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1 Deleon santos José Carlos Caldas Soares Joyce Salomão de oliveira Luiz Henrique Ramos Luiz Sergio Alves Dias Ferraz Matheus Victor Rodrigues de Oliveira Patrick Pereira Xavier Wesley Michael Barbosa RETIFICAÇÃO DE CORPOS HIDRICOS Analise dos impactos da obra de retificação no Rio Jaca raípe. Trabalho apresentado à disciplina de Hidrologia do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Capixaba da Serra, como requisito para obtenção da avaliação bimestral. Professor: Joãozito Amorim SERRA 2017 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3 2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 4 3. OBJETIVOS.............................................................................. ................ 4 3.1 Objetivos gerais ......................................................................... ........... 4 3.1.1 Objetivos específicos............................................................. .............. 4 4. METODOLOGIA...........................................................................................5 5. ANALÍSE DE DADOS..................................................................... .............6 5.1 PESQUISA PARA LEVANTAMENTO DE DADOS ..................................6 5.2 ANALISE LABORATORIAL .................................................................. ....6 5.3 IMPACTOS SOCIAIS........................................................................ ..........7 5.4 IMPACTOS ECONÔMICOS........................................................................10 5.5 IMPACTOS AMBIENTAIS ...........................................................................12 6. CONCLUSÃO..................................................................................... ...........14 7. ANEXO A................................................................................. ......................15 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..............................................................16 3 1. INTRODUÇÃO: O rápido processo de urbanização ocorrido em várias cidades brasileiras e o crescimento exponencial da população em determinadas porções do território aumentaram a intensidade das interferências nos cursos fluviais. Ao longo deste processo tem-se o progresso dos centros urbanos, às custas de degradação ambiental, que em conjunto com a distribuição das chuvas podem ocasionar problemas tais como inundação. Park (1981 apud Cunha, 2001) fala sobre dois grupos de mudanças fluviais feitas pelo homem. O primeiro retrata as modificações feitas diretamente no canal fluvial para o controle das vazões (para armazenar água em um reservatório ou desvio de águas) ou uma alteração imposta por obras de engenharia, visando a estabilização das margens, diminuir os efeitos das enchentes, inundações, erosões ou a deposição de materiais, retificar o canal para extrair cascalhos (CUNHA, 2001). Assim, rios localizados em áreas onde teve um rápido crescimento urbano sem planejamento, sofreram modificações na sua estrutura para que fossem remodelados de acordo com o interesse econômico, político e social dessas áreas. Nessas áreas, foram aplicadas as técnicas de canalização, retificação e tamponamento, que modificaram sua estrutura física natural. Somado isso ao crescimento populacional, a impermeabilização do solo e a falta de planejamento urbano, foram fatores que contribuíram para a baixa na qualidade das águas fluviais e o aumento das inundações em áreas urbanas. O objetivo das obras de retificação é tentar mitigar ou resolver vários problemas ambientais que ocorrem nos rios, e cursos d’água, provenientes da ocupação irregular de área impróprias e de preservação permanente. Em várias cidades essas obras se mostraram, muito prejudicial ao meio ambiente e ao corpo hídrico ao qual foi alterado. Nesse contexto temos o Rio Jacaraipe, que depois de uma enchente que castigou os moradores de uma grande parte da cidade de Serra/ES, julgou-se necessário a intervenção na estrutura física do rio. Esta pesquisa visa conhecer os impactos causados, nos aspectos social, ambiental e econômico da obra de retificação do Rio Jacaraipe. 4 2. JUSTIFICATIVA: A retificação das estruturas físicas dos corpos hídricos vai muito além de se resolver apenas os problemas de enchente, quando alteramos a estrutura de um rio para aumentar sua vazão a fim de mitigar os problemas com as enchentes, podemos estar criando vários outros problemas que a médio e longo prazo pode ser pervesor com as futuras gerações e com todo o ecossistema ali presente. 3. OBJETIVOS: Objetivo Geral: Realizar uma avaliação dos impactos causados na obra de retificação do Rio Jacaraipe. Objetivos específicos Realizar um levantamento de dados junto aos moradores e comunidade ribeirinha por meio de entrevista; Analisar os benefícios e os impactos causados pela obra; Verificar o nível de salinidade e de oxigênio presente na água; 5 4. METODOLOGIA: Este trabalho se dividiu em várias etapas conforme especificado no fluxograma abaixo e será detalhado nos próximos itens. PESQUISA BIBLIOGRAFICA: A pesquisa bibliográfica serviu para que tivéssemos um melhor entendimento sobre as questões que envolvem o trabalho afim de uma conclusão mais consistente da pesquisa. LOCAL DE ESTUDO: Localizado na cidade de Serra no estado do Espírito Santo o Rio Jacaraípe tem cerca de 36,71 Km de extensão. Seus principais afluentes são o Ribeirão do Juara, e os córregos Independência, Quibebe, Cavada, Castelo, Cachoeira do Putiri, São Domingos e Doutor Robson. Ele nasce da união de diversos córregos, na região do Mestre Álvaro. Do complexo de lagoas, segue para o mar, desaguando na praia de Jacaraípe. CONCLUSÃO ANÁLISE DOS BENEFICIOS E IMPACTOS. LEVANTAMENTO DE DADOS PESQUISA SOBRE O LOCAL DE ESTUDO PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 6 LEVANTAMENTO DE DADOS: O levantamento de dados e informações foram realizadas com buscas em bancos de dados digitais, pesquisa de campo, entrevista com pescadores e moradores da região entorno do Rio Jacaraipe e da lagoa Juara. ANÁLISE DOS BENÊFICIOS E IMPACTOS SOCIAL, ECONÔMICO E AMBIENTAL: Nessa fase é importante entender além dos lados positivos, mas também o que essa obra impactou em todo ecossistema e na vida da população, visando também os impactos sociais e econômicos. 5. ANALISE DE DADOS: 5.1 PESQUISA PARA LEVANTAMENTO DE DADOS: Para entender os impactos sociais e econômicos foram levantados dados através de uma pesquisa quantitativa com um formulário com perguntas de múltipla escolha. A pesquisa teve uma amostragem de 100 pessoas que moram na região do bairro Parque Residencial Jacaraipe, e no bairro Lagoa de Jacaraipe ambos na cidade de Serra no estado do Espirito Santo que foi realiza por meio de entrevista no local e online simultaneamente. 5.2 ANÁLISES LABORATORIAIS No intuito de avaliar os impactos ambientais foram feitos exames laboratoriais da qualidade da agua no Rio Jacaraipe e na Lagoa do Juara bem como visita técnica para verificar possíveis irregularidades ambientais. As amostras foram retidas das margens de ambos e levados ao laboratório para analisar os seguintes parâmetros: Analise LQ Método de Referência Oxigênio Dissolvido 1,0 mg/L SMWW 22° edição, 4500- O G DBO 5 1,0 mg/L POP – FQ – 098 Ver. 01 Matéria Orgânica Total - NBR 10739/1989 Salinidade 0,5 mg/L SMWW 22° edição, 2520-B Cloreto Total 0,1 mg/L POP – FQ 052 Anexo VI, Ver. 16 7 Foi adotado com critério de conformidade a resolução do CONAMA 357 de 17 de março de 2005 – Artigo 15. 5.3 IMPACTOS SOCIAIS: Em dezembro de 2013 moradoresda região do entorno do Rio Jacaraípe e da Lagoa do Juara enfrentaram uma forte enchente que deixou muitos moradores desabrigados e chegou a marcar uma altura de até 1,60 metros de água dentro das residências e comércios no local o que resultou na perca de bens tais como moveis, automóveis e materiais de construção tendo em vista é de pratica comum fazer reformas em casa para as festas de fim de ano e foi confidencializado por moradores que conversamos Nesse contexto social negativo a obra foi idealizada afim de mitigar futuras enchentes, porém ainda não tivemos um volume de chuva igual ou superior a de dezembro de 2013 para atestar as mudanças sociais que a obra trouxe para a vida dos moradores. Então a fim de compreender melhor a percepção dos moradores sobre os impactos sociais causados com a obra de retificação do Rio Jacaraípe, foram realizadas entrevistas com cem moradores. Quando perguntado 83% dos moradores responderam que sofreram diretamente com a enchente que aconteceu em 2013. 8 Durante a enchente 64% dos moradores tiveram que abandonar suas casas. Quando questionados se a obra trouxe beneficio a população 55% dos entrevistados responderam que não. Quanto a confiabilidade da população na obra 76% disseram não se sentir seguros que a obra ira evitar futuras enchentes. 9 Quando medimos a avaliação da obra 47% da população avaliaram a obra como regular, 36% ruim e apenas 17% avaliaram a obra como boa. Ao analisar a pesquisa, podemos notar que os impactos sociais causados pela chuva foi muito grande frente aos impactos sociais positivos que a obra tinha finalidade de trazer a população. Vale salientar que podemos analisar apenas a percepção dos moradores sobre a obra tendo em vista que não houve um volume de chuva igual ou superior ao registrado em dezembro de 2013. 10 5.4 IMPACTOS ECONÔMICOS: Após o início da obra de retificação, foi percebido alteração significativa nos índices físico-químicos no Rio Jacaraipe e na Lagoa Juara que alterou as condições do ecossistema e da biota dos dois corpos hídricos influenciando diretamente na renda dos pescadores daquela região. Em 21 de setembro de 2016 houve uma mortandade de peixe na Lagoa do Juara onde cerca de 34 toneladas de peixes morrem. Em visita ao local na mesma data pescadores já reclamavam do aparecimento de espécies típicas de água salgada na lagoa e o crescimento exponencial da população de siris, espécie que não era comum no local. Em visita técnica em 16 de novembro deste ano (2017), podemos avaliar que a atividade de pesca acabou na Lagoa do Juara e muitos pescadores do Rio Jacaraipe migraram sua pesca para o mar. As tilapias que antes eram pescadas ou criadas na lagoa e abastecia as peixarias na Serra agora vem de Linhares, o que impactou diretamente no custo final do pescado. BARCOS ABANDONADOS À BEIRA DA LAGOA JUARA 11 Em entrevista realizada com os moradores da região 50% dos entrevistados afirmaram ter alguém na família que depende da atividade pesqueira e 63% disseram ter percebido dificuldades na atividade após a obra. 12 5.5 IMPACTOS AMBIENTAIS: Para determinar os impactos ambientais após a obra foram feitas análises laboratoriais das águas dos dois corpos hídricos utilizando com parâmetro de conformidade a resolução do CONAMA 357, e visitas técnicas aos locais para verificar possíveis infrações ambientais. Foram realizadas duas visitas técnicas aos locais para a avaliação de possíveis infrações ambientais, onde podemos notar um calçadão e uma nova rua as margens do Rio Jacaraipe que foi construído em uma área onde se encontrava um mangue oque infringe em crime ambiental pois segundo o novo código florestal os manguezais de todo o país passão a ser Área de Preservação Permanente (APP) e não cabe mais ao municípios e estados decidirem sobre sua preservação ou não. Vale lembrar que as áreas de manguezais apresentam extrema importância ecológica, sendo os manguezais ecossistemas vitais para a sustentabilidade dos recursos pesqueiros e das comunidades que vivem em seu entorno. Das amostragens levadas ao laboratório foram analisados os seguintes paramentos: TIPO DE AMOSTRA: Água Doce Classe 2 LOCAL : Rio Jacaraípe DATA DA COLETA: 17/11/2017 ANÁLISE RESULTADO VALOR DE REFERÊNCIA Salinidade 32,10 % Máx. 0,5 ‰ Oxigênio Dissolvido 4,86 mg/L Mín. 5,0 mg/L Matéria Orgânica Total 6 mg/L NA DBO 5 8,00 mg/L Máx. 5 mg/L Cloreto Total 85,0 mg/L Máx. 250 mg/L As amostras do Rio Jacaraipe não atenderam os padrões estabelecidos pela legislação vigente nos seguintes parâmetros DBO 5, oxigênio dissolvido e salinidade. A concentração de NaCl no Rio a enquadra segundo o CONAMA como água salina o que explica a alteração da biota na região. 13 Segundo pescadores da região quase não se encontra mais peixes de agua doce no rio. TIPO DE AMOSTRA: Água Doce Classe 2 LOCAL : Lagoa Juara DATA DA COLETA: 17/11/2017 ANÁLISE RESULTADO VALOR DE REFERÊNCIA Salinidade 10,70 ‰ Máx. 0,5 ‰ Oxigênio Dissolvido 5,19 mg/L Mín. 5,0 mg/L Matéria Orgânica Total 10 mg/L NA DBO 5 27,00 mg/L Máx. 5 mg/L Cloreto Total 173,0 mg/L Máx. 250 mg/L As amostras da Lagoa Juara não atenderam os padrões estabelecidos pela legislação vigente nos seguintes parâmetros DBO 5 e salinidade. A concentração de NaCl na lagoa a enquadra segundo o CONAMA como água saloba o que explica a alteração da biota na região e o aumento da população de siri. O alto nível de DBO e o aumento da concentração de NaCl na água, somada a escassez de chuvas, pode nos ajudar a elucidar as mortandades de peixes que vem acontecendo na região, uma vez que o NaCl dificulta a entra de oxigênio dissolvido na água por pressão atmosférica que aliada a alta demanda bioquímica de oxigênio, os níveis de O2 tendem a baixar chegando a zero conforme registrado nas ultimas mortandades de peixes. 6. CONCLUSÃO: Após avaliar todos os dados levantados podemos chegar à conclusão que a obra trouxe impactos sociais, econômicos e ambiental negativos, uma vez que as rendas dos pescadores caíram em função da alteração da biota e todo o ecossistema ali presente, os manguezais foram suprimidos dando lugar a um calçadão. Os benefícios que a obra pretende trazer não puderam ser avaliados de forma conclusiva, pois desde o inicio de sua execução não houve um volume de chuva que se equiparasse ao de dezembro de 2013. 14 7. ANEXO A: 15 16 8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: HENRIQUE NETO, D. Proposta de metodologia para avaliação de alternativas de revitalização de cursos d'água urbanos.102p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina. LIMA, W. P. O Papel Hidrológico das Florestas Na Proteção dos Recursos Hídricos. Silvicultura. São Paulo, v. XI, n. 41, p. 59-62, 1986. PROJETO PLANÁGUA. Revitalização de rios – Orientação Técnica. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMADS. Rio de Janeiro, 2001. (IBGE) https://biblioteca.ibge.gov.br/ (AGENCIA ESTADUAL DE RECURSOS HIDRICOS) https://agerh.es.gov.br/legislacao-agerh (CONAMA) http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459 https://biblioteca.ibge.gov.br/ https://agerh.es.gov.br/legislacao-agerh http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459
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