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PREV_-_EPIDEMIOLOGIA__2022_-_Final_03_

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ISBN: 978-65-81704-00-1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É terminantemente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer 
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Eu Médico Residente ©. A violação dos direitos autorais dessa obra caracteriza 
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Entenda os ícones que traremos durante sua leitura e qual o objetivo de cada um para seu aprendizado. 
 
 
 
Este símbolo indica um detalhe do assunto. O intuito é complementar seu aprendizado, aprofundando 
seu conhecimento naquele tema. 
 
 
Este símbolo indica um trecho que trará, de maneira simples e rápida, conceitos para ajudar na sua 
memorização. 
 
 
Este símbolo indica um trecho do assunto que vale a pena ser relembrado. Nossa intenção é indicar os 
pontos mais importantes para sua prova. 
 
 
Este símbolo indica uma sugestão de resposta para o caso clínico que traremos no início de cada 
apostila. 
 
 
Este símbolo indica que selecionamos uma questão direcionada para aquele trecho que você acabou 
de ler, para que você entenda como determinados conceitos são cobrados nas provas. 
 
 
 
E SE FOSSE VOCÊ NESTE PLANTÃO? ....................................................................................................................................... 6 
EPIDEMIOLOGIA ...................................................................................................................................................................... 7 
1 CONCEITO ......................................................................................................................................................................... 7 
2 HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ...................................................................................................................................... 7 
3 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA ............................................................................................................. 9 
3.1 TEORIA DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ................................................................................................................... 9 
3.1.1 FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ................................................................................................................... 9 
3.2 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ............................................................................................................................... 10 
3.2.1 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA BRASILEIRA .......................................................................................................... 10 
4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ......................................................................................................................... 12 
4.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN) ................................................................... 12 
4.1.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA A ATENÇÃO BÁSICA (SISAB) ......................................................... 12 
4.2 SISTEMA DO CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE (SCNES) ................................................ 13 
4.3 SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS (SIA-SUS) ...................................................................................... 13 
4.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES (SIH-SUS) ......................................................................................... 13 
4.5 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS (SINASC) ........................................................................... 13 
4.6 SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE (SIM) ...................................................................................... 13 
5 INDICADORES DE SAÚDE ................................................................................................................................................. 15 
5.1 COEFICIENTES ......................................................................................................................................................... 15 
5.1.1 MEDIDAS DE FREQUÊNCIA: PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA ................................................................................... 15 
5.1.2 GLOSSÁRIO EPIDEMIOLÓGICO (MANUAL DE CONSULTA) ................................................................................... 17 
5.1.3 COEFICIENTES DE MORTALIDADE ........................................................................................................................ 19 
5.1.3.1 Coeficiente de Mortalidade Geral ........................................................................................................ 20 
5.1.3.2 Coeficiente de Mortalidade Materna ................................................................................................... 20 
5.1.3.3 Coeficiente de Mortalidade Infantil ...................................................................................................... 21 
5.1.4 COEFICIENTE DE LETALIDADE ............................................................................................................................... 23 
5.2 ÍNDICES ................................................................................................................................................................... 23 
5.3 MORTALIDADE PROPORCIONAL POR IDADE .......................................................................................................... 23 
5.4 MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSA ......................................................................................................... 25 
6 INTRODUÇÃO AOS TESTES DIAGNÓSTICOS .................................................................................................................... 27 
6.1 VALIDADE DE UM TESTE DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 27 
6.1.1 SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE ........................................................................................................................ 27 
6.1.2 VALOR PREDITIVO DO TESTE ................................................................................................................................ 28 
6.1.3 A CURVA ROC (RECEIVER OPERATOR CHARACTERISTIC) ..................................................................................... 29 
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................... 31 
8 QUESTÕES EXTRAS .......................................................................................................................................................... 32 
8.1 COMENTÁRIOS E GABARITOS ................................................................................................................................. 41 
 
 
 
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Lucas é estudante do 5º período do curso de medicina e, neste semestre, está matriculado na disciplina de Saúde 
Coletiva. Como atividade obrigatória do rodízio, deve comparecer semanalmente a uma Unidade Básica de Saúde da 
Família (UBSF), para participar de ações de educação em saúde, atividades em grupo e comunitárias, visitas domiciliares, 
bem como de atividades de capacitação e gerenciais. Durante o atendimentode Dona Arcelina, de 81 anos, Lucas e o 
médico da UBSF (também responsável pela preceptoria do rodízio) identificam quatro lesões cutâneas hipocrômicas na 
coxa esquerda da paciente, não dolorosas, de bordos bem definidos e levemente hipercrômicos. A região acometida 
apresenta-se ressecada, com rarefação de pelos e sensibilidades térmica e dolorosa reduzidas. O médico e preceptor 
de Lucas afirma que “a principal consideração diagnóstica é a de hanseníase, doença causada por um bacilo que tem 
alta infectividade e baixa patogenicidade”. 
 
 
 
 
EMR – Eu Médico Residente Ensino Ltda © 2022 
Todos os direitos reservados. 
CNPJ: 34.730.954/0001-71 
Depois de concluir a consulta, coletar material para baciloscopia, 
esclarecer à paciente sobre o diagnóstico proposto, prescrever o 
tratamento e agendar a consulta de retorno, faz as perguntas: 
1. Epidemiologicamente, o que representam os conceitos de 
infectividade e patogenicidade? 
2. A hanseníase é uma doença compulsória, cuja notificação tem 
periodicidade semanal. Em qual sistema de informação são 
armazenadas as informações oriundas das fichas de notificação 
de agravo e investigação? 
3. Clinicamente, foi estabelecido o diagnóstico de hanseníase, em 
sua forma paucibacilar. Qual nível de prevenção é contemplado, 
após a realização do exame clínico sumário na Unidade Básica de 
Saúde, especialmente quando a hanseníase é uma doença com 
alta prevalência na população adscrita? 
4. O diagnóstico de hanseníase pode ser feito na atenção básica. 
Excepcionalmente, quando o diagnóstico permanece 
indefinido, pode ser realizada a análise histopatológica, que 
possui sensibilidade entre 49% a 70% e especificidade entre 
70% a 72%. Sendo assim, qual a utilidade do exame 
histopatológico de hanseníase? 
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• Epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades 
humanas. Essa área debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas. 
 
 
• A história natural da doença refere-se ao seu curso, desde o início, até a resolução, na ausência de intervenções. O 
processo inicia-se com a exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal e leva a um desfecho, que pode 
ser a recuperação, podendo ser parcial (sequela/deficiência), ou o óbito. 
• O período pré-patogênico (antes da doença) representa o momento da interação entre o agente, o ambiente e o 
hospedeiro. O período patogênico mostra as mudanças que se apresentam no hospedeiro, uma vez realizado um 
estímulo efetivo. O horizonte clínico marca o momento em que a doença é aparentemente clínica. 
• O modelo de Leavell e Clark, proposto originalmente para explicar a história natural da doença, apresenta três níveis 
de prevenção: primário, secundário e terciário. 
 
ANTES DA DOENÇA 
Interação do: 
AGENTE | HOSPEDEIRO 
 
AMBIENTE 
Estímulo → 
→ CURSO DA DOENÇA NO HOMEM → 
Interação – Estímulo → Hospedeiro → Reação do Hospedeiro 
PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO PERÍODO PATOGÊNICO 
Promoção à Saúde Proteção Específica 
Diagnóstico Precoce e 
Tratamento Imediato 
Limitação do Dano Reabilitação 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
NÍVEIS DE PREVENÇÃO 
Figura 1 – Modelo Tradicional de História Natural da Doença de Leavell e Clark. 
Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2020. 
 
• Prevenção Primária (período pré-patogênico): 
− Neste nível, há duas formas de intervenção: promoção à saúde e proteção específica. 
− Na Promoção à Saúde, enquadram-se medidas de saneamento básico, melhoria nas condições de moradia, 
trabalho, alimentação etc. Representam medidas que melhoram a saúde como um todo; 
− Na Proteção Específica, podem ser incluídas as campanhas de vacinação e o uso de equipamentos de proteção 
individual (como máscaras para os que trabalham com sílica, uso de capacete por motociclistas etc.). 
Correspondem a medidas que visam à proteção contra um fator de risco específico. 
• Prevenção Secundária (período patogênico): 
− Compreende estratégias populacionais para detecção precoce de doenças (a exemplo do rastreamento de câncer 
de colo uterino e de mama) e tratamento precoce. Inclui, ainda, o conceito de limitação do dano, que significa 
evitar a propagação de doenças (ex.: o isolamento de doentes, para que a doença não seja propagada); 
− Também contempla ações com indivíduos doentes ou acidentados com diagnósticos confirmados, para que se 
curem ou mantenham-se funcionalmente sadios, evitando complicações e mortes prematuras. Isso se dá por meio 
de práticas clínicas preventivas e de educação em saúde, objetivando a adoção/mudança de comportamentos 
(alimentares, atividades físicas etc.). 
 
Período de Latência 
Mudança Tissular 
Sinais e Sintomas 
Defeito ou 
Dano 
Estado 
Crônico 
ÓBITO 
HORIZONTE CLÍNICO 
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• Prevenção Terciária (período patogênico): 
− Assistência à saúde de indivíduos com sequelas de doenças ou acidentes, objetivando a recuperação da saúde ou 
a manutenção do equilíbrio funcional. Um exemplo clássico é o paciente que sofre um Acidente Vascular Cerebral 
(AVC) e que apresenta disartria e limitação da movimentação dos membros. Nesses casos, indica-se seguimento 
com fonoaudiólogo e com fisioterapeuta, para reabilitação funcional. 
• Outra forma de caracterizar os níveis de prevenção, mais ampla, e que agrega outros conceitos de prevenção, é 
através do que se denomina Modelo Clínico. Esse modelo inclui a prevenção primordial e a prevenção quaternária. 
 
Tabela 1 – Comparação entre os Modelos de Prevenção. Fonte: Os Autores – Eu Médico Residente ©. 
Modelos de Prevenção Clínica: 
Primordial 
− Evitar o fator de risco / impedir a instalação. Exemplo: Diabetes → Exercícios e dieta 
saudável em pacientes sadios. 
Primária 
− Eliminar o fator de risco de forma específica. Exemplo: Diabetes → Tratamento da 
obesidade (fator de risco para diabetes). 
Secundária 
− Diagnóstico precoce da doença. Exemplo: Diabetes → Rastreio com glicemia de 
jejum para a população alvo. 
Terciária 
− Evitar complicações / Reabilitação. Exemplo: Diabetes → uso de inibidores da enzima 
conversora de angiotensina (IECA) na nefropatia diabética. 
Quaternária 
− Evitar iatrogenias (“prevenção em excesso”); entender melhor o paciente. Exemplo: 
Descontinuar o uso de benzodiazepínicos em pacientes idosos pelo risco de queda 
(sonolência e inatenção). 
 
 
Figura 2 – Comparação entre os Modelos de Prevenção. 
Fonte: Os Autores – Eu Médico Residente ©. 
 
 
UFPB-PB 2018 ACESSO DIRETO. É uma das características da prevenção quaternária: 
A. Estimular a pronta reabilitação de pessoas doentes. 
B. Promover a autonomia e a beneficência. 
C. Proteger o paciente de intervenções médicas invasivas. 
D. Impedir o desenvolvimento da doença em pessoas expostas. 
E. Rastrear o maior número possível de doenças. 
 
COMENTÁRIO: Letra A: incorreta. Estimular a pronta reabilitação de pessoas doentes tem relação com 
a prevenção terciária. Letra B: incorreta. Promover a autonomia e a beneficência faz referência aos 
princípios da bioética. Letra C: correta. Proteger o paciente de intervenções médicas invasivas é 
compatível com o principal objetivo da prevenção quaternária, que é o de “evitar iatrogenias”. Letra 
D: incorreta. Impedir o desenvolvimento da doença em pessoas expostas faz referência ao período 
pré-patogênico, relacionado à prevenção primária. Letra E: incorreta. Rastrear o maior número 
possível de doenças faz referência à prevenção secundária. RESPOSTA: Letra C. 
 
 
Evitar Iatrogenias. 
QUARTENÁRIA 
Reabilitação. 
TERCIÁRIA 
Diagnóstico e Tratamento para Evitar a Complicação. 
SECUNDÁRIA 
No Fator de Risco. 
PRIMÁRIA 
Antes do Fator de Risco. 
PRIMORDIAL 
MODELO CLÍNICO LEAVELL & 
CLARK 
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UERN-RN 2016 ACESSO DIRETO. Programas de prevenção de doenças são importantes para aumentar 
o nível desaúde da população e reduzir custos com assistência hospitalar. Programas de screening 
para detecção precoce de doenças, como a mamografia, correspondem ao nível de prevenção: 
A. Quaternária. 
B. Primária. 
C. Secundária. 
D. Terciária. 
 
COMENTÁRIO: Diagnóstico precoce e tratamento, com a finalidade de evitar complicações, fazem 
parte da prevenção secundária. RESPOSTA: Letra C. 
 
 
 
 
• Conceitua-se transição demográfica como a passagem de um contexto populacional, em que prevalecem altos 
coeficientes de mortalidade e natalidade para outro, no qual esses coeficientes alcançam valores muito reduzidos. 
• A teoria da transição demográfica surgiu no início do século XX, tomando como referência, em sua formulação, as 
modificações observadas nos países europeus nos séculos anteriores, especialmente a partir do século XVIII. 
• Esse conceito foi elaborado por Warren Thompson (1887-1973) para contestar matematicamente a Teoria 
Demográfica Malthusiana. Ele procura definir que não há um crescimento acelerado da população, mas sim oscilações 
periódicas, que alternam crescimentos e desacelerações demográficos, podendo envolver, inclusive, estágios de 
estabilidade. Procura relacionar as transformações demográficas, particularmente os coeficientes de natalidade e 
mortalidade, ao processo de industrialização. 
• Assim, em diversas etapas do desenvolvimento da sociedade pré e pós-industrial, poderiam ser identificados 
comportamentos particulares da mortalidade e da natalidade, com seus reflexos no tamanho e na composição da 
população. 
 
 
• Esquematicamente, o modelo da transição demográfica postula que uma sociedade passa, em termos demográficos, 
por quatro fases antes de derivar uma sociedade plenamente pós-industrial (estágios de Warren Thompson): 
− Fase ou Estágio 1: típica das sociedades pré-industriais, caracteriza-se por coeficientes de natalidade e 
mortalidade (principalmente a infantil) muito altos, gerando um crescimento populacional lento (equilíbrio 
populacional). Essa fase abrange a história desde suas origens até, aproximadamente, meados do século XVIII, 
quando ocorreu a Revolução Industrial e todas as transformações decorrentes dela. 
− Fase ou Estágio 2: fase intermediária, própria dos países em processo de industrialização. O coeficiente de 
mortalidade reduz de forma importante, mas o coeficiente de natalidade continua elevado, gerando um 
desequilíbrio traduzido pelo grande aumento da população (explosão populacional). Com a Revolução Industrial 
do século XVIII, os países conhecidos como desenvolvidos passaram para a fase 2, iniciando o rápido crescimento 
da população mundial. Alguns países em desenvolvimento iniciaram a transição demográfica para essa fase de 
modo mais tardio e repentino, especialmente durante o século XX. 
− Fase ou Estágio 3: o coeficiente de natalidade inicia uma importante redução, ao mesmo tempo em que o 
coeficiente de mortalidade continua com uma tendência decrescente, iniciada no estágio 2. Por essa razão, o 
crescimento demográfico nesta terceira fase continua sendo relativamente alto. O efeito mais importante é o 
envelhecimento populacional. Os países ricos completaram todo o processo de passagem da fase 2 para a 3, ainda 
no século XX, momento em que estabilizaram em um nível mais baixo seus coeficientes de natalidade e de 
mortalidade. Já em alguns países da América Latina, Ásia e África, esse processo tende a ocorrer mais tardiamente. 
− Fase ou Estágio 4: esta última fase é típica das sociedades pós-industriais. Caracteriza-se por coeficientes de 
mortalidade e natalidade reduzidos; consequentemente, o crescimento natural da população volta a alcançar um 
estado de equilíbrio. É reconhecida também como uma fase da modernidade ou de pós-transição. A estabilização 
é representada pela aproximação dos níveis de fecundidade com os de reposição, gerando aumento da 
expectativa de vida e envelhecimento da população de uma forma geral, principalmente às custas da participação 
das mulheres. 
 
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Regime 
Demográfico 
Tradicional 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
Regime 
Demográfico 
Moderno 
Estabilizado 
Primeira Fase 
Redução de Mortalidade 
Crescimento Acelerado 
Segunda Fase 
Redução da Natalidade 
Crescimento Moderado 
Figura 3 – Gráfico Esquemático das Quatro Etapas do Crescimento Populacional e Transição Demográfica. Adaptado de: LUCCI et al., 2005. 
 
 
Atualmente, questiona-se a existência de uma 5ª fase, cuja mortalidade supera a natalidade. Devido 
aos altos custos de vida e dinâmica do mercado de trabalho, as famílias reduzem a quantidade de filhos 
ou anulam sua presença, reduzindo drasticamente o crescimento populacional. 
 
 
• Entende-se por transição epidemiológica as mudanças ocorridas, ao longo do tempo, nos padrões de morte, 
morbidade e invalidez, que caracterizam uma população específica. No geral, tais mudanças ocorrem em conjunto 
com outras transformações demográficas, sociais e econômicas. 
• O processo engloba três mudanças básicas: substituição das doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis e 
causas externas; deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos, e; 
transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para outra, na qual a morbidade é dominante. 
• Há uma relação direta entre os processos de transição epidemiológica e demográfica. A princípio, o declínio da 
mortalidade concentra-se seletivamente entre as doenças infecciosas, tendendo a beneficiar os grupos mais jovens 
da população, que passam a conviver com fatores de risco associados às doenças cronicodegenerativas. À medida 
que cresce o número de idosos e aumenta a expectativa de vida, as doenças não transmissíveis tornam-se mais 
frequentes. 
• A modificação no perfil de saúde da população, em que as doenças crônicas e suas complicações são prevalentes, 
resulta em mudanças no padrão de utilização dos serviços de saúde e no aumento de gastos, considerando a 
necessidade de incorporação tecnológica para o tratamento delas. Esses aspectos ocasionam importantes desafios e 
a necessidade de uma agenda para as políticas de saúde que possam dar conta das várias transições em curso. 
 
 
• A análise do contexto brasileiro, como de toda a América Latina, mostra que a transição epidemiológica não tem 
seguido o mesmo processo verificado na grande maioria dos países industrializados. Não há uma transição 
propriamente dita dos contextos epidemiológicos ao longo do tempo, mas sim uma superposição deles, o que traz 
como desafios para a saúde pública tanto doenças infecciosas e parasitárias quanto as cronicodegenerativas, além de 
outros agravos não infecciosos. 
• No Brasil, as principais características das mudanças no padrão epidemiológico são: 
− Redução da taxa de mortalidade infantil e da taxa de fecundidade; 
− Permanência de grandes endemias em algumas regiões do país; 
− Coeficientes de mortalidade ainda elevados, quando comparados com os dos países desenvolvidos; 
− Importantes variações geográficas quanto aos padrões epidemiológicos e aos serviços de saúde. 
 
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Natalidade Mortalidade Crescimento Demográfico
Crescimento 
Demográfico 
Mortalidade 
Natalidade 
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OBS.: Perfil de mortalidade no Brasil - grupo de doenças que mais matam no país: 
1. Doenças do Aparelho Cardiocirculatório (em 1º lugar: infarto agudo do miocárdio); 
2. Neoplasias: 
✓ Homens: Próstata (mais comum), cólon e reto, traqueia/brônquios e pulmão. 
✓ Mulheres: Mama (mais comum), cólon e reto, colo do útero. 
3. Doenças do Aparelho Respiratório; 
4. Causas Externas: 
✓ 4ª principal causa no Brasil como um todo. 
✓ 2ª principal causa nos homens: (1) agressão/homicídios; (2) acidentes de trânsito. 
✓ 4ª ou 5ª principal causa nas mulheres: (1) acidente de trânsito; (2) agressão/homicídio.5. Causas desconhecidas (isso reflete dois problemas: má assistência de saúde à população; mau preenchimento 
da declaração de óbito pelos médicos). 
OBS.: Mortalidade proporcional infantil por causa: 
− 1ª Afecções Perinatais; 
− 2ª Malformações; 
− 3ª Doenças Respiratórias; 
− 4ª Doenças Infectoparasitárias (DIP): Era a 2ª causa, mas agora é a 4ª! 
OBS.: A principal causa de morte na faixa etária entre 1 e 40 anos: causas externas. 
 
Distribuição da População Brasileira por Sexo e Idade: 
1980 2017 2050 (estimativa) 
 
Figura 4 – Pirâmides Populacionais do Brasil, divididas por Sexo, e distribuídas por Idade. 
Fonte: IBGE. Adaptado de: https://www.populationpyramid.net/pt/brasil/ 
 
 
SES-PE 2019 ACESSO DIRETO. Sobre Transição Epidemiológica e Demográfica, leia as sentenças abaixo: 
I. Conceitua-se transição demográfica (em termos demográficos estritos) como a passagem de um contexto 
populacional no qual prevalecem altos coeficientes de mortalidade e natalidade para outro em que esses 
coeficientes alcançam valores muito reduzidos. 
II. A natalidade, juntamente com a mortalidade, determina o crescimento vegetativo de uma população. 
III. Na transição epidemiológica, observa-se mudança no perfil de morbimortalidade caracterizado pela 
substituição gradual das doenças infecciosas e parasitárias pelas doenças crônicas e degenerativas. 
IV. O formato tipicamente triangular da pirâmide populacional, que prevalecia na primeira metade do século XX, 
no Brasil, não é mais observado no início do século XXI. 
V. Observa-se que o Brasil não tem seguido o mesmo processo de transição epidemiológica, observado nos 
países industrializados centrais do capitalismo. 
Estão CORRETAS: 
A. I, II, III, IV e V. 
B. II, III, IV e V, apenas. 
C. I, II, II e IV, apenas. 
D. II, III e IV, apenas. 
E. III, IV e V, apenas. 
 
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COMENTÁRIO: Questão conceitual. O autor expõe, de forma clara, conceitos sobre o tema. Todos os 
itens estão corretos. Leia e fixe esses conceitos. Vamos analisar cada uma das sentenças: 
I. Correta. Transição demográfica é o processo de mudança da estrutura etária de uma população no 
sentido do seu envelhecimento. Inicialmente, os coeficientes de mortalidade e de natalidade são altos. 
Depois, eles diminuem muito, porque a população envelhece, vive muito (a mortalidade cai) e tem 
poucos filhos (a natalidade despenca). 
II. Correta. O crescimento vegetativo representa a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de 
mortalidade. Quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade, tem-se um crescimento 
vegetativo positivo; caso contrário, o crescimento é negativo. Quando as duas taxas são equivalentes, o 
crescimento vegetativo é nulo. 
III. Correta. A transição envolve três mudanças básicas: substituição das doenças transmissíveis por doenças 
não transmissíveis e causas externas; deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais 
jovens aos grupos mais idosos, e; transformação de uma situação em que predomina a mortalidade para 
outra, na qual a morbidade é dominante (ou seja, as pessoas morrem menos e ficam doentes por mais 
tempo). 
IV. Correta. O formato tipicamente triangular da pirâmide populacional, com uma base alargada, está 
cedendo lugar a uma pirâmide populacional com base mais estreita e vértice mais larga. 
V. Correta. No Brasil, a transição epidemiológica tem um caráter peculiar, que em parte se distingue do 
observado na grande maioria dos países industrializados centrais. No nosso país, não ocorre uma 
transição epidemiológica propriamente dita, mas uma superposição de contextos epidemiológicos. 
Alguns processos infecciosos permanecem, como a dengue, a cólera, a malária, a tuberculose. Existem, 
ainda, muitos contrastes regionais, com muitos desníveis nos indicadores de mortalidade e morbidade 
entre diferentes grupos populacionais. 
RESPOSTA: Letra A. 
 
 
 
• São instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, que têm como propósito geral facilitar a 
formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões 
nos níveis municipal, estadual e federal. 
• Entre os sistemas nacionais de informação em saúde existentes, alguns merecem destaque, em razão da maior 
relevância para a vigilância epidemiológica: 
− Sistema Nacional de Agravo de Notificação (SINAN); 
− Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB); 
− Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); 
− Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS); 
− Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS); 
− Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC); 
− Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). 
 
 
• É alimentado pela notificação de casos de doenças e agravos constantes da lista nacional de doenças de notificação 
compulsória. Contudo, é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde regionalmente 
importantes. Por isso, o número de doenças e agravos contemplados pelo SINAN vem aumentando progressivamente, 
desde seu processo de implementação, em 1993, sem relação direta com a compulsoriedade nacional da notificação, 
o que expressa as diferenças regionais de perfis de morbidade registradas no sistema. 
 
 
• Por meio do SIAB, obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, condições de moradia e saneamento, situação 
de saúde, produção e composição das equipes de saúde. 
 
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• Seu objetivo é cadastrar todos os estabelecimentos de saúde, hospitalares e ambulatoriais, que compõem as redes 
pública e privada, de modo a nortear os gestores na implantação/ implementação/ reorientação das políticas de 
saúde. 
 
 
• Este é o sistema que tem o objetivo de transformar os dados ambulatoriais em informações relevantes para a tomada 
de decisões em saúde. 
 
 
• Registra e processa as informações oriundas das internações hospitalares financiadas pelo SUS (inclusive, as que 
ocorrem em instituições filantrópicas e privadas). Seu documento básico de registro é a Autorização de Internação 
Hospitalar (AIH), que habilita a internação do paciente e gera valores para o pagamento. 
OBS.: A abrangência do sistema limita-se às internações pagas pelo SUS e exclui as que são custeadas diretamente ou 
cobertas por seguro-saúde. 
 
 
• Seu principal objetivo é fornecer informações sobre as características dos nascidos vivos, fundamentais para o cálculo 
de indicadores de saúde específicos. A base de informações é a Declaração de Nascido Vivo (DN). 
• É importante compreender o fluxo de preenchimento da DN. No âmbito hospitalar, a 1ª via (branca) deve ser 
encaminhada para a Secretaria Municipal de Saúde; a 2ª via (amarela) deve ser entregue ao pai ou representante 
legal, para que possa ser solicitada a Certidão de Nascimento no Cartório de Registro Civil; a 3ª via (rosa) fica no 
estabelecimento de saúde, arquivado no prontuário da mãe. 
 
 
Figura 5 – Fluxo de Preenchimento da DN. Fonte: Os Autores - Eu Médico Residente ©. 
 
 
• É o mais antigo sistema de informação de saúde no país. Contém os dados em saúde relacionados à mortalidade. É 
alimentado pelas informações oriundas da Declaração de Óbito (DO); 
• É de responsabilidade exclusiva do médico e deve ser preenchida em três vias: 
− 1ª via (BRANCA): destinada à Secretaria Municipal de Saúde (Vigilância Epidemiológica); 
− 2ª via (AMARELA): deve ser entregue ao representante/responsável da família do falecido, para ser utilizada na 
obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento; 
− 3ª via (ROSA): destinada à Unidade de Saúde onde ocorreu o óbito, para arquivo no prontuário do falecido. 
 
• Fica no estabelecimento de 
saúde, arquivado no 
prontuário da mãe. 
3ª Via (Rosa) 
• Deverá ser entregue ao pai 
ou representante legal 
para registrar a criança no 
cartório. 
2ª Via (Amarela) 
• Deve ser encaminhada à 
SecretariaMunicipal de 
Saúde. 
1ª Via (Branca) 
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Figura 6 – Vias de Declaração de Óbito. 
Os Autores, Eu Médico Residente ©. 
 
OBS.: Quando não existir um médico no local, a DO poderá, excepcionalmente, ser preenchida por um oficial de Cartório 
de Registro Civil. 
 
 
SES-PE 2012 ACESSO DIRETO. O Sistema Único de Saúde dispõe de um Sistema de Informação em 
Saúde constituído de diversos subsistemas, destacando-se entre eles o Sistema de Informação sobre 
Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Sobre esses subsistemas, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
A. O SIM, o mais antigo deles, foi estabelecido em 1975 e teve abrangência nacional em 1979, 
enquanto o SINASC foi implantado em 1990. 
B. O SIM utiliza como instrumento de coleta de dados a Declaração de Óbito, emitida em três vias, 
uma das quais é utilizada para a emissão da certidão de óbito pelos cartórios de registro civil. 
C. O SINASC capta dados sobre as condições de gravidez, parto e nascimento, incluindo, entre outros, 
o peso ao nascer, a idade gestacional, a realização de pré-natal e hábitos de vida da mãe do recém-
nascido. 
D. O SINASC utiliza como instrumento de coleta de dados a Declaração de Nascido Vivo (DN). O 
preenchimento da DN é feito nos estabelecimentos de saúde que realizam partos e nos cartórios 
de registro civil para os partos domiciliares. 
E. Apenas com informações produzidas pelo SIM e pelo SINASC, é possível calcular o Coeficiente de 
Mortalidade Infantil. 
 
COMENTÁRIO: O SINASC capta dados sobre as condições de gravidez, parto e nascimento, incluindo, 
dentre outros, o peso ao nascer, a idade gestacional, a realização de pré-natal, mas não inclui hábitos 
de vida da mãe do recém-nascido. A DN é formada por informações sobre: (a) identificação do recém-
nascido; (b) local da ocorrência do parto; (c) mãe; (d) pai; (e) gestação e parto; (f) anomalia congênita; 
(g) responsável pelo preenchimento, e; (h) cartório. Em relação à mãe do recém-nascido, a DN 
contempla algumas de suas características, como escolaridade, ocupação habitual e situação conjugal. 
No entanto, não há nenhum campo sobre seus hábitos de vida. Sendo assim, a letra C está incorreta. 
É importante ressaltar que a letra D não está totalmente correta, pois o preenchimento da DN de 
algumas situações de partos domiciliares pode ser feito em estabelecimentos de saúde. Entre as duas 
alternativas, devemos considerar aquela “mais incorreta”. 
RESPOSTA: Letra C. 
 
 
 
 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
1ª Via 
 
Deve ser encaminhada para a 
Secretaria de Saúde para 
alimentar o SIM. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
2ª Via 
(para a Família) 
 
Deve ser encaminhada para o 
Cartório para a emissão do 
Certidão de Óbito. 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
3ª Via 
(para o Prontuário) 
 
Deve ser arquivada no Serviço de 
Saúde que notifica o Óbito. 
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Tabela 2 – Quadro-Resumo dos Principais Sistemas Nacionais de Informação em Saúde. 
Fonte: Os Autores, Eu Médico Residente ©. 
SIGLA: SISTEMA: INSTRUMENTO DE COLETA: APLICAÇÃO: 
SIM 
Sistema de Informação sobre 
Mortalidade. 
Declaração de Óbito. 
Estudos de mortalidade e vigilância de 
óbitos. 
SINASC 
Sistema de Informações sobre 
Nascidos Vivos. 
Declaração de Nascido Vivo. 
Monitorar a saúde da criança e da 
mulher. 
SINAN 
Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação. 
Ficha de Notificação e Investigação. 
Monitorar os agravos sob notificação, 
surtos, epidemias etc. 
SIH Sistema de Informações Hospitalares. 
Autorização de Internação Hospitalar 
(AIH). 
Morbidade hospitalar, gestão hospitalar 
e custeio da atenção hospitalar. 
SIA Sistema de Informação Ambulatorial. 
Boletim de Produção Ambulatorial 
(BPA). 
Acompanhar a produção ambulatorial, 
gestão e custeio da atenção 
ambulatorial. 
SISAB 
Sistema de Informação em Saúde 
para a Atenção Básica. 
Formulários do SIAB 
(cadastramento familiar). 
Acompanhar a situação de saúde das 
famílias e indivíduos na atenção básica. 
SISREG Sistema de Regulação. 
Formulários de encaminhamento de 
especialidades e setores regulados. 
Facilitar a marcação de consultas, 
exames e a utilização de leitos de UTI, 
através de um sistema informatizado. 
SCNES 
Cadastro Nacional dos 
Estabelecimentos de Saúde. 
Cadastro dos estabelecimentos de 
saúde. 
Atualização dos serviços, 
estabelecimentos e servidores existentes 
em cada unidade de saúde. 
 
 
• Os indicadores de saúde são usados como ferramenta para identificar, monitorar, avaliar ações e subsidiar as decisões 
do gestor. Por meio deles, é possível identificar áreas de risco e evidenciar tendências. 
• Os indicadores são medidas que contêm informações relevantes sobre a situação do sistema de saúde: 
− Valores Absolutos: São indicadores de saúde construídos estatisticamente com valores numéricos absolutos. Por 
exemplo, o número de casos de pessoas vivendo com HIV, o número de gestantes etc. Os valores absolutos apenas 
traduzem uma realidade restrita e pontual, não permitindo comparações temporais ou geográficas. 
− Valores Relativos: São indicadores construídos estatisticamente a partir da relação entre dois fatos ou eventos. 
Sua maior importância reside em permitir comparações e levantamentos de prioridades. Podem ser de dois tipos: 
coeficientes (taxas) ou índices. 
 
 
• Os coeficientes (ou taxas) representam o risco de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a 
população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres etc.). Dessa forma, geralmente, o 
denominador do coeficiente representa a população exposta ao risco de sofrer o evento que está no numerador. 
 
 
São exceções o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) e de Mortalidade Materna (CMM), para os 
quais o denominador utilizado (nascidos vivos) é uma estimativa tanto do número de menores de cerca 
de 1 ano quanto de gestantes, parturientes e puérperas expostos ao risco do evento óbito. 
 
 
• Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) e acerca de eventos 
vitais (nascimentos e mortes). 
 
 
• Medem o risco de uma pessoa adoecer em um determinado local ou ano. São capazes de apontar problemas de saúde 
de uma determinada localidade, permitindo propor medidas eficazes de prevenção e controle dos fatores de risco. 
 
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• Prevalência x Incidência: 
− Prevalência: É a medida do número total de casos existentes, chamados casos prevalentes de uma doença, em 
um ponto ou período e em uma população determinada, sem distinguir se são casos novos ou não. A prevalência 
é um indicador da magnitude da presença de uma doença ou outro evento de saúde na população. 
− Incidência: É a medida do número de casos novos, chamados casos incidentes de uma doença, originados de uma 
população em risco de sofrê-la, durante um determinado período. A incidência é um indicador da velocidade de 
ocorrência de uma doença ou outro evento de saúde na população; consequentemente, é um estimador do risco 
absoluto de vir a padecer da mesma doença. 
 
Coeficiente de PREVALÊNCIA: 
Nº de casos conhecidos de uma doença no tempo X e lugar Y 
População exposta no mesmo tempo e lugar 
Coeficiente de INCIDÊNCIA ou DE ATAQUE: 
Nº de casos novos de uma doença no tempo X e lugar Y 
População exposta no mesmo tempo e lugar 
 
 
− O que pode aumentar a prevalência? Número maior de casos novos diagnosticados (incidência) e 
imigração de doentes. 
− O que pode diminuir a prevalência? Defecção (cura ou morte) e emigração de pessoas doentes. 
− O que pode aumentar a incidência? Epidemias, exames de rastreio em massas etc. 
− O que reduz a incidência? Subdiagnósticos/subnotificações, medidas preventivas (vacinações, 
campanhas de saúde etc.). 
 
 
• O que acontece com a prevalência se: 
− Incidência = Cura/Morte → Prevalência se mantém igual; 
− Incidência > Cura/Morte → Prevalência aumenta; 
−Incidência < Cura/Morte → Prevalência diminui; 
− Surgimento de droga que cura → Prevalência diminui; 
− Surgimento de droga que melhora, mas não cura → Prevalência aumenta (pois aumentam os números de 
indivíduos com a doença, por diminuição dos óbitos e das curas). 
 
 
Figura 7 – Incidência X Prevalência. Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2010. 
 
OBS.: Observe que, se aumenta a incidência (aparecem mais casos novos) e o número de óbitos e recuperados mantém-
se, a prevalência aumentará. Caso aumente a mortalidade, ou mais pessoas se recuperem da doença, a incidência 
não se altera e a prevalência diminuirá. Suponha que seja introduzido um novo teste diagnóstico, que detecta a 
presença da doença precocemente, ainda no período subclínico: o resultado será um aumento na incidência, na 
duração da doença e na prevalência. Da mesma forma, se for introduzido um medicamento que adia ou evita 
mortes prematuras, sem promover a cura, o resultado também será um aumento na prevalência. A duração da 
doença (D) também influencia nessa dinâmica e, em termos gerais, pode-se afirmar que, em situação de equilíbrio, 
a prevalência (P) é o produto da incidência (I) pela duração da doença (P = I x D). Essa dinâmica entre incidência, 
prevalência e duração da doença tem importantes implicações para o controle de doenças na população. 
 
Recuperados. Falecidos. 
PREVALÊNCIA 
Casos Existentes em 
um Dado Momento. 
Casos Novos: Incidência. 
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• Guarde o seguinte: 
− Melhor parâmetro para avaliar doença aguda = Incidência. A incidência é quem melhor 
determina o risco de adoecer. 
− Melhor parâmetro para avaliar doença crônica = Prevalência. A prevalência é quem determina 
a magnitude da doença. 
 
 
ALGO A MAIS SOBRE AS MEDIDAS DE FREQUÊNCIA… 
• Coeficiente de Prevalência: 
− A prevalência significa a frequência absoluta de casos, ou seja, o total de casos existentes de um agravo. Mede a quantidade de 
todos os casos da doença registrados, em tratamento ou que acabaram de ser diagnosticados (casos novos), em relação à 
população exposta. 
 
 
− Prevalência Instantânea, Pontual ou Momentânea: É aquela medida em um ponto definido do tempo (do dia, 
semana, do ano). 
− Prevalência Lápsica ou por Período: É aquela medida em um intervalo de tempo mais ou menos longo. Não 
concentra a informação em um único ponto. A diferença básica para a prevalência instantânea é que a lápsica, 
ao medir a prevalência em um período, leva em consideração todos os casos, incluindo os óbitos, as curas e a 
emigração (fatores em que são retiradas as prevalências instantâneas). 
 
 
• Coeficiente de Incidência: 
− A incidência avalia somente os casos novos, traduz uma ideia de intensidade, de risco. Permite avaliar o aumento ou a 
diminuição de determinada doença. Alta incidência significa alto risco pessoal e populacional. 
− Coeficiente de incidência = Incidência acumulada ≠ Densidade de incidência. 
− A densidade de incidência é o total de casos novos com relação ao total de pessoas pelo tempo específico que cada uma 
permaneceu no estudo. O denominador de uma medida de densidade de incidência não é constituído pelas pessoas em risco 
por um período específico, mas pelas pessoas-tempo em risco para o evento. 
 
 
 
FJG-RJ 2016 ACESSO DIRETO. Considerando uma doença não transmissível e de elevada letalidade, o 
desenvolvimento de um novo tratamento que aumente a sobrevida dos doentes, sem, no entanto, 
levar à cura, trará um aumento da sua: 
A. Incidência. 
B. Prevalência. 
C. Mortalidade. 
D. Agressividade. 
 
COMENTÁRIO: Haverá aumento do número de doentes, pois os pacientes viverão mais tempo, sem 
obter a cura (permanecerão com a doença). Haverá, então, um aumento da prevalência (número total 
de casos existentes). RESPOSTA: Letra B. 
 
 
 
− Doença Transmissível: é qualquer doença causada por um agente infeccioso específico ou seus produtos tóxicos, que se manifesta 
pela transmissão desse agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja diretamente de uma 
pessoa ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um 
vetor ou por meio inanimado. 
− Doenças Emergentes: são doenças novas, identificadas como um novo problema de saúde, por introdução de um novo agente 
infeccioso. 
− Doença Reemergente: é uma doença transmissível, previamente conhecida, que reaparece como problema de saúde pública após 
uma etapa de significativo declínio de sua incidência e aparente controle. 
 
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− História Natural da Doença: refere-se à evolução de uma doença no indivíduo através do tempo, do início até a resolução 
(recuperação, deficiência ou óbito), na ausência de intervenção. 
− Agente: é um fator, que pode ser um micro-organismo, substância química ou forma de radiação, cuja presença, presença excessiva 
ou relativa ausência é essencial para a ocorrência da doença. 
− Hospedeiro: é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes, que, em circunstâncias naturais, permitem a 
subsistência e o alojamento de um agente infeccioso. 
− Caso Índice: primeiro caso diagnosticado em um surto ou epidemia. 
− Casos Secundários: casos que surgem após contato com caso índice. 
− Infecção: entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal. 
− Infecção Inaparente: é a presença de um agente infeccioso em um hospedeiro sem que apareçam sinais ou sintomas clínicos. Só 
pode ser identificado por métodos de laboratório ou pela manifestação de reatividade positiva nos testes cutâneos específicos 
(sinônimo: infecção subclínica, assintomática ou oculta). 
− Infectividade: é a capacidade do agente infeccioso de poder se alojar e se multiplicar dentro de um hospedeiro. 
− Patogenicidade: é a capacidade de um agente infeccioso produzir doença em pessoas infectadas. 
− Virulência: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos graves e fatais. 
− Letalidade: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos fatais. 
− Imunogenicidade: capacidade do agente gerar imunidade no hospedeiro. 
− Poder Invasivo: capacidade de um agente difundir-se através de tecidos, órgãos e sistemas do hospedeiro. 
− Reservatório de Agentes Infecciosos: é qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde 
normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso, dependente do reservatório para sua sobrevivência, reproduzindo-se de 
forma que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível. 
− Zoonose: é uma infecção ou doença infecciosa transmissível que, em condições naturais, ocorre entre os animais vertebrados e o 
homem. 
− Portador: é um indivíduo (ou animal) infectado, que abriga um agente infeccioso específico de uma doença, sem apresentar 
sintomas ou sinais clínicos da doença; constitui uma fonte potencial de infecção para o ser humano. 
− Período de incubação: é o intervalo de tempo que transcorre entre a exposição a um agente infeccioso e o surgimento do primeiro 
sinal ou sintoma da doença. 
− Período de Latência: é o intervalo de tempo que transcorre desde que se produz a infecção até que a pessoa fique infectada. 
− Período de Transmissibilidade ou Infeccioso: é o intervalo de tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido direta 
ou indiretamente de uma pessoa infectada a outra pessoa, de um animal infectado ao ser humano ou de um ser humano infectado 
a um animal, inclusive artrópodes. 
− Vetor: um inseto ou qualquer portador vivo que transporta um agente infeccioso, desde um indivíduo ou seus excrementos até 
um indivíduo suscetível, sua comida ou seu ambiente imediato. O agente pode ou não se desenvolver, propagar ou se multiplicar 
dentro do vetor. 
− Suscetível: é qualquer pessoa ou animal que não possui resistência suficiente contra um determinado agente patógeno, que o 
protejacontra a doença, caso chegue a ter contato com esse agente. 
− Resistência: é o conjunto de mecanismos corporais que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos, 
ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. 
− Imunidade: é o estado de resistência geralmente associado à presença de anticorpos e citocinas que possuem ação específica 
sobre o micro-organismo responsável por uma doença infecciosa específica ou sobre suas toxinas. 
✓ A Imunidade Ativa, que costuma durar anos, é adquirida naturalmente como consequência de uma infecção, clínica ou 
subclínica, ou artificialmente por inoculação de frações ou produtos de um agente infeccioso, ou do mesmo agente, morto, 
atenuado ou recombinado a partir de técnicas da engenharia genética. 
✓ A Imunidade Passiva, de curta duração (de alguns dias a vários meses), é obtida naturalmente por transmissão materna (através 
da placenta) ou artificialmente por inoculação de anticorpos protetores específicos (soro de convalescente ou de pessoa 
imune, ou soroglobulina imune humana, soro antitetânico, soro antidiftérico, gamaglobulina etc.). 
 
 
HUCAM-ES 2015 ACESSO DIRETO. Sobre os conceitos relacionados ao bioagente patogênico no 
contexto dos mecanismos de transmissão de doenças, assinale a alternativa CORRETA: 
A. Infectividade é a capacidade que tem o bioagente de induzir imunidade no indivíduo. 
B. Patogenicidade é a forma que tem o parasito de se difundir através de tecidos, órgãos e sistemas. 
C. Virulência é a capacidade de um bioagente produzir casos graves ou fatais. 
D. Poder invasivo é a qualidade que tem o agente infeccioso de produzir sintomas. 
E. Imunogenicidade é a propriedade do agente patogênico em penetrar, se desenvolver e se 
multiplicar no novo hospedeiro. 
 
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COMENTÁRIO: 
A. INCORRETA. Infectividade é a capacidade do agente etiológico alojar-se e multiplicar-se no 
organismo do hospedeiro e transmitir-se deste para um novo hospedeiro. 
B. INCORRETA. Patogenicidade é a capacidade de um agente biológico causar doença em um 
hospedeiro suscetível. 
C. CORRETA. 
D. INCORRETA. Poder invasivo é a capacidade que tem um agente de se difundir através de tecidos, 
órgãos e sistemas do hospedeiro. 
E. INCORRETA. Poder imunogênico (ou imunogenicidade) é a capacidade do agente biológico de 
estimular a resposta imune no hospedeiro; conforme as características desse agente, a imunidade 
obtida pode ser de curta ou longa duração e de grau elevado ou baixo. 
RESPOSTA: Letra C. 
 
 
 
Lembra do caso clínico que apresentamos no início da apostila? 
1. Epidemiologicamente, o que representam os conceitos de infectividade e patogenicidade? 
A hanseníase é uma doença granulomatosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo que tem 
a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), mas poucos adoecem (baixa 
patogenicidade). Tais características dependem, além das características intrínsecas do bacilo, da 
relação com o hospedeiro e do grau de endemicidade do meio. 
2. A hanseníase é uma doença compulsória, cuja notificação tem periodicidade semanal. Em qual sistema 
de informação são armazenadas as informações oriundas das fichas de notificação de agravo e 
investigação? 
As fichas de notificação de agravo e investigação são os instrumentos de coleta de informação do 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
3. Clinicamente, foi estabelecido o diagnóstico de hanseníase, em sua forma paucibacilar. Qual nível de 
prevenção é contemplado, após a realização do exame clínico sumário na Unidade Básica de Saúde, 
especialmente quando a hanseníase é uma doença com alta prevalência na população adscrita? 
O exame clínico busca identificar lesões cutâneas com alteração da sensibilidade, que são altamente 
suspeitas para o diagnóstico de hanseníase. Neste caso, o objetivo é estabelecer o diagnóstico 
precocemente, de modo a evitar complicações, representando um nível de prevenção secundário. 
 
 
 
• Os coeficientes de mortalidade medem a probabilidade/risco que uma pessoa tem de morrer em determinado local 
e ano. O coeficiente de mortalidade geral é a divisão entre o número total de óbitos e a população total (exposta ao 
risco de morrer). 
 
Nº de Óbitos x 1000 (constante*) 
POPULAÇÃO (exposta ao risco avaliado) em um determinado tempo e lugar. 
 
* A constante é uma potência com base de 10 (100, 1.000, 100.000), pela qual se multiplica o resultado para torná-lo mais “amigável”, ou seja, para se 
ter um número inteiro. É muito mais difícil compreender uma taxa de 0,15 morte por 1.000 habitantes a uma taxa de 15 mortes por 100.000 
habitantes. Quanto menor for o numerador em relação ao denominador, maior deve ser a constante utilizada. Além disso, a constante tem a função 
de tornar os dados comparáveis quando estamos tratando de populações com tamanhos diferentes. 
 
• Dentre os principais Coeficientes de Mortalidade, estão: 
− Coeficiente de Mortalidade Geral (ou Bruta): Expressa a probabilidade de morrer em uma dada população, região 
e ano. Observe que o coeficiente de mortalidade geral é um indicador que NÃO serve para comparar regiões 
diferentes por vários motivos, como o fato de as regiões apresentarem estruturas etárias e sociais diferentes. 
Portanto, esse indicador não serve como um marcador de saúde de uma região e nem serve como comparativo 
entre duas regiões. Para comparar riscos de morte entre duas ou mais regiões, devemos padronizar a faixa etária. 
− Coeficiente de Mortalidade Específica: Pode ser por causa (como a mortalidade materna) ou por idade (como a 
mortalidade infantil). 
• Esses coeficientes sofrem alterações e podem ser calculados por faixa etária e sexo, possibilitando análises mais 
específicas da realidade da saúde. 
 
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• Mede a probabilidade que qualquer pessoa da população tem de morrer em determinado local e ano. Ele depende 
apenas do conhecimento do número de óbitos e da população da área que se estuda. Não serve para comparar a 
qualidade de saúde entre regiões diferentes, pois, apenas com esse dado, não saberemos se a mortalidade de uma 
região se dá às custas de crianças ou de idosos, por exemplo. 
 
Número de Óbitos Totais no Tempo X e Local Y x 10n 
População na Mesma Área e Período 
 
• Interpretação: 
− Expressa a frequência anual de mortes; 
− A taxa bruta de mortalidade é influenciada pela estrutura da população quanto à idade e sexo; 
− Taxas elevadas podem estar associadas a baixas condições socioeconômicas ou refletir elevada proporção de 
pessoas idosas na população total. Portanto, não é um bom parâmetro comparativo de qualidade de saúde. 
 
 
• Reúne as mortes em mulheres devido às causas maternas (complicações da gravidez, durante o parto, no puerpério 
e abortamento). 
 
Número de Óbitos por Causas Maternas x 100.000 
Número de Nascidos Vivos 
 
QUADRO RESUMO SOBRE MORTALIDADE MATERNA: 
• Morte Materna: morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após seu término, independentemente da 
duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em 
relação a ela. Pode ser dividida em morte materna obstétrica e não obstétrica. 
OBS.: No cálculo da Razão de Mortalidade Materna, não consideramos as mortes incidentais ou acidentais! 
• Morte Materna Obstétrica: é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término dela, independentemente da 
duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em 
relação a ela. As mortes maternas por causas obstétricas podem ser divididas em obstétricas diretas e obstétricas indiretas; são elas que 
entram no cálculo da mortalidade materna. 
• Morte Materna Obstétrica Direta: é aquela que ocorre por complicações obstétricas durante a gravidez, o parto ouo puerpério, devido 
a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer uma dessas causas. Ex.: mulher que 
morre em decorrência de eclâmpsia ou sangramento pós-parto intenso. Ambas as causas estão relacionadas diretamente à gestação. 
• Morte Materna Obstétrica Indireta: é aquela resultante de doenças que existiam antes da gestação ou que se agravaram durante esse 
período, não provocadas por causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez. Ex.: uma mulher que morre 
por insuficiência cardíaca aguda, devido à hipervolemia fisiológica da gestação. 
• Morte Materna não Obstétrica: é resultante de causas incidentais ou acidentais não relacionadas à gravidez e seu manejo. Também 
chamada por alguns autores como morte não relacionada. Esses óbitos não são incluídos no cálculo da razão de mortalidade materna. 
• Morte Relacionada à Gravidez: é a morte de uma mulher durante o período gestacional ou até 42 dias após o término da gravidez, 
qualquer que tenha sido a causa do óbito. Portanto, corresponde à soma das mortes obstétricas com as não obstétricas. 
• Morte Materna Tardia: é a morte de uma mulher devido a causas obstétricas diretas ou indiretas, que ocorre em um período superior a 
42 dias e inferior a um ano após o fim da gravidez. 
• Mulher em Idade Fértil: segundo a definição internacional, é a morte de mulheres entre 15 e 49 anos de idade. No Brasil, considera-se 
idade fértil a faixa etária entre 10 e 49 anos. A definição brasileira de idade fértil teve como base a experiência dos comitês de morte 
materna, as estatísticas de registros vitais e de procedimentos médicos realizados, que revelam a ocorrência de gravidez em mulheres 
com menos de 15 anos. 
• Razão de Mortalidade Materna: relaciona as mortes maternas obstétricas diretas e indiretas ao número de nascidos vivos. É expresso 
por 100.000 nascidos vivos. Frequentemente, a razão de mortalidade materna é chamada de taxa ou coeficiente. No entanto, ela só 
poderia ser designada assim, se o seu denominador fosse o número total de gestações. Na impossibilidade de obtenção desse dado, 
utiliza-se, por aproximação, o número de nascidos vivos, o que torna mais adequado o uso da expressão razão. 
• Morte Materna Declarada: a morte materna é considerada declarada quando as informações registradas na Declaração de Óbito (DO) 
permitem classificar o óbito como materno. 
• Morte Materna Não Declarada: a morte materna é considerada como não declarada quando as informações registradas na DO não 
permitem classificar o óbito como materno. 
 
 
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Morte violenta (trauma/acidentes) sempre será contabilizada por meio do coeficiente de mortalidade por causas 
externas, mesmo durante o período gestacional, o puerpério ou o parto. Exceção: morte por abortamento 
provocado. 
 
 
− As principais causas de morte materna obstétrica são, em ordem decrescente: síndromes hipertensivas, síndromes hemorrágicas e infecções. 
− De acordo com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ONU, 2015), o número de mortes maternas deve ser reduzido para, no 
máximo, 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Dentre as estratégias para alcançar essa meta, foi criado o Programa Rede Cegonha, com a finalidade 
de estruturar e organizar a atenção à saúde maternoinfantil no país. Além disso, está sendo implantado, gradativamente, em todo o território 
nacional. 
1. Segundo dados da análise Saúde Brasil - 2017, do Ministério da Saúde, o Programa Rede Cegonha propiciou acesso ao pré-natal adequado ou 
mais que adequado para cerca de 70% das mulheres. 
2. Desde 2000, as taxas de cesárea apresentavam uma tendência de aumento, alcançando 57%. No entanto, a partir de 2014, houve uma redução, 
alcançando 55,5%, em 2015. A fim de intensificar esse decréscimo, em 2018, foi lançado o Projeto Parto Cuidadoso, que visa à implementação 
de critérios para avaliar, monitorar e comparar as taxas de cesáreas ao longo do tempo. 
3. O Projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On), importante ferramenta da Rede 
Cegonha, tem, dentre as principais ações, qualificar o ensino e o exercício da obstetrícia e neonatologia, com base nas melhores evidências. 
4. Outra iniciativa, em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), é o Projeto Zero Morte Materna por Hemorragia, que tem o 
objetivo de qualificar as equipes de saúde para o manejo clínico da hemorragia pós-parto. 
 
 
 
SCM-SP 2016 ACESSO DIRETO. Puérpera, 8º dia pós-parto, apresenta quadro séptico de foco 
endometrial, evoluindo para óbito. Trata-se de morte materna: 
A. Obstétrica direta. 
B. Obstétrica indireta. 
C. Não obstétrica. 
D. Acidental. 
 
COMENTÁRIO: Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o 
término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada por 
qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Não 
entra na razão de mortalidade materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais. Podem 
ser divididas em: 1º) Causas obstétricas diretas: resultantes de complicações obstétricas na gravidez, 
parto ou puerpério, devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos 
resultantes de quaisquer das causas acima mencionadas; 2º) Causas obstétricas indiretas: resultantes 
de doenças existentes antes da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez, não 
devido a causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez. 
Portanto, um óbito materno que ocorre no 8º dia pós-parto, em decorrência de um quadro séptico de 
foco endometrial, trata-se de morte materna obstétrica direta (complicação obstétrica da gravidez, e 
não de uma doença já existente). RESPOSTA: Letra A. 
 
 
 
• Mede a probabilidade que uma criança nascida viva tenha de morrer antes de completar 1 ano de idade. É um 
indicador de saúde sensível, que permite avaliar as condições de vida e saúde de uma determinada comunidade. Em 
outras palavras, é um excelente indicador de expectativa de vida da região estudada (por essa razão, a morte infantil 
< 1 ano de vida também é de notificação compulsória). 
 
Número de Óbitos em Menores de 1 ano x 1000 
Número de Nascidos Vivos 
 
• O coeficiente de mortalidade infantil pode ser desdobrado nos seguintes marcadores: 
− Coeficiente de Mortalidade Neonatal: Óbitos em crianças menores que 28 dias (incompletos). A quase totalidade 
das mortes nesse período está relacionada às causas perinatais e às anomalias congênitas. 
 
Número de Óbitos < 28 dias x 1000 
Número de Nascidos Vivos 
 
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− Coeficiente de Mortalidade Neonatal Precoce: Óbitos de crianças com 0 a 6 dias de vida. Permite visualizar melhor 
as causas de morte perinatais e avaliar a assistência ao parto. 
− Coeficiente de Mortalidade Neonatal Tardia: Mede o número de óbitos em crianças na faixa entre 7 e 27 dias. 
− Coeficiente de Mortalidade Infantil Tardia (Pós-Neonatal): Mede o número de óbitos em crianças entre 28 dias e 
até completar um ano de vida. Permite identificar problemas específicos dessa faixa. Ainda nessa faixa, as 
malformações congênitas e anomalias genético-hereditárias ocupam o primeiro lugar dentre as causas de morte, 
sendo o segundo lugar ocupado pelas doenças do aparelho respiratório e o terceiro pelas causas 
infectoparasitárias. Por isso, essa taxa reflete diretamente as melhorias nos serviços de saneamento básico e 
práticas de higiene que nosso país experimentou nas últimas décadas. 
 
Número de Óbitos 28 dias a 1 ano de vida x 1000 
Número de Nascidos Vivos 
 
− Coeficiente de Mortalidade Perinatal: Compreende as mortes no período fetal, ou seja, que começa em 22 
semanas completas (154 dias) de gestação (época em que o peso está ao redor de 500g) e termina com7 dias 
completos após o nascimento. Esse coeficiente permite uma avaliação mais precisa da assistência pré-natal, do 
acompanhamento do parto e das condições gerais de vida da mãe da criança. OBS.: Óbito com menos de 20-22 
semanas é aborto! 
 
Natimortos + Óbitos em menores de 7 dias x 1000 
Número de Nascidos Vivos + Número de Nascidos Mortos 
 
− Coeficiente de Natimortalidade: Mede apenas os natimortos ou nascidos mortos (morto depois da 22ª semana, 
segundo o CID-10, ou após a 28ª semana, segundo a ANVISA), decorrentes de perdas fetais tardias. 
 
Nascidos Mortos x 1000 
Número de Nascidos Vivos + Número de Nascidos Mortos 
 
OBS.: Principais Causas de Morte Infantil no Brasil: 
− Abaixo de 1 ano: 
1. Afecções originadas no período neonatal; 
2. Malformação congênita e anomalias cromossômicas; 
3. Doenças do aparelho respiratório; 
4. Doenças infectoparasitárias (DIP). 
− No Período Neonatal: 
1. Afecções originadas no período perinatal; 
2. Malformação congênita e anomalias cromossômicas; 
3. Desconhecidas. 
− No Período Pós-Neonatal: 
1. Malformações congênitas e anomalias cromossômicas; 
2. Doenças do aparelho respiratório; 
3. Doenças infectoparasitárias. 
 
OBS.: Existe ainda o coeficiente de mortalidade NA INFÂNCIA. Diferentemente do infantil, aqui, são considerados os 
óbitos em MENORES DE 5 ANOS. 
OBS.: Nos últimos 20-30 anos, o Brasil apresentou uma queda importante no coeficiente de mortalidade infantil, 
principalmente no pós-neonatal (principais fatores: campanhas de vacinação e amamentação, condições de 
saneamento e moradia). Atualmente, a maioria morre no período neonatal (das crianças que morrem no 1º ano 
de vida, 50%, aproximadamente, morrem na 1ª semana de vida), embora o risco já esteja muito menor do que há 
20 anos. 
 
 
O predomínio proporcional de mortalidade neonatal precoce nos óbitos < 1 ano é relativamente bom, 
pois representam causas de difícil intervenção médica. 
 
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• Determina capacidade da doença de provocar morte em indivíduos acometidos por ela (mede a gravidade da doença). 
• Mede o risco de o doente morrer pelo agravo que possui. 
 
Número de Óbitos pela Doença X 
Número de Pacientes com a Doença X 
 
 
− Se a questão de prova fala de uma doença desconhecida, podemos obter o coeficiente de letalidade 
dividindo o número de óbitos pela incidência dessa patologia (número de casos novos), já que não 
sabemos sua prevalência (se a doença é desconhecida, não tem casos antigos e, portanto, a incidência 
= prevalência). 
− 
 
 
• Índices não expressam uma probabilidade (ou risco) como os coeficientes, pois o que está contido no denominador 
não está sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador (LAURENTI et al., 1987). 
• Principais características: 
− Os índices, diferentemente dos coeficientes, não medem risco, mas sim proporções, estabelecendo comparações 
entre um subconjunto (no numerador) e o conjunto (no denominador), nas mesmas unidades (Numerador = 
Denominador); 
− Sempre teremos data e lugar estipulados; 
− São expressos em percentual (multiplicados por 100). 
• Diferentemente dos coeficientes, temos apenas um índice para memorizar: o índice de mortalidade (ou mortalidade 
proporcional), que pode ser por idade ou por causa. 
• Então, para relembrar a diferença dos conceitos, vamos revisar: 
− Coeficientes: Avaliam o RISCO. O Numerador é diferente do Denominador; 
− Índices: Avaliam a PROPORÇÃO. O Numerador é igual ao Denominador. 
 
Coeficiente: Numerador ≠ Denominador 
Nº de Óbitos na População ≥ 50 anos 
População ≥ 50 anos 
Índice: Numerador = Denominador 
Nº de Óbitos na População ≥ 50 anos 
Nº Total de Óbitos 
 
 
• As proporções não estimam o risco do evento em uma dada população, porém, são mais fáceis de serem calculadas, 
pois não necessitam de denominadores, como o número de habitantes, para o seu cálculo. Além disso, são mais fáceis 
de serem compreendidas, pois seus resultados são sempre em percentuais (a cada 100 pessoas, tantas morrem por 
doenças do aparelho circulatório, por exemplo). 
• A mortalidade proporcional por idade determina a distribuição percentual dos óbitos por faixa etária, na população 
residente, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. 
 
Número de Óbitos por Faixa Etária x 100 
Número Total de Óbitos 
 
• Interpretação: 
− Mede a participação dos óbitos em cada faixa etária, em relação ao total de óbitos. 
− Elevada proporção de óbitos de menores de um ano de idade está associada a más condições de vida e de saúde. 
 
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− O deslocamento da concentração de óbitos para grupos etários mais elevados reflete a redução da mortalidade 
em idades jovens e o consequente aumento da expectativa de vida da população. 
• Outras variações de concentração de óbitos sugerem correlação com a frequência e a distribuição de causas de 
mortalidade específica por idade e sexo. 
− Índice de Mortalidade Infantil Proporcional por Idade, em Menores de 1 Ano: Distribuição percentual dos óbitos 
de crianças menores de um ano de idade, por faixa etária, na população residente, em determinado espaço 
geográfico, no ano considerado. Indica a participação dos óbitos de cada grupo etário selecionado, em relação aos 
óbitos de menores de um ano de idade. No Brasil, ocorre uma diminuição do índice de mortalidade pós-neonatal. 
 
Número de Óbitos < 1 ano por Faixa Etária 
Número Total de Óbitos < 1 ano 
 
 Neonatal Precoce: Neonatal Tardia: Pós-Neonatal: 
1980 28,0 13,9 58,1 
2011 52,8 16,6 30,6 
 
− Índice de Swaroop-Uemura (ISU) ou Razão de Mortalidade Proporcional: É um índice que mede a percentagem de 
pessoas que morrem com 50 anos ou mais, em relação ao total de óbitos. É um excelente indicador do nível de 
vida. Ela é utilizada quando se quer comparar diversas regiões ou estudar a evolução da mortalidade em 
determinado local. 
 
ISU = Número de Óbitos em Pessoas de 50 anos ou mais x 100 
Número Total de Óbitos em Todas as Idades 
 
• É um dos únicos índices que “quanto maior, melhor” → Quanto maior o ISU, melhor o nível de vida na região 
estudada: é melhor ter o ISU entre 75-100%. Essa faixa de valores indica que a maioria dos óbitos registrados está 
acima dos 50 anos, mostrando que o país permite que as pessoas vivam mais, com baixos índices de mortalidade 
infantil e de mortalidade entre jovens. Note que o ISU foge do padrão dos demais marcadores: quanto maior o ISU, 
melhor a qualidade de vida no país (enquanto isso, quanto maiores fossem os índices de mortalidade infantil/materna, 
pior seria a qualidade de vida do país). Classificação ISU: 
− Primeiro Nível: ISU ≥ 75% (país desenvolvido); atualmente, o ISU do Brasil é de 76%; 
− Segundo Nível: ISU entre 50 e 74%; 
− Terceiro Nível: ISU entre 25 e 49%; 
− Quarto Nível: ISU < 25% (país subdesenvolvido). 
OBS.: A mortalidade proporcional por idade também pode ser representada em gráfico, sendo conhecida como Curva 
de Mortalidade Proporcional (ou Curva de Nelson Moraes). Para isso, primeiro devemos calcular todos os 
percentuais correspondentes às seguintes faixas etárias: menor de 1 ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 19 anos, de 20 a 
49 anos e de 50 anos ou mais (a soma de todos os percentuais dessas faixas etárias deve ser 100%). A seguir, 
colocamos esses valores (percentuais) no gráfico, como mostra a figura abaixo, que também descreve os 4 tipos 
de curvas (nível de saúde muito baixo, baixo, regular e elevado, conforme proposto por Nelson de Moraes). 
− Curva Tipo I (formato em ''N''): Nível de saúde muito baixo. Tem formato de “N”. Predominam os óbitos em 
crianças e adultos jovens. 
− Curva Tipo II (formato em ''L''): Nível de saúde baixo. Tem formato de “L” ou “J invertido”. Predominam os 
óbitos infantis e em pré-escolares. 
− Curva Tipo III (formato em ''U/V''): Nível de saúde regular. Curva em formato de “U”. Começa a elevar a 
mortalidade em indivíduos com maisde 50 anos, mas a mortalidade infantil é considerada alta. 
− Curva Tipo IV (formato em ''J''): nível de saúde elevado. Curva em formato de “J”. Predomínio de mortalidade 
em indivíduos com mais de 50 anos. 
 
Vejamos, na sequência, gráficos que indicam, demonstram, justamente como são as Curvas de Mortalidade Proporcional 
(ou as Curvas de Nelson Moraes). 
 
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Figura 8 – Curvas de Mortalidade Proporcional (Curvas de Nelson de Moraes). Fonte: LAURENTI et al, 1987. 
 
 
FBO-GO 2016 ACESSO DIRETO. Para avaliar o nível de saúde de uma população, utilizou-se a curva de 
Nelson Moraes para dois biênios: 1980/81 e 2000/01. Ao final do estudo, encontrou-se uma curva tipo 
U, no primeiro biênio, e uma curva tipo J, no segundo biênio. Desse modo, indique a alternativa 
CORRETA: 
A. As curvas tipo I, em forma de J invertido, indicam nível de saúde muito baixo, com predomínio de 
óbitos em jovens e idosos, portanto, piorou o nível de saúde da população em questão. 
B. As curvas tipo II, em forma de U, indicam elevado nível de saúde, com predomínio de óbitos nos 
extremos de faixas etárias, portanto, piorou o nível de saúde. 
C. As curvas tipo II, em forma de U, indicam nível de saúde regular, com baixa proporção de óbitos 
em grupo infantil, pré-escolares e jovens, portanto, piorou o estado de saúde da população. 
D. As curvas tipo IV, em forma de J, indicam nível elevado de saúde, com predomínio de óbitos em 
idosos, portanto, melhorou o estado de saúde da população. 
 
COMENTÁRIO: Questão sobre curvas de mortalidade proporcional (de Nelson de Moraes). Vamos ver: 
− Curva Tipo I: Nível de saúde muito baixo. Tem formato de “N”. Predominam os óbitos em crianças 
e em adultos jovens; 
− Curva Tipo II: Nível de saúde baixo. Tem formato de “L” ou de “J invertido”. Predominam os óbitos 
infantis e em pré-escolares; 
− Curva Tipo III: Nível de saúde regular. Curva em formato de “U”. Começa a crescer a mortalidade 
em indivíduos com mais de 50 anos, mas a mortalidade infantil ainda é alta; 
− Curva Tipo IV: Nível de saúde elevado. Curva em formato de “J”. Predomínio de mortalidade em 
indivíduos com mais de 50 anos. 
RESPOSTA: Letra D. 
 
 
 
• É a proporção de determinada causa (ou agrupamento de causas) no conjunto de todos os óbitos. Por exemplo, a 
mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório é a proporção de óbitos por doenças do aparelho 
circulatório em relação ao total de óbitos, no mesmo período e local. 
• Calcula a proporção de óbitos por causa, permitindo uma avaliação mais precisa das principais causas de óbito em 
uma população, bem como a comparação com outras populações. 
 
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• A distribuição dos grupos de causas pode sugerir associações com os fatores contribuintes ou determinantes das 
doenças, por exemplo: proporções elevadas de óbitos por doenças infecciosas e parasitárias refletem, em geral, 
baixas condições socioeconômicas e sanitárias. 
 
Número de Óbitos por Grupo de Causas Definidas x 100 
Número Total de Óbitos 
 
• Atualmente, com a implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) no Brasil, algumas 
proporções de importância epidemiológica também podem ser calculadas, como: 
− Taxa de Nascidos Vivos com Baixo Peso ao Nascer: % nascidos vivos com peso ao nascer < 2.500g, em relação ao 
total de nascidos vivos em determinado período e local; 
− Taxa de Nascidos Vivos com Mães Adolescentes: % de nascidos vivos com mães de idade < 20 anos, em relação 
ao total de nascidos vivos em determinado período e local; 
− Taxa de Nascidos Vivos por Cesárea: % nascidos vivos por cesárea, em relação ao total de nascidos vivos em 
determinado período e local; 
− Taxa de Nascidos Vivos Prematuros: % de nascidos vivos com menos de 37 semanas (até 36 inclusive) de gestação. 
 
 
 
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• A avaliação da qualidade de testes diagnósticos é um tema de interesse da investigação clínica e epidemiológica. Em 
pesquisa epidemiológica, testes diagnósticos são entendidos não apenas como exames laboratoriais, mas também se 
referem a procedimentos diversos, como interrogatório clínico, exame físico e métodos propedêuticos diversos. 
O desempenho de um teste diagnóstico depende da ausência de vieses e da sua precisão (o mesmo teste aplicado ao 
mesmo paciente ou amostra deve produzir mesmos resultados), ou seja, da validade e da reprodutibilidade do teste. 
 
 
• A validade de um teste refere-se a quanto, em termos quantitativos ou qualitativos, um teste é útil para diagnosticar 
um evento (acurácia) ou para predizê-lo (valor preditivo). Para determinar a validade, compara-se os resultados do 
teste com os de outro teste já validado (de preferência), que pode ser: o verdadeiro estado do paciente (se a 
informação está disponível); um conjunto de exames julgados mais adequados, ou; uma outra forma de diagnóstico 
que sirva de referência. 
• O teste diagnóstico ideal deveria fornecer sempre a resposta correta, ou seja, um resultado positivo nos indivíduos 
com a doença e um resultado negativo nos indivíduos sem a doença. 
• Além disso, deveria ser um teste rápido de ser executado, seguro, simples, inofensivo, confiável e de baixo custo. 
 
 
• Para definir os conceitos de sensibilidade e especificidade, serão utilizados como exemplos testes com resultados 
dicotômicos, isto é, resultados expressos em duas categorias: positivos ou negativos. 
• O teste é considerado positivo (anormal) ou negativo (normal) e a doença presente ou ausente. Assim, na avaliação 
de um teste diagnóstico, existem 4 interpretações possíveis para o resultado do teste: duas em que o teste está 
correto e duas em que está incorreto. O teste está correto quando ele é positivo na presença da doença (resultados 
verdadeiro-positivos) ou negativo na ausência da doença (resultados verdadeiro-negativos). Por outro lado, o teste 
está errado quando ele é positivo na ausência da doença (falso-positivo) ou negativo quando a doença está presente 
(falso-negativo). Os melhores testes diagnósticos são aqueles com poucos resultados falso-positivos e falso-negativos. 
 
 
Figura 9 – Validação de um Teste Diagnóstico. Fonte: Adaptado de PEREIRA, 1995. 
 
• As seguintes proposições/indicadores podem ser calculados através dos resultados da figura anterior: 
a. Sensibilidade: a/(a+c); 
b. Especificidade: d/(b+d); 
c. Prevalência: (a+c)/N; 
d. Valor preditivo positivo: a/(a+b); 
e. Valor preditivo negativo: d/(c+d); 
f. Classificação correta (acurácia): (a+d)/N; 
g. Classificação incorreta: (b+c)/N. 
 
Verdadeiro 
negativo 
Falso 
negativo 
Falso 
positivo 
Verdadeiro 
positivo 
d c 
b a 
Teste 
N (a + b + c+ d) b + d a + c 
c + d Negativo 
a + b Positivo 
Ausente Presente 
Doença (Padrão-Ouro) 
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• Sensibilidade: É a capacidade que o teste apresenta de detectar os indivíduos verdadeiramente positivos, ou seja, de 
diagnosticar corretamente os doentes. Quanto mais sensível for o teste, menos falso-negativos ele terá. 
• Especificidade: É a capacidade que o teste tem de detectar os verdadeiro-negativos, isto é, de identificar 
corretamente os indivíduos sadios. Quanto mais específico o teste, menos falso-positivos ele apresentará. 
• Acurácia: Capacidade do teste em acertar os diagnósticos, tanto em pacientes doentes (verdadeiro-positivos), quanto 
em pacientes saudáveis (verdadeiro-negativos). O teste ideal, com 100% de sensibilidade e especificidade, não existe 
na prática, pois a tentativa de melhorar a sensibilidade, frequentemente tem o efeito de diminuir a especificidade. 
OBS.: Em indicações de procedimentos de risco (certas cirurgias), por exemplo, deve-se evitar resultados falso-positivos. 
Nesses casos, o ponto de corte deve ser definido de tal forma que aumente a especificidade do teste. 
OBS.: Por outro lado, em triagens sorológicas em bancos de sangue, para

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