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creo DESTAQUES SEÇÕES Ano 23 - Nº- 270 Novembro de 2022 Capa Foto: Deposit Photos As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas. Editorial 6 Informações 8 Interface 62 Em Rede 66 Segurança 68 Produtos 70 Atendimento ao leitor 71 Publicações 73 Índice de anunciantes 73 ISP em Foco 74 Edge data centers Com a entrada do 5G e novas aplicações, será cada vez mais importante a redução de latência e aumento de capacidade de processamento de dados com as soluções descentralizadas e definidas por software (NFV e SDN). ESPECIAL 24 Guia de racks para LANs, servidores e acessórios Seja numa empresa, num data center hyperscale ou num site edge remoto, os racks e gabinetes são essenciais para assegurar o adequado desempenho da rede e dos equipamentos que rodam as aplicações SERVIÇO 30 Benefícios das microrredes para os data centers A técnica utiliza análises avançadas para gerenciar de forma inteligente ativos energéticos como grupos geradores, resfriamento e energias renováveis, bem como a forma de otimizar o design através de estudos de viabilidade. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 34 Uso de CFD para analisar eficiência em data center hyperscale sem piso elevado Sistemas que antes eram adequados para data centers de médio e grande portes se mostram ineficientes quando aplicados em data centers hyperscale. O CFD permite analisar o impacto de cada elemento nesse cenário, como o piso elevado para insuflamento de ar frio. CLIMATIZAÇÃO 46 Importância do edge computing para o metaverso Para proporcionar as melhores experiências no metaverso, a infraestrutura de processamento de dados precisa garantir alta conectividade, baixa latência e serviços de computação e armazenamento virtualizados. Nesse cenário, os recursos de edge computing ganham destaque. CONECTIVIDADE 50 Guia de switches para LAN e comutadores KVM O guia traz a relação de fabricantes e importadores de switches para transporte, acesso, redes locais e data centers, além de aplicações industriais e KVM, com os respectivos recursos e funcionalidades, como número de portas e capacidades. SERVIÇO 54 Benefícios e desafios das redes virtuais A virtualização irá transformar radicalmente a forma como as redes de telecomunicações são construídas e operadas. Tecnologias como a SDN – Software Defined Network e o NFV – Network Function Virtualization despontam como opções para provedores e operadoras. TECNOLOGIA 56 Tipos de cabos e seu comportamento em eventual incêndio A segurança dos cabos internos utilizados em edifícios e locais com grande circulação de pessoas ganha cada vez mais importância. Definir o tipo de cabo a ser adotado na edificação é fundamental para a proteção da infraestrutura, bem como entender suas características de flamabilidade, densidade e toxidez da fumaça. CABEAMENTO ESTRUTURADO 60 Destaques.pmd 03/11/2022, 09:073 creo EDITORIAL RTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias deRTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias deRTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias deRTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias deRTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de comunicação, écomunicação, écomunicação, écomunicação, écomunicação, é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda.Aranda Editora Técnica Cultural Ltda.Aranda Editora Técnica Cultural Ltda.Aranda Editora Técnica Cultural Ltda.Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência:Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência:Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência:Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência:Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica. ISSN 1808-3544ISSN 1808-3544ISSN 1808-3544ISSN 1808-3544ISSN 1808-3544 Com o aumento exponencial de processamento de dados gerado pelos novos serviços digitais, impulsionados pela expansão do 5G e IoT – Internet das Coisas, o conceito do data center monolítico como conhecemos hoje tende a evoluir para um modelo descentralizado, em que parte das aplicações fica na nuvem e parte fica distribuída em micro data centers localizados perto do usuário (edge computing ou computação na borda), a fim de garantir baixas latências de resposta. Na agricultura de precisão, por exemplo, máquinas inteligentes precisam de reação imediata para atuar. Enviar as informações de telemetria ou posicionamento geográfico até um data center central e aguardar o retorno dos comandos levaria um tempo muito maior do que o processamento local, realizado no servidor da fazenda. Mas com o restante das informações e plataformas hospedadas na cloud centralizada, ambas as abordagens (edge e core) podem atuar em conjunto e alimentar o sistema como um todo. Na mineração, que se baseia em operações localizadas em áreas distantes das grandes cidades, o fluxo de informações para servidores remotos pode ser um grande problema e de alto custo. Com o edge computing, os processos analíticos instantâneos ajudam na tomada de decisões sem a preocupação da conectividade de rede. Com a tendência da descentralização, o mercado vem se empenhando em oferecer soluções capazes de acompanhar esses movimentos. Como mostra a reportagem especial que começa na página 24, o futuro caminha para as soluções abertas, que permitem implantar soluções virtualizadas em cima de servidores padrão, capazes de lidar com um crescente volume de dados. No aspecto de infraestrutura, os servidores na ponta precisarão de um ambiente capaz de assegurar qualidade e resiliência na unidade de processamento, seja ela um único rack ou um contêiner. Investimentos expressivos previstos para o setor mudarão o perfil do ecossistema de data centers nos próximos anos. Para a consultoria norte- americana Medium, 75% dos sistemas corporativos serão processados em data centers implementados na borda da rede até 2025. Há um grande potencial de negócios. Também na reportagem especial, vale a pena conhecer o case da M4RD Telecom, uma nova empresa que está construindo um edge data center em Manaus, AM. O objetivo é oferecer colocation, nuvem, backup e redundância não apenas às empresas da cidade, mas também às corporações de outras localidades que precisam ter um POP – ponto de presença na região. Antes mesmo de ser inaugurado, a M4RD já tem vários clientes na fila de espera para contratar os serviços. Edge data centers Sandra Mogami – Editora sm@arandaeditora.com.br ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA.ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA.ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA.ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA.ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA. Diretores:Diretores:Diretores:Diretores:Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves, e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) R E D A Ç Ã OR E D A Ç Ã OR E D A Ç Ã OR E D A Ç Ã OR E D A Ç Ã O : DiretorDiretorDiretorDiretorDiretor: José Rubens Alves de Souza (in memoriam) Jornal i s ta responsável :Jornal i s ta responsável :Jornal i s ta responsável :Jornal i s ta responsável :Jornal i s ta responsável : Sandra Mogami (MTB 21.780) Repórter:Repórter:Repórter:Repórter:Repórter: Fábio Laudonio (MTB 59.526) SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISAS:SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISAS:SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISAS:SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISAS:SECRETÁRIADE REDAÇÃO E PESQUISAS: Milena Venceslau PUBLIC IDADE NACIONAL:PUBLIC IDADE NACIONAL:PUBLIC IDADE NACIONAL:PUBLIC IDADE NACIONAL:PUBLIC IDADE NACIONAL: Gerente comerc ia lGerente comerc ia lGerente comerc ia lGerente comerc ia lGerente comerc ia l: É lc io S. Cavalcant i C o n t a t o s :C o n t a t o s :C o n t a t o s :C o n t a t o s :C o n t a t o s : Rodrigo Lima (rodrigo.lima@arandaeditora.com.br) Cibele Tommasini (cibele.tommasini@arandaeditora.com.br) R E P R E S E N T A N T E SR E P R E S E N T A N T E SR E P R E S E N T A N T E SR E P R E S E N T A N T E SR E P R E S E N T A N T E S : Minas Gerais: Minas Gerais: Minas Gerais: Minas Gerais: Minas Gerais: Oswaldo Alipio Dias Christo Rua Vila Rica, 1919, cj. 403 – 30720-380 – Belo Horizonte Tel.: (31) 3412-7031 – Cel.: (31) 9975-7031 – oadc@terra.com.br Paraná e Santa Cata r ina : Paraná e Santa Cata r ina : Paraná e Santa Cata r ina : Paraná e Santa Cata r ina : Paraná e Santa Cata r ina : Romildo Bat ista Rua Carlos Dietzsch, 541, cj. 204 – Bloco E – 80330-000 – Curitiba Tel.: (41) 3501-2489 – Cel.: (41) 99728-3060 – romildoparana@gmail.com Rio de Jane i ro e In te r io r de São Pau lo : R io de Jane i ro e In te r io r de São Pau lo : R io de Jane i ro e In te r io r de São Pau lo : R io de Jane i ro e In te r io r de São Pau lo : R io de Jane i ro e In te r io r de São Pau lo : Gui lherme Carvalho Tel. (11) 98149-8896 guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br R io Grande do Sul :R io Grande do Sul :R io Grande do Sul :R io Grande do Sul :R io Grande do Sul : Maria José da Si lva Tel.: (11) 2157-0291 – Cel.: (11) 98179-9661 – maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTIS ING SALESINTERNATIONAL ADVERTIS ING SALESINTERNATIONAL ADVERTIS ING SALESINTERNATIONAL ADVERTIS ING SALESINTERNATIONAL ADVERTIS ING SALES R E P R E S E N T A T I V E SR E P R E S E N T A T I V E SR E P R E S E N T A T I V E SR E P R E S E N T A T I V E SR E P R E S E N T A T I V E S China:China:China:China:China: Mr. Weng Jie – Zhejiang International Adv. Group – 2-601 Huandong Gongyu, Hangzhou Zhejiang 310004, China Tel.: +86 571 8515-0937 – jweng@foxmail.com Germany:Germany:Germany:Germany:Germany: IMP InterMediaPro e K. – Mr. Sven Anacker – Starenstrasse 94 46D – 42389 Wuppertal Tel.: +49 202 373294 11, sa@intermediapro.de Italy:Italy:Italy:Italy:Italy: QUAINI Pubblicità – Ms. Graziella Quaini Via Meloria 7 – 20148 Milan Tel: +39 2 39216180 – grquaini@tin.it Japan:Japan:Japan:Japan:Japan: Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303, 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073, Japan Tel: +81-(0)3-3263-5065 – e-mail: aso@echo-japan.co.jp Korea:Korea:Korea:Korea:Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn 2nd Fl., ANA Building, 257-1 Myeongil-Dong, Gangdong-gu Seoul 134-070 Tel: +82 2 481-3411 – jesmedia@unitel.co.kr Spain:Spain:Spain:Spain:Spain: GENERAL DE EDICIONES – Mr. Eugenio A. Feijoo C/Juan de Olia, 11-13, 2a. Planta 28020 Madri Tel: +34 91 572-0750 – gee@gee.es SwitzerlandSwitzerlandSwitzerlandSwitzerlandSwitzerland: Mr. Rico Dormann, Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon Tel: + 41 1 720-8550 – beatrice.bernhard@rdormann.ch Taiwan:Taiwan:Taiwan:Taiwan:Taiwan: WORLDWIDE S Services Co. Ltd. – Mr. Robert Yu 11F-B, No 540, Sec. 1, Wen Hsin Road, Taichung Tel: +886 4 2325-1784 – global@acw.com.tw UK:UK:UK:UK:UK: Robert G Horsfield International Publishers – Mr. Edward J. Kania Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA Tel.: (+44 1663) 750-242, Cel.: (+44 7974) 168188 – ekania@btinternet.com USAUSAUSAUSAUSA: Ms. Fabiana Rezak - 2911 Joyce Lane, Merryck, NY 11566 USA Tel.: +(1) 516 476-5568 – arandausa@optonline.net A D M I N I S T R A Ç Ã OA D M I N I S T R A Ç Ã OA D M I N I S T R A Ç Ã OA D M I N I S T R A Ç Ã OA D M I N I S T R A Ç Ã O : D i re to r admin i s t ra t i vo :D i re to r admin i s t ra t i vo :D i re to r admin i s t ra t i vo :D i re to r admin i s t ra t i vo :D i re to r admin i s t ra t i vo : Edgard Laureano da Cunha Jr . C I R C U L A Ç Ã OC I R C U L A Ç Ã OC I R C U L A Ç Ã OC I R C U L A Ç Ã OC I R C U L A Ç Ã O : São Paulo:São Paulo:São Paulo:São Paulo:São Paulo: Clayton Santos Delfino - tel. (11) 3824-5300 e 3824-5250 ASSISTENTES DE PRODUÇÃO:ASSISTENTES DE PRODUÇÃO:ASSISTENTES DE PRODUÇÃO:ASSISTENTES DE PRODUÇÃO:ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva PROJETO VISUAL GRÁFICO, D IAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃOPROJETO VISUAL GRÁFICO, D IAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃOPROJETO VISUAL GRÁFICO, D IAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃOPROJETO VISUAL GRÁFICO, D IAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃOPROJETO VISUAL GRÁFICO, D IAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO E L E T R Ô N I C AE L E T R Ô N I C AE L E T R Ô N I C AE L E T R Ô N I C AE L E T R Ô N I C A Estúdio AP S E R V I Ç O SS E R V I Ç O SS E R V I Ç O SS E R V I Ç O SS E R V I Ç O S : Impressão:Impressão:Impressão:Impressão:Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distr ibuição:Distr ibuição:Distr ibuição:Distr ibuição:Distr ibuição: ACF - Ribeiro de Lima/Intercourier Editorial.pmd 31/10/2022, 18:226 creo 8 – RTI – NOV 2022 IN FO R M A Ç Õ E S Aspeal propõe rede de posteamento exclusiva para telecomunicações A ocupação de postes é hoje um dos maiores desafios para a expansão dos serviços de banda larga. Mas surge agora uma nova proposta que poderá amenizar os conflitos de compartilhamento entre provedores de Internet e distribuidoras de energia. A Aspeal – Associação de Provedores do Estado de Alagoas elaborou um projeto inédito, batizado com o nome de Alagoas Conectada, que prevê a criação de uma rede de posteamento exclusiva para telecomunicações. O custo inicial é de R$ 60 milhões para a instalação de 40 mil postes na capital Maceió, que seria feito por uma PPP – Parceria Público-Privada. “O governo do Estado de Alagoas já sinalizou o interesse em arcar com os investimentos tendo como contrapartida a instalação de câmeras de monitoramento pela cidade e uso da fibra para o tráfego das imagens”, afirma Angelo Rosa, presidente da Aspeal, entidade criada há três anos e que congrega hoje cerca de 60 provedores regionais. A proposta foi apresentada em um evento realizado no final de setembro em Maceió com a presença de autoridades do governo de Alagoas, a exemplo dos secretários da Fazenda (Sefaz), George Santoro; e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Silvio Bulhões, além de órgãos reguladores e representantes da empresa Equatorial Energia. “Reforçamos a importância de uma infraestrutura independente e segura para levar a fibra óptica até a população e também permitir ampliação dos serviços 5G, uma vez que, além dos provedores, a rede poderá ser usada pelas operadoras e outras entidades”, diz. A parte privada da PPP ficaria a cargo de uma cooperativa ou empresa de sociedade anônima, remunerada de forma sustentável com a receita futura dos aluguéis dos postes. Atualmente os provedores de Alagoas pagam R$ 6,28 pelo poste à Equatorial Energia. A estimativa é que a PPP poderia cobrar menos da metade de valor, no máximo cerca de R$ 3,00. “As concessionárias cobram o quanto querem e fazem reajustes pelo IGPM. Os provedores não podem repassar esses custos para o assinante”, diz. Recentemente, a Equatorial Energia, sem prévia comunicação, causou transtornos e prejuízos das manutenções e retiradas de postes da concessionária , o que levou a cortes na conexão de Internet de centenas de clientes. “Apresentamos a ideia do posteamento para a distribuidora e a aceitação foi muito positiva”, diz o presidente. Isto porque o setor elétrico também tem seus problemas em decorrência do compartilhamento do poste. Além das dezenas de cabos irregulares, a empresa de energia sofre transtornos como acidentes e reclamações que muitas vezes não estão relacionadas ao serviço de eletricidade. A Anatel e Aneel também não se pronunciaram contra a ideia, uma vez que os novos postes não conduzem eletricidade. E exatamente por isso, o trabalho se torna mais seguropara os técnicos, sem riscos de choques pela proximidade com a rede elétrica. “Ao contrário dos eletricistas das concessionárias, bastante especializados, os provedores não têm muitos recursos para investir em treinamentos. Por isso, são comuns os acasos de graves acidentes e até mortes”, diz. A ideia é que os postes de telecomunicações fiquem do outro lado da rua, bem longe portanto das linhas de alta tensão. Ao contar com um poste exclusivo para fibra óptica, o número de pontos de fixação poderá aumentar de forma significativa, hoje limitados em seis operadoras. “Podemos ter até 40 empresas ocupando o mesmo poste”, afirma o executivo. E as alturas podem ser elevadas para evitar constantes abalroamentos dos cabos por caminhões que trafegam pelas ruas da cidade. Certamente os projetos de compartilhamento de postes deverão ser realizados e aprovados pela empresa responsável, assim como é feito hoje. Um outro diferencial é que os próprios provedores façam a fiscalização. “Em cada poste, uma etiqueta com QR Code indicará todos os ocupantes da rede, que poderá ser acessado e confrontado a qualquer momento”, diz. A transferência das redes é trabalhosa e demanda tempo, mas a própria distribuidora tem feito um trabalho de substituição de postes na cidade. Nessas ocasiões, o provedor já poderia fazer a mudança dos cabos e equipamentos. Na opinião do presidente da Aspeal, a poluição das redes aéreas tende a melhorar, embora muitos pensem o contrário. “Há toneladas de fios e equipamentos em desuso que as grandes operadoras nunca retiraram. Ao organizar as redes, ficará mais fácil evitar cabos clandestinos. Os provedores também podem agora se motivar a regularizar a situação, com custos menores e maior facilidade de aprovação dos projetos”, afirma. Segundo Angelo Rosa, o município de Tobias Barreto, no Sergipe, a empresa de energia não permite o uso dos postes. Então cada provedor tem seu próprio poste. “Em uma única esquina, contei cinco postes de provedores locais e um da Oi. Apesar disso, não há impacto visual. Com o Alagoas Conectado, vamos evitar de chegar a essa situação de ter um poste para cada um”, diz. Estima-se que existam cerca de 400 provedores regularizados em Alagoas. A Aspeal representa um segmento que já soma 70% do mercado de Internet. Com o sucesso do projeto em Maceió, a ideia é replicar para outros municípios do estado. Aspeal - http://interneturbana.com.br/aspeal/ Angelo Rosa, presidente da Aspeal: fim dos conflitos com as distribuidoras Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:338 creo 9 – RTI – NOV 2022 Cirion aposta na oferta de edge computing no Brasil A Cirion Technologies, nova empresa criada com o spin off das operações da Lumen Latam, após a conclusão da venda para fundo de investimentos Stone Peak, em agosto último, prevê investimentos de US$ 4 bilhões nos próximos anos para expandir sua rede, data centers e portfólio de serviços. “Com a transição, teremos muito mais capacidade de investimentos do que tínhamos antes, pois a empresa é focada na América Latina”, diz Fabiano de Oliveira, diretor de vendas da Cirion. A Cirion já nasce como uma provedora de infraestrutura digital e tecnologia para o mercado corporativo de médio e grande portes. Possui uma estrutura sólida no Brasil e América Latina, que conta com 86 mil km de fibra terrestre e submarina, 18 data centers (três no Brasil, Rio de Janeiro, Curitiba e Cotia, SP) e 4,3 mil interconexões de rede, atendendo a mais de 6,4 mil clientes. Cerca de 2 mil funcionários que faziam parte da organização (regionalmente ou nos Estados Unidos) também foram transferidos para a Cirion. Entre as novidades está o lançamento de serviços de edge computing em Fortaleza, CE, expandindo para Brasília, Porto Alegre e Curitiba no próximo ano. “Ofertaremos serviços de nuvem, cloud backup e bare metal utilizando estruturas de data centers de parceiros locais”, afirma. Além do crescimento orgânico, a empresa também avalia possíveis aquisições para expansão da rede de fibra no Brasil. Cirion – Site: https://ciriontechnologies.com/pt/ HC testa rede privativa 5G para melhorias em serviços na saúde O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), em parceria com um ecossistema diversificado de tecnologia, telecomunicações, governo, universidade e instituição financeira, anuncia o lançamento de sua rede privativa 5G para testes de conectividade avançada na saúde. Numa iniciativa do InovaHC, núcleo de inovação do maior complexo hospitalar da América Latina, o projeto OpenCare 5G é coordenado pela Deloitte e tem a participação do Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, TIP - Telecom Infra Project, ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Esta é a primeira rede 5G brasileira na saúde com a adição de dois conceitos inovadores. A rede privativa, uma faixa de frequências dedicada para tráfego exclusivo de empresas, não concorre com a ocupação da rede pública de telefonia celular dos consumidores finais. O conceito de Open RAN, do inglês Open Radio Access Networks ou Rede de Acesso de Rádio Aberto, flexibiliza a combinação de diversos provedores de soluções, permite a participação de novos entrantes de tecnologias e entrega uma solução de conectividade mais customizada. Marco Bego, Diretor Executivo do InovaHC, destaca o caráter inovador do projeto e os ganhos para a sociedade. “Ao utilizar casos reais de atendimento à saúde, estamos entendendo como a conectividade do 5G em Open RAN poderá ser um habilitador de serviços em diversas áreas da medicina, colaborando para melhorar a jornada do paciente e prover mais qualidade e acesso aos serviços de saúde.” Além de criar um ambiente para testes de 5G aplicável em diversos casos de saúde no HC, o OpenCare 5G atraiu investidores dos setores de tecnologia, telecomunicações e indústria farmacêutica, promove pesquisas na medicina e engenharia e fomentará o ecossistema de tecnologia nacional, por meio das medtechs e healthtechs. A Deloitte está coordenando o projeto. Marcia Ogawa, sócia-líder da Indústria de Tecnologia, Mídia e Telecom da Deloitte, analisa como tem sido o trabalho com o ecossistema de empresas ao longo destes 12 meses de trabalho. “A interação entre as empresas envolvidas é fundamental para a troca de conhecimento em uma nova forma de prover serviços de telecomunicações e saúde. Vimos importantes avanços e temos convicção que serão importantes para a atração de investimentos para as próximas etapas do projeto, que envolvem a ampliação do acesso à rede pública para democratização de exames, dentre outros aspectos”, destaca Marcia. Especializada em tecnologia médica, a Siemens Healthineers utiliza a oportunidade para entender o comportamento de suas soluções na rede 5G e a evolução da conectividade remota dos equipamentos. “Os equipamentos de ultrassonografia portátil já são empregados em atendimento a populações ribeirinhas. A cooperação remota entre médicos para equipamentos de imagem já faz Ultrassom portátil para uso em localidades remotas: comunicação via 5G com médicos especialistas Fabiano de Oliveira, diretor de vendas da Cirion: maior capacidade de investimentos Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:349 creo 10 – RTI INFORMAÇÕES parte da nossa linha de serviços e a escalabilidade é o próximo passo para poder impactar positivamente a vida dos pacientes”, comenta Armando Lopes, diretor geral da área de Imagem e Digitalização da Siemens Healthineers para a América Latina. O Itaú Unibanco disponibilizou pela primeira vez espaço em seu data center para abrigar uma solução não relacionada ao setor financeiro. “É uma mudança de paradigma para nós a entrada de um parceiro externo em nosso data center de alta disponibilidade. Estamos muito contentes em compartilhar a nossa expertise em tecnologia para viabilizar um projeto inovador em saúde, em linha com nossas diretrizes de provocar um impacto social positivo na vida das pessoas”,explica Fábio Napoli, diretor de tecnologia no Itaú Unibanco. Dentro das dependências do Hospital das Clínicas foram instaladas duas antenas 5G em ambientes distintos. Seguindo o conceito de Open RAN, parte da solução está hospedada no ambiente do HC e o controle da rede no data center do Itaú. Em uma das salas são utilizados equipamentos de ultrassom e de tomografia, e em outra sala ocorre a coordenação remota da execução dos exames. Os testes iniciais se mostraram promissores. O 5G privativo entregou taxas de latência (atraso na transmissão dos dados de uma ponta a outra) em torno de 20 ms e sustentou banda acima de 300 Mbit/s. Esses resultados só eram possíveis anteriormente em redes cabeadas. Latências maiores acarretariam perda de sincronismo entre quem coordena e quem executa a atividade médica, impedindo uma comunicação efetiva. Para atingir o objetivo de universalização do atendimento remoto de saúde universal, o projeto OpenCare 5G foi concebido com duas etapas de expansão. Após a conclusão do piloto dentro das dependências do HC, será executado um teste com o atendimento remoto em uma cidade do interior do estado de São Paulo para uma experiência real de condução de atividades em áreas urbanas. Desta experiência, prevê-se uma expansão em escala nacional, com centros regionais de apoio aos profissionais de saúde. De igual maneira, será executado um piloto em área remota do país na região amazônica para o entendimento da adaptação do teleatendimento em situações com menos infraestrutura. Com as lições aprendidas, espera-se expansão para demais localidades de perfil demográfico similar. Delloite – Site: https:// www2.deloitte.com/br/pt.html Dicomp aposta em solução XGS-PON A Dicomp, distribuidora de soluções integradas para energia solar, telecomunicações, automação industrial e segurança eletrônica, está apresentando ao mercado a solução Tibit XGS-PON, importada pela Venko Networks, capaz de oferecer velocidade de comunicação de até 10 Gbit/s simétricos. A tecnologia é a principal aposta da empresa para o setor de telecom em 2023, já que garante entrega de desempenho em alta performance para provedores de Internet, descongestionando o tráfego de dados de conexão. Filipe Favoto, CEO da Dicomp: migração progressiva para XGS-PON Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:3410 creo 12 – RTI – NOV 2022 INFORMAÇÕES “A solução permite uma migração gradual de tecnologia, aproveitando a infraestrutura PON já instalada”, diz Filipe Favoto, CEO da Dicomp. Segundo ele, com o Tibit, a migração pode ser realizada de forma progressiva. Por exemplo, pode se iniciar com planos dedicados, como empresariais. “O provedor hoje está sendo muito pressionado para reduzir custos, enquanto os planos praticamente não sofreram nenhum reajuste nos últimos anos. Então, estamos vendo um cenário complexo para o provedor e para as operadoras, que precisam manter a competitividade, mas ao mesmo tempo precisam estar atentos às novas tecnologias”, diz. Com o microplugue da Tibit, basta o provedor colocar o microplugue no switch com porta de 10 Gbit/s para começar a oferecer as novas velocidades, sem precisar trocar equipamentos ou componentes da rede óptica. “Em uma mesma rede é possível trafegar sinais XGS-PON e GPON”, afirma. Sediada em Maringá, PR, com filial na China, centro de distribuição no Paraguai e em Itajaí, SC, a empresa atingiu em 2021 a marca de 70 mil km de fibra óptica comercializadas, período em que alavancou seu crescimento e pode explorar novas verticais, como o mercado de energia solar on e off-grid. Em sintonia com a expansão, a companhia prevê inaugurar sua nova sede tecnológica, em 2023, na cidade de Maringá, além de um novo marketplace com viés cooperativista. Dicomp – Tel. (44) 4009-2826 Site: www.dicomp.com.br CommScope anuncia produção no Brasil em parceria com Infortel A CommScope, fabricante de soluções para redes e conectividade, vai passar a produzir no Brasil sua linha de passivos para FTTH – fiber to the home, como caixas de emenda e CTOs – caixas de atendimento, caixas prediais para edifícios (FTTA), acessórios e em breve a linha de caixas precon – soluções pré-conectorizadas. O acordo de desenvolvimento e fabricação local em O&M foi assinado com a Infortel Telecom, empresa nacional com sede em Canoas, RS. A parceria possibilitará a redução dos custos dos produtos e prazos de entrega. “A pandemia trouxe desafios como aumento dos fretes de importação e desabastecimento de insumos”, diz Sylvio Peres Filho, vice- presidente de Sales Service Providers para o Brasil. Com a nacionalização, a empresa espera aumentar a competitividade no mercado brasileiro, em especial no segmento de provedores de Internet e operadoras. Com sede nos EUA, a CommScope tem unidades de produção na China, México e Europa, onde são confeccionadas as peças em grandes volumes com objetivo de ganhar escala e otimizar a produção. Mas agora, além de fabricar no Brasil, a empresa também terá engenharia local, em conjunto com a Infortel, para atender soluções customizadas. Por exemplo, os clientes demandam cores diferentes para os equipamentos que ficam nas ruas – e assim evitar furtos, uma vez que os produtos são facilmente identificados. “Precisamos estar próximos dos clientes para ter flexibilidade no desenvolvimento e rapidez na fabricação”, afirma o vice-presidente. Para levar adiante a decisão da nacionalização, a CommScope passou a pesquisar os possíveis parceiros OEM no Brasil. “Nosso objetivo era Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:3412 creo 13 – RTI – NOV 2022 encontrar uma empresa que tivesse DNA nesse segmento de conectividade. Que fosse jovem, mas também com conhecimento e engenharia própria, e que compartilhasse dos mesmos princípios éticos. Foi assim que encontramos a Infortel. Foi um casamento perfeito”, conta Peres. A localização geográfica também pesou a favor da empresa gaúcha. “A proximidade do Rio Grande do Sul com os países vizinhos é uma grande vantagem”. Das primeiras negociações até a assinatura do memorando de entendimento foi um longo processo. “A CommScope realizou uma auditoria completa, com diversas análises do parceiro, seja no aspecto Fundada em 1997, a Infortel Telecom conta com planta de 5100 m² e linha de produção composta por máquinas, moldes e equipamentos de alta tecnologia e precisão. O processo de manufatura contempla desde o projeto, construção de molde através de usinagem própria, até a injeção e montagem dos produtos termoplásticos. Recentemente, a empresa anunciou investimentos de R$ 13 milhões na ampliação da capacidade produtiva. O setor de engenharia de qualidade está equipado com equipamentos de medição de alta precisão, capaz de realizar testes de lote com análise de perda de inserção e sinal de retorno dos passivos ópticos. “A CommScope é uma empresa reconhecida no Equipes da CommScope e Infortel Telecom, durante celebração da parceria no Futurecom: produção nacional possibilitará a redução de custos e prazos de entrega financeiro, seja no aspecto de escutar clientes e como estão sendo atendidos. Também foi avaliada sua capacidade técnica de fabricação, um detalhe importante desse segmento de mercado, que usa muito plástico”, diz o executivo. Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:3413 creo 14 – RTI – NOV 2022 INFORMAÇÕES mundo inteiro pela alta qualidade e engenharia, com áreas de pré e pós- vendas extremamente estruturadas. Esperamos contribuir com a parceria, compartilhando nossa experiência com os provedores e somando a realidade técnica do mercado brasileiro com o padrão de qualidade da CommScope. E juntos teremos maior avanço de visibilidade no Brasil e América Latina”, afirma Jocemar Nicolodi, CEO e fundador da Infortel Telecom. CommScope – Site: www.commscope.com Infortel Telecom – Site: https://inforteltelecom.com.br Artic Latam chega ao Brasil com soluções ópticas A Artic Latam, subsidiária regional da Artic Fiber Optic, fabricante de infraestrutura de fibra óptica passiva com produtos e soluções que vão do data centeraté a casa do usuário final, com sede em Hong Kong, está chegando no Brasil. A empresa participou do Futurecom pela primeira vez e em breve vai instalar um escritório no país, provavelmente em São Paulo, além de firmar parcerias com distribuidores para estoque local. A empresa fornece uma linha completa de produtos para cabeamento estruturado, data centers e redes de acesso aéreas e subterrâneas, incluindo microcabos, microdutos e cabos submarinos. Um de seus destaques é o MDUClick, um sistema pré- conectorizado que permite a implantação de redes FTTX dentro de edifícios de forma rápida e 100% eficiente. É composto por caixas principais, intermediárias e terminais interligadas, permitindo o desenho de todos os tipos de redes internas, tanto balanceadas quanto desbalanceadas. “Os cabos drop tipo bullet garantem 100% de eficiência, eliminando falhas durante a conectorização em campo do lado do assinante”, explica Cristian Ramírez, COO da Artic Latam. Um outro destaque é o sistema MultiClick, um sistema pré- conectorizado cujos cabos possuem mais fibras e pode ser utilizado com as mesmas caixas compactas do sistema OneClick (1 fibra) mas em módulos de fibra e conectores de 12 a 24 fibras. Isso permite trabalhar em redes de backbone tanto para FTTX quanto para 5G. “O lançamento do MultiClick é fruto da nossa política de ouvir as necessidades do mercado e oferecer uma resposta tecnológica de ponta que nos permite colaborar com a região, fornecendo infraestrutura de conectividade de qualidade que oferece implantação rápida, segura e eficiente em um menor custo do que os tradicionais”, acrescenta Ramírez. Com o MultiClick, a Artic Latam conseguiu trazer esse cenário de eficiência também para as linhas troncais. São utilizados cabos compactos e se destaca como uma solução leve, pré-conectorizada, de montagem rápida em campo que não requer técnicos especializados ou fusões, o que melhora os tempos de implementação e oferece simplicidade plug&play na implantação. Ambas as soluções são pré-montadas na fábrica e testadas em laboratório. O sistema de microdutos apresentado pela Artic Latam possui, entre outros componentes, microdutos, acopladores, tampas, câmaras de passagem, travas de segurança e guias de by-pass. A tecnologia otimiza espaços e custos, reduzindo obras civis e o investimento necessário para construir redes ópticas urbanas e de longa distância. “Graças a um revestimento antiaderente e micro-ranhuras, podemos ultrapassar 1600 metros de sopro de microcabos sem câmaras intermediárias”. Com escritório em Miami, EUA, a Artic Latam tem o plano de expandir operações para a Argentina, Chile e Uruguai. Artic Latam – Site: https://articlatam.com/ Seal Telecom cresce no Brasil com novas verticais Adquirida em 2021 pela norte-americana Convergint Technologies, a integradora de soluções Seal Telecom, fundada há 25 anos em São Paulo, comemora bons resultados na América Latina. No ano passado, a empresa fechou com receita de R$ 750 milhões. Para este ano, a meta é chegar a R$ 1,3 bilhão. “Em outubro já batemos o valor R$ 1 bilhão em vendas”, diz Tatiana Oliveira Martins, diretora de design de projetos para América Latina. Com um total de 1600 funcionários em mais de 30 escritórios na América Latina, a empresa vem apostando na abertura de novas unidades, como a da Bolívia em 2022 e do Equador, prevista para 2023. Além da expansão Linha de produtos da Artic Latam Tatiana Oliveira Martins, diretora da Seal Telecom: mercado aquecido Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:3414 creo Americanet, Soluções inteligentes para facilitar e aumentar a performance da sua empresa. Oferecemos soluções completas e adequadas para todos os segmentos e tamanhos de empresas. SOLUÇÕES DE DADOS Link Dedicado MPLS Clear Channel PTT Access MVNO Wi-Fi Inteligente SOLUÇÕES DE VOZ PABX 3CX E1 Digital Telefonia Móvel Serviço 0800 Número Nacional Números Virtuais Linhas Digitais 0303 SOLUÇÕES DE SEGURANÇA Firewall Anti DDoS SDWAN Saiba mais em americanet.com.br ou ligue 103 85 Siga a Americanet nas redes sociais creo 16 – RTI – NOV 2022 INFORMAÇÕES geográfica, a Seal está investindo na ampliação do portfólio. A empresa, que começou suas atividades com atuação em áudio e vídeo, hoje atua em diversas verticais, como segurança, automação, broadcast e cibersegurança, com o uso de tecnologias como IoT – Internet das Coisas e IA – inteligência artificial. “Podemos integrar todas as tecnologias para o cliente, como em um data center, salas de comando e controle de operações (NOC e SOC) e ambientes de videomonitoramento”, diz Tatiana. Na pandemia a demanda cresceu de forma significativa para a criação de ambientes de videoconferência. “Todas as empresas precisavam de salas equipadas com recursos de última geração”, afirma. A Convergint Technologies é uma compradora em série. A operação da Seal Telecom foi a 42ª aquisição da companhia, fundada em 2001. A empresa tem um total de mais de 5 mil colaboradores e mais de 150 unidades espalhadas pelo mundo, incluindo forte presença na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico. Seal Telecom – Tel. (11) 3877-4017 Site: https://sealtelecom.com.br/ Angola Cables seleciona tecnologia da Infinera para atualizar rede submarina A Angola Cables selecionou a tecnologia ICE6 da Infinera para atualizar a sua rede submarina que conecta Miami, nos EUA, e São Paulo, adicionando mais capacidade para dar suporte a clientes corporativos, operadoras de nível 1 (tier 1) e provedores de conteúdo. A atualização para a solução coerente 800G da Infinera permite que a Angola Cables prepare a sua rede para satisfazer as exigências de largura de banda em constante crescimento, fornecendo serviços seguros e de alta capacidade. A Angola Cables opera uma infraestrutura de cabos submarinos e uma rede IP interconectada por meio de seus sistemas de cabos submarinos SACS, Monet e WACS (West Africa Cable System), conectando diretamente as Américas, África e Europa; também estabeleceu parcerias para expandir a conectividade com a Ásia. A atualização da rede submarina dos EUA para o Brasil, que se estende por 6500 km, abre caminho para que a Angola Cables atualize o seu sistema de cabos Monet e modernize toda a rede global. A solução ICE6 da Infinera permite que a Angola Cables maximize o valor dos seus cabos submarinos, aproveitando recursos exclusivos, incluindo configuração de taxa de transmissão altamente granular e modelagem de constelação probabilística e subportadoras Nyquist. “A tecnologia ICE6 da Infinera permitirá que a Angola Cables estabeleça as bases necessárias para atualizar todos os segmentos de seu sistema de cabos para atender às necessidades de seus clientes hoje e no futuro”, disse Nick Walden, vice-presidente sênior de vendas mundiais da Infinera. A Infinera trabalhou em colaboração com o seu parceiro local Arsitec para oferecer a solução e atender às necessidades da Angola Cables. Angola Cables – Site: www.angolacables.com Infinera – Site: www.infinera.com DJR Consultoria: segurança do trabalho para operadoras e provedores A forma de trabalhar mudou depois da pandemia da Covid-19. Em muitas empresas, o conceito do funcionário desempenhando tarefas em um escritório foi substituído pelo home office. Com a mudança, não só a questão dos equipamentos precisa ser levada em conta, mas também aspectos que envolvem o Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:3416 creo 17 – RTI – NOV 2022 conjunto de normas que compõem a segurança do trabalho. A DJR Consultoria atua há 12 anos prestando consultoria para empresas de telecomunicações e energia. Com sede em Recife, PE, atua em diversas frentes, como na elaboração de projetos de engenharia e em questões relacionadas à segurança do trabalho, este último o seu principal carro-chefe hoje. “Com a pandemia, as empresas tiveram que se adequar às novas diretrizes das normas relacionadas ao assunto. Questões como postura do funcionário e iluminação do ambiente utilizado passaram a ser mais relevantes”, afirma Deusomir Junior, engenheirode segurança do trabalho e CEO da DJR Consultoria. A companhia também presta consultoria nas áreas contábil e jurídica com o auxílio de parceiros. O portfólio conta com cursos EAD, ministrados em uma plataforma própria, ou in company. Ao todo, a DJR Consultoria oferece mais de 50 treinamentos. Para a segurança do trabalho, a companhia segue as diretrizes de normas como a NR17 – Ergonomia e NR06 – Equipamento de Proteção Individual. Além disso, conta em sua base com 250 clínicas cadastradas e aptas a realizar os exames necessários para habilitar profissionais em seus respectivos cargos. Segundo Deusomir, um dos principais problemas atualmente é o chamado índice de autoconfiança, ou seja, a certeza que o profissional tem de que nada irá acontecer mesmo não seguindo as diretrizes de forma correta. “Muitas vezes, a companhia não tem um técnico ou engenheiro de segurança do trabalho para atender a área. O índice de autoconfiança impacta bastante os provedores na questão dos postes, torres de telecomunicações e telhados na energia solar, pois todos os ambientes citados envolvem grandes alturas e riscos maiores de acidentes”, alerta o CEO. Na área de consultorias para telecomunicações, a companhia realiza serviços como instalação de fibra óptica, configurações de equipamentos, instalação de cabeamento estruturado e esclarecimento de dúvidas sobre normas da Anatel. Com pontos de presença em cidades como Fortaleza, CE, Belém, PA, e Manaus, AM, a DJR Consultoria atende todo o Brasil. DJR Consultoria – Tel. 0800 000 0735 Site: www.djrconsultoria.com.br Deusomir Junior, da DJR Consultoria: segurança do trabalho para provedores e operadoras Informações PAG NOVO.pmd 01/11/2022, 17:1517 creo 18 – RTI – NOV 2022 INFORMAÇÕES 7AZ: pagamentos por PIX de QRCodeDinâmico Por mais que um serviço ou produto seja bom, a hora do pagamento nem sempre é um momento agradável para o consumidor. Mais do que a questão financeira, problemas como burocracia e dificuldades para realizar a transação podem tornar a experiência ainda mais aflitiva. A 7AZ, empresa brasileira de gestão de pagamentos, automatiza processos financeiros de cobranças recorrentes. Fundada em novembro de 2020, a companhia surgiu dentro da MegaNet Telecom em Canoinhas, SC, e tem como principal foco o mercado de provedores. “Surgimos na época da implantação do PIX. Minha sócia trabalhava na MegaNet Telecom como diretora financeira e precisava saber se o ERP conseguiria receber pagamentos dos clientes via PIX. Em dezembro de 2020, lançamos um site de pagamento onde o usuário digitava o seu CPF para que o ERP pudesse identificar as faturas em aberto. Quando encontrada a conta, gera um QRCode dinâmico de PIX conciliado ao ERP do provedor, que libera o acesso após o pagamento em poucos segundos. É o nosso carro-chefe”, lembra Lucas Zardo, CEO da 7AZ. O DNA digital acompanha todos os passos da empresa, que não conta com uma sede física e seus colaboradores trabalham de forma remota. Hoje, a 7AZ processa mais de 800 mil faturas por mês, com um portfólio de aproximadamente 106 provedores atendidos. “Nós cuidamos de todo o ciclo de vida da fatura, desde o momento em que ela é concebida até o seu pagamento. O provedor configura quais canais serão utilizados para que a cobrança chegue ao usuário, tais como SMS, e-mail e WhatsApp. Lembrando que não existe nenhuma fatura igual entre os nossos clientes”, afirma Zardo. A personalização dos boletos de cobrança é considerada pela empresa como um de seus diferenciais. Com o serviço, o provedor pode destacar a sua marca na mensalidade e passar uma informação para o usuário. “Infelizmente, os espaços de um boleto não costumam ser bem utilizados pelas empresas. Se a marca mais visível é a do banco, logo eu estou entregando apenas um momento de dor para o consumidor”, ressalta o CEO. Em relação à inadimplência, a plataforma da 7AZ apresenta réguas de cobrança com IA – Inteligência Artificial para saber quais são os momentos mais adequados para o disparo da cobrança de acordo com os hábitos do usuário. “Um provedor conseguiu reduzir a inadimplência em 30% nos primeiros 15 dias de comunicação mais assertiva”, diz Zardo. Para 2023, a empresa pretende aprimorar ainda mais o pagamento por PIX via QRCode Dinâmico. Uma das tendências observadas é a chegada do PIX débito em conta, modalidade em que o usuário é cobrado diretamente na conta corrente, semelhante a um débito automático. “Já estamos testando a modalidade em um piloto com o Banco do Brasil e o Bradesco. Nossa expectativa é que ela esteja integrada à plataforma no início de 2023”, projeta o CEO. 7AZ – Tel. (41) 99194-1838 nnnnn Site: www.7az.com.br Scala anuncia edge data center em Porto Alegre A Scala Data Centers, plataforma latino-americana de data centers hyperscale, anuncia a construção de seu primeiro site na região Sul, em Porto Alegre, RS. Parte da família HyperEdge projetada pela Scala, a unidade conta com uma configuração desenvolvida para atender à demanda de conexão e computação distribuída (edge) de grandes provedores de conteúdo e serviços em nuvem. Com 7,2 MW de capacidade, o data center tem início de operação previsto para o segundo trimestre do próximo ano e com dois provedores de nuvem e conteúdo como clientes. Estrategicamente posicionado em uma região com alta densidade populacional e relevante atividade econômica, o data center estará bem próximo a pontos de captação de dados, permitindo o processamento computacional de diversos serviços e aplicações que requerem baixa latência, como metaverso, IoT - Internet das Coisas, telemedicina, carros autônomos, entre outros, cuja implementação será acelerada pelo 5G. Com um investimento estimado de R$ 250 milhões, a construção do novo empreendimento utiliza a abordagem FastDeploy, metodologia proprietária de design e construção da Scala que permite a implementação de data centers em Zardo, da 7AZ: PIX integrado aos ERPs dos provedores. À esquerda, boletos personalizados pela 7AZ Informações PAG NOVO.pmd 31/10/2022, 19:3518 creo 20 – RTI INFORMAÇÕES um prazo até 50% menor em relação ao modelo tradicional. A solução se baseia em componentes modulares pré-fabricados e transportáveis, que são integrados aos edifícios onde o data center se encontra, com experiência otimizada para clientes hyperscale. Está prevista ainda a conexão de alta velocidade e baixa latência com um futuro campus, que a companhia planeja instalar na Grande Porto Alegre, para dar suporte ao crescimento da demanda sinalizada por seus clientes para os próximos anos. A estimativa é de gerar mais de 200 empregos diretos e indiretos entre construção e operação deste data center. Seguindo o padrão estabelecido pela companhia, pioneira na adoção de práticas sustentáveis na construção e operação de seus centros de dados, o site HyperEdge, de Porto Alegre, contará com energia 100% renovável e elevado índice de eficiência energética, bem como reduzido consumo de água. “Estamos criando a infraestrutura necessária para o ecossistema de aplicações explorar o potencial do 5G. Seguimos construindo os grandes campi que abrigam o core de transações para nossos clientes e agora, conforme a maturidade das aplicações avança em direção ao processamento de dados próximo aos usuários, estamos construindo também data centers HyperEdge, conectando novos data centers regionais”, afirma Marcos Peigo, CEO da Scala Data Centers. Scala – Tel. (11) 4040-6555 Site: https://scaladatacenters.com/ F5 reforça a importância da cibersegurança com a chegada do 5G P ara a F5 , empresa com sede nos EUA especia l izada em soluções de segurança e entrega de aplicações, a chegada da rede móvel 5G reforça a Novo data center adotará o conceito FastDeploy, com prazo até 50% menor em relação ao modelo tradicional Informações PAG NOVO.pmd 01/11/2022, 19:0620 creo 21 – RTI – NOV 2022 Hilmar Becker, da F5: troca de experiências é fundamental para a cibersegurança importância de os fabricantes de tecnologias para proteção trocarem informações.“Estamos mostrando para o mercado que os grandes desenvolvedores de tecnologia de segurança precisam trocar informações, pois nenhuma solução disponível atualmente cobre todas as ameaças. Já os invasores estão se estruturando para serem cada vez mais efetivos”, afirma Hilmar Becker, country-manager da F5 Brasil. No início de outubro, a empresa realizou em São Paulo o F5 Cyber Protectors 2022, evento que investigou os desafios vividos pelo C-Level, gestores de TI e cibersegurança para proteger, no ambiente multinuvem, aplicações críticas como Internet Banking, engine de portais B2C, entre outras. Já em agosto, a companhia divulgou o estudo A terceira onda da Internet, que aponta, entre outros aspectos, a interdependência de tecnologias como Internet 3.0 e a infraestrutura de edge computing, bem como o aumento na intenção de empresas brasileiras em aplicar o edge computing com a chegada do 5G. “A F5 tem passado por uma grande transformação nos últimos anos, saindo de um estilo de venda tradicional para comercializar soluções de segurança no modelo SaaS – Software como Serviço. Hoje nosso principal mercado é o setor financeiro, seguido pelas operadoras, onde atendemos tanto a parte de TI como a infraestrutura com backbone”, explica Becker. Um exemplo da presença da F5 em operadoras é a parceria com a TIM. No início de 2022, as empresas ampliaram os projetos relacionados a DNS seguro, otimização de tráfego de rede e firewall de alta capacidade para redes móveis. A TIM é a primeira operadora no Brasil a implementar um projeto deste porte com a F5. Hoje, existem três projetos envolvendo a operadora e a Dinadigital, integradora da F5, em fases de implementação diferentes, e que preveem o uso de IA – Inteligência Artificial e machine learning para melhorar aspectos como experiência do usuário, performance e segurança, além de acrescentar novas funcionalidades. “Temos uma equipe focada em atender operadoras. É um setor bem desafiador, pois é muito específico e demanda que o fornecedor de tecnologias esteja preparado e apto para atendê-las”, finaliza o country-manager. F5 – Tel. (41) 99997-4343 Site: www.f5.com Informações PAG NOVO.pmd 01/11/2022, 17:4021 creo E S P E C IA L 24 – RTI – NOV 2022 O tema edge computing é abordado a seguir a partir de três perspectivas: a redução de latência e aumento de capacidade de processamento de dados com as soluções descentralizadas e definidas por software (SDN e NFV) nos edge data centers; o suporte da infraestrutura com o desenvolvimento de soluções pré-fabricadas e prontas para uso; e o exemplo real de uma nova empresa em Manaus que oferece backup e redundância a empresas que demandam ponto de presença no Norte do país. Edge data centers Sandra Mogami, da Redação da RTIRTIRTIRTIRTI A crescente demanda por processamento e armazenamento de dados mantém o mercado aquecido. Em 2021, foram contabilizados mais de 600 data centers hyperscale no mundo e a tendência é de forte crescimento para os próximos anos, com a migração gradual das aplicações de TI on premises para a nuvem. Mas um movimento paralelo que também vem se intensificando é o de micro data centers (edge computing), onde a computação é realizada de forma local e descentralizada, mais próxima da borda da rede e de onde os dados são gerados e consumidos. Serviços emergentes como IoT – Internet das Coisas, realidade virtual e metaverso exigem latências extremamente baixas, requisito que somente o processamento local pode suprir, ao evitar que os dados sejam transportados por longas distâncias até a nuvem ou data center central. A estrutura de redes existente, por mais eficiente que seja, tem dificuldades de atender. Algumas tecnologias, como o network slicing/segment routing, que estão surgindo em switches e roteadores de última geração, são capazes de endereçar parte do problema, mas não de resolver a questão devido ao enorme crescimento do volume de dados. “Com a aplicação de técnicas de engenharia de tráfego, a rede pode apresentar a performance adequada para diversas categorias de QoS. Mas se a rede tem gargalos, não há mágica que resolva a situação sem que alguma categoria de serviço não seja penalizada. E cada segmento vai agregando alguma latência aos dados”, afirma Ricardo Pianta, CEO da Venko Networks, empresa com sedes em Porto Alegre, RS, e Curitiba, RS, especializada em soluções disruptivas de conectividade, baseadas em padrões abertos e desagregação dos equipamentos e aplicações. Um bom exemplo de descentralização de tráfego está nas CDNs – Content Especial-Edge PAG.pmd 01/11/2022, 10:4624 creo 25 – RTI – NOV 2022 Delivery Networks, usadas para melhorar a experiência em streamings de vídeo e multimídia, aplicações extremamente massivas em termos de volume de dados. O conceito está se expandido para um universo enorme de aplicações distribuídas e que serão aceleradas nos edge data centers através de plataformas computacionais especializadas. A Venko está apresentando a operadoras e provedores no Brasil as soluções desenvolvidas pela Benu Networks, empresa especializada em soluções edge virtualizadas e definidas por software, fundada em 2010 em Boston, EUA, por profissionais da área de tecnologia com apoio de vários fundos de investimentos. A SD-Edge da Benu foi uma das finalistas do OpenBNG RFI, programa de inovação lançado pelo TIP - Telecom Infra Project, em conjunto com as principais operadoras internacionais, entre elas a BT, Deutsche Telekom, Telecom Italia, Telefónica e Vodafone. Para tomar a decisão, a TIP fez uma avaliação detalhada das respostas ao OpenBNG RFI, que continha quase 2000 requisitos em roteamento, recursos BNG - Broadband Network Gateway e serviços MPLS de borda. A plataforma Benu SD-Edge já está em operação em diversas empresas, suportando uma variedade de funções de rede, incluindo BNG, Wi-Fi Access Gateway (WAG), Trusted WAG (TWAG), SASE - Secure Access Service Edge e Gateway de Acesso 5G (AGF), que rodam em servidores Intel. “Transformamos um servidor padrão de mercado em um appliance de alta performance, um edge multifuncional, sem precisar ter um equipamento para cada função, como ocorre tradicionalmente”, diz Pianta. Segundo ele, funções avançadas de roteamento, firewall, CGNAT, BNG, WAG, OpenRAN são extremamente intensivas no uso de CPU e não podem ser executadas no plano de dados dos switches e roteadores convencionais. “Daí a vantagem do uso de servidores”, afirma. A plataforma oferece uma gerência centralizada, que possibilita que as aplicações sejam ainda mais segmentadas e rodem em diversos locais, num conceito de nuvem. A Benu anunciou recentemente o aumento de processamento para mais de 100 Tbit/s do BNG Broadband Network Gateway usando Intel Xeon 3 geração. O upgrade permitirá resolver problemas de aplicações computacionais resultado do crescimento exponencial da capacidade de processamento dos dispositivos. “Um iPhone 14 Pro tem cerca de cinco vezes a capacidade de um Intel i5 de quinta-geração, lançado em 2015. Com isso, a capacidade dos smartphone de produzir e consumir dados cresceu enormemente, colocando pressão sobre os data centers que concentram e suportam essas aplicações”, afirma Pianta. O modelo clássico de acesso, agregação e core estabelecem exatamente a estrutura hierárquica que foi utilizada nas últimas décadas na construção de redes. A comunicação de dados sempre apresentou uma arquitetura que, quanto mais se aproxima da borda da rede, mais especializada e diversa se torna. “Consequentemente estamos falando de um data center distribuído em diversos níveis e tamanhos, e que desempenha tanto tarefas computacionais viabilizando novas aplicações e delivery de conteúdo, quanto tarefas de rede”, afirma. A convergência da virtualização de funções de rede (NFV) com as SDNs - redes definidas por software ajudará a lidar com a complexidade da nova forma de modelar e entregar serviços de rede. “É como mesclar a estrutura hierárquica funcional rígida do mundo de redes com a estrutura flexível proposta pela distribuiçãode capacidade de processamento em múltiplos níveis de data centers”. A tendência é a descentralização do processo. E o conceito data center monolítico que existia no passado será quebrado para ficar cada vez mais próximo do edge. Infraestrutura e mercado A Vertiv, fornecedora global de soluções de infraestrutura de missão crítica, foi uma das primeiras empresas a apostar no crescimento do mercado de edge computing. “Todas as nossas previsões realizadas nos últimos cinco anos se concretizaram. Tivemos até algumas surpresas positivas”, diz Francisco Degelo, diretor de Desenvolvimento de Negócios de Data Centers Vertiv Latam. De acordo com ele, a pandemia acelerou o processo de transformação digital e aumentou a demanda por serviços de melhor qualidade e baixa latência, abrindo caminho para o edge se consolidar como uma ferramenta vital para os negócios. “É uma tendência sem volta”, afirma. De fato, investimentos expressivos previstos para o edge computing mudarão o perfil do ecossistema de data centers nos próximos quatro anos. Segundo uma pesquisa mundial realizada pela Vertiv, com 156 profissionais da indústria de data centers, até 2026 a participação do edge sobre a computação total passará dos atuais 21% para 27%. 34% dos pesquisados estão planejando ou no meio de implementações com a solução. O crescimento do mercado é da ordem de 20% ao ano na América Latina. Além do avanço das implantações na borda, os participantes da pesquisa preveem também um crescimento de 150% nos sites de core e maior atividade na nuvem no período analisado (de 2022 a 2026). “A demanda por recursos de computação está crescendo de forma exponencial em todas as esferas. No Brasil, há alguns anos, o mercado executava em média um grande projeto de mais ou menos 20 MW por ano. Hoje os grandes players de colocation estão construindo 70, 80 MW de capacidade ao mesmo tempo. Ou seja, são três ou Ricardo Pianta, CEO da Venko Networks: aplicações serão distribuídas e aceleradas nos edge data centers Especial-Edge PAG.pmd 01/11/2022, 10:4425 creo 26 – RTI ESPECIAL quatro megaprojetos acontecendo simultaneamente. Isso é totalmente sem precedentes em nossa indústria”, diz Degelo. As perspectivas ganham ainda mais força com a entrada em operação e expansão das redes 5G. “O edge computing empodera o 5G ao levar a capilaridade com baixa latência e alta largura de banda para perto do usuário”, afirma. Capitaneado pela nova tecnologia móvel, o setor de telecomunicações passará por uma mudança cultural. “A rede 5G vai aproximar os dois mundos, unindo o crescimento explosivo do mercado de telecom com a resiliência e eficiência do mundo de data centers”, afirma. Nesse cenário, antigas centrais de comutação podem se tornar sites de edge computing, assim como torres de celular passarão a atuar como concentradores, com um ou dois racks encarregados do processamento local. Para atender o mercado de edge, a Vertiv oferece a linha Smart de soluções compactas pré-fabricadas, composta pelos modelos Smart Cabinet, com um único rack até 30U e capacidade de 3 ou 5 kW; Smart Row (fila); Smart Aisle (permite formar um corredor com no mínimo três racks e expansão conforme necessidade); e Smart Mod (contêiner). Os produtos são modulares e fornecidos com a infraestrutura completa de energia, refrigeração e monitoramento. “O modelo mais compacto, o Smart Cabinet, pode ser entregue e instalado em um dia. Basta conectar o rack na tomada comum de 20 A, sem necessidade de infraestrutura especial ou mão de obra especializada”, diz o diretor. A interface homem-máquina (IHM) na porta permite controle local ou remoto. “Aplicamos o mesmo conceito de modularidade e crescimento gradual adotado nos grandes projetos, com Capex sob demanda”, diz. As vendas da Vertiv de soluções pré-fabricadas para o mercado de pequenas e médias empresas e edge dobraram em quatro anos. “Temos plantas produtivas dedicadas para esse tipo de solução na Europa, na Ásia e no Brasil, que abastece também toda a América Latina”, diz Degelo. Ele lembra que, apesar da simplicidade da plataforma para o usuário, a solução envolve um grande trabalho de engenharia por trás, com uma enorme quantidade de recursos e funcionalidades embarcadas. A facilidade de operação é também estratégica e ameniza o problema de falta de pessoal especializado, uma realidade que afeta todos os tipos de data centers, desde instalações de edge até empresariais e hyperscale. Para as grandes instalações, inclusive, a Vertiv oferece também serviços de operação e de manutenção aos clientes, chamados pela empresa de DCOM – Data Center Operation Management , que coloca à disposição um time de especialistas capazes de realizar o monitoramento remoto, melhorar a eficiência energética e garantir a continuidade das operações críticas. Um dos contratos mais recentes foi assinado com a Elea Digital, com seis data centers localizados nas principais áreas metropolitanas, incluindo São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Brasília. “Mais do que vender e entregar produtos e soluções, queremos ser parceiros do cliente e ajudá-lo a executar sua operação. Se a dificuldade hoje no mercado é preencher os quadros com profissionais qualificados, então vamos prestar esse serviço”, afirma o diretor. Com fábrica em Sorocaba, SP, a Vertiv conta com programas de treinamento técnico em Barueri, SP, onde realiza cursos práticos para suas equipes, canais, instaladores e clientes. Francisco Degelo, diretor da Vertiv: edge computing é uma tendência sem volta Especial-Edge PAG.pmd 01/11/2022, 10:4426 creo 28 – RTI – NOV 2022 ESPECIAL Edge data center em Manaus Apesar da biodiversidade e do enorme potencial econômico, a região Norte carece de infraestrutura e integração com o restante do país. O mesmo acontece com a Internet. Segundo o NIC.br, Manaus, AM, conta com cerca de 60 ASNs - Sistemas Autônomos. Comparativamente, a cidade de São Paulo tem 2392. Por isso, é um ótimo negócio investir em data centers para oferecer serviços de colocation, nuvem, backup e redundância não apenas às empresas locais, mas também às corporações de outras localidades que precisam ter um POP na região (edge data center). Essa constatação foi o que motivou o engenheiro Ricardo Kallai, profissional com mais de 30 anos de experiência no segmento de telecomunicações, a criar uma empresa, a M4RD, e construir um data center no centro de Manaus. “Tenho sido procurado por diversos clientes, pois a cidade tem pouquíssimas opções capazes de oferecer serviços com alta disponibilidade e segurança”, afirma. A estrutura está sendo montada com o conceito de sala segura, com 35 m2 de área e sete racks, com possibilidade de expansão. A primeira fase será inaugurada ainda em novembro. Entre os primeiros clientes estão uma operadora de telefonia (STFC) de São Paulo e uma empresa de máquinas virtuais que precisa de serviços de backup. Paralelamente às obras de adequação da unidade, a M4RD está negociando com a distribuidora Amazonas Energia para a criação de um anel óptico, utilizando a infraestrutura de energia existente, de cerca de 10 km, que passará na frente de empresas como Prodam, Embratel, Oi e Vivo. “A ideia é oferecer interconexão para essas operadoras”, afirma. O mesmo circuito óptico chegará perto de um dos hospitais privados mais importantes do Norte-Nordeste, da rede Samel, com duas unidades em operação e uma terceira em fase final de construção, além de clínicas e laboratórios. A Samel já Ricardo Kallai, fundador da M4RD: alta procura por serviços com alta disponibilidade e segurança cliente de Kallai na área de consultoria de redes e integração de cabeamento estruturado. O anel óptico da M4RD possibilitará a integração e redundância entre todas as unidades da Samel, em conjunto com dois provedores de Internet locais, e backup no seu data center. A parceria com os provedores também será importante para diminuir a latência nos serviços de nuvem que a M4RD pretende oferecer, como AWS e Microsoft. Para esses casos, os clientes serão atendidos com VPN rodandosobre fibra até o seu data center. Posteriormente, a estrutura da M4RD abrigará ainda um pequeno headend para armazenamento de programação de TV local e CDN para conteúdos nacionais e internacionais. “O tráfego de streaming é muito pesado. Essas iniciativas devem reduzir os problemas de latência, em especial fora de Manaus, e melhorar a experiência do cliente”, finaliza Kallai. M4RD – www.m4rd.com.br Venko – www.venkonetworks.com Vertiv – www.vertiv.com/pt-latam/ SERVIÇO Especial-Edge PAG.pmd 01/11/2022, 10:4428 creo 30 – RTI – NOV 2022SERVIÇO Empresa, telefone e e-mail R a c k sR a c k sR a c k sR a c k sR a c k s Aç o Pe rfi s so ld ad os Pe rfi s ap ar af us ad os Pe rfu ra da s Vi dr o de s eg ur an ça Bi o u qu ad rip ar tid as El et ro st át ic a Lí qu id a ≤ 10 00 ≥ 10 00 Pa ss iv as Fe ch o e po rc a- ga io la Ba se a nt ito m ba m en to En tra da d e ca bo s Pe lo te to Pe lo p is o Ca be am en to ( LA N) In du st ria l Ab er to Aplicação La te ra is r em ov ív ei s Ca pa ci da de (k g) Portas Fe ch ad o M in i-r ac k Tipo Al um ín io Re gr as d e to m ad as Co m m on ito ra m en to M at er ia l Es tru tu ra Se rv id or es ( Da ta c en te r) Si st em a de m on ito ra m en to Si st em a de a te rra m en to Es pa ço p ar a in cl us ão d e ve nt ila çã o Co nf in am en to d e co rre do re s Du to s pa ra c on tro le d e flu xo d e ar Al to d es em pe nh o Em c irc ui to fe ch ad o Re fri ge ra çã o M ar ca çã o de U Pa re de Pi so ALGcom (54) 3201-1903 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • vendas@algcom.com.br Azlink (11) 97533-5410 n • • • • • • • • • • • • • • info@azlink.com.br Birdsteel (15) 99753-0187 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • comercial@birdsteel.com.br Caesa (41) 99186-8741 n • • • • • • • • • • racks@caesa.ind.br Carthom's (19) 99790-1157 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • comercial@carthoms.com.br Ctrltech (11) 98516-0755 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • assistencia.tecnica@ctrltech.com.br Ellan (15) 99700-1199 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • marcelo@ellan.com.br Eurocab (11) 99497-8927 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • comercial@eurocab.com.br Faritel Solutions (54) 3321-0955 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@faritel.com.br Furukawa Electric 0800 0 41 21 00 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • furukawa@furukawalatam.com GP Racks (11) 99118-7170 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@gpracks.com.br Ideal Mecânica (11) 97027-8672 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • vendas@ideal.ind.br Infinity (41) 97400-8482 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@infinitycomercial.com.br InfoStructure (19) 97100-4545 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • marco.motooka@infostructure.com.br Intelbras 0800 724 5115 • • • • • • • • • • • • IP Metal (41) 9599-5235 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@ipmetal.com Legrand 0800 011 8008 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • adiel.goncalves@legrand.com Max Eletron (17) 97400-4537 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@maxeletron.com.br Multiway Infra (11) 95786-3091 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@multiwayinfra.com.br Rackbras (51) 98338-1122 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@rackbras.com.br Guia de racks para LANs, servidores e acessórios Seja numa empresa, num data center hyperscale ou num site edge remoto, os racks e gabinetes são essenciais para assegurar o adequado desempenho da rede e dos equipamentos que rodam as aplicações. O guia a seguir apresenta a oferta nacional desses produtos, com informações como modelos, material, estrutura e capacidades. Pi nt ur a Pr ot eç ão co nt ra Fo go Ág ua Gu ia d e co nt ro le ra io d e cu rv at ur a Re al iza p ro je to p er so na liz ad o Acessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionais In te ira s fe ch ad as Guia (Racks) PAG.pmd 01/11/2022, 10:5730 creo 32 – RTI – NOV 2022 SERVIÇO Empresa, telefone e e-mail R a c k sR a c k sR a c k sR a c k sR a c k s Aç o Pe rfi s so ld ad os Pe rfi s ap ar af us ad os Pe rfu ra da s Vi dr o de s eg ur an ça Bi o u qu ad rip ar tid as El et ro st át ic a Lí qu id a ≤ 10 00 ≥ 10 00 Pa ss iv as Fe ch o e po rc a- ga io la Ba se a nt ito m ba m en to En tra da d e ca bo s Pe lo te to Pe lo p is o Ca be am en to ( LA N) In du st ria l Ab er to Aplicação La te ra is r em ov ív ei s Ca pa ci da de (k g) Portas Fe ch ad o M in i-r ac k Tipo Al um ín io Re gr as d e to m ad as Co m m on ito ra m en to M at er ia l Es tru tu ra Se rv id or es ( Da ta c en te r) Si st em a de m on ito ra m en to Si st em a de a te rra m en to Es pa ço p ar a in cl us ão d e ve nt ila çã o Co nf in am en to d e co rre do re s Du to s pa ra c on tro le d e flu xo d e ar Al to d es em pe nh o Em c irc ui to fe ch ad o Re fri ge ra çã o M ar ca çã o de U Pa re de Pi so Pi nt ur a Pr ot eç ão co nt ra Fo go Ág ua Gu ia d e co nt ro le ra io d e cu rv at ur a Re al iza p ro je to p er so na liz ad o Acessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionaisAcessórios e/ou itens opcionais In te ira s fe ch ad as Racks19 (11) 9958-47721 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • sac@racks19.com.br Racksul (51) 3337-8131 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • racksul@racksul.com..br Rittal (11) 99248-7433 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • leandro.sussi@rittal.com.br Seicom (15) 3033-7410 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • comercial@seicom-materiais.com.br Seitec (19) 99802-7861 n • • • • • • • • • • • • • • • • vendas@seitec.ind.br Tecfiber (11) 98526-2450 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • vendas@tecfiber.com.br Trisul (11) 98452-6239 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • contato@trisulmetalurgica.com.br Triunfo (41) 3347-1850 • • • • • • • • • • • • • racks@triunfometalurgica.com.br Vertiv (11) 3618-6600 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • marketing.brasil@vertiv.com Womer (11) 91116-0637 n • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • vendas@womer.com.br Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 113 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Redes, TRedes, TRedes, TRedes, TRedes, Telecom e Instalaçõeselecom e Instalaçõeselecom e Instalaçõeselecom e Instalaçõeselecom e Instalações, novembro de 2022. Este e muitos outros Guias de RTI RTI RTI RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Guia (Racks) PAG.pmd 01/11/2022, 10:5732 creo E FI C IÊ N C IA E N E R G É TI C A 34 – RTI – NOV 2022 As microrredes podem ajudar os serviços de colocation e os data centers a melhorar o tempo de disponibilidade, reduzir o gasto energético e minimizar a pegada de carbono. A técnica utiliza análises avançadas para gerenciar de forma inteligente ativos energéticos como grupos geradores, resfriamento e energias renováveis, bemcomo a forma de otimizar o design através de estudos de viabilidade e os impactos das arquiteturas modulares. Benefícios das microrredes para os data centers Carsten Baumann, diretor e arquiteto de soluções da Schneider Electric A indústria de data centers no mundo enfrenta diversos desafios técnicos e de negócios. Destes, três preocupações relacionadas à energia surgem para os operadores: resiliência, custos e sustentabilidade. Resiliência e confiabilidade são muitas vezes utilizadas de forma intercambiável, mas são claramente diferentes. A Microsoft explica que a confiabilidade é o resultado pelo qual os provedores de serviços em nuvem se esforçam. Já resiliência é a capacidade de um serviço de nuvem de resistir a certos tipos de falhas e continuar a funcionar para o usuário. A confiabilidade, ou seja, a continuidade do fornecimento elétrico, é fundamental para o processamento de dados. Do ponto de vista da infraestrutura elétrica, isso significa não desperdiçar energia, garantindo que os equipamentos críticos de TI estejam sempre operacionais e em conformidade com os acordos de nível de serviço (SLA). A estratégia tradicional de resiliência de energia para data centers foi ter geradores de backup, predominantemente a diesel. Quando ocorreram interrupções na rede, muitos casos foram documentados em que os geradores de backup não iniciaram de maneira confiável conforme o esperado. Devido a tais fatores, confiar na rede para toda a energia primária aumenta o risco operacional. Mesmo com a geração de backup tradicional e um UPS no local, existe a necessidade de ter maior resiliência durante períodos prolongados. Surgimento da microrrede do centro de dados Uma solução de microrrede completa coordena de forma inteligente uma ampla variedade de ativos de geração de energia distribuída no local para otimizar os custos e a estabilidade, incluindo a opção de isolá-los da rede elétrica para evitar sua exposição a paradas ou interrupções. Quando o custo da energia da rede sobe, a microrrede pode aumentar o consumo de energia renovável ou armazenada no local. A energia armazenada também pode ser vendida à rede quando for mais econômica. Já o consumo de energia renovável pode ser maximizado para atingir os objetivos de redução das emissões de gases de efeito estufa. Devido à necessidade de grandes quantidades de energia contínua, limpa e acessível, os data centers são excelentes candidatos para se beneficiar das microrredes. Tal tecnologia alcançou um alto nível de maturidade, pois foi adotada em muitos tipos de aplicações de infraestrutura e instalações, como serviços públicos, serviços comunitários, escritórios Eficiência Energ-Tecnologia PAG.pmd 01/11/2022, 13:5834 creo 35 – RTI – NOV 2022 governamentais, bases militares, grandes indústrias, hospitais e campi educacionais. Prevê-se que a capacidade das microrredes em todo o mundo crescerá mais de 20% ao ano (figura 1). Impulsionado pelo crescimento maciço anterior, o custo total da instalação de microrredes reduziu-se em aproximadamente de 25% a 30% desde 2014. No entanto, as aplicações de microrredes são únicas para cada organização e, portanto, deve ser realizado um estudo de viabilidade para determinar os benefícios organizacionais que incluem investimento versus retorno financeiro estimado e ganhos operacionais potenciais. Arquitetura de microrredes inteligentes A adoção de microrredes tem crescido nos últimos anos. Uma microrrede é um sistema energético localizado que interage com a rede de serviços, abrangendo um ou mais recursos de geração de energia elétrica e os controles necessários de gestão da energia para fornecer eletricidade segura aos consumidores. Ao contrário das grandes redes elétricas, as microrredes localizam todos os ativos energéticos, desde a geração até as cargas, nas proximidades, para atender a vários edifícios ou até mesmo estar dentro de uma única instalação ou parte de um data center. Normalmente, uma microrrede é conectada à rede da distribuidora, o que alimenta a empresa quando economicamente vantajoso, utilizando uma combinação de energia elétrica e recursos energéticos no local. As microrredes também são configuradas com a capacidade de se desconectar e funcionar em modo autônomo quando necessário. Isso é chamado de isolamento, pois a microrrede se torna temporariamente sua própria ilha energética e opera separada da rede principal. Esse modo de inicialização é comum em muitas operações, mas o mecanismo para determinar o isolamento é orientado exclusivamente pela qualidade da energia de entrada, não por fatores econômicos ou de resiliência. Primeiros passos para o fornecimento de energia no local Sites em todo o mundo têm algum tipo de sistema de backup que fornece energia para equipamentos computacionais e infraestrutura crítica, sistema de abastecimento elétrico de emergência (EPSS, em inglês). Isso normalmente assume a forma de um ou mais geradores a diesel, geralmente apoiados por um UPS enquanto os geradores são iniciados. Transição para uma microrrede verdadeira Em outras indústrias, os sistemas combinados de calor e energia (CHP, em inglês) ou de resfriamento-aquecimento e energia (CCHP, em inglês) são recursos energéticos cada vez mais populares. Esses sistemas são frequentemente configurados como microrredes, pois incluem um recurso energético local que fornece pelo menos parcialmente a eletricidade de uma instalação, bem como o calor útil para os refrigeradores de absorção. Os provedores de serviços de colocation e data centers podem obter os mesmos benefícios de tais sistemas. Para otimizar custos, sustentabilidade e resiliência, uma solução de microrredes mais integral pode abranger uma variedade de recursos de energia distribuída (DER, em inglês) incluindo CHP e CCHP, células de combustível renováveis e armazenamento de energia. A escolha de DER dependerá das considerações econômicas e ambientais. Em termos de operações, a coordenação dos recursos energéticos distribuídos é feita por um sistema de controle por microrredes (figura 2). No caso de uma interrupção na rede elétrica, o sistema de controle é responsável por realizar a desconexão segura da rede e da transição confiável ao modo ilha. No modo ilha, o sistema administra todos os recursos energéticos distribuídos para manter a estabilidade da energia. Com esse nível de conectividade e controle digital, é fundamental que as redes de comunicação estejam seguras contra ameaças cibernéticas. Uma solução de microrredes deve cumprir as melhores práticas de segurança de ponta a ponta, ajustar-se às normas, como IEC 62443-4-2 e IEC/ISA 62443-3-3, e utilizar componentes de proteção de última geração. Fig. 1 – A tecnologia de microrredes atingiu a maturidade, com um crescimento sustentado esperado de mais de 20% ao ano Eficiência Energ-Tecnologia PAG.pmd 01/11/2022, 13:5935 creo 36 – RTI – NOV 2022 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Alternativas de recursos energéticos distribuídos Uma microrrede pode incluir uma ampla variedade de recursos energéticos distribuídos. Sua escolha dependerá de vários fatores Geradores de backup Como mencionado acima, os geradores a diesel são amplamente utilizados em centros de dados para atender às necessidades de backup. O diesel é uma fonte de combustível confiável que pode ser facilmente armazenada no local; no entanto, apresentam três pontos fracos: • Há limites para a quantidade de combustível que pode ser armazenada neles e, portanto, o tempo de autonomia total que um data center pode esperar geralmente é limitado a alguns dias. • As normas ambientais sobre emissões restringirão o tempo que um gerador a diesel pode funcionar durante o ano. • Embora muitos operadores testem seus geradores de backup com frequência, não é 100% garantido que serão iniciados de forma confiável em caso de apagão da rede elétrica. Tecnologia combinadas de calor e energia (CHP) e resfriamento, calor e energia (CCHP) Por vezes chamados de cogeração, esses sistemas combinam a geração de eletricidade com a produção