecer a si próprio, a sua capacidade de aprender, a sua forma de adquirir 
conhecimento e a dar-se conta da importância do seu interesse com relação ao 
assunto estudado. Com essas informações, ele pode aproveitar suas características 
pessoais, utilizando-as em suas atividades de aprendizagem. 
O aprender pela pesquisa - Trata-se da superação dos desafios colocados aos 
alunos e professores, no sentido da criação de novas formas de trabalho nas 
atividades de ensino e aprendizagem nas salas de aula presenciais e eletrônicas. A 
proposta orienta que as atividades de ensino e aprendizagem incluam a utilização 
extensiva do desenvolvimento de pesquisas na internet. 
A aprendizagem em grupos - Tida como um recurso que pode ser utilizado no 
processo de ensino e aprendizagem, no qual a interação e o diálogo são importantes 
para que os grupos solucionem problemas de interesse comum. A sinergia  criada
pela responsabilidade compartilhada e traz como benefício o aumento do nível de 
participação de todos. 
A aprendizagem significativa - Parâmetro importante que considera vital, no 
desenvolvimento de atividades de estudo, a inclusão de temas relevantes, ligados, 
diretamente, ao campo de trabalho e prática profissional do aprendiz. E isso que d 
significado ao que o aluno aprende. O conceito trabalhado por Ausubel inclui o 
conhecimento anterior do aluno como elemento importante para uma maior 
participação. 
A aprendizagem pelo erro - Considerado uma das formas de colaboração com o 
processo de avaliação do aluno, sem a coerção e o medo. 
O aprender fazendo - Processo no qual a aplicação da prática est colocada como 
objetivo principal, por considerar que conhecimentos não aplicados acabam sendo 
esquecidos. 
Existe uma complexidade do que pode ser agora mais apropriadamente tratado 
como tecnologia educacional, no qual em uma extremidade entram alunos, 
 
 
 
professores, conteúdos, informações, hardware e software, ou seja, todo um conjunto 
de técnicas e métodos pertencentes ao universo da educação com as tecnologias. 
4 ENSINO E APRENDIZAGEM INOVADORA COM TECNOLOGIA 
AUDIOVISUAIS E TELEMÁTICAS 
O termo “tlmát” refere-s  “[...] njnt d srvcs nfrmts
fornecidos através de uma rede de telecomunicação ou ainda o estudo da transmissão 
 dstn d nfrmca mptdrzd” (TLMÁTICA, 2013). ss trm f
utilizado por muitos anos para referir-se às tecnologias que poderiam ser conectadas 
à internet. Atualmente, a maioria das tecnologias utilizadas na Educação é conectável, 
pr ss,  trm “tlmt” na  ms tlzd m tnt frqen. 
Pr “dvsl” pd-se compreender todos os recursos que fazem uso 
integrado de áudio e vídeo. Por muito tempo, apenas o cinema e (mais adiante) a 
televisão eram exemplos, mas, hoje, com as possibilidades de produção facilitada por 
diversas tecnologias) como os dispositivos móveis), podemos encontrar muitos 
recursos audiovisuais na internet, por meio dos canais de transmissão de vídeo. 
Quando as tecnologias começaram a ser utilizadas na Educação, nas décadas 
de 1980 e 1990, não existia transmissão de áudio e vídeo on-line ou sua possibilidade 
de compartilhamento na internet. A transmissão ou disponibilidade de vídeo na 
internet é possível graças à integração de recursos audiovisuais e telemáticos. 
Chamamos essa integração de tecnologia streaming (Figura 01). 
 Trata-s d “[...] m frm d trnsmssa nstntn d dds d d 
vídeo através de redes. Por meio do serviço, é possível assistir a filmes ou escutar 
música sem a necessidade de fazer download, o que torna mais rápido o acesso aos 
conteúdo online” (COUTINHO, 2013). ss rrs flt  trnsmssa d dds
e atingiu todas as áreas da sociedade. A Educação é favorecida em virtude da rapidez 
e da qualidade da conexão com a internet e as transmissões online que essa 
ferramenta oportuniza. 
 
Figura 01 – Smart TV com aplicativos de streaming de vídeo 
 
 
 
 
Fonte: Manuel Esteban/ Shutterstock 2018 
4.1 A televisão como recurso audiovisual. 
 No Brasil, o audiovisual começou a ser propagado com a entrada dos primeiros 
prlhs d tlvsa. “F m ds prmrs piss d mnd  nstlr  tlvsa
mrl, m 1950, pr m n tv d Asss Chtbrnd” (RUBIM; RUBIM,
2004, p. 22). Hoje, esse equipamento está presente na maioria dos lares brasileiros. 
Em 2014, uma pesquisa do IBGE apontou que 97,1% dos domicílios tinham acesso à 
televisão (VILELA, 2016). 
É possível afirmar, então, que a maior parte dos alunos assistem à televisão. 
Essa informação não leva em consideração que muitos aparelhos de celular integram 
o recurso televisivo, o que permite à pessoa assistir à programação aberta de TV em 
qualquer lugar. De acordo com Moran (2006, p. 13). 
[...] a televisão desenvolve formas sof isticadas multidimensionais de 
comunicação sensorial, emocional e racional, superpondo linguagens e 
mensagens que facilitam a interação com o público. A TV fala primeiro do 
‘sntmnt’ –  q ve ‘snt’, na  qe você conheceu; as ideias estão 
embutidas na roupagem sensorial, intuitiva e afetiva. 
 
As transmissões realizadas pela televisão direcionam suas mensagens para o 
mp “[...] ftv, d frt mpt mnl, q flt  prdspo  tr ms
flmnt s mnsgns” (MORAN, 2006, p. 13). 
4.2 O audiovisual e suas possíveis abordagens 
 Conforme cada tecnologia é criada e incorporada nos espaços educacionais, 
características inovadoras começam a ser observadas. Rádio, televisão, computador, 
celular, netbooks, tablets e outros aparelhos foram inovadores em um momento da 
humanidade. Hoje, pensar em utilizar a televisão como recurso educacional pode ser 
 
 
 
uma atividade que muitos considerem ultrapassada. Sendo assim vamos refletir sobrealguns questionamentos sobre o avanço da tecnologia na atualidade. 
Mas introduzir a televisão nas aulas é algo inovador ou ultrapassado? Diversas 
são as mensagens transmitidas por esse equipamento todos os dias. Os temas 
abordados são inúmeros, sempre atuais e relevantes (COUTINHO, 2013). 
Será que comparar a mensagem audiovisual a uma mensagem textual 
produzida por um jornal impresso ou on-line não seria uma boa forma de trabalhar 
com a televisão e seus conteúdos na escola? Será que os professores conhecem as 
mensagens audiovisuais consumidas pelos seus estudantes diariamente? Veja na 
Figura 2 o recurso em sala de aula. 
 
Figura 2- Didática em sala de aula com tablet 
 
Fonte:Imagem do Freepik 
 
Uma estratégia para oportunizar que estudantes e professores desenvolvam o 
hábito de questionar a veracidade das informações e comparar as fontes de consulta 
pode ser construída a partir da análise do discurso e da análise das mensagens 
audiovisuais. Inovar a partir do uso da televisão ainda é possível, pois sua abordagem 
na escola não foi e não será esgotada enquanto esse meio de comunicação ocupar o 
lugar central na vida de muitas pessoas é um recurso que representa a única fonte de 
informação de muitos brasileiros. Por isso, é possível afirmar que muitas pessoas não 
se aprofundam em temáticas importantes, como questões sociais e políticas, em 
 
 
 
função de que tais temáticas não são abordadas pela mídia televisiva em grande 
profundidade (MORAN, 2006). 
Rbm  Rbm (2004, p. 24) frmm q “[...] sm  n vrslzca d
domínio da leitura e da escrita propiciada em todos os países pela universalização de 
uma escola com o mínimo de qualidade o Brasil transitou, de modo acelerado, de uma 
cultura predominntmnt rl pr m  ltr d hgmn  dvsl”. 
A Figura 3 apresenta uma charge que ilustra a influência que a televisão exerce 
em seus telespectadores. Por ser tão central na vida das pessoas, é muito importante 
analisar seus conteúdos e contemplar as mensagens transmitidas para que sejam 
esclarecidas suas intenções e para estimular o senso crítico dos alunos (Rubim e 
Rubim,2004). 
 
Figura 3 - Charge que apresenta uma metáfora sobre a influência que a televisão 
exerce no comportamento humano 
 
 
 
Fonte: THE OFICIAL CRUMB SITE (2015). 
 
Você já ouviu falar em efeito placebo? Alecrim (2015, p. 2) afirma que [...] o 
chamado efeito placebo é um dos mistérios que permeiam a fisiologia humana. Um 
médico receita uma pílula e a pessoa se cura depois de algum tempo. O médico só 
não disse a ela que o medicamento é feito de açúcar, farinha ou qualquer outra 
substância sem ação farmacológica. No final das contas, ela se curou por acreditar 
que ficaria curada (ou por algum mecanismo relacionado a essa crença). 
Com a televisão ocorre o contrário, podemos dizer, inclusive, que a televisão 
exerce o efeito placebo ao contrário, uma vez que o espectador pensa que ao assistir 
determinado programa ou comercial televisivo, não está sofrendo nenhuma 
 
 
 
interferência com a mensagem emitida pela programação, mas esse programa ou 
comercial pode exercer alguma influência no comportamento do espectador. 
O mprtmnt “plb” se enquadra também no conceito de mensagem 
subliminar, em que a mensagem emitida atinge o nível inconsciente do indivíduo, que 
capta a mensagem e tende a reproduzir determinado comportamento em função do 
estímulo recebido, mas não percebido pelo meio de comunicação. As mensagens 
subliminares são muito utilizadas nas campanhas publicitárias com o intuito de exercer 
influência no comportamento do indivíduo, mas de forma inconsciente (MLODINOW, 
2013). 
4.3 Utilização de tecnologias inovadoras em espaços educacionais. 
Inovação significa introduzir novidades (TELEMÁTICA, 2013). Então, sempre 
que uma tecnologia é introduzida no processo educacional, estará havendo inovação. 
Sempre que forem utilizados métodos e estratégias não conhecidos pelos estudantes, 
haverá inovação. A Figura 4 apresenta os princípios para a inovação na escola. 
A inovação prevê que alguns elementos, profissionais e atitudes sejam 
inseridos ou mobilizados, por exemplo, o aluno no centro do processo educacional, 
como indivíduo que deve ser o protagonista de seu processo de conhecimento. Ao 
redor desse aluno protagonista existe o espaço educativo, a gestão, a cultura escolar 
mobilizada para que haja autonomia dos envolvidos, a tecnologia como ferramenta
para busca e construção do conhecimento e o professor com o papel de orientador do 
processo de ensino e aprendizagem (TELEMÁTICA, 2013). 
 
Figura 4 - Representação dos atores e processos envolvidos para a educação 
inovadora 
 
 
 
 
Fonte: Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015). 
 
Os vídeos, antes armazenáveis apenas em CDs e DVDs, podem ser 
compartilhados na internet por meio de sites de compartilhamento de conteúdo. O 
mais conhecido é o YouTube. Nele, você pode criar listas de vídeos, seguir pessoas 
que compartilham conteúdos de seu interesse, fazer comentários nos vídeos 
compartilhados, entre outras possibilidades. Você também pode publicar materiais de 
modo público ou privado e, assim, permitir que apenas algumas pessoas tenham 
acesso ao que você compartilhou (COUTINHO, 2017). 
A indústria da tecnologia apresenta inovações a todo o momento. Disquete, 
CD, DVD e pen drive, por exemplo, são recursos de armazenamento de informações. 
VHS, DVD e BLU-RAY também são recursos de armazenamento, mas direcionados 
para vídeos e filmes. O retroprojetor, o projetor multimídia e (mais recentemente) os 
projetores interativos são recursos de projeção. Projetores interativos e lousas 
interativas permitem a projeção e também a interação. 
A Educação e tecnologias pelos usuários diretamente na tela. A interação pode 
ser feita por meio de uma caneta interativa ou pela mão de quem estiver manuseando 
o recurso. Os arquivos de áudio foram armazenados, inicialmente, em fitas cassetes 
e, mais adiante, nos CDs e DVDs; hoje, podem ser armazenados em qualquer meio, 
desde o computador até o celular (TELEMÁTICA, 2013). 
 
 
 
4.4 Práticas inovadoras na Educação 
 Atualmente, é possível conhecer o trabalho dos professores nas escolas com 
maior agilidade em função da facilidade de compartilhamento das informações. 
Existem canais de comunicação específicos para que os professores possam fazer 
relatos de experiências, o que é muito interessante para que outros profissionais 
possam colaborar nos projetos ou até mesmo implementá-los em suas práticas. Esses 
canais são construídos por escolas, por organizações ou pelos próprios profissionais 
e estão disponíveis em blogs e redes sociais (TELEMÁTICA, 2013). 
Um recurso muito utilizado é a construção de vídeos e documentários. Esse 
tipo de produção foi facilitado pela chegada dos dispositivos móveis, como celulares 
e tablt’s, o que possibilita que vídeos, animações e até mesmo edições sejam feitas 
nos próprios dispositivos. A prática de produção de filmes exige que muitos 
conhecimentos sejam mobilizados, pois é preciso construir um roteiro, estudar a 
temática que será abordada e fazer as filmagens e as edições necessárias para que 
se tenha um produto com início, meio e fim. 
Outra prática que tem sido muito propagada é a reprodução de filmes nas 
escolas e a construção de debates sobre os vídeos. Essa prática tem sido muito 
reforçada por iniciativa dos professores e também em função da Lei nº 13.006/14, 
incorporada à Lei de Dirtrzs  Bss Nns (LDB). Tl lgslcaprve q “[...]
a exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular 
complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição 
obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) hrs mnss” (BRASIL, 2014). 
Foi-se o tempo em que um bom nível de interação em sala de aula era quando 
o aluno fazia uma pergunta ao professor sobre o conteúdoque estava abordando. 
Este é um momento em que os alunos são apenas receptores de informações nada 
mais esperado. Atualmente, mesmo que não seja convidado a se expressar, a 
apresentar seu ponto de vista ou estimulado a erigir e compartilhar o novo, o aluno é 
um cidadão que vive na era digital (MORAN, 2006). 
 Ao conviver com essa tecnologia, literalmente na palma da mão esse cidadão 
é constantemente estimulado a consultar conteúdos livremente, consumir 
informações, interagir com elas, compartilhá-las e até mesmo produzi-las. Nesse 
sentido, muitas escolas têm construído os Cinedebates, para os quais convida alunos 
 
 
 
e professores a discutirem as temáticas dos filmes transmitidos, fato que tem 
colaborado para que o cinema nacional seja mais bem reconhecido na cultura 
brasileira. 
Para a cientista social Maria Angélica dos Santos em entrevista ao Observatório 
dDvrsddC ltrl (2014,p. 2), “[...]  nrqs dsnhm l vgrnd
e, com o acesso dimensionado em duas horas mensais, implicará também em um 
significativo aumento de repertório para educadores e estudantes. A quantidade 
dvr mp lsnr  dvrsdd , rtmnt, grntr  qldd”. 
 
 Figura 04 - Frame do filme central do Brasil 
 
Fonte: Blog Cultura genial. 
Direção fotográf ica de Walter Carvalho, 1998. 
 
Prêmios de destaque 
❖ Indicação para o Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Fernanda 
Montenegro. 
❖ Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. 
❖ Urso de Ouro de melhor filme. 
❖ Urso de Prata de melhor atriz. 
 
 O que foi dito sobre Central do Brasil, segundo às Palavras da professora e 
pesquisadora acadêmica Ivana Bentes, 2019: 
Cntrl d Brsl   f lmd srta rmnt, d vlt dlzd  “rgm”,
ao realismo estetizado, e a elementos e cenários do Cinema Novo, e que 
sustenta uma aposta utópica sem reservas, daí o tom de fábula encantatória 
do f ilme. O sertão surge aí cm prjca dm “dgndd” prdd  m
a terra prometida de um inusitado êxodo, do litoral ao interior, uma espécie 
d “vlt” ds frssds  dsrdds q na nsgrm sbrvvr
nas grandes cidades. Não uma volta desejada ou politizada, mas uma volta 
afetiva, levada pelas circunstâncias. O sertão torna-se território de conciliação 
 
 
 
e apaziguamento social, para onde o menino retorna à cidadezinha 
urbanizada com suas casas populares para se integrar a uma família de 
carpinteiros (Ivana Bentes, 2019). 
 
 
5 ORIGENS DA INTERNET 
Para Turner (2002) apud Morais (2016), a origem da internet ocorreu no ano de 
1957. Quando a União Soviética lançou seu primeiro satélite na órbita da Terra. Em 
resposta o Departamento de Defesa dos Estados Unidos formou a Agência de 
Projetos e Pesquisas Avançada (ARPA) do Departamento de Defesa dos Estados 
Unidos, com objetivo de pesquisar e desenvolver ideias e tecnologia avançada, com 
programas direcionados aos satélites e ao espaço. 
Em 1968, o apoio financeiro do governo norte-americano promovido por meio 
da ARPA impulsiona a implantação do Sistema de Informação em Rede. Os primeiros 
protocolos construídos foram o Telnet – ligação interativa de um terminal com um 
computador remoto – o FTP – (File Transfer Protocol) – transferência de arquivos 
entre dois computadores. A primeira rede de computadores foi construída entre a 
Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a SRI (Stanford Research Institute), 
Universidade de Utah e Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. No dia 1º de 
dezembro de 1969, nasce a Arpanet.
Surgiram então os primórdios da internet, diretamente vinculado ao trabalho de 
peritos militares norte-americanos que desenvolveram a Arpanet (Rede de Agência 
de Investigação de Projetos Avançados dos Estados Unidos), durante a disputa do 
poder mundial com a URSS. 
Em 1969, chegou o primeiro microprocessador na Universidade da Califórnia, 
em Los Angeles, tendo sido instalado e usado por Leonardo Kleinrock em seu 
laboratório, em dois anos a Arpanet era totalmente operacional. A base da 
comunicação era a mensagem de e-mail e nem todas as informações tratavam de 
assuntos de defesa. 
Ray Tomlinson Dearo (1941-2016) engenheiro americano criou o formato dos 
e-mls q  sdt hj.m 1971, nvnt mdl d nsrr  “@” sprnd
os nomes no endereço. Assim, ficou mais fácil trocar mensagens em redes diferentes. 
 
 
 
“@”, m ngles, ld m “at” (q sgn f “m”), r-se o sentido de que a pessoa, 
qst mndndqlmnsgm,“st m lgmlgr”.Pr xmpl: nGmail, 
no Yahoo, no Outlook etc. (DEARO, 2016). 
 
Em julho de 1977, Vintor Cerf e Robert Kahn efetuaram uma apresentação do 
protocolo de comunicação TCP/IP, Transmission Control Protocol (TCP) – Protocolo 
de Controle de Transmissão e o Internet Protocol (IP) – Protocolo de Internet, 
utilizando três redes: Arpanet – RPNET – Statnet. Considera-se que foi nessa 
demonstração que nasceu a internet (RAAZ, 2010) 
No ano de 1980, a Arpanet foi dividida em duas redes. A Milnet (servia as 
necessidades militares), e a Arpanet que segurava a investigação. O Departamento 
de Defesa coordenava, controlava e financiava o desenvolvimento em ambas as 
redes. 
Em 1990, o Departamento de Defesa dos EUA desestruturou a Arpanet, sendo 
substituída pela rede NSF, rebatizada NSFNET que se tornou conhecida em todo o 
mundo, com a denominação internet. Para ampliação do uso da internet, foi definida 
a criação da www – world wide web (rede de alcance mundial) criada pelo laboratório 
do Cern (Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire) por intermédio dos 
cientistas: Robert Caillaiu e Tim Berners-Lee, do HTML (HyperText Markup Language) 
e dos browsers. O primeiro browser usado foi o LYNX, que permitia somente a 
transferência de textos.
 
A história da internet envolve quatro aspectos distintos (MORAIS, 2016): 
 
• A evolução tecnológica, que começou com as primeiras pesquisas sobre trocas 
de pacotes e a Arpanet e suas tecnologias e onde a pesquisa atual continua a 
expandir os horizontes da infraestrutura em várias dimensões como escala, 
desempenho e funcionalidade do mais alto nível. 
• Os aspectos operacionais e gerenciais de uma infraestrutura operacional 
complexa e global. 
• O aspecto social que resultou numa larga comunidade de internautas 
trabalhando juntos para criar e evoluir com a tecnologia. 
 
 
 
• O aspecto de comercialização que resulta numa transição extremamente efetiva 
da pesquisa numa infraestrutura de informação disponível e utilizável. 
 
O sociólogo espanhol e estudioso da rede, Manuel Castells (2003) relata, 
conforme visto anteriormente, que a internet foi originalmente criada para fins 
militares, visando à obtenção de um meio de comunicação que pudesse sobreviver 
até mesmo a um ataque nuclear, proporcionando troca rápida de informações, em 
tempo real, em um período de tensão e de instabilidade política. Atualmente, a 
“ntrnt   td d nsss vds. S  tnlg d nfrmca  hj  q 
eletricidade foi na Era Industrial; em nossa época, a internet pode ser equiparada tanto 
a uma rede elétrica quanto ao motor elétrico, em razão da sua capacidade de distribuir 
 frc d nfrmca pr td  dmin  d tvdd hmn” (2003, p. 7). 
Para esse autor, no final do século XX, três processos independentes se 
uniram, inaugurando uma nova estrutura social predominantemente baseada em 
redes: 
as exigências da economia por f lexibilidade administrativa e por globalização 
do capital, da produção e do comércio; as demandas da sociedade, em que 
os valores da liberdade individual e da comunicação aberta tornaram-se 
supremos; e os avanços extraordinários na computação e nas 
telecomunicações possibilitados pela revolução microeletrônica. Sob essas 
condições, a internet, uma tecnologia obscura sem muita aplicação além dos 
mundos isolados dos cientistas computacionais, dos hackerse das 
comunidades contraculturais, tornou-se a alavanca na transição para uma 
nova forma de sociedade – a sociedade de rede –, e com ela para uma nova 
economia. (CASTELLS 2003, p. 8). 
5.1 Revolução digital.
Considerado um dos pensadores mais representativos do debate acerca da 
revolução digital, o filósofo francês Pierre Lévy (1996) se mostra contra as teorias do 
virtual como oposição ao real e surge com o argumento de que a virtualidade, com 
suas infinitas e crescentes possibilidades de interação, tem apenas a adicionar a todas 
as instâncias da vida. 
Assim, de acordo com o autor, a internet é o conjunto de meios físicos (linhas 
digitais de alta capacidade, computadores, roteadores etc.) e de programas (protocolo 
TCP/IP) usados para o transporte das informações, enquanto a web (www) é apenas 
um dos diversos serviços disponíveis pela internet. No entanto, as duas palavras não 
 
 
 
têm o mesmo significado. Fazendo uma comparação simplificada, a internet seria o 
equivalente à rede telefônica, com seus cabos, sistemas de discagem e 
encaminhamento de chamadas, enquanto a web seria similar ao uso do telefone para 
comunicações de voz (LEVY, 2000). 
Diante do exposto e de conformidade com Castells (2003), podemos afirmar 
que a internet se revela como um instrumento sociotécnico, já que veio sendo 
construída à proporção que a sociedade necessitava de interação com ela e o seu 
desenvolvimento e a sua difusão foram realizados por empresários. Dessa forma, a 
partir dos anos 1990, o mndds ngsprb  ptnlnmd ‘nv
tnlg’,  q fz m q l flrsss m  vldd d m r. A
associabilidade na internet foi vista pelo mercado como uma poderosa fonte de 
divulgação e de comercialização de produtos, dentre os quais, os próprios 
computadores. Porém, para a veiculação da propaganda e para as transações 
financeiras foram criados outros programas, a fim de atenderem a essas 
necessidades. 
Portanto, a internet não é apenas uma tecnologia, mas é uma produção cultural. 
Que existe como uma poderosa tecnologia inserida na prática social. Com efeitos 
importantes, por um lado, sobre a inovação e, portanto, a criação de riqueza e do nível 
econômico; e por outro lado, sobre o desenvolvimento de novas formas culturais, tanto 
no sentido lato, ou seja, formas de ser mentalmente da sociedade, como no sentido 
mais estrito, a criação cultural e artística (CASTELLS, 2002).
m sm, ntrnt m plvr d rgm ngls, vm d ntr, “ntr”, ms
nt rdca d plvr “ntwrk” (dspstvs lgds ntr s). Fz rfren  m
rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens 
utilizando um protocolo comum, unindo usuários particulares, entidades de pesquisa, 
órgãos culturais, institutos militares, bibliotecas e empresas de toda envergadura, com 
uma significativa capacidade de transformação socioeconômica e cultural. 
A internet é um meio que oferece várias ferramentas que permitem a troca de 
informações (mensagens de texto, áudio, vídeo, imagens e/ou arquivos) entre duas 
ou mais pessoas que estejam em qualquer parte do mundo. 
 
Entre as principais ferramentas de comunicação oferecidas pela internet estão: 
 
 
 
 
• E-mail (correio eletrônico), ferramenta pela qual podemos nos comunicar com 
pessoas que estão em qualquer lugar do planeta através de um computador. 
Tem muitas vantagens, por exemplo, é um mecanismo que não requer a 
intervenção do transmissor e do receptor ao mesmo tempo; um usuário o envia 
quando considerar pertinente e o outro usuário o lê quando quiser, também não 
se limita a enviar apenas texto e é muito mais rápido do que enviar uma carta 
por meio do sistema postal. 
• Videoconferência, na sua forma mais básica, é a transmissão entre dois 
computadores separados fisicamente, a certa distância, com uma câmera e 
dispositivos de som, em cada computador. 
• Chat, a comunicação é feita em tempo real por meio de dois ou mais usuários 
onde eles podem compartilhar qualquer tipo de informação em questão de 
segundos. 
 
Uma das principais funções da internet, e a mais conhecida, é a busca de 
informações. A internet é usada como uma ferramenta para pesquisar e oferecer 
informações de todos os tipos: pode ser uma grande biblioteca universal, um meio 
para compartilhar todo tipo de informações, localizar endereços etc. Mas cuidado, não 
é bom acreditar em tudo que aparece na internet, qualquer pessoa pode incluir 
informações sobre qualquer assunto, independentemente da sua veracidade. 
 
Existem várias ferramentas para pesquisar informações na internet: 
 
• Motores de busca: por exemplo, Google, Yahoo, Bing etc.; 
• Motores de busca específicos: são os motores de busca que executam sua 
função somente em determinados tópicos. É o caso dos guias ou páginas 
amarelas, ou os motores de busca de restaurantes, teatros, notícias etc.; 
• Portais: são sites com uma infinidade de serviços (e-mail, notícias, grupos de 
discussão, ruas etc). 
O comércio eletrônico (e-commerce) é o conjunto de transações comerciais e 
financeiras realizadas por meio de processamento e transformação de informações, 
incluindo texto, som e imagem. Nessas negociações as partes envolvidas interagem 
eletronicamente e não como tradicionalmente o fazem, por meio de trocas físicas ou 
 
 
 
tratamento físico direto. Entre as vantagens mais importantes está a possibilidade de 
selecionar os melhores provedores sem se preocupar com a localização geográfica, 
podendo vender ou comprar globalmente um produto ou um serviço. 
O Entretenimento na internet tem crescido de uma forma surpreendente 
tornando-se a fonte de entretenimento favorita para milhões de pessoas ao redor do 
mundo. Há uma enorme quantidade de recursos oferecidos pela internet para 
recreação dos usuários: 
 
• Entretenimento musical: existe uma enorme variedade de sites que fornecem 
música on-line gratuita e venda de downloads de arquivos de música. 
• Vídeos: vídeos curtos ou filmes completos são a segunda forma mais comum de 
entretenimento na web. Há muitos sites que permitem que os usuários transfiram 
todos os tipos de filmes a baixo custo ou de modo gratuito. Esses sites estão 
essencialmente orientados a usuários com redes de navegação relativamente 
rápidas, capazes de permitir o download de qualquer arquivo de filme disponível. 
Essa é uma das maiores fontes de entretenimento para milhões de pessoas ao 
redor do mundo. 
• Jogos on/off-line (precisam ou não estar conectados): os jogos de computador 
são outra fonte importante de entretenimento na internet. Há muitos sites 
dedicados a fornecer plataformas para que os usuários possam entrar em 
qualquer tipo de jogos, incluindo jogos de estratégia, desafios mentais etc. 
 
Para se divertir não existem apenas jogos. Muitos se divertem lendo. Várias 
empresas de e-commerce disponibilizam para leitura até dois capítulos dos livros que 
vendem em seus sites. Existem também os e-books ou livros virtuais, criados para o 
público que prefere ler na tela do computador. Sem contar nos jornais que já tem a 
edição on-line como um prolongamento de sua edição normal. 
A incorporação das TICs no campo educacional permitiu incorporar e 
desenvolver novos modelos de educação a distância para fins de desenvolvimento 
profissional e de formação permanente. A utilização combinada de métodos 
pedagógicos e materiais de autoaprendizagem com o uso de diferentes tecnologias 
possibilita processos educacionais e de comunicação que implicam uma importante 
interação entre os agentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
A internet oferece uma variedade de elementos de apoio ao trabalho de 
professores e alunos entre os quais podemos mencionar: www, correio eletrônico, 
listas de interesse, publicações eletrônicas, fóruns de discussão, entre outros. 
5.2 Características da internet 
De acordo com Raaz(2010), em continuação, apresentam-se algumas 
características que definem a internet. 
 
• Universal: A internet abrange o mundo todo. De qualquer país é possível ver as 
informações geradas em outros países, enviar e-mails, transferir arquivos, 
comprar etc. 
• Econômica: Quanto custaria ir a diversas bibliotecas e revisar vários livros, ou 
visitar várias lojas para encontrar um produto? 
• Livre: Hoje, qualquer um pode colocar informação na internet sem censura 
prévia. Isso permite expressar livremente opiniões e decidir o que se aproveitar 
da internet. As pessoas se sentem mais livres e têm mais capacidade de reagir 
aos poderes estabelecidos. No entanto, facilita o uso negativo da rede. Por 
exemplo, a criação e dispersão de vírus de computador, comportamentos 
antissociais etc. 
• Anônima: Na internet, esconder a identidade, tanto para ler e quanto para 
escrever, é bastante simples. Esse recurso está diretamente relacionado com o 
item anterior, e o anonimato pode facilitar o uso gratuito da rede com tudo o que 
isso implica. Entendido de forma positiva o anonimato facilita a intimidade e a 
expressão de opiniões. Embora também facilite ações criminosas. 
• Autorreguladora: Quem decide como funciona a internet? Algo que tem tanto 
poder como a internet e que lida com tanto dinheiro não tem um proprietário 
pessoal. Não há pessoa ou país dono da internet. Nesse sentido, pode-se afirmar 
que a internet possui autorregulação ou autogestão. 
 
Brandão et al. (2009) fazem referência a quatro importantes características da 
internet que unidas fazem parte de um meio de comunicação diferente dos demais: 
 
 
 
 
• Velocidade: A internet permite que determinadas tarefas possam ser realizadas 
em um tempo infinitamente menor do que na vida real. Um exemplo é a 
possibilidade de publicações de notícias de forma quase simultânea aos 
acontecimentos (o que não acontece, por exemplo, com um jornal impresso, pois 
ele é editado apenas uma vez ao dia, enquanto os jornais on -line podem ser 
atualizados a todo momento) e até mesmo a possibilidade de acessar com maior 
facilidade e velocidade o material antigo produzido pelo jornal. 
• Hipertextualidade: As navegabilidades pelas páginas da internet ocorrem por 
meio dos hiperlinks, que permitem que se possa ir de uma página a outra. Por 
exemplo, na leitura de livros também ocorre a hipertextualidade (textualidade que 
funciona por associação, e não mais por sequências fixas) com as citações de 
outros livros, mas ela é bem mais lenta e complexa, pois é preciso recorrer aos 
outros livros. Na internet, o hipertexto é apresentado de forma bem mais simples, 
por meio dos links. A maioria das páginas da internet remete seus visitantes a 
outras páginas, por intermédio dos links. O Google utiliza desses hiperlinks para 
ampliar sua gama de resultados nas pesquisas. 
• Multimídia: Como o próprio nome já diz, é possível unir texto, imagem, som e 
vídeo, causando uma conversão única de meios. Um exemplo de interações de 
mídia é o fotolog.net, há também a questão da troca de arquivos de áudio, como 
é o caso dos podcasts, mp3 etc., antes exclusividades do aparelho de som. 
• Interatividade: A internet possibilita interatividade em tempo real, as pessoas 
podem entrar em contato de forma (quase) instantânea. Além disso, é possível 
interagir com os sites de diversas formas, como a possibilidade de se fazer 
comentários em blogs (ou até mesmo a troca de mensagens instantâneas, o que 
também poderia ser um exemplo da questão da velocidade). As mídias 
tradicionais sempre tiveram algum tipo de interação, como nas seções de cartas 
de jornais e TVs e nos telefonemas para programas de rádio. Mas, é no 
webjornalismo que a interação atinge seu ponto máximo, já que o leitor pode 
escolher vários caminhos para ler notícias, comentar e ver seus comentários 
publicados e à disposição de outros leitores, entre outras opções. 
• Personalização: A personalização de conteúdo, também denominada 
individualização, é a adaptação de um produto aos desejos ou preferências do 
usuário do site. O Google, ferramenta de busca na internet, permite ao leitor 
 
 
 
determinar que notícias ele quer que apareçam no site, a quantidade listada na 
página principal e até a cor do site. 
5.3 Internet ameaçada e os desafios 
Em comemoração ao 28º aniversário dessa data, Sir Tim Berners-Lee, diretor 
da World Wide Web Foundation, reconhecido como o pai da internet, publicou uma 
carta aberta para abordar os três problemas que ele considera uma ameaça ao 
verdadeiro potencial da web como uma plataforma equitativa, capaz de beneficiar toda 
a humanidade (BERNERS-LEE, 2017). Pela importância das colocações de Sir 
Berners-Lee, em continuação apresentam-se as suas preocupações: 
 
Perdemos o controle sobre nossos dados pessoais 
O modelo vigente de negócios em muitos websites contempla oferecer 
conteúdo gratuito em troca de dados pessoais. Muitos de nós concordamos, e não 
fazemos questão que algumas informações sejam coletadas em troca de serviços 
gratuitos. No entanto, não percebemos a armadilha por trás disso. Quando nossos 
dados são armazenados em espaços particulares, longe do nosso alcance, perdemos 
o controle sobre o uso deles. Além disso, muitas vezes não temos meios de contactar 
as empresas sobre os dados que não queremos compartilhar – especialmente com 
terceiros.
A coleta de dados por empresas apresenta outros impactos. Em colaboração – 
ou coerção – com empresas, os governos passam a observar todos os nossos 
movimentos on-line, e aprovam leis que violam nossos direitos à privacidade. Mesmo 
nos países em que acreditamos que os governos trabalham em prol de seus cidadãos, 
vigiar a todos o tempo todo está indo longe demais. Está se criando um efeito inibidor 
da liberdade de expressão que impede que a web seja usada como um espaço para 
lidar com assuntos relevantes, como questões de saúde, sexualidade ou religião. 
 
É muito fácil difundir desinformação na web
Atualmente, boa parte das pessoas acessa notícias e informações na web por 
meio de alguns sites de mídias sociais e ferramentas de busca. Esses sites ganham 
dinheiro a cada clique que damos nos links que eles nos mostram. Mais ainda: eles 
 
 
 
escolhem o que irão nos mostrar com base em algoritmos que aprendem com os 
nossos dados pessoais. O resultado é que esses sites nos mostram conteúdos que 
rdtm q ns vms qrr “lr”. Iss rs lt n rpd dssmnca d
dsnfrmca  “ntis flss” (fake news), atraindo com títulos surpreendentes, 
chocantes, criados para apelar aos nossos preconceitos. Assim, pessoas com más 
intenções podem utilizar o sistema para disseminar desinformação que tenham 
ganhos financeiros ou políticos. 
 
Propaganda política online precisa de transparência 
 A propaganda política on-line se tornou uma indústria muito sofisticada. O fato 
é que a maioria das pessoas acessa informação em algumas poucas plataformas, e 
a crescente sofisticação dos algoritmos que atuam sobre as bases de dados pessoais 
significa que campanhas políticas estão criando anúncios individuais, que se dirigem 
diretamente aos usuários. Uma fonte sugere que nas eleições de 2016 nos Estados 
Unidos, mais de 50 mil variações de anúncios foram lançadas diariamente no 
Facebook, uma situação quase impossível de se monitorar. Suspeita-se que alguns 
anúncios políticos estão sendo usados de maneira antiética para conduzir eleitores 
para sites de notícias falsas ou para manter pessoas longe das pesquisas eleitorais. 
Isso é democrático? 
Esses são problemas complexos, e as soluções não serão simples. Precisamos 
trabalhar junto com empresas da web para estabelecer um equilíbrio que coloque o
controle dos dados individuais de volta às mãos das pessoas, incluindo o 
dsnvlvmnt d nvs tnlgs m “pds d dds” (pr mntr 
segurança dos dados pessoais), se for necessário,

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