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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Família - Regime de Bens DIREITO CIVIL FAMÍLIA - REGIME DE BENS RELEMBRANDO Seja no casamento, seja na união estável, faz-se necessário observar regras que dispõem sobre a parte financeira. Quem vai tratar dessa situação? Como as regras vão ser observadas? Com as regras re- lacionadas à parte de regime de bens. Regime de bens Regime de bens é importante para duas coisas: para o divórcio e para a morte. As regras que serão vistas terão incidência tanto no divórcio/no fim da união estável quanto se ocorrer a morte de um dos cônjuges/conviventes. Em síntese, regime de bens é regra que rege a relação patrimonial dessas pessoas. Tem de se observar qual é o modelo de regime de bens para saber se aconteceu o fim de uma união estável ou o divórcio e o que fica para quem. No caso de morte, tem de saber o que fica para o outro e o que será considerado herança. Seja no casamento ou seja na união estável: teremos as regras do regime de bens. Aspectos importantes Arts. 1.639 a 1.688, do Código Civil – são artigos marcantes de prova. Sempre cai uma questão que envolva a parte de divórcio, de fim de união estável, de o que o cônjuge pode fazer sem o outro, de quando precisa do consentimento de um ou de outro etc. Apesar de o Exame de Ordem não cobrar conceito, estamos diante de um conjunto de regras de ordem privada relacionadas com interesses patrimoniais. Regras/Princípios: • Autonomia da vontade: as partes são livres para escolher o que querem. Podem deli- berar sobre qual regime de bens querem (art. 1.639, do CC). 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Família - Regime de Bens DIREITO CIVIL Obs.: não há como escolher um regime para um cônjuge e regime diferente para outro. • Único regime para o casal: não há como ter, por exemplo, regime de separação de bens para um e regime da comunhão universal para o outro. Será o mesmo regime para os dois. • Variedade de regimes: pela autonomia da vontade, as pessoas envolvidas podem esco- lher o regime que querem. Contudo, há as opções pela lei: comunhão parcial de bens, comunhão universal de bens, participação final nos aquestos e separação de bens. Obs.: é possível, desde que não viole regras de ordem pública, escolher um modelo de regime de bens que não tenha previsão na lei, porque esta não proíbe. Se as partes escolherem, por exemplo, o modelo da comunhão parcial de bens, durante o casamento ou a união estável será possível alterá-lo? Sabe-se que há uma variedade de regimes; pela autonomia da vontade, um deles será escolhido. Sabe-se, também, que se a escolha formal não for feita, no silêncio dos envolvidos, prepondera a comunhão parcial de bens – regime-regra ou regime supletório. Se os dois optarem pelo regime da comunhão parcial de bens e futuramente quiserem alterá-lo, poderão fazê-lo, sim. Essa alteração consta no art. 1.639, do CC. Requisitos para alterar: • Ação de alteração (ação judicial) – não dá para alterar diretamente no cartório; • Proposta por ambos os envolvidos; • Pedido de alteração tem de ser motivado e fundamentado; • Não pode prejudicar terceiro. Obs.: o pedido é de competência da Vara de Família. Então, se quiser alterar o regime, poderá fazê-lo, desde que a alteração seja judicial – não é por meio de escritura pública, nem por meio direto do MP. Regras de Gestão do Regime de Bens No que tange a regras, há três dispositivos que devem ser levados em consideração, quais sejam os arts. 1.642, 1.643 e 1.647, do CC: Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: I – praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; II – administrar os bens próprios; III – desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu con- sentimento ou sem suprimento judicial; 10m 15m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Família - Regime de Bens DIREITO CIVIL IV – demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; V – reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos; Se ocorrer a transferência de bens para um concubino durante o curso do casamento, vai ser o amante; se o casal já estiver separado, não é mais amante. VI – praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. Então, independentemente do regime, qualquer um dos cônjuges pode livremente: • Praticar atos da própria vida: atos que dizem respeito à administração, à profissão (desde q n envolva o art. 1.647); • Administrar a própria economia. Por sua vez, o art. 1.643 dispõe que podem, tanto um quanto o outro, independentemente de autorização, praticar atos que envolvam a economia doméstica. Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: I – comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; II – obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. O artigo acima estabelece que a pessoa pode “independentemente de autorização” a prática de atos de economia doméstica. Contudo, deve-se observar que é o mesmo artigo que vai justificar que, quando um faz a dívida, o outro responde solidariamente; quando um contrai a obrigação, o outro responde solidariamente. Por exemplo, se comprou a geladeira para o casal e ela custou R$ 20 mil, ela vincula os dois. Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. Em síntese, gera uma solidariedade pelo pagamento. Quando um pratica o ato em nome da economia doméstica, o outro responde com os seus bens próprios. 20m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Família - Regime de Bens DIREITO CIVIL Salvo se casado no regime da separação absoluta de bens, no que tange ao art. 1.647, tem-se que nenhum cônjuge ou convivente pode, sem autorização (outorga ou vênia con- jugal) do outro: • Alienar bem imóvel – não pode vender imóvel sem que o outro autorize; • Pleitear, como autor ou réu, acerca dos bens imóveis – o art. 73, do CPC dispõe que precisa do consentimento do outro para ser autor e, em sendo réu, haverá litisconsór- cio passivo necessário; • Prestar fiança ou aval; • Fazer doação – não remuneratória – de bens comuns ou que possam integrar futura meação. Obs.: o regime da separação absoluta de bens refere-se à separação convencional de bens – modelo em que os cônjuges escolhem. Se o cônjuge não quiser dar o consentimento, terá de recorrer ao juiz (art. 1.648). Sem a autorização do cônjuge e sem a autorização do juiz, o ato é anulável – cabe uma ação anulatória. Toda ação anulatória está sujeita a prazo decadencial. Neste caso, de 2 anos, contados após o fim do casamento. A ação pode ser proposta pelo cônjuge – caso o fim ocorra por divórcio – ou pelos herdei- ros – caso o fim ocorra por conta da morte. Passados os dois anos, há algo a ser feito? Não. ATENÇÃO Pontos importantes: • Alienação de bem imóvel; • Fiança. João, casado, quer ser o fiador. Para tanto, tem de ter consentimento, uma vez que fiança pode ocasionar a perda do bem (do bem de família, inclusive – Lei n. 8.009/1990). Por exemplo, Joana é casada com Antônio no regime da comunhão parcial de bens. Muito antes desse casamento,Joana adquiriu um casamento (bem particular só dela). Agora, casada, deseja vendê-lo – bem particular – para investir em sua vida profissional. Ela pode fazê-lo? Sim. Ela precisa do consentimento? Sim, independentemente de ser bem particular. Só não precisa do consentimento quando se tratar de regime de separação absoluta de bens – e de regime da participação final nos aquestos, se constar expressamente no pacto antenupcial. 25m 30m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Família - Regime de Bens DIREITO CIVIL Escolha do Regime de Bens Como é feita a escolha do regime de bens? Dois aspectos devem ser observados. Sabe-se que, no silêncio dos envolvidos (tanto para fins do casamento quanto para fins de união estável), a regra será o regime da comunhão parcial de bens; Se as pessoas quiserem escolher, poderão optar pela comunhão universal, participação final nos aquestos, separação de bens etc. Quando a escolha é promovida, depende do que estiver vivendo: • União estável: não há, por lei, forma específica para que a escolha aconteça. – Há um contrato de convivência. O ideal é que faça no cartório. • Casamento: tem de observar os arts. 1.653 a 1.657, do CC. – Terá de fazer por meio do pacto antenupcial. Este deve ser feito obrigatoriamente por escritura pública (se não for assim, será considerado nulo). – Outrossim, deve acontecer o casamento – este precisa ser celebrado. Caso não seja, será ineficaz. – Por exemplo, João e Maria se apaixonaram perdidamente e resolveram se casar. Fizeram o processo de habilitação e falaram “Vamos casar, porque nós nos amamos! Seremos nós dois, para o resto de nossas vidas, até que a morte nos separe!”. Foram ao cartório e fizeram, por escritura pública, um pacto antenupcial definindo que o regime de bens seria separação de bens. – O tempo passou, os dois estavam se organizando para casar, até que João ficou doente e passou muito tempo internado. Refletindo sobre a vida, conversou com Maria expondo que era melhor os dois não se casarem, que era melhor viajarem com o dinheiro do casamento, pois quase morreu e queria viver a vida. – Eles fazem a viagem, deixam o casamento de lado e, quando voltam, vão viver uma união estável. 10 anos depois, João fala para Maria: “Não te quero mais!”. – Maria o indaga: “João, e os nossos bens? Como vamos fazer a partilha?”. Ele, assus- tado, pergunta-lhe: “Que bens? Eu tenho um documento estabelecendo que nós somos casados no regime da separação de bens. E está tudo no meu nome. É tudo meu”. – “É tudo seu, meu amor? Devo lhe dizer, João, que esse documento que você tem em suas mãos foi feito por escritura pública. Ok. Ele é válido. Mas não produziu efeitos, porque a Lei é muito clara. Ele só produziria efeitos após o casamento. Como não nos casamos, ele é válido, mas é ineficaz”. – E Maria continuou: “Como a gente não fez um pacto de convivência, o regime de bens que rege a união estável, neste caso, é a comunhão parcial de bens. Então, tudo que foi adquirido onerosamente na constância da união estável é nosso”. – Neste caso, o pacto antenupcial é válido, porque foi feito por escritura pública, mas como o casamento não foi celebrado, ele é ineficaz. 35m 40m www.grancursosonline.com.br 6www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Família - Regime de Bens DIREITO CIVIL Obs.: as regras a seguir têm como marco o casamento. Outrossim, toda vez que falamos sobre regime de bens, temos de ter em mente: • Bens antes do casamento; • Bens depois do casamento. Comunhão Parcial (arts. 1.658 a 1.666) Basicamente, os cônjuges terão um conjunto patrimonial dos dois (bens comuns) e podem ter um conjunto patrimonial de cada um (bens particulares). Pelo regime da comunhão parcial de bens, vai ser bem comum todos os bens consegui- dos onerosamente durante o casamento (ou a união estável). É tudo do casal o que for adquirido por um ou ambos os cônjuges na constância do casamento. Bem particular, no caso em tela, é aquele que é somente de um dos cônjuges. Como segundo caso, pode ser que o casal não tivesse nada, quando se juntou, de bem particular – “A gente começou junto. Tudo o que a gente tem foi construído junto”. Nessa situ- ação, haverá apenas bens comuns. O primeiro caso pode ser denominado de comunhão parcial de bens com bens particula- res. O segundo representa uma comunhão parcial de bens sem bens particulares. É bem particular aquilo que é recebido na constância do casamento, a título de herança e de doação. Quando se trata de comunhão parcial, caracteriza-se bem comum na constância do casamento: • O que foi adquirido durante; • O que foi recebido de FGTS; • Loteria eventualmente ganhada; • Aluguel recebido e deixado na conta, ainda que seja proveniente de um bem só de uma das partes. 45m 50m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br _Hlk97812263
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