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_Família - Casamento II

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Família - Casamento II
DIREITO CIVIL
FAMÍLIA - CASAMENTO II
Celebração do casamento:
Diferente da união estável, o casamento tem uma formalidade, uma celebração.
É composto por dois momentos:
1) Processo de habilitação: é o momento inaugural. Serve para saber se a pessoa pode 
se casar. Está previsto nos artigos 1.525 a 1.532.
No cartório, a pessoa faz um requerimento para casamento e junta documentos pessoais.
O Cartório publica o edital, informando que a pessoa tem interesse em se casar. Isso 
serve para dar publicidade, para saber se tem algum impedimento (outro casamento).
Obs.: � no google é possível saber se a pessoa é casada, com a busca “nome + edital de 
casamento”.
Se não houver nenhum problema, emite-se a certidão de habilitação. Uma vez efetivada 
a habilitação, essa certidão terá eficácia (produz efeitos) por 90 dias. Assim, o interessado 
terá 90 dias para marcar a celebração (arts. 1533 a 1542).
2) Ato de celebração do casamento
O casamento será celebrado no dia, hora e lugar designado pela autoridade que irá pre-
sidir o ato. Se não houver a celebração dentro do prazo, será necessário novo pedido de 
habilitação, para nova certidão.
Essa solenidade pode ser realizada na própria sede do cartório, com toda a publicidade 
(os impedimentos podem ser levados por qualquer pessoa), com portas abertas, na presença 
de duas testemunhas (pode ser parente ou não); ou pode ser em outro edifício – público ou 
particular – na presença de testemunhas (quatro testemunhas), e as portas devem ficar aber-
tas para que qualquer pessoa possa mencionar.
Se qualquer dos contraentes não souber ou não puder escrever, será necessária a pre-
sença de 4 testemunhas.
É possível se casar mediante procuração? Sim, nos termos do art. 1542. Essa procuração deve 
ser por instrumento público, com poderes especiais para isso. Esse ato é altamente revogável.
Se o casamento ocorrer, mas a procuração estiver revogada, esse casamento é anulável, 
conforme previsto no art. 1550, V do código civil.
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DIREITO CIVIL
É preciso que a revogação seja feita um tempo antes do casamento ser celebrado? Não, 
mas a revogação também deve ser feita por escritura pública. A revogação pode ser feita até 
no momento da celebração do casamento. 
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com 
poderes especiais.
§ 1 o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, cele-
brado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, 
responderá o mandante por perdas e danos.
Obs.: � se o casamento for celebrado, e a procuração tiver sido revogada (sem que o man-
datário soubesse), é possível responder por perdas e danos.
§ 2 o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casa-
mento nuncupativo.
§ 3 o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
Obs.: � a procuração por escritura pública só produzirá efeitos por 90 dias. O casamento 
deve observar esse prazo.
§ 4 o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
Obs.: � deve ser observado o princípio da simetria, se a procuração foi por escritura pública, 
a revogação também deve ser por escritura pública.
Existe a possibilidade de flexibilizar essas regras? É possível se casar sem o processo 
de habilitação? Sim.
É possível ter uma flexibilização mínima e uma flexibilização máxima.
Na flexibilização mínima (art. 1539), a pessoa está em caso de moléstia grave.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde 
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam 
ler e escrever. 
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Quando o casamento acontece em caso de moléstia grave de um dos nubentes, o pre-
sidente do ato celebra o casamento. É uma flexibilização mínima. As pessoas já habilitadas 
receberão o celebrante, na presença de 2 testemunhas. Não é qualquer doença, é uma 
moléstia grave – a pessoa não tem como se deslocar.
§ 1 o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por 
qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado 
pelo presidente do ato.
§ 2 o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em 
cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Só a celebração é que é flexibilizada, pois as pessoas já estão efetivamente habilitadas.
Flexibilização máxima (art. 1540):
Acontece quando algum dos contraentes está em iminente risco de vida. A pessoa está 
sob risco de morrer e não há tempo de chamar a autoridade para presidir o ato. As pessoas 
não estão habilitadas.
Por exemplo, a pessoa sofre um acidente e está presa na ferragem. São chamadas 6 
testemunhas para o ato. O casamento pode ser celebrado nessa situação.
Nesse caso, a habilitação não é exigida.
Esse casamento é o “nuncupativo”, “in extremis vitae” (na extremidade da vida), “in arti-
culo mortis” (no momento da morte). 
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a pre-
sença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento 
ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em 
linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Essas testemunhas não podem ser parentes.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judi-
cial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I – que foram convocadas por parte do enfermo;
II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por 
marido e mulher.
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DIREITO CIVIL
Informações importantes:
1) Causa suspensiva (art. 1523) não impede casamento, mas impõe o regime de sepa-
ração obrigatória de bens.
2) Casamento mediante “causa de impedimento” (art. 1521) será nulo.
A demanda a ser proposta será a “ação declaratória de nulidade”. Essa ação não tem 
prazo, pois o que é nulo nunca se convalida. Pode ser promovida por qualquer interessado 
ou pelo Ministério Público. É imprescritível, pois trata-se de interesse público.
3) Causas de anulabilidade: não tem nada a ver com “causa suspensiva”. São causas 
que geram um casamento anulável. Estão previstas no art. 1550.
A ação cabível é a “ação anulatória”, pois o interesse é particular. Essa ação tem prazo. 
Ela pode ser ajuizada somente pelas partes envolvidas. A anulação deve ser promovida no 
prazo cabível, sob pena de o ato se tornar válida. 
Quais são os casos de anulabilidade?
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
Obs.: � não é mais causa de anulabilidade. É causa de nulidade. Antes era possível casa-
mento daquele que não alcançou idade núbil em caso de gravidez ou de estupro, 
mas essa possibilidade não existe mais. A regra mudou no ano de 2019, agora o 
casamento de quem não tem idade núbil passa a ser caso de nulidade (art. 1520).
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outrocontraente soubesse da revogação do man-
dato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
As situações de anulabilidade são:
• Quem não completou a idade núbil (16 anos) – isso mudou, é caso de casamento nulo. 
Ainda está previsto nesse artigo porque o legislador ainda não fez a alteração.
• Menor sem consentimento dos pais, e sem autorização judicial
• Por vício de vontade (erro essencial sobre a pessoa e coação)
• O incapaz de consentir
• O casado mediante revogação da procuração
• Por incompetência da autoridade celebrante
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Quais são os prazos:
• Para quem não completou os 16 anos, o casamento é nulo, mas a lei trazia o prazo 
de 180 dias.
• Sem o consentimento dos pais: 180 dias
• Por vício de vontade:
– erro essencial sobre a pessoa: 3 anos
– coação: 4 anos
• O incapaz de consentir: 180 dias
• O casado mediante revogação da procuração: 180 dias
• Por incompetência da autoridade celebrante: 2 anos
Se passar o prazo, não tem mais o que discutir, o casamento se torna válido. 
Erro essencial: é a situação que a pessoa descobre e a vida se torna insuportável.
Se a pessoa descobrir que não consegue conviver com o outro depois de 3 anos, é caso 
de divórcio e não de anulabilidade.
Qual é a prova do casamento? É a certidão do casamento. Se a certidão for perdida, há 
outros meios de prova.
Quais são os efeitos do casamento? Quais são suas eficácias? Art. 1565 a 1570, por 
exemplo, uso do sobrenome, regime de bens, deveres (fidelidade recíproca) etc.
Quando o casamento chega ao fim? Art. 1571, pela morte de um dos cônjuges, pela nuli-
dade ou anulação, pela separação judicial e pelo divórcio. Isso mudou em 2010 com a EC n. 66.
Como era a separação e o divórcio? No código de 1916 não havia divórcio, pois ele 
passou a ser previsto em 1970.
• No código civil de 2002, antes de 2010, o casal deveria ficar, ao menos, 1 ano casado; 
após, poderia requerer a separação judicial, esperava mais 1 ano para o divórcio; ou 
ficava separado de fato por 2 anos e ajuizava o divórcio, era necessário levar testemu-
nha para confirmar a separação de fato;
• Em 2010, com a EC. n. 66, o divórcio, por ser direito potestativo, não poderia ser 
“adiado”. Sendo assim, não há mais lapso temporal mínimo. O divórcio, hoje, pode ser 
feito no cartório, se não houver interesse de incapaz. 
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O divórcio, realmente, põe fim ao casamento. Para retomada da união, após o divórcio, é 
necessário celebração de novo casamento.
A separação não deixou de existir, mas por ter perdido a finalidade, há quem afirme que sim. 
A professora acredita que a separação deve ser vista como uma opção para os casais que não 
tem certeza, pois a separação suspende os deveres conjugais, mas não põe fim ao casamento.
A banca sempre pergunta se é possível se divorciar sem exposição de motivo? Sim, a lei 
não pode impedir.
Observações:
• Divórcio não modifica o relacionamento e obrigações de pais e filhos. Em relação aos 
filhos menores será necessário definir a guarda e os alimentos, conforme art. 1579.
• Novo casamento de qualquer dos pais não implica restrição aos direitos e deve-
res dos pais.
• É possível divórcio sem realização de partilha dos bens, art. 1581. Se as partes qui-
serem se casar novamente com outras pessoas, esse novo casamento obedecerá ao 
regime da separação obrigatória de bens.
• O pedido de divórcio só pode ser feito pelo cônjuge. Se esse cônjuge estiver em situa-
ção de incapacidade, seu curador pode fazer o pedido (se o outro cônjuge for o cura-
dor, isso pode ser dificultado, por isso, há outros legitimados), os ascendentes ou seus 
irmãos. Esse rol não é exaustivo, deve ser analisado conforme o contexto. 
Regime de casamento ou união estável – observação: toda vez que ocorre casamento ou união 
estável existe um aspecto patrimonial por trás, que é o regime de bens. Não há como fugir disso. 
Esse tema (regime de bens) é recorrente nos exames da OAB, por isso é importante estudá-lo.
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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