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3 ciclo - citologia - sistema digestório

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Citologia do Sistema Digestório:
Estômago: células mucosas da superfície e do cólon, células principais, células parietais, células enteroendócrinas, e células-tronco adultas indiferenciadas.
Intestino: enterócito e células de Paneth, caliciformes e enteroendócrinas também 
Fígado- hepatócito e célula de itu (estrelada), sinusóides: de Kroeber - macrófago, e célula NK- natural killer.
Referências: Ross, capítulo 17 e 11 e 12 do livro Células: uma abordagem multidisciplinar - Hernandes F. Carvalho: enterócitos e hepatócitos.
Caso Clínico: 
Ponto chave: lesão dos hepatócitos (células do fígado), são 80% da constituição celular do fígado, cirrose: hepatócito disfuncional e processo fibrótico no fígado.
ESTÔMAGO: 
· Células mucosas da superfície: são colunares, possuem formato de cálice preenchido com grânulos de mucinogênio, criando um folheto de células glandulares, o cálice mucoso ocupa a maior parte da célula. O núcleo e o complexo de golgi estão localizados abaixo do cálice mucoso, a parte basal da célula contém pequena quantidade de RER, que pode conferir certa basofilia ao citoplasma. A secreção mucosa dessas células é descrita em muco, pela aparência turva, forma uma cobertura gelatinosa espessa e viscosa que adere à superfície epitelial, protegendo a célula contra a abrasão dos componentes mais ásperos do quimo. Além disso, a sua alta concentração de potássio e bicarbonato protege o epitélio contra o conteúdo ácido do suco gástrico, o bicarbonato que forma o muco alcalino é secretado por células superficiais, mas não se mistura com o conteúdo do lúmen gástrico, devido à sua contenção dentro do revestimento mucoso. As prostaglandinas protegem a mucosa gástrica uma vez que estimulam a secreção de bicarbonato e aumentam a espessura da camada de muco por meio da vasodilatação na lâmina própria, fazendo com que melhore o suprimento de nutrientes para qualquer área danificada da mucosa gástrica, otimizando, as condições para reparação tecidual.
· Células mucosas do cólon: estão na região do cólon da glândula fúndica e estão entremeadas com células parietais, é muito mais curta e contém uma quantidade de mucinogênio menor no citoplasma apical. Exibem um cálice mucoso proeminente, seu núcleo é esférico em comparação ao núcleo alongado e mais proeminente da de superfície. Secretam muco solúvel menos alcalino, em comparação amo muco insolúvel ou turvo altamente alcalino produzido pelas células mucosas da superfície, a liberação de grânulos de mucinogênio é induzida por estimulação vagal e assim, a secreção dessas células não ocorre no estômago em repouso. Ademais, essas células diferenciam-se a partir de células-tronco que residem na região do cólon da glândula fúndica. São consideradas como precursores imaturos das células mucosas superficiais.
· Células principais: estão localizadas na parte mais profunda das glândulas: são típicas secretoras de proteínas, tem abundante RER no citoplasma basal, conferindo a aparência basófila, enquanto o citoplasma apical é eosinófilo devido as vesículas secretoras presentes, denominadas grânulos de zimogênio, uma vez que contém precursores enzimáticos. Secretam pepsinogênio e uma lipase fraca, em contato com o suco gástrico ácido, o pepsinogênio é convertido em pepsina, uma enzima proteolítica.
· Células parietais ou oxínticas: secretam HCL e fator intrínseco, são encontradas no colo das glândulas fúndicas, entre as células mucosas do colo e a parte mais profunda da glândula. São mais numerosas nas porções superior e média do colo, são células grandes, algumas binucleadas, que aparecem ligeiramente triangulares nos cortes, com o ápice voltado para o lúmen da glândula, e a base repousa sobre a lâmina basal. O núcleo é esférico e o citoplasma cora-se com eosina e outros corantes ácidos, são facilmente distinguidas de outras presentes nas glândulas fúndicas em virtude ao seu tamanho e as suas características. Em microscópio eletrônico de transmissão - MET, essas apresentam um sistema canalicular intracelular extenso, que se comunica com o lúmen das glândulas. Numerosas microvilosidades projetam-se a partir da superfície dos canalículos e há membranas tubulovesiculares no citoplasma adjacente aos canalículos. Em uma célula com secreção ativa, aumenta-se o número de microvilosidades nos canalículos e o sistema tubulovesicular é reduzido ou desaparece. As membranas tubulovesiculares atuam como reservatório da membrana plasmática contendo bombas de prótons ativas. Esse material pode ser inserido na MP dos canalículos para aumentar a sua área de superfície e o número de bombas de prótons disponíveis para a produção de ácido. Muitas mitocôndrias com cristas complexas e muitos grânulos da matriz fornecem os altos níveis de energia necessários para a secreção ácida. O HCL é produzido no lúmen dos canalículos intracelulares, as células parietais tem 3 tipos diferentes de receptores de membrana para as substâncias que ativam a secreção de HCL, os receptores de gastrina, de histamina H2, e de acetilcolina M3. A ativação do receptor de gastrina se dá pela gastrina, um hormônio peptídico gastrintestinal, que é a principal via para a estimulação dessas células. Após a estimulação, há etapas: produção de íons H+ no citoplasma das células parietais pela enzima anidrase carbônica, ela hidrolisa o ácido carbônico H2CO3 a H+ e HCO3-, o dióxido de carbono que é necessário para a síntese de ácido carbônico difunde-se através da membrana basal para dentro da célula a partir dos capilares sanguíneos no lúmen da LP. Transporte de íons H+: a partir do citoplasma, através da membrana, para o lúmen dos canalículos pela bomba de prótons H+-atpase, simultaneamente o K+ do canalículo é transportado para dentro do citoplasma da célula em troca dos íons H+. Transporte dos íons K + e Cl- do citoplasma para o lúmen dos canalículos por meio da ativação dos canais de K + e Cl- unitransportadores, na membrana plasmática. Formação de HCL a partir de H + e Cl- que foram transportados para dentro do lúmen do canalículo. A secreção do fator intrínseco é estimulada pelos mesmos receptores que estimulam a secreção do ácido gástrico, esse fator é uma glicoproteína de 44 kDa, que forma um complexo com a vitamina B12 no estômago e no duodeno, uma etapa necessária para a absorção subsequente da vitamina no íleo. Os anticorpos dirigidos contra esse ou contra as próprias células parietais levam a uma deficiência no fator intrínseco e isso ocasiona a má absorção de vitamina B12 e o desenvolvimento da anemia perniciosa.
· Células enteroendócrinas: secretam seus produtos na lâmina própria ou nos vasos sanguíneos subjacentes, são encontradas em todos os níveis da glândula fúndica, embora é mais presente na base. Podem ser distinguidos 2 tipos de células: a maioria representa pequenas células que repousam sobre a lâmina basal e que nem sempre alcançam o lúmen (células enteroendócrinas fechadas). Algumas exibem uma fina extensão citoplasmática contendo microvilosidades expostas ao lúmen da glândula, são as abertas, atuam como quimiorreceptores primários que coletam o conteúdo do lúmen da glândula e liberam hormônios. Os receptores do paladar, similares aos dos botões gustativos da mucosa oral especializada, detectam as sensações dos sabores doce, amargo, e umami, e foram caracterizados na superfície livre das células enteroendócrinas abertas. Pertencem às famílias T1R e T2R de receptores acoplados à proteína G. A secreção das células fechadas é regulada pelo conteúdo luminal indiretamente por intermédio de mecanismos neurais e parácrinos. São identificadas e caracterizadas pela sua coloração imunoquímica para mais de 20 hormônios peptídicos e polipeptídicos e agentes reguladores semelhantes a hormônios que elas secretam, há mais de 17 tipos diferentes dessas células.
· Células-tronco adultas indiferenciadas: são células basais, fazem a renovação das células das glândulas fúndicas.
INTESTINO:
· Células mucosas intestinais:
· Enterócitos
· Trata-se de uma célula caracterizada pela presença de uma membrana plasmáticaapical modificada em microvilosidades que exibe um glicocálix muito desenvolvido. 
· O citoplasma é rico em organelas, com a presença de muitas mitocôndrias (acumuladas, principalmente, no citoplasma apical e basal), retículo endoplasmático granular desenvolvido, complexo de Golgi evidente, vários ribossomos livres e alguns lisossomos.
· Este tipo celular tem todas as característica de uma célula absortiva. Estas células têm a capacidade de absorver metabolitos ativamente por uma das superfícies e transportá-los para a superfície oposta. 
· Para isso, observa-se um aumento notável da superfície apical, devido à presença de microvilosidades. 
· Calcula-se que cada enterócito possua, em média, 3000 microvilosidades, e que 1 mm2 de epitélio contenha cerca de 200 milhões dessas estruturas!
· A presença de microvilosidades acarreta um aumento de superfície em torno de 20 vezes. Juntamente com o dobramento do próprio epitélio (na forma de vilosidades e pregas) verifica-se um aumento total de superfície intestinal de cerca de 600 vezes! Este incrível incremento de superfície leva a um aumento proporcional na capacidade absortiva do intestino. 
· Assim, moléculas poliméricas de nutrientes, como proteínas e carboidratos, são quebradas por enzimas digestivas existentes na luz deste órgão até pequenas moléculas. 
· A digestão destas moléculas continua junto ao epitélio intestinal, por enzimas digestivas presas ao glicocálix ou integradas na membrana das microvilosidades dos enterócitos, gerando dímeros ou monômeros (de aminoácidos ou de monossacarídios, por exemplo), que são transportados para dentro das células por proteínas, transportadoras também integradas na membrana das microvilosidades.
· São células epiteliais que cobrem os vilos e as criptas 
· Cada enterócito possui dois tipos diferentes de membranas celulares: e basolateral (refere-se a base e aos lados das células) 
· 1. Membrana apical – superfície da célula que faz contato com o lúmen, coberta por uma camada gelatinosa de glicoproteína (glicocálice) e com alto conteúdo proteico 
· 2. Membrana basolateral – refere-se à base e aos lados das células, e é semelhante a outras membranas celulares
· Ligações entre os enterócitos adjacentes são denominadas zônulas de oclusão 
· Essas conexões localizam-se próxima a terminação apical das células e divide a membrana apical da basolateral 
· Permite a passagem de água e eletrólitos em algumas regiões, nunca permite a passagem de moléculas grandes 
· Permeabilidade das zônulas oclusivas pode ser alterada por substâncias reguladoras neuro-humorais 
· Espaços laterais normalmente distendidos e cheios de líquido extracelular 
· Tanto as zônulas oclusivas como o endotélio capilar são barreiras permeáveis
FÍGADO:
· Hepatócitos: são células encontradas no fígado capazes de sintetizar proteínas, usadas tanto para exportação como para sua própria manutenção, por isso torna-se uma das células mais versáteis do organismo. 
· Em sua forma poliédrica encontramos cerca de seis (ou mais) superfícies, com diâmetro de 20-30μm. 
· Este é rico em grande quantidade de mitocôndrias e algum retículo endoplasmático liso, sua superfície está em contato com a parede sinusóide, através do espaço de Disse, e superfície com vários outros hepatócitos. 
· Este possui um ou dois lixos fecais . Alguns núcleos são poliplóides devido ao seu tamanho maior, que é proporcional a plodia. 
· Cada hepatócito possui aproximadamente 2.000 mitocôndrias. 
· Os hepatócitos constituem aproximadamente 80% das células do Fígado, e são eles os responsáveis pela elaboração de bílis primaria. 
· Cerca de 5% da proteína exportada pelo fígado é produzida pelas células de Kupffer; o restante é sintetizada pelos hepatócitos. 
· São os hepatócitos as células responsáveis pelas funções biológicas do fígado, como a metabolização de algumas substâncias (como o álcool etílico, e a maioria das drogas) e a produção da bílis. 
· O hepatócito também é responsável pela conversão de compostos não-glícidos (Lactato, Aminoácidos e Glicerol) em glicose, por meio de um processo enzimático chamado gliconeogênese.

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