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2 
 
 
Palavras do Diretor Presidente, Pastor Thiago Della Rosa. 
 
É com muita honra e satisfação que damos as boas vindas 
aos alunos do curso de Teologia da ETADS. A ETADS é a Escola 
Teológica da Assembleia de Deus em Sinop que tem como missão 
primordial oferecer um ensino teológico de qualidade para todas as 
pessoas que queiram “crescer na graça e no conhecimento”. 
A busca pelo conhecimento sempre foi um dos pilares 
norteadores da humanidade e o avanço tecnológico que 
vivenciamos nos dias atuais tem revolucionado o comportamento 
do homem, tanto na sua forma de pensar como na de agir. O 
conhecimento e a ciência se completam e cada vez mais, vivemos 
em uma sociedade onde a informação e o conhecimento caminham 
juntos e a passos largos. 
Nesse contexto, é primordial para àqueles que queiram se 
aprofundar no conhecimento bíblico, conhecimentos coexistentes 
do desenvolvimento humano em seus diferentes níveis. Assim, a 
ETADS irá proporcionar aos atuais e futuros alunos, o 
desenvolvimento do conhecimento científico e bíblico, pois a 
interação desses conhecimentos, requer habilidades, em especial, a 
pesquisa e a observação, aliadas à inteligência em reconhecer a 
importância da Teologia para o desenvolvimento social, espiritual 
e intelectual do futuro teólogo. 
Diante disso, desejamos a todos alunos, futuros teólogos, 
uma excelente caminhada na busca pelo conhecimento bíblico e 
teológico e que a cada dia “conheçamos e prossigamos em 
conhecer ao Senhor”. Bons estudos. Deus abençoe a sua vida! 
 
 
3 
Pr. THIAGO DELLA ROSA é Ministro do Evangelho, 2º Vice-
Presidente da COMADEMAT (Convenção de Ministros das 
Assembleias de Deus no Mato Grosso), Presidente do 
CROADENORTE (Conselho Regional de Ministros das 
Assembleias de Deus no Norte do Mato Grosso), Presidente da 
Assembleia de Deus em Sinop-MT, Membro do Conselho de 
Educação e Cultura da CGADB. Mestre em Teologia pela 
FAETAD (Faculdade das Assembleias de Deus, Campinas-SP), 
Bacharel em Teologia (FAETPMAT), Licenciado em História, 
Pós-Graduado em Ciências da Religião, Pós-Graduado em 
Sociologia, Bacharel em Direito. O Pastor Thiago Della Rosa é 
casado com Tânia Brum Della Rosa e pai de Lucas Della Rosa e 
Felipe Della Rosa. 
Pastor Thiago Della Rosa 
Diretor Presidente 
 
 
4 
 
 
Boas vindas do Diretor Executivo, Isaac Gonçalves 
Aranha Junior 
Olá, desejamos boas-vindas a você, que bom que 
decidiu aumentar seus conhecimentos acerca da palavra de 
Deus. Parabéns! 
Durante muito tempo alguns cristãos evangélicos 
acreditaram no mito que dizia que só pode ser cheio do Espírito 
Santo se for ignorante, “a letra mata” diziam eles, no entanto, 
só o fato de usarem essa frase já demonstra o quanto é 
necessário estudar a fim de não interpretar errado o texto 
bíblico, pois na segunda carta de Paulo aos Coríntios a “letra 
que mata” é a letra da Lei e não o conhecimento, o próprio 
Paulo era um intelectual, poliglota, dominava a cultura judaica 
e a filosofia grega, por isso Deus o enviou à macedônia com o 
propósito de pregar aos filósofos (Atos 17). Jesus afirmou que 
o povo perece por falta de conhecimento. 
O Apóstolo Paulo, Agostinho de Hipona, Jhon 
Wycliffe, Martinho Lutero, João Calvino, Jonathan Edwards, 
Daniel Berg, Gunnar Vingren, dentre outros, são exemplos de 
que é possível ser cheio do Espírito Santo e exímio teólogo. A 
Bíblia sagrada orienta que aquele que ensina deve esmerar- se 
no fazê-lo, tal esmero passa pela dedicação no aprendizado, 
pois “quem não senta para estudar, não tem autoridade para 
levantar-se para ensinar”. 
Deus o abençoe nessa grandiosa etapa de aprendizado, 
nós da ETADS estamos à disposição para auxiliá-lo no que for 
necessário. 
 
 
5 
a
Soli Deo Gloria 
PR. ISAAC ARANHA é Ministro do Evangelho, Mestre em 
Teologia pela Faculdade Teológica das Assembleias de Deus 
( Campinas – SP – 2019) Possui Especialização em Docência 
no Ensino Superior pela Faculdade de Educação São Luís (2017), 
Pós-graduação em Língua Grega pelo Centro de Pós-Graduação 
Andrew Jumper - Instituto Presbiteriano Mackenzie (2016), 
Bacharel em Teologiapela Faculdade Teológica Sul Americana 
(2015), Licenciatura em Filosofia pela Faculdade Geremário 
Dantas (2017), Licenciatura em História (UNIASSELVI 
2022), Licenciatura em Geografia (UNIASSELVI 2022), 
Licenciatura em Sociologia (UNIASSELVI 2022). É professor 
universitário, tem experiência nas áreasde Teologia e Filosofia, 
com ênfase em História da Filosofia, Bacharel em Direito (FASIPE 
2019). É Militar da Força Aérea Brasileira, casado com Natália 
Belém Cavalcante Aranha pai de Isaac Cavalcante Aranha e 
Yasmin Cavalcante Aranha. 
ISAAC ARANHA 
Diretor Executivo da ETADS 
BIBLIOLOGIA TEOLOGIA - ONIC 
SUMÁRIO 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
II. O que é a Bíblia 
III. Por que devemos estudar a Bíblia 
IV. Como devemos estudar a Bíblia 
V. Como podemos entender a Bíblia 
VI. Observações úteis e práticas no manuseio e estudo da Bíblia 
VII. Fontes de consulta 
VIII. Observações sobre fonte de cultura 
 
IX. A BÍBLIA E SUA HISTÓRIA 
X. Materiais em que a Bíblia foi originalmente escrita 
XI. Formato primitivos da Bíblia 
XII. O tipo de escrita primitiva da Bíblia 
XIII. As línguas originadas da Bíblia 
XIV. Os escritores da Bíblia 
XV. A origem do nome “Bíblia” 
XVI. Manuscritos originais da Bíblia 
XVII. Famosas traduções da Bíblia 
XVIII. A Bíblia em português 
XIX. As Bíblias de Edição Católico – Romana. Os apócrifos 
XX. A Bíblia Hebraica 
XXI. As sociedades Bíblicas 
XXII. As modernas versões da Bíblia 
 
XXIII. A BÍBLIA E SUA ESTRUTURA 
XXIV. A Unidade Física da Bíblia 
XXV. A Estrutura da Bíblia 
XXVI. O Tema Central de Todos os Livros da Bíblia 
XXVII. Fatos e Particularidades da Bíblia 
 
XXVIII. A BÍBLIA E SUA MENSAGEM 
XXIX. A origem divina da Bíblia 
XXX. A aplicação da mensagem da Bíblia 
 
 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 1 
INTRODUÇÃO 
 
A Bíblia Sagrada é o livro do ontem porque descreve toda a criação, é o 
livro do hoje porque as mensagens são sempre contemporâneas e 
mais atual do que jornal que vai circular amanhã, e é o livro do futuro 
porque garante a nossa eternidade com Cristo. 
De acordo com o Reverendo Hernandes Dias Lopes ele afirma que: 
 
“A Bíblia é o livro dos livros. Inspirado por Deus, escrito pelos homens, 
concebido no céu, nascido na terra, odiado pelo inferno, pregado pela 
Igreja, perseguido pelo mundo e crido pelos fiéis. A Bíblia é o livro dos 
paradoxos: é o livro mais lido e o mais desconhecido. É o livro mais 
amado e o mais odiado. É o livro mais obedecido e o mais escarnecido. 
É o mais pregado e o mais combatido. A Bíblia tem sido o farol de 
Deus na escuridão da história. Ela é o fanal que orienta o nauta. Ela é 
o mapa que norteia o caminhante. A Bíblia é o coração de Deus aberto. 
É o braço de Deus estendido. É a vontade de Deus declarada. Na 
Bíblia os céus e a terra se abraçam. O infinito toca o finito. O eterno 
invade o temporal. O divino e o humano se encontram. A Bíblia é a 
espada do Espírito – poderosa arma de combate contra as hostes 
inimigas que conspiram contra nós, que com sutilezas vis tentam nos 
arrastar na correnteza do pecado e nas seduções do mundo. A Bíblia é 
o bisturi de Deus que corta e amputa os tumores infectos da alma e 
cirurgia os abcessos do coração. A Bíblia é fogo que consome os 
entulhos da nossa vida e queima a pragana que suja a nossa alma. A 
Bíblia é martelo que quebra as nossas resistências e a dureza pertinaz 
do nosso coração. A Bíblia é o livro de Deus. É o livro do céu. É o livro 
dos livros. É o livro acorrentado que tem trazido livramento. É o livro 
queimado nas fogueiras que tem tirado vidas das chamas do inferno. É 
o livro odiado que tem ensinado o perdão. É o livro queaponta para a 
salvação!1 
 
Napoleão Bonaparte depois de ter lido trechos da Bíblia, ficou estarrecido e afirmou 
a Bíblia não é um simples livro mais uma criatura vivente. 
Por esta razão convido você a mergulhar comigo nesse caudaloso e profundo rio do 
conhecimento de Deus. 
O Pr. Hernandes Dias Lopes nos apesenta três razões porque devemos crer na 
Bíblia. 
 Primeiro por causa da sua unidade na diversidade 
Ela foi escrita durante 1600 anos. De Moisés a João na ilha de Patmos. 
 
1 Hernandes Dias Lopes – site: http://hernandesdiaslopes.com.br/2004/05/por-que-creio-na-biblia/#.V4-
fnPkrLIU 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 2 
Ela foi escrita por cerca de 40 escritores. De lugares diferentes, de culturas 
diferentes, para destinatários diferentes. 
Ela foi escrita em idiomas diferentes, entretanto, em momento algum sua harmonia 
foi afetada. Há uma coesão, sintonia, uma concordância absoluta. Hoje a Bíblia é mais 
atual do que o jornal do dia. 
 Segundo por causa do cumprimento das profecias 
Só no Velho Testamento há mais de 2000 profecias que já se cumpriram 
literalmente. 
A Bíblia escreve história antes dela acontecer. 
Os vaticinadores atuais são falhos e suas profecias são vagas – ex. 
NOSTRADAMUS. 
a) Profecias acerca de Tiro – capital da Fenícia = Ez 26.19-21; 26.4,5; 26.12-14. 
b) Profecias acerca da Babilônia = Is 13.19; Jr 51.58,62; Jr 50.13,39 
c) Profecias acerca dos nossos dias, veja: 
Caos moral - 2 bilhões de litros de cachaça/ano; 4 milhões de aborto/ano; 20 
milhões de crianças abandonadas; AIDS; falência do casamento; crimes; injustiças. 
Caos social - a fome, a injustiça, pessoas catando lixo para comer; assaltos, 
sequestros, estupros, violência rural e urbana. 
Caos espiritual - Racionalismo – Idealismo – Materialismo – Evolucionismo – 
Existencialismo Positivismo – Humanismo. 
 Terceiro pela transformação que ela opera 
A Inglaterra do século XVIII = Estava num caos. Davi Hume, John Locke e Voltaire 
era os homens lidos. Os país naufragava. A sabedoria humana sem Deus estava levando o 
país ao caos. – Wesley e Whitefield se levantaram com a Bíblia na unção do Espírito e o 
país foi salvo. 
Todas as nações que cresceram debaixo da bandeira da Bíblia desenvolveram. 
Todas as nações que foram colonizadas com o ensino da Bíblia são prósperas, ricas 
– e se hoje estão se degenerando é porque estão abandonando a Bíblia. 
A AIDS = no final do milênio estima-se que cada família terá um aidético. Hoje as 
autoridades dizem: a questão não é a INFORMAÇÃO, mas a TRANSFORMAÇÃO – (mas a 
transformação é só através da Bíblia). 
A Ilha de Fidji = Há alguns anos, um conde inglês visitou a Ilha de Fidji. Ele sabia 
que as condições morais ali tinham sido péssimas e admirou-se do que eram por ocasião 
da sua vida. Esse incrédulo, visitando um velho chefe da tribo, que parecia civilizado disse: 
“O senhor é um grande chefe. É pena que tenha sido ingênuo bastante para crer na Bíblia. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 3 
Lá no meu país ninguém mais crê nesse velho livro nem ouve a história de Jesus cristo. O 
povo hoje está ilustrado e não crê nisso mais. Estou triste porque o senhor crê nessas 
bobagens.” 
Os olhos do velho chefe flamejaram e ele respondeu: “o senhor está vendo aquele 
forno? Ali é que nós queimávamos os corpos humanos para as nossas grandes festas. Se 
não fosse esse velho livro, a Bíblia e Jesus Cristo que nos transformou de selvagens em 
verdadeiros filhos de Deus, o senhor já teria sido morto e assado naquele forno. E nós já 
lhe teríamos comido a carne.” 
Eu creio na Bíblia porque através dela eu conheci o amor de Deus e recebi a Jesus 
como meu Salvador e Senhor. 
 
2. O QUE É A BÍBLIA 
 
A Bíblia é uma união de livros (Biblioteca) que tem duas partes: Antigo e Novo 
Testamento. Sem o Novo Testamento o Antigo Testamento é uma história inacabada. Sem 
o Antigo Testamento o Novo Testamento não pode ser compreendido. 
O Antigo Testamento é visto como o “tempo da pregação” e o Novo Testamento “o 
tempo da realização” – Mc. 1.15. 
De acordo com Russell Norman Champlin a Bíblia é uma biblioteca de 66 livros, 
escrita por 40 autores; não obstante, nela se desenvolve um único tema, que une todas as 
partes, a redenção do homem, veja: 
Mais de três partes da Bíblia correspondem ao Antigo Testamento. 
 Os 11 primeiros capítulos do livro de Gêneses, o livro de Jó, e partes de escritos dos 
profetas tratam de assuntos diferentes do conteúdo maior do Antigo Testamento. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 4 
Estes tratam de assuntos gerais, enquanto os demais, da relação de Deus com a 
raça escolhida: O povo Judeu. 
 A Palavra Testamento (berít) traduzida do hebraico por Jerônimo na Vulgata, 
significa Aliança. A palavra Testamento encontrada na Bíblia como lemos, foi a 
tradução do latim testamentum para traduzir a palavra hebraica Aliança.2 
 
O tema central do Antigo Testamento (Redenção do Homem) com relação a toda a 
Bíblia divide-se assim: 
1. Antigo Testamento – A preparação do Redentor; 
2. Os Evangelhos – A manifestação do Redentor 
3. Os Atos dos Apóstolos – A proclamação da mensagem do Redentor; 
4. As Epístolas – A explicação da obra do Redentor; 
5. O Apocalipse – A consumação da Obra do Redentor. 
 
2.1 TESTES USADOS PARA DETERMINAR A CANONICIDADE 
2.1.1 Definição de canonicidade 
A palavra cânon deriva do grego kanõn ("cana, régua"), que, por sua vez, se origina 
do hebraico kaneh, palavra do Antigo Testamento que significa "vara ou cana de medir" (Ez 
40.3). Mesmo em época anterior ao cristianismo, essa palavra era usada de modo mais 
amplo, com o sentido de padrão ou norma, além de cana ou unidade de medida. O Novo 
Testamento emprega o termo em sentido figurado, referindo-se a padrão ou regra de 
conduta (Gl 6.16).3 
Conforme o teólogo Laird Harris para determinar a posição de um livro no cânon 
foram usados os seguintes princípios, veja: 
 
APOSTOLICIDADE. O LIVRO FOI ESCRITO POR UM APÓSTOLO, OU POR ALGUÉM 
ASSOCIADO DE PERTO COM OS APÓSTOLOS? ESTA QUESTÃO TINHA ESPECIAL 
IMPORTÂNCIA COM RESPEITO A MARCOS, LUCAS, ATOS E HEBREUS, JÁ QUE 
MARCOS E LUCAS NÃO SE ENCONTRAVAM ENTRE OS DOZE E A AUTORIA DE 
HEBREUS ERA DESCONHECIDA. CONTEÚDO ESPIRITUAL. O LIVRO ESTAVA 
SENDO LIDO NAS IGREJAS E SEU CONTEÚDO ERA UM MEIO DE EDIFICAÇÃO 
ESPIRITUAL? ESTE ERA UM TESTE MUITO PRÁTICO. EXATIDÃO DOUTRINÁRIA. O 
CONTEÚDO DO LIVRO ERA DOUTRINARIAMENTE CORRETO? QUALQUER LIVRO 
CONTENDO HERESIA, OU CONTRÁRIO AOS LIVROS CANÔNICOS JÁ ACEITO, ERAM 
REJEITADOS. USO. O LIVRO FORA UNIVERSALMENTE RECONHECIDO NAS 
IGREJAS, SENDO AMPLAMENTE CITADO PELOS PAIS DA IGREJA (LÍDERES DA 
 
2 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
3 CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova, 1995. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 5 
IGREJA PRIMITIVA)? INSPIRAÇÃO DIVINA. ELE DAVA VERDADEIRA EVIDÊNCIA DE 
INSPIRAÇÃO DIVINA? "ESTE ERA O TESTE BÁSICO, E TUDO TERIA QUE 
CONVERGIR PARA ESTE PONTO.4 
 
A humanidade recebeu o maior legado de todos os tempos a revelação de Deus. 
Seu real tradutor é o Espírito Santo. Seu tema central é o Senhor Jesus Cristo e o 
assunto peculiar é a Cruz. 
Esta atitude para com a Bíblia é de capital importância para o êxito no seu estudo. 
Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa para com Deus. 
Sendo a Bíblia a revelação de Deus ele expressaa vontade de Deus. Ignorar a Bíblia 
é ignorar essa vontade. 
Émile Jean Horace Vernet, afirma que antes que homens e mulheres pudessem ler ou 
escrever, eles passavam adiante histórias do passado do seu povo de boca em boca, de 
acordo com o Salmo 44.1.5 
Os primeiros sistemas de escritas do mundo estavam entrando em uso na 
Mesopotâmia (atual Iraque) quando Abraão recebeu o chamado do Senhor, nesta época 
um tipo de escrita chamada CUNEIFORME (símbolos, conhecidos como sinais gravados 
em argila), já estava entrando em uso e no Egito estava em uso os HIERÓGLIFOS 
(desenhos). 
Certo autor anônimo corretamente declarou: “A Bíblia é Deus, falando ao homem; é 
Deus falando através do homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a favor do 
homem; mais é sempre Deus falando!” 
De acordo com Stephen Neill, quando o Apóstolo Paulo estava próximo de ser 
executado ele escreveu o que muitos acreditam que tenha sido a sua última carta ainda 
existente. Ele a endereçou ao seu grande amigo Timóteo, líder de uma Igreja situada onde 
hoje é a Turquia. “Toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus”, escreveu Paulo, e é útil 
para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de 
viver” (2Timóteo 3.16).6 
 
2.2 A VIVA E EFICAZ PALAVRA DE DEUS 
 
O Capitulo 4:12 e 13 de Hebreus é uma alusão à Palavra de Deus escrita. 
Deus, entretanto, jamais se separa da Sua Palavra; por isto, existe sempre uma 
 
4 HARRIS, Laird, Inspiração e Canonicidade da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. 
5 HORACE, Émile-Jean." Encyclopædia Britannica. Ultimate Reference Suite. Chicago: Encyclopedia 
Britannica, 2009. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 6 
relação íntima entre o Verbo (Jo 1.1,14) e a Palavra de Deus falada ou escrita (Lc 5.1; 
Mc 7-13). 
Podemos observar as seguintes características da Palavra de Deus. 
 
2.3 - Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz (Hb 4.12a) 
 
A palavra grega “zon” - viva, está colocada em primeiro lugar na sentença por uma 
questão de ênfase. 
As Escrituras recebem esta qualificação porque são a Palavra do Deus vivo, a efusão 
da vida divina. 
Jesus salientou esta grande verdade quando disse: As palavras que eu vos tenho dito 
são espírito e são vida (Jo 6.63b). 
A palavra “energes” traduzida como “eficaz” significa poder em ação, em contraste 
com poder em potencial. E expressa, portanto, por palavras como ativo, vigoroso, eficiente. 
O escritor de Hebreus se referia à Palavra escrita que os judeus possuíam e a 
considerou como o poder ativo de Deus, o que se observa pelos pronomes pessoais do 
versículo seguinte (suas, daquele). 
 
2.4 - E mais cortante do que qualquer espada de dois gumes (Hb 4.12b) 
 
A palavra “distomon” significa literalmente de “duas bocas”, e é uma alusão à espada 
curta, usada pelos legionários romanos (Ef 6.17). 
Essa espada é usada como ilustração do poder penetrante da Palavra de Deus. 
Assim como a espada atravessa a carne e corta os ossos, expondo a medula, a Palavra de 
Deus pode atravessar a alma e o espírito até os pensamentos e desígnios mais íntimos do 
coração. 
 
2.5 - E penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas 
(Hb 4.12c) 
 
O verbo traduzido como penetrar é “diikoumenos” que significa cortar ao meio ou ir de 
princípio ao fim. O uso da palavra significa dividindo ou separando, em conexão com as 
palavras (te Kai), denota a divisão tanto da alma como do espírito, e também das juntas e 
 
6 NEILL, Stephen. História das missões cristãs. São Paulo: Vida Nova. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 7 
medulas (no plural). 
O teólogo Westcott afirmou que a explicação mais simples do texto é considerar as 
duas cláusulas compostas como ligadas e representam a parte imaterial do ser do homem 
(alma e espirito) e os últimos (juntas e medulas), a material. 
Pode-se, então, dizer que a Palavra ou a Revelação divina penetra todo o ser do 
homem. 
Desta forma o estudioso Ebrard bem parafraseia o encadeamento de ideias contido 
nesse texto: 
“A Palavra de Deus é mais afiada do que toda espada de dois gumes, pois 
penetra a ponto de dividir ao meio o espírito bem como a alma, lembrando assim 
uma espada, que penetra até a separação das partes, tanto da medula como das 
juntas”. 
 
2.6 – “Alma e espirito” (Hb 4.12c) 
 
O emprego dos termos alma e espírito exige consideração adicional. 
Sabe-se que a palavra grega “psiche” não é o equivalente exato da palavra alma, 
sendo usada pelos gregos para significar meramente a vida que anima o corpo, 
compreendida como a fonte dos apetites e desejos carnais. 
Para nós, o vocábulo alma está associado a uma ideia mais profunda como a parte 
imaterial ou espiritual do homem, que, portanto, compõe-se de uma dimensão material, o 
corpo, e de uma imaterial, conhecida como alma ou espírito. 
Todavia, a parte imaterial é considerada pelo escritor da Epístola aos Hebreus de 
duas maneiras: a alma, que anima o corpo, e o espírito, que é a fonte de nossas relações 
para com Deus. 
É isto que dá origem ao seu ensino sobre a tricotomia (corpo, alma e espirito). 
E o que o escritor de Hebreus afirma é que a Palavra de Deus penetra muito além 
disto, e, assim, é capaz de renovar e santificar o entendimento do homem (Rm 12.2). 
A esta última condição, o escritor de Hebreus aplica o termo espiritual, em oposição 
ao meramente psíquico. 
 
2.7 – E é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 
4.12d) 
 
Esta declaração se adiciona materialmente à ideia do poder penetrante da 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 8 
Palavra. 
O termo usado neste contexto é coração, e não alma e espírito, como antes, 
sendo aquele o centro ativo da existência pessoal. Do coração, do ser interior 
procedem “enthumeseis”, os desejos naturais, as paixões, reflexões e meditações 
que se manifestam livremente na mente natural; e, a vida mental do consciente, as 
opiniões, os princípios e as ideias formados com base nas reflexões anteriores, que 
têm como resultado a atividade intencional. 
Assim, temos a Palavra sondando os pensamentos e propósitos do coração. 
A expressão apta para discernir não é “krites” que significaria julgar, e sim 
“kritikos” que denota o que é hábil no julgamento. 
A Bíblia, portanto, exerce um efeito distintivo e crítico sobre todo o caráter 
moral do homem, e o discernimento, os julgamentos, as advertências e as 
consolações que traz são sempre infalível e impecavelmente verdadeiros. 
A Palavra de Deus nos permite distinguir entre o que é natural e o que é 
operado em nós pelo Espírito. Como as juntas que unem os membros ficam 
mortas sem a medula, assim a alma está morta em delitos e pecados antes de 
ser vitalizada pelo Espírito vivificador. A transmissão da vida espiritual na 
regeneração, contudo, não remove a natureza carnal, que Paulo chama carne e 
condena como inimizade contra Deus (Rm 8.7). 
Todavia, a Palavra penetra nos recônditos do coração e manifesta o que é 
espiritual e o que é carnal. Esta penetração, este rasgar a carne, é cirurgia dolorosa, 
mas resulta na saúde da alma e na inteireza ou santidade do coração e da vida. 
E da maior importância identificar estes dois estágios da experiência cristã 
e do conhecimento pessoal de Deus. 
O primeiro é o recebimento do dom da vida, que nos dá poder para caminharno Espírito e permite que não atendamos aos desejos da carne, embora o 
conflito na alma permaneça (G1 5.16,17). 
O segundo é o início da caminhada para um plano mais elevado, em que 
a natureza carnal é crucificada, sendo removidas as suas manifestações de maus 
desejos e paixões desordenadas. 
Dessa forma, a pureza se dissemina em todo o ser, e a alma entra na 
plenitude da bênção de Cristo. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 9 
2.8 – E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo 
contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a 
quem temos de prestar contas (Hb 4.13) 
 
Nesta passagem bíblica, Deus e a Sua Palavra parecem estar 
identificados pelo uso dos dois pronomes pessoais o que pode ser uma síntese 
do pensamento do versículo anterior, em que é usada a expressão Palavra de 
Deus. 
A transição da manifestação de Deus por meio da Sua Palavra para a 
manifestação de Deus por meio da Sua pessoa é perfeitamente natural, sendo 
ainda confirmada pela última sentença. O termo aqui é face a face, o que torna claro 
que estamos sempre sujeitos à onisciência do Todo-poderoso. 
Não há dúvida de que esta declaração liga eficazmente Deus à Sua palavra e 
substancia o que é dito neste sentido. 
A frase manifesta na sua presença, no grego, está expressa na forma 
negativa “afanes”, isto é, não-aparente, tratando-se de uma declaração enfática de 
que nada há que não seja aparente ou evidente a Deus. 
Assim, os olhos do Senhor, Sua providência estende-se a todas as Suas 
criaturas, de sorte que nem mesmo um pardal é esquecido pelo Pai. Toda a criação 
está constantemente diante da Sua vista, e não existe nada que possa ocultar-se à 
sua visão ou obscurecê-la. 
A intensidade desta visão é ainda fortalecida pela palavra “gumna” 
descobertas, e pelo acréscimo do grego “tetrachelismena”, que significa aberto ou 
posto nu, daí despido de todo disfarce, patente. Isso significa dizer que nada 
escapa do golpe de vista de Deus. 
Esse versículo é especialmente enfático por conter uma dupla negativa: não 
há criatura esta no singular, que não seja manifesta e todas as coisas esta no 
plural, estão descobertas, ou seja, sem disfarce. 
E evidente que não se poderia dar maior ênfase a esta grande verdade da 
existência do olho daquele que tudo vê e a quem temos de prestar contas.7 
 
 
7 Biblical Commentary on the epistle to the Hebrews, p. 163) 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 10 
A TORÁ 
 
 
Nota-se que os cinco primeiros livros da Bíblia foram reunidos e são 
conhecidos como Pentateuco e para o judeu como a TORA e a LEI. 
Todos esses livros – Genesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio 
foram “entregues” por Deus a Moisés no período da peregrinação dos hebreus no 
deserto, depois de serem libertos da escravidão no Egito. 
Os livros da TORA forma a base fundamental tanto para o Judaísmo como 
para o Cristianismo. Muitos judeus ortodoxos8 se limitam quase que exclusivamente 
à Tora e se dedicam a leitura diária dos seus livros para garantir que seja lido, do 
começo ao fim, todo o ano. Para os cristãos 
 
Os grandes temas de cada livro da Bíblia. 
 
GÊNESIS - No princípio, criou Deus os céus e a terra. (Gênesis 1:1). Observa-se em 
gênesis o ser humano arruinado e a pré história de Israel. É um livro antropológico. 
 
ÊXODO - Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no 
Egito... por isso, desci a fim de livrá-lo. (Êxodo 3:7-8) 
Êxodo quer dizer “sair”. Livramento é seu grande tema. Vemos aqui Israel se 
 
 
8 O judaísmo ortodoxo é um dos três grandes ramos do judaísmo, uma vertente que se caracteriza pela observação 
relativamente rigorosa dos costumes e rituais em sua forma mais primitiva e tradicional, segundo as regras estabelecidas 
pela Torá e pelo Talmud, e imediatamente desenvolvido e aplicado pelas autoridades posteriores conhecidas 
como Gueonim, Rishonim e Arraronim. Geralmente o Judaísmo Ortodoxo consiste em duas vertentes diferentes, 
a Ortodoxa Moderna e a Ultra Ortodoxa. Os ortodoxos representam cerca de 15% da comunidade internacional. Os 
ortodoxos defendem os hábitos tradicionais. Defendem posições religiosas e políticas radicais como não reconhecer 
sinagogas e rabinos não ortodoxos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juda%C3%ADsmo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tor%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Talmud
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gueonim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rishonim
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Arraronim&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juda%C3%ADsmo_ortodoxo_moderno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Haredi
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 11 
tornando uma grande nação, porém escravos, debaixo do jugo dos egípcios. Depois de 
muita tribulação e angústia, e depois de Deus enviar muitas pragas terríveis sobre o Egito, 
Israel é libertado. 
 
LEVÍTICO - Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles 
que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. (Levítico 10:3) 
Levítico tem esse título em honra a Levi, cujo nome significa “juntado”. O livro trata 
sobre os santos princípios de Deus para a adoração com o objetivo de unir Seu povo 
Consigo mesmo. 
 
NÚMEROS - Segundo o mandado do SENHOR, por Moisés, foram designados, cada 
um para o seu serviço e a sua carga; e deles foram contados, como o SENHOR ordenara a 
Moisés. (Números 4:49) 
Este livro apresenta o número e a ordem de Israel na sua marcha pelo deserto. Deus 
deu instruções para o serviço e para as lutas do povo enquanto eles estavam a caminho da 
terra de Canaã. 
 
DEUTERONÔMIO - Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu 
Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber 
o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. (Deuteronômio 
8:2) 
Deuteronômio significa “repetição da lei”. É essencialmente um discurso de Moisés a 
Israel, no qual ele repassa a história do povo de maneira fiel, apresentando os 
acontecimentos à luz da glória de Deus. 
 
JOSUÉ - Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu 
prometi a Moisés. (Josué 1:3) 
Josué significa “Jeová Salvador”, o mesmo nome na língua grega para Jesus. É um 
livro de conquistas e vitórias militares. Israel se submete totalmente a Deus, e não se lança 
com avidez à batalha, mas segue todas as instruções da Palavra de Deus. 
 
JUÍZES - Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais 
reto. (Juízes 21:25) 
Juízes é um triste contraponto ao livro de Josué. Ele trata do período de uma 
sucessão de juízes que sucederam Josué como governadores de Israel. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 12 
 
RUTE - Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não 
seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; 
o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. (Rute 1:16 ) 
O nome Rute pode significar tanto “satisfeita” quanto “beleza”; ambos parecem muito 
apropriados. Este livro, escrito durante o período dos juízes, é animador como a luz de uma 
brilhante joia cintilando na escuridão. 
 
1º SAMUEL - Porém o SENHOR disse a Samuel:Não atentes para a sua aparência, 
nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O 
homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração. (1º Samuel 16:7) 
Samuel é primeiro dos vários profetas levantados por Deus devido ao grave fracasso 
do sacerdócio. Os sacerdotes se sucediam, os profetas não; eles eram chamados estrita e 
pessoalmente por Deus. 
 
2º SAMUEL - Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Aquele que 
domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de Deus. (2º Samuel 23:3) 
Este livro descreve o reinado de Davi. Levantado apenas para o trono de Judá 
inicialmente, ele reinou em Hebrom por sete anos e meio; depois, também, sobre as outras 
tribos de Israel por mais trinta e três anos. 
 
1º REIS - Nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por 
intermédio de Moisés, seu servo. (1º Reis 8:56) 
Primeiro Reis começa com o reinado de Salomão sobre Israel, uma figura do glorioso 
reinado do Senhor Jesus em seu milenar estado de paz e prosperidade – e não sob a ótica 
de suas poderosas conquistas. Nenhum outro reino em toda a História teve a mesma 
riqueza e glória desse reinado. Salomão teve a honra de construir o templo de Deus, uma 
edificação de grande magnificência, centro da adoração de Israel e símbolo de sua 
unidade. 
 
2º REIS - Os filhos de Israel fizeram contra o SENHOR, seu Deus, o que não era 
reto; edificaram para si altos em todas as suas cidades. (2º Reis 17:9) 
Este livro continua a história dos dois reinos divididos, com o profeta Eliseu 
substituindo Elias como testemunha da verdade e graça divinas. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 13 
1º CRÔNICAS - Ó SENHOR, por amor de teu servo e segundo o teu coração, fizeste 
todas essas grandezas, para fazer notórias todas estas grandes coisas! (1º Crônicas 
17:19). 
Este livro resume os caminhos da graça divina para com Israel principalmente quanto 
ao reinado de Davi, o homem segundo o coração de Deus. 
 
2º CRÔNICAS - Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e 
buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, 
e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2º Crônicas 7:14) O maravilhoso 
resumo dos caminhos de Deus acerca dos reis de Israel continua neste livro. A 
grandiosidade do reinado de Salomão é vista aqui tipificando o reino do Senhor Jesus na 
paz da glória milenar. 
 
ESDRAS - Porque servos somos, porém na nossa servidão não nos desamparou o 
nosso Deus; antes, estendeu sobre nós beneficência perante os reis da Pérsia, para 
revivermos, e para levantarmos a Casa do nosso Deus, e para restaurarmos as suas 
assolações, e para que nos desse uma parede em Judá e em Jerusalém. (Esdras 9:9) 
Esdras, cujo nome significa “ajuda”, foi escrito por um escriba com este nome, e é um 
relato da obra divina de restauração: o retorno do primeiro grupo de judeus, liderados por 
Zorobabel (2:2), para Jerusalém, com o objetivo de reconstruir o templo. 
 
NEEMIAS - Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que 
não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, 
não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força. (Neemias 8:10) 
Neemias, cujo nome significa “o Senhor conforta”, escreve a história de sua ligação 
com o grupo de judeus cativos que voltaram do exílio para Jerusalém. 
 
ESTER - Porque Mardoqueu era grande na casa do rei, e a sua fama saía por todas 
as províncias; porque o homem Mardoqueu se ia engrandecendo. (Ester 9:4) 
Ester significa “estrela”. Este livro fala sobre o tempo de cativeiro dos judeus, quando 
estavam fora de sua terra, dispersos entre as nações, mas providencialmente cuidados 
pelo mesmo Deus a quem haviam desobedecido. 
 
JÓ - Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por 
isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza. (Jó 42:5-6) 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 14 
O livro de Jó (significa “o brado de aflição”) é poético e tem sido reconhecido por sua 
espetacular linguagem. Pelas evidências, Jó viveu na mesma época que Abraão. 
 
SALMOS - Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, 
nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 
(Salmo 1:1) 
Salmos, assim como Jó, é um livro poético, uma coletânea de textos de vários 
escritores inspirados por Deus: Davi, Asafe, Moisés e possivelmente outros desconhecidos. 
Contudo eles estão organizados em perfeita ordem pelo domínio do Espírito Santo. 
 
PROVÉRBIOS - Para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído adquirir 
sábios conselhos; para entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras 
dos sábios e suas adivinhações. (Provérbios 1:5-6) 
Escrito pelo rei Salomão em sua juventude, Provérbios é também um livro poético de 
sábias instruções com referência a todos os aspectos da vida. 
 
ECLESIASTES - E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como 
também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito; e eis que tudo era vaidade e 
aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol. (Eclesiastes 2:11) 
Eclesiastes (“ o pregador”) também foi escrito por Salomão, mas em sua velhice. 
 
CANTARES - Enquanto o rei está assentado à sua mesa, dá o meu nardo o seu 
cheiro. (Cantares 1:12) 
É outro livro poético escrito por Salomão e trata sobre a comunhão pessoal com o 
Senhor Jesus. Como sua linguagem é altamente figurativa, tem de ser interpretado com 
bastante sobriedade e cuidado. 
 
ISAÍAS - Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, 
que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu 
Deus reina! (Isaías 52:7) 
Isaías, que significa “salvação de Jeová”, é sem dúvida alguma o principal dos 
profetas, notável por seus inspiradores temas messianicos. 
 
JEREMIAS - Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim 
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó SENHOR, Deus dos 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 15 
Exércitos. (Jeremias 15:16) 
Jeremias (“Jeová exalta”) tem sido apelidado de o profeta chorão. Chamado por Deus 
em tenra idade, ele profetizou por cerca de quarenta anos durante os reinados de Josias, 
Jeoaquim, Jeoacaz e Zedequias e também no cativeiro de Judá e Jerusalém. 
 
LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS - Não vos comove isso, a todos vós que passais 
pelo caminho? Atendei e vede se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que 
me entristeceu o SENHOR, no dia do furor da sua ira. (Lamentações 1:12) 
Este é um livro que demonstra uma profunda compaixão, escrito após o cativeiro de 
Judá e a cidade de Jerusalém ter sido reduzida à desolação. 
 
EZEQUIEL - E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de 
quem tem voz suave e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem 
por obra. (Ezequiel 33:32) 
Ezequiel (“Deus é Fortaleza”), assim como Jeremias, também era um sacerdote, mas 
profetizou fora da terra de Israel, no cativeiro. Ele profetizou primeiro contra Israel e Judá, 
descrevendo a escravidão, o sofrimento e a humilhação deles de maneira bastante 
alegórica. 
 
DANIEL - Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a 
sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os 
reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o profundo e o 
escondido e conhece o que está em trevas;e com ele mora a luz. (Daniel 2:20-22) 
Daniel (“Deus é Juiz”) também profetizou no cativeiro. Ele conquistou um lugar de 
honra e respeito entre os gentios através de sua simples e inabalável fé no Deus vivo, 
resultante de uma vida de constante piedade, de uma conduta sábia e prudente, sem 
comprometer a verdade. 
 
OSÉIAS - Converte-te, ó Israel, ao SENHOR, teu Deus; porque, pelos teus pecados, 
tens caído. Tomai convosco palavras e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Expulsa toda 
a iniqüidade e recebe o bem; e daremos como bezerros os sacrifícios dos nossos lábios. 
Oséias (“Salvação”) profetizou durante o reinado de alguns reis de Judá, terminando 
com o de Ezequias, portanto, antes do cativeiro. 
 
JOEL - E o SENHOR levanta a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimos 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 16 
são os seus arraiais; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do 
SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá sofrer? (Joel 2:11) 
Joel (“Jeová é Deus”) não fornece qualquer indicação sobre o tempo em que 
profetizou. Seu tema principal é o Dia do Senhor com sua grandeza e seus violentos juízos. 
 
AMÓS - Naquele dia, tornarei a levantar a tenda de Davi, que caiu, e taparei as suas 
aberturas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e a edificarei como nos dias da antiguidade. 
(Amós 9:11) 
Amós (“Carregador”) recebeu sua profecia nos dias de Uzias, que reinou em Judá no 
mesmo tempo em que Jeroboão II reinou em Israel, e “dois anos antes do terremoto”, o 
qual sem dúvida causou uma grande impressão. 
 
OBADIAS - Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali 
te derribarei, diz o SENHOR. (Obadias 4) 
Obadias (“Servo de Javé”) escreveu o menor livro do Antigo Testamento. Sua 
mensagem é inteiramente contra Edom, ou seja, contra a família de Esaú, irmão de Jacó. 
O ódio e a violência dele contra Israel eram terríveis consequências do orgulho e da justiça 
própria, que o impediam de receber as bênçãos de Deus. 
 
JONAS - Quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do SENHOR; e 
entrou a ti a minha oração, no templo da tua santidade. (Jonas 2:7) 
O livro de Jonas (“Pomba”) é mais que um relato de uma ordem de Deus a um 
profeta. Jonas recebeu a incumbência de profetizar contra Nínive, capital da Assíria. Ele 
nos revela não as obras secretas do coração de um descrente, mas aquelas que estavam 
no coração de um servo escolhido por Deus. 
 
MIQUÉIAS - E irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e 
à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas 
suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Miquéias 
4:2 
Miquéias (“Quem é como Javé?”) mostra o Senhor vindo com julgamento não apenas 
sobre Israel, mas sobre todas as nações. A condição de Judá e Israel é vista como um 
exemplo da condição de “todos os povos” — a “terra e tudo o que nela existe”. 
 
NAUM - O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 17 
por inocente; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens 
são o pó dos seus pés. (Naum 1:3) 
Naum (“Compassivo”) é uma veemente profecia do julgamento de Nínive, a qual, 
sendo a capital da Assíria, representava esse império, o Rei do Norte em um tempo futuro. 
 
HABACUQUE - Parou e mediu a terra; olhou e separou as nações; e os montes 
perpétuos foram esmiuçados, os outeiros eternos se encurvaram; o andar eterno é seu. 
(Habacuque 3:6) 
Habacuque (“Abraço ardente”) é uma profecia que trata em especial sobre os 
sentimentos e as dores dos israelitas piedosos em meio à vergonha e degradação do povo 
sob o cativeiro dos caldeus, “nação amarga e apressada”. 
 
SOFONIAS - O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele 
se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. 
(Sofonias 3:17) 
Sofonias (“Javé entesoura”) profetizou nos dias de Josias, um rei piedoso cuja fé e 
energia produziu um reavivamento marcante em Israel. Mas este livro não menciona tal 
fato; antes, começa com uma declaração do impetuoso julgamento de Deus, o qual 
consumirá tudo sobre a terra. O reavivamento era somente exterior: a real essência do 
coração daquele povo permanecia a mesma, e isso ficou evidente após a morte de Josias. 
 
AGEU - Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, 
e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; e farei tremer todas as nações, e 
virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos 
Exércitos. (Ageu 2:6-7) 
 O livro de Ageu (“Minhas festas”) foi escrito após o retorno dos judeus do cativeiro 
para Jerusalém. Seu tema principal é o templo reconstruído em escala menor da que 
possuía antes da destruição. 
 
ZACARIAS - E acontecerá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra pesada 
para todos os povos; todos os que carregarem com ela certamente serão despedaçados, e 
ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra. (Zacarias 12:3) 
Zacarias (“Javé se lembra” ) escreveu ao mesmo tempo em que Ageu, mas sua 
mensagem centra-se na cidade de Jerusalém. Ele adverte o povo sobre o 
descontentamento de Deus com os pais deles. Essa foi a causa de muitas aflições e 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 18 
escravidão, um claro aviso do que a cidade sofreria se eles fossem como as gerações 
anteriores. A profecia continua e mostra como os olhos de Deus perscrutam tanto a culpa 
de Jerusalém quanto a culpa das nações. 
 
MALAQUIAS - Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu 
companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os 
que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome. (Malaquias 3:16) 
Malaquias (“Meu mensageiro”) expõe a miserável situação de indiferença dos judeus 
que voltaram do cativeiro. A empolgação do povo rapidamente se deteriorou em total 
desinteresse aos clamores de Deus. 
 
MATEUS - Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e 
humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é 
suave, e o meu fardo é leve. 
Mateus (“Dom de Deus”), o primeiro livro do Novo Testamento, tinha de 
necessariamente ser escrito do ponto de vista judeu e preserva uma admirável 
continuidade com o Velho Testamento. Mateus apresenta o Senhor Jesus como o tão 
aguardado Messias de Israel. 
 
MARCOS - Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para 
servir e dar a sua vida em resgate de muitos. (Marcos 10:45) 
Marcos (“defesa”), de forma concisa e eficaz, relata da obra do Senhor Jesus Cristo, 
retratando-O como o perfeito Servo de Deus. Sua linguagem é direta e simples e a 
descrição dos eventos está em ordem cronológica, ou seja, na ordem em que realmente 
ocorreram. 
 
LUCAS - E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais 
pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu 
mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu 
tenho. (Lucas 24:38-39) 
Lucas (“uma luz”) é o único gentil conhecido encarregado de escrever um livro das 
Escrituras. Cristo é aqui belamente apresentado como o “Filho do Homem”, e cada parte do 
livro é estruturada para demonstrar a realidade e perfeição de Sua humanidade. 
 
JOÃO - O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glóriaBIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 19 
do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (João 1:14) 
 João (“Javé é Doador gracioso”) é um Evangelho singular em sua glória majestosa. 
Aqui, o Senhor Jesus é mostrado como o próprio Criador, o eterno, primogênito Filho de 
Deus, enviado para revelar plenamente a glória do Pai. 
 
ATOS - E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do 
Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. (Atos 4:33) 
Atos dos Apóstolos é o relato da maneira pela qual a sabedoria divina ordenou os 
fatos para gradualmente conduzir as almas da dispensação da lei para a plena liberdade da 
dispensação da “graça de Deus”. O poder e o agir do Espírito Santo são maravilhosamente 
vistos aqui, na forma de Deus usar os apóstolos para estabelecer o cristianismo. 
 
ROMANOS - Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há 
em Cristo Jesus. (Romanos 3:24) 
Romanos (“Os fortes”) apresenta as verdades existentes desde a fundação do 
cristianismo. Neste livro, Deus é o Soberano Juiz, absoluto em justiça, Aquele que 
descobre e expõe o pecado de toda a humanidade, não aceita nenhuma justificativa e não 
admite o mal mesmo em nível mínimo, para que “todo o mundo seja condenável diante de 
Deus” (3:19). Contudo, em perfeita justiça, Ele também oferece a completa justificação da 
culpa baseada na “ redenção que há em Cristo Jesus”, o grande Substituto que, por meio 
de Seu sacrifício, suportou a condenação do pecado. 
 
1ª CORÍNTIOS - Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus 
e loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes 
pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. (1ª Coríntios 1:23-24) 
1ª Coríntios (Corinto significa “satisfeito”) é uma epístola escrita para corrigir as 
desordens toleradas em Corinto pela igreja primitiva, mostrando princípios sólidos e 
práticos de governo e ordem da igreja, muito necessários para a Igreja de Deus em todo o 
mundo. 
 
2ª CORÍNTIOS - Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é 
quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de 
Deus, na face de Jesus Cristo. (2ª Coríntios 4:6) 
Enquanto 1ª Coríntios lida com a ordem na igreja, 2ª Coríntios trata sobre a 
ministração, a manifestação na vida prática e também sobre a presença do Espírito Santo 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 20 
na igreja. O próprio Paulo é exemplo de trabalho abnegado, gastando-se e sendo gasto por 
amor aos santos de Deus. Os sofrimentos do apóstolo causados por sua devoção ao 
ministério de Cristo, a perseguição do mundo, os cruéis ataques dos falsos irmãos, o 
ressentimento das pessoas que ele mais esperava que o abençoassem, a profunda 
angústia de sua alma, suas dores, suas aflições, sua compaixão pelas igrejas — tudo isso 
é destacado nessa tocante epístola. Mas a suficiência de Paulo era Deus, o grande Deus, 
cuja luz brilhou em Seu coração, manifestando a transcendente glória de Seu Ser na face 
de Jesus Cristo. 
 
GÁLATAS - Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor 
Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo. (Gálatas 
6:14) 
Escrito para as igrejas da região da Galácia, o livro de Gálatas é uma séria 
advertência contra a doutrina maligna pela qual as obras da lei seriam o padrão para o 
andar e a conduta do crente. Embora salvos pela graça através da fé, eles haviam 
acrescentado a lei como o princípio que conservaria a salvação deles, e tal mistura é 
abominável a Deus, o Deus de toda a graça. 
 
EFÉSIOS - Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou 
com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. (Efésios 1:3) 
Efésios (Éfeso significa “desejo”) é uma epístola sem nenhuma reprovação. Ela 
declara, de modo amplo, os grandes conselhos de Deus acerca dos santos na atual 
dispensação da graça, as atuais “ bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” que 
possuem e a posição deles “em Cristo Jesus”, visto que os “fez assentar nos lugares 
celestiais”. 
 
FILIPENSES - E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela 
excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas 
estas coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo. (Filipenses 3:8) 
Filipenses (“Amantes de cavalos”) é uma encorajadora epístola pastoral. Foi escrita a 
uma igreja afligida pela pobreza, mas que mantinha uma sincera afeição por Paulo desde 
que foi fundada onze anos antes. A epístola apresenta a vida cristã genuína como se fosse 
uma pista de corridas que leva à glória de Deus. 
 
COLOSSENSES - Dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 21 
herança dos santos na luz. Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o 
Reino do Filho do seu amor. (Colossenses 1:12-13) 
Colossenses (“monstruosidades”) tem muito em comum com Efésios. Mas este livro, 
contudo, não apresenta os santos como “assentados nos lugares celestiais”, mas antes os 
considera como peregrinos andando no deserto deste mundo. No entanto, a provisão para 
a jornada vem do céu, e a plenitude desta provisão é belamente vista na Pessoa de Cristo. 
“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (2:9). 
 
1ª TESSALONICENSES - Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a 
luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória 
de Deus, na face de Jesus Cristo. (1ª Tessalonicenses 2:13) 
1ª Tessalonicenses (“vitória sobre a falsidade”) foi a primeira epístola de Paulo do 
ponto de vista cronológico. Ela está repleta de ânimo, energia e calor. É uma epístola 
caracteristicamente pastoral, e foi escrita à “igreja dos tessalonicenses”, portanto 
exemplificando o verdadeiro cuidado pastoral, não apenas dedicado a indivíduos, mas à 
Igreja de Deus num todo. 
 
2ª TESSALONICENSES - E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e 
Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, console o 
vosso coração e vos conforte em toda boa palavra e obra. (2ª Tessalonicenses 2:16-17) 
2ª Tessalonicenses, como 1ª Tessalonicenses, também é pastoral e trata daquelas 
influências sutis que ameaçavam roubar desta jovem igreja a sua viçosa e ardente afeição 
pelo Senhor, a robustez de sua fé e sua paciência diante das perseguições. 
 
1ª TIMÓTEO - E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se 
manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido 
no mundo e recebido acima, na glória. (1ª Timóteo 3:16) 
1ª Timóteo (“Honra a Deus”) é um livro escrito para uma pessoa, um jovem por quem 
Paulo tinha um profundo amor. Sendo de natureza tímida e retraída, mas dotado por Deus, 
ele necessitava ser estimulado a reavivar o senso de responsabilidade em relação a uma 
atitude adequada “na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo”. O seu ministério lhe fora 
confiado por amor ao bem-estar da Igreja, o corpo de Cristo. Ele foi chamado também para 
assegurar que a sã doutrina fosse conservada na igreja local, e para que a ordem fosse 
mantida pela instrumentalidade de anciãos e diáconos fiéis. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 22 
2ª TIMÓTEO - Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem 
de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o 
poder deDeus. (2ª Timóteo 1:8) 
2ª Timóteo também trata da responsabilidade pessoal com a Igreja. Esta é a última 
epístola de Paulo, que a escreveu na prisão, sabendo estar prestes a morrer por causa de 
seu testemunho do Senhor. Aqui ele não fala mais da “casa de Deus”, e sim de uma 
“grande casa” (2:20), aquela que anteriormente havia sido em certa medida de pureza e 
verdade a casa do Senhor, tinha degenerado a ponto de haver nela erros grosseiros e 
vasos para desonra. Além disso, todos na Ásia se afastaram de Paulo, obviamente por não 
querer mais escutar seus ensinamentos. Contudo, ele não estava desanimado. Na 
verdade, com alegria no coração ele encoraja e fortalece o jovem Timóteo a superar a 
timidez, a não se envergonhar do testemunho do Senhor, a manejar bem a palavra da 
verdade, a fazer pleno uso de tudo o que tinha aprendido a fim de se firmar e consolidar em 
Deus. 
 
 TITO - Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em 
Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens. 
(Tito 3:8) 
Tito (“Enfermeiro”) é uma epístola novamente dirigida a um indivíduo, cujo assunto é a 
verdade que “é segundo a piedade”, o u seja, o tipo de verdade que produz piedade e 
ordem na Igreja. Paulo também trata do mesmo assunto nas epístolas a Timóteo, mas sob 
um ponto de vista diferente: a piedade como mantenedora da verdade na Igreja de Deus. 
Tito ficou em Creta com o propósito de estabelecer presbíteros em cada cidade. Paulo e 
Barnabé já tinham feito este trabalho, como mostra Atos 14:23, e Paulo havia dado 
autoridade a Tito para fazer o mesmo. 
 
FILEMON - Tive grande gozo e consolação da tua caridade, porque por ti, ó irmão, o 
coração dos santos foi reanimado. (Filemon 7) 
Filemon (“Amoroso”) não é, no sentido exato da palavra, uma epístola escrita para um 
indivíduo, pois outras pessoas são mencionadas na saudação: a irmã Áfia, que talvez fosse 
esposa de Filemon; e um irmão, Arquipo, chamado de “nosso companheiro”, um homem 
vocacionado por Deus para o ministério (Colossenses 4:17) e também a igreja que se 
reunia na casa de Filemon. Apesar de escrita de forma bastante pessoal, o assunto desta 
epístola era de interesse para toda a igreja. É um belo exemplo da graça divina buscando 
despertar no coração dos santos a alegria genuína pela salvação de um escravo fugitivo 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 23 
que, convertido na prisão por meio da pregação de Paulo, é mandado de volta a seu 
mestre Filemon. Paulo desejava que Onésimo fosse recebido não somente por Filemon, 
mas pela esposa deste, por Arquipo e pela igreja que se reunia em sua casa. A graça se 
deleita com a restauração plena e total e não somente com medidas parciais. 
HEBREUS - Quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a 
si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para 
servirdes ao Deus vivo? (Hebreus 9:14) 
O livro de Hebreus (que significa “viajante”) não faz menção de seu autor. 
Começa com Deus e mostra que a revelação do Novo Testamento é consistente com 
a do Velho Testamento, apesar de haver grandes contrastes. De fato, as profecias, os 
símbolos e a tipificação dos personagens encontram seu maravilhoso cumprimento na 
pessoa do Filho de Deus, que agora fala desde os céus. O Filho é o Criador e o 
Sustentador de todas as coisas. A Sua eterna divindade e a genuína Humanidade estão 
clara e cuidadosamente declaradas. Cada revelação parcial da mente de Deus no Velho 
Testamento encontra nEle seu total cumprimento. 
 
TIAGO - Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, 
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem 
hipocrisia. (Tiago 3:17) 
Tiago (a designação grega do nome Jacó) não se dirige à Igreja, mas “às doze tr ibos 
que andam dispersas”. Portanto, evidentemente, o tema deste livro é o cristianismo 
primitivo sob a perspectiva dos crentes judeus. 
 
1ª PEDRO - Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a 
sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de 
Jesus Cristo dentre os mortos. (1 Pedro 1:3) 
1ª Pedro (“pedra”) também é endereçada aos cristãos judeus, dispersos na Ásia 
Menor, mas não está ligada ao judaísmo. Antes, eram cristãos que estavam separados e 
sofrendo, eram forasteiros e peregrinos em mais de um sentido. 
 
2ª PEDRO - Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e 
piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude. (2 Pedro 
1:3) 
2ª Pedro é a provisão de Deus face à espantosa corrupção e declarada rebeldia da 
cristandade à autoridade do Senhor Jesus e ao governo do Pai. Os falsos mestres não 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 24 
somente desprezariam, mas sistematicamente iriam arruinar cada princípio verdadeiro do 
governo de Deus. Será que isso isenta os piedosos da responsabilidade de obedecer a 
Deus? Definitivamente não! Ao contrário, Deus providenciou tudo a fim de estimular a total 
sujeição de Seus filhos a Ele. 
 
1ª JOÃO - E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para 
conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho 
Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. (1ª João 5:20) 
1ª João trata belamente sobre a grande verdade da vida eterna que habita o crente, 
essa vida que é a própria natureza de Deus, a qual foi perfeitamente manifesta na bendita 
Pessoa de Seu Filho. Se desejarmos aprender mais sobre as características da vida de 
Deus, é só observar a história do Senhor Jesus na terra e vê-la brilhando com todo fulgor. 
Duas maravilhosas expressões resumem a bem-aventurança da natureza divina: “Deus é 
luz” e “Deus é amor”. Assim, três grandes e profundos mistérios da natureza — vida, luz e 
amor — se tornam símbolos de mistérios espirituais infinitamente mais profundos, que, 
contudo, podem ser conhecidos e desfrutados por meio da fé no Filho de Deus. 
 
2ª JOÃO - Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem 
a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho. (2ª João 
9) 
2ª João é a única epístola em toda a Escritura dirigida a uma mulher. 1ª João 
estabeleceu os abençoados princípios da verdade (ou luz) e do amor revelados na pessoa 
do Filho de Deus. Mas nesta epístola o apóstolo enfatiza a verdade como instrumento 
necessário para que todos se mantenham fiéis, até mesmo uma mulher bondosa e 
compassiva. Muitos enganadores circulavam em todos os lugares, e o alvo principal de 
Satanás era o lar. Ele podia apelar especialmente à natureza atenciosa e suscetível da 
mulher. Embora João já quisesse visitá-la o quanto antes, Deus ordenou que ele 
escrevesse sem demora. Essa mulher piedosa tinha de ser protegida dessa maldade 
insidiosa. Tais enganadores não confessam que Jesus veio em carne, e têm se 
multiplicado hoje em dia. A eterna Deidade e a Humanidade genuína e pura do Senhor são 
temas vitais. Aquele que “prevarica” a esse respeito, dizendo ter recebido uma verdade 
mais profunda e um conhecimento além do que está revelado na pessoa de Cristo, esse tal 
“não tem Deus”. 
 
3ª JOÃO - Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 25 
assim como bem vai a tua alma. (3ª João 2) 
3ª João novamente tem muito a dizer sobre verdade e amor, mas aqui o amor é 
apresentado como o parceiro inseparável da verdade. Outro tipo demal tinha surgido: um 
irmão que aparentemente agia de acordo com a verdade, mas estava expulsando algumas 
pessoas da assembleia — inclusive impedindo que aquela igreja recebesse o próprio 
apóstolo João. Se o amor pelos santos de Deus é ignorado dessa forma, não há “verdade” 
que possa permanecer. Verdade e amor têm de estar juntos, como complementos um do 
outro, pois são a essência da natureza de Deus. 
João escreve a Gaio, a quem elogia, desejando que a saúde deste fosse tão próspera 
quanto era sua alma. Ele pode não ter sido abençoado com força física para superar toda a 
controvérsia; mas sua conduta na verdade e seu cuidado fiel e amoroso para com aqueles 
que estavam fazendo a obra do Senhor são grandemente elogiados. 
 
JUDAS - Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da 
comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que 
uma vez foi dada aos santos. (Judas 3) 
Judas (“louvor”), embora desejoso de escrever, jamais tivera a intenção de escrever o 
que havia escrito. Sem dúvida, teria sido muito mais agradável para ele falar sobre a 
salvação comum, mas Deus, que lhe dera o desejo de escrever, já tinha decidido que a 
mensagem de Judas seria uma das mais sérias e intensas exortações, e isto, a fim de que 
os santos lutassem seriamente pela fé. 
 
APOCALIPSE - Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas 
igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã. 
(Apocalipse 22:16) 
Apocalipse, escrito pelo apóstolo João, é um resumo profético dos caminhos de Deus 
com a humanidade. Uma história que começou em Gênesis de forma pura e simples agora 
acaba em grandes complicações devidas à culpa acumulada e obstinada desordem da 
raça humana. Mas nosso grande Deus em calma e majestosa deliberação, desfaz esse 
sórdido emaranhado e julga tudo com perfeição de acordo com Sua sabedoria divina. 
Gloriosa culminância dos magníficos pensamentos de Deus! Quão apropriado é, 
portanto, que as últimas palavras de Deus sejam para declarar bênção sobre os que lêem, 
ouvem e guardam as verdades sagradas desta mensagem. 
 
 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 26 
3. POR QUE DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA 
 
 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 27 
Dentre as muitas razões destacaremos algumas: 
 
a) Por que ele ilumina o caminho para Deus (Sl 119,105,130). 
 
b) Por que ela é alimento espiritual para o crescimento de todos (Jr 15.16; 
Pe 2.1,2). Sabemos que a boa saúde aguça o apetite. Tens apetite pela Bíblia? 
Se só tens apetite por leituras sem proveito, terás fastio pela Bíblia, o que é um 
mau sinal. Cuida disso... 
 
c) Por que é o instrumento que o Espírito Santo usa na sua operação 
(Ef 6.17). Se queres que o Espírito Santo opera em ti, inclusive no ministério da 
oração (Jd 20), procura ter o instrumento que Ele utiliza – a palavra de Deus. 
É que na oração precisamos apoiar, nossa fé nas promessas de Deus, e essas 
promessas estão na Bíblia.9 
 
4. COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA 
 
De acordo com o teólogo Tim Dowley destacaremos algumas: 
 
Leia a Bíblia conhecendo o autor: Deus. (Is 34.16; Jr. 1.12). 
Assim sendo, Ele mesmo no-la revelará (Lc 24.25; I Co 2.10,12,13). 
Ninguém pode melhor explicar um livro do que o seu autor. A Bíblia é 
um livro de compreensão fácil e ao mesmo tempo difícil mas, se 
conhecermos o seu autor a compreensão torna – se mais fácil. Leia a 
Bíblia diariamente (Dt 17.19). Fazendo assim, alimentar-te-ás 
diretamente na mesa divina. O crente que não lê sua Bíblia, só recebe 
este alimento quando alguém o põe em sua boca... considera perdido o 
dia em que não leres tua Bíblia. Leia a Bíblia com oração (Sl 119.18; 
Ef 1.16,17). Na presença do Senhor em oração, as coisas ocultas são 
reveladas. Quando lemos a Bíblia Deus fala conosco, quando oramos 
falamos com Deus. A Bíblia e a oração completam – se. Leia a Bíblia 
aplicando-a a si próprio. Há pessoas que na leitura da bíblia, tudo 
que é bênção, conforto, promessas, elas aplicam a si; tudo o que é 
ameaça, exortação, aviso, aplicam aos outros. Leia a Bíblia na atitude 
de Josué para com o Senhor, manifesto como varão (um dos casos de 
teofania do Antigo Testamento e, conforme o que está narrado em 
Josué 5.14b). Que diz meu Senhor a seu servo não devemos “importar” 
mensagens para a Bíblia e sim “explorar” dela. Muitos não recebem 
 
9 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 28 
nada da Bíblia, por que já se acercam dela com suas próprias idéias, 
sua própria “teologia”, querendo enxertar tudo isso na revelação divina. 
Cheguemos à Bíblia de mente limpa e coração aberto e receptivo à sua 
divina mensagem o seremos abençoados. Leia a Bíblia toda. Na 
Bíblia, nada é dito duma vez, nem uma vez por toda. Conclusão: se 
você não ler a Bíblia toda, não pode conhecer a verdade completa. Não 
esperes compreender a Bíblia toda (Dt 29.29). É evidentemente que 
Deus sabe infinitamente mais que todos os homens juntos. A Bíblia, 
sendo um livro divino, é inesgotável. Não existe entre os homens 
ninguém “formado” na Bíblia. Como o irmão pensa entender um livro 
que nem sequer o leu todo ainda?10 
 
5. COMO PODEMOS ENTENDER A BÍBLIA 
 
Isto é, condições para entender a Bíblia. Aqui estão algumas: 
 
a) Crendo no que ela ensina, sem duvidar. A dúvida é um empecilho à 
compreensão das Escrituras (Lc 24.21,25). 
 
b) Lendo-a por amor e prazer, e com fome de aprender as coisas de 
Deus (Pv 2.3-5; Mc 12.37; I Pd 2.2). O irmão já notou a fome que têm os recém-
nascidos? As mães que o digam!!! Como está o seu apetite espiritual pela 
Palavra de Deus? Com a mente devemos aprender e memorizar a Bíblia e com o 
coração amá-la (Hb10.16). Há pessoas que sabem quase a Bíblia toda de 
memória. Isso é louvável. Com tudo, é melhor um versículo no coração, sendo 
amado e obedecido, do que dez na cabeça... “ponde no coração” (Dt 6.6). É de 
admirar haver pessoas que acham tempo para ler, ouvir e ver tudo menos a 
Palavra de Deus. Resultados: comem tanto outras coisas que perdem apetite 
pela Palavra de Deus. É justo e próprio ler boas coisas; melhor ainda, é nos 
ocuparmos com a Bíblia. É também de estarrecer o fato de que muitos lideres de 
Igrejas não levam seu povoa ler a Bíblia. Ao crente, não basta assistir aos cultos, 
ouvir sermões e testemunhos, assistir a estudos bíblicos, ler boas obras de 
cultura bíblica em geral. É preciso a leitura bíblica individual, pessoal diuturna e 
seguida. 
 
10 DOWLEY, Tim, Editor. Atlas Vida Nova da Bíblia e da história do Cristianismo. São Paulo, Vida Nova, 1997. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 29 
 
c) Crescendo sempre espiritualmente. Deus não pode revelar uma 
coisa para a qual você não tem estatura espiritual (Mc 4.33; Hb 5.13,14). 
Criancinhas só podem comer coisas leves. Procure aprofundar-se na sua vida 
espiritual. Nossa compreensão da Bíblia depende em grande parte da 
profundidade da nossa comunhão com Deus. A planta da parábola definhou e 
morreu porque o terreno era raso (Mt 13.5,6). Sim, a Palavra de Deus deve ser 
estudada, ao mesmo em que o Deus da Palavra deve ser amado e adorado. 
 
d) Sendo cheio do Espírito Santo. Ele conhece as coisas profundas de 
Deus (I Co 2.10). 
 
e) Sendo humilde (Tg 1.21). Deus revela seussegredos aos humildes (Mt 
11.25), isto é, os submissos ao Senhor e obedientes à sua Palavra. Quanto 
maior for a nossa comunhão com Deus, mas humildes seremos. Numa árvore 
frutífera os galhos mais carregados são os que se abaixam mais. A graça de 
Deus está reservada para os humildes (I Pe 5.5). Quando chove, os terrenos 
mais baixos são os primeiros que recebem água com abundância... 
 
f) Disposição de agradar a Deus. Estando disposto a obedecer à 
verdade revelada (Sl 119.33; Pv 2.1,2,5; Jo 7.17; 13.7). Para isso ao leres a 
Bíblia aplica-a primeiro a ti mesmo, evita ser apenas curioso e especulador. 
 
g) Participando de reuniões de estudo bíblico. Deus tem vasos 
escolhidos não só para pregar, mas também para ensinar (I Co 12.28). Há 
crentes que gostam de todos os tipos de reuniões, menos as de estudo bíblico. 
Devemos querer, ser de Apolo – o pregador, mas também, de Paulo – o mestre 
(I Co 3.4).11 
 
 
 
11 DAVIS, J. Dicionário Bíblico. Rio de Janeiro, JUERP. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 30 
6. OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS NO MANUSEIO E 
ESTUDO DA BÍBLIA 
 
 
 
A. Quanto ao manuseio da Bíblia 
 
1. Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar nota de suas 
meditações na Palavra de Deus. A memória falha com o tempo. Distribua seus 
apontamentos por assuntos previamente escolhidos e destacados uns dos 
outros. Use livro de folhas soltas (livro de argola) com projeções e índice, para 
isso. Se não houver organização nos apontamentos, eles não prestarão serviço 
algum. 
 
2. Aprenda a ler e a escrever referências bíblicas. O sistema simples e 
rápido para escrever referências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do 
Brasil: duas letras, sem ponto abreviativo, para cada livro da Bíblia. 
Entre capítulo e versículo põe-se apenas um ponto. No índice das Bíblias 
editadas pela SBB pode ver-se a lista dos livros assim abreviados.12 
 
 
 
12 GEISLER, Norman & William Nix. Introdução Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1997. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 31 
Exemplos de referências por esse sistema: 
1 Jo 2.4 (1 João, capítulo 2, versículo 4); 
Jó 2.4 (Jó, capítulo 2, versículo 4) 
Jn 2.4 (Jonas, capítulo 2, versículo 4); 
1 Pe 5.5 (1 Pedro, capítulo 5, versículo 5); 
Fp 1.29 (Filipenses, capítulo 1, versículo 29).13 
 
 O sistema tradicional adota dois pontos (:) entre capítulo e versículo, não 
tendo padronização na abreviatura dos livros. 
 
3. Diferença entre texto, contexto, referências, inferências, de acordo 
com Philip W. Comfort, veja: 
 
a) Texto. São as palavras contidas numa mensagem; 
 
b) Contexto. É a parte que fica antes e depois do texto que estamos 
lendo. O contexto pode ser imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um 
capítulo, ou um livro inteiro, como é o caso de Provérbios; 
 
c) Referência. É a conexão direta entre determinado assunto. Além de 
indicar livro, capítulo e versículo, a referência pode levar outras indicações; 
depende da clareza que se queira dar, como: 
 
- Indicação da parte inicial de um versículo: Rm 11.17a; 
- Indicação da parte final de um versículo: Rm 11.17 b; 
- Indicação de versículos que se seguem ou não até o fim do capítulo em 
estudo: Rm 11.17 ss; 
- Recomendação para não se deixar de ler o texto indicado no momento: 
“qv” vem da expressão latina “quod vide” = que veja; 
- Recomendação para que se compare; confira ou confronte o texto 
indicado: “cf” vem do latim “confere”. 
 
13 COMFORT, Philip W. A Origem da Bíblia. São Paulo: CPAD, 1998. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 32 
 
As referências podem ser verbais ou reais, estas também chamadas 
autênticas. Referência verbal é um paralelismo de palavras; a real, de idéias. Se 
isto não for levado em consideração pelo professor, pode conduzir a graves erros 
de compreensão e interpretação do texto bíblico. 
As verbais nem sempre tratam do mesmo assunto. Por exemplo: o vocábulo 
Fé tem vários sentidos nas Escrituras. Outro exemplo é o vocábulo Lei, que só 
na Epístola aos Romanos aparece com vários sentidos também “sabedoria” em 
Provérbios é divina: em Eclesiastes é humana. A referencia verbal pode ser de 
nomes próprios, como por exemplo em Esdras 8.1, onde temos num mesmo 
versículo mais de uma pessoa com o mesmo nome. Cuidado, pois!. 
Já as referencias reais ou autênticas tratam sempre do mesmo assunto. Por 
exemplo: Zacarias 14.4,5 e Judas v.14 são referencias sobre a volta de Cristo 
em glória, quando seus pés tocarão o monte das Oliveiras. Outras do mesmo 
grupo são: Mateus 25.31; II Tessalonicenses 2.8; Apocalipse 1.7; 19. 
 
d) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos. Uma ilação 
conclusão que se faz.14 
 
4. Manuscritos Bíblicos e versões da Bíblia. Manuscritos são cópias 
dos originais, disso falaremos no capítulo seguinte. 
 
5. Siglas das diferentes versões em vernáculo. 
 
De acordo com Laird Harris o uso dessas siglas poupa tempo e facilita o 
trabalho do professor ou estudante da Bíblia, veja: 
 
- ARC: Almeida Revisada e Corrigida. É a Bíblia antiga de Almeida, que 
vem sendo impressa desde 1951pela Impressa Bíblica Brasileira. 
 
- ARA: Almeida Revisada e Atualizada. É a Bíblia a de Almeida, revisada 
e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958. 
 
- FIG: Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela 
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres 
 
14 COMFORT, Philip W. A Origem da Bíblia. São Paulo: CPAD, 1998. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 33 
- CBSP: Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia, 
São Paulo. 
 
- TR BR: Tradução Brasileira, Publicada inicialmente em 1917. 
 
- VIBB: Versão da Impressa Bíblica Brasileira. Para detalhes dessas 
versões ver o capítulo 2.15 
 
6. O tempo cronológico antes e depois de Cristo. É indicado pelas 
letras: 
- a.C. = Antes da Cristo. São as iniciais dessas duas palavras. 
- d. C. = Depois de Cristo. Logo, “d. C.” corresponde a AD, da latim 
“Anno Domini”, isto é, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Jesus.16 
 
7. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo domínio no 
manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência Bíblica. 
Jesus tinha essa habilidade. Em Lucas 4.17 diz que “Ele achou o lugar onde 
estava escrito”. Ora, naquele tempo, isso, era muito mais difícil do que hoje, 
com o progresso da indústria gráfica, visto que naquele tempo os livros tinham a 
forma de rolos não era tão fácil achar a passagem que se queria.17 
 
B) Quanto ao estudo da Bíblia 
 
1. Conhecendo a Deus, de fato, não primeiramente estudando a Bíblia, 
mas amando-o de todo o coração, crescente em comunhão com Ele 
( Jo 14.21,23; I Jo 4.7). 
 
2. A Bíblia é destinada ao coração (para ser amada), é à mente (para ser 
estudada, entendida – Hb 10.16). 
 
3. É nulo conhecimento Espiritual destituído de fé (Hb 4.2). 
 
 
 
15 HARRIS, Laird, Inspiração e Canonicidade da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. 
16 GEISLER, Norman & William Nix. Introdução Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1997. 
17 COMFORT, Philip W. A Origem da Bíblia. São Paulo: CPAD, 1998. 
 BIBLIOLOGIA– Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 34 
7. FONTES DE CONSULTA 
 
 
O teólogo Russell Norman Champlin afirma que o professor precisa ter sua 
biblioteca particular. O grande apóstolo Paulo tinha suas fontes de consultas (2 Tm 
4.13). Sempre houve muitos livros no mundo. Salomão no seu tempo já dizia: “não 
há limite para fazer livros” (Ec 12.12). 
Não se trata de ter muitos livros mas tê-los bons, abrangendo cultura secular e 
cultural Bíblica em geral. Livros a que só servem para alimentar o fogo (At 19.19). 
Aqui estão algumas boas fontes de consultas: 
 
- A Bíblia. Se possível, todas as legítimas versões em português. 
 
- Dicionário de Português. 
 
- Dicionário Bíblico. 
 
- Gramática da língua Portuguesa. 
 
- Concordância Bíblica. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 35 
- Chave Bíblica. 
 
- Comentários Bíblicos. 
 
- Manuais de Doutrina. 
 
- Atlas Bíblico. 
 
- Didática aplicada. 
 
- Apontamentos Individuais. (Caderno ou fichário).18 
 
 
OBSERVAÇÕES SOBRE FONTE DE CULTURA 
Neste tópico o teólogo Geruàsio F. Orru declara que: 
 
- Os livros são bons, mas não são substitutos da Bíblia. 
 
- Há pessoas que após lerem determinados livros, passam a ser um 
mero eco ou reflexo dele. Devemos ser cautelosos nisso. 
 
- Há divergência entre autores de livros, dado as diferentes escolas e 
correntes teológicas; mas na Bíblia não há divergência! Portanto ela é sempre a 
autoridade suprema e principal: a pedra de toque. 
 
- Devemos estudar a Bíblia não pela luz deste ou daquele teólogo mas 
pela luz do Espírito de Deus, sentindo sempre seu toque, direção. 
 
- Não devemos levar mais tempo com os livros do que com a Bíblia 
mesma. 
 
18 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 36 
 
- É notável que o Novo Testamento inicia com o vocábulo livro (Mt. 1.1). 
Os que não gostam de livros como se situarão aqui?19 
 
2. A BÍBLIA E SUA HISTÓRIA 
 
SUMÁRIO DO CAPÍTULO 
 
I. Materiais em que a Bíblia foi originalmente escrita. 
II. Formatos primitivos da Bíblia. 
III. O tipo de escrita primitiva da Bíblia. 
IV. As línguas originadas da Bíblia. 
V. Os escritores da Bíblia. 
 
19 ORRÚ, Geruásio F. Os Manuscritos de Qumran e o Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1993. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 37 
VI. A origem do nome “Bíblia”. 
VII. Manuscritos originais da Bíblia. 
VIII. Famosas traduções da Bíblia. 
IX. A Bíblia em português. 
X. As Bíblias de Edição Católico – Romana. Os apócrifos. 
XI. A Bíblia Hebraica. 
XII. As sociedades Bíblicas. 
XIII. As modernas versões da Bíblia. 
 
Distingue-se na Bíblia duas coisas em resumo: o livro e a mensagem. 
Na Bíblia como livro de Deus, vemos dois aspectos: sua História e sua estrutura. 
Este capítulo ocupa-se da Historia: o próximo, trata da estrutura. O último, trata da 
Bíblia como mensagem de Deus. 
 
 
I. MATERIAIS EM QUE A BÍBLIA FOI ORIGINALMENTE 
ESCRITA 
 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 38 
 
O teólogo Russell Norman Champlin afirma que os principais foram dois: 
papiro e pergaminho. O papiro era extraído de uma planta aquática desse mesmo 
nome. Há várias menções de ler na Bíblia, como por exemplo (Êxodo 2.3; Jó 8.11; 
Isaías 18.2; 2 Jo.12). De papiro deriva o termo papel. Seu uso na escrita vem de 
3.000 a.C. no Egito. 
 
Pergaminho é a pele de animais, curtida e preparada para escrita é material 
superior ao papiro, porém de uso mais recente do que aquele. Teve seu uso 
generalizado, a partir do início do século I, na Ásia Menor. É também citado na 
Bíblia, exemplo: (2 Tm 4.13).20 
 
II. FORMATOS PRIMITIVOS DA BÍBLIA 
Foram dois: rolos e códices. 
 
 
 
20 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 39 
Eram esses os formatos dos livros antigos. O rolo era um rolo de fato, feito de 
papiro ou pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira para facilidade de 
manuseio. Cada, livro da Bíblia era um rolo em separado. Naquele tempo ninguém 
podia conduzir pessoalmente a Bíblia como fazemos hoje. O que tornou isso 
possível foi a invenção do papel no Século II pelos Chineses, e a do prelo te tipo 
móveis pelo Alemão Gutenberg em 1450 d.C., possibilitando o formato dos livros 
atuais. 
 
O códice é uma obra no formato de livros de grande proporções. Nosso 
vocábulo livro vem do latim liber, que significa primeiramente casa de árvore, 
depois livro.21 
 III. O TIPO DE ESCRITA PRIMITIVA DA BÍBLIA 
 
 Era manuscrito. Tudo era feito pelos escribas de modo laborioso, lento e 
oneroso. Uncial é o manuscrito que contém só maiúsculas e cursivo, o que contém 
só minúsculas. Desse tempo para cá, Deus tem abençoado maravilhosamente a 
difusão do seu livro, de modo que, hoje em dia milhões e milhões de exemplares 
são impressos em muitos, pontos do globo com rapidez e facilidade em modernas 
impressoras.22 
 
 
 
21 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
22 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 40 
IV. AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA 
 
As principais são duas: Hebraica, para o Antigo Testamento, e a Grega, 
para o Novo Testamento. Foi nessas línguas que a Bíblia foi originalmente 
inspirada. As traduções só conservam a inspiração quando reproduzem fielmente o 
original. 
V. OS ESCRITORES DA BÍBLIA 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 41 
A existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação composição, 
preservação e transmissão, só pode ser explicado como milagre de Deus, ou 
melhor: Deus sendo autor. Foram cerca de 40 os escritores da Bíblia. 
Deste modo, palavra de Deus foi-nos dada por canais humanos, assim como 
foi a palavra Viva-Cristo (Ap 19.13). Esses Homens pertenceram às mais variadas 
profissões e atividades. Escreveram e viveram distantes uns dos outros em épocas 
e condições diferentes. Levaram 1.500 anos para escrever a Bíblia. 
Apesar de todas essas dificuldades, Ela não contém erros nem contradições. Há 
sim dificuldades na compreensão, interpretação, tradução, aplicação, mas tudo isso 
do lado humano, devido a nossa incapacidade em todos os sentidos.23 
 
VI. A ORIGEM DO NOME “BÍBLIA” 
 
Conforme Philip W. Comfort este nome consta apenas na capa da Bíblia mas 
não vemos através do volume Sagrado. Foi primeiramente aplicado às escrituras 
por João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla (389-404 
d.C.). O vocábulo “Bíblia” significa etimologicamente coleção de livros pequenos, 
isto porque os livros da Bíblia são pequenos, formando todos um volume não muito 
grande como tão bem. De fato, a Bíblia, é uma coleção de livros, porém, 
perfeitamente harmônicos entre se. 
É devido a isso que a palavra Bíblia sendo um plural no grego, passou a ser 
singular naslínguas modernas. 
A folha de papiro preparada para escrita, os Gregos chamavam “Biblos”. Ao 
rolo pequeno de papiro, os gregos chamavam “Biblion” consta no Novo Testamento 
Grego, mas não referente à própria Bíblia: 
- “Bíblia ” ( Jo. 21.25; II Tm. 4.13; Ap. 20.12 ). 
- “Biblion” ( Lc. 4.17; Jo. 20.30 ).24 
 
 
 
23 Ibidem, 2002. 
24 COMFORT, Philip W. A Origem da Bíblia. São Paulo: CPAD, 1998. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 42 
VII. MANUSCRITOS ORIGINAIS DA BÍBLIA E CÓPIAS DE 
ORIGINAIS 
 
Manuscritos originais, isto é, saídos das mãos dos escritores não existe 
nenhum conhecido no momento, Deus na sua providência permitiu isso. 
Se existisse algum, os homens o adorariam mais do que o seu divino autor. 
A serpente de metal posta entre os Israelitas como meio de auxílio à fé em Deus 
(Nm 21.8,9; Is 45.22). Foi depois idolatrada por eles (II Rs 18.4). 
Deus cuidou do sepultamento de Moisés e ocultou o seu local porque 
certamente o povo adorariam seu corpo (Dt 34.5,6). O diabo tinha interesse na 
idolatria e contendeu com o Arcanjo que procedeu funeral de Moisés (Jd v.9). 
milhões, em muitas terras adoram a cruz de Cristo, ao invés do Cristo da cruz. É 
também o caso da virgem mãe de Jesus Cristo, que milhões adoram na mais do 
que o filho.25 
 
O teólogo Frederick Fye Bruce afirma que além disso, temos a considerar o 
seguinte, historicamente, quanto à inexistência de manuscritos originais: 
 
1) Era costume dos Judeus enterrar manuscritos estragados pelos, 
uso ou qualquer outra causa, para evitar sua motilação ou interpolação 
 
25 BRUCE, F. F. Merece Confiança o Novo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1990, 2a edição. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 43 
espúria. 
 
2) Os reis idólatras e ímpios de Israel podem Ter destruídos muitos 
ou contribuído para isso, como é o caso descrito em Jeremias (36.20-26). 
 
3) O monstro Antíoco Epifanes, reis da Síria (175-164 a.C.). Durante 
seu reinado dominou sobre toda a Palestina. Foi homem extremamente 
cruel. Tinha prazer em aplicar a torturas. Decidiu exterminar a região do 
Judaica. Assolou Jerusalém em 168 a C., profanando o templo e 
destruindo todas as cópias que achou das Escrituras. 
 
4) Nos dias do feroz Imperador Romano Deocleciano (284–305 d.C), 
os perseguidores dos cristãos destruíram quantas cópias acharam das 
Escrituras. Durante 10 anos Deocleciano mandou vasculhar o império 
visando a destruir todos os escritos sagrados. Chegou a crer que tivesse 
destruir a tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória. 
 
A literatura judaica a firma que a missão chamada grande Sinagoga, procedida 
Esdras, foi reunir e perseverar os manuscritos originais do Antigo Testamento – os 
de que se serviam os Setenta no preparo da Septuaginta – a primeira tradução das 
Escrituras. 
 
Os textos em língua original de que se utiliza os atuais eruditas no preparo das 
modernas versões, são reproduções das atuais cópias originais. 
 
Cópias de manuscritos originais. Há inúmeras em várias partes do mundo. As 
três principais são: O MS Vaticano, de Roma; O MS Sinaítico, de Londres; e o MS 
Alexandrino, também de Londres. Discorrer sobres elas foge ao escopo desta obra. 
Esses manuscritos existentes harmonizam-se admiravelmente, assegurando-nos da 
sua autenticidade. Uma confirmação disso vemos nos manuscritos do Mar Morto. 
 
Em 1947, próximo a Mar Morto foi descoberto um manuscrito do profeta Isaías, 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 44 
em forma de rolo, escrito em Hebraico, do ano 100 a.C., sendo assim mais velho 
que o mais antigo manuscrito Bíblico até então conhecido! (muitos outros foram 
também encontrados e centenas de fragmentos de outras obras). 
Pois bem, o texto desse manuscrito quando comparado com o das nossas 
Bíblia, concorda plenamente. Esta é uma prova singular da autenticidade das 
Escrituras, ao considerar-mos que o citado manuscrito de Isaías tem agora mais de 
2.000 anos de existência!. Os manuscritos Bíblicos são sempre indicados pela 
abreviatura MS.26 
 
 
VIII. FAMOSAS TRADUÇÕES DA BÍBLIA 
 
a) A Septuaginta. Foi a primeira tradução da Bíblia. Local: Alexandrina, 
no Egito. Tempo: cerca de 285 a.C. A tradução foi feita do hebraico para o 
grego. Compreendia só o Antigo Testamento, é evidente. Foi a Bíblia que Jesus 
e seus apóstolos usaram. A mais antiga cópia da Septuaginta está na Biblioteca 
do Vaticano, data: de 325 d.C. 
 
b) Vulgata. É uma tradução da Bíblia toda feita por Jerônimo, concluída 
em 405 d.C. Local: Belém, Palestina. Jerônimo foi um notável erudito da Igreja 
que estava em Roma, a qual nesse tempo ainda mantinha sua pureza espiritual. 
A tradução foi feita do hebraico para latim – a língua oficial do império Romano. 
É ela a versão oficial da igreja Romana deste de o concílio de Trento (1.546 
d.C.). 
 
c) A versão Autorizada ou versão do Rei Tiago. Local da tradução: 
Inglaterra. Tempo: 1611 d.C. Essa versão é até hoje a predileta dos povos de 
fala inglesa. O povo inglês tem alta veneração pela Bíblia. Ela formou a 
mentalidade desse povo, e é tida como o seu sustentáculo e seu maior legado.27 
 
 
26 BRUCE, Frederick Fye. Merece Confiança o Novo Testamento? São Paulo: Vida Nova, reimpressão, 2004. 
27 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 45 
IX. A BÍBLIA EM PORTUGUÊS 
 
 
A primeira tradução da Bíblia em português foi feita por um evangélico: o pastor 
João Ferreira de Almeida. Fato interessante é que o trabalho foi realizado fora de 
Portugal. A cidade foi Batávia, na ilha de Java, no Oceano Índico. 
Hoje essa cidade chama–se Djacarta, capital de República da Indonésia. 
Almeida foi ministro do Evangelho da igreja Reformada Holandesa, a mesma que 
evangelizava no Brasil, com sede em Recife durante a ocupação holandesa, no 
Século XVII. 
Nasceu em Portugal. Perto de Lisboa, em 1628. E pelo fato de ter traduzido a 
Bíblia, foi morto, queimado vivo, em estátua, na cidade de Goa, antiga colônia 
portuguesa na Índia através do tribunal da Inquisição. 
Essa igreja nem mesmo agora, no chamado Ecumenismo, se desculpou de tais 
coisas.28 
 
a) A Versão de Almeida. O Novo Testamento. Almeida traduziu o 
Antigo Testamento em Amsterdam, Holanda, na Biblioteca Nacional 
de ALMEIDA, feita em 1712. 
O teólogo Russell Norman Chaplin tece que o Antigo Testamento. Almeida 
traduziu o Antigo Testamento até o livro de Ezequiel. A essa altura Deus o chamou 
para o lar celestial em 1691. 
Ministro do Evangelho, amigos seus, terminaram a tradução a qual foi 
publicada completa em 1753. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, de 
Londres, começou a publicar a tradução de Almeida em 1809, apenas do Novo 
Testamento. A Bíblia completa no só volume, a partir de 1819. 
O texto impresso foi revisado em 1894 e 1925. A Bíblia de Almeida foi 
publicado a primeira vez no Brasil em 1944, pela Impressa Bíblica Brasileira, 
organização batista. 
A sociedade Bíblica Britânica e estrangeira tem sido maravilhosamente usada 
 
28 COMFORT, Philip W. A Origem da Bíblia. São Paulo: CPAD, 1998. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante46 
por Deus na disseminação da Bíblia em Português, em trabalho pioneiro e 
continuado. 
 
A versão ARC (Almeida Revisada e Corrigida). A Imprensa Bíblica Brasileira, 
publicou em 1951 a edição revista e corrigida, abreviadamente conhecida por ARC. 
 
A versão ARA (Almeida Revisada e Atualizada). Uma comissão de 
especialistas brasileiros trabalhando de 1946 a 1956, preparou a Edição Revista e 
Atualizada de Almeida, conhecida abreviadamente por ARA. 
É uma obra magnífica, com melhor linguagem e melhor tradução. O Novo 
Testamento foi publicado em 1951. O Antigo Testamento, em 1958, a publicação é 
da Sociedade Bíblica do Brasil. Foi usado um texto grego de nestle para o novo 
Testamento e o Hebraico de Letteris para o Antigo Testamento. 
 
Comissão permanente revisora da ARA. Revisão é uma atualização do texto 
em vernáculo, para que se o entenda melhor. Razão: Uma língua viva evolui como 
todas as coisas vivas. Há uma comissão permanente de revisão da ARA, mantida 
pela Sociedade Bíblica Brasileira, acompanhando os progressos da crítica textual. 
 
b) Antonio Pereira de Figueiredo. Padre católico romano. Grande 
latinista. Editou o Novo Testamento em 1778 e o Antigo Testamento em 1790. 
Tradução feita em Portugal. 
 
c) A “tradução Brasileira”. Feita por uma comissão de teólogos 
brasileiros e estrangeiros. O Novo Testamento foi publicado em 1910 e o 
Antigo Testamento em 1917. É tradução mui fiel ao original. Esgotada. Sua 
publicação foi suspensa em 1954. 
 
d) Huberto Rhoden. Só o Novo Testamento grego: Nestle. Padre 
Brasileiro, de Santa Catarina. Foi publicada em 1935. Esse padre deixou o 
Igreja Romana. É versão muito usada na crítica textual. Esgotada. 
 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 47 
e) Matos Soares. Também padre brasileiro. Traduziu da Vulgata. 
Foi publicada no Brasil em 1946. Já o era em Portugal desde 1933. É a Bíblia 
popular dos católicos romanos de fala portuguesa. Um grave inconveniente 
são os itálicos que às vezes são mais extensos, do que o texto em si, e 
conduzem a preconceitos e tendências. 
 
f) A versão da Imprensa Bíblica Brasileira. A IBB lançou em 
1968, após longos anos de cuidadoso trabalho, uma nova versão em 
português, conhecida como VIBB, baseada na tradução de Almeida. A edição 
de 1968 apareceu apenas em formato de púlpito. Em 197 foi lançado o 
formato popular, comum. Nessa versão foram utilizados os melhores textos 
em hebraico e grego. Ótima versão. 
 
g) Outra Versão. A Igreja católica Romana tem publicado mais 
edições dos Evangelhos e novos Testamentos. Os itálicos, notas e apêndices, 
conduzem, e claro, às doutrinas daquela Igreja. os Testemunhos de Jeová 
publicam uma versão falsificada de toda a Bíblia “Tradução Novo Mundo”. 
Texto é mutilado e cheio de interpolação. Foi preparada para apoiar as 
crenças antibíblicas dessa seita falsa. 
 
h) A importância da Bíblia em português. A língua portuguesa é 
falada em todos os continentes, fato que releva a importância da Bíblia em 
português, em todos os sentidos.29 
 
X. AS BÍBLIAS DE ADIÇÃO CATÓLICA-ROMANA - OS 
APÓCRIFOS 
 
Estas têm 7 livros a mais, perfazendo 73 ao todo. Esses livros a mais são 
chamados “apócrifos”, palavra que no sentido religioso significa não genuíno, 
espúrio. São livros não inspirados por Deus. 
Aos 7 apócrifos estão inseridos todos no Antigo testamento. 
 
29 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 48 
Isso foi feito muito depois de encerrar o cânon do Antigo testamento, por 
conveniência da Igreja Romana. A aprovação deles, por essa igreja deu-se no 
Concílio de Trento em 1546 em meio a muita controvérsia. Seus títulos são: 
- TOBIAS 
- JUDITE 
- SABEDORIA DE SALOMÃO 
- ECLESIÁSTICO (Não confundir com o livro de canônico Eclesiastes) 
- BARUQUE 
- I MACABEUS 
- II MACABEUS 
Além dos sete livros acima, as Bíblia de edições romana têm mais 4 
acréscimos a livros canônicos, que são os seguintes: 
- ESTER (Ao livros de Ester) 
- CÂNTICO DOS TRÊS SANTOS FILHOS (Ao livro de Daniel) 
- BEL E O DRAGÃO (Ao livro de Daniel)30 
As Bíblia católicas têm livros cujos nomes diferem daquele empregados nas 
edições evangélicas. Essa diferença não tem grande importância. Entretanto, como 
os protestantes usam também Bíblia de edição católica, é bom que se dê um quadro 
explicativo, que os auxilie no manejo das diferentes edições: 
 
Bíblia Protestante Bíblia Católica 
I,II Samuel I,II Reis 
I,II Reis III, IV Reis 
I,II Crônicas I,II Paralipômenos 
Esdras, Neemias I,II Esdras 
Lamentações de Jeremias Trenos 
 
 
Como se vê, é simples questão de nomes, mais ou menos apropriados, 
segundo o critério das autoridades que dirigem as edições, e para todos eles há 
justificativas históricas e tradicional. 
 
Russell Norman Champlin Conclui que: cancelados os livros apócrifos, as 
Bíblias católicas e protestantes são substancialmente idênticas. Basta conferi-las. 
 
30 Ibidem, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 49 
Aparecem, naturalmente, variações na linguagem, e até mesmo de sentido. O que é 
inevitável em qualquer obra de tradução. A causa está, muitas vezes, na diferença 
de competência do tradutor, outras vezes, nas variações das fontes originais. 
Os nossos 39 livros do Antigo Testamento, os católicos chamam 
“protocanônicos”. 
Os que chamamos “apócrifos”, eles chamam “deuterocanônicos”. Os que 
chamamos “pseudoepigráficos”, eles chamam “apócrifos”. 
 (Os evangélico chamam de pseudoepigráficos a um conjunto de livros 
espúrios, nunca reconhecidos pela Igreja Católica. A esses, esta Igreja chama 
apócrifos).31 
XI. A BÍBLIA HEBRAICA 
 
De acordo com Mark Futato a Bíblia Hebraica consiste apenas no nosso Antigo 
Testamento. É a Bíblia dos judeus. Lá, o arranjo dos livros é diferente, e o total é de 
24, em vez de 39. Isso porque vários grupos de livros são contados como um só 
livro. O texto é sempre o mesmo. 
 
31 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 50 
Os 24 livros estão classificados em três grupos, a que Jesus se referiu em Lc 
24.44: Lei, Profetas e Escritos. Os Salmos eram o primeiro livro do último grupo. 
Talvez, por isso citados em Lc 24.44, querendo indicar todo o grupo.32 
 
XII. AS SOCIEDADES BÍBLICAS 
De acordo com Philip W. Comfort no livro a origem da Bíblia, afirma que há no 
Brasil duas entidades evangélicas publicadoras e distribuidoras de Bíblias. A 
primeira é a Imprensa Bíblica Brasileira (IBB), fundada em 02/07/1940. A Segunda é 
a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), fundada em 10/06/1948, resultante da fusão de 
1942 a 1948, das agências que no Brasil funcionavam, da Sociedade Bíblica 
Britânica e Estrangeira, e da Sociedade Bíblica Americana Latina. 
A primeira remessa de Bíblias para a aquisição popular chegou ao Brasil em 
1822 – o ano da nossa independência política.É significativa essa conotação entre 
a chegada aqui da Bíblia em massa, e a independência do Brasil. A primeira, 
trazendo a emancipação espiritual. A segunda, a nacional ou política. Essa primeira 
remessa foi de 2000 exemplares de Bíblias e Novos Testamentos, enviada pela 
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, com sede em Londres, e porto de 
chegada ao Brasil: “Recife”. 
Em 1855, novas portas se abrem para uma maior difusão da Bíblia no Brasil 
com a fundação da primeira igreja evangélica em nossa terra – a Congregacional, 
pelo Missionário Roberto Kalley e esposa. A partir daí, ele desenvolveu grande 
esforço para a divulgação da Bíblia. 
Em 1856, foi fundada a primeira agência distribuidora de Bíblia no Brasil, a 
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (SBBE). A Segunda agência foi a 
Sociedade Bíblica Americana (SBA), fundada em 1876. Ambas funcionaram no Rio 
de Janeiro. 
Antes disso, o Bíblias já circulavam no Brasil, vindas de comandantes de 
navios que as entregavam a casas comerciais estrangeiras para revenda. 
Outro fator marcante, foram os distribuidores intinerantes (colportores), como é 
o caso do Rev. James Thompson enviado pela SBBE em 1818, o qual, viajou muito 
 
32 FUTATO, Mark. Introdução ao Hebraico Bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 51 
através das Américas, distribuindo o Santo Livro. 
Outro caso que muito contribuiu para o mesmo fim é o do Missionário D. P. 
Kidder, metodista, que distribuiu exemplares da Palavra de Deus em quase todo o 
Império do Brasil, a partir de 1837. 
Só na eternidade se revelará o benefício que as Sociedades Bíblicas, acima 
mencionadas, coadjuvadas por pioneiros indômitos, como os mencionados, têm 
trazido ao Brasil incentivo espiritual, social e cultural, mediante a bendita semeadura 
pioneira do Livro de Deus. 
Funciona também no Brasil, com sede em São Paulo, a Sociedade Bíblica 
Trinitariana, filial da sua sede em Londres, de igual modo empenhada na dimensão 
da Palavra de Deus entre nosso povo. 
A Bíblia foi impressa por evangélicos a primeira vez no Brasil em 1944, pela 
Imprensa Bíblica Brasileira. 
A mais antiga Sociedade Bíblica do mundo é a Sociedade Bíblica Britânica e 
Estrangeira (SBBE), fundada em 1804; a segunda, é a Sociedade Bíblica Americana 
(SBA), fundada em 1816. 
Na distribuição de Bíblias em todo o mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar.33 
 
 
XIII. AS MODERNAS VERSÕES E REVIÕES DA BÍBLIA 
 
Conforme o teólogo Tremper Longman sendo este um assunto de grande 
extensão, teceremos apenas algumas considerações. 
Versões e revisões da Bíblia decorrem da necessidade de atualização da 
linguagem. A língua, sendo um instrumento vivo de comunicação e expressão, 
evolui, modifica-se e aumenta à medida que o tempo corre. 
No caso da Bíblia, quando se faz mister, é preciso fazer mudança na 
linguagem do texto, para que a mensagem do mesmo não mude. A mensagem da 
Bíblia é divina, não mudando jamais; mas a linguagem é humana e muda com o 
tempo. Inúmeras palavras e frases da época em que Almeida fez a sua tradução da 
Bíblia para o Português, caíram em desuso ou alteraram o sentido, ao mesmo 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 52 
tempo que novas palavras e frases entraram continuamente para a língua. 
Revisão é uma alteração na linguagem para a conservação do sentido da 
mensagem. Repetimos: “A mensagem do texto é divina; a linguagem que a conduz 
é humana. A primeira é imutável; a segunda está sempre mudando”. É necessário, 
pois, que nas novas versões e revisões, quando feitas com todo o cuidado, santo 
temor, idoneidade, e devoção a Deus, a linguagem seja atualizada para que a 
mensagem divina seja comunicada com toda finalidade e seriedade, conforme a 
capacidade de expressão da linguagem.34 
 
 
3. A BÍBLIA E SUA ESTRUTURA 
 
 
33 COMFORT, Philip W. A Origem da Bíblia. São Paulo: CPAD, 1998. 
34 LONGMAN III, Tremper. Lendo a Bíblia com o coração e a mente. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 53 
SUMÁRIO DO CAPÍTULO 
 
I. A Unidade Física da Bíblia 
II. A Estrutura da Bíblia 
III. O Tema Central de Todos os Livros da Bíblia 
IV. Fatos e Particularidades da Bíblia 
 
Quanto à estrutura geral da Bíblia, há nela harmonia e unidade. Falaremos 
agora sobre sua unidade física. Sua unidade e harmonia doutrinária serão 
localizadas no capítulo. 
 
I. A UNIDADE FÍSICA DA BÍBLIA 
 
De acordo com Russell Norman Champlin a unidade e existência física da 
Bíblia até os nossos dias, só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros, 
escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Esses 
homens tinham diferentes atividades e escreveram sobre diferentes situações. Na 
maior parte dos casos, não se conheceram. Viveram em, lugares diferentes, de três 
continentes, escreveram em duas linguagens principais. 
Devido a essas circunstâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam 
sobre o que já havia sido escrito. Muitas vezes, um escritor iniciava um assunto e, 
séculos depois um outro completava-o. 
Tudo isso somando num livro puramente humana daria uma “Babel” 
indecifrável! Imaginai o que seria fisicamente a Bíblia, se não fosse a mão de Deus! 
Quanto a unidade física da Bíblia, ninguém sabe ao certo como os 66 livros 
encontraram-se e agruparam-se num só volume: isso é obra de Deus. Sabemos que 
os escritores não escreveram os 66 livros de uma só vez, nem em um só lugar, nem 
com o objetivo de reuni-los num só volume, mas em intervalos durante 16 séculos, 
em lugares que vão de Babilônia à Roma. 
Se alguma falha for encontrada na bíblia, será sempre ao lado humano, como 
tradução mal feita, gráfica inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem 
estuda, falsa aplicação quanto aos trechos discrepantes, não pensemos logo que é 
erro! Saibamos refletir como Agostinho, que disse: “num caso desse, deve haver 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 54 
erro do copista, tradução mal feita do original, ou questão sou eu mesmo, que não 
consigo entender...”.35 
De acordo com Stephen Neill e Robert V. Huber, há uma coerência 
impressionante entre os livros da Bíblia, apesar de ter sido escrito por inúmeros 
autores, o que nos deixa encantado é que o elemento unificador é Deus, seu caráter 
e seu plano continuo de salvação e a sua estratégia para alcançar as pessoas, livrá-
las do pecado e do mal que o pecado causa. 
Mesmo o Antigo e o Novo Testamento, que foram compilados por diferentes 
grupos teológicos de Judeus e cristãos, se unificam na mesma história sobre quem 
é Deus e o que ele está fazendo em favor da humanidade. 
A Bíblia é a história de um pai amoroso e cheio de esperança. Ela foi 
preservada em rolos de couro escondidos em caverna durante 2000 anos. Ela 
venceu as chamas que foram acesas para silenciá-la e alimentou a paixão de 
cristãos que fizeram mais e mais cópias dela. 
Ela sobreviveu as Críticas dos ateus. Ela impulsiona Missionários a leva-la a 
todos os confins da terra e faz com que tradutores coloquem por escrito línguas que 
até hoje eram apenas faladas e como ela transformou o mundo através dos séculos. 
A Bíblia é a história mais marcante e emocionante que já se contou!36 
 
II. A ESTRUTURA DA BÍBLIA 
 
Estudaremos neste ponto um resumo da estrutura da Bíblia quantoà sua 
composição em partes principais, livros, classificação dos livros por assunto, divisão 
dos livros em capítulos e versículos, e certas particularidades indispensáveis. 
Conforme o teólogo Henry Virkler essa divisão pode ser feita da seguinte 
forma: 
a) Divisão em partes principais. São duas: Antigo e Novo Testamento. O 
Antigo Testamento é três vezes mais volumoso que o Novo Testamento; 
 
b) Composição quanto a livros. São 66, sendo 39 no Antigo Testamento 
e 27 no Novo Testamento. O maior livro é o dos Salmos. O menor é 3 João; 
 
c) Divisão em capítulos. São 1.189, sendo 929 no Antigo Testamento e 
260 no Novo Testamento. O maior capítulo é o Salmo 119; e o menor é o Salmo 
 
35 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
36 NEILL, Stephen. História das missões cristãs. São Paulo: Vida Nova. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 55 
117. Para ler a Bíblia toda em um ano, basta ler 5 capítulos aos domingos e 3 
nos demais dias da semana. Foi dividida em capítulo em 1.250 d. C. por Hugo 
de Saint Cher, abade (diretor de Seminário) dominicano, estudioso das 
escrituras. 
 
d) Divisão em versículos. São 31.173, sendo 23.214 no Antigo 
Testamento e 7.959 no Novo Testamento. O maior versículo está em Ester 8.9 e 
o menor em Êxodo 20.13: em Lucas 20.30, na TRBR; em Jó 2.3 na ARA. Como 
se vêem depende da versão. Noutras línguas variam também. Isso não tem 
muita importância. Foi dividida em versículos em duas etapas: o Antigo 
Testamento em 1.445, pelo Rabi Nathan. O Novo Testamento em 1.551, por 
Robert Stevens, um impressor de Paris. Estevens publicou a primeira Bíblia 
dividida em capítulos e em versículos em 1.555, sendo esta a vulgata latina. Em 
inúmeros casos de divisões são inexatas, bipartindo o texto e alterando a linha 
do pensamento. São utilíssimas na localização de qualquer fração de texto; 
 
e) Classificação dos livros. Os 66 livros estão classificados ou 
agrupados por assuntos, sem ordem cronológica. É bom ter isso em mente ao 
estudar a Bíblia, pois evitará muito mal entendido, especialmente na esfera da 
história, da profecia bíblica e do desenvolvimento da doutrina.37 
 
A classificação dos livros do Antigo Testamento, por assuntos, acima, vem da 
Versão Septuaginta através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica 
dos mesmos, o que para o leitor menos avisado, dá lugar a não poucas confusões 
quando o mesmo procura agrupar os assuntos cronologicamente. 
 
O teólogo Carlos O. Pinto classifica da seguinte forma: o Antigo Testamento. 
Seus 39 livros estão divididos em 4 classes: LEI, HISTÓRIA, POESIA, PROFECIA. 
O s livros de cada classe são os seguintes: 
 
 LEI: 5 livros. De Gênesis a Deuteronômio. Esses 5 livros são chamados 
de “PENTAÊUCO”. Tratam da Criação e da Lei; 
 
 HISTÓRIA: 12 livros. De Josué a Ester. Contém a história do povo 
escolhido: Israel; 
 
 POESIA: 5 livros. De Jó a Cantares. São chamados poéticos devido ao 
gênero do seu conteúdo e não por outra razão; 
 
 PROFECIA: 17 livros. De Isaías a Malaquias. Esses 17 livros estão 
 
37 VIRKLER, Henry A. Hermenêutica Avançada. Princípios e Processos de Interpretação Bíblica. São Paulo: Vida, 1987. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 56 
subdivididos em dois grupos: 
 
 Profetas Maiores: 5 livros. De Isaías a Daniel; 
 
 Profetas Menores: 12 livros. De Oséias a Malaquias. 
 
Os nomes “maiores” e “menores” referem-se ao volume de matéria dos livros e 
extensão do ministério profético. Na Bíblia Hebraica (o nosso Antigo Testamento), a 
divisão dos livros é bem diferente como já falamos. 
 
O Novo Testamento. Seus 27 livros também estão divididos em 4 classes: 
BIOGRAFIA, HISTÓRIA, DOUTRINA, PROFECIA. Os livros de cada classe são os 
seguintes: 
 
 BIOGRAFIA: são os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena do 
Senhor Jesus e o seu glorioso ministério entre os homens. Os três primeiros são 
chamados “SINÓTICOS” devido ao paralelismo que apresentam. O número 
quatro dos Evangelhos fala também de sua universalidade, por serem quatro 
pontos cardeais; 
 
 HISTÓRIA: é o livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja 
primitiva, seu viver e agir. O livro mostra que o segredo do progresso da Igreja é 
a plenitude do Espírito Santo nas vidas. 
 
 DOUTRINA: são 21 livros chamados epístolas ou cartas. Vão de 
Romanos a Judas. Umas são dirigidas à Igreja, outras a indivíduos. As 7 que vão 
de Tiago a Judas são chamadas “universais” ou “gerais”. 
 
 PROFECIA: é o livro de Apocalipse. Esta palavra significa “revelação”. 
Trata da volta pessoal do Senhor Jesus à terra, isto é, sua revelação, sua 
manifestação visível. O Apocalipse é o inverso do livro de Gênesis. Lá narra 
como tudo começou; aqui, como tudo findará.38 
 
Há outras modalidades de classificação, mas a que vai acima, parece-nos 
bastante simples e prática. 
 
f) A disposição dos 66 livros. Os que organizaram a presente 
disposição dos livros foram sem dúvida guiados por Deus, porque nota-se uma 
gradativa correlação doutrinária entre os mesmos. 
 
 
38 PINTO, Carlos O. Fundamentos para Exegese do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 57 
Exemplo disso no Antigo Testamento: há uma linda relação entre o livro dos 
Salmos e o de Provérbios. 
 
Nunca poderiam vir separados. Os Salmos tratam do nosso andar com Deus; 
Provérbios: o nosso andar com os homens. Esses livros não podiam estar distantes. 
 
Exemplo no Novo Testamento: as epístolas. Senão, vejamos: 
 
- Romanos fala da Salvação; 
 
- I e II Coríntios falam da Vida Cristã Disciplinada; 
 
- Efésios, Filipenses e Colossenses falam da Vida Consagrada; 
 
- I e II Tessalonicenses falam da Vinda de Jesus; 
 
- I e II Timóteo, Tito falam de Obreiros e Ministério; 
 
- I e II Pedro falam de Provas e Tribulações. 
 
 
 
III. O TEMA CENTRAL DE TODOS OS LIVROS DA BÍBLIA 
 
Conforme Roy B. Zuck é o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo no-lo declara em 
Lucas 24.27,44 e João 5.39, considerando Cristo como tema centra da Bíblia, os 66 
livros poderão ficar resumidos em 5 palavras, todas referentes a Cristo, assim: 
 
 PREPARAÇÃO: todo o Antigo Testamento trata da preparação do 
mundo para o advento de Cristo. 
 
 MANIFESTAÇÃO: os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo, ao 
mundo, como Redentor. 
 
 PROPAGAÇÃO: os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo 
por meio da Igreja. 
 
 EXPLANAÇÃO: as Epístolas tratam da explanação de Cristo. São os 
detalhes da doutrina. 
 
 CONSUMAÇÃO: o Apocalipse trata de Cristo consumando todas as 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 58 
coisas.39 
 
Tendo Cristo como o tema central da Bíblia, podemos resumir todo o Antigo 
Testamento numa frase: “JESUS VIRÁ”, e o Novo Testamento noutra frase: “JESUS 
JÁ VEIO” (é claro, como Redentor). 
 
Assim sendo, as Escrituras sem a pessoa de Jesus seriam como a Física sem 
a matéria, ou a Matemática sem os números... 
 
 
4. A BÍBLIA E SUA MENSAGEM 
 
 
SUMÁRIO DO CAPÍTULO 
 
I. A origem divina da Bíblia 
II. A aplicação da mensagem da Bíblia 
 
39 ZUCK, Roy B. A interpretação Bíblica – meios de descobrir a verdade da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 
 BIBLIOLOGIA– Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 59 
 
Os principais títulos da Bíblia como mensagem de Deus, ou revelação divina 
são: 
 
1. Sagradas Escrituras (Rm 1.2; II Tm 3.15) ou apenas Escrituras (Lc 
24.27,45). Ou ainda Escritura (Jo 10.35; II Tm 3.16). 
 
2. A Palavra de Deus (Mc 7.13; Rm 10.17; Hb 4.12). 
 
3. A Palavra da Verdade (II Tm 2.15). 
 
4. A Escritura da Verdade (Dn 10.21). 
 
5. O Livro do Senhor (Is 34.16). 
 
Seu título de compromisso, como repositório de melhores, preciosas e grandes 
promessas (Hb 8.6; II Pe 1.4) é “TESTAMENTO” (II Co 3.6,14). 
 
Seu título como livro é “BÍBLIA”. (Esse vocábulo aparece no original em João 
21.25; II Timóteo 4.13; Apocalipse 20.12, mas não como referência às Escrituras 
Sagradas). 
 
A Bíblia – a Palavra Escrita de Deus – é um livro divino, porém nos é dado por 
homens iguais a nós, tornando-se assim, divino-humano. Assim também o é Cristo 
– A Palavra Viva, Verdadeiro Deus, Verdadeiro homem (Mt 1.23; Jó 1.1; Ap 19.13). 
 
Pela Bíblia Deus fala pela linguagem humana para que o homem possa 
entendê-lo. Por essa razão a Bíblia faz referência a tudo o que é humano e terreno. 
 
A obra de Deus é também divina-humana. Ele pergunta: “Quem há de ir por 
nós?” (Is 6.8). Deus é um ser de natureza espiritual. Alguém precisa ir em seu lugar 
 
1994. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 60 
levar sua mensagem aos homens.40 
 
 
I. A ORIGEM DIVINA DA BÍBLIA 
 
 
Os teólogos Norman Geisler e Willian Nix tecem que as Escrituras são de 
origem divina é assunto resolvido. Deus na sua Palavra é testemunha concernente 
a si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus deposita toda a confiança nela como a 
Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentar. Aquilo que ele não entende, 
aceita por fé. 
Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não pode estar sujeita a provas e 
argumentos. Apresentamos algumas provas da Bíblia como a Palavra de Deus, não 
para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é divina. É satisfação 
para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências daquilo que cremos 
internamente – no coração. 
Não precisamos provar que ela é a Palavra de Deus. Já cremos nisso. Os 
inimigos é que terão de provar que ela não é a Palavra de Deus. 
Evidência da origem da Bíblia: 
A evidência da inspiração divina (II Tm 3.16; II Pe 1.21). Por isso é chamada a 
“Palavra de Deus”. Essa inspiração da Bíblia é plenária, e inclui as próprias palavras 
no original. Deus inspirou não só as idéias na mente do escritor, mas também as 
palavras, uma vez que “a palavra é a expressão do pensamento”. Confronte os 
termos “falar” e “palavra”, referentes à mensagem divina em I Coríntios 2.13; 
Hebreus 1.1; II Pedro 1.21; Apocalipse 22.6. Assim, a inspiração divina da Bíblia 
não foi só pensada, mas também falada. 
A evidência da aprovação da Bíblia por Jesus. Essa aprovação contou do 
seguinte: 
 
 Jesus leu-a e tomou-a como base de sua pregação e ensino. 
 
 Exemplo: pregação – em Lucas 4.16-21; ensino – em Lucas 24.27. 
 
40 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, 2002. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 61 
 
 Jesus usou-a contra o diabo (Mt 4.3-11). 
 Jesus chamou-a “A Palavra de Deus” (Mc 7.13; Jo 17.17). 
 Jesus observou-a e cumpriu-a em sua vida (Mt 3.15; 5.17; Lc 18.31; 24.44). 
 
 A evidência do testemunho do Espírito Santo no interior do crente. Quem 
aceita Jesus como Salvador, automaticamente, aceita também a Bíblia como a 
Palavra de Deus. Por que isso? Porque o mesmo Espírito de Deus convence o 
pecador (Jo 16.9) e testifica no crente que este é agora filho de Deus (Rm 8.16), 
testifica também, no mesmo crente, que a Bíblia é a Palavra de Deus para ele (Jo 
7.7). 
A evidência do cumprimento das profecias da Bíblia. A Bíblia é um livro de 
profecias. Profecias de todos os tipos: tipológicas e literais. 
As primeiras, expressas através de tipos. 
As segundas, expressas em linguagem literal, direta. Inúmeras profecias 
bíblicas estão se cumprindo, outras aguardam cumprimento.41 
 
Exemplo de profecias da Bíblia e seu cumprimento com toda exatidão: 
 
 Profecia Cumprimento 
Sl 16.10 Mt 28.6 
 Sl 41.9 Mc 14.10-21 
 Sl 68.18 Lc 24.50-53 
 Sl 69.9 Jo 2.17 
 Is 7.14 Mt 1.23 
 Is 62.11 Mt 21.1-10 
 Jr 31.15 Mt 2.17,18 
Dn 9.24,25 Jo 4.25,26 
 Os 11.1 Mt 2.15 
 Mq 5.2 Mt 1.23 
 Zc 9.9 Mt 21.1-10 
 Zc 11.12,13 Mt 26.15 
 
 
 
 
 
41 GEISLER, Norman & William Nix. Introdução Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1997. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 62 
II. APLICAÇÃO DA MENSAGEM DA BÍBLIA (Pv 25.11) 
 
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se 
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Tm 2.15). 
 
De acordo com David S. Dockery a expressão “manejar bem a palavra da 
verdade”, tem a ver com a correta interpretação e aplicação da Palavra, com a 
mensagem de Deus. 
A aplicação do texto bíblico. 
A aplicação pode ser quanto a: povo, tempo, lugar, sentido, mensagem e 
procedência da mensagem. Isto está relacionado com a Hermenêutica.42 
É importante lembramos que a mensagem da Bíblia é tão simples que a 
criança mais nova pode entendê-la, e tão profunda que o acadêmico mais culto não 
consegue compreender suas profundezas. 
No nível mais simples, a Bíblia conta-nos que Deus nos criou à sua imagem e 
nos ama com um amor tão grande que não podemos compreendê-lo. Por razões 
escondidas nos mistérios da vontade de Deus, a humanidade pecou contra ele. 
Esse pecado separou toda a humanidade de Deus e nos destinou a uma eternidade 
no inferno. 
Mas, como Deus ama cada um de nós, enviou seu filho, Jesus, para morrer em 
nosso lugar. 
Como ele era Deus, e sem pecado, o Pai está disposto a colocar nosso pecado 
em Jesus e entregar sua justiça para nós. 
Ele faz isso quando acreditamos em Jesus como o filho ressuscitado de Deus e 
o recebemos, ou o aceitamos como nosso Deus. 
Devemos fazer isso como um ato simples de fé. Quando, com fé, 
reconhecemos perante Deus que acreditamos em Jesus e o aceitamos como nosso 
Deus pessoal, estando dispostos a entregar nossa própria vida para segui-lo, Deus 
perdoa nossos pecados, passados, presentes e futuros, e nos dá a vida eterna. 
A partir daquele momento, estamos destinados a ir ao Céu como filhos de 
Deus. Ele quer que vivamos para ele enquanto ainda estamos na Terra, então 
 
42 DOCKERY, David S. Hermenêutica Contemporânea à luz da igreja primitiva. São Paulo, SP: Editora Vida, 
2001. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 63 
nossa vida deve estar comprometida a seguir a Deus da melhor maneira possível. 
Discernimos sua vontade para nossa vida ao ler as Escrituras e fazer o que 
encontramos ali, o melhor que pudermos. Alémdisso, oramos e integramos nossa 
vida com outros cristãos comprometidos que também podem nos ajudar para a vida 
que agora somos chamados a viver. 
Jesus disse que o maior Mandamento é amar o Senhor nosso Deus com todo 
nosso coração, alma e mente, e que o segundo é amar ao próximo como a si 
mesmo. Essa é a nossa tarefa, no seu sentido mais amplo, enquanto estamos na 
Terra. Quando morrermos, vamos para o Céu. 
 
Concluindo 
 
A palavra cânon só passou a ser utilizada de fato a partir do quarto século. 
Antes havia a noção de que os livros sagrados eram considerados como regra de fé 
contendo doutrina apostólica. 
A demora na aceitação dos livros sagrados tanto do Novo quanto do Antigo 
Testamento, pode ser compreendida como um zelo da igreja quanto a pureza da 
mensagem escrita de Deus diante da sempre tentação do diabo em adulterar o 
sentido verdadeiro da Palavra de Deus. 
Exemplo recente no sucesso de venda do livro “O código da vince” que baseou 
seus testemunhos escriturísticos em livros espúrios que não foram aceitos pela 
igreja cristã como inspirados. 
A História da tradução da Bíblia pode ser compreendida da seguinte forma: 
Começa com o exemplo de Esdras ensinando o povo que havia retornado do 
cativeiro (Neemias 8) Ele lia em Hebraico, mas depois de tantos anos do povo no 
exílio tinham dificuldade de compreender a língua pátria. Assim surgiu a primeira 
necessidade de traduzir alguns textos para o Aramaico. 
Mais tarde, desenvolveu-se a prática de interpretes (meturgeman) que fazia 
uma tradução oral das escrituras em hebraico. 
Mais tarde, a necessidade de traduzir o hebraico para o grego, surge a 
Septuaginta. Depois, a Vulgata, do Grego para o Latim. 
 BIBLIOLOGIA – Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 64 
BIBLIOGRAFIA 
 
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Janeiro: \ Thomas Nelson Brasil, 2011. 
 
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DOCKERY, David S. Hermenêutica Contemporânea à luz da igreja primitiva. São Paulo, SP: Editora Vida, 
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GEISLER, Norman & William Nix. Introdução Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1997. 
 
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HORACE, Émile-Jean. Encyclopædia Britannica. Ultimate Reference Suite. Chicago: Encyclopedia 
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PINTO, Carlos O. Fundamentos para Exegese do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova. 
 
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WILEY, H.Orton. A Excelência da Nova Aliança – Comentário exaustivo da Carta aos Hebreus. Ed. 
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ZUCK, Roy B. A interpretação Bíblica – meios de descobrir a verdade da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 
1994. 
 
 
A Deus Toda Glória! 
 
Cristologia Teologia - ONIC 
 
 Pr. Dr. Zedequias Vieira Cavalcante 
 
3 
INTRODUÇÃO 
 
Toda a discussão cristológica parte da resposta que se dá a pergunta do 
próprio Cristo: “Quem diz o povo ser o filho do homem?” E da crença na 
declaração bíblica: “... o verbo era Deus”. 
Cristo foi para os seus contemporâneos o que poderíamos chamar de um ser 
“controverso”. Dificilmente duas pessoas pensavam e diziam a respeito d’Ele a 
mesma coisa. Muitos daqueles que o viam comendo, diziam: “Ele é um glutão” 
(Mt 11:19). 
E eram esses mesmos que, ao saberem que Ele se abstivera de comer, 
diziam: “Este tem demônios”. Muitos daqueles que testemunhavam à operação dos 
seus milagres, diziam: “Ele engana o povo”, ou “ele opera sinais pelo poder dos 
demônios”. 
A revelação acerca de Cristo não nos vem por canais humanos e naturais; é 
produto da revelação divina através de vidas transformadas pelo Espírito Santo. 
(Mt 16:17). 
 
I. O ENSINO BÍBLICO SOBRE A HUMANIDADE 
DE CRISTO 
“Jesus era o filho do homem, conforme Ele mesmo se proclamou”. 
É nessa qualidade que Ele se identifica com toda a raça humana. Para 
Ele convergem todas as linhas de nossa comum humanidade. “Cristo 
pertence à raça e dela participa, nascido de mulher, vivendo dentro da 
linhagem humana, sujeito as condições humanas e fazendo parte 
integral da história do mundo”. 
 
 
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4 
1. A HUMANIDADE DE CRISTO NA BÍBLIA 
 
 
 
a) PELA SUA ASCENDENCIA. 
* Ele (quanto ao corpo) nasceu de mulher (Gl 4:4; Mt 1:18; 2:11 12:47; Jô 2:1; Hb 
10:5). 
* Ele veio da descendência humana de Davi (Rm 1:3; At 13: 22,23; Lc 1:31-33; 
Mt 1:1). 
 
b) POR SEU CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NATURAIS 
* Jesus Cristo estava sujeito as Leis comuns do desenvolvimento humano e do 
crescimento gradativo em sabedoria e estatura (Lc 2:40, 46, 52; Hb 5:8). 
 
c) POR SUA APARÊNCIA PESSOAL 
* Jesus Cristo tinha a aparência de homem, e ocasionalmente confundiram-no com 
outros homens (Jo 4:9). 
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5 
 
d) POR SUA NATUREZA HUMANA COMPLETA 
* Ele possuía corpo físico (Mt 26:12). 
* Ele possuía alma racional (Mt 26:38). 
* Ele possuía espírito humano (Lc 23:46). 
 
e) PELAS SUAS LIMITAÇÕES HUMANAS SEMPECADO 
* Ele era sujeito ao cansaço corporal (Jo 4:6). 
* Ele era sujeito à necessidade de sono (Mt 8:24). 
* Ele era sujeito à fome (Mt 21:18). 
* Ele era sujeito à sede (Jo 19:28). 
* Ele era sujeito ao sofrimento e à dor físicos (Lc 22:44). 
* Ele em sua vida corporal, tinha a capacidade para morrer (1 Co 15:3). 
* Ele tinha a capacidade para crescer em conhecimento (Lc 2:52). 
* Ele tinha capacidade para adquirir conhecimento mediante a observação (Mc 
11:13). 
* Ele tinha capacidade para se limitar em seu conhecimento (Mc 13:32). 
* Ele dependia da oração para ter poder (Mc 1:35) 
* Ele dependia da unção do Espírito Santo para manifestar poder (At 10:38; Is 61: 
1-2). 
 
f) PELOS NOMES QUE LHE FORAM DADOS, POR ELE MESMO OU 
POR OUTROS. 
* Jesus (Mt 1:21). 
* Filho do homem (Lc 19:10). 
* Jesus, o Nazareno (At 2:22). 
* O profeta (Mt 21:11). 
* O carpinteiro (Mc 6:3). 
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6 
* Cristo Jesus, homem (1 Tm 2:5). 
 
g) PELO RELACIONAMENTO HUMANO QUE ELE MANTINHA COM 
DEUS 
* Jesus Cristo chamou o Pai de “Meu Deus”, e “Meu Pai”, tomando assim o lugar 
e assumindo o caráter de homem (Mc 15:34; Jo 20:17). 
 
h) PELAS SUAS TENTAÇÕES 
* Cristo foi tentado como nós em todas as coisas, mas nunca pecou (Hb 4:15). 
Neste ponto podem surgir duas objeções: 
* As tentações de Jesus não foram reais porque Ele não tinha natureza pecadora 
como nós, a resposta a esta objeção é que os puros também sofrem tentações, 
assim como Adão e os anjos. 
* Cristo, não podia pecar, dado a sua natureza sem pecado. Respondemos dizendo 
que é preciso considerar a intensidade das tentações. Em nosso caso, Deus filtra as 
tentações antes que elas cheguem até nós (1 Co 10:13). Qual teria sido a medida da 
intensidade da tentação que Deus permitiu para o seu filho? (Mt 4: 1ss; Lc 2: 44). 
O fato de Ele ser tentado como nós, revela que Cristo tinha a nossa natureza. 
 
i) PELA SUA VIDA SEM PECADO 
* É preciso ressaltar que Jesus Cristo, embora humano, estava livre da depravação 
moral provocada pela queda (Hb 4:15; 7:26; 2 Co 5:21) e de qualquer transgressão 
pessoal. Ele foi um ser humano sui generis, quer dizer, único no gênero. 
* Portanto, segundo a Bíblia, não pode haver dúvida de que Cristo era de natureza 
humana, como nós, mas com a diferença que Ele não tinha a natureza corrupta que 
nós temos, nem praticou qualquer pecado em toda a sua vida. 
 
 
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7 
 II. A DIVINDADE DE JESUS CRISTO 
 
 
Um dos pontos salientes da Doutrina Cristológica consiste na afirmativa segundo a 
qual Jesus Cristo tinha uma dupla natureza, o que o fazia tanto homem na sua 
essência, como Deus. 
Apesar disto, não poucas vezes, ao longo dos séculos, têm se levantado contra esta 
verdade, e principalmente, contra a divindade do salvador. 
 
1. FALSOS CONCEITOS QUANTO A DIVINDADE DE CRISTO 
Dentre os muitos falsos conceitos quanto à divindade de Jesus Cristo, surgidos a 
esses séculos de história do cristianismo, se destacam os seguintes: 
a. O ARIANISMO – Este considerava a Cristo como o mais elevado dos seres 
criados, enquanto negava a sua divindade. 
b. O EBIONISMO – Este negava a divindade de Cristo, considerando-o como um 
simples homem. 
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8 
c. O DOCETISMO – Este negava a realidade do corpo de Cristo, julgando que 
sua natureza não podia estar à carne, que segundo o sistema, é inerente má. 
d. O APOLINARIANISMO – este admitia que Cristo tinha apenas duas partes 
humanas, negando que Ele tivesse alma humana. 
e. O NESTORIANISMO – este negava a união das duas naturezas –
 humana e divina em Cristo, fazendo dele duas pessoas. 
f. O JEOVISMO – este ensinava que Cristo não é Deus, mas que apenas estava 
“existindo” na forma de Deus. 
 
2. A DIVINDADE DE CRISTO NAS ESCRITURAS. 
A divindade de Cristo está revelada nas Escrituras Sagradas. Isto é claramente 
percebido, atentando-se para os seguintes testemunhos das escrituras: 
 
a) CRISTO É DEUS (Jo 1:1). “No princípio era o verbo, e o verbo era Deus”. 
Outras referências bíblicas corroboram com a divindade de Jesus Cristo, vejamos a 
seguir (Jo 10:30, 33, 38; 14: 9, 11; 20: 28; Rm 9:5; Cl 1: 25; 2:9; Fl 2: 6; Hb 1: 3; 2 
Co 5: 19; 1 Pe 1: 2; 1 Jo 5: 2; Is 9: 6). 
b) CRISTO É TODO PODEROSO (Mt 28:18; Ap 1: 8). 
c) CRISTO É ETERNO (Jo 8: 58; 1: 18; 6: 57; 8: 19; 10: 30, 38; 14: 7, 9, 10, 20; 
16: 28; 17: 21, 26). 
d) CRISTO É CRIADOR (Jo 1:3, 10; Cl 1: 16; Hb 1: 1, 2). 
 
3. O TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS ACERCA DE CRISTO 
Por fim temos o testemunho daqueles que conviveram com Cristo e ficaram 
encarregados de testemunhar de toda a verdade. Para os apóstolos, Jesus Cristo é 
divino. Os escritos do novo testamento não deixam nenhuma dúvida a esse 
respeito. Basta ver textos como João 1:1; Romanos 9: 5; Tito 2: 13; Hb 1: 8; 1 João 
5: 20. 
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Negar que Cristo tenha a natureza em igualdade com o Pai, é ignorar totalmente o 
testemunho claro da palavra de Deus ou não crer no ensino das escrituras. 
Cristo não possuía só a natureza humana, mas também a divina (Jo 1: 14). 
 
4. JESUS E SEUS ATRIBUTOS DIVINOS 
a) JESUS É ONIPOTENTE (Lc 4: 35, 36, 41). Ele tem poder sobre os demônios 
(Mc 8: 16; 10: 1), tem poder sobre as doenças (Mc 10: 8) e tem poder para guardar 
(Mt 28: 18; Ap 1:18). 
b) JESUS É ONISCIENTE (Jo 21; 17). Jesus sabe tudo. 
c) JESUS É ONIPRESENTE (Ef 1: 20-25), Ele está presente em todo lugar. 
d) JESUS É IMUTÁVEL (Ml 3: 6; Hb13: 8; Hb 1: 12). 
e) JESUS É ETERNO (Cl 1: 17; Jo 1: 1; Mq 5: 2; Is 9: 6). 
f) JESUS É ADORADO (Ap 7: 9-12; Mt 4: 10; Mt 28: 9-17; 14: 33; 15: 25; Lc 
24: 52; Hb 1: 6). 
g) A CONSCIÊNCIA DE CRISTO DA SUA DIVINDADE. 
* O próprio Cristo tinha consciência da sua divindade. Ele mesmo se iguala ao Pai 
na vida (João 5: 26), na honra (João 5: 23), na glória (João 17: 5), na eternidade 
(João 8: 58), no nome (João 8: 24), na fórmula bastimal (Mateus 28: 19). 
* Ele declara sua união com o Pai (Jo 5: 18; 10: 33, 38). O próprio Cristo sabia da 
sua natureza divina. 
h) AS PRERROGATIVAS DIVINAS DE CRISTO 
* Jesus exerce atribuições que só cabem a divindade. Ele tem autoridade para 
perdoar pecados (Mc 2: 10), para alterar a Lei de Deus (Mt 5: 21ss), tem 
autoridade sobre o sábado (Mc 2: 28), sobre a vida dos homens (Mt 16: 24-26), e 
tem poder para salvar os homens dos seus pecados (Mt 1:21; Jo 8: 34-36). Porque 
Ele pode todas estas coisas? Ele é Deus. 
 
 
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III. OS ESTADOS E OS OFÍCIOS DE CRISTO 
 
1. OS ESTADOS DE CRISTO 
A Cristologia descreve a pessoa de Cristo com um personagem que passou por dois 
estados: um de humilhação e outro de exaltação. Esses dois estados foram referidos 
na profecia (Is 52: 13, 14; 53: 1-3, 11, 12), e confirmados nos escritos do novo 
testamento (Fl 2: 6-11; 1 Pe 1: 11). 
 
1.1 - O ESTADO DE HUMILHAÇÃO DE CRISTO 
 
 
O estado de humilhação da pessoa de Cristo ocorreu no fato da encarnação e na 
vida terrena até a morte. 
a) O verbo preexistente se fez homem (Jo 1: 1,14). 
b) Na encarnação Cristo humilhou-se (Jo 17:5; Fl 2: 6-8; 2 Co 8: 9). 
c) Ele foi sujeito às leis físicas e humanas (Lc 2: 52; Gl 4:4). 
d) Como ser humano, Ele que é a Segunda pessoa da santíssima trindade, passou a 
ser, em tudo, dependente da Terceira pessoa, o Espírito Santo; 
Vejamos: 
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d.a). Ele foi gerado pelo Espírito Santo (Lc 1: 34, 35). 
d.b). Ungido pelo Espírito Santo (Mt 3:16). 
d.c). Conduzido à tentação pelo Espírito Santo (Mt 4: 1). 
d.d). Levado a cruz pelo Espírito Santo (Hb 9: 14). 
d.e). Foi ressuscitado pelo Espírito Santo (Rm 8: 11). 
d.f). Foi fortalecido pelo Espírito Santo para realizar as obras (Mt 12: 28; At 1: 2; 
10: 38). 
Foi isto que aconteceu. Ele, voluntariamente, assumiu a condição de humano para 
sofrer com os homens nesse período de humilhação (Jo 10: 17,18). 
 
1.2 - O ESTADO DA EXALTAÇÃO DE CRISTO 
 
 
Pela ressurreição e ascensão, Cristo passou para o estado de exaltação. Voltou 
àquela glória que Ele tinha antes da encarnação (At 7: 55; Jo 17: 5; Fl 2: 9-11). 
Neste estado, Cristo assentou-se à destra de Deus, na glória que tinha antes da 
encarnação, e passou a exercer todos os atributos divinos. 
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Os dois estados de Cristo refletem os dois estados da vida do crente: o de 
humilhação neste mundo, e o de exaltação na vida futura. 
Cristo participou da humilhação humana para que os crentes participem da sua 
glória divina, mas sempre nesta ordem: primeiro a humilhação, depois a glória (Hb 
2: 10; 1 Pe 1: 4, 11). Primeiro as aflições, por fim a glória incomparável (Rm 
8:18). 
 
2. OS OFÍCIOS DE CRISTO 
No antigo testamento havia três ofícios ou funções fundamentais na vida do povo 
de Deus: o de Profeta, o de Sacerdote e o de Rei. De modo geral, por estes ofícios, 
o povo ouvia a Deus (através do Profeta), fazia-se representar diante de Deus (pelo 
Sacerdote), e tinha o governo político (do Rei). 
Em Cristo, os três ofícios foram reunidos, e Ele mesmo é o Profeta, o Sacerdote e o 
Rei. 
Assim Ele é um mediador completo e perfeito (1 Tm 2: 4). 
 
CRISTO COMO PROFETA 
 
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O trabalho do profeta no Antigo testamento era falar em nome de Deus. Ele 
interpretava os atos e os planos de Deus para os homens e orientava o povo nos 
caminhos traçados por Deus. Ele era o representante de Deus para o povo. 
Cristo foi o verdadeiro profeta, anunciado desde Moisés (Dt 18: 15). Os que 
creram em Jesus Cristo reconhecem ser Ele o profeta que havia de vir ao 
mundo (Jo 6: 14; At 3: 22). Ele revelou Deus e a sua vontade, (Hb 1: 3). Sua 
revelação do Pai é final na história da humanidade (Hb 1 1ss). 
 
2.1. CRISTO COMO SACERDOTE 
 
 
No antigo testamento o sacerdote era uma pessoa divinamente escolhida e 
consagrada para representar os homens diante de Deus e oferecer dons e sacrifícios 
que assegurassem o favor divino, e ainda para interceder pelo povo (Hb 5: 4; 8: 3). 
Mas o serviço era feito com imperfeição, quer pela fraqueza do sacerdote, quer 
pelo tipo de sacrifício que era oferecido. 
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Cristo realizou um sacrifício perfeito (Hb 10: 12 14), isto é o seu trabalho 
sacrificial foi consumado, historicamente na cruz. 
O trabalho de intercessão Ele sempre realizou quando esteve na terra (Jo17: ss). 
Depois que Ele ofereceu o seu sacrifício, é que Ele passou a exercer, 
especificamente, esse ministério de intercessão (Hb 7: 25; 9: 24). 
 
2.2. CRISTO COMO REI 
 
 
Os profetas do antigo testamento falaram de um Rei que viria da casa de Davi, para 
governar Israel e as nações, com justiça, paz e prosperidade (Is 11: 1-9). 
O Anjo disse a Maria que Jesus seria esse Rei (Lc 1: 32,33). 
Cristo mesmo afirmou que Ele era o Rei prometido (Jo 18: 36,37). 
Depois da sua ressurreição, Ele declarou seu poder sobre todas as coisas (Mt 28: 
18). 
Na sua ascensão, Ele foi coroado e entronizado como Rei (Sl 24: 6-10; Ef 1: 20-22; 
Ap 3: 21). 
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Jesus Cristo é Rei, e já está reinando, porém não ainda de modo visível, nem de 
modo pleno, mas um dia Cristo estará reinando a vista de todo o mundo (Ap 11: 
15; 19: 16). 
 
IV. A OBRA SACRIFICIAL DE CRISTO 
Dentro do ofício sacerdotal de Cristo está a sua obra sacrificial. Qual o significado 
da morte de Cristo? O que de fato aconteceu quando o filho de Deus morreu? 
 
 
 
1. DESTAQUES BÍBLICOS DA MORTE DE CRISTO 
Na obra sacrificial de Cristo foi pago um preço para libertação do pecado, a honra 
de Deus foi atendida, o amor divino foi demonstrado, a lei de Deus se tornou 
efetiva em sua punição de morte aos transgressores e com isto cessou a punição da 
lei para aqueles que recebem a justiça que vem de Cristo, (Gl 3: 13). 
 
 
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A MORTE DE CRISTO FOI SUBSTITUTIVA 
Cristo não morreu por seus próprios pecados, pois não tinha pecado (Jo 8: 46; 1 Pe 
2: 22; Hb 4: 15). 
A Bíblia diz que Ele morreu pelos pecados dos outros (Is 53: 5, 6; 2 Co 5: 14, 15, 
21; 1 Pe 2: 24). Portanto, isto mostra que sua morte foi substitutiva ou vicária. 
 
1.1. A MORTE DE CRISTO FOI PROPICIATÓRIA 
Na Bíblia, Deus apresenta-se às vezes como um Deus irado com o homem, por 
causa do pecado (Jo 3: 36; Rm 1: 18; 5: 9; ! Ts 1: 10; Ap 6: 17). 
O sacrifício de Cristo é revelado como o meio de reconciliação entre Deus e o 
homem (Rm 5: 10; 2 Co 5: 19, 20; Cl 1: 20). 
 
 
 
 
 
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V. A VITÓRIA DE CRISTO 
A morte de Cristo não teria o significado redentivo que tem se não fosse a sua 
ressurreição e ascensão. A vitória de Cristo sobre a morte, através da ressurreição, 
e sobre as limitações da existência humana pela ascensão, confirma a sua posição 
de glória, a validade da sua obra sacrificial em prol dos pecadores e proporciona 
aos seus discípulos uma esperança de glória futura. 
 
1. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO 
1.1. A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO 
Cristo ressuscitou em corpo, e não apenas em espírito ou na lembrança dos seus 
discípulos. 
Foi uma ressurreição única, diferente de qualquer outra que tenha havido antes, 
pois aquele corpo tinha propriedades diferentes de qualquer outro, e não estava 
mais sujeito a morte, nem as leis desta criação. 
Não foi simplesmente o voltar a vida do corpo que foi sepultado, mas o surgimento 
de um novo corpo, para uma vida de ordem diferente (Mt 28: 1-9; 16-20; Mc 16: 1-
18; Lc 24: 1-49; Jo 20: 1-21; At 2: 31, 32; 1 Co 15: 3-20). 
 
1.2. A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO 
A ressurreição de Cristo testifica da sua divindade (Rm 1:4), proclama a sua vitória 
sobre o pecado (Hb 9: 28), sobre os poderes das trevas (Ef 1: 20, 21) e sobre a 
morte (2 Tm 1: 10); assegura a eficácia da sua obra redentora (Rm 4: 25; 8: 33,34; 
1 Pe 1:3; 1 Co 15: 15-19); evidencia a realidade do seu reino futuro; mostra-se 
como as “Primícias” da colheita futura, que é a ressurreição dos crentes, o 
princípio da nova criação (1 Co 15: 20-26; 2 Co 5: 17; 2 Pe 3: 13; Ap 21: 22). 
 
1.3. A ASCENSÃO DE CRISTO 
A ascensão proclama o triunfo e a glorificação de Cristo (1 Pe 3: 22). 
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Ela sinaliza a sua coroação, de glória e de honra (Hb 2: 9), a sua exaltação máxima 
(Fl 2: 9). 
A ascensão de Cristo também estabelece as condições sob as quais a Igreja é 
chamada para servir: sob um Senhor que se acha exaltado como cabeça na terra e 
no céu (Ef 1: 20-23). 
Ela dá a Igreja certeza de que Cristo, como sumo-sacerdote, levou a humanidade 
até a presença de Deus, e de lá intercede por nós (Hb 4: 14-16; 7: 25; 9: 24; 1 Jo 
2:1). 
A ascensão garante o domínio futuro e final de Cristo em Glória, pois ela evidencia 
sua autoridade sobre o universo (1 Co 15: 25). 
Do céu, Cristo comanda a história, até que se proclame que “o reino do mundo 
passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos 
séculos” (Ap 11: 15). Amém! 
A doutrina cristológica, mostra a beleza, e tudo quanto temos hoje e no futuro. Pelo 
seu cumprimento, Cristo é a nossa glória eterna. Aleluia! Amém! 
 
 
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