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OTC 1 CONTEÚDO - Conceito, Princípios e Aplicações Fundamentais de Administração de Empresas. - Controle das Atividades Operacionais das Empresas. - Conceito, Princípios e Aplicações Fundamentais de Racionalização. - Programação Orçamentária da Empresa. - Evolução do Estudo de Administração - A Organização, Amplitude Administrativa; - O Princípio do Alcance do Controle - Hierarquia, Níveis Administrativos, Departamentalização; - Centralização e Descentralização Administrativas - Delegação de Competência, Órgãos Assessores, Órgãos Colegiados; - Tipos de Estruturas - Elementos Modificadores e/ou Complementares das Estruturas Formais, Patologias Organizacionais. - Organização de Fichários e Arquivos. - Escrituração Contábil e Fiscal da Empresa. - Fluxo de Caixa. - Teste de Verificação de Aprendizado. OTC 2 Módulo I OTC FASE A CONCEITO, PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES FUNDAMENTAIS DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESA NO RAMO IMOBILIÁRIO. CONTROLE DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS DAS EMPRESAS NO RAMO IMOBILIÁRIO, ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E FISCAL DA EMPRESA. A EMPRESA – CONCEITO O termo empresa vem do latim “prehensa” que significa negócio, empreendimento, associação organizada. São dois os fatores de produção: trabalho e capital. No conceito de capital incluímos a terra, o capital fixo e as mercadorias de consumo duráveis. Assim, a produção só é possível com o recurso do trabalho e do capital, pois, sem o trabalho não se pode conseguir os bens econômicos, e sem o capital não se completa o processo produtivo. Com o desenvolvimento da sociedade, surgiu novo fator de produção reconhecido e apontado por muitos autores. Trata-se da empresa. A empresa representa à organização econômica com a finalidade de reunir ou combinar os fatores de produção (trabalho e capital), tendo em vista produzir mercadorias e serviços para a satisfação das necessidades humanas. Na ordem socialista a empresa é a célula produtiva pertencente ao Estado, explorada e supervisionada pelo mesmo. Os lucros das empresas também são canalizados pelo Estado, revertendo em benefícios para a própria população. O mesmo não acontece no regime denominado de livre empresa (liberal ou capitalista). Desta forma, pode-se dizer que a empresa é um organismo econômico destinado à produção de mercadorias e serviços, com o objetivo de lucro para o Estado (povo) ou para o empresário. Entidades são organismos sem fins lucrativos. Ex: clubes esportivos, associações religiosas, beneficentes, etc. Os superávits, excessos de receita sobre as despesas, quando houver, são incorporados ao patrimônio da entidade. Os déficits, excesso de despesa sobre as receitas, quando houver, permanece em suspenso, para ser amortizado com superávits futuros. CLASSIFICAÇÃO DA EMPRESA Podemos classificar as empresas em quatro principais grupos: a. Quanto ao objetivo; b. Quanto à forma; c. Quanto à amplitude; d. Quanto ao trabalho interno. OTC 3 Quanto ao objetivo – agrupam-se as empresas em: de produção, comercial, industrial, de serviço, intermediárias financeiras (bancos), pecuária e agrícola. Quanto à forma – que se refere à maneira como os empresários apresentam-se para o desempenho de suas atividades econômicas: empresas privadas, empresas públicas, empresas de economia mista (isto é, com capitais particulares e do governo). Quanto à amplitude – leva-se em conta a importância econômica (sua produção) das empresas: a) Pequenas empresas: em que o indivíduo é gerente, dono do capital; b) Empresas médias: em que o grupo de empresas, o/ou pessoas apresentam um bom movimento econômico; c) Grandes empresas: que são as sociedades que reúnem grandes capitais para uma produção em longa escala, atendendo às várias necessidades humanas. Quanto ao trabalho interno das empresas: a) Empresas simples: poucas operações, um número reduzido de empregados; b) Empresas complexas: muitas operações, um grande número de funcionários. ABORDAGEM TRÍPLICE DA ORGANIZAÇÃO 1- Abordagem clássica ou tradicional: A empresa é uma unidade econômica de produção. A organização racional do trabalho tem em vista obter o maior rendimento da atividade individual. Principais autores: Frederick Winslow Taylor (preocupou-se com o trabalho do executor) e Henry Fayol (teve em vista o trabalho do administrador). 2- Abordagem das relações humanas: A empresa é um sistema social. A atividade interna é grupal, resultante do esforço cooperativo de todos os empregados. Principal autor: George Elton Mayo. 3- Abordagem sistêmica: A empresa é um sistema de partes em interação. O aspecto mais importante é a tomada de decisões baseada nas informações transmitidas pelos canais de comunicação. Principal precursor: Ludwig von Bertalanffy. CONSTITUIÇÃO DAS EMPRESAS SOCIEDADE COMERCIAL É a pessoa jurídica resultante de um contrato, pelo qual duas ou mais pessoas, tendo por finalidade explorar o comércio, fazem certa contribuição em bens econômicos ou serviços, formando o patrimônio social. - Pessoa Física – é o indivíduo capaz de assumir direitos e obrigações. - Pessoa Jurídica – é a reunião de dois ou mais indivíduos, resultante de um contrato, formado para certo fim, com vida e patrimônios distintos dos indivíduos que a compõem. Portanto, pode-se afirmar que os sócios de uma sociedade comercial não são pessoas jurídicas, mas sim físicas, enquanto que as sociedades comerciais, quaisquer que lhes seja a espécie, são pessoas jurídicas. Firma comercial ou razão social ou razão comercial: é o nome que representa o estabelecimento comercial nos documentos assinados pelo empresário. OTC 4 TIPOS DE FIRMA A firma pode ser de duas espécies: individual ou social. a) Firma Individual - é aquela que se refere a estabelecimento de uma só pessoa. b) Firma Social – quando é propriedade de uma sociedade comercial. Apresentamos a seguir o estudo da constituição das principais formas de empresas ou sociedades comerciais. 1 – Sociedade em nome coletivo ou com firma (arts. 315 e 316 do Código Comercial Brasileiro). Dá-se esse nome à associação de duas ou mais pessoas que se unem para comerciar em comum, debaixo de uma firma social. A firma social assinada por qualquer dos sócios-gerentes, devidamente autorizada em contrato, obriga todos os sócios solidariamente para com terceiros e a estes para com a sociedade, salvo se empregada à firma social em transações estranhas aos negócios estipulados no contrato. Sendo o contrato omisso quanto aos sócios que façam uso da firma social, é de presunção estarem todos os sócios autorizados a fazê-lo. 2 – Sociedade em Comandita (arts. 311 a 314 do Código Comercial Brasileiro). Temos este tipo de sociedade toda vez que se associam duas ou mais pessoas, sendo pelo menos uma comerciante, obrigando-se umas como sócios solidariamente responsáveis e outras como meros prestadores de capitais, e cuja responsabilidade não vai além dos fundos declarados no contrato. Os sócios comanditários tornar-se-ão solidariamente responsáveis (como os outros sócios), sempre que aceitarem emprego na sociedade, praticarem ato de gestão ou receberem procuração da sociedade. 3 – Sociedade de capital e indústria (arts. 317 a 324 do Código Comercial Brasileiro). O nosso Código Comercial designa como sociedade de capital e indústria aquela que se contrai entre pessoas que entram por uma parte, com fundos necessários para uma organização comercial em geral ou para uma operação mercantil em particular, e por outra parte com a sua indústria somente. Portanto, nesse tipo de sociedade encontramos duas espécies de sócios: os que entram com o capital e os que contribuem apenas com o trabalho (ou conhecimentos técnicos). Os sócios capitalistassão sempre solidariamente responsáveis, ao passo que os sócios de indústria não o são, a menos que venham a contribuir com dinheiro e bens ou gerir os negócios sociais, tornando-se, por conseguinte, sócios solidariamente responsáveis. 4 – Sociedade em conta de participação (arts. 325 a 328 do Código Comercial Brasileiro). Esta sociedade surge quando duas ou mais pessoas, sendo ao menos uma comerciante, reúnem-se sem firma social, para lucro comum, em operações comerciais, trabalhando uma, algumas ou todas, em seu nome individual, para o fim social. Neste tipo de sociedade o sócio ostensivo (ou gerente) é o único que se obriga para com terceiros; os outros sócios, porém, ficam obrigados para com o sócio ostensivo por todos os resultados das transações e obrigações sociais. 5 – Sociedade Anônima (Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976, e Decreto- Lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940). Sociedade anônima ou companhia (ou de forma abreviada: S.A. ou Cia) é aquela em que o capital social é dividido em ações, do mesmo valor nominal, e a responsabilidade dos sócios (ou acionistas) é limitada ao preço das ações subscritas ou adquiridas: OTC 5 São os seguintes os requisitos preliminares exigidos pela Lei nº 6.404, para a constituição deste tipo de sociedade (art. 80): I) Subscrição pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II) Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; III) Depósito, no Banco do Brasil S. A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, de parte do capital realizado em dinheiro. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial da parte maior do capital social. O depósito referido no número III deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento da quantia, em nome do subscrito e a favor da sociedade em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica (a pessoa jurídica é considerada constituída na data do arquivamento e registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial). Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscritores. A subscrição do capital das sociedades anônimas poderá ser pública ou particular. A constituição de companhia por subscrição pública depende do registro prévio da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação financeira (art. 82). A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores (art. 88). O estatuto da companhia fixará o valor do capital social expresso em moeda nacional. Esse capital somente poderá ser modificado com observância dos preceitos legais da Lei nº 6.404 e do Estatuto Social. As formalidades complementares da constituição das sociedades anônimas estão dispostas nos artigos 94 a 99 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Por último, convém esclarecer que se vem desenvolvendo entre nós a democratização do capital das empresas, ou seja, a distribuição do capital social entre muitos acionistas; daí a classificação de companhias abertas e fechadas. Para os efeitos da Lei nº 6.404, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão (suas ações) estejam ou não admitidos à negociação em bolsa ou no mercado de balcão (art. 4º). O parágrafo único do artigo 4º da citada Lei dispõe que somente os valores mobiliários de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser distribuídos no mercado e negociados em bolsas ou no mercado de balcão. Além de contar com suas ações admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, as companhias abertas devem ser registradas no Banco Central. Para todos os efeitos legais e regulamentares, serão consideradas sociedades anônimas de capital aberto todas as companhias abertas. As sociedades anônimas também podem ser consideradas abertas do ponto de vista fiscal, gozando, assim, de algumas vantagens de caráter econômico-financeiro e de incentivos fiscais, como por exemplo, redução do imposto de renda sobre os dividendos de suas ações. Para tanto essas sociedades anônimas devem obedecer a determinadas condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional, principal órgão do Sistema Financeiro Nacional. OTC 6 6 – Sociedade por quotas de responsabilidade limitada (Lei nº 3708 de 10 de janeiro de 1919). Este tipo de sociedade caracteriza-se pela palavra limitada, que vem em seguida à firma ou denominação social, justamente por ser limitada a responsabilidade dos sócios à importância total do capital social. Devemos esclarecer que não basta constar à expressão limitada depois da denominação social. Deve sempre o contrato social estipular claramente que a responsabilidade dos sócios é limitada à importância total do capital social (art. 2º mencionado Decreto nº 3.708). Se a palavra limitada for omitida, todos os gerentes serão considerados solidários e ilimitadamente responsáveis. A sociedade por quotas de responsabilidade limitada pode adotar o nome ou firma de qualquer dos sócios, ou de todos eles. Pode, ainda, girar sob denominação social. Neste caso, se possível, deverá dar a conhecer o objetivo da sociedade. 7 – Sociedade em comandita por ações (Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976). Neste tipo de sociedade figuram duas classes de sócios: os comanditários, cuja responsabilidade está restrita à quantidade representada pelas ações que possuírem, e os comanditados, com responsabilidade limitada e solidária pelas obrigações sociais. Como evidenciamos na intitulação, este tipo de sociedade é regida pela mesma lei que regula as sociedades anônimas, com as seguintes diferenças: a) Gira sob firma ou razão social, figurando o nome dos sócios diretores ou gerentes. b) Somente o sócio ou acionista tem qualidade para gerir a sociedade (como diretor ou gerente). c) Os diretores ou gerentes devem ser nomeados nos estatutos, sem limitação de tempo, e só podem ser destituídos por acionistas que representem dois terços, no mínimo, do capital social. d) Os diretores ou gerentes respondem subsidiários, mas ilimitada e solidariamente pelas obrigações sociais; certas deliberações, como, por exemplo, mudança do objeto da sociedade, aumento ou diminuição do capital, dependem do consentimento dos gerentes ou diretores. e) A denominação ou a firma deve ser seguida das palavras “Comandita por Ações”, por extenso ou abreviadamente. Esta forma de sociedade não é comum em nosso meio, dando-se preferência à constituição de sociedades anônimas, quando se pretende reunir grandes capitais para empreendimentos de vulto. O projeto da Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976, que revogou o Decreto-Lei nº 2.627 de 26 de setembro de 1940) considerou a hipótese de eliminar esse tipo de sociedade, devido a sua pouca utilização. Prevaleceu, no entanto, a decisão de conservá-la, por ser mais um modelo de organização jurídica à disposição do empresário nacional. CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS Sob o título de concentração de empresas os autores costumam focalizar a estruturação das empresas que tem por objetivo a monopolização de um mercado. A livre concorrência é a liberdade econômica, onde impera a “lei da oferta e da procura”. OTC 7 FORMAS DE INFLUÊNCIA NO MERCADO Há várias formas de influência no mercado, por parte dos vendedores e por força dos compradores, daí a existência de: a) Monopólios – um vendedor b) Duopólios –dois vendedores c) Oligopólios – pequeno grupo de vendedores d) Monopsônios – um comprador e) Duopsônios – dois compradores f) Oligopsônios – pequeno grupo de compradores. A vantagem da livre concorrência é limitar o lucro, protegendo o público consumidor. A desvantagem da livre concorrência é que com a guerra de preços, forçam-se os produtores à falsificação, ou a necessidade de piorar a qualidade dos produtos, além de outras desvantagens. Vantagem do Monopólio: pequeno número de produtores, daí produtos uniformes e certas igualdades nas condições de fabricação. Desvantagem do Monopólio: abuso dos preços, procurando os produtores o lucro máximo. FORMAS DE CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS As principais formas de concentração de empresas por acordo são: cartel e truste. O cartel – do alemão Kartell – é o tratado de aliança feito entre diversas empresas do mesmo ramo de produção, a fim de evitar a concorrência entre elas. É a mais simples forma de associação entre produtores. Apesar do acordo estabelecido, cada uma das empresas conserva a sua individualidade e parte de sua independência econômica, não surgindo daí uma nova empresa. O truste – derivado do “trust”, antiga palavra da língua inglesa com o significado de confiança. Neste tipo de concentração o acordo é mais profundo. Truste é o acordo financeiro que agrupa sob uma única direção, diversas empresas que perdem, assim, a sua independência. É uma fusão de empresas. OTC FASE B ADMINISTRAÇÃO – CONCEITO E APLICAÇÕES As expressões administração e organização estão intimamente ligadas, pois, a organização constitui um dos elementos da administração. Desta forma, analisa-se em primeiro lugar a administração, para que se possa entender o significado e a importância da organização. A palavra administração procede do latim “com”, “ao lado”. Da mesma forma, o termo cognato “administrare” expressa á idéia de “servir com” ou “servir junto”, fica implícita, portanto, a idéia de cooperação. Administração já foi definida, ou conceituada, através de muitas maneiras, e entre elas as seguintes: “Administrar é tomar decisões”. (Herbert Simon). OTC 8 “Administração é o processo pelo qual se assegura em uma empresa a previsão, a organização, o comando, a coordenação e o controle”. (Fayol) “Administração é uma ciência social composta de princípios, normas e técnicas aplicáveis a conjuntos humanos para permitir-lhes estabelecer sistemas racionais de esforço cooperativo, através dos quais se podem alcançar propósitos comuns”. (Jimenez Castro). “Administração é a capacidade de coordenar habilmente muitas energias sociais, freqüentemente conflitantes em um só organismo, para que possam operar como uma só unidade”. (Brook Adams) Não se pode imaginar a existência de uma empresa (que visa lucros) ou entidade (que não visa lucros) sem o concurso da administração, pois dificilmente alcança-se um fim sem usar os meios, e uma das vias que possibilita alcançar os objetivos das empresas ou entidades é a administração. Os administradores são homens encarregados de elaborar os planos, organizar, dirigir e controlar as operações, através de um esforço em conjunto. O administrador é aquele que atinge objetivos fixados “através de outros”. CARACTERÍSTICAS DA ADMINISTRAÇÃO Universidade Significa quando o chefe de uma organização ou de um setor dessa organização desenvolve atividades administrativas típicas, ou seja, o presidente, o chefe departamental, o diretor, o general, estão, todos eles aprendendo tarefa da mesma natureza, qualquer que seja o propósito da entidade. Administração Significa quando cada organização tem um fim próprio, que lhe confere uma fisionomia característica, e inclui os problemas da política da empresa e dos processos implícitos na realização de tais objetivos. Administração-Fim Diz respeito à substância de organização, envolvendo problemas técnicos, imprescindíveis ao oferecimento do produto ou serviço. Os fins se relacionam com o aspecto substantivo da empresa. Administração-Meio Relaciona-se com o aspecto adjetivo ou comum (comum no sentido de estar presente em instituições de qualquer gênero). É a outra face da moeda. O planejamento se enquadra neste último aspecto e bem assim os objetivos formais e humanos da organização da empresa, os problemas de comunicação e informação, coordenação, controle e fiscalização do cumprimento das metas. Eficiência É a capacidade de se obter o máximo rendimento com o mínimo de recursos materiais e humanos, inclusive de tempo. OTC 9 FUNDAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO A administração pode ser apontada, pois, como instrumento de transformação e, portanto, de desenvolvimento integral da sociedade, sendo um dos fatores condicionantes do processo desenvolvimentista. Para Peter Drucker, “a administração, sua competência, sua integridade e seu desempenho serão decisivos para o mundo livre, nas décadas que virão. E dela se exigirá cada vez mais, num crescendo firme e acentuado”. A administração atua sobre o patrimônio das empresas que visam lucros – comercial, industrial, etc., - ou entidades que não visam lucros – clubes esportivos, instituições filantrópicas, etc. A administração tem uma atuação ampla seja a empresa ou entidade, pequena ou grande, simples ou complexa. Para Haroldo Koontz “administração é a arte de realizar coisas com e por meio de pessoas em grupos formalmente organizados”. Não basta somente reunir um grupo de pessoas para se verificar a presença da ação administrativa. É necessário que esse grupo seja constituído de forma deliberada e legalmente organizado, como acontece numa empresa ou entidade. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO Um administrador de empresa lida com pessoas que executam os trabalhos ou serviços para os quais foram contratados. Ao coordenar o trabalho dessas pessoas, o administrador desempenha suas funções através de quatro processos administrativos (princípios da Administração), a saber: a) Planejamento – determina o que o grupo de pessoas deve fazer e quais as metas a serem atingidas. Toda empresa, através do planejamento, visa, além do lucro, a boa imagem perante o público consumidor, solidez financeira e econômica, prosperidade nos negócios e papel social no meio onde desempenha suas atividades. Para que no Planejamento haja possibilidades de se avaliar as vantagens e desvantagens do empreendimento, existe um instrumento chamado projeto. b) Organização – é a ação de estruturar a empresa reunindo as pessoas e os equipamentos necessários ao trabalho. c) Direção ou Comando – conduz e coordena o trabalho do pessoal. Dá as ordens e faz funcionar a organização. É impossível existir administração sem comando ou direção. d) Controle – verifica se tudo está sendo feito de acordo com o que foi planejado e as ordens dadas. Só há administração quando existe controle. Uma das causas mais comuns de administração deficiente está na falta de atenção dada à própria estrutura da organização. A estrutura da organização, como o nome indica, é o próprio arcabouço dentro do qual age a administração. Os conceitos sobre empresa, administração, organização e racionalização da mesma, aplica-se totalmente às empresas do ramo imobiliário. Os princípios fundamentais são os mesmos, desde a pequena empresa, onde o proprietário, assessorado tão somente por uma secretária, é o próprio corretor que angaria, vende e aluga, até aquelas organizações imobiliárias mais sofisticadas, onde é necessários uma conveniente departamentalização, e onde somente o controle e o OTC 10 fechamento dos grandes negócios fica por conta dos diretores, sendo as demais funções delegadas. OTC FASE C CONCEITO, PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES FUNDAMENTAIS DE ORGANIZAÇÃO E FLUXOS DE INFORMAÇÕES ORGANIZAÇÃO – CONCEITO EAPLICAÇÃO Como já foi visto anteriormente, a organização constitui uma sub-função da Administração. Organização é o ato de organizar um determinado sistema, associação ou instituição, com objetivos definidos. “Organizar é constituir o duplo organismo, material e social de uma empresa”, segundo Fayol. Podemos dizer que organização significa o ato ou efeito de organizar, de criar organismos (deriva do grego ”organismos”) que quer dizer o conjunto de órgãos que constituem uma empresa. Assim, as empresas (comerciais, industriais, bancárias, etc.) são consideradas como organismos econômicos, tendo como seus órgãos, por exemplo, gerência, caixa, contadoria, etc. A organização vem a ser a ação de estruturar a empresa, reunindo pessoas e equipamentos necessários ao trabalho, de acordo com o planejamento efetuado. Organismo econômico é um conjunto de órgãos (departamentos, divisões, seções, setores, serviços, etc.). Órgãos vêm da palavra latina “Organum”, é um conjunto de meios materiais e pessoais formando uma unidade menor, executando sempre as mesmas funções ou os mesmos serviços. Considera-se órgão a unidade funcional de uma empresa, reunindo sob uma autoridade um número de pessoas que executam determinadas funções (ou serviços) com os recursos materiais disponíveis. Funções vêm do latim “functio” e significa a ação peculiar de cada órgão, como acontece no organismo humano em que a digestão é a função dos órgãos digestivos, respiração dos órgãos respiratórios, etc. A função do órgão significa, pois, os serviços prestados pelas diversas unidades funcionais das empresas, como nos seguintes exemplos: OTC 11 Órgão - CAIXA Funções (ou serviços) Recebimento Retiradas Pagamentos Depósitos Guarda de títulos ou valores Órgão - PESSOAL Funções (ou serviços) Registro de empregados FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço PIS – Programa de Integração Social Controle de férias Aviso e recibo de férias Licenças e demissões Acidentes Folha de pagamento, etc. A organização possui duas teorias: a Organicista e a Comportamentista. A Organicista, que considera a empresa como sendo um organismo, significa o processo administrativo de criar organismos econômicos, comumente chamados de empresas. Ex.: empresas comerciais, industriais, bancárias, etc. São considerados organismos econômicos, com seus órgãos (departamentos, seções, diretorias, divisões, etc.). A Comportamentista, onde as empresas constituem uma reunião de pessoas que trabalham para a produção de mercadorias e/ou serviços. As relações que se estabelecem entre as pessoas que trabalham numa empresa constituem o que se chama de estrutura organizacional. A estrutura organizacional determina quais os cargos ou partes que devem ser ocupados pelas pessoas e, igualmente, as funções que serão desempenhadas. No mesmo tempo em que a estrutura organizacional definir quem deve ocupar os cargos, postos ou funções, estará estabelecendo a lista de autoridade e de responsabilidade dentro da empresa. As empresas podem se organizar de duas formas: através da estrutura de Organização Formal e Informal. A estrutura de Organização Formal é deliberada pelos administradores, segundo o planejamento efetuado e significa o estabelecimento da linha de autoridade (subordinação hierárquica) e da linha de responsabilidade (obediência hierárquica). A estrutura de organização formal das empresas pode ser feita de várias maneiras, porém quase sempre, obedece aos seguintes tipos tradicionais de organização: a) Organização linear b) Organização funcional c) Organização de linha e assessoria OTC 12 - Na Organização Línea, a disciplina está em primeiro lugar, indo hierarquicamente do superior até o inferior, incluindo todas as pessoas lotadas nos diversos órgãos. Neste tipo de organização há duas vantagens: a unidade de comando – o executor recebe ordens de um único chefe, e a simplicidade de estruturação – é fácil fazer o esquema pelo qual a empresa está organizada. É adotado em pequenas e médias empresas, pois em grandes empresas, este tipo não alcança seus fins. - Na Organização Funcional, um diretor, chefe ou gerente precisa ter muitas aptidões e a soma de deveres é muita elevada, o que torna difícil a um homem comum, desempenhar as funções satisfatoriamente. Assim, como forma de descentralização, este tipo de organização idealizou a estrutura pela qual em cada função tenha um chefe especial. Para concluir, cada setor de atividade terá um administrador que responderá pelos problemas que lhe são afetos. - Na organização de linha e assessoria, acrescentam-se órgãos assessores (consultor, técnicos, orientadores). Ele se presta para empresas cujos diretores, gerentes, supervisores ou chefes, tenham tempo limitado e não tenham conhecimentos especializados. Em resumo, permite aos especialistas intervirem, como assessores. A estrutura de Organização Informal, iniciativa das pessoas, de acordo com seus interesses ou conveniências, não é visível nas empresas, mas ninguém pode negar sua existência. A forma pela qual a empresa está estruturada costuma ser modificada ou alterada, não sendo respeitados os cargos, o grau de autoridade, bem como as rotinas de trabalho. A organização ou estruturação da empresa deve levar em conta os seguintes pontos: a) Autoridade e, b) Responsabilidade Autoridade é o direito de mandar, e o poder de se fazer obedecer. É delegada de cima para baixo, na linha hierárquica da empresa. Responsabilidade é a obrigação de fazer e prestar contas do que foi feito, numa empresa todo o funcionário têm suas obrigações e devem prestar contas a alguém. Obedece a uma escala hierárquica de baixo para cima. PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO Podemos dividir os princípios fundamentais da organização em quatro: Divisão do Trabalho, Cooperação, Imitação e Coordenação. A Divisão do trabalho é considerada como sendo o princípio fundamental da organização. Isto é, a organização existe porque o trabalho do homem é dividido, uma vez que ele não pode fazer tudo. A divisão do trabalho significa tanto a distribuição ou a especialização das tarefas entre várias pessoas, como também a decomposição de um serviço em diversas fases. Em qualquer desses aspectos o resultado será uma maior e melhor qualidade de produção. A divisão do trabalho não visa somente alcançar um maior rendimento, mas deve se dá fundamentalmente porque: OTC 13 a) Nenhum homem é igual em natureza e todo homem pode produzir mais com a especialização; b) Ninguém pode fazer duas coisas ao mesmo tempo; c) Ninguém pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. A divisão do trabalho ocorre na distribuição da autoridade e da responsabilidade nas empresas; fazendo isto, estarão “departamentalizando” (criando departamentos ou seções que executam as funções específicas). Departamento significa cada setor ou unidade da empresa sobre a qual um administrador tem autoridade para execução de funções determinadas. Pode ser desdobrado em duas fases: a análise e síntese. a) Análise é um trabalho de decompor um todo, com a finalidade de conhecer suas partes, conhecer cada uma das funções de acordo com sua natureza. b) Síntese é um trabalho de compor o todo, reunindo todas as partes conhecidas, agrupando as funções em departamentos específicos. A cooperação é um princípio também muito importante para levar adiante os empreendimentos, pois uma coisa é certa, a união faz a força. Este princípio está em estreita ligação com a coordenação (ver-se-á adiante). Pela imitação o homem repete o que foi feito pelos seus semelhantes. É uma tendência natural do ser humano. Os encarregados de serviços demonstram aos seus subordinados como devem ser imitados na execução de determinadas tarefas.Outras vezes, os aprendizes imitam os profissionais mais experientes. A coordenação tem por fim harmonizar todos os atos e esforços da empresa. Diferencia-se da cooperação pelo fato desta resultar do esforço de todos, tendo em vista um objetivo, enquanto que a coordenação faz com que o esforço seja disperso, o que impediria um maior rendimento de trabalho. Desta forma podemos dizer que constitui condição essencial a adoção dos princípios e normas da administração e organização para a sobrevivência das empresas. Assim, a organização possui, em resumo, dois principais fins: um em sentido amplo e outro em sentido restrito. Do ponto de vista amplo, a organização visa obter o máximo rendimento de toda e qualquer atividade humana, ou seja, onde o homem estiver presente: no lar, na escola, no clube, nas entidades, etc. No sentido restrito, a organização objetiva, tanto a constituição dos organismos econômicos (empresas), como também objetivas, indicam os melhores métodos para a realização dos serviços restritos. A organização apareceu com o desenvolvimento das grandes empresas, depois da Revolução industrial – passagem da produção manual para a produção mecânica – iniciada na Inglaterra no século XVIII e desenvolvida a partir do século XIX. GRÁFICOS DE ORGANIZAÇÃO Os gráficos de organização apresentam a estrutura organizacional da empresa com todos os órgãos, indicando a hierarquia, ou ainda o movimento ou de operações de um serviço; daí sua classificação em dois principais tipos: o organograma e o fluxograma. Organograma é o gráfico que representa os órgãos da empresa e as relações de autoridade e de responsabilidade existentes entre si. OTC 14 Portanto, organograma é uma figura geométrica composta, basicamente, de duas partes interligadas: linhas e retângulos. As linhas representam o fluxo da autoridade ou a ligação de uma unidade e suas subunidades na empresa; os retângulos representam os cargos administrativos entre os quais flui a autoridade ou a subordinação entre as unidades da estrutura organizacional. O organograma deve ter clareza, simplicidade e exatidão. Fluxograma é o gráfico que representa o movimento ou rotina de um serviço, mostrando todas as suas fazes ou etapas. Procura mostrar a atividade de um órgão, em relação às suas funções, realiza-se através dos serviços de rotinas de trabalho e essas rotinas são indicadas no fluxograma. Por isso, o fluxograma é conhecido como gráfico de rotina. O fluxograma deve representar claramente os setores ou unidades de trabalho, as ligações entre os setores de trabalho, as tarefas de cada unidade, bem como as seqüências das operações. “Tirem-nos as fábricas, os negócios, as vias de transporte e o dinheiro, deixem- nos apenas a Organização e eu, dentro em pouco refarei tudo”. OTC FASE D A REORGANIZAÇÃO A organização visa constituir o organismo econômico. A reorganização tem por finalidade reconstituí-lo quando esse apresenta falhas. Os trabalhos de reorganização devem obedecer às seguintes fases: 1. Levantamento 2. Planejamento 3. Implantação Levantamento é um trabalho de análise, por meio do qual se verifica o estado atual da estrutura da empresa e dos serviços em execução. O levantamento pode ser feito: a) Diretamente (no próprio local, por meio de entrevista); b) Indiretamente (por meio de questionários). Por outro lado, planejamento é um trabalho de síntese e por seu intermédio se elaboram as melhores normas ou rotinas para a realização das tarefas ou serviços, em obediência à nova estruturação idealizada. Algumas normas para levar a efeito a reorganização: 1. Planejamento preliminar e formação de conhecimentos; 2. Coleta de dados e informações concretas; 3. Análise e interpretação dos dados; 4. Criação de soluções e recomendações; 5. Preparo do relatório final e exposição das recomendações à gerência e ao pessoal de operação; 6. Implantação e acompanhamento das recomendações. O trabalho de levantamento consiste em obter respostas às seguintes perguntas: 1. Por que se faz o trabalho? 2. Que é feito? OTC 15 3. Quem faz o trabalho? 4. Como ele é feito? 5. Onde é feito? 6. Quando ele é feito? No tocante ao planejamento procura-se obter respostas às perguntas: 1. Por que esse trabalho deve ser feito? 2. Que deve ser feito? 3. Quem deve fazer o trabalho? 4. Como ele deve ser feito? 5. Onde se deve fazê-lo? 6. Quando o trabalho deve ser feito? Por meio do levantamento ficamos conhecendo toda a estrutura da empresa (ou seus órgãos e as respectivas funções), o que equivale a dizer, fica-se a par do que existe e como existe. Pelo planejamento procura-se obter o maior rendimento dos elementos disponíveis (recursos humanos e materiais), determinando, por conseguinte o que deve existir. Na prática, o planejamento administrativo toma várias formas, a saber: 1. ORGANOGRAMAS Organograma é o gráfico que representa os órgãos da empresa e as relações de autoridade e de responsabilidade entre si. 2. FLUXOGRAMAS Fluxograma é o gráfico que representa o fluxo ou rotina de um serviço mostrando todas as suas fases. 3. RELATÓRIOS Relatório de organização é uma exposição escrita sobre a estrutura da empresa ou das rotinas de trabalho, às vezes acompanhado de anexos ilustrativos (organogramas, fluxogramas, formulários, modelos de documentos, etc.). 4. ORDENS DE SERVIÇO Ordem de Serviço (ou simplesmente O. S.) é um ato administrativo discriminando um expediente a ser cumprido para determinado fim. 5. INSTRUÇÕES Instrução é um ato administrativo que visa a dar conhecimento das normas para execução de rotinas de trabalho. 6. PLANTAS (ou, em inglês, layout) Planta de organização ou administração é o desenho que representa a projeção horizontal do arranjo interior de fábricas ou escritórios. A seguir, apresentamos algumas normas gerais a respeito da implantação. a) FASES DA IMPLANTAÇÃO 1. Selecionar e treinar encarregados da implantação; 2. Preparar e mandar imprimir os novos formulários; 3. Vencer as resistências às novas modificações; OTC 16 4. Estabelecer controles que acusem irregularidades; 5. Revisar as recomendações originais. b) ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO 1. Acompanhar constantemente o programa iniciado; 2. Os planos devem estar de acordo com a organização para não haver surpresas; 3. Verificar obediência aos planos recomendados; 4. Os resultados através de observações e entrevistas; 5. Acompanhar a execução de maneira não superficial. OTC FASE E CONCEITO, PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES FUNDAMENTAIS DE RACIONALIZAÇÃO. O termo racionalização é comumente empregado como sinônimo de organização. Do ponto de vista restrito, a organização pode ser denominada de racionalização. A expressão racionalização apareceu por volta de 1919, 1920 após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) usada por Walter Tathenau (1867 – 1922), engenheiro, industrial e ministro de Estado na Alemanha, para denominar a campanha de recuperação econômica daquele país, seguindo as normas de organização que tanto sucesso obteve nos Estados Unidos. Essa palavra veio para a nossa terminologia através da expressão francesa “rationalisation”, enquanto que esta teve origem no vocabulário alemão “rationalisierung”, cujo prefixo vem do latim “ratio” que significa razão, ou seja, a maravilhosa faculdade humana, através da qual chegamos à concepção das idéias universais. Racionalização, como a própria origem indica a ação de tornar racional alguma coisa. Dizemos que uma coisa é racional quando está de acordo com a razão, ou então, de conformidade com a razão, significa de acordo com o bom senso, com a justiça, com o direito, com a moral, etc. Racionalização é toda ação reformada que visa substituir processos rotineiros e arcaicos por medidas e métodosbaseados em raciocínio sistemático. Cabe salientar, que a partir da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), surgiu nova tendência visando substituir a palavra racionalização como outros títulos deste estudo, pela denominação “Organização e Métodos”, cujo conteúdo, compreende um conjunto de idéias, princípios e práticas resultantes da intelectualização dos esforços. PRINCÍPIOS DA RACIONALIZAÇÃO A racionalização deve seguir, pelo menos: a) Produzir mais com a mesma, ou melhor, qualidade e com o mesmo ou menor dispêndio unitário; b) Remunerar melhor os trabalhadores, os diretores e os sócios ou acionistas como o mesmo ou menor custo unitário de produção; OTC 17 c) Manter o ambiente de trabalho agradável e higiênico e diminuir o número e a gravidade dos acidentes de trabalho, com igual ou menor custo unitário de produção; d) Desenvolver ao máximo a harmonia entre as chefias e os subordinados; e) Ter em mente que o verdadeiro êxito, hoje em dia, consiste na conciliação dos interesses em jogo, representado pelos empregados, dos empregadores, dos diretores, dos consumidores e do governo. Do ponto de vista econômico, a palavra racionalização designa o conjunto de processos racionais que possibilitam combinar, da maneira mais econômica, os meios disponíveis, a fim de obter, dos mesmos, a maior soma de benefícios para a sociedade. Assim definida, a racionalização é, por excelência, a técnica da produtividade. VANTAGENS DA RACIONALIZAÇÃO QUANTO À EMPRESA Para a empresa, eleva a produtividade, provocando como conseqüência, a necessidade de menor massa de capital para atingir o fim desejado. A redução do preço de custo, permitindo um aumento de lucros. A regularização da mancha nos negócios da empresa, ficando em condições de melhor se defender em períodos de crise. QUANTO AO PESSOAL Salários mais elevados. Melhor emprego de tempo, reduzindo a duração do trabalho. Melhor aproveitamento de suas aptidões. OTC FASE F EVOLUÇÃO DO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO 1. PRINCIPAIS ESCOLAS Apesar de desde os primórdios da sociedade humana sempre ter havido práticas de administração e idéias de administração – v.g. os imperadores chineses e os faraós do Egito, entre outros – foi somente após as grandes transformações sociais dos séculos XV e XVI, e o advento da Reforma, ensejando o nascimento do capitalismo, que se firmou o conceito de eficiências como o entendemos na época contemporânea. Assim, e para fins didáticos, costumamos dividir o estudo da administração em duas grandes correntes, com características bem definidas – o Movimento Mecanicista ou Tradicionalista e o Movimento Behaviorista ou das Relações Humanas – apresentando, finalmente, um terceiro movimento, bastante atual, de integração, denominado Movimento Estruturalista. O quadro a seguir dá uma boa visão desta divisão do estudo da administração. OTC 18 2. ESCOLA TRADICIONALISTA Também denominado de Clássica ou Normativista. Esta escola baseava seu enfoque na análise das atividades das empresas. Considerava mais importante o cargo que o indivíduo, cabendo a este se adaptar àquele. Como tônica da época, décadas iniciais do século XX, enfatizava a produtividade, a máquina, daí os nomes pelos quais ela é conhecida. 2.1. – Doutrinas Centrais dos Tradicionalistas 1º) Separação rígida entre política e administração; 2º) A administração era uma ciência; 3º) O estudo científico da administração levava à descoberta de princípios; 4º) A economia e a eficiência eram os objetivos básicos da administração. Os autores mais importantes desta Escola foram, dentre outros: Henry Fayol, Frederick Taylor, Luther Gullick, Lindal Urwick, James Mooney, Donal Stone. 3. ESCOLA COMPORTAMENTALISTA Também conhecida como Behaviorista ou do Comportamento Humano ou das Relações Humanas. Influenciados pelos aspectos retratados na Revolução Ideológica, os integrantes desta Escola, de uma certa forma, iniciaram um movimento de rebelião contra as idéias dos tradicionalistas, que vinham imperando no meio dos estudiosos de administração. Todos os que se voltaram contra as concepções então dominantes eram Análise Atividade das Empresas ORGANIZAÇÃO FORMAL Análise Estrutural – Funcional Conceito cultura ORGANIZAÇÃO INFORMAL Integração Organização FORMAL – INFORMAL HOMEM PRODUÇÃO ESCOLAS QUADRO SINÓTICO TRADICIONALISTAS ESTRUTURALISTAS BEHAVIORISTAS Europeu s Americanos Francê s Inglês - Fayol - sheldon - Urwick - Gullick - Taylor e associados - Ford - Moorey - barnard - Simon - waldo - Mayo - etzione - argyres - likert OTC 19 acordes, pelo menos em certos pontos, como, por exemplo, de que os conceitos tradicionais eram demasiadamente limitados; também se combatia a idéia de que o cargo era separável do indivíduo e era mais importante do que ele. Outra idéia discutida e não aceita era a de que no comportamento administrativo havia certas formas universais que constituíam princípios. A Escola Comportamentalista enfatizava os aspectos de comportamento humano nas organizações, procurando identificar as variáveis deste comportamento, a fim de melhor ajustar o homem ao trabalho. Evidentemente, não pode ser esquecida que esta perspectiva muito se beneficiou do desenvolvimento das pesquisas no campo das Ciências Sociais, notadamente no da Psicologia e Antropologia. Muitas das novas tendências estão permeadas de contribuições das Ciências Sociais. 3.1. Doutrinas Centrais dos Comportamentalistas 1º) Política e Administração constituem um contínuo, não tendo nenhum sentido a separação existente anteriormente, que colocava a política (= decisão) como uma função do legislativo e a administração (= execução como uma tarefa do executivo); 2º) A administração é, ao mesmo tempo, ciência e arte; é ciência, como um conjunto de conhecimentos sistematizados e é arte, tratando da aplicação desses conhecimentos; 3º) O estudo atual da administração não permite a formulação de princípios de administração com as mesmas características de rigidez e universalidade com que eles são formulados nas ciências exatas; admitindo-se princípios em administração (ou nas Ciências Sociais) eles seriam muito mais tendências do que exatos; 4º) A eficácia (= eficiência humanizada) passa a ser o objetivo do administrador; 5º) Novo conceito de liderança e de autoridade, como decorrência das influências do movimento de dinâmica de grupo; 6º) O processo decisório passa a ser a pedra angular da Administração; 7º) Advento do planejamento institucionalizado. 4. COMPARAÇÃO DO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO A fim de facilitar um confronto entre os conceitos das Escolas Tradicionalistas e do Comportamento Humano, dando a seguir um quadro comparando as principais perspectivas de cada uma, no que concerne a alguns tópicos de interesse para o estudo da administração. OTC 20 Tradicionalistas 1940 Behavioristas 1-AUTORIDADE: de cima para baixo 2- LIDERANÇA: exercida através de autoridade 3- EFICIÊNCIA: ponto de vista mecânico: produção maior 4- INCENTIVOS: sociais ou financeiros 5- TRABALHO: meio de subsistência 6- CONTROLE: através do comando: vertical e sobre pessoas 7- PLANEJAMENTO: esporádico; usado em situações de crise. 8- ORGANIZAÇÃO: como estrutura burocrática 9- MEIO-AMBIENTE TRABALHO: autocrático 10- DECISÃO: como ato individual, profundamente centralizado. 11- MUDANÇA TECNOLÓGICA: por ordem 12- LUCRO: de qualquer maneira 13- INFORMAÇÕES: incompletas e imprecisas 1-AUTORIDADE: aceita e não imposta 2- LIDERANÇA: influência do grupo e do meio-ambiente, intimamente relacionados. 3- EFICIÊNCIA: eficácia= eficiência humanizada, ligada aos objetivos. 4- INCENTIVOS: sociais e financeiros, simultaneamente. 5- TRABALHO: não só satisfação das necessidades, mas também afirmação social. 6- CONTROLE: com base na comunicação: atividade de caráter permanente; circular; controle de fatos e não de pessoas. 7- PLANEJAMENTO: mutável em função do controle de caráter permanente. O planejamento é institucionalizado 8- ORGANIZAÇÃO: como instituição social 9- MEIO-AMBIENTE TRABALHO: democrático 10- DECISÃO: como ato coletivo, com base na situação. 11- MUDANÇA TECNOLÓGICA: por consulta 12- LUCRO: como responsabilidade social 13- INFORMAÇÕES: completas e precisas Módulo II OTC FASE A HIERARQUIA A hierarquia, segundo Fayol, é a série de chefes que vai da autoridade superior aos agentes inferiores. Para Destarte, a hierarquia correspondente a uma forma de organização social que tem como característica: 1. Graduação rígida da autoridade; 2. Definição exata das atribuições de cada extrato. Por conseguinte, a linha hierárquica é o caminho que, por intermédio dos diferentes níveis hierárquicos, faz chegar às informações oriundas da autoridade superior às pessoas às quais são destinadas e, ao mesmo tempo, faz chegar à autoridade superior as mensagens que lhe são destinadas. A via hierárquica e, assim, o caminho que seguem, passando por todos os graus da hierarquia, as comunicações que partem da autoridade superior ou que lhe são dirigidas. Este caminho é condicionado pela: 1. Necessidade de transmissão segura; 2. Unidade de comando. Todavia, é importante acrescentar que existem alguns tipos característicos de hierarquia baseada: 1. Nas tarefas, no cargo, nas funções; 2. Na categoria que o indivíduo tem, no status e não no cargo; 3. Na habilidade da pessoa ou na soma de conhecimentos; 4. No salário que recebem, na importância que lhe é concedida. A hierarquia baseada no trabalho a ser realizado apresenta como problemas básicos: 1. Discriminação, especificação ou descrição das tarefas; OTC 21 2. Centralização da autoridade para criação de novos cargos ou funções; 3. Sistema de classificação de cargos; 4. Análise do trabalho, permitindo igual salário para igual trabalho; 5. Descentralização; 6. Organization planning. Já a hierarquia baseada na categoria (rank) é função da pessoa que realiza o trabalho. O status não está relacionado ao cargo diretamente, mas sim às prerrogativas sociais e no pagamento. É o caso do pessoal das relações exteriores, das Forças Armadas, etc. Interessa-nos sobremaneira a hierarquia calçada nas habilitações, competências ou conhecimentos dos indivíduos. Problemas que suscita: 1º. Do ponto de vista do processo decisório: a) Cúpula: administrador, aquele que coordena, escolhe a estratégia, planeja e exerce a função de relações públicas; b) Nível intermediário: dirigentes (executivos), superintendentes, diretores, aqueles que coordenam e supervisionam; c) Supervisores de linha: chefes de seção. 2º. Do ponto de vista dos requisitos profissionais: a) Instrução superior; b) Instrução técnica ou média; c) Instrução primária. Finalmente, a hierarquia baseada no salário ou vencimento deve ser analisada, não sendo demais lembrar que difere na indústria ou no setor privado, onde há mais flexibilidade que no serviço público. Os fatores mais importantes são: 1. Natureza do trabalho; 2. Tipo de remuneração (tempos e movimentos, peça, mensalistas, etc.); 3. Exame quantitativo (sistema de avaliações). Pelo exposto, podemos acrescentar que, em qualquer instituição complexa o esforço organizado é administrado por um grupo de pessoas estratificadas numa hierarquia, quer isso ocorra através de um planejamento formal que se concretize por processos informais. Uma hierarquia favorece uma descentralização da tomada de decisões: 1. Distinguindo as responsabilidades dessa tomada de decisões entre administradores que ocupem posições de vários níveis; 2. Fazendo com que todos os administradores da empresa situados abaixo do administrador chefe sejam sujeitos às decisões de planejamento e controle que partem dos níveis superiores. Assim, quando a situação exige, os administradores de empresas nos níveis mais elevados podem delegar parte da sua carga de trabalho aos administradores nos níveis inferiores. A delegação geralmente resulta numa redução da carga de trabalho de um trabalhador, mas é seguida de um aumento nas atividades supervisora deste. OTC 22 DEPARTAMENTALIZAÇÃO A estrutura é a forma mediante a qual estão integrados e se apresentam os elementos constitutivos de uma organização. E dentro de uma empresa, um dos fatores estruturais mais críticos é a natureza da divisão em departamentos na organização, ou seja, a forma como o trabalho da organização é dividido em unidades ou departamentos semiautônomos, em determinados níveis da hierarquia. Todos os níveis situados abaixo do ápice são divididos em departamentos, com cada um dos níveis inferiores subseqüentes implicando em maior diferenciação departamental. A conseqüência dessa divisão em departamentos é uma delineação da responsabilidade executiva e um agrupamento de atividade de operação. A base para a divisão em departamento, bem como a cota ou quantidade de divisão em departamentos variará de uma instituição para outra. É sempre oportuno recordar a assertiva de Thompson: “O tipo de departamentalização existente em uma organização resulta ou do processo de especialização ou de atos do poder”. Com esses esclarecimentos, podemos dizer que a departamentalização é o processo de reunir as atividades em grupos homogêneos, para fins administrativos, constituindo unidades organizacionais. Em outras palavras, departamentalização é a reunião de unidades de trabalho para formar certos grupos. Evidentemente, a palavra departamentalização não se refere apenas à constituição de unidades organizacionais denominadas departamento, mas à constituição de quaisquer unidades complexas de trabalho, que podem ser denominadas de divisões, distritos, filiais, setores, serviços, turmas, etc. É plausível, também, construir grandes departamentos sem utilizar o processo habitual de agrupar unidades elementares, mas, ao contrário, dividindo o trabalho total da empresa em unidades gerais e amplas e, nesse caso, se estará igualmente departamentalizando. Para Destarte, o sentido de departamentalização nem sempre corresponde ao de agrupamento, pois, em certos casos, é paralelo ao de divisão do trabalho. O processo de departamentalização ocorre em todos os níveis da empresa, sendo o problema comum a desafiar o administrador, desde o nível mais alto ao mais baixo da organização, o de “como agrupar as tarefas em funções, de modo a obter os melhores resultados?”. Fatores a considerar na Departamentalização Os fatores-chaves de departamentalização são os seguintes: 1. Tirar proveito da especialização: Como cada indivíduo possui características próprias, distribuindo-se as atividades segundo a habilitação de cada um, assegura-se maior grau de eficiência. Além disso, ao concentrar sua atenção em um tipo específico de trabalho a pessoa desenvolve uma habilidade que lhe permite aumentar ainda mais sua produção. De acordo com tal norma, na departamentalização, as atividades devem ser agrupadas de modo que os funcionários tenham preferencialmente funções especializadas. É oportuno ressaltar que a especialização apresenta diversidade de formas, podendo ser propósito, processo, produto, função, etc. OTC 23 2. Facilitar o controle: A departamentalização tanto pode simplificar como complicar o controle que, como vimos. É uma das cinco funções básicas de administração, segundo a análise funcional de Fayol. Entre as medidas que devem ser adotadas para a departamentalizaçãoe que facilitam o controle, podemos citar: a) Delimitação completa das responsabilidades dos diversos departamentos, de modo que se possa verificar com facilidade qual chefe é responsável por este ou aquele resultado; b) Posicionamento do supervisor fisicamente próximo da atividade a controlar; c) Se dois ou mais departamentos são semelhantes, posicioná-los, de preferência, de modo paralelo na estrutura, possibilitando que o controle se faça, parcialmente, por comparação entre seus resultados; d) Se uma atividade se destina a controlar outra, subordinar a segunda à primeira ou subordiná-la às chefias diferentes. 3. Facilitar a coordenação: A departamentalização deve também ser orientada para tornar mais fácil o exercício da coordenação, que tivemos oportunidade de conceituar como essência da administração. Assim, se determinadas atividades precisam ser estreitamente coordenadas ou possuem um único objetivo, mesmo que bastante diversos na sua execução, podem ser subordinadas a um só chefe. No caso de “atividades soltas”, isto é, aquelas que não se relacionam diretamente a nenhuma das funções principais da empresa (como a mesa telefônica, por exemplo), a melhor solução é subordiná-las aos departamentos que mais as utilizam. 4. Dar importância adequada às atividades: Quanto mais importante for uma atividade para os objetivos da empresa, mais alto será o nível hierárquico ao qual deverá estar subordinada. Este tratamento possibilita que uma atividade importante seja supervisionada de perto pelos altos escalões administrativos. É oportuno ressaltar, entretanto, que esse critério deve ser utilizado rigorosamente de acordo com os objetivos da empresa e não segundo as tendências humanas naturais dos administradores, tais como preferências pessoais excessivas preocupação pelo controle e outras. 5. Levar em conta as condições locais: Sob o ponto de vista teórico, o melhor sistema é planejar a organização que melhor atenda aos objetivos da empresa, para depois selecionar os chefes qualificados para as funções criadas. Na impossibilidade de adotar tal procedimento, o que ocorre principalmente nas pequenas, a solução é adaptar a organização aos elementos disponíveis. Esta solução, contudo, só deve ser cogitada quando for inevitável. 6. Reduzir despesas: Evidentemente, na departamentalização haverá também a preocupação de reduzir despesas. A criação de um novo departamento ou o deslocamento de outro, precisa ser avaliada em termos de elevação de custos operacionais da empresa. É frequente o caso de se ter de decidir entre melhorar a coordenação entre pessoas que exercem tarefas específicas ou utilizar pessoal mais versátil e mais bem pago, para execução de determinadas tarefas. OTC 24 Com estas considerações, vamos analisar o modelo e departamentalização identificado e conceituado por Luther Gullick, ao estudar órgãos governamentais norte- americanos. Segundo Gullick foram encontradas as seguintes bases para grupamento de unidades de trabalho: 1) Propósito Dominante: junta um só departamento toda uma série de atividades empreendidas para prestar certo e determinado serviço. Exemplo: Ministério da Saúde, Departamento Nacional da Produção Vegetal, etc. ORGANIZAÇÃO DE FICHÁRIOS E ARQUIVOS Arquivo é o lugar destinado à guarda e à conservação dos livros, documentos e todos os papéis concernentes ao giro de uma empresa. CONDIÇÕES DO ARQUIVAMENTO a) Segurança – o arquivo deve oferecer garantia de precisão no momento de consultar determinados documentos ou fichas. Além de oferecer condições de conservação e de preservação contra incêndios ou extravio; b) Simplicidade – deve ser compreensível, ao alcance de inteligência média, pautado em normas claras e precisas e de fácil manejo; c) Flexibilidade – o sistema de arquivamento deve acompanhar o desenvolvimento da entidade. As operações de arquivo devem se ajustar ao crescimento do volume e à diversidade do material a guardar; d) Acessibilidade – o sistema de arquivo deve permitir a pronta localização do material guardado. Na consulta devemos encontrar condições de rápido atendimento e imediato acesso ao material desejado. O arquivo deve responder prontamente às indagações históricas (arquivo inativo) ou às suas consultas atuais (arquivo ativo). CLASSIFICAÇÃO, CATALOGAÇÃO E CODIFICAÇÃO. Classificação - é o ato de adotar critérios para ordenar o material a arquivar, facilitar a sua localização e possibilitar o seu manuseio. Catalogação - é o preparo das fichas e demais peças que irão constituir o número de informações que permitirão a busca e a localização dos documentos. Codificação - é a designação de números, letras ou outros símbolos, de acordo com um plano sistemático, a fim de distinguir as categorias a que cada documento deve pertencer ou onde deve ser arquivado. NOMENCLATURA BÁSICA As especificações de arquivos e fichários devem mencionar o material com o qual são confeccionados, o tamanho ou dimensões, a quantidade de gavetas e sua conjugação e o equipamento acessório de que devem ser munidos. A nomenclatura é a seguinte: - Arquivo horizontal – gavetas chatas para desenhos; - Arquivo vertical – gavetas altas para pastas; - Fichários horizontais e verticais – para guardar cartões ou fichas. OTC 25 Ficha – é um pedaço de cartolina ou cartas que obedece aos seguintes tamanhos ou formatos: 3” x 5” – 4” x 6” – 5” x 8” – 6” x 9” – 9” x 12”. Classificador – é o objeto feito de papelão duro e grosso, com duas abas e uma lombada com um fruto circular na parte inferior, provido de ferragem para assegurar os documentos arquivados. Pasta – é um instrumento de arquivo feito de cartolina, com duas abas, dispondo, ou não de ferragens para guardar papéis. Guia – é um cartão duro e grosso que tem na borda superior uma projeção onde é feita a indicação mestra do conteúdo das pastas. SISTEMAS DE ARQUIVO a) Alfabético – por nome direto – em ordem alfabética. b) Numérico – consiste em abrir “pastas”, dando-lhes números sucessivos e cada número corresponderá a um cliente ou fornecedor. c) Por Assunto – consiste em se agrupar toda a correspondência, relacionada com um mesmo assunto, em uma “pasta”. d) Geográfico – substitui-se pelo nome das praças, onde residem os correspondentes. FORMAÇÃO DO CAPITAL O Capital de uma empresa pode ser tomado em dois sentidos: Econômico e Contábil. a) Capital Econômico – é o constituído dos bens que não se destinam à imediata satisfação das necessidades humanas, porém, facilitam a produção em geral. b) Capital Contábil – é o constituído pelo conjunto de valores que foram o patrimônio, à disposição de uma empresa em determinado momento. De acordo com o conceito contábil, os capitais das empresas dividem-se em duas partes. 1) Capital fixo (ou ativo permanente) 2) Capital circulante (ou ativo circulante) O capital fixo é representado pelos bens destinados a muitos processos de produção. Necessária a sua utilização, para a elaboração das matérias prima que entram na constituição do produto acabado. Não estão disponíveis à venda. Exemplo: as máquinas, as ferramentas, os veículos, patentes, etc. O capital fixo comporta uma subdivisão, sendo: materiais (ou tangível) e imateriais (ou intangível). Materiais são bens corpóreos, físicos, como as máquinas, as ferramentas, os veículos, etc. Imateriais são os bens incorpóreos, não visíveis como as patentes, os direitos autorais, etc. O capital circulante é o representado pelos bens que uma vez utilizados, desaparecem, transformando-se em cada operação, tais como as matérias-primas (na produção), as mercadorias (nas vendas), o dinheiro em caixa (nos pagamentos). OTC 26 O capital, quanto às fontes de recursos, dividem-se em: 1. Capital próprio 2. Capital de terceiros O capitalpróprio é aquele formado por recursos obtidos através dos resultados financeiros da empresa (lucros acumulados ou reservas retidas) ou integralizadas pela cessão de dinheiro ou bens (fixo e circulante) da parte dos sócios. Capital de terceiros é obtido através de empréstimos de dinheiro, ou dívidas contraídas por compras a prazo. No primeiro caso, tem-se o débito de financiamento e no segundo os débitos de funcionamento. OTC FASE B PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA EMPRESA O orçamento é um plano das necessidades financeiras e uma estimativa da receita durante determinado período, geralmente um ano de 1º de janeiro a 31 de dezembro, para coincidir com o exercício civil e fiscal. Juntamente com o orçamento deve ser preparado o programa de desembolso de caixa, afirma de que todos saibam onde, quando e quanto pode gastar. FASES A elaboração de um orçamento compreende, em linhas gerais, as seguintes fases: 1º. Reunião de chefes e responsáveis para estimarem a receita e fixarem a despesa de acordo com um programa social, objetivo e realista; 2º. Elaboração ou preparo da distribuição das receitas e das despesas pelas diversas contas; 3º. Revisão e ajustamento, tendo em vista as percentagens de lucros a serem obtidos; 4º. Preparação do programa de execução, acompanhamento e controle orçamentário; 5º. Projeto de contenção de despesas no caso de ocorrer deficiência no recolhimento da receita; 6º. Aprovação final. MEDIDAS PARA CONTENÇÃO DE DESPESAS Várias providências podem ser aplicadas para conter as despesas, destacando-se as seguintes: - Aprimoramento constante da organização (pessoal, material, etc.); - Treinamento e aperfeiçoamento do trabalho com medidas de racionalização; - Aproveitamento pleno do material, horas ociosas, etc. - Redução progressiva dos custos operacionais através da racionalização do trabalho; - Melhor aproveitamento de áreas. OTC 27 RESUMOS ORÇAMENTÁRIOS Conceito de Orçamento Fazer orçamento é formular planos para um determinado período futuro. Orçamentos são declarações de resultados antecipados. Objetivos do Orçamento O orçamento fornece meios para um planejamento integrado, por meio do qual a autoridade pode ser delegada sem perda de controle. Um orçamento exige não só considerável planejamento, mas é, também, um instrumento para planejar. Desta forma o orçamento deve refletir o padrão organizacional através da divisão dos elementos do plano em seus componentes organizacionais. Somente quando os planos são tão completos, coordenados e bem desenvolvidos que podem adaptar-se às operações dos departamentos é que se pode preparar um orçamento departamental útil. Tipos de Orçamentos a) Orçamento de despesas e receita; b) Orçamento de tempo, espaço, material e produto; c) Orçamento de despesa de capital; d) Orçamento de caixa e e) Orçamento de balanço. Orçamento de Despesas e Receita São os tipos mais comuns de orçamentos. O mais básico é o orçamento de vendas, pois é o alicerce de todo o planejamento das empresas; o orçamento de vendas é a palavra fundamental do programa de controle orçamentário. É o principal controle de uma empresa, que pode sustentar as despesas de operação e dar lucros. No gráfico do orçamento de despesas e receita das empresas, podem constar itens individuais de despesa. Ex: mão de obra direta, material, funcionários, aluguel, força, viagens, matéria-prima e outros. Orçamento de Tempo, Espaço, Material e Produto. Entre os mais comuns estão os orçamentos de mão-de-obra direta (horas, máquinas-horas, unidades, material, metros quadrados de espaço, e unidades produzidas). A maioria das empresas orça a produção, deixando para cada departamento a função de orçar a sua parte. Assim, como se vê, esses orçamentos e muitos outros não podem ser expressos em termos monetários, pois o valor envolvido não daria uma medida precisa dos resultados do planejamento pretendido. Orçamento de Gastos de Capital. Visa especificar em termos concretos as despesas do fundo de capital para fábrica, maquinaria, equipamentos, estoque e outros itens que exigem tais fundos. Seja longo ou curto prazo, esses orçamentos exigem habilidade e cuidado incomuns, pois dão uma forma definida aos planos formulados para o dispêndio dos recursos da empresa. OTC 28 Orçamento de Caixa O orçamento de caixa é um dos meios de controle da mais alta valia para o pequeno e médio empresário. Dentre os vários processos de orçamento de caixa, o método das entradas e saídas de caixa é o mais comumente usado, por bastante flexível e permitir orçar para curtos períodos de tempo. Em orçamentos de caixa é essencialmente uma previsão das receitas e dos gastos de caixa para um determinado período de tempo; e na verdade, algumas companhias a ele se referem como provisão, em vez de orçamento. A finalidade do orçamento é assegurar aos administradores que a firma ou empresa terá, em qualquer ocasião, numerário suficiente para acudir as suas operações. Uma das vantagens fundamentais do orçamento de caixa é que ele retrata, como encoraja, o planejamento cuidadoso. Como todas as espécies de atividades e necessidades empresariais têm o seu efeito na caixa, a concentração de atenção no fluxo e disponibilidade de caixa resulta nas operações de todos os planos da empresa. Assim, concluímos que o orçamento de caixa é um instrumento valioso, não apenas para o orçamento, mas também para as outras atividades responsáveis pela prosperidade futura da empresa. Orçamento de Balanço É uma previsão da posição do Ativo, Passivo e Capital da firma em determinadas épocas no futuro. Este orçamento prova a exatidão de todos os outros orçamentos. É o balanço, propriamente dito. OTC FASE C ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E FISCAL / FLUXO DE CAIXA DOCUMENTAÇÃO DE COMPRA E VENDA A compra e a venda constituem um contrato bilateral: quem vende compromete- se a entregar determinada mercadoria ou a prestar determinado serviço; e quem compra, a pagar o preço combinado. Esse contrato é documento. O tipo de documento depende das condições de pagamentos: Quando o pagamento é à vista, o documento que se deve fornecer é a nota fiscal e, se necessário, um recibo. Quando o pagamento é a prazo, os principais documentos utilizados são a nota fiscal, a fatura e a duplicata, ou então a nota fiscal, a nota promissória e o carnê. OTC 29 1. NOTA FISCAL Existem diversos tipos de nota fiscal. Quando, por exemplo, compramos uma camisa, dependendo do tipo de loja e da forma de pagamento, poderemos receber a seguinte nota fiscal: CASA JOSEMAR Nota fiscal CASA JOSEMAR – CONFECÇÕES S/A de Venda ao Consumidor nº 408 Av. Atlântica, 2.012 – Loja 33 – Piso inferior Telefones: 241-9996 – 543-0144 – Rio de Janeiro. NÃO VALE COMO RECIBO Inscrição nº 111.222.333 1ª VIA Cliente RECLAMAÇÕES SÓ COM APRESENTAÇÃO DESTA Data _____/_____/_____ Série D-1 Sr. __________________________________________________________________________ RUA _____________________________________________BAIRRO ____________________ PARA O DIA _________________________________OBS.: ____________________________ QUANT. ARTIGO ORDEM PREÇO UNIT. TOTAL TOTAL GERAL SECÇÃO ____________________________ VENDEDOR _________________ 2º. NOTA FISCAL SIMPLIFICADA Muitas empresas, principalmente bazares, restaurantes, padarias, livrarias e pequenas lojas, ao efetuarem uma venda à vista, emitem a nota simplificada. Essa nota, como o próprio nome diz, foi criada para simplificar sua extração. Nela não há necessidade de especificar a mercadoria vendida. CAMISARIA ROB João dos Cantos NOTAFISCAL SIMPLIFICADA Rua Maior Grado, 426 – fone: 26495 Série D Santa Pé do Norte – RJ Insc. no CGC nº 45612378/001 Nº 1432 Insc. Est. nº 555896146 1ª VIA Data da Operação: _____/_____/_____ Valor da Operação: R$ __________ VENDA A CONSUMIDOR Alberto de Moraes – R. Igarapé, 145 – Insc. 555741369 CGC 55959685/0001-45 – Santa Pé do Norte – 10 T. de 001 a 500 – 01-85 Aut.1430 As empresas de prestação de serviços também utilizam notas fiscais simplificadas. OTC 30 Em muitas notas fiscais simplificadas, não há necessidade de colocar nome e endereço do comprador, mas, se a empresa o desejar, pode discriminar o serviço prestado. COPIADORA ERRADA LTDA. Rua Chile, 5189 – Fone 66626 – Itaitindiba – MG. Insc. CCM 2 200 258 – 1 CNPJ 58 514 576/0001 NOTA FISCAL SIMPLIFICADA DE SERVIÇO Série A 1ª VIA Nº 5625 Venda à Vista Data ____/____/____ Quant. Discriminação P. Unit. P. Total Total Gráfica ABc Ltda. – R. Sergipe , 49 – Insc. Est. 201.754.846 CNPJ 57 874 577/0001-50 T.5 000 a 6000 x – 01-81 Aut.143 3º. CUPOM DE CAIXA REGISTRADORA Como comprovante de compra e venda está muito difundido o uso de cupom de máquina registradora, principalmente nas empresas que adotam o sistema de autosserviço, como por exemplo, os supermercados. Como as notas fiscais simplificadas, também os cupons de registradoras só podem ser utilizados com permissão da Secretaria da Fazenda. No verso dos cupons de caixa constam os dados exigidos por lei como CNPJ, Inscrição Estadual e outros. INUTILAR ONDE VOCÊ ACHA O MELHOR 542136 22 542137 NOTA FISCAL C. OP.: 30 C. MERC. 657751832 CONJ. CORTINAS 1 x 1.210,00 1.210,00 VALOR RECEBIDO 1.300,00 TROCO ...................................................................... 18/03/86 1/9 192 80,00 INUTILAR 4º. NOTA FISCAL - SÉRIE C OTC 31 Existe também a nota fiscal série C, que deve ser emitida pelas empresas quando estas vendem a clientes de outros Estados. 5º. NOTA FISCAL - SÉRIE D Para a venda ao consumidor, a nota fiscal D é a mais usual. Nela devem ser registrados todos os dados do consumidor, dela também deve constar a descrição das mercadorias vendidas. Recebemos a nota fiscal série D quando efetuamos a compra à vista e retiramos a mercadoria no ato. Apresentamos a seguir um modelo desta nota fiscal. PEÇAS JÓIA Peças para autos ao total GARBOSO & NETOS LTDA. Rua dos dentes, 23 – fone: 2585-4512 – Rio de Janeiro Insc. 305 257 965 – CNPJ 65 584 098/0001-58 SÉRIE D – 1ª via Nº 1639 NOTA FISCAL DE VENDA A CONSUMIDOR EM ____/____/____ Ilmo Sr. _____________________________________________ Rua ________________________________________________ Quant. Descrição das Mercadorias P. Unit. TOTAL NÃO VALE COMO RECIBO TOTAL Cr$ O ICM é pago de acordo com a lei Graf. Cachote Ltda. Av. dos Eucaliptos, 13 – Rio de Janeiro I.E. 154 525 547 – CNPJ 74 254 826/0001-7 – 100 Tels. 60001 a 65000 – 7/81 6º. NOTA FISCAL - SÉRIE B Quando as compras são efetuadas por outra empresa ou por consumidor que deseja receber em casa a mercadoria que comprou, o vendedor deve preencher a nota fiscal série B. A nota fiscal série B, que reproduzimos a seguir, é bem mais completa do que as anteriores. Nela há espaço para identificar quem transporta a mercadoria, bem como informações sobre as características dos volumes que a mercadoria contém. Há também um canhoto, destacável que, uma vez, preenchido, é o comprovante de recebimento da mercadoria discriminada na nota. NÃO ACEITAMOS RECLAMAÇÕES DE PEÇAS ELÉTRICAS OTC 32 Canhoto descartável - Para garantia do vendedor e do comprador, o canhoto destacável deve ser datado e assinado pela pessoa que recebe a mercadoria. Toda vez que você tiver de assinar um recibo como este, verifique se a quantidade e a discriminação dos produtos mencionados na nota fiscal conferem com as mercadorias que acompanham a nota. 7º. NOTA FISCAL - SÉRIE ÚNICA Como você deve ter percebido, existem séries de notas fiscais, cada uma com uma finalidade específica. Ao legalizar uma empresa por ocasião de sua abertura, o contador, que é um dos profissionais mais indicados para desenvolver essa atividade, dará os esclarecimentos necessários aos proprietários da empresa, indicando inclusive a série da nota fiscal que é mais conveniente utilizar. Ao nível de conhecimento sobre Técnicas Comerciais, o que realmente importa é que tenhamos uma noção sobre as séries de notas fiscais mais importantes. Vejamos agora a série única, que está sendo bastante utilizada pelas empresas. Observe atentamente o modelo seguinte e verifique suas particularidades. Você ira notar que a nota fiscal série única é ainda mais completa, contendo espaço para registro dos diversos impostos e tributos que podem incidir sobre o valor das mercadorias, conforme sua classificação. 8º. DADOS ESSENCIAIS DA NOTA FISCAL. Podemos dividir uma nota fiscal em duas partes principais: cabeçalho e corpo. O cabeçalho deve conter todos os dados essenciais para a identificação da empresa; no corpo deve ser anotada a venda realizada. Por exigência legal, de toda nota fiscal devem constar os dados de quem a imprimiu. Esses dados geralmente são mencionados no rodapé da nota. CASA ÁFRICA LTDA. Artigos Elétricos Rua Paraná, 790 – Fone: 2554-8580 – Rio de Janeiro. Inscrição Estadual nº 555 0003 CNPJ 421 485 424/0001 NOTA FISCAL DE VENDA A CONSUMIDOR 1ª VIA – Consumidor Série D Data da emissão / / Nº 25452 Quant. DISCRIMINAÇÃO P. Unitário TOTAL TOTAL R$ Nome, endereço e os números de inscrição, estadual e no CNPJ, do impressor da nota, a data e a quantidade de impressão, o número da primeira e da última nota impressa e a respectiva série e subsérie, e o número da autorização de impressão de documentos fiscais. OTC 33 9º. RECIBO Se a mercadoria que pedimos para ser entregue em nossa casa for comprada, à vista, devemos providenciar o pagamento na loja, no ato da compra. Há empresas que permitem que o cliente pague no momento em que recebe a mercadoria. Em qualquer um desses casos, o pagamento deve ser comprovado através de recibo dado ou na própria nota fiscal, ou em separado. 10º. CARNÊ Muitas vezes, nas compras a prazo, feitas por consumidores, o pagamento é efetuado através de carnê, como o que apresentamos abaixo. 11º. NOTA PROMISSÓRIA Para ter condições de vender a prazo, muitas empresas precisam de financiamento. Tal financiamento é em geral feito por financeiras, empresas que fornecem o dinheiro referente ao valor das vendas a prazo. Esse valor corresponde geralmente ao valor das mercadorias vendidas mais os juros e as taxas para cobrir as despesasoperacionais. Para garantir o financiamento, as financeiras exigem um documento que comprove essa operação e garanta o pagamento por parte do devedor na época certa. Esse documento é geralmente a nota promissória. Através da nota promissória, a pessoa que efetua uma compra a prazo se compromete a pagar sua dívida em determinada data. Uma vez paga a dívida, a nota promissória é devolvida à pessoa que a emitiu. Se a nota promissória foi emitida para garantir o pagamento de uma compra feita pelo sistema de crediário, ela só é devolvida após o pagamento de todas as parcelas. Como já vimos anteriormente, o pagamento das parcelas pode ser feito por meio de um carnê. 12º. FATURA E DUPLICATA Nem sempre é conveniente emitir nota promissória e carnê. Por isso, muitas empresas, quando realizam vendas a prazo, preferem emitir a fatura e a duplicata. Fatura É um documento emitido com base nos dados de uma ou mais notas fiscais. Ao receber uma fatura, o comprador fica sabendo o valor de suas compras e a data em que deverá efetuar o pagamento. Ficará sabendo também o número das notas fiscais a que se refere o valor mencionado na fatura. Nesta fatura estão indicados os pagamentos parcelados que deverão ser efetuados através de cinco duplicatas. Duplicata A fatura, como vimos, é um documento utilizado para informar ao comprador o valor de sua compra a prazo. Entretanto, não é documento apropriado para a cobrança de débitos. Por isso, as empresas emitem uma duplicata. De certa forma, a duplicata é uma cópia da fatura, pois contém seus dados principais, como, por exemplo, o valor das mercadorias comercializadas e a data para pagamento desse valor. A duplicata é um título de crédito assinado por quem vende e por quem compra. De acordo com a lei, uma vez assinada à duplicata o comprador se obriga a pagar ao vendedor o valor das mercadorias que comprou, no prazo indicado. OTC 34 13º. IMPORTÂNCIA DOS DOCUMENTOS DE COMPRA E VENDA Vimos anteriormente que a nota fiscal é um comprovante das compras ou vendas efetuadas pelas empresas. Vimos também que a compra ou a venda podem ser à vista ou a prazo. Quando a compra é à vista, o comprador recebe a nota fiscal e faz o pagamento no ato. Quando ocorre a venda ou compra a prazo, além da nota fiscal emitem-se também uma fatura e uma duplicata, ou então uma nota promissória e um carnê. No início deste capítulo dissemos que a compra e a venda são um contrato bilateral. Vimos também que o comprador sempre recebe uma nota fiscal ou mesmo um cupom de registradora que comprova a sua compra. Assim como os clientes, também as empresas precisam comprovar a venda que realizam. Por isso, a lei determina que pelo menos uma cópia das notas fiscais fique em poder das empresas. Mesmo as empresas que trabalham com máquinas registradoras são obrigadas a manter uma cópia dos cupons emitidos. As máquinas registradoras, devidamente legalizadas para emitir cupons em substituição à nota fiscal, possuem internamente uma segunda fita de cupons, denominada fita detalhe, onde são registrados os valores correspondentes a todos os cupons emitidos. Cupom O cupom, também chamado de cartão, contém, entre outras, as seguintes informações: Os valores das vendas efetuadas; Data (dia, mês e ano); Identificação da empresa, que pode vir impressa em qualquer um dos lados do cupom; pode ser impressa tipograficamente, no verso do cupom, ou pela própria máquina registradora, no mesmo lado em que são impressos os valores das vendas realizadas. Fita detalhe É uma relação detalhada das vendas, na ordem em que foram realizadas, impressas em algarismos inalteráveis. Cada venda é registrada automaticamente no cupom e na fita detalhe. O cupom deve ser entregue ao cliente e a fita detalhe deve ficar em poder da empresa. Uma das finalidades das cópias de notas fiscais e da fita detalhe é permitir o controle, o cálculo e o recolhimento correto dos impostos. Em muitas notas fiscais há referências ao imposto a ser pago. Em casos especiais, o próprio governo isenta as empresas do pagamento de imposto. Produtos como frutas e verduras são geralmente isentos de ICM. Mesmo assim, as empresas que os comercializam são obrigadas a emitir nota fiscal. Portanto, como norma geral, nenhuma empresa pode comprar ou vender uma mercadoria nem prestar um serviço ou utilizá-lo sem que haja um comprovante. Certas empresas, principalmente as de eletrodomésticos, fazem promoções comprometendo-se a comprar aparelhos eletrodomésticos usados. Se você for a uma loja que faz esse tipo de promoção e levar, por exemplo, seu televisor velho, logicamente não terá condições de emitir uma nota fiscal. Nesse caso, compete à empresa que comprar seu televisor emitir a nota fiscal. A nota deverá ser de série E, que é apropriada para documentar a entrada de mercadorias na empresa quando o vendedor não pode emitir nota fiscal. Algumas vezes, compramos determinados produtos e não exigimos nota fiscal. Os estudantes, por exemplo, compram bolinhas de gude de seus colegas, pipocas ou OTC 35 doces e nunca pensam em pedir um comprovante dessas compras. Uma empresa, entretanto, deve ter comprovante da compra que realiza sob pena de ser multada pelos fiscais. 14º. O CONTROLE DA EMPRESA ATRAVÉS DA NOTA FISCAL Quando uma empresa é bem organizada, basta controlar as notas fiscais para saber qual é seu estoque de mercadorias. Geralmente esse controle é feito por um funcionário habilitado, que utiliza uma das vias adicionais da nota fiscal. Via para controle de estoque Há empresas que controlam também os valores recebidos, ou a receber, referentes às vendas que realizam. Nesse caso, utiliza mais uma via adicional da nota fiscal, que é encaminhada para o caixa. Via para controle dos valores das vendas realizadas. NOTA FISCAL 2ª via - Estoque NOTA FISCAL 1ª via - Cliente NOTA FISCAL 3ª via - Caixa NOTA FISCAL 2ª via - Estoque NOTA FISCAL 1ª via - Cliente OTC 36 Uma empresa pode emitir quantas vias de notas fiscais desejar. No entanto, a 1ª via deve ir sempre para o cliente (destinatário), e pelo menos uma via deve ficar na empresa. Via-talão que deve ficar presa ao talão ou devidamente arquivada na empresa. Via para o cliente Existe ainda outra via de nota fiscal, que deve ser emitida para fins de fiscalização. Essa via é recolhida pelos fiscais nos postos de fiscalização, nas estradas, nos aeroportos, nos portos e mesmo nas ruas, quando fiscalizam o transporte de mercadorias. Essa via não é obrigatória na nota fiscal série D. Via para fiscalização Quando a mercadoria transportada confere com a que consta na nota fiscal, os fiscais retiram a 2ª via destinada à fiscalização, carimbam e assinam as demais. Esse carimbo é a prova de que a nota fiscal está em ordem. Atualmente, muitas empresas, principalmente as grandes, estão substituindo os talões de notas fiscais por impressos contínuos. Os impressos contínuos de notas fiscais são preenchidos por máquinas especiais, ou por computadores, com grande rapidez. Quando a empresa usa impresso contínuo de nota fiscal, também é obrigada a guardar uma via. NOTA FISCAL 4ª via - Talão NOTA FISCAL 3ª via - Caixa NOTA FISCAL 2ª via - Estoque NOTA FISCAL 5ª- Fiscalização NOTA FISCAL 1ª via - Cliente NOTA FISCAL 3ª via - Talão NOTA FISCAL 3ª via - Caixa NOTA FISCAL 2ª via - Estoque NOTA FISCAL 1ª via - Cliente OTC 37 Analisando o que foi explicado até aqui, é fácil concluir que a nota fiscal é um documento que comprova toda venda ou compra de mercadoria. Portanto, sempre que uma mercadoria é vendida ou comprada, deve ser emitida umanota fiscal. CONTROLANDO O DINHEIRO Controlar o dinheiro é tarefa importante tanto para as pessoas como para as empresas. Como as pessoas e as empresas podem controlar o dinheiro? Uma das formas mais comuns é através do registro das entradas e saídas de dinheiro. Vejamos um exemplo: Os alunos de um colégio resolveram vender doces durante o intervalo das aulas, a fim de conseguir dinheiro para uma festa de fim de ano. Para comprar os doces, dez alunos emprestaram R$ 50,00 cada um, totalizando R$ 500,00. Com esse dinheiro compraram quatro caixas de chocolate, a R$ 100,00 cada uma. Sobraram, portanto, R$ 100,00. A essa sobra damos o nome de saldo. Com os dados acima, os alunos preencheram o registro de movimento de caixa: De acordo com o lançamento número 1, entrou em caixa R$ 500, 00, ficando, portanto um saldo de R$ 500,00. Após o lançamento número 2, o saldo passou a ser de R$ 100, 00, pois houve uma despesa de R$ 400,00. Cada caixa de chocolate continha 20 horas. Portanto, o custo de cada barra foi de R$ 5,00. Resolveram, então, vender cada barra de chocolate por R$ 6,50. Antes de começarem a venda, os alunos resolveram fazer dois cartazes com os seguintes dizeres: Para confeccionar esses cartazes tiveram que comprar folhas de cartolina e pincéis atômicos. Gastaram nessa compra R$ 25,00. Com tudo pronto, iniciaram a venda dos chocolates, que foi um sucesso. Os colegas, os professores, os funcionários da escola e também os pais dos alunos compraram, em um só dia, todos os chocolates. Para verificar a situação da promoção, os alunos fizeram os lançamentos 3 e 4. Movimento de caixa Lançamento Nº Histórico Dinheiro Entrada Saída Saldo 1 Empréstimos dos alunos 500,00 -- 500,00 2 Compra de 4 caixas de Chocolate -- 400,00 100,00 3 Compra de material para cartazes -- 250,00 75,00 4 Venda de 80 barras de chocolate a R$ 6,50 cada 520,00 -- 595,00 De acordo com os novos lançamentos, o saldo disponível é de R$ 595,00. Este saldo não pode ser considerado lucro, uma vez que parte desse dinheiro deve ser devolvida aos colegas que fizeram empréstimo para as primeiras compras de chocolate. Analisando a situação, os alunos resolveram continuar com a promoção por mais alguns dias para, ao final, devolver o dinheiro do empréstimo. Tudo aconteceu assim: Compraram mais cinco caixas de chocolate; OTC 38 Venderam as cinco caixas; Compraram sete caixas; Venderam as sete caixas; Compraram nove caixas de chocolate; Venderam as nove caixas; Devolveram o dinheiro do empréstimo. Ao final da nova promoção, o registro do movimento de caixa foi completado com os lançamentos 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11. Lançamento Nº Histórico Dinheiro Entrada Saída Saldo 1 Empréstimos dos alunos 500,00 -- 500,00 2 Compra de 4 caixas de chocolate -- 400,00 100,00 3 Compra de material para cartazes -- 250,00 75,00 4 Venda de 80 barras de chocolate a R$ 6,50 cada 520,00 -- 595,00 5 Compra de 5 caixas de chocolate -- 500,00 95,00 6 Venda de 100 barras a R$ 6,50 cada 650,00 -- 745,00 7 Compra de 7 caixas de chocolate -- 700,00 45,00 8 Venda de 140 barras de chocolate a R$ 6,50 cada uma 910,00 -- 955,00 9 Compra de 9 caixas de chocolate -- 900,00 55,00 10 Venda de 180 barras de chocolate 1.170,00 1.225,00 11 Devolução do empréstimo -- 500,00 725,00 De acordo com os novos lançamentos, a promoção apresentou um saldo de R$ 725,00. Por sugestão de alguns alunos, resolveu-se encerrar essa promoção e fazer uma outra, a Festa do Sorvete. Acreditavam que esta poderia dar maior lucro, pois a escola colaboraria, inclusive os professores e pais de alunos. O dinheiro arrecadado com a venda dos chocolates foi então num banco em nome da Comissão de Festas do colégio. Como se pode observar, através do registro de movimento de caixa temos o controle correto de todas as entradas e saídas de dinheiro. Analisando bem o registro acima, veremos que o saldo foi sempre positivo, isto é, sempre havia algum dinheiro em caixa. No entanto, se fizermos mais um lançamento, referente ao depósito no Banco, o saldo vai ficar nulo, isto é, será igual a zero. O CAMINHO QUE O DINHEIRO PERCORRE Em muitas empresas, principalmente nos supermercados e nas lojas varejistas, os caixas de loja são chamados operadores de caixa (porque registram o dinheiro em máquinas registradoras.). Os operadores de caixa geralmente só fazem recebimentos. Os pagamentos são efetuados por outros funcionários, na caixa do escritório (caixa geral). OTC 39 Através do gráfico acima, pode perceber o caminho que o dinheiro percorre, desde sua entrada na empresa até sua saída. Toda essa movimentação do dinheiro pode e deve ser controlada através do boletim de caixa. Geralmente, no fim do mês as empresas têm grandes despesas: têm de pagar os salários dos funcionários e as duplicatas dos fornecedores, que normalmente vencem nessa época. Para fazer todos esses pagamentos, o caixa geral retira do banco o dinheiro de que precisa para efetuar os pagamentos. NORMAS PARA O PREENCHIMENTO CORRETO DO BOLETIM DE CAIXA Não existe grande dificuldade em preencher as colunas de valores do boletim de caixa. A maior dificuldade talvez seja o preenchimento do histórico e a classificação dos documentos. Para evitar dificuldades, recomenda-se: Verificar se todas as despesas (saídas) e receitas (entradas) possuem documentos ou comprovantes – No caso de compra e venda, os documentos usuais são as notas fiscais e as duplicatas. Há outras despesas, porém, como compra de selos, táxi, etc., que representam saídas e devem ser registradas no boletim de caixa. Nesses casos é preciso, antes de registrar essas despesas, fazer um comprovante. Existem livrarias especializadas que vendem impressos padronizados para esse fim. As grandes empresas criam seus próprios modelos. Em geral, os impressos são semelhantes aos que apresentamos a seguir. Despesas diversas funcionários impostos fornecedores Bancos Clientes (compradores) CAIXA GERAL (recebedor). e pagador) CAIXA de LOJA (recebedor) Paga salários de paga Paga compras efetuadas aos Deposita saldo em paga Pagam ao Encaminha boletim de caixa e dinheiro ao OTC 40 O CONTROLE DO DINHEIRO NAS EMPRESAS Nas empresas, o controle do dinheiro é feito de acordo com os mesmos princípios do exemplo anterior. O que varia é o tipo de impresso utilizado. Num supermercado ou em outro tipo de loja, pode-se usar um controle de movimento de caixa como o que apresentamos abaixo: Boletim de Caixa Nº 2 1º via 05 de março de 2002 Lanç. Nº Histórico Entrada Saída 1 Recebimentos efetuados 100.000,00 2 Pagamentos efetuados 50.000,00 Vistos Totais do dia 100.000,00 50.000,00 10.000,00 Saldo anterior 60.000,00 Saldo Totais 110.000,00 110.000,00 Esse modelo é utilizado pelas empresas que fazem o controle diário do caixa. Como se pode observar, no boletim de caixa apresentado o saldo é registrado apenas duas vezes: o saldo anterior, que se refere ao dinheiro que ficou em caixa, para início dos recebimentos e pagamentos do dia, e o saldo atual, que é o dinheiro que ficou em caixa no final do dia. O saldo anterior é necessário para que o caixa possa fazer troco e efetuar pagamentos mais urgentes. Esse saldo logicamente pode ser maior ou menor, dependendo do tipo de empresa e do movimento de vendas. Quando um funcionário responsável pelo caixa entrega o boletim a um caixa central ou geral, este, após conferi-lo, dá um visto na cópia e no original. Também o funcionário que preencheu o boletim coloca seu visto. O visto num documento tem diversas finalidades. Uma delas é indicar quem o preencheue quem o conferiu. No exemplo anterior, os vistos servem também para comprovar que o dinheiro foi devidamente recebido e conferido pelos caixas. Para verificar a exatidão do preenchimento do boletim de caixa, basta conferir os últimos totais, que deverão ser sempre iguais. OTC 41 Certas empresas costumam dar vales a seus funcionários. Os vales são descontados dos salários no fim do mês, mas até lá o caixa precisa ter um comprovante em seu poder para provar a saída do dinheiro. Um simples pedaço de papel assinado pelo empregado, onde seja mencionada a importância recebida, é o bastante como comprovante. O mais adequado, porém, é o vale feito em impresso próprio. Nas papelarias especializadas podem ser comprados impressos para vale, mas o mais recomendado é um padrão único que sirva para vales, despesas de condução, compra de selos e outros pequenos gastos. É do caixa que sai também o dinheiro para pagamento de impostos, salários, enfim, para toda espécie de despesas. Todas elas devem ser comprovadas. Identificar e classificar os documentos e comprovantes – É preciso muita atenção para verificar quais são os comprovantes referentes a despesas (saídas) e quais dizem respeito a receitas (entradas). Preencher corretamente o histórico – Talvez seja essa a parte mais difícil. É preciso dizer tudo o que for necessário, sem, entretanto, escrever muito. O histórico do pagamento dos salários, por exemplo, não precisa mencionar o nome de todos os funcionários, nem o salário de cada um. Esses dados ficarão registrados na folha de pagamento e poderão ser verificados com facilidade. É suficiente, portanto, mencionar: Pagamento de salários referente ao mês anterior.