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Introdução à Histologia Tecido epitelial Ao final da aula de hoje vocês serão capazes de: 1. Compreender a importância da microscopia para a histologia; 2. Compreender os princípios das técnicas do preparo de lâminas histológicas; 3. Reconhecer as características gerais do tecido epitelial; 4. Classificar os tecidos epiteliais quanto a forma e função; 5. Distinguir dos diferentes tipos de organização glandular. O que é histologia? ● Trata-se da ciência que estuda os tecidos; ● Os tecidos são estruturas encontradas tanto em vegetais como em animais; Tecido vegetal: feixe vascular. Tecido animal: aorta. O que é um tecido? ● Conjunto de células especializadas, que podem ser iguais ou diferentes entre si e apresentar diversas organizações, mas que em conjunto desempenham uma determinada função comum. Como é possível estudar os tecidos? ● Pense, por exemplo, em um coração... ● Com o órgão inteiro é possível estudar a anatomia do mesmo… ● O órgão é formado por diferentes tecidos, os quais atuam em conjunto para que o órgão possa exercer sua função... ● Será preciso “fatiar” esse órgão, em fatias bem finas, para estudar os seus tecidos... Como é possível estudar os tecidos? CORTES HISTOLÓGICOS Preparo de cortes histológicos Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA Microscopia óptica (ou de luz) Microscópio confocal Microscópio de imunofluorescência Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA Microscópio eletrônico Microscópio eletrônico de varredura Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia óptica (ou de luz) ○ limite de resolução = 0,2 μm (0,0002 mm); ○ possibilita a ampliação de uma imagem em até 1000 a 1500 vezes; ○ permite visualizar apenas algumas estruturas celulares (ex.: núcleo, nucléolo, grânulos citoplasmáticos) e componentes acelulares, tais como fibras proteicas; ○ requer o uso de corantes; Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia confocal ○ Possibilita focalizar a imagem em um único plano, bloqueando os demais; ○ Iluminação laser; ○ Requer o uso de marcadores fluorescentes (para que as estruturas possam ser visualizadas; Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia confocal ○ Ex.: visualização de biofilme bacteriano ● Hochbaum et al., 2011 https://www.researchgate.net/scientific-contributions/2032998557_Allon_I_Hochbaum?_sg=Y3Wixk8qbWlOW9sQRF8J8vSAmrZbsqrf8ZXoffYTyyzsBzyMnVYuYrgmh9dKQABDzBxRIGA.dA152ZEd2bBK9n-0RBJlmt5tggEIc1crYPwrJuzfECfjp8KokxzlyEiEI-H8mJ04-uRQdCg2TIPUIgmPWVuPGA Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia de fluorescência (ou imunofluorescência) ○ Utiliza luz de mercúrio sob alta pressão (luz ultravioleta); ○ Requer, no preparo do material, o uso de corantes que emitem fluorescência; ○ Utiliza filtros para selecionar o comprimento de onda emitido pelo material em estudo; ○ Ex.: detecção de vírus, bactérias, protozoários, antígenos tumorais, anticorpos... Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia eletrônica ○ Baseia-se na interação entre elétrons e os componentes dos tecidos; ○ Utiliza feixe de elétrons e não de luz; ○ Utiliza molas eletromagnéticas e não lentes de vidro; ○ Resolução entre 0,1 e 0,3 nm e capacidade de aumento de até 400 mil vezes; Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA http://anatpat.unicamp.br/nptgliossarcoma2c.html#organela ● Microscopia eletrônica Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia eletrônica de varredura ○ Fornece imagens pseudotridimensionais; ○ O feixe de elétrons não atravessa o tecido, mas varre uma delgada camada de metal que recobre o material em estudo; ○ Os elétrons são refletidos e capturados por um detector e transmitido para amplificadores e componentes eletrônicos; ○ Uma imagem, em preto e branco, é produzida em um monitor. Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA ● Microscopia eletrônica de varredura https://www.labmic.ufg.br/n/45686-microscopio-eletronico-de-varredura -mev Ferramentas importantes para a histologia MICROSCOPIA Qual é a melhor? Depende do objetivo do estudo O microscópio óptico Técnicas utilizadas em histologia O uso do microscópio óptico ● Sistema de lentes combinadas que promove um aumento de até 1000 x do tecido observado; ● Possibilita a observação de estruturas não visíveis a olho nu; O uso do microscópio óptico ● Produz uma imagem virtual e invertida do objeto; O uso do microscópio óptico ● O aumento total = aumento da ocular x o aumento da objetiva; ● O campo microscópico corresponde à área que está sendo observada do objeto de estudo; ● O campo microscópico é inversamente proporcional à ampliação; Preparção de cortes histológicos 1. Coleta da amostra ● consiste na obtenção da amostra de tecido; ● Pode ser obtida por diferentes maneiras: ○ Biópsia (amostragem diagnóstica); ○ Excisão cirúrgica; ○ Dissecção após a morte; Preparção de cortes histológicos 2.Fixação ● Deve ser realizada o mais rápido possível; ○ Por que? ■ Evitar a autólise; ■ Evitar a degradação por microrganismos; ■ Preservar a composição molecular do material biológico; Preparção de cortes histológicos 2. Fixação ● Imersão em solução de agente desnaturante ou estabilizante; ● Para melhor ação do fixador, o material precisa ser fracionado; ● Formaldeído 4%; Preparção de cortes histológicos 3. Desidratação ● Sucessivos banhos em solventes orgânicos com concentração crescente (etanol 70% a 100%); Preparção de cortes histológicos 4. Clareamento ● Sucessivos banhos em solventes orgânicos com concentração crescente (etanol 70% a 100%); ● Lavagens com solvente orgânicos miscível tanto no agente desidratante quanto no material a ser utilizado na etapa de inclusão; ● Geralmente é feito com xilol ou toluol; Preparção de cortes histológicos 5. Inclusão ● Parafina derretida (56 a 60°C); ● O calor evapora o solvente orgânico; ● A parafina preenche os espaços dentro do tecido; ● Solidificação da parafina; ● O tecido fica enrijecido e pronto para ser fatiado; Preparção de cortes histológicos 6. Corte com micrótomo ● O bloco de parafina com o tecido incluído deve ser cortado em fatias bem finas; ● Micrótomo - cortes entre 1 e 10 μm; ● Cortes ficam em superfície de água aquecida até serem colocados na lâmina; Preparção de cortes histológicos 7. Coloração e montagem ● Aplicam-se ao tecidos os corantes de interesse (comumente hematoxilina e eosina); ● Selagem do tecido na lâmina com bálsamo ou goma de damar; ● Posicionamento da lamínula e identificação; Principais técnicas de coloração ● Hematoxilina e eosina - HE ○ amplamente utilizada; ○ baseia-se nas propriedades ácidas e básicas das moléculas do tecido; Principais técnicas de coloração ● Hematoxilina e eosina - HE ○ Hematoxilina – corante de natureza básica, com afinidade por estruturas ácidas. ■ Ex.: ácidos nucleicos e cartilagem hialina (estruturas basófilas); ■ Confere coloração azul púrpura/violeta; Principais técnicas de coloração ● Hematoxilina e eosina - HE ○ Eosina – corante de natureza ácida, com afinidade por estruturas básicas. ■ Ex.: colágeno, citoplasma e queratinas ácidas (estruturas acidófilas); ■ Confere coloração rósea. Principais técnicas de coloração ● Hematoxilina e eosina - HE Principais técnicas de coloração ● Outros corantes básicos ○ Azul de toluidina; ○ Azul de metileno; ● Outros corantes ácidos ○ Orange G; ○ Fuscina ácida; Principais técnicas de coloração ● Ácido Periódico de Schiff e Hematoxilina (PAS - H) ○ O PAS cora estruturas com alto teor de carboidratos (ex.: glicogênio, glicoproteínas, proteoglicanos); ○ Evidencia a membrana basal; Principais técnicas de coloração ● Técnica da reticulina ○ Utilizada para corar estrutras argiróforas (afinidade por prata); ○ Comumente utilizada para visualizaçãode fibras reticulares; Principais técnicas de coloração ● Técnica da reticulina ○ Corte histológico de fígado, evidenciando as fibras reticulares que sustentam os sinusoides hepáticos. Componentes celulares x componentes acelulares Falhas na lâmina e artefatos * ** Tecido epitelial Aspectos gerais Características gerais ● Origem embriológica diversificada; ● Abundância de células; ● Células poliédricas, dispostas de forma justaposta; ● Escassa matriz extracelular; ● Diversidade morfológica e fisiológica; ● Avascular; Características gerais ● Funções ○ Revestimento corporal externo e interno ■ Proteção; ■ Troca de substâncias; ○ Formação de glândulas (epitélio glandular) ■ Células epiteliais especializadas na produção e secreção de determinadas substâncias; ○ Células mioepitelias ■ Células epiteliais com função contrátil. Características gerais ● Nutrição provida pelo tecido conjuntivo subjacente; ● Lãmina basal: ○ Interface entre tecido epitelial e conjuntivo; ○ Acelular; ○ Colágeno IV, glicoproteínas, laminina e peptdoglicano; ○ Não visível ao micriscópio óptico; ● Membrana basal - lâmina basal + proteínas de ancoragem do tecido conjuntivo; Características gerais Organização estrutural ● Justaposição conferida por junções basolaterais Classificação ● Quanto ao número de camadas Classificação ● Quanto à forma das células ○ Deve-se considerar a camada de células mais superficial (superior); ○ Observar a forma do núcleo: ■ Arredondado: célula cúbica; ■ Oval: célula cinlíndrica, colunar ou prismática; ■ Achatada: pavimentosa. Classificação - epitélios de revestimento ● Quanto à forma das células Classificação - epitélios de revestimento ● Quanto à forma das células Classificação - epitélio glandular ● Quanto ao número de células ○ Unicelular ■ Célula caliciforme; Classificação - epitélio glandular ● Quanto ao número de células ○ Multicelular Classificação - epitélio glandular ● Quanto ao tipo de conexão com epitélio de origem ○ Glândula exócrina ■ Desenvolvem-se a partir de invaginações de um epitélio de revestimento; ■ Mantém conexão com o epitélio de origem através de um ducto (que também é formado por tecido epitelial); ■ Apresenta uma porção secretora e um ducto excretor; ■ Liberam o conteúdo produzido pela porção secretora para o meio extra corporal ou para o interior de uma cavidade; Classificação - epitélio glandular ● Quanto ao tipo de conexão com epitélio de origem ○ Glândula exócrina Classificação - epitélio glandular ● Classificação das glândulas exócrinas Classificação - epitélio glandular ● Classificação quanto a forma de secretar seu produto Classificação - epitélio glandular ● Quanto ao tipo de conexão com epitélio de origem ○ Glândula endócrina ■ Desenvolvem-se a partir de invaginações de um epitélio de revestimento; ■ Perdem a conexão com o epitélio de origem (a conexão é obliterada); ■ É cercada por capilares sanguíneos, para onde liberam seus produtos; Classificação - epitélio glandular ● Quanto ao tipo de conexão com epitélio de origem ○ Glândula endócrina Classificação - epitélio glandular ● Glândula endócrina - classificação quanto a organização celular Folicular Classificação - epitélio glandular ● Glândula endócrina - classificação quanto a organização celular Cordonal Classificação - epitélio glandular ● Glândula endócrina - classificação quanto a organização celular Ilhotas Dúvidas? divast.bio@gmail.com
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