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Animais Peçonhentos: Importância Médica


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Dandara Leal,2023 
1 Dandara Leal,2023 
Animais Peçonhentos 
Peçonhentos: animais produz toxinas/veneno através de glândulas e possui um 
aparato de inoculação (injetar ativamente a toxina). 
Animal venenoso não INJENTAM e nem INOCULAM o veneno. 
Animais traumáticos apenas fazem trauma (ex: jiboia e sucuri). 
X 
Sapo ponta-de-flecha (venenoso) Bothrops atrox (jararaca) 
 
Animais de importância médica 
a) Ofidismo (cobras) 
b) Lepidópteros (lagartas) 
c) Araneísmo (aranhas) 
d) Ictismo (arraias) 
e) Himinopterismo (insetos) 
f) Escorpianismo (escorpião) 
Todo escorpião produz veneno. 
Todas as abelhas produzem um quantidade de veneno, assim como as 
cabas/vespas. 
 
❖ Ofidismo - Cobras 
As serpentes podem ser classificadas em dois grupos básicos: as peçonhentas, que 
são aquelas que conseguem inocular seu veneno no corpo de uma presa ou vítima 
e as não peçonhentas, que são aquelas que podem até produzir veneno, mas não 
possuem um aparato físico que o inoculam. Ainda assim, as não-peçonhentas 
podem morder e causar sintomas de febre, inchaço, ou mesmo contaminar com 
doenças como o tétano. Ambos tipos de serpentes são encontradas em todas as 
regiões brasileiras. 
Existem cerca de 430 espécies de serpentes no Brasil, sendo 12% de importância 
médica. 
 
Características Gerais das serpentes 
- escamas ventrais mais largas; 
- no Brasil, as de importância médica são -> jararacas, cascavéis, corais 
verdadeiras e surucucu pico-de-jaca; 
- possuem um aparato de veneno (glândulas, ducto e dentição/ferrões); 
- duas famílias principais = Elapidae e Viperidae; 
- as víboras neotropicais representadas pelas Jararacas, Surucucus e Cascavéis (a 
última não ocorre na região de Manaus), possuem um sistema de percepção 
térmica constituído pelas fossetas loreais, localizadas entre as narinas e os olhos. 
 
As cobras possuem uma língua bífida que capta micropartículas presentes no ar e 
as conduz ao órgão de Jacobson, que tem a função de interpretar as diferentes 
sensações de odor, como direção de parceiros sexuais, presas e predadores. 
 
Dandara Leal,2023 
2 Dandara Leal,2023 
A mordida (dentição) 
As cobras possuem os dentes 
organizados em diferentes 
arranjos, que resultam em uma 
classificação em quatro 
categorias: áglifas, opistóglifas, 
solenóglifas (ou quinetóglifas) 
e proteróglifas. 
As cobras áglifas, como Cobras-
cipó), Jiboias e Sucuris (gênero 
Eunectes) não possuem presas 
inoculadoras de veneno. Uma 
mordida pode até machucar, 
mas sem risco de 
envenenamento. 
As cobras opistóglifas, como a 
Cobra-papagaio, Falsas-corais e 
outras possuem um par de 
presas na região posterior da 
boca, com sulcos por onde 
escorre o veneno. A mordida 
pode ter consequências leves a 
moderadas, como febre e 
inchaço local, ou graves, como 
morte em crianças. 
As cobras proteróglifas possuem duas presas pequenas na região anterior da boca, 
sulcadas e imóveis. No Brasil, esse é um tipo de dentição exclusivo das Cobras-
corais dos gêneros Micrurus que produzem veneno neurotóxico capaz de causar 
morte em humanos. 
As cobras solenóglifas possuem presas grandes, localizadas na região anterior da 
boca, que se deslocam pela movimentação do osso maxilar durante um bote. Com 
a boca fechada as presas ficam retraídas. No interior dessas presas existe um canal, 
como uma agulha de injeção, por onde o veneno é escoado. Essas presas são 
encontradas em cobras da família Viperidae, representada na região de Manaus 
pela Jararaca Bothrops atrox, e pela Surucucu-pico-de-jaca Lachesis muta. 
Viperidae = jararacas, surucucu pico-de-jaca e cascavél. 
Elipidae – corais. 
 
1) Bothrops (atrox) 
As jararacas vivem em florestas abertas, 
mas podem ser encontradas em invasões 
(causando acidentes). Comprimento até 1 
m em machos e 2,1 m em fêmeas. 
Possuem distribuição em todo o país. 
São os agentes causadores de cerca de 
90% dos acidentes. 
Apresentam hábitos crepusculares, são 
animais de comportamento agressivo 
somente quando ameaçadas. 
A ação do seu veneno é proteolítica, coagulante e hemorrágico. 
A) Manifestações clínicas locais do veneno botrópico 
- dor, calor, rubor e edema!; 
- edema endurecido; 
- dor intensa!; 
- equimose; 
- abcessos; 
- flictenas (seroso ou serohemorrágico). 
 
B) Manifestações sistêmicas 
- Leve = distúrbios de coagulação ou alterações em exames; 
Observação: as lesões ou manifestações 
podem classificar o acidente em graus de 
acordo com os segmentos atingidos. Um a 
dois segmentos é acidente leve, três a 
quatro é moderado e acima de cinco é 
acidente grave. O maior grau prevalece! 
 
 
Dandara Leal,2023 
3 Dandara Leal,2023 
- Moderado = sangramentos locais ou sistêmicos (gengivorragias ou 
hematúria); 
- Grave = edema extenso, IRA, alterações hemodinâmicas (choque, 
rebaixamento de consciência etc.) 
Pacientes que apresentam edema realiza-se a avaliação medindo a circunferência 
entre o membro afetado e o normal (usa a fita métrica ). 
Logicamente o edema diminui a circulação local o que pode levar a uma necrose 
tecidual, em alguns casos, pode ser feito Faciotomia no membro. 
A maioria dos casos vão de leve a moderado. 
 
C) Antiveneno ( anti-botrópico/ SAB) 
- Casos leves = 2 a 4 ampolas (3 amp) 
- Casos moderados = 4 a 8 ampolas (6 amp) 
- Casos graves = 12 ampolas (12 amp) 
Os soros são aplicados via EV, em caso de piora do quadro clínico, adiciona-se 
mais ampolas (acidente eleva seu grau). A avaliação para verificar a evolução do 
quadro deve ser feita em torno de 6 a 12h após administração do soro (serve pra 
todos os casos de ofidismo). 
Os cuidados de enfermagem em caso de flictenas → aspirar com agulha de insulina 
o conteúdo, JAMAIS estoura/traumatizar, aspire sempre que houver conteúdo 
(todos os casos de ofidismo). 
 
2) Lachesis (surucucu) 
Animal raro de causar acidentes visto que 
vive dentro de florestas densas e nativas 
(mata fechada). 
Conhecida como surucucu pico-de-jaca, 
Possui comportamento pacífico, habita 
locais sem interferência humana. 
Chega a 3m de comprimento e seus 
filhotes já nascem com cerca de 1 metro. 
Seu veneno tem como principal 
característica a Neurotoxicidade 
causando síndrome vagal no acidentado, além de também ser proteolítico, 
coagulante e hemorrágico. 
ATENÇÃO não existe envenenamento leve em acidente com lachesis/surucucu. 
A) Manifestações locais do veneno da surucucu 
- sangramentos; 
- dor intensa!; 
- equimose; 
- flictenas; 
- edema extenso. 
 
B) Manifestações Sistêmicas 
- Acidente moderado = sudorese profunda, dor local intensa. 
- Acidente grave = hipotensão, tontura, visão turva, diarreia, dor abdominal 
síndrome vagal, sangramento intracraniano (alterações hemodinâmicas). 
 
C) Antiveneno (anti-laquético SAL/ SALB) 
- Caso moderado = 10 ampolas 
- Caso grave = 20 ampolas 
 
 
Dandara Leal,2023 
4 Dandara Leal,2023 
3) Crotalus (cascavel) 
Cascavel- quatro-ventas. 
Encontradas em áreas abertas e 
secas/arenosas do cerrado e 
campinaranas. 
Relatos de acidente em 
Humaitá/Roraima. 
Não apresentam hábitos de ataque. 
Como sempre, se defendem quando se 
sentem ameaçadas. 
O veneno crotálico – edema nas mitocôndrias de fibras musculares esqueléticas, 
causa rabdomiólise. Faz a elevação das creatinoquinases, aldaloses, lactato 
desidrogenase, AST e ALT. Permite a liberação de mioglobinas para o sangue que 
se depositam nos rins, causando lesão nos túbulos renais. 
Seu veneno tem ação coagulante, miotóxica (causa mialgia e sensação de 
anestesia, parestesia) e neurotóxica. Além de também ser nefrotóxico. 
A) Manifestações Locais do veneno crotálico 
- Dor ausente e pouca; 
- Parestesia regional; 
- Edema discreto. 
 
B) Manifestações Sistêmicas 
- Acidente leve = neurotoxicidade discreta, fácies miastênicas (ptose) presente 
ou ausente; 
- Acidente moderado = mialgia discreta, fácies miastênicas,alterações urinárias 
(rabdomiólise, colúria discreta); 
- Acidente grave = mialgia intensa, colúria, anúria ou oligúria, choque. 
c) Antiveneno (Anticrotálico SAC) 
- Casos leves = ampolas 
- Casos moderados = 10 ampolas 
- Casos graves = 20 ampolas 
 
4) Micrurus (Corais) 
Conhecidas popularmente como 
corais. 
Possuem presas frontais 
pequenas e de posição fixa. 
Há cerca de 11 espécies causam 
acidentes. É um animal tranquilo, 
não dá bote, ela morde (rs). A 
maioria das pessoas acidentadas 
não apresentam sinais e sintomas 
pois ela se assusta, morde e foge. 
Casos de picadas são poucos frequentes. 
Possuem coloração aposemática, as corais falsas possuem um veneno de ação 
apenas local. 
Seu veneno pode causar paralisia dos nervos cranianos. 
A) Manifestações locais do veneno elapídico 
- Dor discreta (dormência); 
- Parestesia leve (ptose, flacidez dos mm. da face, oftalmoplegia). 
 
B) Manifestações sistêmicas 
- Todos os acidentes são potencialmente graves = paralisia muscular, 
quadro emético, fraqueza muscular, ptose palpebral, dificuldade para 
manter-se ereto, distúrbios de ventilação (paralisia ventilatória súbita 
precoce em até 12h/24h). 
 
Dandara Leal,2023 
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C) Antiveneno (Soro anti-elapídico SAE) 
- 10 ampolas sempre que houver sinais e sintomas. 
 
 
❖ Escorpionismo 
 Todos os escorpiões são venenosos. 
Tylus → referência ao local de onde o 
veneno se encontra, na ponta da 
calda. 
A localidade onde mais ocorre 
acidentes é no Nordeste (pasme, o 
Nordeste é a região com maior 
ocorrência de acidentes, seguida do 
Sudeste e Centro-Oeste). 
São acidentes de alta frequência e gravidade. 
Espécies mais encontrada: T. serrulatus ( alto óbito em crianças); T. bahiensis, T. 
sitgmurus. 
As picadas atingem predominantemente os membros superiores, 65% dos quais 
acometem são mão e antebraço. 
Os escorpiões são animais carnívoros se alimentando principalmente de insetos, 
como grilos e baratas. 
Possuem hábitos noturnos, de dia se escondem sob pedras, troncos, entulhos, 
telhas etc. 
O seu veneno tem ação sobre complexos de canais de sódio causando 
despolarização das terminações nervosas pós ganglionares → liberação de 
catecolaminas e acetilcolina. 
A) Manifestações Clínicas 
- Acidentes Leves = manifestações locais como dor, edema discreto, 
parestesia, hiperemia, sudorese local e piloereção local. 
- Acidentes Moderados = dor intensa local, sudorese, náuseas e vômitos, 
hipertensão arterial, taquicardia, taquipneia, agitação. 
- Acidente Grave = sudorese profunda, vômitos incoercíveis/profundos, 
salivação excessiva, alternância de agitação com prostração, sonolência, 
bradicardia, IC, edema agudo pulmonar, choque, convulsões, coma, 
sudorese generalizadas, espasmos musculares, hipotermia, hiperpnéia, 
alterações no ECG. 
 
B) Antiveneno (SAEEs) 
- Casos leves = não realiza; 
- Casos moderados = 2 a 3 ampolas de SAEEs/ SAAr; 
- Casos graves = 4 a 6 ampolas 
 
 
 
 
❖ Araneísmo 
No Brasil existem três 
gêneros: 
- Phoneutria (armadeira) 
- Loxosceles ( marrom) 
- Latrodectus (viúva negra) 
A aranha marrom ataca 
quando é espremida ou pressionada, igualmente a viúva negra. 
Nas quelíceras estão presentes os ferrões. 
A aranha marrom não é agressiva. 
As famosas caranguejeiras são destituídas de importância médica, sendo 
conhecida a irritação ocasionada na pele e mucosas por causa na pele e mucosas 
por causa dos pelos urticantes (liberam como defesa). 
 
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A) Ação dos veneno da Phoneutria: causam ativação e retardo da inativação 
dos canais neurais de sódio. 
- Acidentes Leves = sintomatologia local, dor, edema, eritema, sudorese, 
pode haver taquicardia e agitação. 
- Acidentes Moderados = taquicardia, hipertensão arterial, sudorese, 
agitação, vômitos e sialorreia. 
- Acidentes graves = sudorese profunda, sialorreia, vômitos frequentes, 
diarreia, priapismo, hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque, 
edema pulmonar, arritmia. 
 
B) Ação do veneno da Loxosceles: forma mais grave de araneísmo, veneno 
atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente, do 
endotélio vascular e hemácias. Causando hemólise, alterações na 
coagulação, processo inflamatório, obstrução dos vasos, edema, 
hemorragia e necrose focal. 
- Forma cutânea = dor, edema endurecido e eritema local, equimose, 
palidez cutânea, bolha, vesículas e necrose. Em 24h/72h acentua-se para 
bolha, queimação, lesões hemorrágicas focais, áreas pálidas de isquemia 
(placa marmórea) e necrose (12 dias). 
- Forma cutânea – visceral = manifestações clínicas devido hemólise como 
icterícia, oligúria, anúria, alterações laboratoriais. 
 
C) Ação do veneno da Latrodectus: atua sobre terminações nervosas 
sensitivas do SNA, causa sensação de queimação local. 
- Acidentes leves = edema discreto, sudorese, dor em MMII, parestesia, 
tremores e contraturas; 
- Acidentes moderados = dor abdominal, sudorese, mialgia, dificuldade de 
deambulação, cefaleia, tontura e hipertermia. 
- Acidentes graves = taqui ou bradicardia, hipertensão, taqui ou dispneia, 
náuseas, vômitos, priapismo, retenção urinária. 
D) Antiveneno (SAAr) 
- Phoneutria = casos leves observação de 6h, casos moderados de 2 a 4 
ampolas de SAAr; casos graves de 5 a 10 ampolas de SAAr 
- Loxosceles = casos leves observação de 72h, casos moderados 5 
ampolas de SAAr, casos graves 10 ampolas de SAAr. 
- Latrodectus = casos leves tratamento sintomático, casos moderados 1 
ampola de SALatr*, casos graves 1 a 2 ampolas de SALatr. 
SALatr → soro antilatrodético. 
 
 
❖ Himenopterismo 
Os únicos insetos que possuem ferrões 
verdadeiros são de três famílias: 
- Apidae (abelhas) 
- Vespidae (vespas/cabas) 
- Formidae (formigas) 
Acidentes que provocam reação de hipersensibilidade que podem agravar para 
óbito (ataque maciço). 
A) Acidentes com abelhas 
Seu veneno possue enzimas como hialuronidases e fosfolipases, além de 
peptídeos ativos, histamina, agentes bloqueadores neuromusculares, a 
picada resulta em uma reação alérgica ou, em grande número, pode ser 
tóxica causando até mesmo hipotensão, edema de laringe ou de epiglote. 
 
B) Acidentes por vespas 
Não deixam o ferrão no local da picada, seu veneno tem ação semelhante 
aos das abelhas. 
 
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C) Acidente por formigas 
Sua picada pode ser dolorosa e causar anafilaxia, necrose e infecções 
secundária. Ex: formigas de fogo e saúvas. 
 
 
D) Manifestações Clínicas 
- Reação de hipersensibilidade 
- Reação tóxica sistêmica por intoxicação histamínica, apresentando rubor, 
calor generalizado, hipotensão, cefaleia, vômito, dor abdominal, 
broncoespamos. 
 
 
E) Tratamento 
- O ferrão é retirado com técnica de raspagem 
- Uso de anti-histamínico e corticoesteróides 
- Analgesia 
- Em caso de hipotensão → expansão com cristalóides 
- Avaliar a necessidade de diálise e/ou ventilação mecânica. 
 
❖ Erucismo / Lepidopterismo 
Acidentes causados por insetos 
pertencentes a ordem Lepidóptera, tanto na 
forma 
larvária como na forma adulta. 
O contato com esse animal pode causar 
dermatite urticante (contato com lagartas 
urticantes ou contato com cerdas de 
mariposa), além de periartrite falangeana 
por pararama e síndrome hemorrágica por Lonomia. 
Erucismo -> acidente com a larva 
Intoxicação em decorrência de contato com lagartas ou pupas, formas adultas (ex: 
mariposas). 
Em geral, são casos de curso benigno e agudo, exceto acidentes com Lonomia. 
A) Ações do veneno 
Atribui-se ação aos líquidos da hemolinfa e da secreção das espículas, 
tendo a histamina como principal componente. 
 
B) Manifestações (predominantemente dermatológicas) 
- Erucismo (contato com as larvas)→ locais são dor em queimação intensa 
com irradiação, discreto prurido, edema, eritema, lesões puntiformes, 
vesiculação, flictenase necrose; sistêmicas são síndrome hemorrágica, 
cefaleia, mal estar, náusea, dor abdominal, epistaxe, hematêmese, 
hemoptise, hemorragia intracraniana. 
- Lepidopterismo (cerdas das mariposas) → locais são dermatite pápulo-
pruriginosa, necrose cutânea, comprometimento ocular (ceratite e irite). 
 
C) Tratamento 
- Acidentes com Lepidópteros não possuem conduta terapêutica específica; 
- Uso de anti-histamínicos, compressas frias, corticoides tópicos; 
- Acidentes com Lonomias → casos leves o tratamento é sintomático, casos 
moderados (sangramento em pele/mucosas) administra-se 5 ampolas de 
SALon; casos graves (sangramentos viscerais) são 10 ampolas de SALon. 
- Repouso e tratamento sintomático. 
 
D) Condutas 
- Lavagem com água fria; 
- Compressas frias; 
 
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- Elevação do membro acometido; 
- Retorno ao atendimento hospitalar em casos de sangramentos em 48h. 
 
 
❖ Ictismo 
Acidentes humanos provocados por peixes marinhos ou fluviais. 
Acidentes passivos → ingestão; 
Acidentes ativos → ferroadas e mordeduras (animais peçonhentos) 
Acidentes sarcotóxicos correspondem a ingestão de peixes e frutos do mar 
venenosos. 
Acidentes Acantóxicos - traumatizam e necrosam, ou seja, tem caráter necrosante 
e a dor é proeminente. 
O veneno das arraias é termolábil (por isso fazer xixi diminui momentaneamente a 
dor local). 
As arraias possuem em sua cauda a canaleta em que escondem o ferrão 
retrosserilhado com muco impregnado. 
 
A) Manifestações Clínicas Locais 
- Ferimento puntiforme ou lacerante; 
- Dor imediata e intensa (horas ou dias); 
- Eritema e edema ao nível local ou no membro todo; 
- Infecção bacteriana secundária; 
- Abcesso e necrose. 
 
B) Manifestações Clínicas Sistêmicas 
- Fraqueza; 
- Sudorese; 
- Náuseas; 
- Vômitos; 
- Vertigens; 
- Hipotensão; 
- Choque; 
- Óbito. 
 
C) Tratamento 
- Não existe antiveneno; 
- Lavagem intensa do local da lesão 
- Compressas MORNAS (trina a quarenta e cinco graus celsius) durante 30 
a 60 minutos; 
- Anestésicos locais e se necessário sistêmicos; 
- Antibioticoterapia. 
 
 
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 
1) Dor aguda 
2) Risco de sangramento 
3) Integridade tissular/ da pele prejudicada 
4) Risco de infecção 
5) Volumes de líquidos excessivos 
6) Troca de gases prejudicada 
7) Hipertermia 
8) Confusão aguda 
Referências: SACHETT, J. A. G. Guia para tratamento dos acidentes ofídicos [Livro eletrônico]/ 
Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett, Fan Hui Wen, Wuelton Marcelo Monteiro. – Manaus, AM: 
Ed. do Autor, 2022. PDF. 
Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2™ ed. - Brasília: 
Fundação Nacional de Saúde, 2001.