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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E MEIO 
AMBIENTE
2
João Vitor Rodrigues de Souza
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E MEIO AMBIENTE
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Yara Campos Miranda
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Souza, João Vitor Rodrigues de
Inovação tecnológica e meio ambiente / João Vitor 
Rodrigues de Souza. – São Paulo: Platos Soluções 
Educacionais S.A., 2022.
44 p.
ISBN 978-65-5356-270-7
1. Mudança climática. 2. Problemática ambiental. 
3. Sistema energético. I. Título
CDD 620.41
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
S729i 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Gestão ambiental e sustentabilidade _________________________ 07
Políticas públicas e acordos ambientais internacionais _______ 19
Mudanças climáticas e energia limpa ________________________ 32
Inovações tecnológicas ambientais na prática ________________ 44
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E MEIO AMBIENTE
5
Apresentação da disciplina
Atualmente, a competitividade das empresas sofre impacto não 
apenas das tendências econômicas, políticas, sociais, ambientais e de 
saúde, mas também são fatores relevantes no desenho de modelos de 
negócios e fundamentais para garantir a prevalência das instituições e a 
ascensão delas.
O curso de Inovação Tecnológica e Meio Ambiente explora as 
oportunidades e os desafios apresentados pela crescente importância 
da agenda ambiental no contexto político, socioeconômico e tecnológico. 
Com o aumento da conscientização ambiental, surge a necessidade de 
soluções comercialmente sustentáveis para a conservação de energia 
e recursos. O desafio está em traduzir tecnologias ambientalmente 
sustentáveis em soluções de mercado viáveis e empreendimentos 
comerciais, ou seja, só porque é a coisa certa a fazer não significa que os 
clientes comprarão.
Novos setores emergentes apresentam oportunidades interessantes, 
mas o próprio dinamismo destes, um nexo de novas tecnologias, 
novos mercados, novas redes e novas práticas regulatórias também 
apresentam riscos.
Ao estudar Inovação Tecnológica e Ambiental, você aprenderá a 
apresentar soluções criativas e inovadoras para reduzir o uso de 
matérias-primas, energia e água. Será capaz de desenvolver habilidades 
de gestão, como configurar sistemas de gestão ambiental e como operar 
dentro dos limites da lei e dos regulamentos ambientais.
6
Ao concluir com sucesso este curso, você será capaz de compreender 
as limitações de teorias selecionadas de mudança tecnológica, por 
exemplo, linear, induzida, dependente do caminho e evolutiva; de 
avaliar criticamente os principais trade-offs que ocorrem na obtenção de 
mudanças tecnológicas e desenvolvimento econômico junto à proteção 
ambiental; de discutir e apresentar exemplos de mudanças tecnológicas 
desenvolvidas para alcançar a transição, por exemplo, para uma 
economia de baixo carbono; de aplicar, de forma concisa, uma proposta 
de iniciativa ambientalmente benéfica.
7
Gestão ambiental e 
sustentabilidade
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Yara Campos Miranda
Objetivos
• Estabelecer as ideias centrais de gestão ambiental.
• Compreender os conceitos e paradigmas de 
envolvimento em desenvolvimento sustentável.
• Identificar ferramentas concretas para 
implementação da sustentabilidade e da Gestão 
Ambiental.
8
1. Introdução
Esta unidade procura oferecer uma introdução abrangente e 
compreensível, que aponta leitores a fontes mais aprofundadas de 
gestão ambiental para sustentabilidade. O desenvolvimento é dividido 
em três partes: a Parte I trata da teoria, dos princípios e dos conceitos-
chave e introdutórios relacionados à gestão ambiental; na Parte II, são 
abordados os princípios voltados à sustentabilidade e sua interface com 
gestão ambiental; finalmente, na Parte III, são apresentados exemplos 
práticos e ferramentas que podem fomentar a implementação da gestão 
ambiental na sociedade e nos negócios.
2. Compreendendo o que é gestão ambiental
O rápido movimento de industrialização em todo o mundo tem 
ameaçado seriamente a capacidade da humanidade de manter um 
equilíbrio ecológico. A industrialização é o pré-requisito do crescimento 
econômico de qualquer país, mas a industrialização não planejada e a 
liberação de resíduos pelas indústrias trazem poluição ou degradação 
ambiental. Toda atividade de desenvolvimento está diretamente 
relacionada aos recursos naturais e ambientais. O desenvolvimento 
econômico sem considerações ambientais causa crises ambientais.
Como principal usuário da natureza, a humanidade é a responsável 
por garantir que seus impactos ambientais sejam benignos e não 
catastróficos. Diante disso, a ciência se apresenta como um importante 
instrumento na busca dessas garantias, reunindo e discutindo trabalhos 
de pesquisadores acadêmicos e profissionais de fora das universidades, 
incluindo empresas, governo, estabelecimentos de pesquisa e grupos de 
interesse público, com o intuito de gerar um amplo espectro de pontos 
de vista e abordagens para este mesmo interesse.
9
Assim surge a ideia de gestão ambiental, que é um campo amplo, 
em expansão e em rápida evolução, que diz respeito a todos os 
seres humanos e desempenha um papel crucial na busca pelo 
desenvolvimento sustentável, sendo amplamente discutida pelas 
agências internacionais e organizações não governamentais
(...) mas o que é exatamente a gestão ambiental? É um único campo ou 
disciplina? É um processo? É uma abordagem acordada? São esforços 
para identificar e perseguir metas? Talvez uma filosofia? Ou é solução de 
problemas de ambiente e desenvolvimento? (BARROW, 2006, p. 8)
A gestão ambiental não é fácil de definir. Como Barrow (2006) reconheceu, 
pode referir-se a um objetivo ou a uma visão, a tentativas de dirigir um 
processo, à aplicação de um conjunto de ferramentas, a um exercício 
filosófico que busca estabelecer novas perspectivas em relação ao meio 
ambiente e às sociedades humanas, dentre outras possibilidades. 
Os gestores ambientais são um grupo diversificado de pessoas, 
incluindo acadêmicos, formuladores de políticas, trabalhadores de 
organizações não governamentais (ONGs), funcionários de empresas, 
funcionários públicos e uma ampla gama de indivíduos ou grupos que 
tomam decisões sobre o uso de recursos naturais, tal como pescadores, 
agricultores, pastores, entre outros. 
De fato, a gestão ambiental envolve todas as pessoas até certo ponto, 
porque todas as atividades humanas, em última análise, têm algum 
tipo de impacto ambiental. No entanto, alguns indivíduos estão mais 
diretamente envolvidos com o uso de recursos, e alguns grupos de 
interesse especial estão particularmente preocupados com a exploraçãode recursos e com questões relacionadas à poluição. 
A gestão ambiental, portanto, abrange muitas partes interessadas 
e requer uma perspectiva multidisciplinar. Envolve muitas escalas 
espaciais, que vão do local ao global. Também contempla muitos e 
diversos objetivos, incluindo o desejo de controlar a direção e o ritmo do 
10
desenvolvimento, otimizar o uso de recursos, minimizar a degradação 
ambiental e evitar desastres ambientais. 
A gestão ambiental está pautada na descrição e no monitoramento 
das mudanças ambientais, com a previsão de transformações futuras 
e com as tentativas de maximizar o benefício humano e minimizar a 
degradação ambiental devido às atividades humanas. Ainda assim, 
caracteristicamente, a gestão ambiental diz respeito à tomada de 
decisões – e está especialmente preocupada com o processo de tomada 
de decisões em relação ao uso dos recursos naturais, à poluição dos 
habitats e à modificação dos ecossistemas (CURI, 2012). 
Fundamentalmente, então, é uma atividade política, porque essas 
decisões – sobre recursos, poluição e ecossistemas – nunca são neutras 
ou objetivas; ao contrário, são carregadas de valores e refletem o exercício 
do poder de determinados grupos sobre outros. Além disso, em geral, 
é ingênuo conceber a gestão ambiental como sendo simplesmente 
“a gestão do meio ambiente” no sentido de humanos manipulando e 
controlando os componentes e processos do sistema terrestre. 
Deste ponto de vista, a gestão ambiental pode ser definida como o 
sistema que antecipa e evita, ou resolve, questões ambientais e de 
conservação de recursos. Sob outra perspectiva, a gestão ambiental 
pode ser definida como um processo preocupado com as interações 
homem-ambiente que busca identificar:
• Quais são os resultados ambientalmente desejáveis.
• Quais são as restrições físicas, econômicas, sociais, culturais, 
políticas e tecnológicas para alcançar esses resultados.
• Quais são as opções mais viáveis para alcançar esses resultados.
De fato, em muitas partes do mundo (e possivelmente em todo o 
mundo), a gestão ambiental está intimamente ligada a questões 
11
prementes de justiça e até de sobrevivência. Uma outra definição 
pode sugerir que a gestão ambiental está preocupada em atender e 
melhorar o cumprimento das necessidades e demandas humanas de 
forma sustentável, com danos mínimos aos habitats e ecossistemas 
naturais. Assim, o conceito de gestão ambiental está intimamente 
relacionado a outro conceito importante (e problemático): o de 
desenvolvimento sustentável.
3. Desenvolvimento sustentável: definição e 
conceitos-chave
O desenvolvimento sustentável é claramente um dos desafios 
mais difíceis que a humanidade já enfrentou. Alcançar a 
sustentabilidade requer abordar muitas questões fundamentais 
nos níveis local, regional e global, e alcançar as metas e os objetivos 
da sustentabilidade representa um grande desafio para todos os 
segmentos da sociedade (HEINRICHS; MARTENS, 2016).
A definição amplamente aceita de desenvolvimento sustentável é 
aquela usada no Relatório Brundtland: desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento que possui o intuito de considerar as necessidades do 
presente sem prejudicar a capacidade das gerações futuras de atender 
às suas próprias necessidades. Embora esta seja uma declaração 
vaga e aberta à interpretação, ela provou ser durável e fornece uma 
meta à qual muitas pessoas aspiram, embora não forneça orientação 
sobre como chegar lá nem como avaliar o progresso em direção ao 
desenvolvimento sustentável (GOLDEMBERG; LUCON, 2008).
Grande parte dos estudiosos da sustentabilidade, do ponto de vista 
do desenvolvimento, lhe aplicam o conceito que conota melhoria e 
a sustentação de uma economia, sistema ecológico e social para o 
desenvolvimento humano. A literatura em geral define sustentabilidade 
12
como a capacidade de manter, por um longo período, alguma entidade, 
resultado ou processo.
A palavra “sustentabilidade” pode ser usada de diferentes maneiras. 
Ambientalistas, muitas vezes, relacionam a sustentabilidade ecológica 
quando utilizam o conceito. Muitos empresários realmente querem 
associar a sustentabilidade econômica de sua organização quando falam 
de sustentabilidade. No entanto, a sustentabilidade abrange os três 
aspectos – ambiental, social e econômico – e não é possível atingir um 
determinado nível de sustentabilidade ecológica, social ou econômica de 
forma independente sem alcançar pelo menos um nível básico de todas 
as três formas simultaneamente. A Figura 1 sintetiza essas relações.
Figura 1 – Relações entre sustentabilidade social, econômica e 
ambiental
Fonte: elaborado pelo autor.
13
Basicamente, pode-se concluir a partir da figura que, quase tudo o que 
o homem faz ou planeja fazer na terra tem implicações para o meio 
ambiente, economia ou sociedade e, nesse sentido, a continuidade 
da existência e o bem-estar da raça humana. Da mesma forma, como 
argumentam Heinrichs e Martens (2016), as esferas constituem um 
conjunto de conceitos inter-relacionados que devem fundamentar as 
decisões e ações humanas na busca pelo desenvolvimento sustentável.
Goldemberg e Lucon (2008) associaram a sustentabilidade como a 
sobrevivência indefinida da espécie humana (com uma qualidade 
de vida além da mera sobrevivência biológica) por intermédio da 
manutenção de sistemas básicos de suporte à vida (ar, água, terra, 
biota) e da existência de infraestruturas e instituições que distribuem e 
protegem os componentes destes sistemas
Kahn (1995, p. 54) fornece uma descrição de sustentabilidade pautada 
nas três esferas elencadas na Figura 1.
Se um indivíduo em uma determinada área geográfica não tem emprego 
(econômico), é provável que seja pobre e desprivilegiado (social); se 
ele é pobre e marginalizado, ele tem um incentivo para se engajar em 
práticas que prejudicam a ecologia, por exemplo, cortando árvores para 
lenha para cozinhar suas refeições e aquecer sua casa (ambiental). Como 
suas ações são agregadas às de outros de sua região cortando árvores, 
o desmatamento fará com que minerais vitais sejam perdidos do solo 
(ambiental). Se minerais vitais forem perdidos do solo, os habitantes 
serão privados dos nutrientes dietéticos necessários para sustentar o 
desempenho intelectual necessário para aprender novas tecnologias, 
por exemplo, como operar um computador, e isso fará com que a 
produtividade diminua ou fique estagnada. Se a produtividade estagnar 
(econômica), as pessoas pobres continuarão ainda mais pobres (social).
O caso hipotético apresentado ilustra as ligações entre os três domínios 
interligados da sustentabilidade e a necessidade de integrá-los para 
o desenvolvimento sustentável. Embora este exemplo possa ter sido 
14
simplificado demais, ele contextualiza como os substratos econômicos, 
sociais e ambientais da sustentabilidade se relacionam entre si e podem 
promover o desenvolvimento sustentável.
4. Ferramentas e tecnologias em prol da gestão 
ambiental e do desenvolvimento sustentável
O trabalho preventivo de promover a sustentabilidade e a gestão 
ambiental depende muito de influenciar o comportamento 
corporativo e do consumidor. As ferramentas de gestão ambiental 
e de sustentabilidade são, portanto, concebidas para influenciar 
as estruturas, os procedimentos e as práticas organizacionais e da 
sociedade. Desta forma, serão exemplificadas ferramentas e práticas 
que podem ser implementadas na sociedade e nos negócios.
A sustentabilidade está no centro de conceitos, como rendimento 
sustentável, sociedade sustentável e desenvolvimento sustentável. Uma 
sociedade sustentável é aquela que aprendeu a viver dentro dos limites 
estabelecidos pelos limites ecológicos. Ele pode ser mantido como uma 
entidade coletiva e permanente porque as práticas que impunham 
cargas excessivas ao meio ambiente foram reformadas ou abolidas. O 
desenvolvimento sustentável é um processo de avanço social que acomoda 
as necessidades das gerações atuais e futuras e que integracom sucesso as 
considerações econômicas, sociais e ambientais na tomada de decisões.
Neste contexto, uma das ferramentas mais promissoras que podem 
ser aplicadas junto às sociedades para fortalecer mecanismos de 
desenvolvimento sustentável (aliado à gestão ambiental) é a Agenda 2030.
Adotados pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, os 17 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são o layout para 
alcançar um mundo melhor e mais sustentável para todos até 2030. Os 
15
ODS são uma versão ampliada dos oito Objetivos de Desenvolvimento 
do Milênio (ODM), que nortearam a ação global para reduzir a pobreza 
extrema de 2000 a 2015 (HEINRICHS; MARTENS, 2016).
Pela primeira vez na história, a comunidade internacional foi capaz de 
definir uma agenda global e abrangente de desenvolvimento sustentável, 
incluindo objetivos sociais (baseados nos ODS) e objetivos ambientais 
(em continuação com a Declaração do Rio de 1992 e as cúpulas da COP 
subsequentes). O primeiro e mais proeminente dos ODS é a intenção 
declarada de erradicar todas as formas de pobreza, em todas as regiões 
do mundo. A Figura 2 fornece uma breve visão geral dos 17 ODS.
Figura 2 – Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: https://odsbrasil.gov.br/. Acesso em: 9 maio 2022.
Os ODS são parte integrante da Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável, que visa promover um futuro mais sustentável. Essa agenda 
objetiva combater problemas globais, como pobreza, desigualdade, 
clima, degradação ambiental e justiça. 
https://odsbrasil.gov.br/
16
Ele é construído com base nos pressupostos: (i) a prosperidade 
econômica, o progresso social e a proteção do ambiente andam de 
mãos dadas e devem ser conjugados; (ii) é necessário um esforço 
coletivo envolvendo diversos atores (governos, empresas e sociedade 
civil) para transformar nossa sociedade global. 
Os ODS são vistos como um meio de federar os esforços desses 
diferentes atores em torno de uma aspiração comum. O 17º ODS é 
crucial nesse sentido: ele enfatiza explicitamente a necessidade de novas 
parcerias multissetoriais e intersetoriais. Sem isso, a ambição de resolver 
os grandes desafios do mundo será impossível de alcançar. 
4.1 Ferramentas e apoio à gestão ambiental e 
sustentabilidade no negócio
A sustentabilidade empresarial é a prática de operar um 
negócio sem impactar negativamente o meio ambiente. Uma 
organização sustentável funciona no melhor interesse do ambiente local e 
global, o que significa que apoia a comunidade e a economia dependentes 
de um planeta saudável. Uma empresa com consciência ambiental 
considera mais do que apenas lucros mas também seu impacto na 
sociedade e no meio ambiente. Tal negócio é sustentável porque contribui 
para a saúde da estrutura dentro da qual opera, ajudando, assim, a 
construir um ambiente no qual o negócio possa prosperar.
As empresas sustentáveis consideram uma ampla gama de fatores 
ambientais, econômicos e sociais ao tomar decisões de negócios. Essas 
organizações monitoram o impacto de suas operações para garantir que 
os lucros de curto prazo não se transformem em passivos de longo prazo.
Existem diferentes vertentes/ferramentas aplicáveis ao mundo 
do negócio que podem corroborar para que o setor promova a 
sustentabilidade e a gestão ambiental de suas atividades e operações, 
sendo algum deles:
17
• Sistema de Gestão Ambiental (SGA): um SGA é um conjunto de 
processos e práticas que permitem que uma organização reduza 
seus impactos ambientais e aumente sua eficiência operacional. Ele 
concentra recursos no cumprimento dos compromissos 
identificados na política da organização, que podem incluir a 
redução ou eliminação dos impactos ambientais negativos de seus 
produtos, serviços e atividades e/ou aumentar seus efeitos positivos. 
Uma organização somente alcançará a certificação de seu SGA caso 
cumpra todos os requisitos dispostos na ABNT NBR ISO 14001/2015.
• Critérios Ambientais, Sociais e de Governança: derivam do conceito 
– em inglês, Environmental, social and governance (ESG) – e podem ser 
entendidos como uma série de modelos pautados nas operações de 
uma organização nas quais os investidores socialmente conscientes 
operam para selecionar investimentos potenciais. A integração 
de ESG na decisão de investimento de uma empresa ajudará os 
investidores a tomar decisões com base no desempenho geral, e não 
apenas no desempenho financeiro. Além disso, ESG é definido como 
a obrigação da empresa de melhorar o bem-estar social e riqueza 
equitativa e sustentável de longo prazo para as partes interessadas. 
Verifica-se que as empresas em conformidade com ESG têm melhor 
governança, cuidam mais do meio ambiente e do desenvolvimento 
sustentável, têm menos volatilidade de lucros e têm acesso a fundos 
de menor custo (CORREA; VASQUEZ-ARANGO, 2020).
• Relatórios de Sustentabilidade: representam um mecanismo 
potencial para gerar dados e medir o progresso e a contribuição 
das empresas para os objetivos globais de desenvolvimento 
sustentável, pois podem ajudar as empresas e organizações a medir 
seu desempenho em todas as dimensões do desenvolvimento 
sustentável, estabelecer metas e apoiar a transição para uma 
economia verde de baixo carbono, eficiente em termos de recursos 
e inclusiva. Os principais relatórios são: Global Reporting Initiative 
(GRI), Carbon Disclosure Project (CDP), International Integrated 
Reporting Council (IIRC), Sustainability Accounting Standards Board 
(SASB) e Sustainability Accounting Standards Board (SASB).
18
A sustentabilidade e a gestão ambiental são, portanto, um dos maiores 
desafios e metas mais importantes da atualidade. São áreas de 
atenção para pesquisadores, acadêmicos, governos e organizações 
não governamentais, envolvendo indivíduos, comunidades, países, 
continentes e o globo como um todo. Em outras palavras, podem 
ser consideradas como estratégias-chave contra o pano de fundo do 
crescimento da população humana e da exploração desenfreada do 
meio ambiente pelos humanos. 
Referências
BARROW, C. J. Environmental Management and Development. 2. ed. London: 
Routledge, 2006. 464p.
CURI, D. Gestão ambiental. Hoboken: Pearson Prentice Hall, 2012. 166p.
CORREA-GARCIA, J. A.; VASQUEZ-ARANGO, L. Environmental, Social, and Governance 
Performance: Impact on Financial Performance in the Latin American Context. 
Revista Facultad de Ciencias Económicas: Investigación y Reflexión, v. 28, n. 
2, p.67-84, 2020. Disponível em: https://revistas.unimilitar.edu.co/index.php/rfce/
article/view/4271. Acesso em: 2 ago. 2022.
GARCIA, J. A. C.; ARANGO, L. V. Desempenho ambiental, social e de governança 
(ASG): incidência no desempenho financeiro no contexto latino-americano. Rev. 
fac. cienc. econ., v. 28, n. 2, p. 67-84, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.18359/
rfce.4271. Acesso em: 9 maio 2022.
GOLDEMBERG, J.; LUCON, O. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São 
Paulo, SP: EDUSP, 2008.
HEINRICHS, H.; MARTENS, P.; WIEK, A. Sustainability science. Dordrecht: Springer, 
2016.
KAHN, M. Concepts, definitions, and key issues in sustainable development: the 
outlook for the future. Sustainable Development, v. 3, n. 2, p. 63-69, 1995.
https://revistas.unimilitar.edu.co/index.php/rfce/article/view/4271
https://revistas.unimilitar.edu.co/index.php/rfce/article/view/4271
https://doi.org/10.18359/rfce.4271
https://doi.org/10.18359/rfce.4271
19
Políticas públicas e acordos 
ambientais internacionais
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Yara Campos Miranda
Objetivos
• Entender as principais políticas públicas relacionadas 
ao meio ambiente.
• Compreender a importância da legislação ambiental 
no ordenamento dos recursos naturais.
• Assimilar os acordos ambientais internacionais e 
suas implicações nas políticas públicas.
20
1. Introdução
A governança ambiental é um conceito que orienta os mercados, a 
tecnologia e a sociedade para alcançar as metas de sustentabilidade. 
Considera aspectos sociais, econômicos e ambientaisna tomada de 
decisões de suas políticas.
Esta unidade procura oferecer uma visão ampla dos esforços promovidos 
pelo Brasil e entre as nações mundiais, por meio de ações, políticas, 
instrumentos e afins, com o objetivo único de promover o ambiente em 
suas diferentes faces. Neste contexto, é feita, num primeiro momento, 
uma abordagem sob o Brasil e, em seguida, são mostrados os principais 
momentos históricos relacionados à temática em ordem global.
2. Políticas ambientais no Brasil
Em sociedades democráticas, sistemas legais confiáveis são mais 
comuns do que em autocráticos e, consequentemente, governança e 
conformidade ambiental são esperadas nas democracias. Isso é 
fundamental, principalmente, em países megadiversos, onde os recursos 
naturais podem ser um capital abundante e importante para o bem-
estar humano, incluindo questões socioeconômicas.
Desde 1965, as leis ambientais federais brasileiras registraram 
avanços sucessivos associados ao aumento dos dispositivos legais 
e sistemas de monitoramento com base na participação popular e 
no aconselhamento especializado. Por mais de 50 anos, houve um 
grande e cumulativo interesse da sociedade brasileira em aprimorar a 
legislação ambiental federal, gerando um fortalecimento gradual dos 
mecanismos de preservação ambiental.
Em 1981, o governo brasileiro colocou em vigor a Política Nacional 
do Meio Ambiente (PNMA) por meio da Lei nº 6.938 (BRASIL, 1981). O 
principal objetivo dessa política é estabelecer normas que viabilizem o 
21
desenvolvimento sustentável, utilizando mecanismos e instrumentos 
capazes de garantindo maior proteção ao meio ambiente. A PNMA 
abrange diversas questões ambientais, incluindo definição de 
normas, licenciamento ambiental, avaliação de impacto ambiental, 
áreas especiais de preservação, incentivo à produção mais limpa e 
zoneamento ambiental. As diretrizes dessa política são desenvolvidas 
por meio de normas e planos para orientar os órgãos públicos da 
federação brasileira, de acordo com os dez princípios enunciados no art. 
2º da referida lei. Esses princípios estão descritos a seguir:
• Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como bem público a ser 
necessariamente garantido e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
• O uso racional do solo, subsolo, água e ar;
• Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
• Proteção de ecossistemas, preservação de áreas representativas;
• Controle e zoneamento de atividades poluidoras ou 
potencialmente poluidoras;
• Incentivos ao estudo e pesquisa de tecnologias para o uso racional 
e proteção dos recursos ambientais;
• Acompanhamento do estado de qualidade ambiental;
• Recuperação de áreas degradadas;
• Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
• Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo 
a educação comunitária, destinada a capacitá-los a participar 
ativamente da proteção ambiental. (BRASIL, 1981, [s. p.])
22
Outro aspecto importante são os doze instrumentos da Política Nacional 
do Meio Ambiente utilizados para promover a proteção do meio 
ambiente, os quais são apresentados no art. 9º da lei, dentre eles:
• Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
• Zoneamento ambiental;
• Avaliações de impacto ambiental;
• Licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente 
poluidoras;
• Incentivos à produção e instalação de equipamentos e à criação ou 
adoção de tecnologia destinada a melhorar a qualidade ambiental;
• A criação de áreas protegidas especiais pelos governos federal, 
estadual e municipal, como áreas de proteção ambiental de 
significativo interesse ecológico e reservas extrativistas;
• O sistema nacional de informação ambiental;
• O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa 
Ambiental;
• O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
e/ou que utilizam recursos ambientais. (BRASIL, 1981, [s. p.]) 
Vale ressaltar que tanto as diretrizes quanto os instrumentos da referida 
lei foram primordiais para a elaboração do Capítulo Específico do Meio 
Ambiente na Constituição Federal de 1988 – art. 225 –, consolidando a 
forma pela qual é estruturada a política ambiental brasileira.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
23
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988, [s. p.])
O meio ambiente ecologicamente equilibrado é a forma como a 
Constituição Federal se dirige ao que chama de “direito ao meio 
ambiente”. O direito dos cidadãos não é a garantia de um simples “meio 
ambiente”, mas de um meio ambiente preservado, equilibrado, útil para 
a humanidade e protegido de impactos negativos sobre ele.
Para isso, a partir da Lei nº 6.938/1981 foi criado o Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (SISNAMA), que reúne órgãos e instituições ambientais 
da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, e tem como 
objetivo primordial colocar em prática os princípios e as normas que são 
impostas pela Constituição (BRASIL, 1981). 
O Conselho Nacional de Governo é o órgão máximo de assessoramento 
da Presidência da República para a formulação das diretrizes e políticas 
ambientais nacionais. Abaixo dele existe o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), órgão que assessora o governo nacional e delibera 
sobre normas e padrões adequados à proteção do meio ambiente, que 
devem ser seguidos pelos governos estaduais e municipais. 
Em seguida, destaca-se o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que 
planeja, coordena, fiscaliza e controla a política ambiental nacional 
e as diretrizes estabelecidas para o meio ambiente, exercendo a 
função de articulação dos diversos órgãos e entidades que compõem 
o SISNAMA. Vinculado ao MMA está o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto 
Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBIO), que possuem como 
atribuições a formulação, coordenação, supervisão e administração 
relacionadas à preservação e conservação dos recursos naturais. 
E, finalmente, na base da estrutura do SISNAMA, estão os órgãos 
municipais e estaduais responsáveis pela fiscalização das atividades 
degradantes do meio ambiente e pela implementação de programas, 
projetos e atividades de monitoramento nocivos ao meio ambiente. A 
Figura 1 sintetiza a estrutura hierárquica do SISNAMA.
24
Figura 1 – Estrutura hierárquica do SISNAMA
Fonte: elaborada pelo autor.
Apesar da estrutura legal, a governança ambiental no Brasil tende a ser 
realizada com uma abordagem de cima para baixo, em que o governo 
estabelece uma legislação que os mercados devem cumprir. Essa forma de 
comando e controle já gerou inúmeras tensões entre governos, empresas 
e comunidades locais.  Um exemplo disso é o estabelecimento de áreas 
marinhas e costeiras protegidas no Brasil. Muitas vezes, são impostas 
restrições à pesca artesanal sem qualquer envolvimento das comunidades 
locais na tomada de decisões (o impacto negativo na subsistência dessas 
comunidades locais resultou em vários conflitos). A resiliência ecológica 
da pesca costeira também é afetada pela abordagem de criação de 
reservas. Acredita-se que a falta de envolvimento local, participação pública 
e cogestão limita a resiliência ecológica e reduz a eficácia das reservas 
costeiras na proteção do número de animais selvagens.
25
O Brasil possui uma vasta oferta de água doce com algumas das maiores 
bacias hidrográficas do mundo (ex.: Rio Amazonas, Rio Paraná e Rio São 
Francisco). Proteger esse recurso natural não é apenas de importância 
ecológica mas também social e econômica, pois muitas cidades e áreas 
populosas do Brasil dependem dele como fonte de água potável. Uma 
opção de governança hídrica no Brasil para gerir esta questão é a Política 
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) (Lei nº 9.433/1997), criada apósmais de uma década de discussão no Congresso. A PNRH visa promover 
a água como um recurso com valor econômico e criar estruturas de 
governança integrada de todos os usos da água ao nível da bacia 
hidrográfica – conselhos de bacia hidrográfica (CBHs), que trabalham 
em conjunto com a gestão mais tradicional, como municipal e órgãos 
estaduais de água e meio ambiente. No entanto, tem sido argumentado 
que esta política se concentrou excessivamente em estratégias de cima 
para baixo, como a introdução de preços de água e taxas ambientais, 
em vez de abordar a mobilização pública, a restauração fluvial e a justiça 
ambiental (GOLDEMBERG; LUCON, 2008). Assim, apesar do aparato 
legal, é importante considerar as especificidades locais.
3. Acordos ambientais internacionais
Acordos internacionais são entendimentos ou compromissos formais 
entre dois ou mais países – de forma voluntária e não obrigatória. Um 
acordo entre dois países é chamado de “bilateral”, enquanto um acordo 
entre vários países é “multilateral”. Os países vinculados por um acordo 
internacional são, geralmente, chamados de “Estados Partes”. Acordos 
relacionados ao clima buscam implementar ações, procedimentos ou 
instalações de precaução adotadas para prevenir ou reduzir os danos 
causados pela poluição às condições ou aos padrões climáticos naturais, 
incluindo a temperatura predominante, a composição atmosférica e a 
precipitação. Neste sentido, os principais acordos estão listados a seguir:
26
• Protocolo de Genebra de 1984 sobre Financiamento de Longo 
Prazo do Programa Cooperativo de Monitoramento e Avaliação da 
Transmissão de Poluentes do Ar de Longo Alcance na Europa (EMEP).
• Protocolo de Helsinque de 1985 sobre a Redução das Emissões de 
Enxofre.
• Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (1985).
• Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada 
de Ozônio (1987).
• Protocolo de Sofia de 1988 relativo ao controle de emissões de 
óxidos de nitrogênio.
• Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática 
(1992).
• Protocolo de Genebra de 1991 relativo ao controle de emissões de 
compostos orgânicos voláteis.
• Protocolo de Oslo de 1994 sobre Redução Adicional das Emissões 
de Enxofre.
• Protocolo de Quioto (1997).
• Protocolo de Aarhus de 1998 sobre Metais Pesados.
• Protocolo de Aarhus de 1998 sobre Poluentes Orgânicos 
Persistentes (POPs).
• Protocolo de Gotemburgo de 1999 para reduzir a acidificação, 
eutrofização e ozônio troposférico.
• Acordo de Paris (2016).
Dentre estes acordos, destaca-se o Acordo de Paris, nos 
termos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre 
27
Mudança do Clima, também denominado Acordo Climático de 
Paris, ou COP21, tratado internacional nomeado para a cidade de Paris, 
na França, em dezembro de 2015, que visava reduzir a emissão 
de gases que contribuem para o aquecimento global. O Acordo de 
Paris visou melhorar e substituir o Protocolo de Kyoto, um tratado 
internacional anterior destinado a conter a liberação de gases de efeito 
estufa. Entrou em vigor em 4 de novembro de 2016 e foi assinado por 
195 países e ratificado por 190 em janeiro de 2021, conforme ilustrado 
pela Figura 2, que mostra, no mapa-múndi, quais países aderiram, 
ratificaram e foram apenas signatários.
Figura 2 – Acordo de Paris
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Paris_(2015)#/media/
Ficheiro:ParisAgreement.svg. Acesso em: 1 ago. 2022.
O objetivo era que um acordo vinculativo e universal projetado para 
limitar as emissões de gases de efeito estufa a níveis que impediriam que 
as temperaturas globais aumentassem mais de 2 °C acima da referência de 
temperatura estabelecida antes do início da Revolução Industrial.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Paris_(2015)#/media/Ficheiro:ParisAgreement.svg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Paris_(2015)#/media/Ficheiro:ParisAgreement.svg
28
A reunião fez parte de um processo que remonta à Cúpula da Terra 
de 1992, no Rio de Janeiro, quando os países aderiram inicialmente 
ao tratado internacional denominado Convenção-Quadro das Nações 
Unidas sobre Mudança do Clima. Vendo a necessidade de fortalecer 
as reduções de emissões, em 1997, os países adotaram o Protocolo de 
Kyoto. No entanto, o acordo foi amplamente considerado ineficaz, 
porque os dois principais países emissores de dióxido de carbono do 
mundo, China e Estados Unidos, optaram por não participar. A China, um 
país em desenvolvimento, não estava vinculada ao Protocolo de Kyoto, e 
muitos funcionários do governo dos EUA usaram esse fato para justificar a 
não participação do país.
Em se tratando de ações voltadas à natureza e à proteção dos recursos 
vivos e terrestres, pode-se elencar, como principais instrumentos, acordos 
ou afins:
• Convenção da Organização dos Estados Americanos sobre Proteção 
da Natureza e Preservação da Vida Selvagem no Hemisfério Ocidental 
(1942).
• Tratado da Antártida (1959).
• Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas de Importância 
Internacional Especialmente como Habitat de Aves Aquáticas (1971).
• Convenção da UNESCO sobre a Proteção do Patrimônio Mundial 
Cultural e Natural (1972).
• Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas 
de Flora e Fauna Selvagens (CITES) (1975).
• Tratado de Cooperação Amazônica (1978).
• Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias e Animais 
Silvestres (1979).
29
• Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) (1992).
• Convenção das Nações Unidas para Combater a desertificação 
(UNCCD) (1992).
• Acordo Internacional de Madeira Tropical (ITTA) (1994).
• Compromisso Internacional sobre Recursos Genéticos de Plantas 
da Organização para a Alimentação e Agricultura (2008).
No Brasil, destaca-se o Tratado de Cooperação Amazônica, assinado 
em 3 de julho de 1978, o qual deu origem à Organização do Tratado 
de Cooperação Amazônica (OTCA), que tem como objetivo promover o 
desenvolvimento harmônico dos territórios amazônicos de tal forma que 
a atuação conjunta dos países amazônicos produza resultados equitativos 
e mutuamente benéficos em alcançar o desenvolvimento sustentável da 
Região Amazônica.
Constituída pelos oito países amazônicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, 
Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), a OTCA tornou-se o único bloco 
ambiental na América Latina, atuando em diferentes dimensões no âmbito 
da implementação de ações: político-diplomática, estratégica e técnica, 
construindo sinergias entre governos, organismos multilaterais, agências de 
cooperação, organizações civis sociedade, movimentos sociais, comunidade 
científica, setores produtivos e sociedade como um todo (TILIO NETO, 2010).
4. Políticas ambientais internacionais
As políticas ambientais são importantes em tempos de globalização 
crescente, pois muitos problemas ambientais se estendem além das 
fronteiras nacionais e só podem ser resolvidos através da cooperação 
internacional. Assim sendo, abrange uma série de questões: proteção do 
clima, política de energia sustentável, preservação da diversidade biológica 
e conservação de florestas, mares e solos. Outros tópicos relacionados 
30
são desertificação, gestão sustentável de resíduos e proteção contra 
substâncias perigosas. Quase todas essas questões precisam de estratégias 
abrangentes para garantir que a proteção ambiental seja considerada 
também em outras áreas de política, como a cooperação com países em 
desenvolvimento (HEINRICHS; MARTENS; WIEK, 2016).
Neste sentido, as Nações Unidas fundaram seu Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 1972. Desde então, o número 
de acordos ambientais sob a égide das Nações Unidas tem aumentado 
constantemente. O primeiro foi o Protocolo de Montreal sobre Substâncias 
que Destroem a Camada de Ozônio. A Cúpula da Terra de 1992, no Rio 
de Janeiro, focou as relações internacionais nos problemas ambientais 
globais. Inúmeras convenções se seguiram, como a Convenção de 
Brasileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de ResíduosPerigosos (1989), a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (1992), a 
Convenção sobre Diversidade Biológica (1992), o Protocolo de Kyoto (1997), 
a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas e a 
Convenção de Estocolmo sobre Persistência Poluentes Orgânicos (2001).
Tratando-se da política ambiental dos países mais influentes do mundo 
(G8), formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, 
Reino Unido e Rússia, destaca-se que a agenda do G8 inclui há muito tempo 
o meio ambiente. O objetivo é enviar um sinal de alto nível sobre questões 
ambientais atuais, como proteção do clima, biodiversidade, proteção 
das florestas, combate ao crime ambiental e proteção dos oceanos do 
mundo. Em 2007, sob a presidência alemã do G8, foram lançadas as bases 
para uma meta de proteção climática global de longo prazo, com o objetivo 
de reduzir pelo menos pela metade as emissões globais de gases de efeito 
estufa até 2050. No período que antecedeu a conferência sobre o clima 
em Copenhague, em 2009, o G8 reconheceu a necessidade de limitar o 
aquecimento global a 2 °C.
Como resposta à crise económica e financeira global, o G20 – grupo 
formado pelos países do G8 e Argentina, Austrália, Arábia Saudita, África do 
Sul, Brasil, México, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Turquia e União 
Europeia – ganhou importância como protagonista da nova “governança 
global”. A transição do formato G8 para o formato G20 foi assim iniciada. Na 
31
opinião da Alemanha, seria útil que o G20 tratasse intensamente de 
questões fora da agenda da política financeira – como a política ambiental e 
de desenvolvimento. No entanto, o G20 deve primeiro determinar o papel 
que deve desempenhar.
A maioria dos problemas ambientais tem uma natureza transfronteiriça 
e, muitas vezes, um âmbito global e só podem ser resolvidos de 
forma eficaz através da cooperação internacional. Por esta razão, 
estabelecer mecanismos por meio de acordos, tratados e afins auxilia no 
estabelecimento e na promoção de medidas a nível internacional, para 
fazer face aos problemas ambientais regionais ou mundiais e, em particular, 
o combate às alterações climáticas. 
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 31 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 31 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de 
Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, 
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei 
nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro 
de 1989. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm. Acesso em: 31 jul. 2022.
CURI, D. Gestão ambiental. Hoboken: Pearson Prentice Hall, 2012. 166p.
GOLDEMBERG, J.; LUCON, O. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. São 
Paulo, SP: EDUSP, 2008.
HEINRICHS, H.; MARTENS, P.; WIEK, A. Sustainability science. Dordrecht: Springer, 
2016.
TILIO NETO, P. D. A Amazônia brasileira. In: TILIO NETO, P. D. Soberania e 
ingerência na Amazônia brasileira. Rio de Janeiro, RJ: Centro Edelstein de 
Pesquisa Social, 2010. p. 46-67. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
32
Mudanças climáticas e energia 
limpa
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Yara Campos Miranda
Objetivos
• Compreender os conceitos relacionados às 
mudanças climáticas.
• Identificar as variáveis que confirmam as alterações 
climáticas no planeta.
• Avaliar as alternativas energéticas de baixo impacto 
ambiental.
33
1. Introdução
Esta unidade contempla questões reais associadas às mudanças 
climáticas e ao aquecimento global, refletindo sobre como isso afeta o 
planeta e toda humanidade. De uma perspectiva física, abrange tópicos, 
como pressões populacionais, saúde, questões alimentares, aumento do 
nível do mar e degradação do litoral. Em seguida, apresenta-se impactos 
sociais, como questões humanitárias, ética, adaptação, dinâmica urbana, 
ação local e questões socioeconômicas. Por fim, discute-se alternativas 
para o enfrentamento deste desafio, evidenciando o uso energético 
de fontes com impacto ambiental menos atenuante. Ao oferecer esta 
revisão holística dos mais recentes impactos das mudanças climáticas, 
busca-se auxiliar a entender melhor o que precisa ser feito para avançar 
em direção às energias renováveis.
2. Conceito de mudanças climáticas e 
aquecimento global
“Mudanças climáticas” e “aquecimento global” são frequentemente 
usados de forma intercambiável, mas têm significados distintos. Da 
mesma forma, os termos “tempo” e “clima”, às vezes, são confundidos, 
embora se refiram a eventos com escalas espaciais e temporais 
amplamente diferentes.
O “tempo” refere-se às condições atmosféricas que ocorrem localmente 
em curtos períodos de tempo – de minutos a horas ou dias. Exemplos 
familiares incluem chuva, neve, nuvens, ventos, inundações ou 
tempestades. O clima, por outro lado, refere-se à média regional ou 
mesmo global de longo prazo dos padrões de temperatura, umidade 
e precipitação ao longo de estações, anos ou décadas (HEINRICHS; 
MARTENS, 2016).
34
O termo aquecimento global é o aquecimento a longo prazo do sistema 
climático da Terra observado desde o período pré-industrial (entre 1850 
e 1900) devido às atividades humanas, principalmente a queima de 
combustíveis fósseis, o que aumenta os níveis de gases de efeito estufa 
na atmosfera da Terra. 
Já mudança climática refere-se a uma mudança de longo prazo nos 
padrões climáticos médios que passaram a definir os climas locais, 
regionais e globais da Terra. Essas alterações têm uma ampla gama 
de efeitos observados, que são sinônimos do termo (HEINRICHS; 
MARTENS, 2016).
Nos 11.000 anos anteriores à Revolução Industrial, a temperatura 
média em todo o mundo manteve-se estável em torno de 14 °C. A 
Revolução Industrial começou em meados de 1800, quando os humanos 
começaram a queimar combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e 
gás (IPCC, 2019). A Figura 1 apresenta um gráfico para a variação da 
temperatura média global desde 1960 e traz uma previsão para até o 
ano de 2100.
Figura 1 – Variação da temperatura média global (°C)
Fonte: IPCC (2019, [s. p.]).
35
Desde então, o uso exacerbado de combustíveis fósseis e seus derivados 
tem corroborado para o aumento da temperatura na Terra. Embora o 
aquecimento não tenha sido uniforme em todo o planeta, a tendência 
de elevação da temperatura média global mostra que mais áreas estão 
aquecendo do que esfriando. Dados do Painel Intergovernamental sobre 
Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change 
– IPCC) mostram que a temperatura combinada entre o continente e o 
oceano aumentou a uma taxa média 0,08 °C por década até 1880. A partir 
disso, houve um aumento para cerca de 0,18 °C/ano (IPCC, 2019).
As temperaturas globais subiram cerca de 1,1 °C de 1901 a 2020. 
Todavia, as mudanças climáticas referem-se a mais do que um aumento 
na temperatura, pois também incluem a elevação do nível do mar, 
mudanças nos padrões climáticos, como secas e inundações, e muito 
mais, tal como variáveis das quais dependemos e valorizamos – água, 
energia, transporte,vida selvagem, agricultura, ecossistemas e saúde 
humana – estão sofrendo os efeitos de um clima em mudança.
2.1 Consequências das alterações climáticas
Os impactos das mudanças climáticas em diferentes setores da 
sociedade estão inter-relacionados. A seca pode prejudicar a produção 
de alimentos e a saúde humana. As inundações possuem o potencial 
de elevar a propagação de doenças e danos aos ecossistemas e 
à infraestrutura. Problemas de saúde humana podem aumentar 
a mortalidade, afetar a disponibilidade de alimentos e limitar a 
produtividade do trabalhador. Os impactos das mudanças climáticas são 
vistos em todos os aspectos do mundo em que vivemos. No entanto, 
são desiguais em todo o país e no mundo – mesmo dentro de uma 
única comunidade, os impactos das mudanças climáticas podem diferir 
entre bairros ou indivíduos. Desigualdades socioeconômicas de longa 
data podem tornar os grupos carentes, que geralmente têm a maior 
exposição a riscos e menos recursos para responder, mais vulneráveis.
36
A seguir, consequências dos impactos ambientais serão discutidos e 
apresentados.
Recursos hídricos: efeitos adicionais das mudanças climáticas globais 
têm implicações importantes para os recursos hídricos, incluindo 
aumento das taxas de evaporação; maior proporção de precipitação 
recebida, tal como chuva; estações secas mais severas e longas; 
aumento da temperatura da água; diminuição da qualidade da água 
tanto no interior quanto no litoral. A Figura 2 apresenta um resumo dos 
impactos ambientais sobre os recursos hídricos.
Figura 2 – Impactos das mudanças climáticas dos recursos hídricos
Fonte: elaborada pelo autor.
Um efeito final e importante dos impactos sobre os recursos hídricos 
discutidos acima é o potencial para conflitos de alocação de água 
interestaduais e internacionais mais frequentes e intensos. Os mercados 
de água têm o potencial de prevenir ou difundir tais conflitos, no entanto 
a atribuição de direitos sobre a água para estabelecer o mercado pode 
criar mais conflitos do que difundir (HEINRICHS; MARTENS, 2016)
Alimento: é muito provável que as mudanças climáticas afetem a 
segurança alimentar em nível global, regional e local. As mudanças 
climáticas podem interromper a disponibilidade de alimentos, reduzir o 
acesso aos alimentos e afetar a qualidade deles. Por exemplo, aumentos 
projetados nas temperaturas, mudanças nos padrões de precipitação, 
alterações em eventos climáticos extremos e reduções na disponibilidade 
de água podem resultar na redução da produtividade agrícola. Elevações 
37
na frequência e gravidade de eventos climáticos extremos também 
podem interromper a entrega de alimentos, e os picos resultantes nos 
preços dos alimentos após eventos extremos devem ser mais frequentes 
no futuro. O acréscimo das temperaturas pode contribuir para a 
deterioração e contaminação (ALPINO et al., 2022).
Saúde pública: as mudanças climáticas, junto a outros estressores 
de saúde naturais e causados pelo homem, influenciam a saúde e 
as doenças humanas de várias maneiras. Algumas ameaças à saúde 
existentes se intensificarão e novas ameaças à saúde surgirão. Nem 
todos estão igualmente em risco, uma vez que é importante considerar 
idade, recursos econômicos e localização geográfica.
A saúde pública pode ser afetada por perturbações nos sistemas físicos, 
biológicos e ecológicos, incluindo distúrbios originados aqui e em outros 
lugares. Os efeitos para a saúde dessas interrupções incluem aumento 
de doenças respiratórias e cardiovasculares, lesões e mortes prematuras 
relacionadas a eventos climáticos extremos, mudanças na prevalência e 
distribuição geográfica de doenças transmitidas por alimentos e água e 
outras doenças infecciosas e ameaças à saúde mental (ABREU et al., 2020).
Economia: os impactos econômicos totais das mudanças climáticas 
são difíceis de estimar, mas aumentam para mudanças de temperatura 
elevadas. Por exemplo, estima-se que os danos totais sejam 90% 
menores se o aquecimento global for limitado a 1,5 °C em comparação 
com 3,66 °C, um nível de aquecimento escolhido para representar 
nenhuma mitigação (IPCC, 2019).  Um estudo encontrou uma redução 
de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) global até o final do século se o 
aquecimento for limitado a 3 °C, excluindo o efeito potencial de pontos 
de inflexão (HOEGH-GULDBERG et al., 2018). No cenário de alta emissão 
da Oxford Economics, um aumento de temperatura de 2 graus até o ano 
de 2050 reduziria o PIB global em 2,5% – 7,5% (HOEGH-GULDBERG et al., 
2018). Até o ano 2100, neste caso, a temperatura aumentaria 4 graus, o 
que poderia reduzir o PIB global em 30% no pior dos casos.
38
2.2 Mitigação e adaptação
As mudanças climáticas são uma das questões mais complexas que 
enfrentamos hoje. Envolve muitas dimensões – ciência, economia, 
sociedade, política e questões morais e éticas – e é um problema global, 
sentido em escalas locais, que perdurará por décadas e séculos. O dióxido 
de carbono (CO2), o gás de efeito estufa responsável pelo aquecimento 
global recente, permanece na atmosfera por centenas de anos, e o 
planeta (especialmente os oceanos) demora um pouco para responder ao 
aquecimento. Portanto, mesmo que parássemos de emitir todos os gases 
de efeito estufa hoje, o aquecimento global e as mudanças climáticas 
continuarão a afetar as gerações futuras. Desta forma, a humanidade está 
“comprometida” com algum nível de mudança climática.
Como já estamos comprometidos com algum nível de mudança 
climática, responder às mudanças climáticas envolve uma abordagem 
em duas frentes:
1. Reduzir as emissões e estabilizar os níveis de gases de efeito 
estufa retentores de calor na atmosfera (“mitigação”).
2. Adaptação às mudanças climáticas já em 
andamento (“adaptação”).
A mitigação – redução das mudanças climáticas – envolve a redução 
do fluxo de gases de efeito estufa na atmosfera, seja diminuindo 
as fontes desses gases (por exemplo, a queima de combustíveis fósseis 
por fontes de energia limpa – baixa emissão de CO2) ou aumentando 
os “sumidouros” que acumulam e armazenam esses gases (como 
oceanos, florestas e solo). O objetivo da mitigação é evitar interferência 
humana significativa no sistema climático e estabilizar os níveis de 
gases de efeito estufa em um prazo suficiente para permitir que os 
ecossistemas consigam se adaptar de forma natural às alterações no 
clima, impedindo, assim, qualquer ameaça sob as condições ambientais, 
econômicas e sociais (AKABANE; POZO, 2020).
39
Adaptação – adaptar-se à vida em um clima em mudança – envolve 
o ajuste ao clima futuro real ou esperado. O objetivo é reduzir nossa 
vulnerabilidade aos efeitos nocivos das mudanças climáticas (como 
invasão do nível do mar, eventos climáticos extremos mais intensos 
ou insegurança alimentar). Abrange também aproveitar ao máximo 
todas as oportunidades benéficas potenciais associadas às mudanças 
climáticas (por exemplo, estações de cultivo mais longas ou maiores 
rendimentos em algumas regiões).
3. Energia limpa
Na progressão da lenha para o carvão e, depois, para o gás na história 
humana, novas alternativas de energia evoluíram continuamente 
como substitutas de tipos de energia mais antigos com base em suas 
vantagens inerentes. A nova revolução energética, pautada em fontes 
de baixa emissão de CO2, representa uma escolha feita de acordo com 
a tendência de desenvolvimento energético para a sustentabilidade da 
sociedade humana, em meio a esforços contínuos para lidar com os 
problemas de fornecimento de energia, mudanças climáticas e poluição 
ambiental (HEINRICHS; MARTENS, 2016). 
As crescentes preocupações relacionadas aos impactos ambientais 
da produção e ao uso de energia, bem como a natureza limitada 
dos combustíveis tradicionais, tornaram cada vez mais óbvio que 
“mais do mesmo” não é uma solução satisfatória para enfrentar 
os desafios críticos relacionados ao nosso crescente consumo de 
energia. Muitas das reservas de combustível tradicionais globais estão 
sendo totalmenteusadas, e a exaustão da fonte está aumentando o 
custo dos suprimentos restantes. Estudos argumentam que a indústria 
global de petróleo atingirá o máximo no futuro próximo, enquanto 
outros se opõem a essa noção e afirmam que os avanços tecnológicos 
continuarão disponibilizando novas reservas (NOROUZI; FANI; ZIARANI, 
40
2020). Podemos aumentar nosso suprimento de energia com recursos e 
tecnologias alternativas com impactos ambientais negativos reduzidos. 
Os sistemas de energia limpa podem resolver esses desafios de 
energia de maneira sustentável, confiável e acessível. A energia limpa 
oferece soluções potenciais de sustentabilidade para enfrentar os 
desafios críticos mencionados até agora. Os sistemas de energia limpa 
melhoram (1) a eficiência do sistema, (2) a utilização de recursos, (3) a 
acessibilidade, (4) a proteção ambiental, (5) a segurança energética e (6) 
o projeto do sistema e análise de desempenho.
Os sistemas de energia limpa fornecem soluções potenciais por 
meio de uma abordagem Fonte-Sistema-Serviço, que exige que 
tarefas específicas sejam realizadas para construir uma infraestrutura 
totalmente e verdadeiramente limpa, conforme mostrado na Figura 
3 (DINCER; ACAR, 2018). Em primeiro lugar, é essencial escolher 
uma fonte de energia limpa. Certamente, existem alguns princípios 
a serem considerados, por exemplo, abundância, obtenção local, 
acessibilidade, confiabilidade, segurança, impactos ambientais etc. A 
maioria das alternativas promissoras parece ser renovável. A seguir, 
é essencial examinar as perdas e eficiências do sistema, além de 
selecionar uma fonte de energia limpa. Geralmente, um sistema pode 
ser investigado através dos seguintes passos essenciais:
• Atualização do processo para esgotamento mínimo e quantidade 
máxima de saídas úteis.
• Aumento da eficiência, encontrando e ajustando as fontes de 
perdas.
• Integração do sistema para operação extra confiável com saídas 
aprimoradas e aprimoradas.
• Multigeração para aumentar o número de produtos úteis 
utilizando a mesma entrada de energia.
41
Figura 3 – Relação Fonte-Sistema-Serviço para a sustentabilidade 
energética
Fonte: elaborada pelo autor.
Finalmente, a última etapa, de serviço, envolve a fase de aplicação 
e, da mesma forma, é necessário reduzir perdas, irreversibilidades 
e desperdícios, para aproveitar ao máximo os bens e serviços 
desejados. Quando há escassez de recursos, precisa-se obter mais de 
uma quantidade limitada de insumos. Nas últimas décadas, a maioria 
dos países melhorou significativamente a eficiência do sistema. São 
inúmeras as áreas em que podemos manter e acelerar estas tendências 
através de um consumo ainda mais eficiente de todos os recursos 
energéticos e materiais.
A necessidade de sistemas mais limpos, confiáveis, acessíveis e 
eficientes está aumentando significativamente para produção, entrega e 
uso de energia. Os sistemas de energia limpa são uma grande promessa 
para atender a essa necessidade e às preocupações relacionadas à 
demanda de energia, uma vez que atendem às necessidades atuais 
sem comprometer o suprimento de energia das gerações futuras. O 
bem-estar social e financeiro, sem prejudicar o meio ambiente, pode 
ser alcançado mudando para sistemas de energia limpa. No entanto, 
há pontos específicos que devem ser identificados e analisados 
cuidadosamente antes de mudar para sistemas de energia limpa. Assim, 
no Quadro 1, é apresentada uma análise SWOT (forças, fraquezas, 
oportunidades e ameaças) dos sistemas de energia limpa.
42
Quadro 1 – Análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e 
ameaças) de sistemas de energia limpa
Força (S) Fraqueza (W)
• Promessas financeiras.
• Utilização da fonte local.
• Mercado adaptável.
• Oportunidades de expansão.
• Tecnologias mais inteligentes.
• Soluções inovadoras.
• Incentivos do governo.
• Conscientização da comunidade.
• Oposição à mudança.
• Alto investimento inicial, instalação, 
custos de operação e manutenção.
• Longo tempo de retorno.
• Mudanças de infraestrutura.
• Falta de consenso e políticas 
institucionais e governamentais.
Oportunidade (O) Ameaça (T)
• Geração de emprego.
• Eficiência geral.
• Redução na emissão de CO2.
• Melhoria da qualidade do ar/água/solo.
• Mitigação das alterações climáticas.
• Promoção da sustentabilidade.
• Vitalidade.
• Crise financeira global.
• Escalabilidade e tempo.
• Comercialização.
• Substituibilidade.
• Complexidade.
• Requisitos regulamentares.
• Regulamentos e políticas 
governamentais.
• Baixo preço de fontes e sistemas de 
energia convencionais.
Fonte: adaptado de Dincer e Acar (2018) e Akabane e Pozo (2020).
43
Há um crescimento substancial na necessidade de sistemas de energia 
mais limpos, confiáveis, acessíveis e eficientes. Esses sistemas devem 
considerar todas as etapas da cadeia energética – desde a produção até o 
uso final. Os sistemas de energia limpa podem atender às demandas de 
energia das gerações atuais e futuras sem comprometer o suprimento das 
próximas gerações para suas demandas. A segurança social e financeira 
pode ser alcançada por intermédio de sistemas de energia limpa.
Referências
ABREU, A. M. et al. A interface entre saúde, mudanças climáticas e uso do solo no 
Brasil: uma análise da evolução da produção científica internacional entre 1990 e 
2019. Saúde e Sociedade, v. 29, n. 2, 2020.
AKABANE, G. K.; POZO, H. Inovação, tecnologia e sustentabilidade: histórico, 
conceitos e aplicações. São Paulo, SP: Érica, 2020.
ALPINO, T. M. A. et al. Os impactos das mudanças climáticas na Segurança Alimentar 
e Nutricional: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, n. 1, p. 
273-286, 2022.
DINCER, I.; ACAR, C. Potential energy solutions for better sustainability. In: DINCER, 
I.; ACAR, C. Exergetic, energetic and environmental dimensions. Cambridge: 
Academic Press, 2018. p. 3-37.
HEINRICHS, H.; MARTENS, P.; WIEK, A. Sustainability science. Dordrecht: Springer, 
2016.
HOEGH-GULDBERG, O. et al. Chapter 3: Impacts of 1.5 ºC Global Warming on 
Natural and Human Systems. [S. l.]: [s. n.], 2018.
NOROUZI, N.; FANI, M.; ZIARANI, Z. K. The fall of oil Age: a scenario planning 
approach over the last peak oil of human history by 2040. Journal of Petroleum 
Science and Engineering, p. 188, 2020.
PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Aquecimento 
Global de 1,5°C. Relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças 
Climáticas (IPCC) sobre os impactos do aquecimento global de 1,5 °C. [S. l.]: IPCC, 
2019. 
44
Inovações tecnológicas 
ambientais na prática
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Yara Campos Miranda
Objetivos
• Identificar os desafios e as oportunidades 
apresentados aos empreendedores pela agenda 
verde.
• Compreender as soluções comercialmente 
sustentáveis para a conservação de energia e 
recursos.
• Analisar as tecnologias ambientalmente viáveis 
como soluções ao mercado.
45
1. Introdução ao conceito de inovação 
sustentável
A inovação sustentável tem raízes no desenvolvimento sustentável e é 
baseada em princípios de sustentabilidade ética, social, econômica e 
ambiental. Princípios semelhantes podem ser vistos na ecoinovação, 
na engenharia e na ascensão da mentalidade de valor compartilhado. 
Porém, o conceito mais amplo de inovação sustentável precisa ser 
minuciosamente elaborado (AKABANE; POZO, 2020).
Nos negócios, a inovação tem sido motivada pela necessidade de criar 
competitividade superior no mercado. Tradicionalmente, isso tem sido 
realizado por meio de duas estratégias básicas: cortar custos ou criar 
produtos superiores aos dos concorrentes. A inovação sustentável, no 
entanto, oferece uma terceira estratégia competitiva: criar produtos 
ou processos com características desejáveis pelo mercado, como 
durabilidade, localidade ou eficiência de materiais e energia. As 
inovações que contribuem para a redução dos encargos ambientais 
ou para outras metas ecológicas especificadas são frequentementechamadas de ecoinovações (HEINRICHS; MARTENS, 2016).
Como os consumidores exigem produtos e serviços sustentáveis e 
podem estar dispostos a pagar mais por eles, o mercado de inovação 
sustentável está crescendo. A inovação sustentável ajuda clientes 
e cidadãos a gerenciarem seus estilos de vida, permitindo que eles 
vivam vidas mais felizes de maneiras que apoiem o desenvolvimento 
sustentável. A inovação sustentável fornece a base para negócios 
futuros; não reflete simplesmente a responsabilidade ética. As tarefas 
para as quais a inovação sustentável está têm importância global.
Em resumo, a inovação sustentável tem três características definidoras: 
i) contribui para o bem-estar sustentável; ii) é sistêmica; iii) é inclusiva. 
Cada característica é descrita em maiores detalhes a seguir:
46
I. Contribui para o bem-estar sustentável: as inovações 
sustentáveis são avaliadas de acordo com seu impacto no bem-
estar sustentável. Os três elementos básicos do bem-estar 
sustentável são qualidade de vida (incluindo felicidade), economia 
sustentável e relação equilibrada com a natureza (desenvolvimento 
sustentável). Esses são aspectos modernos da boa vida aristotélica 
(HEINRICHS; MARTENS, 2016). Na prática, a abordagem do bem-
estar sustentável pode se concretizar, por exemplo, no projeto 
de ambientes físicos de vida, que moldam a complexidade, a 
sociabilidade e a pegada ecológica da vida cotidiana. Outro exemplo 
é o planejamento de casas individuais e escolhas de deslocamento, 
para as quais os incentivos de políticas inovadoras podem 
desempenhar um papel particularmente nas escolhas sustentáveis 
das famílias; no desenvolvimento de negócios na fase de transição 
para um modelo socioeconômico mais sustentável e, ainda, nas 
soluções de habitação verde (AKABANE; POZO, 2020).
II. Sistêmico: o impacto de uma inovação é difícil de prever, embora 
possam ser criadas condições favoráveis para estimular seu 
surgimento. Os líderes nos níveis nacional, regional e organizacional 
são frequentemente desafiados por essa realidade, porque 
estabelecer tais condições, normalmente, requer mudanças amplas 
e de longos prazos. Da mesma forma, resolver problemas perversos 
de forma sustentável requer uma visão sistêmica.
III. Inclusivo: a inovação inclusiva apoia a sabedoria coletiva e o 
crowdsourcing (modelo de produção/processo) de problemas. 
Esse tipo de desenvolvimento e outras formas de colaboração em 
massa têm um impacto profundo nas economias, nas empresas 
e nos governos. Em um sentido mais profundo, a inovação 
sustentável é inclusiva, promovendo novas formas de democracia, 
em que os cidadãos têm o direito e a oportunidade de serem 
criativos e contribuir para melhorias nos serviços, nos produtos e 
na estrutura de organizações públicas, como municípios, escolas e 
hospitais (MAY, 2018).
47
Na política de inovação, é preciso passar do nível nacional para lugares 
onde as pessoas trabalham juntas, ou seja, aos ecossistemas locais, 
onde a política de inovação sustentável está localizada e as pessoas e 
suas redes servem como fontes primárias de atividades de inovação. 
Compreender as pessoas e o fluxo de ideias como base das atividades 
de inovação desafia a política tradicional de inovação e requer uma 
abordagem sistêmica e profunda cooperação e interação institucional.
2. Exemplos práticos de inovação tecnológica 
ambiental
A inovação sustentável envolve o uso comum de ideias, conceitos, práticas 
e produtos que contribuem para o meio ambiente ecológico, a coesão 
social e a viabilidade econômica. As empresas e outras organizações 
estão adotando cada vez mais a sustentabilidade, embora, muitas 
vezes, rotuladas como responsabilidade social corporativa ou inovação 
responsável. Muitos exemplos de inovação sustentável mostram essa 
convicção. Neste tópico, serão apresentados exemplos práticos de 
inovações tecnológicas voltadas à promoção da sustentabilidade.
2.1 Bioenergia
A bioenergia é uma energia renovável derivada da biomassa. A 
biomassa é definida como material biológico que é produzido direta ou 
indiretamente pela fotossíntese (CURI, 2012). Exemplos incluem resíduos 
de madeira, culturas energéticas, resíduos de culturas e resíduos 
orgânicos da indústria, agricultura, gestão da paisagem e residências. A 
biomassa é convertida em combustível sólido, líquido ou gasoso, que 
pode ser usado para produzir calor e/ou eletricidade, ou pode ser 
usado como combustível de transporte. A Figura 1 traz um resumo dos 
produtos bioenergéticos e seus tipos de uso.
48
Figura 1 – Produtos bioenergéticos e seus tipos de uso
Fonte: elaborada pelo autor.
A bioenergia é, hoje, a principal fonte de energia renovável, contribuindo 
para a energia utilizada na geração de energia, calor para a indústria e 
edifícios e para os transportes. Assim, constitui de componente essencial 
do futuro sistema global de energia de baixo carbono, para que os 
compromissos globais de mudança climática sejam cumpridos.
2.2 Veículos elétricos
Os veículos elétricos são movidos a eletricidade, sem motor de 
combustão, sendo a principal força motriz a energia elétrica das baterias. 
Essas baterias podem ser de níquel-hidreto, íon-lítio ou outros materiais, 
49
cada um com vantagens e desvantagens, custos, segurança e vida útil. 
A energia é armazenada nessas baterias e convertida em movimento 
através dos inversores de potência, transformando a corrente contínua 
guardada nas baterias em corrente alternada para motores elétricos.
Os veículos elétricos e híbridos existem desde o final do século XIX. Com 
a demanda atual por desenvolvimento sustentável de muitos países, 
eles surgiram como uma potencial solução para alguns problemas do 
setor de transporte. 
Há um crescimento internacional que tem mostrado que há interesse 
em mudar o tipo de energia que movimenta os veículos de transporte 
rodoviário, dadas as preocupações mundanas com questões 
socioambientais, passando para uma presença mais significativa de fontes 
alternativas e mais sustentáveis de energia (RICHARD; ZAILI, 2020).
Em setores econômicos fortemente globalizados, como o automotivo, 
a análise macroambiental torna-se elementar, pois pode revelar 
oportunidades e ameaças às reivindicações de internacionalização 
das corporações. Cada país possui fatores institucionais, econômicos, 
logísticos e conjunturais, que podem influenciar as decisões competitivas 
das organizações à medida que são monitoradas e traduzidas por seus 
principais stakeholders.
No Brasil, cada vez mais importante para o setor automobilístico 
mundial, o interesse por veículos híbridos e elétricos tem aumentado e 
se consolidado. As fontes renováveis de energia disponíveis e o fato de 
algumas montadoras já estarem vendendo alguns modelos no país têm 
sido os principais impulsionadores (RICHARD; ZAILI, 2020).
Em números, de acordo com as informações disponíveis no Anuário 
da Indústria Automobilística Brasileira 2020 da Associação Brasileira 
da Indústria Automobilística (ANFAEVA), até 2019, dos 2.787.850 novos 
veículos licenciados, apenas 11.844 tinham motor elétrico (híbrido ou 
50
puramente elétrico), cerca de 0,43% do total. Embora em 2018 apenas 
3.970 carros elétricos ou híbridos tenham sido registrados no país, na 
quantidade disponível, percebe-se que o mercado mais que dobrou em 
um ano. Além disso, em uma comparação geral entre o crescimento dos 
veículos flex e os veículos elétricos em relação a 2019, é possível concluir 
que os registros de veículos elétricos estão crescendo ao longo dos anos 
desde 2010, como mostra a Tabela 1 (ANFAEVA, 2020). Apesar do exposto, 
há potencial para eles, uma vez que a evolução tecnológica é constante. 
Cada vez mais novos componentes estão sendo desenvolvidos, como a 
frenagem regenerativa e o aumento da capacidade e autonomia, o que 
aumenta a expectativa de crescimento do mercado para esses veículos.
Tabela 1 – Registro de veículos novos flex versus elétrico – 2010/2019
Ano Combustível 
flex
Crescimento 
flexElétrico Crescimento 
elétrico
2010 2.570.578 6,39% 24 14,29%
2011 2.524.402 -1,80% 200 733,33%
2012 2.834.334 12,28% 117 -41,50%
2013 2.833.091 -0,04% 484 313,68%
2014 2.588.367 -8,64% 842 73,97%
2015 1.959.868 -24,28% 843 0,12%
2016 1.572.798 -19,75% 1.085 28,71%
2017 1.739.014 10,57% 3.278 202,12%
2018 1.969.672 13,26% 3.965 20,96%
2019 2.123.841 7,83% 11.844 198,71%
Fonte: ANFAEVA (2020, [s. p.]).
Ao discutir o mercado elétrico e híbrido, é necessário avaliar o cenário 
brasileiro descrito até aqui. Segundo dados da Agência Nacional de 
Energia Elétrica (ANEEL) de 2020, a produção elétrica brasileira é quase 
renovável, originada, principalmente, de fontes como hidrelétrica 
(54%), eólica (12%) e fotovoltaica (6%). Pode-se dizer que o potencial de 
recarga de veículos elétricos e híbridos é praticamente sustentável, pois 
o biodiesel e o bioetanol também são fontes de energia utilizadas em 
motores a combustão, incentivadas pelo governo (ANEEL, 2020).
51
2.3 Construções sustentáveis
As construções sustentáveis minimizam o consumo de energia e água 
e são parte fundamental do desenvolvimento urbano sustentável que 
busca combater as mudanças climáticas. 
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2050, 
cerca de 68% da humanidade viverá em cidades. Estas representam 
apenas 3% da superfície do planeta, mas consomem 78% da energia 
e produzem 60% das emissões de gases de efeito estufa. Por isso, em 
2016, a própria ONU aprimorou a Nova Agenda Urbana para assessorar 
os países em seus processos de urbanização e tornar as cidades mais 
habitáveis, inclusivas, saudáveis, resilientes e sustentáveis (UN, 2019).
Ao contrário das cidades suburbanas que foram fruto da Revolução 
Industrial e do desenvolvimentismo do século XX, as novas tendências 
do planejamento urbano incluem a construção de ecobairros, projetos 
urbanos que visam reduzir o impacto sobre o meio ambiente e mudar 
os hábitos de vida dos cidadãos para torná-los mais responsáveis 
pelo seu entorno. A construção de edifícios e outras infraestruturas 
utilizando tecnologias e materiais sustentáveis é fundamental para este 
tipo de iniciativa.
Uma edificação verde ou sustentável é uma edificação que, por sua 
construção e características, pode manter ou melhorar a qualidade de 
vida do ambiente em que está inserida. Para isso, é essencial atingir um 
alto nível de eficiência: reduzir o consumo de energia, água e outros 
recursos minimiza a poluição. O certificado LEED (Leadership in Energy 
and Environmental Design) é o reconhecimento oficial internacionalmente 
aceito que estabelece se um edifício merece ser considerado sustentável 
(veremos mais a respeito no tópico a seguir). A Figura 2 ilustra as 
construções sustentáveis.
52
Figura 2 – Museu do Amanhã, localizado no Rio de Janeiro/RJ
Fonte: https://st3.idealista.pt/news/arquivos/styles/news_detail/public/2019-02/museo_
del_futuro.jpg?sv=haWSloAq&itok=dYt3j7DS
O Museu do Amanhã, projetado pelo arquiteto espanhol Santiago 
Calatrava e construído ao lado do Pier Mauá, foi inaugurado em 2015 
e é um exemplo de construção verde. As soluções de sustentabilidade 
incluem painéis solares móveis, sistemas de reaproveitamento de 
águas pluviais e sistema de ar-condicionado que utiliza água canalizada 
da Baía de Guanabara.
2.4 Certificações ambientais
A sustentabilidade é, atualmente, uma tendência significativa no 
desenvolvimento de negócios. Como resultado, mais empresas estão se 
tornando mais conscientes de como suas atividades comerciais afetam 
o meio ambiente. Um esquema de certificação ambiental refere-se a 
um sistema que avalia as operações e os processos de determinando 
negócio, verificando se a organização usa práticas ecologicamente 
corretas de maneira sustentável. 
https://www.idealista.pt/news/imobiliario/internacional/2019/02/28/38926-10-edificios-incriveis-que-fizeram-do-rio-de-janeiro-a-primeira-capital-mundial
53
A certificação ambiental também pode designar um conjunto de 
critérios e usá-los como medida para sua empresa. O órgão certificado 
concede a certificação ambiental para a organização caso ela atenda aos 
critérios pré-estabelecidos para aquele objetivo. A certificação pode ser 
usada como prova de que a organização utiliza práticas e processos de 
negócios ecologicamente corretos. 
As principais motivações para muitas empresas que optam por 
implementar esquemas de certificação ambiental são fornecer um 
produto ético para os consumidores, aumentar o desenvolvimento 
sustentável, melhorar a imagem da empresa, obter um melhor 
relacionamento com os stakeholders e obter maiores lucros. A seguir, 
veremos alguns exemplos de algumas das principais certificações 
ambientais existentes no mundo.
2.4.1 Carbon Trust
O Carbon Trust Standard é uma certificação internacional líder mundial 
que reconhece as melhores práticas e conquistas na redução de carbono 
em relação a:
• Uso de energia e emissões de gases de efeito estufa (CO2).
• Uso, gestão e efluentes da água.
• Gestão e eliminação de resíduos.
Seu objetivo declarado é reconhecer as melhores práticas e realizações 
reais em redução, para ajudar as organizações a medir, gerenciar e 
reduzir seu impacto ambiental, melhorando sua gestão de recursos e 
sustentabilidade operacional. O processo de certificação visa identificar 
ineficiências no uso de recursos e fornecer uma estrutura para melhorar 
os processos de gestão, reduzindo desperdícios e custos. 
54
2.4.2 Sistema de Gestão Ambiental
Um sistema de gestão ambiental (SGA) é um sistema e banco de dados 
que integra procedimentos e processos para treinamento de pessoal, 
monitoramento, resumo e relatório de informações especializadas de 
desempenho ambiental para as partes interessadas internas e externas 
de uma empresa. O padrão mais amplamente utilizado no qual um SGA 
é baseado é na International Organization for Standardization (ISO) 14001. 
Os objetivos do SGA são aumentar a conformidade e reduzir o 
desperdício:
• Conformidade é o ato de alcançar e manter padrões legais 
mínimos. Ao não cumprir, as empresas podem enfrentar multas, 
intervenção do governo ou podem não conseguir operar.
• A redução de resíduos vai além da conformidade para reduzir 
o impacto ambiental. O SGA ajuda a desenvolver, implementar, 
gerenciar, coordenar e monitorar as políticas ambientais. A 
redução de resíduos começa na fase de projeto por meio da 
prevenção da poluição e minimização de resíduos. No final do ciclo 
de vida, os resíduos são reduzidos pela reciclagem. 
Para atingir esses objetivos, a seleção de sistemas de gestão ambiental 
normalmente está sujeita a um certo conjunto de critérios: uma capacidade 
comprovada de lidar com dados de alta frequência, indicadores de alto 
desempenho, tratamento e processamento de dados transparentes, 
mecanismo de cálculo poderoso, tratamento de fatores personalizado, 
múltiplos recursos de integração, automação de fluxos de trabalho e 
processos de controle de qualidade e relatórios detalhados e flexíveis.
2.4.3 LEED
O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma 
ferramenta de certificação que busca incentivar e acelerar a adoção 
55
de práticas de construção sustentável. O objetivo do LEED é promover 
construções que possam:
• Reduzir a contribuição para as mudanças climáticas globais.
• Melhorar a saúde humana individual.
• Proteger e restaurar os recursos hídricos.
• Proteger e melhorar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.
• Promover ciclos de materiais sustentáveis e regenerativos.
• Melhorar a qualidade de vida da comunidade.
Construções que possuem certificação LEED economizam dinheiro, 
melhoram a eficiência, reduzem as emissões de carbono e criam 
lugares mais saudáveis para as pessoas. Eles são uma parte crítica da 
abordagem das mudanças climáticas e do cumprimento das metas 
ESG (environmental, social and governance), aumentando a resiliência e 
apoiando comunidades mais equitativas.
Para obter a certificação LEED, um projeto ganha pontosao aderir a 
pré-requisitos e créditos que abordam carbono, energia, água, resíduos, 
transporte, materiais, saúde e qualidade ambiental interna. Os projetos 
passam por um processo de verificação e revisão pelo Green Building 
Certification Institute (Instituto de Certificação de Construções Verdes) 
e recebem pontos que correspondem a um nível de certificação LEED: 
Certificado comum (40-49 pontos), Nível Prata (50-59 pontos), Nível Ouro 
(60-79 pontos) e Nível Platino (80 pontos).
As certificações ambientais não apenas ajudam você a mostrar o 
que está fazendo certo mas também podem ajudá-lo a identificar as 
principais áreas de gerenciamento de sustentabilidade em que sua 
empresa não está funcionando tão bem quanto poderia. As certificações 
56
colocam suas políticas sob os holofotes e permitem uma análise 
aprofundada do processo e da prática. Por meio dessa análise, você 
pode encontrar pontos fracos em seus planos de sustentabilidade e 
tomar medidas para melhorar suas atividades ambientais antes que elas 
afetem seus negócios.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Sistemas de Informações de Geração 
de Energia da ANEEL (SIGA). Brasília, DF: ANEEL, 2020.
AKABANE, G. K.; POZO, H. Inovação, tecnologia e sustentabilidade: histórico, 
conceitos e aplicações. São Paulo, SP: Érica, 2020.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. Anuário 
da Indústria Automobilística Brasileira São Paulo, SP: ANFAVEA, 2020.
CURI, D. Gestão ambiental. Hoboken: Pearson Prentice Hall, 2012.
HEINRICHS, H.; MARTENS, P.; WIEK, A. Sustainability science. Dordrecht: Springer, 
2016.
MAY, P. H. Economia do meio ambiente: teoria e prática. 3. Ed. Rio de Janeiro, RJ: 
Elsevier, 2018.
RICHARDS, S. J.; ZAILI, J. A. Contribution of encouraging the future use of 
biomethane to resolving sustainability and energy security challenges: the case of 
the UK. Energy Sustain. Dev., v. 55, p. 48-55, 2020.
UNITED NATIONS. United Nations Climate Change Annual Report. [S. l.]: [s. n.], 
2019.
57
	Sumário
	Apresentação da disciplina 
	Gestão ambiental e sustentabilidade 
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. Compreendendo o que é gestão ambiental 
	3. Desenvolvimento sustentável: definição e conceitos-chave 
	4. Ferramentas e tecnologias em prol da gestão ambiental e do desenvolvimento sustentável 
	Referências 
	Políticas públicas e acordos ambientais internacionais 
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. Políticas ambientais no Brasil 
	3. Acordos ambientais internacionais 
	4. Políticas ambientais internacionais 
	Referências 
	Mudanças climáticas e energia limpa 
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. Conceito de mudanças climáticas e aquecimento global 
	3. Energia limpa 
	Referências 
	Inovações tecnológicas ambientais na prática 
	Objetivos 
	1. Introdução ao conceito de inovação sustentável 
	2. Exemplos práticos de inovação tecnológica ambiental 
	Referências

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