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Requisitos Legais para o Processamento de Carne

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REQUISITOS 
LEGAIS PARA O 
PROCESSAMENTO 
DE CARNE
“O SENAR-AR/SP está permanentemente 
empenhado no aprimoramento profissional e 
na promoção social, destacando-se a saúde 
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024
FÁBIO DE SALLES MEIRELLES
Presidente
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO
FÁBIO DE SALLES MEIRELLES
Presidente
JOSÉ CANDEO
Vice-Presidente
EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO
Vice-Presidente
MARCIO ANTONIO VASSOLER
Vice-Presidente
TIRSO DE SALLES MEIRELLES
Vice-Presidente
ADRIANA MENEZES DA SILVA 
Diretor 1º Secretário
SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO
Diretor 2º Secretário
MARIA LÚCIA FERREIRA
Diretor 3º Secretário 
LUIZ SUTTI
Diretor 1º Tesoureiro
PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI
Diretor 2º Tesoureiro
WALTER BATISTA SILVA
Diretor 3º Tesoureiro
DANIEL KLÜPPEL CARRARA
Representante da Administração Central
ISAAC LEITE
Presidente da FETAESP
SUSSUMO HONDO
Representante do Segmento das Classes Produtoras
JOSÉ MAURÍCIO DE MELO LIMA VERDE
GUIMARÃES
Representante do Segmento das Classes Produtoras
MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL
Superintendente
JAIR KACZINSKI
Gerente Técnico
REQUISITOS LEGAIS PARA 
O PROCESSAMENTO 
DE CARNE
São Paulo - 2017
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
SUPERVISÃO GERAL
Teodoro Miranda Neto
Chefe da Divisão de Formação Profissional Rural do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Elton Hidemitsu Koroiva
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
AUTORES
Maria Cristina Meneghin - Biomédica e Doutora em Alimentos e Nutrição
Shirley Rosana de Oliveira - Eng. de Alimentos
Renata de Almeida Ribeiro - Médica Veterinária
Juliana Cristina Baldin - Médica Veterinária
COLABORADOR
Indústria e Comércio de Carnes Guimarães Bento Ltda - ME
Sr. Lucas Guimarães Bento
FOTOS
Maria Cristina Meneghin - Fotógrafo
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Diagramador do SENAR-AR/SP
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a 
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
5Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................9
II - CONHECER A ATIVIDADE .....................................................................................................................10
III - CONHECER A LEGISLAÇÃO VIGENTE ............................................................................................. 11
1. CONHEÇA A LEI N° 8.208 DE 30/12/1992 .................................................................................... 11
2. CONHEÇA O DECRETO Nº 36.964 DE 23/06/1993 ..................................................................... 11
3. CONHEÇA A RESOLUÇÃO SAA Nº 24 DE 01/08/1994 ................................................................12
4. CONHEÇA A PORTARIA MAPA Nº 368 DE 04/09/1997 ................................................................12
5. CONHEÇA A LEI Nº 10.507 DE 01/03/2000 ...................................................................................12
6. CONHEÇA O DECRETO Nº 45.164 DE 05/09/2000 ......................................................................13
7. CONHEÇA A RESOLUÇÃO SAA Nº 30 DE 24/09/2001 ................................................................13
8. RESOLUÇÃO RDC N° 259 DE 20/09/2002 ...................................................................................13
9. RESOLUÇÃO RDC N° 359 DE 23/12/2003 ....................................................................................13
10. RESOLUÇÃO RDC N° 275 DE 21/10/2002 ..................................................................................13
IV - CONHECER A MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS ........................................................................14
1. CONHEÇA OS TIPOS DE MICRORGANISMOS ..........................................................................14
2. CONHEÇA OS FATORES QUE INFLUENCIAM NA MULTIPLICAÇÃO DOS 
MICRORGANISMOS .......................................................................................................................15
V - CONHECER SOBRE A CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS ...........................................................18
1. CONHEÇA OS TIPOS DE PERIGOS ............................................................................................18
2. CONHEÇA AS FONTES DE CONTAMINAÇÃO............................................................................19
VI - CONHECER AS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA) .........................................20
1. CONHEÇA OS TIPOS DE DTAS ....................................................................................................20
2. CONHEÇA AS PRINCIPAIS DTAS .................................................................................................21
VII - CONHECER A VIDA ÚTIL DO ALIMENTO .........................................................................................23
VIII - CONHECER AS INSTALAÇÕES E EDIFICAÇÕES ........................................................................24
1. CONHEÇA A LOCALIZAÇÃO .........................................................................................................24
2. CONHEÇA OS VESTIÁRIOS E SANITÁRIOS ..............................................................................25
3. CONHEÇA A ÁREA DE RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO................................................25
4. CONHEÇA A ÁREA DE ARMAZENAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA ...........................................26
6 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
5. CONHEÇA A SALA DE ESTOQUE DE EMBALAGENS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS .........26
6. CONHEÇA A SALA DE PRODUÇÃO/MANIPULAÇÃO ................................................................27
7. CONHEÇA A SALA DE SALGA ......................................................................................................28
8. CONHEÇA A SALA DE MATURAÇÃO/CURA/DESCANSO .........................................................28
9. CONHEÇA A SALA DE DEFUMAÇÃO ...........................................................................................28
10. CONHEÇA A ÁREA DE EMBALAGEM ........................................................................................29
11. CONHEÇA A ÁREA DE ARMAZENAMENTO DE PRODUTO ACABADO .................................30
12. CONHEÇA A ÁREA DE EXPEDIÇÃO ..........................................................................................30
13. CONHEÇA A SALA DO SERVIÇO DE INSPEÇÃO ....................................................................31
14. CONHEÇA A SALA DE ESTOQUE DE EMBALAGENS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS .......32
15. CONHEÇA O BLOQUEIO SANITÁRIO .......................................................................................32
IX - CONHECER A REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE .......................................................................34
1. CONHEÇA O REGISTRO DO ESTABELECIMENTO E DO PRODUTO ....................................34
2. CONHEÇA O MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ..............................................34
3. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS ..................................35
4. CONHEÇA A LICENÇA AMBIENTAL .............................................................................................35
5. CONHEÇA O ALVARÁ DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS ........................................35
IX - BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................367Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
APRESENTAÇÃO
OSERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23 
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992, 
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve 
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São 
Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles 
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo 
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais 
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e 
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.
Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e 
econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições 
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos 
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua 
produção e produtividade.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os 
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento 
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
“Plante, Cultive e Colha a Paz”
9Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
I - INTRODUÇÃO
O objetivo desta cartilha é apresentar as informações mínimas necessárias acerca dos 
requisitos legais para início e formalização da produção de produtos derivados da carne. 
Dentre os requisitos para o exercício da atividade, destaca-se o cumprimento da legislação 
vigente que, em sua maioria, são regulamentadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (MAPA), através de seus órgãos fiscais e, no Estado de São Paulo, pela 
Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA). 
10 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
II - CONHECER A ATIVIDADE
A carne é um alimento muito consumido pelo seu alto teor proteico e muito apreciado pelo 
seu sabor. Em latim seu nome é “vianda”, que significa “o que sustenta a vida”. A palavra 
“carne” é popularmente definida como “a parte dos animais que serve de alimento ao homem”. 
Este conceito abrange as carnes de aves e mamíferos, incluindo as caças em geral. 
Há milhares de anos os relatos arqueológicos registram o consumo de animais. Algumas 
pesquisas defendem que a passagem de vegetariano para onívoro (animais com capacidade 
para metabolização de diferentes classes alimentícias) provocou um aumento do cérebro 
humano, órgão que necessita de muita energia, a qual pode ser proveniente de proteínas 
e ácidos graxos presentes em grande quantidade na carne. 
Cientificamente, denomina-se carne “o conjunto de tecidos com cor e consistência 
características que recobre o esqueleto dos animais”. Em termos gerais as carnes podem 
ser subdivididas em carnes “vermelhas” e carnes “brancas”. Dentre as vermelhas as mais 
consumidas no Brasil são bovinas, suínas, ovinas e caprinas. Em algumas regiões do país 
tem ocorrido aumento de consumo das carnes de búfalo e coelho, que aos poucos têm 
sido incorporadas aos hábitos alimentares. Já os equídeos são abatidos exclusivamente 
para exportação, visto que não são habitualmente consumidas em nosso país. As carnes 
brancas são frequentemente procedentes de galinhas e perus (aves domésticas), havendo 
distinção de dois tipos de músculo: os do peito (exclusivamente brancos) e os da coxa 
(predominando as fibras vermelhas). 
No cenário mundial o Brasil destaca-se como 1° lugar na exportação de carne bovina e de 
frango e 4° lugar na exportação de carne suína. Em relação à carne bovina o país ocupa 
o 2° lugar em produção e consumo, enquanto para a carne de frango ocupa o 3° lugar em 
produção e 4° lugar em consumo. Já a carne suína ocupa o 4° lugar em produção e 5° lugar 
em consumo. As diferenças encontradas neste cenário são devidas à extensão territorial e 
diferentes hábitos alimentares.
A carne contribui, significativamente, com os nutrientes totais da alimentação humana. É 
fonte primária de água e gordura, contém de 20 a 35% de proteínas, alto valor energético, 
fornece todos os aminoácidos essenciais e boa quantidade de micronutrientes necessários. 
É fonte de ferro, zinco, selênio, vitaminas (principalmente B6, B12 e D), ácidos graxos poli-
insaturados (ômega-3), importantes na saúde humana e na prevenção de doenças, além 
de estarem associados aos valores nutritivos tradicionais. 
11Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
III - CONHECER A LEGISLAÇÃO VIGENTE
O processamento de derivados cárneos deve ser realizado de acordo com as especificações 
previstas nas legislações com a finalidade de garantir a segurança dos alimentos, de modo 
a evitar danos à saúde dos consumidores. Desta forma, os manipuladores das carnes 
são os responsáveis por garantir que o alimento seja seguro para o consumo. Assim, o 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sob âmbito nacional, juntamente 
com o governo do estado de São Paulo, em conjunto com a Secretaria da Agricultura e 
Abastecimento (SAA) e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), as quais atuam 
sob âmbito estadual, e as Secretarias da Agricultura no âmbito municipal, são os principais 
órgãos responsáveis por regulamentar toda a legislação da cadeia da carne. 
Os estabelecimentos que processam produtos de origem animal, tais como produtos cárneos, 
são fiscalizados por Serviços de Inspeção que atuam em nível nacional (SIF - Serviço de 
Inspeção Federal), estadual (SISP - Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo, por 
exemplo) e municipal (SIM - Serviço de Inspeção Municipal). 
Uma das finalidades da legislação para produtos de origem animal é garantir a qualidade 
sanitária destes alimentos e proporcionar segurança ao consumidor final. Para garantir 
o cumprimento da legislação é necessário que sejam realizadas fiscalizações, as quais 
resultam em medidas sanitárias, tais como recolhimento de produtos irregulares, punição 
e interdição dos estabelecimentos. 
Na legislação vigente estão apresentados os principais aspectos relacionados às definições 
dos termos, requisitos higiênico-sanitários, deveres e direitos dos colaboradores, condições 
adequadas de instalações, acondicionamento, rotulagem, estocagem e transporte dos 
produtos.
1. CONHEÇA A LEI N° 8.208 DE 30/12/1992 
Dispõe sobre a prévia inspeção sanitária dos produtos de origem animal, institui taxas e dá 
outras providências. Esta inspeção avalia a qualidade, as condições higiênico-sanitárias 
e tecnológicas da produção, armazenamento, transporte e comercialização. É aplicada 
em toda cadeia produtiva, abrangendo desde as propriedades rurais, fontes produtoras e 
trânsito dos produtos, os estabelecimentos industriais, os entrepostos de processamento 
e acondicionamento de produtos, até os estabelecimentos varejistas e atacadistas que 
os comercializam. Estabelece as taxas de registro e análise para os estabelecimentos 
inspecionados.
2. CONHEÇA O DECRETO Nº 36.964 DE 23/06/1993 
Regulamenta a Lei n° 8.208, de 30 de dezembro de 1992, que dispõe sobre a prévia inspeção 
de produtos de origem animal. Este Decreto estabelece normas técnicas para a produção e 
classificação, para as atividades de fiscalização e inspeção dos produtos de origem animal, 
através de atividades de treinamento técnico do pessoal envolvido na fiscalização, inspeção 
12 Federação da Agricultura e Pecuária do Estadode São Paulo
e classificação e cria mecanismos de divulgação para orientar e esclarecer o consumidor. 
Verifica o recolhimento das taxas estipuladas na lei 8208. Estipula o pagamento de taxa 
devida pela ampliação, remodelação e reconstrução de estabelecimento e de taxas de 
registro de produtos ou rótulos, além de estipular as multas devidas ao não cumprimento 
da lei.
3. CONHEÇA A RESOLUÇÃO SAA Nº 24 DE 01/08/1994
Dispõe sobre as Normas Técnicas de produção e classificação dos produtos de origem 
animal e as relativas às atividades de fiscalização e inspeção dos produtos de origem 
animal. Estabelece as Normas Técnicas sobre as condições higiênico-sanitárias mínimas 
necessárias para a aprovação, funcionamento e reaparelhamento dos estabelecimentos 
de produtos de origem animal. Estabelece as condições de localização, estruturas físicas 
necessárias e materiais apropriados para construção dos estabelecimentos, as condições 
de higiene dos estabelecimentos, as condições para registro e obrigações da empresa.
4. CONHEÇA A PORTARIA MAPA Nº 368 DE 04/09/1997
Aprova o Regulamento Técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas 
de Fabricação (BPF) para estabelecimentos elaboradores/industrializadores de alimentos. 
Esta Portaria descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo os requisitos 
sanitários mínimos das instalações, a manutenção e higienização das instalações, dos 
equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado 
de vetores e pragas urbanas, o controle da higiene e saúde dos manipuladores e o controle 
e garantia de qualidade do produto final. 
5. CONHEÇA A LEI Nº 10.507 DE 01/03/2000
Estabelece Normas para a elaboração, sob a forma artesanal, de produtos comestíveis de 
origem animal e sua comercialização no estado de São Paulo e dá providências correlatas. 
É permitida exclusivamente aos produtores rurais que utilizarem matéria-prima de produção 
própria ou até 50% de terceiros, desde que tenha comprovação higiênico-sanitária de órgãos 
oficiais. É considerada pequena escala a produção artesanal que se enquadrar dentro dos 
seguintes limites, até 130 (cento e trinta) quilogramas diários de carnes como matéria-
prima para produtos cárneos, provenientes de pequenos, médios e grandes animais que 
deverão ser abatidos em estabelecimentos sob inspeção higiênico-sanitária. Os produtos 
deverão ser elaborados em estabelecimentos apropriados para este fim, ficando vedado o 
processamento em locais destinados à residência ou a outras atividades que prejudiquem o 
processamento e não estejam de acordo com as normas técnicas exigidas nessa lei. Esses 
produtos poderão ser comercializados apenas no estado de São Paulo.
13Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
6. CONHEÇA O DECRETO Nº 45.164 DE 05/09/2000
Regulamenta a Lei n° 10.507, de 1º de março de 2000, que estabelece normas para 
elaboração, sob a forma artesanal, de produtos comestíveis de origem animal e sua 
comercialização no estado de São Paulo. Este Decreto estabelece normas técnicas para 
a produção artesanal e classificação, e para as atividades de fiscalização e inspeção dos 
produtos de origem animal, através de atividades de treinamento técnico do pessoal envolvido 
na fiscalização, inspeção e classificação e cria mecanismos de divulgação para orientar e 
esclarecer o consumidor. Verifica o recolhimento das taxas estipuladas na Lei n° 10.507/2000. 
Estipula o pagamento de taxa devida pela ampliação, remodelação e reconstrução de 
estabelecimento e de taxas de registro de produtos ou rótulos, além de estipular as multas 
devidas ao não cumprimento da Lei.
7. CONHEÇA A RESOLUÇÃO SAA Nº 30 DE 24/09/2001
Estabelece as Normas Técnicas sobre as condições higiênico-sanitárias mínimas necessárias 
para a aprovação, funcionamento e aparelhamento dos estabelecimentos de produtos de 
origem animal sob a forma artesanal. Definição do estabelecimento, condições de higiene 
do local, como registrar o produto, obrigações dos responsáveis pelo estabelecimento 
(atualização de documentos), embalagem, rotulagem, credenciamento do responsável 
técnico (obrigatoriedade de Médico Veterinário) e análises laboratoriais custeadas pela 
Coordenadoria de Defesa Agropecuária. 
8. RESOLUÇÃO RDC N° 259 DE 20/09/2002 
Aprova o Regulamento Técnico para rotulagem de alimentos embalados. Todo alimento que 
será comercializado e embalado na ausência do cliente e pronto para oferta ao consumidor 
deverá conter rótulo com informações sobre o produto, tais como origem, ingredientes, 
identificação do lote, prazo de validade e modo de preparo. 
9. RESOLUÇÃO RDC N° 359 DE 23/12/2003
Aprova o Regulamento Técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem 
nutricional, sendo um suporte técnico para o cálculo das informações nutricionais. Esta 
Resolução é importante para estabelecimentos que vendam produtos fracionados.
10. RESOLUÇÃO RDC N° 275 DE 21/10/2002
Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) e 
a lista de verificação das BPFs aplicadas em estabelecimentos produtores/industrializadores 
de alimentos. Estabelece os POPs que contribuem para garantia das condições higiênico-
sanitárias necessárias ao processamento/industrialização de alimentos, complementando 
as BPF. 
14 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
IV - CONHECER A MICROBIOLOGIA DOS 
 ALIMENTOS
A microbiologia é o estudo dos organismos microscópicos (invisíveis ao olho nu), incluindo 
o estudo da sua distribuição natural, suas relações entre si e com outros seres vivos, seus 
efeitos benéficos e prejudiciais aos seres humanos e as alterações físicas e químicas que 
provocam no meio ambiente, sendo os principais grupos de microrganismos as bactérias, 
bolores, vírus e protozoários.
Atualmente se sabe que os microrganismos são encontrados em todos os lugares, crescem 
rapidamente e se reproduzem num ritmo muito alto, porém antes da invenção do microscópio 
eles eram desconhecidos até mesmo dos cientistas. Epidemias devastadoras matavam 
centenas de pessoas sem que as causas fossem identificadas, bem como a falta de controle 
de comidas deterioradas matavam famílias inteiras. Não se sabe exatamente quando teve 
início o conhecimento da existência dos microrganismos e sua importância para os alimentos, 
mas com o surgimento de alimentos preparados e principalmente pela sua conservação 
inadequada, apareceram os problemas relacionados às doenças transmitidas por alimentos 
(DTAs), que levou a investigações mais detalhadas. 
No processamento de carnes, três tipos de microrganismos estão envolvidos: os úteis, 
os deteriorantes e os patogênicos. Os úteis são necessários para caracterização de cada 
produto, os deteriorantes são inevitáveis, pois fazem parte da microbiota natural do alimento, 
mas o controle desta população é geralmente eficaz. Já no caso dos patogênicos, não são 
desejáveis, e é necessário seu controle.
O controle dos diferentes tipos de microrganismos é diferente devido às diversas 
características apresentadas. Para o controle dos deteriorantes, é feita a utilização da cadeia 
de frio, embalagens a vácuo ou uso de antimicrobianos, os quais impedem sua multiplicação. 
Para o controle dos microrganismos patogênicos são necessárias medidas higiênicas no 
abate e processamento destas carnes. 
Dentre os microrganismos que podem crescer na carne e seus derivados, as bactérias 
são o grupo predominante e importante, devido à alta umidade e pH neutro. Os principais 
fatores que afetam o crescimento de microrganismos em produtos cárneos são: binômio 
tempo e temperatura, umidade, oxigênio, pH, nutrientes e competição entre microrganismos. 
A importância das bactérias em relação à carne está principalmente no fato de que elas 
estão intimamente ligadas ao processo de deterioração, infecção e intoxicação alimentar. 
A carne pode ser alterada por diversos microrganismos que chegama ela por contaminação 
endógena (infecção do animal vivo) ou exógena (contaminação pós-morte), sendo ambas 
prejudiciais, embora as exógenas sejam as mais frequentes, podendo causar graves 
enfermidades aos consumidores. 
1. CONHEÇA OS TIPOS DE MICRORGANISMOS
Os microrganismos têm papel importante na indústria e conservação das carnes, podendo-
se dizer que a tecnologia de carnes avançou em função dos microrganismos, uma vez que 
15Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
os microrganismos úteis são utilizados como coadjuvantes tecnológicos, os deteriorantes 
são indicadores de vida útil dos produtos e os patogênicos são responsáveis pelas doenças 
transmitidas por alimentos. 
1.1. Úteis ou de Uso tecnológico
Os microrganismos úteis ou de uso tecnológico são aqueles adicionados intencionalmente aos 
alimentos para realização de determinadas reações químicas, as quais causam alterações 
benéficas nos alimentos, modificando suas características originais e transformando-os em 
um novo alimento. A indústria de alimentos moderna utiliza os microrganismos na produção 
de diversos produtos, tais como salame, vinagre, picles, leites fermentados, queijos, bebidas 
alcoólicas, pães e outros.
1.2. Deteriorantes
Os microrganismos deteriorantes são os responsáveis por causar alterações químicas 
prejudiciais, tais como modificações na cor, aroma, sabor, textura e aspecto do alimento, 
deixando-o impróprio para o consumo. Estes microrganismos tentam de certa forma eternizar 
sua espécie usando o alimento como fonte de energia e as alterações ocorridas são devido 
à sua atividade metabólica natural, sendo a deterioração do alimento a consequência deste 
processo. São os microrganismos que provocam a decomposição do alimento (frutas e 
pescado).
1.3. Patogênicos
Os microrganismos patogênicos são aqueles presentes nos alimentos que podem representar 
riscos à saúde, afetar tanto o homem quanto os animais e causar as doenças transmitidas 
por alimentos. As doenças causadas por esses microrganismos serão mais graves nos 
indivíduos do grupo de risco (crianças, gestantes, idosos e pessoas doentes), podendo 
levar à morte. Estes microrganismos não provocam alterações visíveis no produto, não 
afetando cor, sabor, textura, aparência e aroma dos alimentos. Há diversas maneiras de estes 
microrganismos chegarem até o alimento, porém sempre refletem as condições precárias 
de higiene durante a produção, armazenamento, distribuição ou manuseio dos produtos. 
2. CONHEÇA OS FATORES QUE INFLUENCIAM NA MULTIPLICAÇÃO DOS 
MICRORGANISMOS
Todos os alimentos funcionam como substratos para os microrganismos e apresentam uma 
flora microbiana natural muito variável, que se concentra principalmente na região superficial 
do alimento. A definição das espécies ou grupos de microrganismos predominantes no 
alimento bem como seu desenvolvimento e multiplicação dependem de uma série de fatores 
que podem estar relacionados às características próprias do alimento (fatores intrínsecos) e 
ao ambiente em que o alimento se encontra (fatores extrínsecos). O conhecimento destes 
16 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
fatores que favorecem ou inibem o crescimento dos microrganismos é fundamental para 
entender os princípios básicos da alteração ou da conservação dos alimentos.
2.1. Fatores intrínsecos:
Os fatores intrínsecos são os relacionados com as características próprias do alimento e 
podem interferir no crescimento dos microrganismos, sendo os principais fatores: a atividade 
de água (Aa), o pH e a composição do alimento.
2.1.1. Atividade de água (Aa)
A atividade de água (Aa) é um índice da disponibilidade de água no alimento para ser 
utilizada em reações químicas e desenvolvimento microbiano. Os microrganismos exigem a 
presença de água na forma livre para seu desenvolvimento, e os mais exigentes em relação 
à atividade de água são as bactérias, seguidas pelas leveduras, bolores e fungos.
2.1.2. pH 
O potencial hidrogeniônico (pH) consiste num índice que indica a acidez, neutralidade 
ou alcalinidade de um meio qualquer. As substâncias que possuem valores de 0 a 7 são 
consideradas ácidas, valores em torno de 7 são neutras e valores de 7 a 14 são básicas 
ou alcalinas. O pH de um produto pode variar de acordo com a composição, concentração 
de sais, metais, ácidos, bases, substâncias orgânicas e temperatura. É um dos principais 
fatores intrínsecos, capaz de determinar o crescimento, sobrevivência ou possível destruição 
dos microrganismos. O pH ideal para o desenvolvimento da maioria dos microrganismos é 
próximo da neutralidade (6,5 – 7,5).
2.1.3. Composição do alimento
A composição dos alimentos é fundamental para se alcançar a segurança dos alimentos. 
Os microrganismos variam quanto às suas exigências aos fatores de multiplicação e à 
capacidade de utilizar os diferentes substratos que compõem os alimentos. Para que a 
multiplicação microbiana seja possível, os seguintes nutrientes devem estar disponíveis: 
água, fonte de energia (açúcar, álcool e aminoácidos), fonte de nitrogênio (aminoácidos), 
vitaminas e sais minerais.
2.2. Fatores extrínsecos:
Os fatores extrínsecos relativos ao ambiente que envolve os alimentos poderão atuar positiva 
ou negativamente sobre o crescimento dos microrganismos; dentre estes fatores estão: 
temperatura, oxigênio e umidade relativa do ambiente.
2.2.1. Temperatura
A temperatura é o fator relacionado ao ambiente considerado mais importante, pois afeta a 
multiplicação dos microrganismos. A temperatura de multiplicação dos microrganismos entre 
5°C (refrigeração) e 60°C (banho maria) é considerada a zona de perigo. No resfriamento 
e congelamento do alimento os microrganismos sofrem alguns efeitos letais, os quais 
17Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
dependem do tempo e da temperatura utilizados no armazenamento e alguns microrganismos 
permanecem viáveis no alimento por longo tempo quando congelado. Os microrganismos 
são classificados de acordo com sua temperatura ótima de multiplicação em: mesófilos (30-
45°C), psicrófilos (12-15°C), termófilos (55-75°C) e psicrotróficos (30-45°C). 
 
2.2.2. Oxigênio
O oxigênio do ambiente que envolve o alimento pode determinar o crescimento dos variados 
tipos de microrganismos. Na presença do oxigênio há o favorecimento do crescimento de 
microrganismos aeróbios e na sua ausência o crescimento é de anaeróbios. Por exemplo, 
para as carnes a embalagem mais utilizada é a vácuo pela redução de oxigênio, dificultando 
o crescimento dos microrganismos e aumentando sua vida útil. 
2.2.3. Umidade relativa do ambiente
A umidade relativa do ambiente influencia diretamente a atividade de água livre no alimento, 
e alterações na umidade podem provocar modificações na capacidade de multiplicação 
dos microrganismos presentes. Como exemplo, o armazenamento de um alimento seco 
em um ambiente úmido terá sua atividade de água aumentada e este aumento pode levar 
à deterioração do produto.
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V - CONHECER SOBRE A CONTAMINAÇÃO DOS 
ALIMENTOS
A contaminação dos alimentos ocorre quando há a presença de matérias-primas de fontes 
não seguras, limpeza e desinfecção inadequadas, recipientes feitos de metais pesados, 
defeitos nas embalagens, substâncias tóxicas e contaminação durante o armazenamento, 
os quais irão refletir diretamente na qualidade do produto e provocar riscos à saúde do 
consumidor. 
Nos alimentos, as contaminações que provocam problemas à saúde dos consumidores 
são conhecidas como perigos, que podem ser físicos, químicos e biológicos. Uma das 
principais formas de evitar ou controlar a contaminação dos alimentos por estes perigos é 
a implantação do manual de Boas Práticas de Fabricação na indústria. 
 
1. CONHEÇA OS TIPOS DE PERIGOS
1.1. Perigos físicos
Os perigos físicos são os contaminantes de natureza física em níveisinaceitáveis e que 
podem contaminar o alimento em qualquer fase da produção. São representados pelos 
objetos capazes de causar danos aos consumidores, tais como pedaços de vidro, metal, 
pedra, madeira, plástico, cabelo, pelos, unhas e pragas (barata, mosca, pássaros, ratos). 
1.2. Perigos químicos
Os perigos químicos são os contaminantes de natureza química, seus resíduos ou produto 
de degradação em níveis elevados que podem contaminar o alimento em qualquer fase da 
produção, desde a produção da matéria-prima até o consumo do produto final. Os perigos 
químicos para o consumidor podem ser de longo prazo (crônicos – produtos químicos que 
provocam câncer), cumulativos (mercúrio) e de curto prazo (agudos – alimentos alergênicos). 
Alguns exemplos são desinfetantes, agrotóxicos, aditivos e antibióticos. 
1.3. Perigos biológicos
Os perigos biológicos, maior preocupação das indústrias de alimentos e autoridades 
sanitárias, são os contaminantes causados pelos microrganismos. Além de responsáveis 
pela imensa maioria de casos de doenças transmitidas pelos alimentos, são os mais difíceis 
de controlar e os que causam maiores prejuízos. Dentre eles estão as bactérias, os bolores, 
os vírus, os parasitas e os protozoários. 
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2. CONHEÇA AS FONTES DE CONTAMINAÇÃO 
A manipulação, o preparo e armazenamento inadequado dos alimentos, a higienização 
ineficaz dos equipamentos, utensílios e instalações, bem como a higiene pessoal inadequada 
do manipulador, podem ocasionar a contaminação dos alimentos. Os alimentos também 
podem ser contaminados por meio de fraudes ou violação de embalagens. 
A utilização de alimentos crus ou mal processados, presença de insetos, roedores, animais 
domésticos, aves, água, solo e matérias-primas contaminadas podem levar à contaminação 
do alimento.
Dentre as mais importantes formas de contaminação existentes está a transmissão de 
bactérias pelo manipulador, visto que o homem é portador de bactérias nas mucosas nasal 
e bucal, no intestino, nas orelhas, cabelos e mãos. Porém, é a forma de contaminação mais 
fácil de ser controlada, principalmente porque com a lavagem correta das mãos é possível 
eliminar grande parte dos microrganismos presentes
20 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
VI - CONHECER AS DOENÇAS TRANSMITIDAS 
POR ALIMENTOS (DTA)
As DTAs são causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas que podem 
ter aparência, cor, sabor, consistência e aroma normais. Um surto de DTA é um episódio em 
que duas ou mais pessoas apresentam sintomas semelhantes após ingerirem alimentos e/
ou bebida da mesma origem, sendo que os principais sintomas são: diarreia, vômito, cólica, 
náusea e febre. As pessoas dos grupos de risco (crianças, gestantes, idosos e pessoas 
doentes) são as mais susceptíveis a estas doenças.
1. CONHEÇA OS TIPOS DE DTAS
As doenças transmitidas por alimentos podem ser classificadas de acordo com o agente 
causador em infecções, toxinfecções e intoxicações. A ocorrência destas DTAs está 
relacionada com vários fatores, tais como temperatura, armazenamento, conservação, 
manipulação, hábitos higiênicos, entre outros. Sua gravidade é em função do tipo de 
microrganismo ingerido, do número de microrganismos, de sua multiplicação no organismo, 
da quantidade de toxina produzida no alimento ou no organismo e da sensibilidade do 
hospedeiro.
1.1. Infecções
As infecções são causadas pela ingestão de alimentos contaminados por microrganismos 
patogênicos que se multiplicam e cujas células se encontram viáveis no alimento, sendo 
capazes de se desenvolver nas células do intestino. Exemplo: Salmonelose.
1.2. Toxinfecções
As toxinfecções são causadas pela ingestão de microrganismos que produzem toxinas, sendo 
estas liberadas durante a multiplicação celular somente no intestino. Exemplo: Clostridiose.
 
1.3. Intoxicações
As intoxicações são causadas pela ingestão de alimentos contendo quantidades variáveis 
de toxinas produzidas pelos microrganismos patogênicos, durante sua multiplicação no 
alimento. Exemplo: Estafilococose. 
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2. CONHEÇA AS PRINCIPAIS DTAS
2.1. Enterobacteriose
É uma doença causada pela bactéria Escherichia coli (E. coli), microrganismo cujo habitat 
é o trato intestinal de alguns mamíferos, estando presente nas fezes. A causa desta doença 
é a falta de higiene pessoal, podendo ser transmitida pela ingestão de água contaminada, 
carnes cruas ou mal passadas, leite cru, frutas e vegetais crus ou mal cozidos e por contato 
pessoal. O período de incubação do microrganismo é de 5 a 48 horas e os sintomas da 
doença são diarreia com ou sem sangue, câimbras abdominais, náuseas e mal-estar, que 
podem aparecer de 2 a 5 dias após a ingestão do alimento, permanecendo em torno de 8 
dias.
2.2. Estafilococose
É uma doença causada pela bactéria Staphylococcus aureus (S. aureus), microrganismo cujo 
habitat são os humanos, presente na pele, cabelos, feridas, nariz e garganta. A transmissão 
desta doença ocorre pela manipulação inadequada dos alimentos. O microrganismo 
multiplica-se rapidamente à temperatura ambiente, podendo produzir a toxina que também 
causa a enfermidade. O período de incubação do microrganismo é de 2 a 16 horas e 
os sintomas da doença são náuseas severas, câimbras abdominais, dor de cabeça, dor 
muscular, vômito e diarreia aquosa, que ocorrem de 1 a 6 horas após a ingestão do alimento, 
permanecendo de 2 a 3 dias e podendo se prolongar no caso de desidratação severa. 
2.3. Salmonelose
É uma doença causada por bactérias do gênero Salmonella sp. (existem mais de 1600 tipos), 
microrganismo cujo habitat é o trato intestinal de animais, principalmente das aves. A causa 
desta doença é a falta de higiene na manipulação, sendo transmitida pela ingestão de aves, 
carnes e ovos crus ou mal cozidos, leite cru e seus derivados e frutos do mar. O período 
de incubação do microrganismo é de 6 a 48 horas e os sintomas da doença são náuseas, 
vômitos, dores abdominais, dor de cabeça, calafrios, diarreia e febre, que aparecem de 6 a 
48 horas após a ingestão do alimento, durando de 1 a 2 dias ou mais. 
2.4. Listeriose
É uma doença causada pela bactéria Listeria monocytogenes, microrganismo que não produz 
toxina, cujo habitat é o trato intestinal de humanos e animais, leite, solo, vegetais folhosos 
e alimentos processados. A causa desta doença é a falta de higiene na manipulação. É 
transmitida pela ingestão de queijos, leite cru, sorvetes indevidamente processados, vegetais 
folhosos crus, carnes e aves. O período de incubação do microrganismo é de 3 a 70 dias e 
os sintomas da doença são febre, calafrios, dor de cabeça, dor lombar e algumas vezes dor 
abdominal e diarreia, que aparecem de 12 horas a 3 semanas após a ingestão do alimento, 
podendo desenvolver tardiamente enfermidades graves (meningite e aborto espontâneo) 
e, algumas vezes, fadiga.
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2.5. Botulismo
É uma doença causada pela bactéria Clostridium botulinum, microrganismo cujo habitat é 
amplamente distribuído na natureza, encontrando-se no solo, água, vegetais trato intestinal 
de animais e peixes, e que cresce somente na ausência ou baixo teor de oxigênio. A causa 
desta doença é a produção de uma toxina por esta bactéria, devido ao processamento 
inadequado dos alimentos. A doença pode ser transmitida pela ingestão de alimentos 
enlatados, conservas em vidro, embalagens a vácuo, alimentos firmemente embalados, 
carnes preparadas, presunto, salsichas e frutos do mar. O período de incubação do 
microrganismo é de 4 a 36 horas e os sintomas da doença são visão dupla, pálpebras 
caídas, dificuldade de fala, deglutição, respiração e paralisia muscular, causados pela ação 
direta da toxina no sistema nervoso. Os sintomas usualmente aparecem de 18 a 36 horas 
após a ingestão do alimento,podendo aparecer em menos tempo (4 horas) ou num tempo 
muito maior (8 dias). Se não tratada torna-se fatal de 3 a 10 dias.
ATENÇÃO!!!
Existem zoonoses que somente são possíveis de identificar na inspeção sanitária, 
durante o abate dos animais; desta forma, o abate dos animais deve ser realizado 
em local com inspeção sanitária, a fim de assegurar a procedência das carnes que 
serão utilizadas para o processamento e garantir a segurança dos produtos finais.
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VII - CONHECER A VIDA ÚTIL DO ALIMENTO
A vida útil, também conhecida como vida de prateleira e estabilidade, é definida como o 
período em que o produto pode ser conservado sob determinadas condições de temperatura, 
umidade, luz, entre outros fatores, sofrendo alterações que são consideradas aceitáveis 
pelo fabricante, consumidor e legislação vigente. 
Trata-se de um guia de referência para o consumidor, que passa a ter uma noção do tempo 
em que o produto está próprio para o consumo antes de começar a se deteriorar.
O tempo da vida útil inicia-se na elaboração do produto e sua extensão está relacionada a 
diversos fatores, como tipo de ingredientes, processo de fabricação, tipo de embalagem e 
condições de armazenamento.
Para garantir o tempo da vida útil, é fundamental a realização de análises físicas, químicas 
e microbiológicas, além de testes sensoriais. Ainda assim, os resultados não são precisos, 
principalmente, porque o fabricante não garante que o consumidor faz a conservação 
conforme recomendado.
ATENÇÃO!!!
 O teste de prateleira deve ser realizado antes da liberação do produto para a 
comercialização.
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VIII - CONHECER AS INSTALAÇÕES E 
 EDIFICAÇÕES 
As instalações para o processamento de produtos cárneos precisam atender os critérios 
estabelecidos nas legislações. Sendo assim, o layout das instalações deve conter todas as 
áreas e salas necessárias conforme os processos e/ou tipos de produtos. 
A seguir, apresenta-se um modelo de layout com as instalações mínimas necessárias para 
o processamento de produtos cárneos.
1
345
12
11
2
6
9
10
8
7
Legenda
1 - Plataforma de Recepção 7 - Sala de Salga
2 - Barreira Sanitária 8 - Sala de Cura / Maturação
3 - Vestiário Feminino 9 - Área de Embalagem
4 - Vestiário Masculino 10 - Estoque de Embalagem
5 - Laboratório 11 - Armazenamento de produto acabado
6 - Área de Produção 12 - Expedição
1. CONHEÇA A LOCALIZAÇÃO
A localização refere-se à área onde será instalado o estabelecimento de processamento de carnes 
e derivados. A escolha do local para instalação deve levar em consideração vários aspectos 
importantes e previstos na legislação. Essa área deve estar distante de fontes produtoras de 
odores indesejáveis (afastado no mínimo 500 metros de estábulos), ser preferencialmente no 
centro do terreno, cercado, afastado de vias públicas no mínimo por 5 metros. 
25Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
Independentemente de ser área urbana ou rural, o local deve ter acesso pavimentado para 
evitar a formação de poeira e lama, com facilidade para o recebimento da matéria-prima e 
expedição do produto final. Deve-se observar se o espaço permite possíveis ampliações 
e se existe facilidade no fornecimento de água potável, energia elétrica suficiente para o 
adequado funcionamento dos equipamentos, meios de comunicação, luz natural e ventilação.
2. CONHEÇA OS VESTIÁRIOS E SANITÁRIOS
Os vestiários e sanitários consistem no local destinado à higiene pessoal, onde o funcionário 
se veste com o uniforme de trabalho, guarda seus pertences pessoais e faz suas necessidades 
fisiológicas. Os sanitários e vestiários devem ser separados por sexo. Os pisos, os forros 
e as paredes devem possuir revestimento liso, claro e lavável, devem possuir armários de 
metal e os sanitários devem ter descargas e torneiras com acionamento automático. Estas 
instalações não podem ter acesso direto para as áreas de produção.
Entrada dos Vestiários Vestiário - Área Interna
Vestiário - Área Interna Vestiário - Chuveiro
3. CONHEÇA A ÁREA DE RECEBIMENTO E ARMAZENAMENTO
Destinada a receber a matéria-prima, essa área é conhecida como plataforma de recepção. A 
plataforma deve estar a uma altura próxima de 0,8 metro (oitenta centímetros) do chão para 
facilitar descarga dos veículos. Esta área deve ser uma sala climatizada e a abertura da porta 
deve dar acesso apenas para o caminhão, possuir trilhos e ganchos para pendurar as carcaças 
dos animais. Os pisos, os forros e as paredes devem seguir os mesmos critérios utilizados para 
as áreas de processamento e ter acesso à câmara fria de armazenamento de matéria-prima. 
26 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
4. CONHEÇA A ÁREA DE ARMAZENAMENTO DA MATÉRIA-PRIMA
O armazenamento da matéria-prima é feito em câmara frigorífica, que deve ser revestida 
com material apropriado, com temperatura de 5°C, e esta sala deve ter acesso à sala de 
recebimento e sala de desossa. As câmaras frigoríficas devem apresentar as seguintes 
características: revestimento com material lavável, impermeável e resistente; termômetro 
de fácil leitura e calibrado, com visor instalado no lado externo da câmara; interruptor de 
segurança localizado na parte externa que sinalize “ligado” e “desligado”; prateleiras e 
estrados em material impermeável, resistente e lavável; dispositivo de segurança interno 
que permita abrir a porta por dentro; isento de ralo ou grelha.
5. CONHEÇA A SALA DE ESTOQUE DE EMBALAGENS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
É a sala destinada à separação da carne dos ossos para ser utilizada como matéria-prima no 
processamento. A sala deve ser climatizada para garantir temperatura de, aproximadamente, 
15°C, sendo proibido o uso de ar condicionado. Dispor de mesas de aço inoxidável ou 
outro material apropriado para a manipulação de alimentos de fácil e perfeita higienização 
aprovados pela legislação.
27Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
6. CONHEÇA A SALA DE PRODUÇÃO/MANIPULAÇÃO
A sala de produção/manipulação corresponde ao espaço destinado à execução de várias 
etapas da industrialização. Nela os equipamentos devem ser dispostos de modo a gerar 
um fluxo contínuo no processo, podendo possuir divisórias que facilitem as operações. 
As paredes devem ser lisas, impermeabilizadas com material aprovado pelo serviço de 
inspeção, de cor clara de fácil higienização. O acesso a esta sala deve ser restrito e possuir 
bloqueio sanitário, ou seja, instalações para higienização de mãos e botas. Além disso, 
para manipulação de carnes de diferentes espécies deve haver salas específicas para cada 
espécie.
Essa sala deve possuir um pé direito mínimo de 3,5 m, e ter equipamentos de climatização 
que garantam a temperatura de até 15°C, sendo proibido o uso de ar condicionado, e forro de 
material resistente à umidade e vapores. Deve ter mesas de aço inoxidável ou outro material 
apropriado para a manipulação de alimentos de fácil e perfeita higienização aprovados pela 
legislação. Todas as janelas, passagens para o exterior ou outra abertura devem conter 
telas milimétricas removíveis para evitar a entrada de insetos e não devem permitir que raios 
solares incidam diretamente sobre os funcionários, alimentos ou equipamentos sensíveis 
ao calor.
Nos casos em que houver a etapa de cozimento durante o processamento é necessário 
que haja uma sala isolada das áreas frias, seguindo os mesmos critérios de instalações 
utilizados na sala de produção.
28 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
7. CONHEÇA A SALA DE SALGA
A sala de salga é o local destinado à adição de sal e cura nas carnes. Nessa sala as paredes 
devem ser lisas, impermeáveis, de cor clara e de fácil higienização. Os pisos, os forros e 
as paredes devem seguir os mesmos critérios utilizados para as áreas de processamento.8. CONHEÇA A SALA DE MATURAÇÃO/CURA/DESCANSO
A sala de maturação/cura, também conhecida como sala de descanso, é o local onde o 
produto processado sofre alterações físico-químicas em sua composição, caracterizando 
o produto final. Essa sala deve ter o controle de parâmetros como: temperatura, umidade 
relativa e circulação de ar. A sala deve apresentar as seguintes características: revestimento 
com material lavável, impermeável e resistente; equipamento de frio que adeque a 
temperatura de acordo com a necessidade do produto; termômetro de fácil leitura e calibrado, 
com visor instalado no lado externo da câmara; interruptor de segurança localizado na parte 
externa que sinalize “ligado” e “desligado”; prateleiras e estrados em material impermeável, 
resistente e lavável; dispositivo de segurança interno que permita abrir a porta por dentro; 
isento de ralo ou grelha.
9. CONHEÇA A SALA DE DEFUMAÇÃO
A sala de defumação é o local em que o produto ou a carne processada é exposta à fumaça 
proveniente da queima de madeira apropriada, para adquirir sabor característico e conservar 
o produto. Essa sala deve ter um isolamento térmico e sua temperatura deve ser controlada 
29Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
com um termômetro de fácil leitura e calibrado, com visor instalado no lado externo da 
câmara. A sala deve ter saída de vapores para área externa. 
10. CONHEÇA A ÁREA DE EMBALAGEM
A área de embalagem é o local destinado à etapa de acondicionamento dos produtos, 
devendo ser localizada próxima à câmara fria de estocagem. Os pisos, os forros e as paredes 
devem seguir os mesmos critérios utilizados para as áreas de processamento.
30 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
11. CONHEÇA A ÁREA DE ARMAZENAMENTO DE PRODUTO ACABADO
A área de armazenamento de produto acabado é o local onde os produtos são estocados, 
devendo ter capacidade para atender a produção e estar localizada próxima à sala de 
expedição, respeitando o fluxo contínuo do processo. Dependendo do produto a ser estocado, 
deve ser refrigerada e controlada com termômetro de fácil leitura e calibrado com visor 
instalado no lado externo da câmara. No caso do uso de câmaras frigoríficas para armazenar 
os produtos acabados, estas podem ser pré-moldadas ou em alvenaria revestidas com 
material aprovado pela legislação. Os produtos que não necessitam de refrigeração devem 
ser estocados em prateleiras ou pallets apropriados em salas com ventilação e iluminação 
adequadas.
12. CONHEÇA A ÁREA DE EXPEDIÇÃO
A área de expedição é o local destinado à saída dos produtos acabados. Trata-se de uma 
área localizada próxima à sala de armazenamento de produto acabado e ao final do fluxo 
de produção. A saída dos produtos da câmara de estocagem ou da área de processamento 
para a área de expedição poderá ser feita através de óculo ou por portas de isolamento 
térmico e cortinas de ar. A área de expedição deve ter uma área para controle da saída dos 
produtos com as mesmas condições de teto, piso e parede das áreas de processamento e 
uma área externa coberta suficiente para abrigar os veículos transportadores, podendo ser 
de estrutura metálica ou outro material aprovado. Esta plataforma deve estar a uma altura 
próxima de 0,8 metro (oitenta centímetros) do chão para facilitar a descarga dos veículos.
31Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
13. CONHEÇA A SALA DO SERVIÇO DE INSPEÇÃO
O estabelecimento deve dispor de uma sala de trabalho reservada ao fiscal, com arquivos, 
vestiário e banheiro, separada do corpo industrial e localizada na entrada do estabelecimento. 
Esta sala deve ter as mesmas condições de teto, piso e parede das áreas de processamento.
32 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
14. CONHEÇA A SALA DE ESTOQUE DE EMBALAGENS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
A sala de estoque de embalagens é o local destinado ao armazenamento de embalagens, 
ingredientes e caixas plásticas utilizadas nas várias etapas do processamento. Estas 
embalagens primárias e secundárias devem estar separadas dentro deste espaço ou em 
salas separadas. Esta sala deve ter fácil acesso tanto à área de processamento quanto à de 
expedição e o fluxo das embalagens pode ser feito através de óculo para estas duas áreas. 
Este local deve ter as mesmas condições de teto, piso e parede das áreas de processamento, 
e deve possuir iluminação e ventilação adequadas.
Os materiais de limpeza também devem ter um local próprio para estocagem, que pode ser 
próximo aos outros produtos, desde que separados por divisórias. 
15. CONHEÇA O BLOQUEIO SANITÁRIO
O bloqueio sanitário consiste numa área que contém equipamentos e dispositivos para a 
higienização das mãos e botas dos funcionários e visitantes, com o intuito de não levar 
contaminantes para o interior da área de produção.
33Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
Este local deve conter um lavatório de mãos com acionamento automático, saboneteira 
contendo sabonete líquido, porta-papel toalha, com toalhas de papel de primeiro uso, 
lavatório de botas, lixeira com acionamento de pedal, dentre outros utensílios que podem 
ser utilizados para a limpeza e higiene das botas.
34 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
IX - CONHECER A REGULAMENTAÇÃO DA 
ATIVIDADE
Para o início formal da atividade de processamento de produtos de origem animal é 
necessário o registro do estabelecimento junto ao Serviço de Inspeção, seja ele Municipal 
(SIM), Estadual (SISP) ou Federal (SIF). 
Para a obtenção deste registro é necessário providenciar os seguintes documentos: Manual 
de Boas Práticas de Fabricação, Procedimentos Operacionais Padronizados, Alvará de 
Vistoria do Corpo de Bombeiros, Layout, Memorial descritivo da atividade, entre outros 
formulários que devem ser adquiridos e/ou preenchidos, conforme as exigências dos órgãos 
fiscalizadores municipal, estadual ou federal.
1. CONHEÇA O REGISTRO DO ESTABELECIMENTO E DO PRODUTO
O registro do estabelecimento e do produto consiste em regulamentar junto aos órgãos 
competentes o estabelecimento e o produto a ser comercializado.
O processamento de produtos de origem animal deve ocorrer em estabelecimentos 
devidamente registrados junto ao órgão de fiscalização oficial. O registro do estabelecimento 
pode ser feito em três diferentes instâncias, as quais seguem legislações próprias:
Serviço de Inspeção Municipal - SIM: a fiscalização e a abrangência de comercialização 
são municipais.
Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo - SISP: a fiscalização e a abrangência de 
comercialização são estaduais.
Serviço de Inspeção Federal - SIF: a fiscalização e a abrangência de comercialização 
são federais.
ATENÇÃO!!!
Nem todos os municípios possuem SIM; nestes casos o produtor deve registrar seu 
estabelecimento no SISP ou no SIF.
2. CONHEÇA O MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
É um dos documentos exigidos durante a regulamentação do produto. Trata-se de um 
documento que descreve fielmente a rotina de trabalho da empresa que produz, manipula, 
transporta, armazena e/ou comercializa os produtos, conferindo padrão de identidade e 
qualidade ao produto final e atendendo a legislação vigente. 
Além do documento descritivo, o manual de Boas Práticas de Fabricação é composto por 
diferentes documentos comprobatórios, como procedimentos operacionais padronizados, 
planilhas de controle, registros, checklist etc.
35Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo
3. CONHEÇA OS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS
Trata-se de um documento que descreve detalhadamente as etapas dos procedimentos 
com o objetivo de padronizar as ações para garantir os resultados esperados, incluindo a 
frequência de execução, a sequência operacional e o responsável pela atividade. Alguns 
procedimentos operacionais padronizados são obrigatórios e estão especificadosna 
legislação vigente. 
4. CONHEÇA A LICENÇA AMBIENTAL
É o documento emitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) para 
estabelecimentos que desenvolvem atividades passíveis de fiscalização ambiental. Esta 
licença deve ser solicitada junto à agência da CETESB responsável pelo município.
5. CONHEÇA O ALVARÁ DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS
É o documento emitido pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo 
(CBPMESP) que certifica, durante uma vistoria, as condições de segurança contra incêndio 
das edificações.
36 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
IX - BIBLIOGRAFIA
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 259, de 20 de 
setembro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico sobre rotulagem de alimentos embalados. 
Brasil, 2002. Disponível em: <www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/index.php/.../192-rotulagem>. 
Acesso em: 02 ago. 2016.
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outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais 
Padronizados aplicados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos 
e a lista de verificação das Boas Práticas de Fabricação em estabelecimentos produtores/
industrializadores de alimentos. Brasil, 2003. Disponível em:<www.anvisa.gov.br/alimentos/
bpf.htm>.Acesso em: 02 ago. 2016.
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 359, de 23 de 
dezembro de 2003. Regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins 
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setembro de 1997. Aprova o Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias 
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industrial e sanitária de produtos de origem animal (RIISPOA). Titulo III – Funcionamento 
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CARVALHO, I. T. Microbiologia dos alimentos. Recife: EDUFRPE, 2010. 84p.
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Decreto nº 45.164, de 05 de setembro de 2000. Regulamenta a Lei n° 10.507, de 1° de 
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em: 02 ago. 2016.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 
Lei n º 10.507, de 01 de março de 2000. Estabelece normas para a elaboração, sob a forma 
artesanal, de produtos comestíveis de origem animal e sua comercialização no Estado de 
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SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO - Defesa Agropecuária do Estado 
de São Paulo. Resolução SAA nº 24, de 01 agosto de 1994. Dispõe sobre as normas 
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Resolução SAA 03 de 10 de janeiro de 2008; com as retificações do D.O. de 2 de agosto de 
1994. São Paulo, 1994. Disponível em: <http://www.cda.sp.gov.br/www/legislacoes/popup.
php?action=view&idleg=33>. Acesso em: 02 ago. 2016.
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SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO - Defesa Agropecuária do Estado 
de São Paulo. Resolução SAA Nº 30, de 24 de setembro de 2001. Estabelece normas 
técnicas sobre as condições higiênico-sanitárias mínimas necessárias para a aprovação, 
funcionamento e aparelhamento dos estabelecimentos de produtos de origem animal 
sob a forma artesanal. São Paulo, 2001. Disponível em: <http://www.cda.sp.gov.br/www/
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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São 
Paulo. Portaria CVS 5 de 09 de abril de 2013. Aprova o regulamento técnico sobre boas 
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e o roteiro de inspeção, anexo. São Paulo, 2013. Disponível em: <www.anvisa.gov.br/
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SENAR-AR/SP
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CEP: 01042-907 - São Paulo/SP
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