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7.1 Formas de tributação da pessoa jurídica 
Agora iremos abordar os tipos de tributação e falaremos sobre cada tributação 
utilizada nas empresas, além de destacar os tributos estaduais. Também iremos 
buscar o aprendizado sobre os impostos e taxas municipais, importantes para o 
nosso conhecimento e aplicação na área da contabilidade. 
Veja que abaixo temos um quadro com o significado de algumas siglas que, na 
grande maioria, são conhecidas em todo o Brasil. Siglas que serão bastante 
utilizadas no decorrer do curso. 
 
 
Tabela 1 - Significados das siglas 
SIGLAS SIGNIFICADO 
IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica 
CSLL Contribuição Social sobre Lucro Líquido 
PIS Programa de Integração Social 
COFINS Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social 
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados 
IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte 
DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional 
 ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços 
 ISS Imposto Sobre Serviço 
 DIPJ Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica 
 DCTF Declaração de Contribuição e Tributos Federais 
 DACON Declaração de Apuração de Contribuições Sociais 
 DASN Declaração Anual do Simples Nacional 
 DIRF Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte 
 DPI Declaração Periódica de Informação 
 SINTEGRA Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com 
Mercadorias e Serviço 
 DMS Declaração Mensal de Serviço 
 REST Relação de Serviços de Terceiros 
 RFB Receita Federal do Brasil 
 ME Microempresa 
 EPP Empresa de Pequeno Porte 
 LALUR Livro de Apuração do Lucro Real 
 SEFAZ Secretaria da Fazenda 
 
 
Vamos conhecer agora as formas de tributação da pessoa jurídica. As pessoas 
jurídicas nem sempre podem optar pela forma de tributação desejada pela 
empresa, pois em algumas situações são obrigadas a praticar determinada 
tributação, isto porque é uma exigência da Receita Federal do Brasil. No 
decorrer deste curso, iremos identificar o que leva a Receita Federal a 
determinar que certas empresas apurem seus impostos em determinadas 
modalidades de tributação. Temos como forma de tributação da pessoa 
jurídica, as seguintes modalidades: o Lucro Real, o Lucro Presumido, o Lucro 
Arbitrado e o Simples Nacional. 
No Lucro Real, existem duas formas de apuração, na qual a primeira se refere 
ao Lucro Real Trimestral e, a segunda, ao Lucro Real Anual, que é feito através 
do Balanço de Redução ou Suspensão. A tributação pelo Lucro Real pode ser 
de forma opcional, ou seja, qualquer empresa poderá recolher seus impostos 
nesta modalidade de tributação. Mas existem casos que a empresa é obrigada 
a recolher nesta modalidade, e isto ocorre quando é feita uma exigência da 
Receita Federal do Brasil e também quando o faturamento do ano anterior 
ultrapassa o limite de outra tributação. A partir disso, fica obrigada a apurar 
nessa modalidade, situação que iremos abordar ainda neste curso. 
No Lucro Presumido e Arbitrado, apuramos o IRPJ e a CSLL trimestralmente, mas 
temos o PIS e COFINS cujo cálculo é mensal. Já o Simples Nacional é apurado 
mensalmente e é elaborado diretamente no site da Receita Federal, 
englobando os impostos das esferas federais, estaduais e municipais. 
Existem as empresas imunes e isentas. As imunes são as instituições que estão à 
disposição da população em geral, e temos como exemplo, os cultos religiosos, 
assistência social, dentre outros. Já as isentas são as criadas com fins específicos, 
tais como associações de médicos, dentistas e outras associações de 
profissionais. 
Vale ressaltar que para todos os regimes de tributações citadas acima existem 
prazos estabelecidos para cumprir com certas obrigações. O não cumprimento 
dentro deste prazo, que é divulgado pela Receita Federal do Brasil, culmina em 
multas pecuniárias. 
Exemplo: O prazo para a entrega da Declaração do Imposto de Renda da 
Pessoa Jurídica – DIPJ é 30 de junho do ano posterior ao encerramento do 
exercício, ou seja, se a declaração é referente ao ano de 2009, temos até o dia 
30 de junho de 2010 para efetuar e entrega. 
Para compreender melhor o Lucro Real e do Lucro Presumido, assista ao vídeo 
produzido pelo Sr. Robson Pezzini, onde ele detalha as diferenças entre essas 
modalidades: 
 
 
As empresas optantes pelo Lucro Real, Presumido e Arbitrado enviam 
praticamente as mesmas declarações. São elas: 
 Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – DIPJ 
 Declaração de Apuração de Contribuições Sociais – DACON 
 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF. 
Quanto às penalidades pela não entrega ou para correção, veremos quando 
tratarmos do assunto específico de cada tributação. 
Já as empresas que têm como forma de tributação o Simples Nacional estão 
dispensadas dessas declarações citadas acima, e entregam apenas uma 
declaração anual, que é Declaração Anual do Simples Nacional – DASN. 
Vale ressaltar que se houver algum tipo de retenção de impostos, tais 
como Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, tanto de pessoa física ou 
jurídica, faz-se necessário também entregar a Declaração de Imposto de Renda 
Reti do na Fonte – DIRF. 
As entidades isentas e imunes estão obrigadas a entregar a DCTF e DIPJ, assim 
como as empresas do Lucro Real, Presumido e Arbitrado. Quanto à DACOM, só 
estará obrigado caso o montante de contribuições ultrapasse o valor de R$ 
10.000,00 mensais. 
Agora iremos ver o significado de algumas palavras que são utilizadas no 
cotidiano da contabilidade. 
 
Tabela 2 - Significado de palavras relacionada à contabilidade 
PALAVRAS SIGNIFICADO 
Tributo 
Segundo o art. 3º do CTN, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, ou seja, que não constitua sanção 
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada. 
Imposto 
Segundo o art. 16º, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
Taxas É a cobrança da União, Estado ou Município em troca de algum benefício. 
Contribuição 
de melhoria 
É cobrada quando, a construção de uma obra pública é responsável pelo 
desenvolvimento daquela região, então, a partir disso, exige-se a contribuição de 
melhoria. 
Obrigação 
Principal 
Segundo o art. 113º do CTN no § 1º, a obrigação principal surge com a ocorrência 
do fato gerador. Tem por objetivo o pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária e extingue juntamente com o crédito dela decorrente. O art. 114º traz 
que fato gera- dor da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Obrigação 
Acessória 
Segundo o art. 113º do CTN no § 2º, a obrigação acessória decorrente da 
legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Já no § 3º, 
a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. O art. 115º do CTN 
nos traz que fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na 
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não 
configure obrigação principal. 
Contribuinte Segundo o Dicionário Aurélio, contribuinte é que ou quem contribui ou paga 
contribuição. 
Fato Gerador Segundo o art. 114º do CTN, fato gerador da obrigação principal é a situação 
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
PALAVRAS SIGNIFICADO 
Base de 
Cálculo 
É o valor no qual se aplica a alíquota, para assim encontrarmos o valor do 
imposto. 
 
O momento da escolha pela tributação é muito importante, pois é a partir disso 
que se definem quais os impostos que a empresa irá recolher no ano-calendário. 
Após a definição da tributação e o pagamento da primeira guia do imposto é 
que se dá a opção pelo regime. Após esse pagamento a escolhaserá 
irretratável, ou seja, não poderá existir mudança. Este é um momento de suma 
importância na empresa, pois podemos analisar a melhor forma tributária para 
o bom funcionamento da empresa e, consequentemente, uma menor carga 
tributária. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco 
Tributária e Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de 
Mato Grosso/Rede e-Tec, 2014. 
Última atualização: sexta, 26 nov 2021, 13:46 
7.2 Simples nacional 
Animados para aprender sobre o Simples Nacional? Agora demonstraremos 
como se dá a opção por esse regime, a apuração do imposto e a entrega da 
declaração. 
Vamos começar relembrando! O Simples Nacional foi instituído pela Lei 
Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006, extinguindo o Simples 
Federal que contemplava apenas os impostos federais. Instituído o Estatuto da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, agora o Simples Nacional 
considera, além dos impostos federais, os impostos estaduais e municipais. 
Entende-se por Microempresa – ME as empresas cujo faturamento do ano 
anterior é igual ou inferior a 240.000,00 e a Empresa de Pequeno Porte – EPP é 
aquela que o faturamento do ano anterior fica entre 240.000,01 a 2.400.000,00, 
em se tratando da esfera Federal. 
Mas como optar pelo Simples Nacional? 
A escolha por esse regime de tributação é realizada mediante uma opção via 
internet no site da Receita Federal do Brasil, no portal do Simples Nacional, no 
mês de janeiro do referido ano – calendário em que a escolha for por essa 
modalidade de tributação, caso a empresa já esteja nesse regime no ano 
anterior, não será necessário fazer nova opção, assim permanecendo 
automaticamente de um ano para outro. 
Para as empresas que queiram se inscrever, a Receita Federal analisará o 
pedido em conjunto com a Secretaria da Fazenda Estadual e Prefeitura 
Municipal, verificando a situação (regularidade) da empresa perante todos 
esses órgãos. Feito isso e constatado que a empresa está regular nessas três 
esferas e que também não está incluída nas atividades não permitidas ao 
ingresso ao Simples Nacional, que consta na Lei Complementar Nº 123/2006, a 
empresa estará apta a recolher seus impostos na forma do Simples Nacional. 
Efetivada a inscrição, a Receita Federal do Brasil, disponibilizará no seu próprio 
site um código de acesso para habilitar a empresa para acessar o portal do 
Simples Nacional. 
Você pode estar se perguntando, só basta o código de acesso para ter acesso 
a esse portal? Não! 
Para acessar o Portal do Simples Nacional, além do código de acesso que é 
liberado pela Receita Federal, é necessário o número do Cadastro de Pessoa 
Física – CPF do responsável pela empresa e do Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica – CNPJ. 
 
Dos regimes 
No Simples Nacional, no início do ano calendário, pode-se realizar a escolha do 
regime de apuração, se ele vai ser feito no regime de caixa ou no regime de 
competência. No regime de caixa só se calcula o imposto quando é realizado 
um recebimento naquele mês de apuração. Já o regime de competência é 
calculado no mês em que for emitida a nota fiscal, não importando o seu 
recebimento. Podemos dizer que, no regime de caixa, o controle é mais 
complicado, porém é mais vantajoso, pois o pagamento do imposto só será 
realizado quando houver recebimento das vendas; assim, tendo condição de 
efetuar o pagamento dos impostos em dia. No regime de competência, caso 
não tenha recebido de nenhum cliente, mas tendo havido a venda, deve-se 
pagar o imposto, independentemente do recebimento. O controle é realizado 
mediante a emissão e escrituração das notas fiscais, para a determinação do 
Simples Nacional. 
 
Cálculo do Simples Nacional 
O Simples Nacional é calculado conforme tabela fornecida pela Receita 
Federal no Brasil. Essa tabela é dividida por atividades, sendo que, para cada 
ramo de atividade, existe uma tabela no site. Vejamos: 
A tabela 1 é utilizada para efetuar calculo das empresas do Comércio; a tabela 
2 para as empresas da Indústria; a tabela 3 para alguns serviços e locação de 
bens móveis, e a 4 e 5 para outros tipos de prestação de serviço. Pode-se 
perceber que as tabelas 3, 4 e 5 são utilizadas para as empresas que exercem 
prestação de serviço, entretanto, não dá para escolher qual tabela se quer 
utilizar para realizar o cálculo do imposto, pois o fator determinante para 
verificar em qual tabela deve-se recolher o imposto é a atividade desenvolvida 
pela empresa que é definida pelo Código Nacional de Atividade Econômica – 
CNAE, que consta no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ de cada 
empresa. 
 
 
Cálculo do Simples Nacional em uma empresa industrial 
Suponhamos que a empresa LMS Ind. de Móvel Ltda iniciou suas atividades em 
janeiro de 2008 e seu regime de apuração do imposto é o de competência. 
Iremos agora calcular o Simples Nacional referente ao mês de fevereiro de 2010. 
Nesse caso, devemos utilizar como base o faturamento dos últimos 12 meses, 
para assim ser efetuado o cálculo, pois deve basear-se neste período para 
encontrarmos o valor do imposto e posteriormente recolhê-lo. 
Vejamos: 
Tabela 1 - Exemplo de faturamento ao longo de 12 meses 
MÊS FATURAMENTO 
FEVEREIRO/2009 R$ 120.000,00 
MARÇO/2009 R$ 85.000,00 
ABRIL/2009 R$ 45.250,00 
MAIO/2009 R$ 48.987,00 
JUNHO/2009 R$ 90.000,00 
JULHO/2009 R$ 12.000,00 
AGOSTO/2009 R$ 80.000,00 
SETEMBRO/2009 R$ 98.000,00 
OUTUBRO/2009 R$ 103.000,00 
NOVEMBRO/2009 R$ 58.000,00 
DEZEMBRO/2009 R$ 65.000,00 
JANEIRO/2010 R$ 87.564,00 
TOTAL FATURAMENTO R$ 892.801,00 
 
Para fins de cálculo do Simples Nacional, essa empresa citada acima se 
enquadra no anexo II da Partilha do Simples Nacional – Indústria, cuja alíquota 
de cálculo segue abaixo. 
 
 
Tabela 2 - Planilha do Simples Nacional 
Receita Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PAS CPP ICMS IPI 
Até 120.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50% 
De 120.000,00 a 240.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50% 
De 240.000,01 a 360.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50% 
Receita Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PAS CPP ICMS IPI 
De 360.000,01 a 480.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50% 
De 480.000,01 a 600.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50% 
De 600.000,01 a 720.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50% 
De 720.000,01 a 840.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50% 
De 840.000,01 a 960.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50% 
De 960.000,01 a 
1.080.000,00 
9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50% 
De 1.080.000,01 a 
1.200.000,00 
9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50% 
De 1.200.000,01 a 
1.320.000,00 
10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50% 
De 1.320.000,01 a 
1.400.000,00 
10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50% 
De 1.400.000,01 a 
1.560.000,00 
10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50% 
De 1.560.000,01 a 
1.680.000,00 
10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50% 
De 1.680.000,01 a 
1.800.000,00 
10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50% 
De 1.800.000,01 a 
1.920.000,00 
11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50% 
De 1.920.000,01 a 
2.040.000,00 
11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50% 
De 2.040.000,01 a 
2.160.000,00 
11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50% 
De 2.160.000,01 a 
2.280.000,00 
12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50% 
De 2.280.000,01 a 
2.400.000,00 
12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50% 
 
Com base nesta tabela, pode-se saber em qual alíquota a empresa irá recolher 
seus impostos naquele referido mês e, conforme o exemplo acima, a alíquota 
utilizada para o cálculo do Simples no mês de fevereiro será de 8,95%, pois o 
faturamento dos últimos 12 meses (892.801,00) se enquadra entre 840.000,01 e 
960.000,00. 
Para efetuar o cálculo é precisosaber quais foram as vendas dessa empresa, 
então, iremos utilizar um faturamento em fevereiro de R$ 65.320,00. Vejamos o 
que deveria ser recolhido de Simples Nacional neste mês. 
Ficaria da seguinte forma: 
R$ 65.320,00 (Vendas da empresa) x 8,95% (alíquota do mês) = R$ 5.846,14 que 
é o total da guia do Simples Nacional, e seria distribuído da seguinte forma: 
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – 0,39% = R$ 254,75; 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL – 0,39% = R$ 254,75; 
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS – 1,17% = R$ 
764,24; 
Programa de Integração Social – PIS – 0,28% = R$ 182,90; 
Contribuição Previdenciária Patronal – CPP – 3,35% = R$ 2.188,22; 
Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço – ICMS – 2,87% = R$ 1.874,68; 
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – 0,50% = R$ 326,60; 
 
Da entrega da declaração 
No Simples Nacional, temos a Declaração Anual do Simples Nacional – DASN. 
Como o prazo final para a entrega da declaração é o último dia do mês 
posterior ao encerramento do exercício, então a entrega da declaração 
referente a março de 2009 se estende até março de 2010. A declaração é 
anual, e é conhecida como Declaração Nacional do Simples Nacional – DASN, 
que é preenchida diretamente no site da Receita Federal pelo portal do Simples 
Nacional. 
Essa declaração deve conter: 
 Faturamento Anual; 
 Total de Compras oriundas de outros estados; 
 Vendas realizadas para outros estados; 
 Devolução de Vendas; 
 Devolução de Compras; 
 Estoque de Mercadoria; 
 Caixa Inicial e Final; 
 Rendimento dos sócios; 
 Participação do sócio, no capital social; 
 Despesas realizadas no ano-calendário; 
Após a entrega da DASN, não poderá ser efetuada qualquer alteração nos 
cálculos do Simples Nacional, referentes ao período que abrange a 
declaração, pois o sistema irá realizar um bloqueio para que não seja efetuada 
qualquer alteração nesse período. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco 
Tributária e Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de 
Mato Grosso/Rede e-Tec, 2014. 
Última atualização: segunda, 22 nov 2021, 15:44 
◄ 7.1 Formas de tributação da pessoa jurídica 
7.3 Lucro presumido 
A partir de agora continuaremos com a tributação da pessoa jurídica, na modalidade Lucro 
Presumido, um tipo de tributação bastante utilizada por muitas empresas. 
Lembramos também que é muito importante ter conhecimento da utilização dessa tributação, para 
assim sabermos comparar uma forma de tributação com outra, e realizar uma melhor escolha para 
as empresas, tentando, assim, reduzir a carga tributária. 
Você sabe por que essa tributação é chamada de Lucro Presumido? 
É chamada de Lucro Presumido pois se presume que a empresa tenha uma porcentagem de lucro 
sobre o valor das vendas realizadas (faturamento), independentemente do lucro real, encontrando 
assim a base de cálculo e, posteriormente, aplicando a alíquota, para que assim chegue ao valor 
dos impostos (como você verá no exemplo). A presunção é variável conforme a atividade exercida 
pela empresa. 
Veja abaixo um quadro com presunções de apenas algumas atividades, as quais foram definidas 
pela Lei Nº 9.249/95, e que você estudante, poderá, na íntegra, verificar todas as atividades que 
podem optar por esse regime de tributação e sua presunção de lucro. 
Tabela 1 - Quadro com presunções de atividades 
ATIVIDADES 
PORCENTAGEM DE 
PRESUNÇÃO 
Venda de produtos e revenda de mercadorias 8,00% 
Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool 
etílico carburante e gás natural 
1,60% 
Atividades rurais 8,00% 
Transporte de Cargas 8,00% 
ATIVIDADES 
PORCENTAGEM DE 
PRESUNÇÃO 
Transporte de Passageiros 8,00% 
Intermediação de Negócios, (inclusive representação comercial e 
corretagem de seguros e imóveis) 
32,00% 
 
 
 
 
Da Alíquota 
A alíquota do IRPJ é única e de 15%. Caso o lucro no trimestre ultrapasse R$ 60.000,00, deve-se 
calcular um adicional de 10% sobre o valor ultrapassar. Já a alíquota da CSLL é de 9%, não 
contendo nenhum adicional. 
 
 
Da opção 
O Lucro Presumido dá como opção o pagamento da primeira guia do Imposto de Renda da Pessoa 
Jurídica – IRPJ, cuja definição é por meio do código que aparece no Documento de Arrecadação 
da Receita Federal – DARF. O código indicado quando se opta por essa tributação é o “2089”. 
Depois de realizado o pagamento com esse código, a tributação para todo o ano-calendário estará 
definida. 
O IRPJ no Lucro Presumido é apurado trimestralmente e está disponível no site da 
Receita Federal. Junto a ele deve-se recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – 
CSLL, que também é trimestral. 
Você pode se perguntar: só é necessário pagar os impostos/contribuições federais 
trimestralmente? Não. Além dos impostos que são recolhidos de forma trimestral, temos o PIS e 
COFINS, cujo cálculo é realizado de forma mensal. No Lucro Presumido, a alíquota do PIS é de 
0,65% e a alíquota da COFINS é de 3%. Os códigos que devem ser utilizados nas guias são de 
“8109” e “2172”, respectivamente. 
Vejamos o cálculo de um período de três meses e quais impostos devem ser recolhidos. Para 
efetuar esse cálculo, utilizaremos como exemplo uma empresa que realiza intermediação de 
negócio, sendo uma representação comercial. Suponha que as vendas realizadas são as seguintes: 
Tabela 2 - Exemplos de vendas 
MÊS FATURAMENTO 
01/10 R$ 155.000,00 
02/10 R$ 256.000,00 
03/10 R$ 180.000,00 
TOTAL FATURAMENTO R$ 591.000,00 
 
Então, com base neste faturamento, podemos realizar os cálculos dos impostos/contribuições 
que deverão ser apurados nos meses de referência. No mês de janeiro realiza-se a apuração do 
PIS e COFINS, da seguinte maneira: 
 
 
 
Tabela 3 - Exemplo de apuração de PIS e COFINS 
IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR 
PIS R$ 155.000,00 0,65% R$ 1.007,50 
COFINS R$ 155.000,00 3,00% R$ 4.650,00 
 
No mês de fevereiro, o cálculo será da mesma forma, só o valor do faturamento será diferente. 
 
 
Tabela 4 - Exemplo de apuração de PIS e COFINS no mês de fevereiro 
IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR 
PIS R$ 256.000,00 0,65% R$ 1.664,00 
COFINS R$ 256.000,00 3,00% R$ 7.680,00 
 
No mês de março, recolhe-se o PIS, COFINS, CSLL e o IRPJ, pois neste momento encerra-se o 
primeiro trimestre. O encerramento acontece em 31/03, o segundo trimestre em 30/06, o 
terceiro em 30/09 e o último e quarto trimestre em 31/12, então no final de cada trimestre, 
deve-se calcular o IRPJ e CSLL. E o cálculo, neste mês, ficaria assim: 
 
 
 
Tabela 5 - Exemplo de cálculo para o mês de março 
IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR 
PIS R$ 180.000,00 0,65% R$ 1.170,00 
COFINS R$ 180.000,00 3,00% R$ 5.400,00 
 
Já para o IRPJ e CSLL, usamos como base o faturamento dos três meses, ou seja, janeiro, 
fevereiro e março, que totalizado, chegam ao valor de R$ 591.000,00. 
 
 
Tabela 6 - Exemplo de cálculo do IRPJ e CSLL com faturamento de três meses 
IMPOSTO/CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO 
ALÍQ. DE 
PRESUNÇÃO 
BASE DE 
CALCULO 
ALÍQ. DO 
IMPOSTO 
VALOR 
CSLL R$ 591.000,00 32,00% 
R$ 
189.120,00 
9,00% 
R$ 
17.020,80 
IRPJ R$ 591.000,00 32,00% 
R$ 
189.120,00 
15,00% 
R$ 
28.368,00 
 
Quanto ao IRPJ, temos que calcular o adicional de 10% sobre o que exceder 60.000,00, então se 
calcula da seguinte forma: 
 
 
R$ 189120,00 – 60.000,00 = 129.120,00 x 10% (adicional) = R$ 12.912,00 então o recolhimento 
do IRPJ será de 28.368,00 + 12.912,00 (adicional) = R$ 41.280,00. 
Você pode perceber que além dos impostos que foram recolhidos de forma mensal nos meses de 
janeiro e fevereiro, no mês de março, quando se encerra o trimestre, deve-se recolher o IRPJ e 
CSLL. 
 
Da entrega de declarações 
Temos no Lucro Presumido algumas declarações acessórias que são de exigência da Receita 
Federal do Brasil. São elas: DIPJ, DACON e DCTF. 
A DIPJ é entregue anualmente, já a DACON eDCTF são entregues mensalmente. 
Mas o que deve constar nestas declarações? A DIPJ contém informações referentes a toda 
movimentação anual da empresa, tais como faturamento, compras, despesas, valores pagos aos 
sócios, e outras. 
A DACON é uma declaração cuja obrigatoriedade de entrega é mensal e o que consta nesta 
declaração são informações relativas ao PIS e à COFINS. Nela deve ser informado o faturamento 
da empresa referente àquele mês em que está sendo preenchida a DACON. Nessa declaração 
existem vários campos em que se pode informar o faturamento. Se houver incidência de PIS e 
COFINS, há um campo específico para isso e, a partir disso, é automaticamente calculado o valor 
do imposto/contribuição. Temos também campos de isenção, tributação à alíquota zero, nas quais 
não geram valor dos impostos. 
A DCTF é outra declaração obrigatória, na qual se deve informar todos os débitos referentes ao 
mês em que a declaração está sendo realizada, tais como: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IRRF e 
outros. Caso esses débitos estejam quitados, podemos informar o pagamento conforme o DARF 
utilizado para realizar a quitação deste débito. 
 
Multas 
A multa pela não entrega destas declarações é no mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais), porém 
esses valores podem ser maiores, pois é cobrado até 20% sobre o montante de contribuições 
informadas. Há a possibilidade de redução desta multa. No caso de declarações que forem 
entregues fora do prazo, porém de forma espontânea, a redução é de 50%, e se for feita após 
recebimento de intimação e dentro do prazo previsto nesta a redução, será de apenas 25%. 
 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco Tributária e 
Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso/Rede e-Tec, 
2014. 
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◄ 7.2 Simples nacional 
7.4 Lucro arbitrado 
Nessa aula continuaremos nossos estudos sobre Tributação da Pessoa Jurídica e, especificamente, 
sobre Lucro Arbitrado. 
Da opção 
A escolha pelo Lucro Arbitrado se dá pelo pagamento da primeira guia do Imposto de Renda da 
Pessoa Jurídica – IRPJ. O código a ser utilizado no DARF, que identificará a opção por esse 
regime de Tributação, é o código “5625”. 
O Lucro Arbitrado é uma modalidade de recolhimento de impostos e contribuições federais 
previsto na Lei 8.981/1995, disponível no site da Receita Federal. A Receita Federal do Brasil 
pode exigir que a empresa realize o recolhimento de impostos com base nesta tributação quando 
esta deixar de apresentar documentos exigidos pela tributação no Lucro Presumido, Lucro Real 
ou até mesmo do Simples Nacional. Digamos que a empresa X é optante pelo Lucro Real e que a 
Receita Federal exigiu o Livro Diário, obrigatório nesta tributação, e esta empresa não apresentou 
este Livro. Neste caso, a Receita Federal poderá obrigar esta empresa a efetuar o recolhimento 
dos impostos com base no Lucro Arbitrado. 
A empresa poderá optar de forma espontânea pelo Lucro Arbitrado para que assim ela não 
necessite realizar alguns procedimentos que são obrigatórios por outras tributações. No Lucro 
Real, por exemplo, é necessário que a empresa tenha a Escrita Contábil. Já na hipótese de optar 
pelo Lucro Arbitrado, a Receita Federal já não exigirá os Livros que exigiria caso as empresas 
recolhessem seus tributos no Lucro Real. Diante disso, a empresa opta, diretamente, por recolher 
seus impostos com base no Lucro Arbitrado para ficar dispensada de certos procedimentos 
exigidos por outra tributação. 
 
Da Alíquota 
A alíquota para a apuração pelo Lucro Arbitrado é de 15% e terá o adicional de 10%, caso o lucro 
no trimestre ultrapasse 60.000,00, então estes 10% são o adicional sobre o que ultrapassar, uma 
média de 20.000,00 por mês. 
 
Base de cálculo 
A base de cálculo utilizada para a apuração no Lucro Arbitrado é 20% maior do que a utilizada 
no Lucro Presumido, exceto para as instituições financeiras. Segue abaixo a tabela, conforme 
atividades desenvolvidas pelas empresas. Vejamos: 
Tabela 1 - Exemplo de atividades desenvolvidas pelas empresa X Percentual de arbitramento 
ATIVIDADE 
PERCENTUAL DE 
ARBITRAMENTO 
Venda de produtos e revenda de mercadorias 9,60% 
Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool 
etílico carburente e gás natural 
1,92% 
Atividades rurais 9,60% 
Industrialização por encomenda 9,60% 
Transporte de cargas 9,60% 
Prestação de Serviços hospitalares 9,60% 
Transporte de Passageiros 19,20% 
Instituições Financeiras e equiparadas 45,00% 
Prestação de serviços pelas sociedades simples, relativos ao 
exercício de profissão legalmente regulamentado. 
38,40% 
Intermediação de negócios (inclusive representação comercial e 
corretagem de seguros de imóveis). 
38,40% 
Construção por administração ou empreitada unicamente de mão de 
obra 
38,40% 
Factoring 38,40% 
Prestação de serviços em geral 38,40% 
Fonte: Apostila Tributação das Pessoas Jurídicas 2010, Floresta Treinamentos e Consultoria, págs. 95 e 96. 
 
Abaixo, demonstraremos os cálculos que serão realizados com base no Lucro Arbitrado, cuja 
atividade desenvolvida pela empresa é uma Representação Comercial. Para esse exemplo, o 
faturamento será o mesmo que foi utilizado pelo Lucro Presumido, para que você, estudante, 
possa realizar uma comparação entre essas tributações. 
Digamos que as vendas realizadas (faturamento) nos três primeiros meses ocorreram da seguinte 
forma: 
Tabela 2 - Exemplo de faturamento nos três primeiros meses 
MÊS FATURAMENTO 
JANEIRO/10 R$ 155.000,00 
FEVEREIRO/10 R$ 256.000,00 
MARÇO/10 R$ 180.000,00 
TOTAL FATURAMENTO R$ 591.000,00 
 
Então, com base nesse faturamento, pode-se realizar os cálculos dos impostos/contribuições 
federais que devem ser recolhidos durante esses meses. No mês de janeiro de 2010, será 
realizada a apuração do PIS e COFINS da seguinte maneira: 
 
 
Tabela 3 - Exemplo de apuração do PIS e COFINS 
IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR 
PIS R$ 155.000,00 0,65% R$ 1.007,50 
COFINS R$ 155.000,00 3,00% R$ 4.650,00 
 
No mês de fevereiro, a alíquota utilizada para o cálculo será a mesma, porém o valor do 
faturamento é diferente. 
 
Tabela 4 - Exemplo de diferença no valor do faturamento 
IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR 
PIS R$ 256.000,00 0,65% R$ 1.664,00 
COFINS R$ 256.000,00 3,00% R$ 7.680,00 
 
 
No mês de março, temos o PIS, COFINS, CSLL e o IRPJ, pois neste momento encerra-se o 
primeiro trimestre. O período de encerramento do primeiro trimestre é o mesmo em que se encerra 
o Lucro Presumido, ou seja, o primeiro em 31.03, o segundo em 30.06, o terceiro em 30/09 e o 
último e quarto trimestre em 31/12, então no final de cada trimestre, deve-se realizar os cálculo 
do IRPJ e da CSLL. 
Segue tabelas abaixo para ilustração dos cálculos do PIS, COFINS, CSLL E IRPJ: 
Tabela 5 - Ilustração dos cálculos do PIS e COFINS 
IMPOSTO/ CONTRIBUIÇÃO FATURAMENTO ALÍQUOTA VALOR 
PIS R$ 180.000,00 0,65% R$ 1.170,00 
COFINS R$ 180.000,00 3,00% R$ 5.400,00 
 
Já no cálculo do IRPJ e da CSLL, utiliza-se o faturamento dos três meses, correspondentes ao 1o 
trimestre, janeiro, fevereiro e março, que totalizado chega ao valor de R$ 591.000,00. 
 
 
Tabela 6 - Ilustração dos cálculos do CSLL e IRPJ 
IMPOS./CONTR. FATURAMENTO 
ALÍQ. DE 
ARBITRAMENTO 
BASE DE 
CÁLCULO 
ALÍQ. DO 
IMPOSTO 
VALOR 
CSLL R$ 591.000,00 32,00% R$ 189.120,00 9,00% 
R$ 
17.020,80 
IRPJ R$ 591.000,00 38,40% R$ 226.944,00 15,00% 
R$ 
34.041,60 
 
 
Ao realizarmos o cálculo do IRPJ, temos que calcular também o adicional de 10% sobre o que 
exceder 60.000,00, que se calcula da seguinte forma: R$ 226.944,00 – 60.000,00 = 166.944,00 x 
10% (adicional) = R$ 16.694,40, então o recolhimento do IRPJ será de 34.041,60 + 16.694,40 
(adicional) = R$ 50.736,00. 
Você pode retornar à aula anterior, onde abordamos sobre a tributação no Lucro Presumido, e 
verificar que os cálculos referentes aoPIS, COFINS e CSLL foram os mesmos do Lucro 
Arbitrado. Portanto, esses impostos permanecerão os mesmos, não importando se foram efetuados 
no Lucro Presumido ou no Lucro Arbitrado. No que diz respeito ao IRPJ, pode-se observar que 
houve alteração, porque o Lucro Arbitrado é mais oneroso do que o Lucro Presumido, portanto 
aumentou o Imposto a ser recolhido. 
 
 
Da Declaração 
No Lucro Arbitrado temos, como obrigatoriedade, declarações exigidas pela Receita Federal, são 
elas: DACON, DCTF e DIPJ. Nas duas primeiras, a periodicidade de entrega é mensal e as 
penalidades são idênticas às do Lucro Presumido, já a DIPJ é entregue anualmente. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco Tributária e 
Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso/Rede e-Tec, 
2014. 
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◄ 7.3 Lucro presumido 
7.6 Lucro real 
A partir de agora iremos buscar o aprendizado de mais uma tributação, que é 
conhecida como Lucro Real. Nesse método de tributação existem duas formas 
de aplicação, que são Lucro Real Trimestral e Lucro Real Anual. Você verá a 
diferença entre os cálculos em cada modalidade. 
É importante saber que existe possibilidade de qualquer empresa realizar a 
opção pelo regime de tributação, no Lucro Real. Porém em alguns casos, é 
obrigatória a apuração dos impostos nesta modalidade de Tributação. 
 
Da Obrigatoriedade 
Você sabia que, segundo o artigo 14 da Lei Nº 9.718/1998, existem algumas 
características que obrigam determinadas empresas a apurar seus impostos 
com base no seu Lucro Real? Vamos analisar cada caso onde essa 
obrigatoriedade acontece. 
1. Empresa cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao 
limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou 
proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 
(doze) meses; 
2. Empresas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de 
investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, 
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de 
crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e 
câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de 
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
3. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do 
exterior; 
4. Que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais 
relativos à isenção ou redução do imposto; 
5. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento 
mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei Nº 9.430 de 
1996; 
6. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, 
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras 
de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de 
prestação de serviços (factoring); 
7. Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários 
(suporte para emissão de títulos ou valores imobiliários), financeiros e do 
agronegócio. (Incluído pela Medida Provisória nº 472, de 2009). 
Agora que você já tem conhecimento de quais atividades estão sujeitas ao 
Lucro Real, veremos a alíquota. 
Qual é a alíquota do IRPJ no Lucro Real? Podemos entender que a alíquota no 
Lucro Real é de 15% sobre o Lucro Apurado no período e estará sujeita ao 
adicional de 10% caso a empresa ultrapasse 20.000,00 por mês ou 60.000,00 por 
trimestre. 
Temos, também, a Dedução dos Impostos. A apostila de Liviel Floresta – Floresta 
Treinamentos e Consultoria – Tributação das Pessoas Jurídicas Regras para 2010, 
página 29, informa que, para efeito de determinação do saldo do imposto a ser 
pago ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto 
devido os valores: 
 dos incentivos fiscais de dedução de impostos, observados os limites e 
prazos fixados na legislação vigente; 
 dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com 
base no lucro da exploração; 
 do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas 
computadas na determinação do lucro real; 
 do imposto de renda pago por estimativa; 
 imposto de renda retido na fonte por órgão público; 
 imposto pago incidente sobre ganho no mercado de renda variável; 
 imposto pago no exterior sobre lucros disponibilizados, rendimentos e 
ganhos de capital. 
 
Incentivos Fiscais 
Temos vários incentivos fiscais, porém citaremos apenas alguns: 
O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, doações aos fundos da 
criança e adolescente, atividades audiovisuais, dentre outras. Pode-se ressaltar 
que os incentivos ou doações realizadas nem sempre poderão ser 
compensadas no montante ou no valor total da doação, pois a compensação 
depende do valor do imposto a recolher. 
Exemplo: A dedução referente às doações aos Fundos da Criança e 
Adolescente é limitada a 1% do imposto devido. Não importa o valor que foi 
doado. Digamos que uma determinada instituição faça a doação de 
5.000,00. Isto não significa que o valor integral da doação será abatido no 
imposto. 
 
 
Lucro Real Trimestral/Anual 
Como temos duas modalidades de apuração no Lucro Real, podemos fazer a 
escolha. No Lucro Real Trimestral a apuração do IRPJ e CSLL são realizadas 
trimestralmente, sendo que o primeiro trimestre encerra em 30/03, o segundo 
em 30/06, o terceiro em 30/09 e o quarto e último em 31/12. 
No Lucro Real Anual, o período de apuração é anual, porém é realizado o 
cálculo mensal do IRPJ e CSLL, podendo suspender ou reduzir os pagamentos 
através dos balanços ou balancetes intermediários. No Lucro Real Trimestral, 
caso tenha prejuízo anterior, este não poderá ser compensado de uma única 
vez, assim podendo ser compensado no máximo 30% sobre o lucro do trimestre 
que está em apuração. Já no Lucro Real Anual, a compensação total poderá 
ser realizada no próximo mês a ser apurado. Vejamos: 
Digamos, por exemplo, que uma empresa apura os impostos com base no Lucro 
Real Trimestral. No ano anterior ocorreu um prejuízo de 98.000,00, mas já no 
primeiro trimestre do ano seguinte (janeiro 40.000,00, fevereiro 35.000,00 e março 
25.000,00) apurou um lucro de 100.000,00. Nesta modalidade de apuração ela 
não poderá compensar todo esse prejuízo de uma única vez. Veja: 
Tabela 1 - Exemplo de apuração 
Prejuízo Anterior R$ 98.000,00 
Lucro no I Trimestre R$ 100.000,00 
Compensar (100.000,00 x 30%) R$ 30.000,00 
Lucro depois da compensação R$ 70.000,00 
Restante de Prejuízo a Compensar R$ 68.000,00 
 
Com base no exemplo acima, pode-se dizer que a empresa deve pagar os 
impostos sobre 70.000,00, mesmo tendo um prejuízo a compensar de 68.000,00. 
 
IRPJ: 70.000,00 x 15% = 10.500,00 + (adicional 70.000,00 – 60.000,00 = R$ 10.000,00 
x 10% = 1.000,00) = 11.500,00 
CSLL: 70.000,00 x 9% = 6.300,00 
Utilizaremos o mesmo exemplo no Lucro Real Anual, mas fazendo este 
levantamento mensal. Vejamos o exemplo: 
Tabela 2 - Exemplo com o mês de janeiro sem recolhimento de IRPJ e CSLL 
Prejuízo Anterior R$ 98.000,00 
Lucro em janeiro R$ 40.000,00 
Compensar em janeiro R$ 40.000,00 
Lucro depois da compensação R$ 0,00 
Restante de Prejuízo a Compensar R$ 58.000,00 
 
 
Com base no exemplo acima, no mês de janeiro não é necessário realizar 
recolhimento de IRPJ e CSLL. 
Tabela 3 - Exemplo com o mês de fevereiro sem recolhimento de IRPJ e CSLL 
Prejuízo Anterior R$ 98.000,00 
Prejuízo Compensado R$ 40.000,00 
Saldo de Prejuízo a Compensar R$ 58.000,00 
Lucro em fevereiro R$ 35.000,00 
Compensar em fevereiro R$ 35.000,00 
Lucro depois da compensação R$ 0,00 
Restante de Prejuízo a Compensar R$ 23.000,00 
 
 
De acordo com a tabela acima, no mês de fevereiro, também não será 
necessário efetuar o recolhimento de IRPJ e CSLL. 
Tabela 4 - Exemplode pagamento do IRPJ e CSLL 
Prejuízo Anterior R$ 98.000,00 
Prejuízo Compensado R$ 75.000,00 
Saldo a Compensar do Prejuízo R$ 23.000,00 
Lucro em março R$ 25.000,00 
Compensação de Prejuízo em março R$ 23.000,00 
Lucro depois da compensação R$ 2.000,00 
Restante de Prejuízo a Compensar R$ 0,00 
 
A tabela acima mostra que no mês de março a empresa deve pagar o IRPJ e 
CSLL sobre R$ 2.000,00, valor que, deduzido o prejuízo, restou de lucro. 
 
 
IRPJ : 2.000,00 x 15% = R$ 300,00 
CSLL : 2.000,00 x 9% = R$ 180,00 
Com base nesses valores, pode-se perceber que o Lucro Real Anual é mais 
vantajoso, pois a empresa pode aproveitar todo prejuízo de forma integral. 
Já no lucro trimestral, a compensação do prejuízo ocorre parcialmente, assim, 
a opção com base no Lucro Real Anual se torna mais vantajoso como pode ser 
comprovado através dos cálculos realizados acima. 
 
 
 
Referência: 
FLORESTA, Liviel. Apostila Tributação das Pessoas Jurídicas 2010, Floresta 
Treinamentos e Consultoria, pág. 95 e 96. 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco 
Tributária e Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de 
Mato Grosso/Rede e-Tec, 2014. 
Última atualização: segunda, 22 nov 2021, 15:44 
7.7 Regime de estimativa 
Neste regime de apuração do Lucro Real iremos calcular o IRPJ e CSLL de forma 
mensal, porém esses impostos devem ser recolhidos com base no Lucro. 
Exemplo: Digamos que no mês de janeiro houve um lucro de R$80.000,00, com 
recolhimento do imposto com base neste lucro. Já no mês de fevereiro, o lucro 
acumulado alterou, somando um lucro de R$60.000,00. Nesse caso não se deve 
recolher o imposto, pois o que já foi recolhido ultrapassa o lucro, assim, 
suspendendo o recolhimento. Perceba que, para cada cálculo mensal 
realizado na empresa, apresenta-se um resultado diferente, assim, alterando o 
lucro. Quando esse lucro for maior, deve-se complementar o recolhimento, caso 
seja menor, não há recolhimento. O resultado é apurado conforme as receitas 
e despesas referentes àquele mês de apuração. Vejamos: Digamos que após 
todos os ajustes de lançamentos contábeis, inclusive o estoque que é fator 
determinante para o controle de Lucro, tenhamos o seguinte resultado no mês. 
O balancete ficaria assim: 
Balancete ref. janeiro/20xx 
Ativo – 852.000,00 
Passivo – 812.000,00 
Resultado- 40.000,00 (positivo). 
Isto significa que no mês de janeiro obteve-se lucro, portanto deve-se recolher 
o IRPJ e CSLL com base no resultado alcançado acima. 
O recolhimento ficaria da seguinte maneira: 
CSLL: 40.000,00 X 9% = R$ 3.600,00 
IRPJ: 40.000,00 X 15% = R$ 6.000,00 + (adicional de 10% sobre o que ultrapassar 
R$ 20.000,00, ficando da seguinte maneira R$ 20.000,00 x 10% = R$ 2.000,00) = R$ 
8.000,00 (total IRPJ). 
Lembre-se de que esses impostos são recolhidos sobre o Lucro 
independentemente do valor de venda efetuado naquele mês, portanto no 
nome Lucro Real. 
Iremos agora para o balancete do próximo mês, fevereiro/20xx, que é 
acumulativo, assim ficando o saldo dos dois meses janeiro e fevereiro. Nesse 
caso, iremos recolher os impostos com base no lucro no balancete de fevereiro. 
Ativo – 845.000,00 
Passivo – 828.000,00 
Resultado – 17.000,00 (positivo) 
Você pode observar que o resultado apurado em fevereiro foi menor de que o 
apurado em janeiro. Assim, neste referido mês, não foi necessária a realização 
do recolhimento do IRPJ e CSLL, pois já foi efetuado o recolhimento sobre um 
lucro de 40.000,00. Neste caso, acontece a suspensão do pagamento. 
Agora demonstraremos os saldos do balancete acumulado referente ao mês 
de março/20xx. Vejamos de que maneira ficará. 
Ativo – 958.000,00 
Passivo – 915.000,00 
Resultado – 43.000,00 (positivo). 
Esse valor é o lucro acumulado durante esses três meses. O resultado do mês de 
março é maior do que o apurado no mês de janeiro, por isso serão realizados os 
cálculos neste mês para verificar se há impostos a recolher. Veja abaixo. 
CSLL 43.000,00 x 9% = 3.870,00, sendo que no mês de janeiro já foi efetuado o 
recolhimento desses impostos no valor de R$3.600,00. 
Uma vez recolhido o imposto no mês anterior, deve-se recolher somente a 
diferença que é de (3.870,00 – 3.600,00) = R$ 270,00. 
IRPJ 43.000,00 x 15% = 6.450,00. Lembre-se de que neste mês não há o adicional 
de Imposto de Renda, pois a proporção do lucro nos três meses não superou 
20.000,00. Neste caso, o valor que foi recolhido ultrapassou o que teria que 
recolher, não sendo necessário recolher o IRPJ neste mês. O não recolhimento 
nesse caso é chamado de suspensão. 
 
 
Lucro Real Trimestral 
Lucro Real Trimestral é uma forma de apuração do Lucro Real em que as 
empresas poderão recolher de forma definitiva o IRPJ e CSLL. Esta modalidade 
do Lucro Real é a maneira pela qual as empresas optam e pagam seus impostos 
trimestralmente. 
A escolha pelo regime trimestral é realizada no momento do pagamento 
referente ao primeiro trimestre do ano calendário e esse é realizado com base 
nos lucros apurados. 
Como demonstramos na aula anterior, descreveremos mais alguns exemplos, 
com os quais você, cursista, poderá fazer uma comparação, verificando a 
modalidade do Lucro Real mais vantajosa para recolher os tributos. 
O encerramento do 1º trimestre ocorre em março. Com base nisso, o cálculo é 
realizado de acordo com o saldo do balancete do referido mês, ficando da 
seguinte maneira: 
IRPJ: 43.000,00 x 15% = R$ 6.450,00 
CSLL: 43.000,00 x 9% = R$ 3.870.00 
Esses valores referentes ao 1º trimestre são definitivos e disponíveis do Governo 
Federal. 
Não há alteração nesses impostos, sem compensação em trimestres posteriores. 
Com base nisso, qual método de tributação é melhor? 
Apesar de a soma dos impostos trimestrais ter sido menor com o valor de 
R$10.320,00 e no recolhimento por estimativa ter acumulado um recolhimento 
de R$ 11.870,00, a opção por estimativa é considerada melhor devido ao fato 
de haver um período de nove meses em que o imposto será recolhido somente 
se houver um lucro superior ao valor recolhido. Já o trimestral, se o Lucro for 
inferior a R$ 43.000,00, no segundo trimestre deve-se recolher da mesma 
maneira, pois se refere a outro período. 
Digamos que no 2º trimestre o lucro acumulado no regime de estimativa seja de 
R$30.000,00. Nesse caso, não será necessário realizar o recolhimento, pois já foi 
efetuado um pagamento superior a esse lucro. Já no Trimestral, o recolhimento 
é devido por se tratar de outro período. 
IRPJ: R$ 30.000,00 x 15% = R$ 4.500,00 
CSLL: R$ 30.000,00 x 9% = R$ 2.700,00 
Veja agora sobre as declarações que são entregues neste regime de 
tributação. 
 
Declarações 
As empresas optantes pelo Lucro Real estão obrigadas a entregar a DACON e 
DCTF de forma mensal, sendo que a primeira contempla a apuração de PIS e 
COFINS, e a segunda é realizada para declarar para a Receita Federal do Brasil 
todos os débitos pertencentes à mesma nos quais podem constar: IRPJ, CSLL, 
PIS, COFINS, IRRF, dentre outros. 
A Dacon tem como prazo de entrega o 5º dia útil do segundo mês subsequente 
ao referido mês de entrega. Exemplo: a declaração do mês de janeiro deve ser 
entregue até o 5º dia útil de março. Já a DCTF, é entregue no 15º dia útil ao 
prazo do segundo mês subsequente ao referido mês de entrega. A DIPJ 
também é uma declaração que deve ser entregue, pelas empresas optantes 
pelo Lucro Real, devendo constar toda movimentação da empresa no referido 
ano. O prazo de entrega da declaração é o último dia útil do mês de junho do 
ano posterior ao encerramento do exercício, ou seja, em junho de 2010, deve 
ser entregue a declaração de 2009. 
 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco 
Tributária e Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de 
Mato Grosso/Rede e-Tec, 2014. 
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◄ 7.6 Lucro real 
Seguir para...7.8 Tributos estaduais 
Na aula a seguir o nosso foco serão os Tributos Estaduais e também alguns 
tributos que são de competência do Estado. 
 
Tributos Estaduais 
Os tributos estaduais são compostos por impostos, taxas, contribuição de 
melhoria e contribuição previdenciária. 
O imposto é uma espécie de tributo. São impostos estaduais: 
 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação – ICMS; 
 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA; 
 Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens 
ou Direitos – ITCD. 
É importante você saber que temos as taxas que são cobradas pelos serviços 
públicos e estas não constituem base de cálculo. Um exemplo é a iluminação 
pública que é cobrada em conjunto com a conta de energia. Podemos citar 
também as taxas de serviços judiciários, as quais são recolhidas por quem está 
movendo a ação. 
Outro tipo de tributo é a contribuição por melhoria que é cobrada por 
construção de alguma obra pública que beneficia imóveis situados naquela 
região, surgindo a contribuição de melhoria. Já a contribuição previdenciária é 
cobrada dos servidores do Estado para custeio do sistema de previdência e 
assistência social para a garantia de benefícios aos próprios servidores. 
Agora que você está conhecendo os tributos, iremos estudar as alíquotas dos 
impostos que foram citados acima. 
 
 
Alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço – ICMS 
O ICMS é um imposto de competência estadual que é cobrado quando há 
circulação de mercadoria, bens ou serviço. Esse imposto é bastante conhecido, 
e pode ser observado nas notas fiscais, pois aparece em destaque em campo 
próprio. Sempre quando estamos realizando algum tipo de compra, isso resulta 
em circulação de mercadoria, assim gerando o ICMS. Portanto sempre que há 
exigência de nota fiscal, surge esse imposto, há não ser que essa mercadoria 
adquirida esteja em situação de isenção. 
A alíquota do ICMS varia de Estado para Estado e em alguns casos são 
concedidos benefícios. Mesmo quando a alíquota não sofre alteração, 
ocasiona uma diminuição nos impostos a serem recolhidos. Como exemplo, 
podemos citar os casos de redução de base de cálculo ou benefício de algum 
produto que fora determinado pelo governo. 
 
Da não incidência do ICMS 
A não incidência de ICMS refere-se à isenção de cobrança de ICMS sobre 
aquela operação (mercadoria) ou prestação (serviço) que é concedida pelo 
governo. No art. 37 do CTE existem vários exemplos de mercadorias que são 
contempladas com a não incidência, dentre os quais constam: 
1. livros; 
2. jornais; 
3. obras de arte, quando comercializadas pelo próprio autor ou na primeira 
venda por intermediário especializado. 
 
Dos benefícios fiscais 
Os benefícios fiscais são incentivos concedidos pelo governo que beneficiam 
parte da mercadoria/prestação ou até mesmo o total dela. É um incentivo que 
pode ou não ter um prazo determinado. Os benefícios fiscais são: isenção, 
redução de base de cálculo, crédito outorgado, manutenção de crédito, 
devolução total ou parcial dos impostos. 
Agora que apresentamos um pouco mais do ICMS, iremos ver outro imposto 
estadual, que é o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA. 
 
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA 
O contribuinte do IPVA é quem possui um veículo automotor aéreo, aquático 
ou terrestre. Por se tratar de um imposto de competência estadual, o 
recolhimento do IPVA deve ser realizado no local que houver o emplacamento 
do veículo. Se o proprietário do veículo reside no Estado do Rio de Janeiro, mas 
seu veículo é emplacado em Goiás, então deve recolher o imposto em Goiás, 
pois deve ser destinado ao local em que consta o registro do veículo naquele 
momento. 
Assim como o ICMS, o IPVA também tem alíquotas diversificadas para alguns 
modelos de veículos, e você deve verificar o tipo de alíquota conforme cada 
Estado. 
No IPVA, temos também os benefícios de veículos que estão dispensados do 
pagamento deste imposto. Citaremos alguns exemplos (mas atente-se que 
esses benefícios são um exemplo, podem variar de Estado para Estado): 
1. Veículos com 20 (vinte) anos ou mais tempo de uso; 
2. Ônibus destinados a transporte de passageiro de turismo e escolar, desde 
que credenciado ao órgão competente. 
3. Veículos adquiridos para portadores de deficiência física, visual, mental 
severa ou profunda, ou autistas (ou que sejam utilizados para o transporte 
dessas pessoas). 
O Estado é responsável pelo recebimento do IPVA e repassa ao município que 
o veículo estiver emplacado 50% do valor deste imposto. O IPVA prevê 
penalidades. As multas podem chegar a 200% do valor do imposto e podem ser 
imputadas se houver uso de documentos adulterados, falsos, dentre outros. 
 
 
Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou 
Direitos - ITCD 
O ITCD é um imposto que é cobrado sobre a transmissão de causa mortis e 
doação de qualquer bem ou direito, ou seja, deve-se pagar sobre a doação 
ou herança. A base de cálculo para a apuração deste imposto é o valor venal, 
ou seja, o valor que o bem é avaliado, no qual se aplicará a alíquota para 
encontrar o valor do imposto. 
As alíquotas deste imposto variam conforme o Estado, por isso é importante que 
você busque saber no seu Estado qual é a alíquota praticada. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco 
Tributária e Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de 
Mato Grosso/Rede e-Tec, 2014. 
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◄ 7.7 Regime de estimativa 
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7.9 Como funciona o ICMS 
Olá, cursista! Na aula de hoje vamos aprender sobre o ICMS. O ICMS é o Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Ele é um tributo, um percentual 
cobrado quando você vende uma mercadoria. 
Por exemplo: você faz uma venda de R$100,00 dentro do estado de São Paulo. 
Em São Paulo o ICMS é de 18%, logo, você pagará R$18,00 de imposto sobre 
esta venda. 
O ICMS é um imposto estadual, por isso, cada estado pode ter as suas regras. 
Por exemplo, em São Paulo o ICMS é de 18%, porém em Santa Catarina é 17%. 
Então cada estado tem autonomia para definir as suas regras de cálculo de 
ICMS e como arrecadá-lo. 
O ICMS funciona em duas operações: nas operações internas, que podem ser 
interestaduais, e quando ocorre nesta forma, pode variar entre 4%, 7% e 12%, 
quando as mercadorias forem consideradas importadas. 
 
Figura 1 - Valores de ICMS em transações interestaduais 
Descrição da imagem: Ilustração do mapa do Brasil, com os valores cobrados de ICMS em transações interestaduais. Os 
estados das regiões: Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão pintados em cinza escuro. Região Sul e Sudeste está em verde 
claro. Os valores de ICMS: De cinza escuro para cinza escuro 12%. De cinza escuro para verde claro: 12%. De verde claro para 
verde claro 12%. De verde claro para cinza escuro 7%. 
 
O ICMS pode ser isento. Um exemplo são os preservativos, que após uma 
reunião entre os estados, decidiram fazer a isenção para ajudar a reduzir o 
preço do produto e torná-lo mais acessível. 
Há também o ICMS débito e crédito. Essa aplicação funciona da seguinte 
forma: o cidadão A vende para o B aquele item do primeiro exemplo, com o 
ICMS de R$18,00. O cidadão B ficará com crédito de R$18,00 e quando for 
vender para o cidadão C, ele não precisará pagar estes R$18,00. 
Existe a substituição tributária, que nada mais é que o ICMS sendo cobrado de 
forma diferente: ao invés de ser da indústria para o distribuidor, ou do distribuidor 
para a loja, ou da loja para o cliente, ele é cobrado somente em uma 
operação. Por exemplo, da indústria para o distribuidor. E a ideia é cobrar todo 
o imposto que seria fragmentado naquele processo de uma só vez. 
Por fim, temos também o DIFAL (Diferencialde Alíquota do ICMS). Essa 
aplicação ocorre quando uma empresa do Rio de Janeiro vai fazer uma venda 
para uma pessoa física de Minas Gerais, ou seja, o cliente é não contribuinte de 
ICMS, porém o ICMS do Rio de Janeiro é 12% e de Minas Gerais é 20%, logo, a 
empresa terá que pagar além dos 12%, um DIFAL de 8%. 
O ICMS é um imposto complexo, com muitas regras, por isso é importante que 
você continue estudando, para aprender a formar um preço de venda 
corretamente. O ICMS é um imposto impactante e pode chegar em uma carga 
tributária relevante ao longo do processo da venda. 
 
Referências: 
COELHO, Jiovanni. Como funciona o ICMS. 05 fev. 2018. 1 vídeo 
(6min39s). Publicado pelo canal SimTax. Disponível 
em: https://youtu.be/xCBJ5IU7F84 Acesso em: 28 set. 2021. 
COELHO, Jiovanni. ICMS – Um guia completo para você saber tudo sobre o 
imposto. Site SimTax. Disponível em: https://www.simtax.com.br/icms/. Acesso 
em: 28 set. 2021. 
Última atualização: sexta, 26 nov 2021, 11:00 
◄ 7.8 Tributos estaduais 
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7.10 Impostos e taxas municipais 
Agora vamos abordar a questão dos impostos e taxas municipais. Assim, você 
terá oportunidade de conhecer o IPTU, o ISSQN e o ITBI, siglas cujos significados 
serão apresentados no decorrer desta aula. Espero que o conteúdo tenha 
contribuído para a sua qualificação, e que seja útil para aplicação, tanto 
profissional quanto pessoal. 
Para dar início à aula de hoje, abordaremos o Imposto sobre a Propriedade 
Predial e Territorial Urbana – IPTU. O IPTU é um imposto cobrado sobre a 
propriedade de imóvel edificado, e o responsável pelo pagamento deste 
imposto é o proprietário do bem. 
A base de cálculo do IPTU é baseada no valor de venda do imóvel, e este valor 
venal é baseado na área construída do imóvel, de acordo com o estado de 
conservação, no valor do metro quadrado daquela região, e outros critérios de 
avaliação que são determinados pela Prefeitura Municipal. 
A base de cálculo do IPTU é definida através de um grupo de pessoas, 
encontrando assim o valor venal do bem. Para encontrar este valor, temos 
representantes de diversos órgãos, dentre eles representantes da Câmara 
Municipal, da Secretaria Municipal de Finanças e Sindicato de Corretores de 
Imóvel e outros. 
A alíquota aplicada do IPTU é estabelecida através da localização e uso do 
imóvel, assim diferenciando as alíquotas entre imóveis edificados de uso 
residencial ou não e também de imóveis vagos ou não edificados. Os imóveis 
edificados de uso residencial variam entre uma alíquota de 0,20% e 0,55%; para 
os imóveis edificados de uso não residencial, a alíquota fica entre 0,50% e 1%; já 
os imóveis vagos ou não edificados, a alíquota aplicada é de 1% a 4%. 
O pagamento do IPTU é realizado mediante prazos estabelecidos pela 
Secretaria Municipal de Finanças, e esse imposto pode ser dividido em até 12 
parcelas. Se o contribuinte optar pelo pagamento em parcela única, terá um 
desconto de 10% sobre o valor total do imposto. 
No IPTU, temos imóveis que são isentos, dentre vários exemplos que temos no 
art. 11 do Código Tributário Municipal – CTM, do município de Goiânia, 
citaremos alguns: 
1. Imóveis pertencentes ao próprio município; 
2. Imóveis pertencentes ao Patrimônio do Governo Estrangeiro, utilizado 
para sede de seus consulados; 
3. Imóveis pertencentes a associações representativas dos servidores 
municipais, dentre outros. 
Agora que você conhece o IPTU, partiremos para outro imposto da esfera 
municipal, o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISSQN. 
 
Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza 
O ISSQN, como é conhecido, é um imposto de competência Municipal, e o 
contribuinte deste imposto é o prestador de serviço. O prestador de serviço é 
uma empresa ou pessoa física que presta serviço, seja este para empresas ou 
para pessoa física. 
A prestação de serviço é cobrada no município do estabelecimento prestador 
ou caso este não possua o estabelecimento fixo, será considerado o local do 
domicílio do prestador. 
Em alguns casos o ISSQN será cobrado no local da prestação do serviço, ou 
seja, no local onde está sendo realizado determinado serviço. Exemplificaremos 
alguns dos que constam na Lei Complementar 116/2003. Veja: 
1. instalação dos andaimes, palcos, coberturas; 
2. edificações em geral, estradas, pontes; 
3. execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e 
logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e 
congêneres; 
4. florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres; 
5. execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores. 
Na Lei Complementar Nº116/2003, temos uma relação de quais atividades são 
consideradas prestações de serviços. Citaremos algumas. Observe: 
1. Serviços de informática e congêneres; 
2. Análise e desenvolvimento de sistemas; 
3. Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos 
eletrônicos; 
4. Serviços de saúde, assistência médica e congênere; 
5. Análises clínicas, patologia, eletricidade médica, radioterapia, 
quimioterapia, ultrassonografia, ressonância magnética, radiologia, 
tomografia e congêneres; 
6. Enfermagem, inclusive serviços auxiliares; 
7. Odontologia; 
8. Psicologia; 
9. Casas de repouso e de recuperação, creches, asilos e congêneres; 
10. Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres, na área 
veterinária; 
11. Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres; 
12. Barbearia, cabeleireiros, manicuros, pedicuros e congêneres; 
13. Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia, urbanismo, 
paisagismo e congêneres; 
14. Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, 
instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou 
natureza; 
15. Advocacia; 
16. Contabilidade, inclusive serviços técnicos e auxiliares; 
17. Planejamento, coordenação, programação ou organização técnica, 
financeira ou administrativa. 
Agora vamos assistir ao vídeo produzido pela professora Camila Sá, para 
compreender melhor o que é o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza – 
ISSQN: 
 
Da não incidência de ISSQN 
É importante você saber que no ISSQN também existe a não incidência, que é 
definida pelo município que concede o benefício. Como exemplo, podemos 
citar as exportações de serviços para o exterior. 
 
Da alíquota 
A alíquota do ISSQN é definida por cada município, sendo a mínima permitida 
de 2% e a máxima de 5%. 
Muitas vezes, as cidades do interior que aplicam uma alíquota menor do que a 
nos grandes centros recebem empresas que, na verdade, irão atuar no grande 
centro, mas o registro da empresa é feito nas pequenas cidades a fim de 
diminuir a carga tributária, pois a diferença do imposto é muito grande. 
Exemplo: 
Uma empresa presta serviço no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). 
Sendo que, no grande centro cobra-se 5% de ISSQN e nas cidades do interior 
2%. Perceba que a diferença é muito grande. Veja. 
R$ 300.000,00 x 2% = R$ 6.000,00 
R$ 300.000,00 x 5% = R$ 15.000,00 
Nota-se que a diferença é enorme, passando dos 100%, e isso é o grande motivo 
de as empresas prestadoras de serviços migrarem de um município para outros 
a fim de economizarem nesses impostos. 
Da mesma forma que lhe demonstramos o ISSQN, veremos neste momento 
outro imposto municipal, o ITBI. 
 
Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI 
Esse imposto é cobrado quando da transferência de um imóvel, ou seja, 
mudança de proprietário. São cobrados em transações que envolvem casas, 
apartamentos, dentre outros. O ITBI não é cobrado na transmissão, no caso de 
herança ou doação. 
Agora que você já está com diversas informações, vamos avançar um pouco 
e, para finalizar os tributos e taxas municipais, abordaremos algumas taxa 
municipais. 
 
Taxas Municipais 
Sobre as taxas municipais, abordaremos a taxa de licença para funcionamento, 
taxa de alvará sanitário e taxa de expediente, que são as mais conhecidas. 
As taxas de funcionamentosão recolhidas pela empresa com base na 
quantidade de empregados que existem na empresa e também de acordo 
com a atividade. Essa taxa é cobrada anualmente e é obrigatória para todos 
os contribuintes inscritos no município. 
A outra taxa é a de expediente. Ela é recolhida na emissão de guias de 
pagamento pela prefeitura e também quando da emissão de carnês do 
município. 
A taxa de Alvará Sanitário é emitida na renovação do Alvará da Vigilância 
Sanitária e tem como meta identificar a regularidade dos estabelecimentos 
quanto à higienização. Podemos citar como exemplo de uso do Alvará 
Sanitário os estabelecimentos de Saúde e Alimentação. 
 
 
 
Este material foi baseado em: 
SAMPAIO, Leonardo Marinho; SILVEIRA, Eliane Machado. Legislação Fisco 
Tributária e Legislação de Incentivos Fiscais. Cuiabá: Universidade Federal de 
Mato Grosso/Rede e-Tec, 2014. 
Última atualização: segunda, 29 nov 2021, 16:27 
8.1 Introdução à gestão tributária 
Esta primeira aula tem a intenção de introduzir conceitos importantes para o 
estudo da Gestão Tributária. Não é possível falar em contabilidade de tributos 
ou de planejamento tributário sem entender o conceito de tributo e de todos 
os seus elementos fundamentais. O tema central nesta aula será o tributo. 
É preciso entender seu conceito, a razão de sua existência, como ele é 
cobrado, por quem é cobrado, quem deve pagá-lo e como esse pagamento 
é feito. Principalmente, é necessário para o estudo da gestão tributária, o 
entendimento do que representa o tributo como base da relação entre a 
sociedade e o Estado. 
 
Conceito de tributo 
O Estado para existir precisa arrecadar recursos junto à sociedade. A 
transferência de recursos da sociedade para o Estado acontece através da 
arrecadação de tributos. O Código Tributário Nacional (CTN) apresenta a 
definição de tributo em seu artigo 3º: “Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”. 
Vamos dividir este conceito em cinco partes e entender melhor seu significado. 
Primeira parte: ‘tributo é uma prestação pecuniária compulsória’. Aqui se 
estabelece um tom de obrigatoriedade, dado pela expressão compulsória. 
Já quando falamos em prestação pecuniária, fica definido que a obrigação 
deve ser cumprida em dinheiro. “Prestação pecuniária compulsória quer dizer o 
comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro [...]”(CARVALHO, 
2013, p. 49-50). 
Segunda parte: ‘em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir’. Nesta segunda 
parte do conceito há um registro desnecessário quando se fala em moeda, já 
que a parte anterior, como vimos, já falava em prestação pecuniária. O 
legislador vai além e ainda acrescenta “[...] ou cujo valor nela se possa exprimir”, 
ampliando sem motivo o âmbito da prestação tributária. Carvalho (2013, p. 50) 
concorda com estas opiniões: “Se já dissera que se trata de uma prestação 
pecuniária, para que insistir com alocução “em moeda?”. E vai além: “[...]ao 
agregar a cláusula “ou cujo o valor nela se possa exprimir”. [...] ampliou 
exageradamente o âmbito das prestações tributárias” (CARVALHO, 2013, p. 50). 
Terceira parte do conceito: ‘[...] que não constitua sanção de ato ilícito’. Aqui 
a afirmação é clara e garante que o nascimento da obrigação tributária se de 
sempre em um “ambiente” lícito. É importante, também, separar a relação 
jurídica do tributo da relação jurídica atinente às penalidades que são impostas 
ante o descumprimento dos deveres tributários legais. Mais uma vez Carvalho 
sustenta a tese apresentada: “traço sumamente relevante para a 
compreensão de “tributo” está objetivado nessa frase, em que se determina a 
feição de licitude para o fato que desencadeia o nascimento da obrigação 
tributária” (CARVALHO, 2013, p. 50). 
Na quarta parte do conceito, temos: ‘instituído em lei’. A intenção do legislador 
nesta quarta parte do conceito é evidenciar o caráter de legalidade que é 
condição imprescindível para o tributo. Carvalho (2013) une dois artigos da 
Constituição Federal para dar sustentação à característica legal do tributo, 
primeiro o art. 5o, inciso II que prevê que ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. Em segundo o art. 150, 
inciso I, no qual é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, instituir 
ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça. 
Na quinta parte da expressão, diz-se que: ‘e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada’. Esta é a última condição atribuída pelo 
legislador na conceituação de “tributo”. Carvalho (2013, p. 51) nos chama a 
atenção para o fato de que os atos mais importantes, referentes à arrecadação 
tributária, são vinculados, mas existem outros: 
Se é verdade que os atos importantes do procedimento de arrecadação 
tributária pertencem à classe dos vinculados, outro muitos existem, dentro da 
mesma atividade, em que o administrador está autorizado, pela lei, a integrar 
com sua vontade ou juízo a norma jurídica, diante do caso concreto, operando 
com critérios subjetivos próprios, a fim de dar satisfação aos objetivos 
consagrados no sistema legal. 
 
Referências: 
BRASIL. Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário 
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados 
e Municípios. Brasília, DF: Presidência da República, 1966. Disponível em: Acesso 
em: 3 nov. 2021. 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013. 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
Última atualização: quinta, 18 nov 2021, 12:15 
8.2 Espécies de tributo 
Impostos 
É o tributo que tem por característica básica uma não vinculação à atuação 
do Estado, ou seja, uma vez instituído por lei, é devido independentemente de 
qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte. Esta definição é 
importante porque estudaremos a seguir que existem tributos em que este 
vínculo se faz necessário. Associar pagamento de tributo à prestação de 
serviços de abastecimento de água, proporcionado pelo Estado aos seus 
cidadãos, é um exemplo de como este vínculo pode ser estabelecido, o que 
não é o caso dos impostos. 
Imposto é assim definido pelo art. 16 do Código Tributário Nacional – CTN: “Art. 
16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade específica, relativa ao contribuinte”. 
 
Taxas 
Ao efetuar o pagamento de uma taxa, o cidadão recebe como contrapartida 
o oferecimento de uma ação do Estado. Diferente dos impostos, o pagamento 
deste tributo exige a prestação de um serviço por parte da entidade estatal. 
Definidas nos artigos 77 e 78 do Código Tributário Nacional - CTN, as taxas têm 
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização 
efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ou 
colocado à disposição do contribuinte (FABRETTI, 2014). Como relatamos, duas 
são as espécies de taxas: 1 – taxas cobradas em razão do exercício do poder 
de polícia; 2 – taxas cobradas pela prestação de serviços públicos. 
Vamos entender melhor o significado de poder de polícia, o art. 78 do CTN assim 
o define: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuaisou coletivos. 
Exemplo do poder de polícia: todo cidadão tem o livre poder de construir uma 
indústria, no entanto, não pode efetuar sua instalação em um bairro residencial. 
Assim, o poder do Estado de limitar o direito de instalação da indústria, em nome 
interesse público, relativo à segurança, à ordem, à higiene, aos costumes etc. 
chama-se poder de polícia. Pelo serviço prestado pelo 
Estado de verificador das condições do local para instalação da indústria e 
para emissão de sua autorização para o funcionamento da mesma, o poder 
público pode cobrar uma taxa (FABRETTI , 2014). 
Outra espécie de taxa é aquela cobrada por serviços públicos prestados pelo 
Estado. Estes serviços são assim descritos pelo art. 79 do CTN: 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à 
sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de 
cada um dos seus usuários. 
 
Contribuição de melhorias 
Quando o poder público efetua uma obra que provoca uma valorização 
imobiliária para o contribuinte, o Estado pode cobrar contribuições de melhoria 
junto aos proprietários dos imóveis beneficiados. A contribuição de melhoria 
está prevista nos arts. 81 e 82 do CTN: 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, 
é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como 
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel 
beneficiado. 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos 
mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela 
contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda 
a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos 
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da 
impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação 
judicial. 
§ 1o A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da 
parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis 
situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de 
valorização. 
§ 2o Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser 
notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu 
pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 
Fabretti (2014) destaca que a contribuição de melhoria é um tributo raramente 
cobrado porque, nas poucas vezes em que se tem tentado arrecadá-la, ela o 
foi de forma ilegal, ou seja, sem atender os requisitos mínimos do art. 82. 
 
Contribuição 
As contribuições estão previstas na Constituição Federal em seu art. 149: 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, § 6o, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
Como vimos no art. 149 da CF, as contribuições se dividem em três subespécies: 
a) contribuições sociais: são aquelas destinadas ao custeio da seguridade 
social; b) contribuições de intervenção no domínio econômico (Cide): são 
instituídas com objetivo de regular determinado mercado para corrigir 
distorções (como a Cide sobre a importação de gasolina, diesel e gás); c) 
contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas: são 
destinadas ao financiamento de categorias econômicas ou profissionais (OAB, 
Crea, Senac etc.). 
As contribuições só podem ser instituídas por lei complementar, é o que diz o art. 
146, inciso III. Precisam atender o princípio da legalidade (art. 150, I) e respeitar 
o princípio da irretroatividade (art. 150, III, a), que veda a cobrança de tributo 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que o 
houver instituído. A doutrina vem-se esforçando para incluir as contribuições na 
categoria de tributo. No entanto, a Receita Federal insiste em afirmar que 
tributos são apenas os discriminados no Sistema Tributário Nacional (arts. 145 a 
162 da CF): impostos, taxas e contribuições de melhoria (FABRETTI, 2014). 
Alguns autores sustentam que essas contribuições são uma espécie do gênero 
tributo, já que são prestações pecuniárias compulsórias e, portanto, atendem a 
definição de tributo definida no art. 3º do CTN. Carvalho (2013,p.63), concorda 
com essa tese: 
Não é de agora que advogamos a tese de que as chamadas contribuições têm 
natureza tributária. Vimo-las sempre como figuras de impostos ou de taxas, em 
estrita consonância com o critério constitucional consubstanciado naquilo que 
nominamos de tipologia tributária no Brasil. 
Fabretti (2014) chama a atenção para o fato de que a competência da União 
para instituir contribuições é dada, como já dissemos, pelo art. 149 da CF e, 
portanto, dentro do Capítulo I do Sistema Tributário Nacional, fato que reforça 
a ideia de considerar a contribuição como um tributo. 
 
Empréstimo compulsório 
A doutrina tributária considera o empréstimo compulsório como a tomada de 
recursos junto à sociedade, que é obrigada a fazê-lo a título de “empréstimo”, 
para que o valor seja devolvido após determinado lapso temporal. Este 
empréstimo, no entanto, só pode ser instituído pela União e precisa atender a 
situações excepcionais: a) para atender despesas extraordinárias, decorrentes 
de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; b) no caso de 
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. A 
matéria é tratada no art. 148 da CF: 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
Assim, como no caso das contribuições, há uma discussão acerca do 
empréstimo compulsório ser ou não um tributo. Carvalho (2013) entende que 
empréstimo compulsório enquadra-se na categoria de tributo porque atende 
às cláusulas que compõem a redação do art. 3º do CTN.O fato de ser restituível 
não o descaracteriza como tributo, uma vez que o art. 3º do CTN não exige, 
como elemento do mesmo, a não restituição de sua arrecadação. 
Referências: 
BRASIL. CTN - Lei no 5.172 de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o 
Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis 
à União, Estados e Municípios. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.14.ed. São Paulo, Atlas, 
2014. 
8.3 Elementos fundamentais do tributo 
O CTN prevê em seu art. 97 que a lei que cria o tributo deve conter, entre outras 
exigências, a definição do seu fato gerador, a indicação do sujeito passivo da 
obrigação tributária,a fixação da alíquota e da base de cálculo do tributo, 
além da cominação das penalidades para as ações e omissões contrárias a 
seus dispositivos. Vamos detalhar um pouco mais estes elementos fundamentais 
do tributo. 
 
Fato gerador 
Fato gerador é a descrição de um fato da vida hipotético que, ao se tornar 
realidade, produz uma obrigação tributária. Para Fabretti (2014, p.128), 
“denomina-se fato gerador a concretização da hipótese de incidência 
tributária prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação 
tributária”. Podemos citar como exemplo de fato gerador a prestação de 
serviço, no caso de imposto sobre serviços (ISS), ou o recebimento de renda no 
caso do imposto de renda (IR). 
A concretização do fato gerador traz sempre uma obrigação principal, de 
natureza pecuniária, que nada mais é do que efetuar o pagamento do tributo, 
mas pode também, dependendo do caso, gerar uma obrigação acessória que 
é um dever administrativo, como, por exemplo, emitir notas fiscais, escriturar 
livros ficais, fazer inscrição no CNPJ, entre outras (FABRETTI, 2014). 
O fato gerador é definido nos arts. 114 e 115 do CTN: 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. Art. 115. Fato gerador da obrigação 
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a 
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
 
O contribuinte e o responsável pela obrigação tributária 
O contribuinte ou sujeito passivo da obrigação tributária, é aquele que tem por 
obrigação efetivar o pagamento do tributo. Fabretti (2014, pág. 129) assim o 
define: “denomina-se contribuinte o sujeito passivo da obrigação tributária que 
tem relação pessoal e direta com o fato gerador. Por exemplo: proprietário de 
um prédio – IPTU”. 
Responsável é aquele que a lei escolhe para responder pela obrigação 
tributária quando há dificuldade em se alcançar o contribuinte. Em verdade 
não é o responsável que arca com o pagamento do tributo, ele atua como 
uma espécie de arrecadador da Fiscalização, como seu depositário. É sua 
obrigação repassar ao Fisco as importâncias descontadas ou cobradas do 
contribuinte nos prazos estabelecidos em lei. Entre os exemplos podemos 
destacar o IR retido na fonte e a contribuição do INSS, ambos descontados na 
fonte dos empregados, mas que devem ser repassados para o Governo. 
A matéria é tratada pelo CTN em seu art. 121: 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito 
passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação 
decorra de disposição expressa de lei. 
 
Base de cálculo e alíquota 
Base de cálculo é o valor sobre o qual incide um percentual (alíquota) que 
indicará qual o valor a ser pago para quitar o tributo. Alíquota é, portanto, um 
fator definido em lei, que aplicado sobre a base de cálculo, estabelece o valor 
do imposto. 
Exemplo de base de cálculo do imposto de renda: montante real, presumido 
ou arbitrado da renda ou proventos de qualquer natureza. 
Exemplo de alíquota do imposto de renda – pessoa física: 15% e 27,5%. 
 
Referências: 
BRASIL. CTN - Lei no 5.172 de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o 
Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis 
à União, Estados e Municípios. 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.14.ed. São Paulo, Atlas, 
2014. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
 
Última atualização: quinta, 18 nov 2021, 12:15 
8.4 Planejamento tributário 
O pagamento de tributos representa a forma como transferimos recursos 
financeiros da sociedade para o Estado. Todos devemos recolher tributos para 
financiar a máquina estatal e receber dela a contrapartida da prestação de 
serviços nas mais diversas áreas, como: educação, saúde, moradia, segurança, 
dentre outras. Ante a obrigação de transferir a prestação pecuniária que lhe é 
exigida pelo estado, há a possibilidade do contribuinte de se organizar para 
reduzir sua obrigação junto ao Fisco, desde que seja esta uma opção lícita. É 
sobre este assunto que vamos tratar nesta aula: planejamento tributário. 
 
A relação indivíduo/Estado e o conceito de planejamento tributário 
Todo o cidadão é um contribuinte. Qualquer pessoa que faça compras em um 
mercado já está pagando tributo, no caso o imposto sobre circulação de 
mercadorias e serviços, o ICMS. O Estado para se sustentar precisa arrecada 
recursos junto à sociedade, que é obrigada a pagá-los. O contribuinte tem por 
garantia constitucional o direto de organizar livremente seus negócios. Portanto, 
pode-se dizer que os tributos se encontram a meio caminho entre a liberdade 
do consumidor e a necessidade do Estado de recolher recursos junto á 
sociedade. Para mediar a relação entre a obrigação de pagar tributos e a 
liberdade de organizar seus negócios, é que surge, para o contribuinte, o 
planejamento tributário. 
No momento competitivo em que vivemos, com os mercados mundiais em 
franca globalização, possuir um preço competitivo passou a ser condição 
essencial para a disputa por espaço na economia mundial, e mesmo na 
economia nacional. Com a pesada carga tributária nacional, que, de acordo 
com Lukikc (2012), representou 33,58% do produto interno bruto – PIB em 2009, 
diminuir os custos com a redução do pagamento de impostos tornou-se uma 
condição necessária para a vida das empresas. Fica evidente aqui que a 
realização de planejamento tributário, antes de ser uma questão jurídica, tem 
uma influência econômica decisiva. Diminuir o pagamento de tributos é para 
as empresas reduzir seus custos de produção. O peso dos impostos para as 
empresas brasileiras ficou tão intenso que vem : 
[...] exigindo da equipe direcional das organizações empresariais um vultoso 
investimento de energia e recursos visando obter ideias e planos que possibilitem 
uma perfeita conciliação dos aspectos industriais, comerciais e fiscais, voltadas 
à anulação, redução ou adiamento do ônus tributário (BORGES, 2012, prefácio). 
É natural que, ante a possibilidade de economizar em pagamento de impostos, 
desde que baseados em prática legítimas e válidas, sob o ponto vista do 
ordenamento jurídico legal, as empresas procurem estruturar ações e planos 
voltados para a economia de tributos, procurando emprego de estruturas e 
formas jurídicas adequadas para o desempenho de suas atividades industriais, 
ou comerciais e de prestação de serviço. 
Antes de adentrarmos o conceito de planejamento tributário, é importante 
situarmos a relação que se estabeleceu entre o indivíduo e o Estado no processo 
de formação da sociedade capitalista. Em sua análise, Greco (2011) nos alerta 
que o indivíduo não existe sozinho e que seus direitos, mesmo o direito à 
propriedade, bem como outros direitos, precisa de um Estado que possa 
garanti-los. Aprofundando mais esta relação indivíduo/Estado, Greco (2011) nos 
lembra que, nas sociedades pré Revolução Francesa, o Estado se organizava 
em classes sociais bem definidas, como clero, nobreza e povo, por exemplo. 
Não havia mobilidade social e a legitimidade do poder se dava através, 
primeiro da força em sociedades primárias, e em segundo, de Deus, em 
sociedades um pouco mais avançadas. Com a formação insipiente do Estado, 
ficou evidente a necessidade de recursos financeiros para mantê-lo e, desta 
forma, a criação de tributos tornou-se inevitável. 
Com a evolução da sociedade pós Revolução Francesa, o Estado, segundo 
Greco (2011), estruturou-se “pluriclasses”, ou seja, os indivíduos passaram a 
ocupar classes sociais diferentes de acordo com o papel social em que 
estivesseminseridos, ora a pessoa se encontrando em uma situação de 
prestador de serviço, em outro momento aparecendo como consumidor ou 
investidor do mercado financeiro, isso sem deixar de ser a mesma pessoa e de 
viver na mesma sociedade. Assim, a estrutura social evoluiu para uma formação 
de rede, sem que fosse possível definir classes estanques, ou seja, ficou 
impossível imaginá-la como uma singela pirâmide. Neste momento, ficou claro 
que a “sustentação” do Estado deveria ser dividida por todos os cidadãos e não 
apenas por uma classe social determinada. Outra diferença importante em 
relação às sociedades antigas, é que o poder passou a ser legitimado pelo 
povo e não mais pela religião. A manifestação da vontade do povo passou a 
ser expressa junto ao parlamento que começou a editar leis para organizar a 
sociedade. Neste sentido, a criação de tributos passou a ser fruto de uma 
decisão, de uma escolha do povo, feita para uma finalidade específica. 
Todo esse “passeio”, na evolução das relações entre Estado e indivíduo serve 
para concluirmos que, por mais que os indivíduos ou as empresas não gostem, 
ou tenham uma tendência a evitar o pagamento de tributos, eles existem por 
obra e força da vontade popular e tem como finalidade financiar as ações do 
Estado em prol do coletivo. Contudo, organizar-se para pagar me nos tributos é 
uma prerrogativa das empresas, garantida pela Constituição, mais 
especificamente no tocante à livre concorrência (art. 170, IV CF/88), à 
liberdade de iniciativa (art. 1°, IV e 170 caput da CF/88) e nas liberdades 
expressas no art. 5º da Constituição, que tratam da liberdade do indivíduo 
organizar sua vida (direito à propriedade, princípio da legalidade, liberdade 
contratual) (LUKIC, 2012): 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
estados e municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: IV — os valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa; 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: II — ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; XXII — é garantido o direito de 
propriedade; 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: IV — livre 
concorrência (Constituição, 1988). 
Feita esta importante introdução a respeito da relação entre indivíduo e Estado, 
é o momento de definirmos com mais rigor o significado de planejamento 
tributário. Greco o define como o “conjunto de condutas que o contribuinte 
pode realizar visando buscar a menor carga tributária legalmente possível” 
(GRECO apud LUKIC, 2012, p. 29). A execução deste planejamento envolve 
uma soma de conhecimentos, sobretudo, o jurídico e o contábil. Contábil 
porque é necessária uma detida análise sobre os “números” da empresa, ou 
seja, sobre o seu desempenho registrado nos livros de contabilidade. Jurídico, 
porque o código tributário brasileiro é complexo e, para efeito de uma gestão 
de tributos, é preciso identificar, em meio ao arcabouço jurídico, as 
oportunidades de redução da carga tributária. Para Chaves (2008), o 
planejamento tributário deve ser feito utilizando-se como ferramentas toda 
legislação tributária disponível (Constituição, Código Tributário Nacional – CTN 
etc.);bem como a documentação contábil da empresa, envolvendo seus livros 
contábeis e fiscais. 
Para Tôrres apud Abraham (2007), o planejamento tributário pode ser definido 
como “a técnica organizacional preventiva de negócios jurídicos, visando a 
uma lícita economia de tributos”. Aqui é importante deixar clara uma ressalva: 
qualquer contribuinte pode realizar seu planejamento tributário, quer seja ele 
pessoa física ou jurídica. No entanto, vamos dar ênfase neste caderno à gestão 
feita por empresas, que é o assunto que mais interessa ao nosso Curso de 
Finanças. 
Cientes do conceito de planejamento tributário e com a legislação e os livros 
contábeis “de baixo do braço”, passamos a refletir sobre a questão: como deve 
o contribuinte fazer a gestão de seus tributos afim de diminuir o peso da carga 
tributária sobre seus ombros? Ou seja, como fazer o planejamento tributário? É 
necessário um amplo estudo da vida fiscal, financeira e contábil da empresa. 
Chaves (2008) sugere que seja feito o seguinte: 
1. fazer um levantamento histórico da empresa, identificando a origem de 
todas as transações efetuadas, e escolher a ação menos onerosa para 
os fatos futuros; 
2. verificar a ocorrência de todos os fatos geradores dos tributos pagos e 
analisar se houve cobrança indevida ou recolhimento a maior; 
3. verificar se houve ação fiscal sobre os fatos geradores decaídos, pois os 
créditos constituídos após cinco anos são indevidos; 
4. analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do Imposto de 
Renda e da contribuição sobre o lucro, calculando de que forma (real 
ou presumida) a empresa pagará menos tributos; 
5. levantar o montante dos tributos pagos nos últimos dez anos, para 
identificar se existem créditos fiscais não aproveitados pela empresa; 
6. analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como isenções, 
redução de alíquota etc.; e 
7. analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos créditos existentes 
(compensação ou restituição). 
 
Referências: 
ABRAHAM, Marcus. O planejamento Tributário e o Direito Privado. São 
Paulo: QuartierLatin, 2007. 
BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário: IPI, ICMS, ISS e IR. 12.ed. 
São Paulo: Atlas, 2012. 
CHAVES, Francisco Coutinho. Planejamento Tributário na Prática: gestão 
Tributária Aplicada. São Paulo: Editora Atlas, 2008. 
GRECO, Marco Aurélio. Planejamento Tributário. 3.ed. São Paulo: Dialética, 2011. 
LUKIC, Melina de Souza Rocha. Planejamento Tributário. Fundação Getúlio 
Vargas/FGV-DIREITO RIO, 2012. 
 
 
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8.5 Elisão e elusão fiscal 
Elisão fiscal 
Como já vimos, o pagamento de tributos ocorre nas sociedades modernas 
democráticas por obra e vontade do povo. A arrecadação de recursos 
financeiros junto ao Estado é fundamental para sustentar as políticas públicas 
advindas dele. O arcabouço jurídico que dá sustentação ao Estado para que 
ele obrigue a sociedade a lhe transferir recursos financeiros é criado pelo 
parlamento que, por sua vez, é eleito pela vontade popular. Entre a previsão 
legal para arrecadação dos tributos e sua arrecadação, de fato, aos cofres 
públicos, o contribuinte pode praticar uma série de atos para que o fato 
gerador do tributo não ocorra, a obrigação tributária não nasça e, por 
conseguinte, o tributo não seja pago. Adotar medidas para evitar ou diminuir o 
recolhimento de tributos está de acordo com o conceito de planejamento 
tributário que vimos até aqui. No entanto, nem todos os atos que têm a intenção 
de fugir do Fisco podem ser considerados planejamento tributário. 
Afim de delimitarmos melhor o campo de estudo do planejamento tributário, é 
necessário distingui-lo de outras figuras jurídicas que podem ter o mesmo 
objetivo, mas que se utilizam de outros caminhos para atingir seus intuitos. É 
pertinente, portanto, uma separação conceitual entre planejamento tributário, 
elisão, elusão e evasão fiscal. É importante ressaltar de início que não há um 
consenso doutrinário acerca da definição destas figuras. Aqui não é nosso 
objetivo adentrar nesta discussão conceitual e sim definir o ato e atribuir a eleuma palavra. Assim, toda vez que encontrarmos um ato análogo ou idêntico, 
ele receberá o mesmo nome. 
Começaremos por elisão, que Greco apud Lukic(2012, p. 28) define como 
“conduta lícita do contribuinte antes da ocorrência do fato gerador, que ele 
pratique sem que esteja revestido de nenhuma prática simulatória, com a qual 
ele obtenha uma menor carga tributária legalmente possível”. Greco (2011, p. 
85/86) estabelece uma diferenciação sutil entre planejamento tributário e elisão 
fiscal: para o autor, quando se menciona planejamento, 
[ ] o foco de preocupação é a conduta de alguém (em geral, o contribuinte); 
por isso, a análise desta figura dá maior relevo para as qualidades de que se 
reveste tal conduta, bem como para os elementos: liberdade contratual, 
licitude da conduta, momento em que ela ocorre, outras qualidades de que se 
revista etc. 
Já no que diz respeito à elisão, “o foco da análise é o efeito da conduta em 
relação à incidência e cobrança do tributo; por isso sua análise envolve debate 
sobre os temas da capacidade contributiva, da isonomia etc.” (GRECO, 2011, 
p. 86). Segundo Lukic (2012), elisão e planejamento tributário são tratados 
correntemente como sinônimos. 
 
 
Elisão fiscal e evasão fiscal 
Como já estudamos, a elisão fiscal é a ação lícita do contribuinte, efetuada 
anteriormente ao fato gerador, que o faça obter uma menor carga tributária. 
Conforme nos explica Peixoto apud Abraham (2007, p. 234), o termo elisão 
origina-se do latim elisione, que significa o “ato ou efeito de elidir, eliminação ou 
supressão”. Esta definição está de acordo com os atos que contribuem para 
eliminação ou diminuição da carga tributária a ser paga pelo contribuinte. 
Comparando elisão com evasão fiscal, percebemos que evasão se origina de 
outro termo em latim, evasione, que ainda segundo Peixoto apud Abraham 
(2007, p. 234), significa “ato de evadir-se, fuga”. Aqui a diferença se estabelece 
em um ponto fundamental da conceituação de elisão: a evasão envolve ato 
ou ação ilícita. Para Abraham (2007, p. 234), evasão de tributos “é terminologia 
oriunda da ciência das finanças, que sob a perspectiva econômico-financeira 
ocorre quando o contribuinte não transfere ou deixa de pagar integralmente 
ao Fisco um tributo, considerado devido por força de determinação legal”. 
Podemos observar que a elisão se concentra nos meios lícitos, ao passo que 
evasão baseia-se nas formas ilícitas ou fraudulentas. Esta, porém, não é a única 
distinção entre os dois termos. Alguns tributaristas apontam a diferenciação 
temporal, como ponto principal de divergência entre os dois conceitos. Nesta 
diferenciação é importante a definição do momento em que ocorre o fato 
gerador, para, posteriormente, identificamos se a ação empreendida para 
diminuir ou evitar o pagamento do tributo ocorreu antes ou depois deste fato 
gerador. Se foi desenvolvida antes, podemos considerar que houve uma elisão, 
mas, se ocorreu depois, será constatada uma evasão fiscal até o limite da 
fraude. 
Dois pontos são importantes para a definição de elisão: a cronologia e a 
licitude. É o que afirma Lukic (2012, p.30), considerando, como já definimos, 
elisão e planejamento tributário como sinônimos: 
Na visão clássica do planejamento tributário, somente dois requisitos eram 
importantes para a sua configuração: o requisito cronológico e o critério da 
licitude. Pelo requisito cronológico, somente poderia ser considerado como 
planejamento tributário aqueles atos realizados antes da incidência do tributo, 
ou seja, antes da ocorrência do fato gerador. Já pelo critério da licitude, os atos 
e os efeitos dos atos praticados pelo contribuinte no sentido de reduzir ou excluir 
o ônus tributário deveriam ser lícitos. 
 
Elusão fiscal 
Após definidas as fronteiras conceituas dos termos elisão e evasão fiscal, temos 
agora que esclarecer o significado de elusão fiscal. Conforme Abraham (2007), 
elusão pode ser considerada como “[ ] efeito do uso de negócios jurídicos 
atípicos ou indiretos, organizados através de simulação ou fraude à lei, 
desprovidos de uma causa, no sentido de obter uma vantagem tributária”. Dito 
de uma outra forma, a elusão ocorre quando o contribuinte busca uma forma 
lícita para dissimular a ocorrência de um fato gerador, afim de evitar ou reduzir 
o pagamento de um tributo. 
De acordo com Machado apud Abraham (2007, pág. 238 e 239), “eludir, do 
latim eludere, significa evitar ou esquivar-se com destreza, furtar-se com 
habilidade ou astúcia ao poder ou influência de outrem”. Trata-se de uma 
forma ardilosa em que o sujeito passivo da obrigação tributária procura adotar 
uma forma jurídica lícita com objetivo de escapar de maneira artificiosa da 
tributação. 
Um exemplo de elusão: Pedro tem um imóvel de R$ 200 mil e quer vendê-lo para 
Márcia. Uma operação como esta geraria um recolhimento de imposto sobre 
transmissão de bens imóveis – ITBI, a ser feito junto ao Município. Afim de 
dissimular esta venda e não pagar o imposto, Pedro cria uma sociedade 
comercial com Márcia, integralizando o capital social com seu imóvel no valor 
de R$ 200 mil. Márcia integraliza em dinheiro a sua parte no valor de R$ 200 mil. 
Dias após a constituição da sociedade, ela é dissolvida, ficando a divisão do 
capital social feita da seguinte forma: Márcia fica com o imóvel de R$ 200 mil, 
e Pedro com os R$ 200 mil em espécie. Feito assim, e tendo em vista a imunidade 
ao ITBI descrita no art. 156, §2º, I, da CF, o imóvel tem sua propriedade transferida 
de Pedro para Márcia, em um ato dissimulado(teoricamente lícito), sem o 
pagamento do imposto. 
Tôrres apud Abraham (2007, pág. 241) nos apresenta da seguinte forma as 
diferenças entre evasão, elisão e elusão fiscais: 
[ ] quando alguém promove um negócio jurídico apenas com a finalidade de 
obter redução de carga tributária incidente, salvo o descumprimento frontal à 
lei (evasão), das duas uma: ou age com a liberdade garantida pelos princípios 
constitucionais que protegem a autonomia privada, no campo do 
planejamento tributário legítimo, visando à economia de tributos, constituindo 
negócios válidos e dotados de causa (elisão), sejam este típicos ou atípicos , 
indiretos ou fiduciários, formais ou não formais; ou organiza negócios querendo 
aparentar um negócio jurídico legítimo e válido, mas desprovidos de causa, 
organizados com pacto de simular, para retirar os efeitos da causa do negócio 
aparente, ou ordenados para evitar a incidência da lei imperativa, qualificados 
como fraudulentos , também estes carentes de “causa” (elusão). 
 
Referências: 
ABRAHAM, Marcus. O planejamento Tributário e o Direito Privado. São 
Paulo: QuartierLatin, 2007. 
GRECO, Marco Aurélio. Planejamento Tributário. 3.ed. São Paulo: Dialética, 2011. 
LUKIC, Melina de Souza Rocha. Planejamento Tributário. Fundação Getúlio 
Vargas/ FGV-DIREITO RIO, 2012. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
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◄ 8.4 Planejamento tributário 
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8.7 Considerações sobre o ICMS 
A Constituição Federal prevê que os impostos podem ser instituídos pela União, 
estados e Distrito Federal e pelos municípios. Coube, nesta divisão da Carta 
Magna, aos estados a instituição de um dos impostos mais complexos e também 
um dos mais rentáveis para os cofres do erário: o imposto sobre operações 
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, o ICMS. Cabe-nos, 
na presente aula, a apresentação deste imposto, o seu significado, o seu 
funcionamento e a sua importância para a estrutura tributária brasileira. O 
assunto é instigante e também muito relevante para o estudante de finanças. 
 
 
Breve histórico sobre imposto de circulação de mercadorias no Brasil 
O ICMS tem sua origem no antigo IVC, imposto sobre vendas e consignações, 
tributo cumulativoque incidia sobre vendas de mercadorias em geral e que 
vigorou até o final dos anos 60. Em 1967, o IVC é substituído pelo ICM, imposto 
sobre circulação de mercadorias, que tinha como principal característica a 
adoção do método do valor adicionado para eliminar os efeitos negativos da 
cumulatividade sobre a economia. Inicialmente, o novo tributo trouxe protestos 
dos estados menos desenvolvidos do País que alegaram ser o novo imposto um 
motivador da transferência de renda das regiões mais pobres para as regiões 
mais ricas da nação, tendo em vista que o imposto era cobrado na origem e 
portanto pago pelo consumidor dos estados mais pobres (REZENDE, 2009). 
A mudança mais significativa do ICM ocorre com o advento da Constituição 
de 1988, que o transforma no ICMS, imposto sobre circulação de mercadorias e 
serviços, ampliando a base de incidência do tributo, incorporando a ela a 
produção de petróleo e derivados, o consumo de energia elétrica e os serviços 
de telecomunicações e de transporte interestadual, que até então faziam parte 
de um regime tributário próprio. Rezende (2009, pág. 8) destaca outra mudança 
significativa, principalmente para os estados: “outra mudança de grande 
significado para os estados foi autonomia que adquiriram para fixar alíquotas 
internas de seu principal imposto”. Esta última mudança propiciou uma disputa 
entre os estados, fato que abriu espaço para uma guerra fiscal entre eles. 
 
Definição de ICMS 
Feitas as considerações iniciais sobre o histórico do imposto, podemos agora 
buscar alguns elementos para conceituar o ICMS. Vamos partir do marco de 
transformação do antigo ICM, para o novo ICMS, que é a Constituição Federal 
de 1988. A Carta Magna prevê em seu artigo 155, inciso II, que compete aos 
estados e ao Distrito Federal a instituição de impostos sobre operações relativas 
à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação. Assim, ficou a cargo dos 
estados a instituição e cobrança dos impostos sobre circulação de mercadorias, 
o ICMS. O ICMS é um imposto muito importante na estrutura do sistema tributário 
nacional, primeiro porque é um dos mais rentáveis para o erário, segundo 
porque seu funcionamento envolve uma complexa estrutura jurídica que, 
apesar de ter seu pilar ancorado na Constituição Federal, varia de estado para 
estado da Nação. 
O quadro a seguir demonstra o “peso” do ICMS na arrecadação tributária 
nacional. De toda receita de impostos do exercício de 2009, somando-se as três 
esferas de Governo (estadual, municipal e federal), a receita advinda da 
cobrança de ICMS representa cerca de 40% do total arrecadado. 
 
 
Tabela 1 – Impostos Governo Federal 2009 (Resultado Nominal) 
NATUREZA GOVERNO GERAL FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL 
Receita de Impostos 561.756.018 242.682.547 268.197.794 50.875.677 
- IPI 28.086.369 28.086.369 0 0 
- ICMS 225.337.152 0 225.337.152 0 
- Imposto sobre Importação 15.967.905 15.967.905 0 0 
- ISS 25.300.946 0 802.356 24.498.590 
- IOF 19.293.431 19.293.431 0 0 
- IPTU 14.061.439 0 364.849 13.696.590 
- IPVA 20.071.088 0 20.071.088 0 
- IR 178.795.785 178.795.785 0 0 
- Outros impostos 34.841.902 539.057 21.622.348 12.680.496 
Fonte: Adaptado de Lukic (2012, p. 07) 
 
 
De acordo com Lukic (2012, p.12), a tributação sobre consumo, que é a 
representada pelo ICMS, constitui “[...] a maior parte das receitas e da carga 
fiscal total”. Ainda conforme a mesma autora, “em 2008, estes impostos 
representaram 48,44% das receitas tributárias totais, o que corresponde a 17,32% 
do PIB”. 
No gráfico, podemos observar ainda melhor o significado dos impostos sobre o 
consumo na estrutura tributária brasileira, quando comparada com o todo das 
receitas fiscais. 
 
Figura 1 - Gráfico Estrutura da tributação em 2009 em relação ao todo das 
receitas fiscais 
Fonte: Lukic (2012, p. 12) 
Descrição da imagem: Gráfico em formato circular que apresenta a estrutura da tributação em 2009 em relação ao todo 
das receitas fiscais, esta dividido em 6 partes, com a maior parte esta o Consumo com 48,44%, em seguida a Previdência 
Social com 22,45%, a Renda possui 20,45% do espaço, Outros 3,44% , Propriedade 3,18% e por final as Operações Financeiras 
com 2,04%. 
 
Como já dissemos, há outro aspecto relevante do ICMS. Além do já citado 
significativo volume de recursos arrecadados através de sua cobrança, 
destaca-se a complexidade da estrutura jurídica que o sustenta. Objetivando 
tornar mais fácil o entendimento acerca deste imposto, vamos definir os 
conceitos mais importantes que envolvem a sua definição. 
 
Referências: 
LUKIC, Melina de Souza Rocha. Planejamento Tributário. Fundação Getúlio 
Vargas/FGV-DIREITO RIO, 2012. 
REZENDE, Fernando. ICMS: Como era, o que mudou ao longo do tempo, 
perspectivas e novas mudanças. In: Fórum Fiscal dos Estados Brasileiros & 
Fundação Getúlio Vargas. Caderno Fórum Fiscal no 10. Brasília, 2009. 
 
 
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◄ 8.6 Teste seus conhecimentos 
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8.8 Operações mercantis 
Como o ICMS diz respeito à tributação sobre operações relativas à circulação 
de mercadorias, vamos aprofundar um pouco mais o conhecimento que temos 
a respeito do que significam exatamente estes termos: circulação e 
mercadoria. 
Não é qualquer tipo de operação que será taxado pelo ICMS. É preciso 
identificar quais situações se enquadram como fato gerador do imposto, já que 
ele não se refere a simples mercadorias, nem a quaisquer espécies de 
circulação. O fato de possuir uma determinada mercadoria não é 
determinante para pagamento do imposto. O imposto incide sobre a transação 
de mercadorias, o que envolve a transmissão do direito de posse ou 
propriedade de uma mercadoria, através da sua compra, venda ou troca. 
Para a transação de mercadorias damos o nome de circulação que seria a 
passagem das mesmas de uma pessoa para outra através de um título jurídico, 
mesmo sendo irrelevante a mera circulação física ou econômica. O simples 
deslocamento de mercadorias não configura cobrança de ICMS. Por exemplo, 
a saída da mercadoria do estabelecimento comercial por si só não configura 
fato gerador do imposto. O mesmo se dá com mercadorias que são retiradas 
do estabelecimento durante um incêndio ou que são transportadas por 
motivode uma mudança de sede da empresa. Nenhuma destas hipóteses 
acarreta a cobrança do imposto. Para configurar fato gerador do imposto, é 
necessário a transferência da posse da mercadoria de uma pessoa para outra. 
Mercadoria pode ser definida como “[...] bem corpóreo da atividade 
profissional do produtor, industrial e comerciante, tendo por objeto a sua 
distribuição para consumo, compreendendo-se no estoque da empresa, 
distinguindo-se das coisas que tenham qualificação diversa, como é o caso do 
ativo permanente” (PAULSEN e MELO, 2013, p. 237/238). Podemos entender que 
mercadoria é o bem palpável, fruto de atividade comercial ou industrial, que 
tem por objetivo sua comercialização, ou seja, a transferência de propriedade 
deste bem. É importante ressaltar que o conceito de mercadoria com vistas à 
incidência de ICMS sofreu uma ampliação constitucional, quando incluiu a 
energia elétrica (coisa incorpórea) ao âmbito de incidência do ICMS. 
Os conceitos de circulação e mercadoria estão intimamente ligados, cabendo 
aos destinatários do imposto ficar atentos à sua concepção jurídica para efeito 
de caracterização ou não da incidência de ICMS. 
 
Prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal 
O ICMS fala das operações de circulação de mercadorias, mas também incide 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal. Neste 
caso, é preciso definir exatamente a qual extensão de serviços de transporte se 
refereo imposto. Para tanto, três aspectos precisam ser considerados. 
O primeiro é que o imposto se refere a serviços prestados em regime de direito 
privado, ou seja, que não se confundem com serviços públicos. 
O segundo é que apenas poderemos considerar a prestação de serviços 
quando existirem uma ou mais pessoas qualificadas como prestador e tomador 
do serviço, ou seja, não é possível caracterizar como prestação de serviço sua 
execução da pessoa para ela mesma. A empresa, por exemplo, que transporta 
bens de sua propriedade não produz fato gerador de ICMS, uma vez que 
inexiste relação contratual. 
O terceiro é que os serviços de transporte a que se refere o imposto são 
intermunicipais e interestaduais, não se sujeitando a ele os serviços de transporte 
realizados dentro do município, sujeitos exclusivamente ao ISS, e os serviços de 
transporte para o exterior. 
Para ficar mais claro o escopo de incidência do ICMS, no que se refere a 
serviços de transporte, Paulsen e Melo (2013, p. 239/240) configuram como fato 
gerador do imposto: 
a) o início da prestação dos serviços, por qualquer via, de pessoas, bens, 
mercadorias, e valores; ou a utilização por contribuinte de serviço, cuja 
prestação se tenha iniciado em outro Estado, e não seja vinculado a operação 
ou prestação subsequente; e b) o ato final do transporte iniciado no exterior, no 
caso de serviços prestados no exterior, ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior. 
 
Prestação de serviços de comunicação 
Temos ainda que falar da prestação de serviços de comunicação. 
Comunicação, segundo o dicionário Aurélio, significa: “ação de comunicar; 
estar em comunicação com alguém. Aviso, mensagem, informação: 
comunicação de uma notícia” (FERREIRA, 2014). Esta comunicação necessita, 
segundo Paulsen e Melo (2013, p. 243) de “emissor, mensagem, canal e 
receptor”. Para efeito de fato gerador de ICMS estamos falando de serviços de 
comunicação, ou seja, da comunicação que envolve uma relação negocial 
entre duas ou mais partes, ou que represente uma prestação onerosa de 
serviços. No Brasil, este tipo de serviço é explorado diretamente pela própria 
União, ou mediante concessão ou permissão, destinados ao público em geral. 
Quando tratamos de fato gerador do ICMS, relativo à prestação de serviços de 
comunicação, nos referimos especificamente ao “imposto que incide sobre 
prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive 
a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição 
e a ampliação de comunicação de qualquer natureza (PALSEN E MOTA, 2013, 
p. 243)”. 
 
Base de cálculo e alíquota 
A base de cálculo do imposto está centrada em cima do valor da operação 
mercantil ou do preço do serviço de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação. Não há, na formação da base de cálculo, qualquer 
elemento estranho ao valor da operação ou do preço do serviço de transporte 
e comunicação. “Somente devem integrar a base de cálculo os valore 
inerentes às mercadorias e/ou serviços de transporte e de comunicação, bem 
como os reajustes e acréscimos intrinsecamente vinculados a tais valores” 
(PAULSEN E MELO, 2013, p. 269). 
A alíquota do ICMS se divide em alíquota interna e externa. Alíquota interna é a 
utilizada nas operações internas, ouseja, quando o vendedor e o comprador da 
mercadoria residem no mesmo estado. As alíquotas internas são fixadas por lei 
estadual. A alíquota externa é dividida entre alíquota interestadual (aplicadas 
quando o vendedor e o comprador se localizam em estados diferentes); e 
alíquotas de exportação (aplicáveis às exportações). 
Para as operações interestaduais, são utilizadas as alíquotas de 7% e 12%, 
conforme resolução do Senado Federal no 22/89. A utilização de uma alíquota 
ou outra depende da localização do estado de origem, onde se localiza o 
vendedor, eo estado de destino, onde se localiza o comprador. Em regra geral, 
a alíquota é de 12%, mas, nas vendas de mercadorias realizadas da região Sul 
do país, mais São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, para os estados do Norte, 
Nordeste, Centro-Oeste e mais o Espírito Santo, a alíquota cobrada é de 7%. 
No que se refere à alíquota, a Constituição Federal prevê em seu art. 155,§ 2º, 
incisosIV, V, VI e VII, o seguinte: 
Art. 155. § 2º. 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou 
de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais 
e de exportação; 
V - é facultado ao Senado Federal: 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução 
de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito 
específico que envolva interesse de estados, mediante resolução de iniciativa 
da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; 
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos 
do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à 
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser 
inferiores às previstas para as operações interestaduais; 
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a 
consumidor final localizado em outro estado, adotar-se-á: 
 a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; 
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; 
No inciso VII, do § 2º do art. 155, fala-se em contribuinte do imposto. Este 
contribuinte é definido, conforme o art. 4º da Lei Complementar no 87/96, 
como: 
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com 
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de 
circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações 
se iniciem no exterior. 
 
Não cumulatividade 
Um dos pilares da cobrança do ICMS é sua característica de não 
cumulatividade. Esta propriedade do tributo garante que o imposto não seja 
cobrado mais de uma vez sobre a mesma mercadoria ou o mesmo serviço em 
que já se tenha efetuado seu recolhimento do imposto. Nas palavras de Paulsen 
e Melo (2013, p. 288), o ICMS é não cumulativo porque é feita a compensação 
do que for: “[...] devido em cada operação relativa à circulação de 
mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual, 
intermunicipal e de comunicação, com o montante incidente nas anteriores 
pelo mesmo ou por outro Estado”. 
Vamos pegar o exemplo de uma montadora de automóveis e de uma de suas 
fornecedoras, no caso uma fábrica de pneus. Quando um carro é fabricado, 
várias peças e componentes são utilizados até que se chegue ao produto final 
e uma dessas peças são os pneus. Quando a fábrica de pneus comercializa 
seus produtos para a montadora, uma nota fiscal é emitida indicando um ICMS 
a recolher que é registrado nos livros fiscais desta montadora como um crédito 
fiscal. 
Por sua vez, quando a montadora de automóveis for comercializar seus pro- 
dutos com o consumidor final, emitirá notas fiscais que indicarão o ICMS devido 
naquela operação. Ao final de cada período, geralmente um mês, é feita 
apuração do imposto a ser recolhido aos cofres estaduais pela montadora 
somando-se todos os débitos fiscais das operações de venda e diminuindo-se 
os créditos fiscais das operações de compra. Em outras palavras, é feito o 
somatório de todos os valores de ICMS que foram indicados nas notas fiscais de 
vendas dos automóveis e é subtraído deste valor todo o montante de ICMS 
indicado nas notas fiscais de compra de pneus e de todas as demais peças 
componentes do produto final. 
Conforme Paulsen e Melo (2013, p. 289): 
O cânone da não cumulatividade consiste na compensação dos valores 
creditados com os valores debitados em determinadoperíodo de tempo 
(geralmente mensal), não integrando a estrutura do ICMS e nem se 
confundindo com a base de cálculo, tendo operatividade em momento 
posterior à configuração da operação ou prestação realizada. 
 
Substituição tributária 
A substituição tributária é o regime em que se atribui a outro contribuinte a 
responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou prestações de 
serviços. A intenção da substituição tributária é facilitar a fiscalização do ICMS, 
já que este tributo tem por característica a incidência do imposto várias vezes 
no decorrer da cadeia de circulação de uma determinada mercadoria ou 
serviço. 
De acordo com Fabretti (2014, p. 173), a legislação pode atribuir 
[ ] a determinado contribuinte que integra uma determinada cadeia de 
produção e circulação de bens e serviços, a obrigação de recolher o ICMS 
devido pelo próximo contribuinte (operação subsequente), ou pelo anterior 
(operação antecedente), ou por ambos (operações concomitantes). 
Um exemplo ocorre quando uma fabrica de componentes eletrônicos recolhe 
o ICMS de sua operação e também o ICMS do ponto de venda que comprará 
seu produto, ou seja, que o sucederá na cadeia de produção. O fabricante 
será o substituto tributário (apenas relativo ao ICMS do ponto de venda) do 
ponto de venda que será o substituído. Para recolher o ICMS como substituto do 
ponto de vendas, o fabricante terá que estimar a margem de valor a ser 
agregado pela mercadoria no ponto de venda e recolher o ICMS calculado 
sobre esta margem. Naturalmente, este ICMS que o substituto irá recolher em 
nome do substituído será repassado a este último através de um acréscimo no 
valor da operação. Na prática, o ponto de venda pagará o ICMS antes de 
realizar o fato gerador do tributo, ou seja, antes de promover a saída da 
mercadoria de seu estabelecimento. Conforme Fabretti (2014), o objetivo da 
substituição tributária é antecipar o recolhimento do imposto e assegurar a 
arrecadação de receita por parte do Poder Público. 
 
 
Referências: 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.14.ed. São Paulo, Atlas, 
2014. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua 
Portu guesa. 
LUKIC, Melina de Souza Rocha. Planejamento Tributário. Fundação Getúlio 
Vargas/FGV-DIREITO RIO, 2012. 
PAULSE, Leandro; MELO, José Eduardo Soares. Impostos Federais, Estaduais e 
Muni cipais .8.ed. Porto Alegre: Liv. do Advogado, 2013. 
REZENDE, Fernando. ICMS: Como era, o que mudou ao longo do tempo, 
perspectivas e novas mudanças. In: Fórum Fiscal dos Estados Brasileiros & 
Fundação Getúlio Vargas. Caderno Fórum Fiscal no 10. Brasília, 2009. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
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◄ 8.7 Considerações sobre o ICMS 
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8.9 Como funciona o ICMS 
Olá, cursista! Na aula de hoje vamos aprender sobre o ICMS. O ICMS é o Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Ele é um tributo, é um percentual 
cobrado quando você vende uma mercadoria. 
Por exemplo: Você faz uma venda de R$100,00 dentro do estado de São Paulo. 
Em São Paulo o ICMS é de 18%, logo, você pagará R$18,00 de imposto sobre 
esta venda. 
O ICMS é um imposto estadual, por isso, cada estado pode ter as suas regras. 
Por exemplo, em São Paulo o ICMS é de 18%, porém em Santa Catarina é 17%. 
Então cada estado tem autonomia para definir as suas regras de cálculo de 
ICMS e como arrecadá-lo. 
O ICMS funciona em duas operações: Nas operações internas, que podem ser 
interestaduais, e quando ocorre nesta forma, pode variar entre 4%, 7% e 12%, 
quando as mercadorias forem consideradas importadas. 
 
 
 
Figura 1 - Valores de ICMS em transações interestaduais 
Descrição da imagem: Ilustração do mapa do Brasil, com os valores cobrados de ICMS em transações interestaduais. Os 
estados das regiões: Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão pintados em cinza escuro. Região Sul e Sudeste está em verde 
claro. Os valores de ICMS: De cinza escuro para cinza escuro 12%. De cinza escuro para verde claro: 12%. De verde claro para 
verde claro 12%. De verde claro para cinza escuro 7%. 
 
O ICMS pode ser isento, um exemplo são os preservativos, que após uma reunião 
entre os estados, decidiram fazer a isenção para ajudar a reduzir o preço do 
produto e torná-lo mais acessível. 
Há também o ICMS débito e crédito, essa aplicação funciona da seguinte 
forma: O cidadão A vende para o B aquele item do primeiro exemplo, com o 
ICMS de R$18,00, o cidadão B ficará com crédito de R$18,00 e quando for 
vender para o cidadão C, ele não precisará pagar estes R$18,00. 
Existe a substituição tributária, nada mais é que o ICMS, sendo cobrado de 
forma diferente: Ao invés de ser da indústria para o distribuidor, do distribuidor 
para a loja, da loja para o cliente, ele é cobrado somente em uma operação, 
por exemplo da indústria para o distribuidor. E a ideia é cobrar todo o imposto 
que seria fragmentado naquele processo, de uma só vez. 
Por fim, temos também o DIFAL (Diferencial de Alíquota do ICMS), essa 
aplicação ocorre quando uma empresa do Rio de Janeiro vai fazer uma venda 
para uma pessoa física de Minas Gerais, ou seja, o cliente é não contribuinte de 
ICMS, porém o ICMS do Rio de Janeiro é 12% e de Minas Gerais é 20%, logo, a 
empresa terá que pagar além dos 12%, um DIFAL de 8%. 
O ICMS é um imposto complexo, com muitas regras, porém é importante que 
você cursista, continue estudando, para aprender a formar um preço de venda 
corretamente. O ICMS é um imposto impactante e pode chegar em uma carga 
tributária relevante ao longo do processo da venda. 
 
Referências: 
COELHO, Jiovanni. Como funciona o ICMS. 05 fev. 2018. 1 vídeo 
(6min39s). Publicado pelo canal SimTax. Disponível 
em: https://youtu.be/xCBJ5IU7F84 Acesso em: 28 set. 2021. 
COELHO, Jiovanni. ICMS – Um guia completo para você saber tudo sobre o 
imposto. Site SimTax. Disponível em: https://www.simtax.com.br/icms/. Acesso 
em: 28 set. 2021. 
 
 
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8.10 Simples nacional, lucro real e lucro presumido 
Ao iniciar o ano, o empresário precisa fazer uma definição importante do ponto 
de vista tributário referente à apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
(IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e escolher, de 
acordo com as características de seu negócio, uma das três alternativas: lucro 
real, lucro presumido ou simples nacional. Faz-se a ressalva de que a opção pelo 
simples nacional é uma alternativa exclusiva para microempresa e empresa de 
pequeno porte e envolve outros impostos além dos já citados, como o ICMS por 
exemplo. Na presente aula, estudaremos essas três alternativas à disposição das 
pessoas jurídicas quando precisam recolher seus impostos. Boa aula! 
 
Simples Nacional 
O Simples Nacional é um regime tributário definido pela Lei Complementar no 
123/06, marco normativo que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa 
(ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). A lei estabelece normas gerais 
relacionadas a um tratamento específico dispensado às microempresas e às 
empresas de pequeno porte. Este tratamento permite a elas o recolhimento 
unificado de tributos federais, ISS e ICMS, simplificando o regime tributário e 
oferecendo alíquotas relativamente baixas. 
O Estatuto da ME e da EPP disponibiliza, como já ressaltamos, um tratamento 
privilegiado para pessoas jurídicas que se enquadram como tal. Eis que surge o 
questionamento: quais empresas podem ser enquadradas como ME e EPP? 
Conforme o artigo 3º da Lei no 123, consideram-se microempresas ou empresas 
de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individualde responsabilidade limitada e o empresário, devidamente 
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta 
mil reais); II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) 
e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). 
Ao optar pelo simples nacional, a ME ou a EPP passam a ter o recolhimento dos 
impostos a seguir listados de modo mensal, mediante um único documento de 
arrecadação. Os impostos são os seguintes: 
 Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; 
 Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; 
 Contribuição sobre o Lucro Líquido – CLSS; 
 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins; 
 Contribuição para o PIS/Pasep; 
 Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; 
 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação – ICMS; e 
 Imposto de Serviço de Qualquer Natureza – ISS. 
A alíquota para pagamento dos impostos inclusos no Estatuto da ME e da EPP 
será calculada com base no faturamento anual da empresa, ou seja, sua 
receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do período de 
apuração, como preconiza o § 1º do art. 18 da Lei Complementar no 123. 
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de 
pequeno porte comercial, optante pelo Simples Nacional, será determinado 
mediante aplicação da tabela do Anexo I desta Lei Complementar. 
§ 1º Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita 
bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração. 
O recolhimento unificado dos impostos é uma das vantagens dispostas pela 
legislação, mas existem outras, como o acesso ao crédito e a preferência nas 
aquisições de bens e serviços junto aos poderes públicos. O artigo 1o da Lei 
Complementar no 123 estabelece os termos do tratamento diferenciado 
disponível para ME e EPP. 
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento 
diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de 
pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal 
e dos municípios, especialmente no que se refere: 
I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios, mediante regime único de 
arrecadação, inclusive obrigações acessórias; 
II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive 
obrigações acessórias; 
III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas 
aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao 
associativismo e às regras de inclusão. 
Criado para, dentre outras vantagens, oferecer uma alternativa de regime 
tributário para ME e EPP, a Lei Complementar no 123, pode nem sempre ser a 
melhor opção para o empresário. Um dos pontos apresentados como 
desvantagem é que as empresas optantes pelo simples nacional não fazem 
destaque do ICMS e do IPI em suas notas ficais e, portanto, quem compra delas 
não tem direito ao crédito fiscal desses impostos. As empresas que operam com 
baixa margem de lucro, também precisam ficar atentas, pois podem recolher 
menos tributos se optarem pela modalidade do lucro real (modalidade que 
veremos a seguir). Isso acontece porque as alíquotas do Simples incidem sobre 
o faturamento, sem considerar a rentabilidade e, no Lucro Real, incidem sobre 
o resultado da operação. 
 
Lucro Real 
Entre os vários tributos a que estão sujeitas as empresas, encontram-se aqueles 
que incidem diretamente sobre o seu lucro. São eles o Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Cabe à 
empresa, anualmente, fazer uma avaliação sobre qual a melhor forma de 
tributar seu resultado, através do lucro real ou do lucro presumido. “ O lucro real 
é o resultado contábil (receitas menos os custos e despesas), ajustado pelas 
adições e exclusões” (CHAVES, 2008, p. 10). Isso quer dizer que o IRPJ e a CSLL 
serão calculados tendo por base o percentual de lucro real obtido pela 
empresa apontado nos livros contábeis. Para o recolhimento destes impostos, a 
base de cálculo é estabelecida através de um percentual (lucro real), 
calculado sobre a receita bruta da empresa. Para as empresas sujeitas ao 
regime de apuração pelo lucro real, é necessário fazer a manutenção de sua 
escrituração contábil. 
O Lucro Real é obrigatório para empresas que faturam acima de 78 milhões de 
reais ao ano, empresas que possuem benefícios fiscais ou que receberam algum 
investimento do exterior. Esse tipo de tributação é mais favorável para empresas 
que têm baixa margem de lucro, porque o tributo é calculado sobre o lucro real 
do período anterior ao pagamento (ABERTURA SIMPLES, 2018). 
 
 
Lucro Presumido 
Conforme a Receita Federal (BRASIL, 2014), o lucro presumido “é uma forma de 
tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto de 
renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-
calendário, à apuração do lucro real”. Ainda segundo a Receita, “é uma forma 
de tributação em que se usa como base de cálculo do imposto o valor apurado 
mediante a aplicação de um determinado percentual sobre a receita bruta”. 
De acordo com Paulsen e Melo (2013, p. 84), 
Empresas com receita bruta total, no ano calendário anterior, até R$ 
48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais) e cujas as atividades não 
estejam obrigatoriamente sujeitas a apuração do lucro real, podem optar pelo 
regime de tributação com base no lucro presumido, nos termos do art. 13 da Lei 
9.718/98, com redação da Lei 10.637/02. 
A diferença da opção pelo lucro presumido é que a base de cálculo do 
imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação de um 
percentual presumido sobre a receita bruta auferida mensalmente, conforme o 
art.15 da Lei 9.249/95. A base de cálculo diz-se presumida porque é feita a 
apuração, o lucro pode ser maior ou menos que o percentual da receita 
apontado por lei. 
O valor dos impostos é calculado em cima do que se presume que a empresa 
vai lucrar. Nesse caso, o imposto é recolhido trimestralmente e a base de cálculo 
é estabelecida de acordo com a atividade exercida pela empresa. Em geral, é 
ideal para empresas com grande percentual de lucro. Não se enquadram 
bancos e corretoras de investimento (ABERTURA SIMPLES, 2018). 
 
 
Referências: 
 
ABERTURA SIMPLES. Simples Nacional, Real ou Presumido. [S. l.: s. n.], 29 out. 2018. 
1 vídeo (3 min 36 s). Publicado pelo canal Abertura Simples. Disponível em: 
https://youtu.be/2jDUgSMs1r8. Acesso em: 11 out. 2021. 
CHAVES, Francisco Coutinho. Planejamento Tributário na Prática: gestão 
Tributária Aplicada. São Paulo: Editora Atlas, 2008. 
PAULSE, Leandro; MELO, José Eduardo Soares. Impostos Federais, Estaduais e 
Municipais .8.ed. Porto Alegre: Liv. do Advogado, 2013. 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
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◄ 8.9 Como funciona o ICMS 
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8.11 Como funciona os razonetes 
Para continuarmos nossos estudos vamos antes entender como funciona os 
razonetes, uma maneira bem comum na contabilidade que facilita nosso 
entendimento de débito e crédito. 
Para começar vamos fazer um T, onde esse razonete vai representar um 
lançamento de cada conta. Por exemplo vamos efetuar um lançamento na 
conta caixa. Acima da linha horizontal do T vai o nome Caixa no lado esquerdo 
da linha vertical irão os valores em débito e no lado direito os valores em 
crédito. 
Vamos usar como exemploo João que vai abrir uma empresa e ira integralizar 
$30.000 em dinheiro no capital social. Se pensarmos em aplicações e origens, os 
débitos representam as aplicações e os créditos vão representar as origens. 
Assim João debitara no caixa e creditara no capital social. 
Observe a imagem para melhor compreensão. 
 
Figura 1 - Exemplo de lançamento no razonete 
Descrição da imagem: Dois razonetes (formato de um T) um do lado do outro, o primeiro Caixa apresenta apenas um 
valor no débito de (1) $ 30.000. Segundo razonete Capital Social apenas um valor no crédito de (1) $ 30.000. 
 
Vamos fazer mais um registro, João resolveu retirar $ 10.000 do caixa da empresa 
e depositar na conta corrente do banco. Então nossa aplicação será na conta 
corrente (débito) e esse recurso sairá do caixa (crédito). 
 
Figura 2 - Exemplo de lançamento no razonete 
Descrição da imagem: Três razonetes , o primeiro Caixa apresenta um valor no débito de (1) $ 30.000 e (2) $ 10.000 no crédito. 
O segundo razonete Capital Social apenas um valor no crédito de (1) $ 30.000. E no terceiro está o Banco C/C com apenas 
um valor no débito de (2)10.000. 
 
Usando os razonetes podemos entender e visualizar as operações de uma 
empresa ou organização e como são processadas pela contabilidade. 
Podemos contabilizar os tributos diretos e indiretos que será o conteúdo da 
nossa última aula. 
 
 
 
Referência: 
KALYNKA, Stephanie. Razonetes. [S. l.: s. n.], 13 de jul. 2020. 1 vídeo (9 min 02 s). 
Publicado pelo canal Stephanie Kalynka. Disponível em: 
youtube.com/watch?v=wyS5xDLzbvU&t=333s. Acesso em: 30 set. 2021. 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
 
Última atualização: quinta, 18 nov 2021, 12:16 
◄ 8.10 Simples nacional, lucro real e lucro presumido 
Seguir para8.12 Contabilidade tributária 
Este é o momento de somar todos os conhecimentos adquiridos até agora para 
podermos entender como são contabilizados os tributos. A princípio, faremos 
uma introdução aos conceitos contábeis envolvendo o estudo do patrimônio. 
Vamos ficar atentos para este último esforço dentro desta disciplina, pois o 
assunto é de grande importância. Bons estudos! 
 
Conceito de contabilidade tributária 
Para formarmos um conceito de contabilidade tributária, precisamos primeiro 
entender melhor o que é contabilidade e o que é legislação tributária em 
separado. Vamos começar com o primeiro. 
A contabilidade é a ciência que faz o registro das atividades financeiras de uma 
determinada instituição. Pense nos primórdios das relações comerciais da 
humanidade, quando mal havíamos evoluído das relações de troca para a 
introdução da moeda como instrumento de compra e venda de produtos e 
serviços. Como este homem primitivo conseguia gerir seus negócios sem fazer 
anotações ou registros de quanto comprou, vendeu, lucrou, quais clientes lhe 
devem ou com quais fornecedores era necessário acertar as contas? Foi preciso 
criar um método para fazer a gestão do negócio, que começou com uma 
simples “caderneta” de registro diário de venda, mas que evoluiu muito com o 
progresso das relações comerciais, chegando até a contabilidade que 
conhecemos nos dias atuais. 
O conceito clássico de contabilidade, consagrado no I Congresso Brasileiro de 
Contabilidade, datado de setembro de 1924 diz o seguinte: “Contabilidade é a 
ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro 
relativo aos atos e fatos da administração econômica”. Ao que Fabretti (2014) 
considera, apesar das grandes transformações políticas, sociais e econômicas 
registradas no período, em sua essência uma definição que continua válida. 
Relativamente ao conceito de legislação tributária, verificamos que ele está 
registrado no art. 96 do CTN: 
“Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que 
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes”. 
O texto do CTN é claro ao afirmar que a legislação tributária trata de todo 
arcabouço jurídico relativo a tributos. 
Feitas estas duas conceituações temos melhores condições de traçar uma 
definição de contabilidade tributária. Temos, por um lado, a contabilidade 
como instrumento de registro dos fatos da administração econômica e, por 
outro, toda a ótica legal pela qual devemos enxergar os tributos. Somados os 
dois conceitos é possível extrair uma teoria conceitual sobre contabilidade 
tributária, que, conforme Fabretti (2014, p. 5), “é o ramo da contabilidade que 
tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da 
contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada”. 
 
Patrimônio 
Você estudante com certeza já pensou sobre qual o patrimônio tem, por 
exemplo, um jogador de futebol, ou um artista de televisão. Nosso senso comum 
nos indica que patrimônio são os bens pertencentes às pessoas ou às empresas. 
Realmente, patrimônio é isso mesmo, mas, para a contabilidade, ele tem um 
conceito um pouco mais sofisticado: “Patrimônio é o conjunto de bens, direitos 
e obrigações pertencentes a uma entidade” (FABRETTI, 2014, p.11). Aqui 
focaremos o patrimônio de pessoa jurídica e não física, não só bens e direitos, 
mas também as obrigações para com terceiros. 
Compõem o patrimônio o ativo e o passivo, ou seja, de um lado, o ativo que 
compreende o conjunto de bens, valores, créditos e direitos e, de outro, o 
passivo que corresponde ao saldo das obrigações devidas. Um exemplo de 
ativo é uma conta a receber e, de passivo, uma conta a pagar. 
O encontro das informações fornecidas pelo ativo, com as que constam no 
passivo, fazem a composição do patrimônio líquido da empresa. O patrimônio 
líquido representa os valores que os sócios ou acionistas têm na empresa em um 
determinado momento. Para calcular este patrimônio, é elaborado um 
balanço patrimonial, no qual será verificada a diferença entre o valor dos ativos 
e dos passivos. De uma forma geral, o patrimônio líquido representa o 
termômetro de sucesso ou insucesso de uma entidade empresarial, através do 
qual será constatado, a partir de um capital inicial, se a organização acumulou 
lucros ou prejuízos em sua atividade. 
“O patrimônio líquido representa o investimento feito como capital inicial da 
entidade e suas mutações, cujos resultados, se positivos, representam lucros, se 
negativos, prejuízos” (FABRETTI, 2014, p. 14). 
Quando o patrimônio líquido é negativo, dizemos que o passivo está a 
descoberto e estes casos acontecem quando os bens e direitos do ativo não 
são suficientes para pagar as obrigações do passivo, ou seja, não cobrem as 
dívidas contraídas pela empresa em suas operações. 
Abaixo, temos uma representação gráfica do patrimônio líquido: 
 
 
Tabela 1 - Representação do Patrimônio Líquido 
Ativo 
a) Bens (direitos reais) = Máquinas $ 300 
 Veículos $ 200 
 Mercadorias $ 400 
 Caixa $ 100 
 $ 1.000 
b) Direitos (pessoais) = Depósitos bancários $ 300 
 Duplicatas a receber $ 700 
 $ 1.000 
Total do Ativo = A + B = $ 2.000 
Passivo + Patrimônio Líquido 
a)Passivo Real (obrigações) = Fornecedores $ 1.000 
 ICMS a pagar $ 500 
 $ 1.500 
b)Patrimônio Líquido = Capital social $ 500 
Total do Passivo = A + B = $ 2.000 
Fonte: Fabretti (2014, p. 15,) adaptado pelo autor 
 
Mutações patrimoniais 
As relações entre as empresas acontecem através de atos e fatos 
administrativos. Para a contabilidade, os atos administrativos são aqueles que, 
embora necessários, não provocam alterações patrimoniais. Diferem de fatos 
administrativos que provocam modificação no patrimônio da entidade, sendo, 
por isso, objeto de contabilização. Quando praticados, os fatos administrativos, 
provocam uma alteração ou uma mutação do patrimônio das organizações, 
podendo alterar a quantidade de bens, direitos ou obrigaçõesdas empresas, 
ou ainda gerar receitas ou despesas. 
Os fatos administrativos podem ser: permutativos, modificativos ou mistos. Eles 
são definidos da seguinte forma, conforma Fabretti (2014): 
1. Os fatos são permutativos quando alteram a estrutura do patrimônio sem, 
no entanto, alterar seu patrimônio líquido. É quando ocorre apenas a 
permuta de valores patrimoniais. Exemplo: uma empresa inicia suas 
atividades com $ 200 em dinheiro, posteriormente, faz uma aquisição de 
mercadoria a prazo de $ 50. Neste exemplo não houve alteração no 
patrimônio líquido e sim uma entrada de um bem no ativo (mercadoria) 
cujo valor é compensado pela obrigação (fornecedor) assumida junto 
ao passivo. Não há modificação do patrimônio líquido, ou seja, não é 
detectado lucro ou prejuízo, nem receita ou despesa. 
2. Fatos modificativos, como o próprio nome diz, são aqueles em há uma 
modificação do patrimônio líquido para mais ou para menos. Ocorre 
quando há uma entrada ou saída de valores no patrimônio, sem que 
saiam ou entrem outros para compensá-los. Exemplo: quando uma 
empresa faz uma aplicação bancária de $ 100 e recebe no primeiro mês 
$ 10 de juros. Esses $ 10 vão somar um aumento no patrimônio líquido. 
3. Fatos mistos são aqueles que produzem ao mesmo tempo uma permuta 
e uma modificação do patrimônio líquido para mais ou para menos. 
Exemplo: a venda efetuada por uma empresa de uma mercadoria com 
lucro. Ao efetuar uma venda de uma mercadoria que vale $ 200 por um 
valor de $ 250, a empresa fica com uma duplicata a receber de $ 250, 
tendo havido, portanto, uma permuta (mercadoria x duplicata) de $ 200 
e um aumento do patrimônio líquido (receita) de $ 50 (FABRETTI, 2014). 
 
Registro das mutações patrimoniais 
No item anterior, observamos que existem fatos administrativos que ocorrem nas 
empresas. Estes fatos ocorrem centenas de vezes nas rotinas das empresas e é 
impossível registrá-los e interpretá-los sem uma metodologia. É para isso que 
existem os métodos contábeis, pois através deles é possível registar, interpretar, 
aplicar e demonstrar os fatos administrativos de forma segura e fácil. Através da 
aplicação dos métodos contábeis, a empresa pode analisar e controlar sua 
situação econômica e financeira permitindo seu gerenciamento. 
Existem várias maneiras de realizar a escrituração dos fatos administrativos e 
todas baseiam-se em dois métodos fundamentais: método das partidas simples 
e método das partidas dobradas. 
O método das partidas simples advém dos primórdios da contabilidade quando 
eram registrados nas antigas “cadernetas” as dívidas dos fregueses, os 
chamados popularmente de “fiados”, anotando o débito de cada um deles. 
Mais tarde, quando pagas as dívidas, era feito o registro da quitação. Este 
método encontra-se em desuso por ser incompleto e deficiente, nele sendo 
registrados apenas os débitos e créditos. 
O método das partidas dobradas foi elaborado pela primeira vez em 1494, na 
Itália, pelo frei Luca Paciolo no livro “Summa de Arithmetica, Geometria, 
Proportioni et Proportionalità” e consiste basicamente em uma equação 
constante entre débito e crédito (D = C) em que cada débito deve ter como 
contrapartida um crédito equivalente e vice-versa (FABRETTI, 2014). O termo 
dobrado está associado ao fato de cada transação conter duas entradas, 
sendo uma de crédito em uma conta e uma de débito em outra conta. 
Já que mencionamos o termo “conta”, está na hora defini-lo. “Conta é a 
representação gráfica em moeda de cada elemento de patrimônio e de suas 
mutações” (FABRETTI, 2014, p. 26). As contas são classificadas em: contas 
patrimoniais, e contas de resultado. 
Contas patrimoniais são aquelas que representam o patrimônio da empresa 
formado pelos bens, direitos, obrigações e pelo patrimônio líquido, ou seja, são 
as contas onde estão contidos o ativo, o passivo e o patrimônio líquido. Estas 
contas são apresentadas através do balanço patrimonial. 
As contas de resultado são aquelas em que se apresentam as receitas e as 
despesas do período, que devem ser encerradas ao final do exercício, 
apurando se houve lucro ou prejuízo para a empresa. Estas contas detectam a 
variação no patrimônio líquido. 
Para efetuar os registros das mutações patrimoniais em contas próprias, nos 
utilizamos de duas formas: débito e crédito. É preciso que fiquemos atentos ao 
seu significado porque, para a contabilidade, os termos debito e crédito têm 
um significado diferente do utilizado pela linguagem cotidiana, não sendo 
correto associá-los à subtração ou à adição do financeiro. 
Tabela 2 - Exemplos de como se realiza o débito e o crédito nas contas 
patrimoniais e de resultado. 
Contas Patrimoniais 
Direitos pessoais: Quando se adquire um 
direito. Exemplo: venda de mercadoria a prazo 
- debita-se a conta do devedor (duplicatas a 
receber); quando ele paga, registra-se a 
extinção desse direito por meio de um crédito 
em sua conta (duplicatas a receber), que anula 
o débito anterior 
Obrigações: quando se assume uma obrigação. 
Exemplo: compra de mercadoria a prazo - 
representa-se esse fato por um crédito na conta 
fornecedor; quando se paga, registra-se a 
extinção dessa obrigação por um débito na conta 
do fornecedor, que anula o crédito anterior 
Contas de Resultado 
Receita: Quando se realiza fato aumentativo. 
Exemplo: recebimento de juros - registra-se 
esta variação patrimonial positiva por meio de 
um crédito em conta de receita 
Despesa: Quando se realiza fato diminutivo. 
Exemplo: pagamento de aluguel - registra-se 
esta variação patrimonial negativa por meio de 
um débito em conta de despesa 
 Fonte: Fabretti (2014, p. 15,) adaptado pelo autor 
 
Vamos fazer estes lançamentos na prática para termos uma ideia mais clara de 
como funcionam as movimentações das contas patrimonial e de resultado. O 
exemplo a seguir foi adaptado de Fabretti (2014). 
Exemplo: A empresa Y têm os seguintes lançamentos a fazer na sua 
contabilidade: 
 Depósito bancário de $ 500 
 Saque do depósito bancário do valor acrescido de juros de $ 10 
Primeiro vamos demonstrar o depósito: 
Tabela 3 - Lançamento da empresa depositante 
Contas Débito Crédito 
Depósito bancário (direto) 
Banco X $ 500 
Caixa (saída / bem) $ 500 
 
Tabela 4 - Lançamento do banco depositário 
Contas Débito Crédito 
Caixa (entrada / bem) $ 500 
c/c contas correntes (obrigação) 
Empresa Y $ 500 
 
 
Agora vamos realizar o saque, acrescido de juros de $ 10: 
Tabela 5 - Lançamento da empresa depositante 
Contas Débito Crédito 
Caixa (entrada / bem) $ 510 
Depósitos bancários (extinção/direito) 
Banco X $ 500 
Juros ativos (receita) $ 10 
 
 
Tabela 6 - Lançamento do banco depositário 
Contas Débito Crédito 
c/c contas correntes (extinção / obrigação) 
Empresa Y $ 500 
Juros pagos(despesa) $ 10 
Caixa (saída/bem) $ 510 
 
Podemos agora verificar como ficam os lançamentos no livro diário e no livro 
razão e posteriormente o balancete de verificação do razão. Os lançamentos 
significam o registro nas contas respectivas dos débitos e créditos referentes às 
operações da entidade. De acordo com Fabretti (2014), o lançamento deve 
conter os seguintes elementos: local e data, conta devedora, conta credora, 
histórico e valor. Passemos a um exemplo prático adaptado desse mesmo autor: 
 Venda a prazo no valor de $ 400 
 Lançamento no livro diário: 
Data: 01/01/2014 
Local: Cidade x 
Histórico: venda através de nota fiscal no xxxx 
 
Tabela 7 - Lançamento deve conter 
Conta Débito Crédito 
Caixa 
Vendas 
$ 400 
$ 400 
 
 
Vamos adicionar mais lançamentos ao nosso exemplo, ficando com várias 
contas devedoras e credoras ao mesmo tempo: 
 Despesas de salários $ 100 
 Depósito bancário $ 200 
Tabela 8 - Exemplo com mais lançamentos 
Conta Débito Crédito 
Receita de vendas $ 400 
Despesas de salários $100 
Bancos $ 200 
Caixa $ 100 
 $ 400 $ 400 
 
 
Para melhor entendimento, vamos fazer passo a passo os lançamentos nolivro 
razão, onde faremos os lançamentos em ordem cronológica, utilizando-se 
sempre a representação de um “T”. 
 Venda a prazo de $ 400: debita caixa, credita receita de venda; 
 Pagamento de salário de $ 100: debita despesas com salário, credita 
caixa; 
 Depósito bancário $ 200: debita banco, credita caixa. 
 
 
Figura 1 - Lançamento no razonete 
Descrição da imagem : Quatro razonetes , o primeiro possui o nome de Receita de vendas, onde no débito(D) não possui 
nem um valor e no crédito (C) $ 400. Nas Despesas com salários que é o razonete do lado no débito possui $100 e no crédito 
nem um valor . O Caixa sendo o terceiro, no débito possui o valor de $400 e no crédito os valores $100 e $200, no final da 
linha que divide o débito e o crédito possui um traço na horizontal para o lado do débito que é o total sendo $100. O Banco, 
último razonete possui somente um valor de $200 no débito. 
 
Para finalizar, faremos a demonstração do balancete de verificações: 
Tabela 9 - Verificação 
Conta Débito Crédito 
Caixa $ 100 
Bancos $ 200 
Vendas $ 400 
Salários $ 100 
 $ 400 $ 400 
 
 
 
 
Referência: 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.14.ed. São Paulo, Atlas, 
2014. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
 
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8.13 Regimes contábeis e contabilização dos tributos indiretos8.14 
Contabilização dos tributos diretos 
Tributos diretos são os que recaem sobre o contribuinte que está direta e 
pessoalmente ligado ao fato gerador. Incidem sobre o patrimônio e a 
renda. Exemplo: IPTU, IRPJ e IRPF e CSL. A legislação tributária impede que estes 
tributos sejam repassados para os preços ou para outra pessoa. Vamos analisar, 
através de um caso prático, como ocorre a contabilização do IRPJ. 
 
 
IRPJ 
Como vimos na aula 4, o imposto de renda tem como base de cálculo o 
montante real, presumido ou arbitrado. O lucro arbitrado não foi definido na 
aula 4 porque não esta incluído em nossa análise que se centrou no lucro real e 
presumido. O lucro arbitrado é uma faculdade do Fisco, prevista para os casos 
em que a pessoa jurídica não mantém atualizada a escrituração como 
recomendam as leis comerciais e fiscais e, portanto, deixa de elaborar as 
respectivas demonstrações financeiras. Quando isso ocorre, o Fisco pode 
arbitrar o lucro que servirá de base para o cálculo do imposto de renda 
(FRABRETTI, 2014). 
Continuaremos centrando nossa análise no lucro real e lucro presumido. 
 
Lucro real 
O lucro real é apurado a partir do resultado contábil do período-base, que pode 
ser positivo (lucro) ou negativo (prejuízo). Aqui é importante definir como apurar 
contabilmente o lucro. Os preceitos para apuração do lucro líquido estão 
expressos na Lei no 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) em seu art. 87 e 
que estão demonstradas no quadro a seguir: 
Tabela 1 - Demonstrativo do resultado do exercício (art. 87) 
 Exercício 
Receita bruta das vendas e serviços A 
( - ) B 
Deduções das vendas, abatimentos e impostos 
Receita líquida das vendas e serviços C 
( - ) D 
Custo das mercadorias e serviços vendidos 
Lucro bruto E 
( - ) F 
Despesas com vendas, despesas financeiras deduzidas das receitas, despesas gerais e 
administrativas e outras despesas operacionais 
Lucro (ou prejuízo) operacional G 
+ H 
( - ) I 
(+ ou -) J 
Outras receitas 
Outras despesas 
Saldo da conta de correção monetária do ativo permanente e do patrimônio 
líquido (Revogada – Lei nº 9.249/95) 
Resultado do exercício antes do Imposto de Renda L 
Provisão para Imposto de Renda e CSL ( - ) M 
Participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias (inclusive instrumentos financeiros) 
( - ) N 
Contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados 
(não classificadas como despesa) 
( - ) O 
Lucro (ou prejuízo) líquido efetivo do exercício (R$.....por ação do capital social) ( + ou - ) P Fonte: FABRETTI, 2014, PÁG. 225 
 
 
Após apurado o lucro líquido, ele é transportado para apuração do lucro real 
– Lalure ajustado mediante as adições, exclusões e compensações 
determinadas por lei, apurando-se o lucro real. Entende-se por adições, 
exclusões e compensações, o seguinte: 
 Adições: referem-se às despesas contabilizadas pela PJ, mas que são 
limitadas ou não admitidas pela lei. Exemplo: multas por infração fiscal. 
 Exclusões: são valores que a lei permite subtrair do lucro líquido (IR) para 
efeito fiscal. Exemplo: depreciação acelerada por incentivos fiscais, 
dividendos obtidos de investimentos em ações de outras empresas 
avaliadas pelo custo de aquisição etc. 
 Compensações: podem ser compensados os prejuízos fiscais dos 
períodos-base anteriores (FRABRETTI, 2014, pág. 226). 
Feitas as adições, exclusões e compensações sobre o lucro líquido (IR), 
apuramos o lucro real. Vamos a um exemplo adaptado de Fabretti (2014): 
Exemplo: 
 Supondo a apuração de um lucro real de $ 78.400 
 Sobre o valor apurado aplica-se a alíquota de 15% do IR 
 Considerar um lucro líquido de $ 110.000 (saldo anterior da conta 
resultado do exercício). Ressaltamos que este montante do lucro líquido 
é que serviu de base para o cálculo do lucro real de $ 78.400. Temos: 15% 
de $ 78.400 = $ 11.760. 
Tabela 2 - Lançamento no diário em R$ 
Conta Débito Crédito 
Resultado do exercício (1) 
IR do período-base 
Provisões 
Imposto de renda (2) 
Idem 
 
 
$ 11.760 
 
_________ 
$ 11.760 
 
 
 
 
 
 
$ 11.760 
$ 11.760 
 
 
O total do IR devido (IR+ adicional) deve ser aprovisionado na contabilidade, 
abatendo-se seu valor do lucro por meio de débito na conta de resultado, 
tendo como contrapartida o crédito na conta de provisão para IRPJ, no grupo 
de Obrigações Fiscais do Passivo Circulante. 
Figura 1 - Lançamento no razonete 
Descrição da imagem: Dois razonetes um do lado do outro, o primeiro razonete representa o Resultado do exercício, no 
débito possui somente um valor de (1) $ 11.760 e no Credito está o Saldo ant. $ 110.00 e no final da coluna abaixo do traço 
o Saldo atual $ 98.240. No segundo razonete está a Provisão para IR que possui somente um valor no crédito de (2) $ 11.760. 
 
Como definimos anteriormente, a conta de resultado do exercício já tinha um 
saldo anterior de $ 110.000 (resultado contábil $ 110.000), que, deduzido o IR 
devido, demonstra um novo saldo do lucro líquido de $ 98.240 que ficará à 
disposição dos sócios e acionistas. A conta de provisão para o IR representa a 
obrigação de pagar $ 11.760 referente a este imposto. 
 
Lucro presumido 
Como já definimos, o lucro presumido tem o objetivo de facilitar o pagamento 
do imposto de renda sem necessariamente se utilizar da complexa apuração 
do lucro real. Os percentuais de presunção sobre a receita bruta são 
estabelecidos de acordo com a fonte da que originou a receita, como, por 
exemplo: 8% sobre a receita proveniente de vendas de mercadorias, 32 % sobre 
a receita proveniente das atividades de prestação de serviço em geral 
(excetuados os serviços hospitalares) etc. 
A base de cálculo do IR trimestral deve ser apurada da seguinte forma: 
1. valor resultante da aplicação percentual (art. 518 do RIR) sobre receita 
bruta; 
2. ganhos de capital na venda de ativo fixo; 
3. rendimentos de aplicação financeira de renda fixa; 
4. ganhos líquidos nas aplicações de renda variável; 
5. juros sobre capital próprio pago por outras pessoas jurídicas; 
6. ganhos líquidos de qualquer outra operação financeira. 
Nota 1ª: Pessoa jurídica que no ano-calendário anterior apurou o IR pelo lucro 
real deve adicionar à base de cálculo no lucro presumido: 
 
1. valores recuperados deduzidos como despesa; 
2. lucro inflacionário; 
3. valores cujo tributo foi diferido, controlado na parte B do Lalur; 
4. lucro nãorealizado (venda de bens do ativo fixo com prazo que 
ultrapassa o ano calendário seguinte ao da contratação). 
Nota 2ª: Apuração do ganho de capital – só é admitida a inclusão da reserva 
de reavaliação no custo, se esta tiver sido computada na base de cálculo do 
IR (FABRETTI, 2014, pág. 232). 
Exemplo retirado de Fabretti (2014, pág. 232/233): 
 
Figura 2 - Dados que a empresa X apresenta no trimestre 
Descrição da imagem: Dados da empresa em coluna com o valor do lado, a)Receita bruta mensal abaixo Vendas $ 200.000, 
Serviços de limpeza $ 100.000, Devoluções $ 5.000. b) Venda do ativo permanente, Venda de máquinas $ 50.000, Custo 
corrigido $ 48.000 abaixo um traço em horizontal que representa que abaixo foi subtraído os dois valores acima e o resultado 
foi de 2.000 que é o ganho de capital . c) Receita financeira, Juros de mora $ 250, Determinação da base de cálculo:, Venda 
$ 200.000, (-) devoluções $ 5.000, traço Venda líquida $ 195.000 x 8% = $ 15.600, Serviços $ 100.000 x 32% = $ 32.000, traço, (+) 
Ganho de capital $ 2.000, (+) Receita financeira (juros) $250, traço , Lucro presumido $ 49.850. 
 
Sobre a base de cálculo será aplicada a alíquota de 15% do IRPJ: 
IRPJ 15/100 = 0,15 xBC $ 49.850 = $ 7.478 (valor arredondado) 
 
Referência: 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.14.ed. São Paulo, Atlas, 
2014. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do Mato 
Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
Última atualização: sexta, 26 nov 2021, 11:11 
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Regimes contábeis 
O regime contábil é aquele que define se a contabilidade será feita 
considerando o período em que foram efetuadas ou o período em que foram 
realizadas (pagas ou recebidas) as operações contábeis. São dois, portanto, os 
regimes contábeis: o de caixa e o de competência. 
O regime de caixa é o regime que considera as saídas e entradas de caixa 
como o momento para o registro contábil da transação. Trata-se de um sistema 
utilizado em microempresas ou somente com objetivo gerencial. 
O regime de competência define que os resultados sejam considerados no mês 
da operação, independentemente da sua efetiva realização. Exemplo: uma 
compra de mercadorias a prazo que ocorreu no mês de janeiro com 
pagamento previsto para fevereiro deverá constar nos registros de janeiro 
embora o pagamento seja feito em fevereiro. 
 
Contabilização dos tributos indiretos 
Entre as diversas classificações de tributos, existe uma que os dividem em tributos 
diretos e indiretos. Os tributos indiretos são aqueles em que o seu valor é 
repassado para o preço final do produto, mercadoria ou serviço. 
Exemplos deste tipo de tributo são: ICMS, IPI e o ISS. Vamos exemplificar a seguir 
com casos práticos, adaptados de Fabretti (2014), como será a contabilização 
deste tipo de imposto. Vamos usar como exemplo o ICMS. 
 
ICMS 
Caso: Uma empresa X realiza compra de insumos efetuada a prazo no valor de 
$ 100.000. Suponhamos que esta compra representa o total das operações 
efetuadas no mês. Consideraremos para este caso a alíquota de 18%. 
Tabela 1 - Caso ICMS 
Conta Débito Crédito 
Insumos 
Compras ( 1 ) $100.000 
ICMS ( 2 ) $ 18.000 
Imposto a recuperar 
ICMS ( 3 ) $ 18.000 
Contas a pagar ( 4 ) $ 100.000 
 $ 118.000 $ 118.000 
 
 
Obs: Os números de ( 1 ) a ( 4 ) são para identificar os lançamentos nos razonetes 
a seguir. 
 
 
Figura 1 - Lançamento do exemplo nos razonetes 
Descrição da imagem: 3 razonetes, o Insumos primeiro razonete no débito possui (1)$ 100.000 e Saldo $82.000 e no crédito (2) $18.000 no razonete ao lado 
está os Impostos s recuperar que possui somente um valor de (3) $18.000 no débito e no ultimo razonete que está embaixo do primeiro possui somente um 
valor no crédito de (4) $100.000. 
 
Conclusão: O custo líquido dos insumos é de R$ 82.000. O imposto a 
recuperar representa o ICMS da entrada ($18.000) que será abatido do 
devido na venda. Contas a pagar representam a obrigação assumida 
como fornecedor. Nota-se que a apuração ainda é parcial. 
Vamos continuar o caso de forma simplificada. Anote este ICMS a 
recuperar porque o utilizaremos ainda na contabilização final. Nosso 
objetivo aqui é demonstrar contabilmente como o ICMS é repassado para 
o preço final das mercadorias, atendendo à sua característica de não 
cumulatividade. Faremos a demonstração do cálculo e a posterior 
contabilização do ICMS apartir da Receita Líquida de Vendas (RLV) e do 
Preço de Venda (PV), já que o imposto (ICMS) incide sobre o valor das 
operações ou sobre o preço dos serviços de transporte e comunicação. 
Iniciaremos com a composição dos custos formada pelos custos de 
insumos (matéria-prima), mais custo de mão-de-obra, mais despesas gerais 
de fabricação: 
Custo de matéria-prima: $ 82.000 
Mão-de-obra: $ 42.253 
Despesas gerais de fabricação: $ 25.747 
Total: $ 150.000 – Custo de produção 
Custos de produção mais despesas operacionais (despesas com 
marketing, serviços de contabilidade, administrativos, pró-labore dos sócios, 
etc) nos fornecerão o custo comercial do produto: 
Custo de produção: $ 150.000 
Despesas operacionais: $ 50.000 
Total: $ 200.000 – Custo Comercial 
Para estimar o preço de venda, vamos supor que o empresário estabeleça 
um preço de venda pelo qual, após pagos os tributos incidentes sobre o 
faturamento, ainda resulte um valor que lhe proporcione um lucro 
operacional de 20%. Assim, temos: 
Custo comercial: $ 200.000 
Margem de lucro de 20% $ 40.000 
Total $ 240.000 – Receita Líquida de 
Vendas (RLV) 
Conhecendo esta RLV, vamos calcular o preço de venda, deduzindo os 
tributos incidentes sobre esta operação (ICMS, Cofins, PIS) que possuem as 
alíquotas nos seguintes percentuais: 
ICMS: 18% 
Cofins: 3% 
PIS: 0,65% 
Total: 21,65% 
Fazendo a fórmula de cálculo “por dentro”, ou seja “embutindo” esses 
tributos no preço, sendo: 
PV = Preço de Venda 
RLV = Receita Líquida de Venda 
TSV = Tributos sobre Venda 
 
Temos: 
RLV = 240.000 
TSV = 21,65% 
Calculamos o Preço de Venda: 
100%- 21,65% = 78,35% 
Fazendo a regra de três: 
240.000 --------- 78,35% 
X --------- 100% 
Temos: 
X= $ 306.318 (valor arredondado) = Preço de Venda 
Assim obtemos em valores arredondados: 
- Preço de Venda $ 306.318 
- (-) ICMS – 18% ($ 55.137) 
-Cofins 3% ($ 9.190) 
- PIS 0,65% ($ 1.991) 
Receita Líquida de Venda $ 240.000 
( - ) Custo do Produção (calculado anteriormente) $ 150.000 
Lucro Bruto $ 90.000 
( - ) Despesas Operacionais (calculado anteriormente) $ 50.000 
Lucro Operacional $ 40.000 
 
Vamos observar como fica a contabilização desta empresa: 
Tabela 2 - Contabilização do exemplo 
Conta Débito Crédito 
Contas a receber ( 1 ) $ 306.318 
Vendas ( 2 ) $ 306.318 
Tributos sobre vendas / serviços 
ICMS $ 55.137 ( 3 ) 
Cofins $ 9.190 ( 4 ) 
PIS $ 1.991 ( 5 ) 
Obrigações fiscais 
ICMS a recolher $ 55.137 (6) 
Cofins a recolher $ 9.190 (7) 
PIS a recolher $ 1.991 (8) 
 $ 372.636 $ 372.636 
 
Tabela 3 - Dedução do ICMS da compra 
Obrigações Fiscais Débito Crédito 
ICMS a recolher (9) 
ICMS sobre a entrada 
Imposto a recuperar 
ICMS sobre entrada (10) 
$ 18.000 
 
 
$ 18.000 
$ 18.000 $ 18.000 
 
 
 
Vamos aos razonetes: 
Valores em R$ 
 
Figura 2 - Exemplo razonete do ICMS 
Descrição da imagem: 4 razonetes, nas Contas a receber primeiro razoneteestá somente o valor de (1) $306.318 no crédito. Receita líquida de vendas no 
débito (3) $ 55.137, (4) 9.190, (5) 1.1991 no final da coluna embaixo de um traço o valor $ 66.318 representando o total do débito, no crédito $ 306.318 (2) e no 
final da coluna abaixo do traço o Saldo $ 240.00. O terceiro razonete representa as Obrigações fiscais no débito (9) ICMS - entrada $18.000 e no crédito os 
valores $55.137(6), $9.190(7), $ 1.991(8), no meio de dois traços horizontais o total de $ 66.318 e abaixo do traço Saldo $ 48.318. O último razonete apresenta os 
Impostos a recuperar no débito está o Saldo anterior $18.000 e no final Saldo $0 e no crédito $18.00(10). 
 
- Receita Líquida de Vendas deduzida dos tributos incidentes sobre vendas 
(ICMS, Cofins, PIS)= 240.000. Ressalta-se que a conta de Obrigações Fiscais 
representa o total desses tributos devidos ao Fisco, já deduzidos do crédito 
do ICMS pela entrada. 
 
Referência: 
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.14.ed. São Paulo, Atlas, 
2014. 
 
 
Este material foi baseado em: 
SANTOS, Francisco Rodrigues dos. Gestão Tributária. Instituto Federal do 
Mato Grosso/Rede e-Tec Brasil, Cuiabá: 2014. 
 
Última atualização: sexta, 26 nov 2021, 11:09

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