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A Dialética de Platão

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UNITPAC – Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio 
Carlos 
 
Matheus Batista Miranda 
 
Curso de Direito 
 
A Dialética de Platão e o Mita da Caverna: Em busca do 
Conhecimento Verdadeiro 
 
 
A dialética de Platão mostra que a disputa, o debate, praticado pelos sofistas, 
influenciados por Zenão, tende a cair em suas próprias armadilhas. Os sofistas 
transformam a argumentação dialética numa simples técnica da erística, da 
contradição, da contestação, da luta, da aquisição (Sofista, 226 a). O conteúdo do 
argumento torna-se secundário. Em conseqüência, também sua dimensão ética é 
vista como acidental. Por isso, Platão chama de sofista aquele que argumenta a favor 
de qualquer opinião, com o objetivo de receber dinheiro. Mostra que os oradores nos 
tribunais fazem parecer ora justas ora injustas as mesmas coisas às mesmas pessoas 
(Fedro, 261 c) . Não empregam os recursos do convencimento, mas usam aretórica 
persuasiva para criar ilusões. Somente o filósofo é dialético, é o único que sabe lidar 
com as Idéias. 
A dialética, conforme apresentada por Platão em seus diálogos filosóficos, é um 
método de investigação e argumentação que visa alcançar o conhecimento genuíno 
por meio do questionamento, da análise crítica e da busca pela verdade. 
O objetivo da dialética platônica é alcançar a compreensão das formas ideais ou 
universais por trás das aparências sensíveis. Ao questionar e examinar as crenças e 
opiniões por meio de um processo de diálogo e argumentação, os filósofos buscam 
alcançar um entendimento mais profundo das questões fundamentais sobre a justiça, 
a virtude, a verdade e o conhecimento. 
Por meio da dialética, Platão propõe uma forma de investigação filosófica que visa 
transcender as percepções imediatas e as opiniões comuns, buscando alcançar um 
nível superior de compreensão baseado na razão e na contemplação das realidades 
eternas e imutáveis. Em essência, a dialética platônica busca atingir a sabedoria por 
meio do questionamento crítico e da busca pela verdade transcendental. 
O mito da caverna, apresentado por Platão em seu diálogo "A República", é uma 
alegoria que ilustra a visão do filósofo sobre o conhecimento, a realidade e a 
educação. Na alegoria, Platão descreve um grupo de pessoas que passa a vida 
acorrentado no interior de uma caverna, observando apenas sombras projetadas na 
parede em frente a eles. Essas sombras são geradas por figuras que se movem atrás 
deles e são iluminadas pelo fogo. Para essas pessoas, as sombras são a única 
realidade que conhecem. Platão utiliza essa narrativa para representar a condição 
humana ordinária, na qual as percepções sensoriais e as opiniões do senso comum 
constituem nossa compreensão limitada da realidade. No entanto, ele argumenta que 
através da filosofia e da educação, é possível ascender além dessa compreensão 
limitada. No mito, um prisioneiro é libertado e exposto à luz do fogo e, eventualmente, 
ao mundo exterior da caverna. Inicialmente, ele fica deslumbrado e confuso com a 
nova realidade que se revela diante dele. Gradualmente, porém, ele começa a 
compreender as formas ideais e a verdadeira natureza das coisas. 
Essa jornada do prisioneiro representa o processo de educação filosófica e ascensão 
intelectual proposto por Platão. Ele sugere que, por meio do questionamento crítico, 
da reflexão e da busca pela verdade eterna e imutável (as formas ideais), podemos 
transcender as limitações das percepções sensoriais e alcançar um conhecimento 
mais profundo e genuíno sobre a realidade. Dessa forma, o mito da caverna ilustra a 
visão platônica sobre o conhecimento como um processo de ascensão do mundo das 
aparências sensíveis para o mundo das formas ideais, alcançando assim uma 
compreensão mais autêntica e completa da realidade. 
O mito da caverna de Platão pode ser interpretado como uma metáfora atemporal que 
continua a ser relevante para a condição humana e os desafios que enfrentamos na 
sociedade contemporânea. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o mito da 
caverna pode ser aplicado à situação atual da humanidade e aos desafios que 
enfrentamos: Limitações da percepção: Assim como os prisioneiros acorrentados na 
caverna viam apenas sombras projetadas, muitas vezes nossa compreensão da 
realidade é limitada pelas percepções sensoriais, influências culturais e visões de 
mundo estreitas. Isso pode nos impedir de enxergar além das aparências e 
compreender a complexidade dos problemas que enfrentamos; Desafios da educação 
e do pensamento crítico: O mito da caverna destaca a importância da educação 
filosófica e do pensamento crítico na busca pela verdade e pelo conhecimento 
genuíno. Em um mundo repleto de informações, fake news e desinformação, a 
capacidade de discernir a verdade e questionar as narrativas dominantes é crucial 
para enfrentar os desafios contemporâneos; Ascensão para a compreensão mais 
profunda: Assim como o prisioneiro libertado é confrontado com uma realidade 
inicialmente desconcertante, a humanidade muitas vezes se depara com dilemas 
complexos e questões éticas que exigem uma compreensão mais profunda e 
reflexiva. O mito da caverna nos lembra que a busca pelo conhecimento genuíno 
requer coragem para questionar as convenções estabelecidas e explorar novas 
perspectivas; A necessidade de transcendência: Em um mundo marcado por divisões, 
polarizações e desigualdades, o mito da caverna nos convida a transcender as 
limitações de nossas próprias visões de mundo e buscar um entendimento mais 
abrangente, compassivo e inclusivo da realidade. 
Portanto, o mito da caverna continua a ser uma poderosa reflexão sobre a natureza 
humana e os desafios que enfrentamos, incentivando-nos a buscar uma compreensão 
mais profunda da realidade, promover o pensamento crítico e abraçar a diversidade 
de perspectivas em nossa jornada rumo à sabedoria e à compreensão mútua. 
Por fim, A navalha de Ockham, também conhecida como princípio da parcimônia ou 
princípio da simplicidade, é um princípio filosófico e metodológico atribuído a William 
de Ockham, um frade franciscano e filósofo escolástico do século XIV. 
O princípio da navalha de Ockham postula que, entre várias explicações possíveis 
para um fenômeno, a mais simples tende a ser a correta. Em outras palavras, ao 
avaliar hipóteses ou teorias concorrentes, devemos dar preferência àquela que requer 
o menor número de pressupostos ou entidades adicionais para explicar o fenômeno 
em questão. Essa abordagem sugere que devemos evitar introduzir explicações 
desnecessariamente complexas para um fenômeno, optando pela explicação mais 
direta e econômica. Embora o princípio da navalha de Ockham não seja uma regra 
absoluta e não se aplique a todas as situações, ele serve como uma heurística útil 
para orientar a investigação científica e o raciocínio lógico. 
 
 
Referencias: 
file:///C:/Users/USER/Downloads/admin,+2.pdf 
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/mito-caverna.htm 
https://www.cadernosfilosoficos.com.br/blogs/arte-e-filosofia/qual-e-o-
significado-do-mito-da-caverna-de-platao 
https://philarchive.org/archive/BORAND-2 
 
file:///C:/Users/USER/Downloads/admin,+2.pdf
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/mito-caverna.htm
https://www.cadernosfilosoficos.com.br/blogs/arte-e-filosofia/qual-e-o-significado-do-mito-da-caverna-de-platao
https://www.cadernosfilosoficos.com.br/blogs/arte-e-filosofia/qual-e-o-significado-do-mito-da-caverna-de-platao
https://philarchive.org/archive/BORAND-2

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