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DIREITO CIVIL V - av2

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DIREITO CIVIL V – REVISÃO AV2
I – REGIME DE BENS 
	O regime de bens está previsto no Título II (Do Direito Patrimonial), Subtítulo I (Do Regime de Bens entre os Cônjuges), nos artigos 1.639 usque 1.688 do Código Civil; e também é chamado de “estatuto patrimonial dos cônjuges”, que nada mais é do que um contrato que disciplina as relações econômicas durante o casamento, ou seja, o regime começará a vigorar a partir do casamento.
 	Os nubentes, conforme prevê o artigo 1.639 do Código Civil, podem livremente estipular o regime que regerá seu casamento. Não havendo escolha, ou sendo esta nula ou ineficaz, o regime adotado será o da comunhão parcial de bens (artigo 1.640 do CC). 
	Conforme previsto no Parágrafo único do art. 1.640 do CC, no processo de habilitação os cônjuges exercerão a faculdade de escolher o regime, sendo certo que o regime de comunhão parcial é reduzido a termo, sendo que para os demais regimes necessita do pacto antenupcial por escritura pública.  
O regime de bens poderá ser alterado mediante autorização judicial através de manifestação motivada de vontade de ambos os cônjuges. (§2º, art. 1.639 do CC). 
· ESPÉCIES
O Código Civil prevê os seguintes regimes:
a)    Comunhão parcial – arts. 1.658 usque 1.666;
b)    Comunhão universal – arts. 1.667 usque 1.671;
c)    Participação final nos aquestos – arts. 1.672 usque 1.686;
d)    Separação de bens – arts. 1.687 e 1.688
2.1.    REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL
	Com a introdução da Lei do Divórcio (6.515/77) o regime de comunhão parcial de bens é o regime que vigora quando não há manifestação de vontade dos nubentes – chamado de regime legal (artigo 1.640 do CC).
Atualmente encontra-se previsto nos artigos 1.658 até 1.666 do Código Civil. Esse regime determina que se comunicam os bens adquiridos pelo casal na constância do casamento. 
O regime de comunhão parcial faz surgir três massas distintas de bens:
a)bens particulares do marido;
b)bens particulares da esposa;
c)bens comuns do casal.
	O que significa que todos os bens adquiridos individualmente antes do casamento permanecem exclusivamente ao adquirente, inclusive aqueles bens que tem por título uma causa anterior (exemplo herança).
A esse respeito o artigo 1.659 do Diploma Civil arrola os bens que são excluídos da comunhão, a saber:
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Por sua vez os bens que entram na comunhão estão relacionados no artigo subsequente – 1.660 – vejamos:
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
	Quanto aos bens móveis, à lei presume que foram contraídos na constância do casamento se não for possível comprovar que a aquisição antecedeu as núpcias. 
	A administração dos bens comuns compete a ambos os cônjuges (inteligência do artigo 1.663 do CC). Alguns autores denominam esse regime como comunhão dos aquestos ou de adquiridos.
2.2.    REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL
	Legalmente previsto nos artigos 1.667 a 1.671 do Código Civil. A opção por esse regime deve ser através de pacto antenupcial. 
Por esse regime, todos os bens móveis ou imóveis adquiridos a qualquer tempo (antes ou depois do matrimônio) comunicam-se, mesmo que o bem esteja em nome de apenas um consorte. As dívidas também se comunicam nesse regime (artigo 1.667, parte final do CC).
 Todavia, há bens excluídos da comunhão que estão arrolados no artigo 1.668 do mesmo Diploma Legal, vejamos: Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
	Cumpre lembrar que a cláusula de incomunicabilidade mencionada no inciso I do artigo citado anteriormente deve ser expressa e essa incomunicabilidade se estende aos bens sub-rogados no lugar daquele gravado com a mencionada cláusula. 
	É importante destacar que conforme disposto no artigo 499 do Código Civil é permitido a venda e compra entre cônjuges, com relação aos bens excluídos da comunhão. 
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
	Conforme expressamente determinado no artigo 1.669 do CC a incomunicabilidade dos bens não se estende aos frutos quando percebidos ou vencidos na constância do casamento.
	Assim como na comunhão parcial, a administração dos bens compete a ambos os cônjuges. 
2.3.   REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
	Trata-se de uma inovação do Código de 2002 e está previsto nos artigos 1.672 a 1.686 do CC.  Clovis Couto e Silva, elaborador do Anteprojeto da parte de Direito de Família no Código Civil, explica que:
Sob a denominação de “regime de participação final nos aquestos”, para distingui-lo do regime de comunhão parcial, que implica aquela participação desde a celebração do casamento, prevê-se um novo regime de bens que poderá atender a situações especiais, tal como se verifica nas Nações que vão atingindo maior grau de desenvolvimento, sendo frequente o caso de ambos os cônjuges exercerem atividades empresariais distintas (BRASIL, 2006).
		Para adoção desse regime os cônjuges devem valer-se do pacto antenupcial. 
	A característica fundamental do regime de participação final nos aquestos consiste em que, na constância do casamento, os cônjuges vivem sob o império da separação de bens, cada um deles com o seu patrimônio separado. Ocorrendo a dissolução da sociedade conjugal (pela morte de um dos cônjuges, pela separação judicial ou pelo divórcio), reconstitui-se contabilmente uma comunhão de aquestos. Nesta reconstituição nominal (não in natura), levanta-se o acréscimo patrimonial de cada um dos cônjuges no período de vigência do casamento. Efetua-se uma espécie de balanço, e aquele que se houver enriquecido menos terá direito à metade do saldo encontrado.
	O novo regime se configura como um misto de comunhão e de separação. A comunhão de bens não se verifica na constância do casamento, mas terá efeito meramente contábil diferido para o momento da dissolução.
	Conforme define o artigo 1.673 do CC o patrimônio próprio de cada cônjuge é composto pelos bens que ele possuía ao casar e os bens adquiridos a qualquer título na constância do casamento.
	Cada cônjuge tem a exclusiva administração de seus bens durante a constância de casamento, podendo livremente dispor dos bens móveis e necessitando de anuência do outro consorte para os bens imóveis.
No caso da dissolução da sociedade conjugal (artigo 1.674 do CC) deve-se apurar o montante dos aquestos, excluindo da soma dos patrimônios próprios (i) os bens anteriores ao casamento e os bens a ele sub-rogados, (ii) os que vierem a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade e (iii) as dívidasrelativas aos bens.
	Caberá a cada cônjuge a metade dos bens adquiridos pelo casal a título oneroso, na constância do casamento. Por fim, o direito à meação, conforme disposto no artigo 1.682 do Código Civil “não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial.”. Trata-se um princípio de ordem pública que não ser contrariado pela vontade das partes.
2.4.    REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS
	O Código Civil prevê dois tipos de regime de separação de bens: a separação legal ou obrigatória, que decorre expressamente da lei e a convencional, que decorre da manifestação de vontade dos nubentes.
Vejamos cada uma das hipóteses. 
2.4.1.    Regime da separação legal
Os incisos do artigo 1.641 do Código Civil definem quais são as hipóteses em que é obrigatório o regime da separação de bens, são eles: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
	Por ser um regime obrigatório não é necessário celebrar o pacto antenupcial. 
As causas suspensivas estão elencadas no artigo 1.523 do Diploma Civil. A restrição é eminentemente protetiva tanto para os maiores de 70 anos quanto para aqueles que dependem de suprimento judicial para casar, entenda-se os menores de 18 anos não emancipados, e objetivam evitar um casamento de interesse puramente material. 
2.4.2. Regime da separação convencional
	O regime de separação de bens convencional, como o próprio nome diz é aquele que decorre da manifestação de vontade dos nubentes e encontra-se previsto nos artigos 1.687 e 1.688 do Código Civil. Para a adoção desse regime é necessário à celebração do pacto antenupcial. 
	Conforme previsto no artigo 1.687 do CC, a administração e a fruição dos bens permanecerá exclusivamente ao cônjuge, que poderá inclusive alienar ou gravar de ônus seus bens.
	Nesse regime os cônjuges são obrigados a contribuir para a manutenção das despesas do casal na proporção dos seus rendimentos e de seus bens, podendo porém estipular de forma diferente no pacto antenupcial.
3.    REGIME DE BENS NA UNIÃO ESTÁVEL
	O Código Civil inseriu um título específico (III) para tratar da união estável, composto por 05 (cinco) artigos – 1.723 a 1.727.
	O artigo 1.725 estipula expressamente que as relações patrimoniais dos companheiros seguirão as regras do regime de comunhão parcial de bens, se não estipulado de forma diversa em contrato escrito. Este contrato nada mais é que o contrato de convivência, que não é obrigatório. 
	Caio Mário da Silva Pereira, assim ensina: Conclui-se que o Código Civil reconheceu aos companheiros o direito de pactuarem com maior liberdade os efeitos patrimoniais da União Estável. Adotado o regime da comunhão parcial de bens na União Estável, reporte-se aos arts. 1.559 e 1.660 do CC, admitindo-se o direito à meação quanto aos bens adquiridos a título oneroso, na constância da União Estável, salvo contrato escrito.
Washington Luiz Gaiotto Filho, também explica: Graças à adoção desse regime de bens, volta-se a equiparar união estável com casamento civil, pois se aplica uma regra própria destinada ao casamento, conforme explica em sua obra Rodrigo Pereira da Cunha.
4.    REGIME DE BENS NA UNIÃO HOMOAFETIVA
	O Supremo Tribunal Federal ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 132, reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo.
	Assim, superada essa questão, o artigo 1.723 do Código Civil deve ser interpretado conforme a Constituição Federal, no sentido de excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união de pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. 
	Diante disso, as regras previstas para a união estável devem ser aplicadas a qualquer tipo de relação (homossexual ou heterossexual).  
Com isso, tem-se que as relações patrimoniais homoafetivas seguem as normas do regime de comunhão de bens, se não estipulado de forma diversa pelos conviventes, devendo essa estipulação ser realizada através de contrato escrito. 
5. POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS
	De forma inovadora o Código Civil de 2002 no parágrafo segundo do artigo 1.639 passou a permitir expressamente a alteração do regime de bens, desde que preenchidos os seguintes requisitos: (i) autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, (ii) apuração da procedência das razões invocadas e (iii) ressalvados os direitos de terceiros.
 
	Vemos, portanto, que o pedido de alteração deve ser elaborado por ambos os cônjuges, não sendo permitida a solicitação unilateral. 
Sobre a mutabilidade do regime de bens, ensina o professor Agostinho Alvim, foi acolhido o princípio da mutabilidade relativa, controlada ou limitada do regime de bens. Preferimos a adjetivação “relativa” porque, via de regra, o regime de bens não é escolhido para ser alterado. Somente havendo necessidade é que a mudança encontra lugar, de modo que podemos dizer que o regime de bens se submete à cláusula rebus sic stantibus.
II - FORMAS DE DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO - DIVÓRCIO X SEPARAÇÃO JUDICIAL
SEPARAÇÃO JUDICIAL
	Em termos simples, é definida como o ato judicial que extingue a sociedade conjugal mas considera íntegro o vínculo, não dissolvendo o casamento, que só se interrompe com a morte ou o divórcio. Na prática, põe fim aos deveres (recíprocos e específicos) de coabitação e fidelidade, bem como resolve o regime de bens adotado com as núpcias.
	A lei garante, porém, que o casal pode reconciliar-se a qualquer tempo depois de efetivada a separação, o que se dá com uma simples petição ao Juízo, comunicando o restabelecimento da sociedade conjugal.
	Nosso Código Civil arrola três tipos de separação, cada um baseado em determinadas situações: grave violação dos deveres conjugais e que torne insuportável a vida em comum (abandono do lar por mais de um ano, tentativa de morte, injúria grave são exemplos); abandono do lar por um dos cônjuges por prazo superior a um ano; e doença mental.
De acordo com a vontade dos cônjuges, a separação judicial divide-se em duas espécies.
	A separação judicial é chamada amigável ou consensual quando ambos os cônjuges demonstram desinteresse pela manutenção do vínculo, restando assim dispensados de apresentar quaisquer motivos especiais, bastando comparecer perante o Juiz e manifestar sua vontade. Por força da Emenda Constitucional 66/2010, que alterou o § 6º, art. 226, da Constituição Federal, foram abolidos os requisitos temporais da prévia separação judicial por mais um ano ou separação de fato por dois anos. Resta mantido, porém, o tempo mínimo de um ano de casamento.
	A separação é chamada separação-sanção ou litigiosa quando um dos pares busca a tutela jurisdicional atribuindo ao outro a responsabilidade do rompimento, por violação dos deveres matrimoniais. Nesta modalidade, a constatação da culpa traz conseqüências como perda do direito de conservar o sobrenome do outro e perda do direito a alimentos, exceto os indispensáveis à sobrevivência.
	A conversão da separação judicial em divórcio ocorre quando decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que decretou a separação judicial ou ainda da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos. A conversão em divórcio é deferida sempre que se comprovar a separação, sendo irrelevante se a mesma fora consensual ou litigiosa.
DIVÓRCIO
	A palavra divórcio é de origem latina “divortium”, que significa literalmente separar-se, ou seja, é o rompimento legal e definitivo do vínculo matrimonial.
	Instituído oficialmente com a Emenda Constitucional nº 09, de 28/06/77 e regulamentado pela Lei nº 6.515 do mesmo ano, o instituto restou ainda mais facilitado com o advento da Lei nº 11.441/2007 que prevê a possibilidade de divórcio via administrativa (extrajudicial), bastando aos divorciandos comparecerem, acompanhados de advogado, perante um Ofício de Registro Civil e apresentar tal pedido junto ao órgão competente. Basta porémque sejam atendidos alguns requisitos legais obrigatórios: como previamente separado de fato, inexistência de filhos menores e acompanhamento de advogado.
	A lei já não exige prazo para a concessão do divórcio, em quaisquer das modalidades: direto, quando dispensa prévia separação judicial; ou conversão da separação em divórcio.
	Note-se que o divórcio não altera os direitos e deveres entre pais e filhos, que devem ser preservados dos conflitos do casal que, uma vez desfeito, não deveriam abandonar e desamparar aos frutos de sua união.
O efeito mais importante do decreto do divórcio é pôr termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso. Dissolvida a sociedade conjugal pelo divórcio, os cônjuges podem contrair novas núpcias, desaparecendo o impedimento legal.
Proferida a sentença do divórcio, deverá ser levada ao Registro Público competente onde se acha lavrado o assento de casamento.
Casamento, como toda instituição, prescinde de boa vontade, paciência e acordos bem elaborados. Quando esgotadas as possibilidades de continuidade da convivência, que se tenha maturidade para processar o rompimento de forma equilibrada.
III – UNIÃO ESTÁVEL
	De acordo com o código civil, para caracterizar a união estável é necessário que a convivência seja pública, contínua, duradoura e com o objetivo de constituição familiar. A lei não menciona o prazo mínimo de duração da convivência para que se atribua a condição de união estável. O tempo não mais impera, bastando a comprovação dos requisitos expostos para que haja o reconhecimento do direito.
Ainda, o STF, através da súmula 382, decidiu que para configurar a união estável não é necessário que o casal divida o mesmo teto.
No que diz respeito ao patrimônio, prevalece o regime da comunhão parcial de bens, mas nada impede as partes celebrarem um contrato escolhendo outro regime de bens (separação total de bens, comunhão universal de bens).
Para quem quer formalizar a união estável, existem duas maneiras: por meio de contrato particular ou por meio de escritura pública. Para realizar pelo primeiro modo, o contrato é firmado pelo casal na presença de um advogado. Os conviventes poderão, após a celebração do contrato, levá-lo a registro no Cartório de Registro de Títulos e Documentos para gerar publicidade perante terceiros.
Por ser o contrato um instrumento particular, somente gera efeitos entre os contratantes, até ser levado a registro. Por meio de escritura pública é lavrada por notário oficial e tem a finalidade de dar publicidade dos termos nela contidos perante terceiros. Não é necessária presença de testemunhas. Além disso, é necessário estabelecer todas as regras que deverão ser aplicadas no que se refere ao regime de bens.
Dito isto, segue as respostas do principais questionamentos. 
1. CASO EU MORE JUNTO COM O MEU NAMORADO (A), ESTAREI EM UNIÃO ESTÁVEL?
O STF firmou entendimento que a diferença está na intenção, no animus, na vontade de constituir família, o que pode ser diferente de só morar com alguém que você se relaciona.
Atualmente, muitos estão fazendo contrato de namoro declarando que, no momento, não há intenção de constituir família, com o objetivo de afastar as consequências jurídicas de uma união estável, como alimentos, meação, herança.
No entanto, cumpre mencionar, que se ficar provado por meio de testemunhas, documentos ou hábitos de vida que o casal vivia em união estável, o contrato de namoro (mesmo que registrado em cartório) não diminuirá ou impedirá os direitos do companheiro(a), caso os busque judicialmente.
2. É NECESSÁRIA A REALIZAÇÃO DE DIVÓRCIO?
Não, o divórcio ocorre para quem é casado. No entanto, é necessário fazer a dissolução da união estável. Caso tenha filhos menores, a dissolução será por meio judicial.
3. QUEM VIVE EM UNIÃO ESTÁVEL TEM DIREITO À HERANÇA?
Sim, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a união estável e o casamento possuem o mesmo valor jurídico, tendo o companheiro os mesmos direitos a heranças que a pessoa casada.
Desta forma, mesmo que não seja casado civilmente, o companheiro que provar a união estável terá direito à metade da herança do falecido, sendo o restante dividido entre os filhos ou pais, se houver. Se não houver descendentes ou ascendentes, a herança é integralmente do companheiro.
O STF afirmou ainda que a equiparação entre companheiro e cônjuge, para termos de herança, abrange também as uniões estáveis de casais LGBT's.
4. TENHO DIREITO A PENSÃO EM CASO DE MORTE DO MEU COMPANHEIRO (A)?
Sim, sendo necessário apresentar, em até noventa dias, um conjunto de documentos junto à Previdência para garantir a pensão, após esta data, o segurado não terá direito a receber os valores da pensão retroativos à data da morte e sim, a partir da data que solicitar.
Caso o óbito ocorra sem que o segurado tenha 18 (dezoito) contribuições mensais ou se a união estável durou menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado, o companheiro terá direito a quatro meses de pensão.
A pensão por morte de companheiro poderá ser acumulada/rateada com a pensão por morte de filho;
5. COM A DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL COMO É FEITA A PARTILHA DE BENS?
Salvo contrato escrito entre os companheiros, o regime adotado é o da comunhão parcial de bens, ou seja, todos os bens adquiridos na constância da união estável de forma onerosa pertence ao casal.
Ressalta que, para fins legais, não interessa quem efetivamente pagou pelos bens. Tudo que for adquirido para a família será dos dois e terá de ser dividido em caso de ruptura.
No regime da comunhão parcial não estão incluídos os chamados bens particulares, que são aqueles que cada um já tinha antes de casar, e também os bens recebidos por apenas um dos cônjuges através de doação ou de herança. Também não estão incluídos os bens que eventualmente venham a ser comprados com dinheiro obtido com a venda de algum dos bens adquiridos antes da união estável (bens particulares).
6. É POSSÍVEL RECONHECER A UNIÃO ESTÁVEL DEPOIS DA MORTE?
Sim. Caso algum benefício tenha sido negado ao companheiro (a) em razão da falta de comprovação da União Estável, ele poderá ajuizar uma ação de reconhecimento de união estável post mortem.
Se um dos companheiros sofrer acidente de trânsito, terá direito a indenização do DPVAT.
OBS: O estado civil não é alterado e caso ocorra a dissolução o estado civil permanece o que era antes de constituir a UE.
7. A PESSOA CASADA CASO CONSTITUA UNIÃO ESTÁVEL É CRIME DE BIGAMIA?
O Código Civil elenca que pessoas casadas não podem realizar união estável, salvo se a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Contudo, tal assunto possui muita divergência. Há doutrina que entende que somente ocorrerá a bigamia quando houver um casamento válido e ocorra a celebração do segundo casamento. Quando há duas uniões estáveis ou o casamento e uma união estável posterior ou vice-versa.
Uma outra parte da doutrina entende que admitir a existência de união estável quando um dos companheiros mantinha, ao mesmo tempo, um casamento anterior, é permitir, a existência de bigamia.
Sendo assim, para evitar qualquer problema, antes de celebrar o casamento, faça a dissolução da união estável ou divorcie para constituir a união estável.
8. POSSO CONVERTER A UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO?
Sim, com expressa previsão legal no Código Civil em seu art. 1726. São exigidas as mesmas documentações para dar entrada no casamento, só o prazo que é menor, são 16 dias corridos para estar casado, a única diferença é que os noivos não precisam ir ao cartório para dizer o “sim” perante o juiz de paz. Depois desse prazo, os noivos poderão retirar a certidão de casamento no cartório. A outra diferença importante é que na conversão de união estável em casamento, a data da união não retroage, ou seja, o casamento começa a valer a partir da data que a certidão de casamento for expedida pelo cartório.
Importante mencionar que não é só pela via administrativa que um casal pode converter sua união estável em casamento. O Judiciário também é competente para conceder a mudança. De acordo com entendimentounânime do Superior Tribunal de Justiça ao reformar decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
9. SOU BRASILEIRO (A) E TENHO UNIÃO ESTÁVEL COM ESTRANGEIRO. PODE OCORRER A PERMANÊNCIA DEFINITIVA COM BASE EM UNIÃO ESTÁVEL AO COMPANHEIRO (A), SEM DISTINÇÃO DE SEXO?
Sim, conforme previsto na Resolução Normativa nº 108/14 do Conselho Nacional de Imigração. Desde que preenchidos estes requisitos.
OBS: as regras da união estável aplicam-se à união homoafetiva, e o Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento sobre não haver distinção.
IV – ALIMENTOS
· Conceito: Tem-se por alimentos tudo o que é indispensável para o desenvolvimento da pessoa, estando inclusos, além de alimentação, vestuário e habitação.
Obrigação Alimentar
	Diz o artigo 1.695 do Código Civil: “São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclama pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento”.
O que este artigo do Código Civil quer nos mostrar é que o alimento deve ser pago por aquele que possui condições para tal, levando-se em conta as necessidades do alimentado. Por esse ponto de vista, não se pode deixar que o alimentante passe necessidades para pagar os alimentos devidos, sendo fundamental, portanto, um pouco de bom senso para serem calculados os devidos alimentos. Inclusive, por esse motivo o valor dos alimentos pode ser modificado sempre que necessário, pois tanto a situação financeira do fornecedor de alimentos quanto as necessidades do alimentado podem variar. Levando-se em conta que a Ação de Alimentos nunca produz coisa julgada, portanto, quanto a necessidade do alimentado ou a situação financeira do alimentante se alterarem, pode-se instaurar a Ação Revisional de Alimentos.
Modalidades
	Segundo o Código Civil, art. 1.694 “os parentes, os cônjuges ou companheiros podem pedir uns aos outros alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender as necessidades de sua educação”. Ou seja, a pensão alimentícia pode ser requerida por qualquer espécie de parente, podendo vir de uma vontade espontânea do alimentante, ser instituído em contrato ou por testamento, mas também pode vir de uma sentença condenatória por responsabilidade Civil.
	Além da possibilidade de alimentos no âmbito familiar, o Código Civil regula também a necessidade de alimentos em caso de homicídio, onde se diz que a indenização consiste em “ prestação de alimentos a quem o morto os devia, levando-se em consideração a duração provável da vida da vítima” (art. 948, II). Também são devidos alimentos quando, em caso de ofensa física, a vítima tem sua capacidade funcional diminuída (art. 950).
	Classificando os alimentos de acordo com sua finalidade, existem os alimentos provisórios e os regulares. O primeiro mencionado é o alimento proveniente de ação de separação, divórcio e alimentos. Nesses casos, a finalidade é que o pagamento de alimentos seja mantido durante o curso do processo. Entretanto, esse tipo de alimento pode ser novamente requerido sempre que necessário, através de Ação Revisional de Alimentos, desde que se prove sua necessidade. Já o segundo tipo, os regulares, são aqueles pagos de forma periódica.
Características
- Direito pessoal e intransferível: não é possível transferir ou ceder a alguém o direito de receber alimentos, pois os alimentos visam preservar a vida do necessitado;
- Irrenunciabilidade: segundo o art. 1.707 do Código Civil, o necessitado pode até não exercer o direito de receber os alimentos, porém é vetado que este renuncie ao direito. E ainda completa o artigo mencionado: “ ...sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.”. Entretanto, pode-se renunciar aos valores de alimentos já vencidos e não pagos;
- Impossibilidade de restituição: Não existe o direito a repetição de alimentos. Segundo Sílvio de Salvo Venosa: “pagamento de alimento é sempre bom e perfeito, ainda que recurso venha modificar decisão anterior” . Tendo como exceção casos onde ocorre o erro sobre a pessoa, tendo então o necessitado direito à restituição;
- Incompensabilidade: segundo o artigo 373, II, do Código Civil não pode haver compensação de alimentos, tendo em vista que o principal objetivo dos alimentos é suprir as necessidades do alimentado;
- Impenhorabilidade: pela mesma razão mencionada acima, o fato dos alimentos estarem destinados à sobrevivência do necessitado, os alimentos não podem ser penhorados, entretanto tal regra não atinge os frutos de tais alimentos;
- Impossibilidade de transação: o caráter personalíssimo do direito de alimentos afasta a possibilidade de transação desse direito. Entretanto, quando houverem alimentos já devidos pode ocorrer a transação, pois já se trata de direito disponível;
- Imprescritibilidade: Apesar da pretensão para prestações alimentares prescreverem em 02 anos, segundo art. 206, parágrafo 2º do Código Civil, o direito a alimentos é imprescritível, podendo em qualquer momento de sua vida, uma pessoa requerer alimentos. O direito a receber alimentos, nasce da necessidade diante de determinada situação;
- Variabilidade: a prestação de alimentos pode variar de acordo com a situação econômica, tanto do necessitado quanto do alimentante;
- Periodicidade: os alimentos são pagos sempre periodicamente, atendendo assim, sua finalidade de promover a subsistência do necessitado. Não se admite que os alimentos sejam pagos de uma única vez ou então que o período seja muito longo, pois nesses casos não estariam de acordo com a natureza da obrigação e também, em caso de pagamento único, o necessitado pode não saber administrar tal valor levando a novo pedido de alimentos;
- Divisibilidade: A responsabilidade de alimentar pode ser dividida entre vários parentes, assim várias pessoas podem contribuir com determinada quantia, de acordo com o possível, diante de sua situação financeira.
Sujeitos da Obrigação de Alimentar
	Quando os alimentos devidos são derivados de parentesco, o direito à prestação de alimentos é reciproco, tendo a obrigação o parente mais próximo. Quando existem vários parentes de mesmo grau, a obrigação de prestar alimentos não será solidária entre eles e sim divisível, podendo cada um arcar com parte do valor devido, de acordo com sua situação financeira. Segundo o art. 1.698 do Código Civil, “se o parente que deve alimentos em primeiro lugar não suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção de seus respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide”. Analisando pelo artigo mencionado, tem-se o princípio da divisibilidade da obrigação alimentícia, onde é permitido que, em um mesmo processo, vários alimentantes integrem a lide.
	Quando não existem ascendentes, caberá aos descendentes a prestação de alimentos, levando-se em conta que primeiramente são chamados a prestar alimentos os parentes em linha.
Espécies de Alimentos Prestados
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 Aos filhos menores: Segundo art. 1.703 do Código Civil, após a separação dos pais é dever dos mesmos arcar com a subsistência do menor, de acordo com seus recursos financeiros. Segundo Sílvio de Salvo Venosa, “também ao nascituro é possível prestação alimentícia, sob o fundamento de que a Lei ampara a concepção”. Quanto aos filhos tidos fora do casamento, o processo pode ocorrer em Segredo de Justiça, se assim for requerido e o juiz deferir. Nesses casos, muitas vezes ocorre a ação de investigação de paternidade cumulada ao pedido de alimentos
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 Aos Filhos Maiores, Pais e Irmãos: Quanto aos filhos maiores, costuma-se entender que o dever de alimentos cessa quando os filhos atingem a maioridade, ou então até completarem estudo superior ou profissionalizante em idade razoável, pois segundo o Código civil, os alimentos compreendem também a educação. Nesse sentido, poderá a relação de parentesco entre paise filhos ao invés do pátrio poder determinar a prestação de alimentos. No caso de irmãos (unilaterais ou bilaterais), podem requerer alimentos caso não existam ascendentes ou descendentes em condições de prestarem alimentos. Parentes com situação econômica carente, também podem requerer alimentos.
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 Em Razão de Casamento: Segundo o Código Civil (CC), os cônjuges devem prestar-se mútua assistência. Vendo os artigos 1.702 e 1.704 do CC, temos claramente que, caso o cônjuge não seja o responsável pela separação e necessitar de alimentos, deverá seu companheiro (ou ex-companheiro) lhe prestar alimentos. Nos casos mencionados não é necessária a separação do casal para existir o pedido de alimentos, bastando apenas que se prove que as necessidades de um dos cônjuges não está sendo suprida pelo outro, que teria condições de fazê-lo. No caso do cônjuge culpado pela separação necessitar de alimentos, o outro cônjuge só terá a obrigação de alimentar, caso o necessitado não possua parentes em condições de prestar alimentos e não possa trabalhar. A mesma situação ocorre caso ambos os cônjuges seja culpados. No entanto, pelo sistema do CC de 2002, a culpa não é óbice para a obtenção de alimentos por ex-cônjuge. Atualmente, leva-se em consideração o princípio da solidariedade, analisando-se as circunstâncias de cada caso, cabendo ao juiz determinar o que é indispensável à sobrevivência do alimentando, que, eventualmente, pode ser o cônjuge culpado.
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 Na União Estável: Conforme diz a Constituição Federal em seu artigo 226, parágrafo 3º, a União Estável hoje em dia, é protegida como entidade familiar. Portanto, atualmente, as normas para União Estável, com relação a alimentos, são as mesmas colocadas para o casamento, já mencionadas anteriormente.
Sobre a Transmissão da Obrigação de Prestar Alimentos
	A obrigação de prestar alimentos transmite-se para os herdeiros, de acordo com o artigo 1.700 do Código Civil. Entretanto, tal prestação não deve dispor de seus próprios bens para alimentar o alimentado pelo falecido, levando-se em conta que o dever de prestar alimentos cabe ao espólio. Por isso é tão importante que seja feito o inventário, para que possa ser diferenciado o que é patrimônio próprio e o que foi recebido por herança, cabendo ao credor tomar medidas para a manutenção da pensão de acordo com a herança. Sendo que, a situação colocada acima só será aceita em casos onde a ação foi proposta antes da morte do alimentante ou se já havia sido firmada a decisão judicial. Em função do legislador ter sido obscuro no artigo que regula a transmissão de alimentos, existem interpretações onde se afirma que a obrigação de alimentar devem ser recebidas pelo alimentado integralmente e incondicionalmente, e outra corrente que acredita que só devem ser pagas as parcelas vencidas até a morte do alimentante.
Da Ação de Alimentos
	A ação de alimentos, quando proposta sozinha é feita por um rito sumário especial, onde é fundada em provas já constituídas. Tais provas necessitam comprovar a relação de parentesco entre duas pessoas e também atestar a necessidade de uma delas de receber alimentos da uma outra pessoa, sendo que esta segunda precisa possuir condições para fornecê-los. Tal ação pode ser ajuizada pelo interessado, por seu representante legal e pelo Ministério Público, em favor de menores de 18 anos, sempre que houver necessidade. Segundo Sílvio de Salvo Venosa “o autor pode dirigir-se ao juízo pessoalmente ou por advogado, provando apenas o parentesco e a obrigação de alimentar do réu. Se o autor não indicar advogado para assisti-lo o juiz fará a designação”.
	Em casos de alimentos provisórios, eles podem ser revistos em qualquer momento e são devidos até que haja uma decisão final. Também é observado na lei que regula a ação de alimentos, que tal decisão judicial nunca transita em julgado, podendo sempre ser revista em qualquer momento.
Execução Alimentícia
	A prisão civil por dívida só existirá quando o inadimplemento for voluntário e inescusável, de obrigação alimentícia e depositário infiel, conforme preceitua a Constituição Federal. No entanto, importante salientar que a súmula 419 do STJ e a súmula 25 do STF disciplinam que descabe a prisão civil do depositário judicial infiel. Portanto, caso o alimentante deixe de efetuar o pagamento correto dos alimentos, o juiz pode tomar as providências para que tais alimentos sejam pagos, inclusive decretando a prisão por até 60 dias do devedor.
	Além da prisão existem outras formas de executar-se a pensão alimentícia, como o desconto em folha de pagamento, caso o devedor esteja empregado e devidamente registrado.
	Quando for feita a execução da sentença, o devedor será citado para, em 3 dias, realizar o pagamento devido ou então se justificar, explicando o motivo de não poder realizar tal pagamento. Então, caso o alimentante não realize o pagamento nem se justifique, o juiz irá decretar a prisão. No caso de prisão, a jurisprudência tem acatado tal decisão apenas para os casos de pensões alimentícias vencidas nos últimos 03 meses.
Alimentos Gravídicos
	A Lei 11.804/08 trouxe nova modalidade de alimentos - os alimentos gravídicos. Ela disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e do nascituro, bem como a forma como será exercido.
	Os alimentos gravídicos, assim, compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas do período de gravidez, da concepção ao parto, e até mesmo as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis.
	Desse modo, o futuro pai é que deverá prover ao sustento do nascituro. Com efeito, convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, conforme o binômio necessidade-possibilidade. Para tanto, o réu será citado para apresentar resposta em 5 dias.
	Outrossim, após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
	Na aplicação da referida Lei, será utilizado subsidiariamente o Código de Processo Civil e a Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/68).

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